Você está na página 1de 26

NO

MEIO DO BOSQUE, E ANOITECE:



considerações sobre literatura contemporânea
para crianças e jovens na América La>na

Nilma Lacerda
Universidade Federal Fluminense | Brasil
Literatura contemporânea de potencial
desAnação a crianças e jovens na América LaAna:
a fronteira indômita de Graciela Montes

Território situado entre o


puro eu e a razão alheia, as criações
espaço de resistência à
loucura individual e à >rania da cultura
de um poder externo

Onde poder ser livre
aspirações humanas voltadas
Literatura à jus>ça e à liberdade

penhor de alento para os


que sofre(ra)m a injus>ça

baluarte de confiança

As representações literárias:
o horror convoca o leitor à consciência

Contraste de imaginários
A América como des>no de fartura:

– Qué quieres –dijo–, ¿lo blanco


o lo amarillo?
Yo dije: Lo amarillo.
Y ella guardó la clara para otra comida.
(ANDRUETTO, 2008, p. 34)

A América: desigualdades e impotência

“[...] yo hablo aquí de


ensachar la frontera, de
construir imaginarios, de
fundar ciudades libres, de
hacer cultura, de recuperar
el sen>do, de no dejarse
domes>car, de volver a
aprender gestos, a dejar
marcas.”
(MONTES, 1999, p. 59)

Poder dizer livre:
projeto esté>co, crí>ca consequente

escrita de insurgência
Literatura
não salva nada, nem ninguém;
não educa, não forma

perplexidade rasgar claridades arte


da espécie nas trevas
A reapropriação de narraAvas
ancestrais apagadas pelos colonizadores:
os mitos fundadores

Criação de uma singular e múl>pla
cultura visual América La>na

Novela gráfica:
corajosas discussões de iden>dade pessoal,
opção sexual e pertencimento cultural
O tempo no projeto estéAco:
autobiografias de escritores
O gênero diário na ficção:
o eu cria o outro, espelhado na escrita para o diálogo

a cidade de Tijuana

entre a iden>dade mexicana e a norte-


americana, da vizinha San Diego

O gênero diário na ficção:
o eu cria o outro, espelhado na escrita para o diálogo

“[...] una lucha por


encontrarme y alcanzarme”.
(MALPICA, 2010, p. 190)


a escrita: arma de exclusão
Ángel Rama e submissão no processo de
colonização (RAMA, 2004)

Cárdenas a escrita: saber de si,


Vasco configuração simbólica de
Lacerda expressão e poder
Em questão
Os valores esté>cos: presentes na produção?
Processos de simplificação narra>va:
encobertos por destreza arts>ca?
Os prêmios: condescendentes às imposições
do mercado?
“Hay una diferencia muy importante en literatura entre
mostrar y decir. Ese relato no dice nada directamente,
pero hace ver, da a entender, por eso persiste en la
memoria como una visión y es inolvidable. […] Eso dice
el contrarrelato políAco. La voz de KaUa.”
(PIGLIA, 2000, p. 27)
Poder fazer livre:
edição, materialidade, público, circulação

A materialidade inseparável da produção de


dos textos sen>dos (CHARTIER, 2008, p. 17)
María Osorio: aposta nos limites difusos
coleção Frontera entre idades leitoras

obra dirigida ao
público infan>l
O enlace com a educação:

“[...] la prác>ca discreta y casi invisible de la


enseñanza de la lengua y de la lectura de textos
pueda servir de alterna>va y espacio de
confrontación […]”. (PIGLIA, 2000, p. 40)
“Cada uno está solo en el corazón de la Tierra
atravesado por un rayo de sol:
y de pronto anochece.”
Salvatore Quasimodo (In: MONTES, 1999, p. 49)

“Juguemos en el bosque
Mientras el lobo no está.” (Ib.)

Enquanto a noite não tempo de elaboração
cai ou o lobo não chega ou fruição da arte

resistência da fronteira indômita



A noite caiu, e não Avemos tempo de sair do bosque:
que páginas abrir para percorrer a noite
em confiança da aurora?

Anocheció, y todavía no salimos del bosque:
¿qué páginas abrir para que la noche pase
en la confianza de la aurora?
Referências

ANDRUETTO, María Teresa. Stefano. Il. Álvaro Sanchez. Bogotá: Babel, 2008.
CHARTIER, Roger. Ecouter les morts avec les yeux. Leçon inaugurale prononcée le jeudi
11 octobre 2007 par Roger Char>er, professeur. Fayard, Collège de France, 2008.
MALPICA, Javier. Para Nina: un diario sobre la iden>dade sexual. Il. Enrique Torralba.
Ciudad de México: El Naranjo, 1ª reimp. 2010.
MONTES, Graciela. La frontera indómita. In: ___. La frontera indómita; en torno a la
construcción y defensa del espacio poé>co. México: Fondo de Cultura Económica, 1999.
PIGLIA, Ricardo. Tres propuestas para el próximo milenio (y cinco dificultades);
ROZITCHNER, León. Mi Buenos Aires querida. Buenos Aires: Fondo de Cultura
Económica, 2001.
RAMA, Ángel. La ciudad letrada. Prólogo Carlos Monsivais. San>ago: Tajamar, 2004.

Você também pode gostar