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Contexto político-cultural:
Os sofistas dirigiram-se à Atenas no contexto cultural grego do século V a. C., em que a
organização democrática passa a exigir uma formação dos jovens (sobretudo em
gramática e retórica) para sua participação política como cidadãos nos Tribunais e
Assembleias.
A atividade da sofística fez diminuir o poder da aristocracia, ao formar jovens para uma
virtude não mais ‘de sangue’. Considerados mestres da retórica, da arte do discurso,
visavam a um saber prático.
Os debates realizados para um amplo público contribuíram para colocar em foco o
tema da linguagem: seu uso, seu alcance sua importância, seu poder de
questionamento e de convencimento.
Começam o chamado período humanista (valorização do homem e de suas produções)
e iluminista grego (confiança na razão, liberdade de espírito).
Mostraram que os resultados da filosofia da natureza muitas vezes se contradiziam
mutuamente (monistas X pluralistas, eleatismo X heraclitismo). Deslocam, portanto, o
debate sobre a natureza e o princípio de todas as coisas (a phýsis e a arkhé) para um
debate sobre os valores, a linguagem, o homem, a educação, a política (igualdade,
poder, etc.). Identificam a contraposição entre natureza e costumes, convenções, leis.
Foram alvo de questionamentos por Platão, Xenofonte e Aristóteles, sobre a
fundamentação de seu saber e por receberem pagamentos por seus ensinamentos. No
embate com o Sócrates platônico, Sócrates contrapõe o bem agir (euprátein) ao
sucesso (eutykhía) pretendido pela educação sofística.
Referências Bibliográficas:
ADORNO, Sócrates. Lisboa: Edições 70, 198_.
GUTHRIE, W. K. C. Os Sofistas. Trad. João Rezende Costa. S.P.: Paulus, 1995.
MARQUES, M. Os Sofistas: o saber em questão. In: CODATO, Adriano et all. Filósofos
na Sala de Aula. S.P.: Berlendis & Vertecchia, 2007. Vol.2, p.11-45.
REALE, G. História da Filosofia Antiga. Trad. Marcelo Perine. S.P.: Loyola, 1993, v.1.
ZELLER, R. Sócrates e os Sofistas. Ed. Nova Buenos Aires, 1995.
Prof. Maria Dulce Reis
GÓRGIAS
Leontina, Sicília. (+- 490/480 – 380 a. C.)
Principais obras: “Sobre a Natureza ou Sobre o não-ser”; “O Elogio de Helena”;
“Technai” (manual de instrução retórica).
Teria sido discípulo de Empédocles e oposto a tese de Melisso, por sua vez discípulo de
Parmênides. Mestre de Aspásia (milesiana) que ensinou Lísides. Mestre de retórica, vai
para Atenas em 427 a. C. em missão diplomática.