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A d l i s e Psicológica (1983).

1 (IV): 23-30

Teste de Apercepção Temática (T.A. T.)


Teoria e método

V . SHENTOUB (*>

O considerável número de trabalhos publi- diagnóstico diferencial. Não é possível, no


cados sobre o T. A. T. ao fim de 46 anos quadro desta comunicação, pormenorizar
testemunha simultaneamente o interesse todas as etapas dessa investigação, que se
suscitado por este teste e a complexidade mantém, no entanto, sempre «viva», isto é,
de problemas que ele coloca. Quer se trate submetida a um questionar permanente.
da investigação, quer da aplicação clínica, Esquematicamente: entre 1955 e 1960, a
os autores americanos, em particular, pare- nossa atenção centrou-se na forma das narra-
cem debater-se com a ausência de uma tivas (o «How was this story told)), de Scha-
metodologia homogénea, cuja existência fer), ou, melhor, nos procedimentos do dis-
dependeria de uma teoria relativa aos me- curso -testemunhos dos mecanismos de
canismos mentais específicos implicados defesa - tal como eles aparecem nas diver-
nesta situação peculiar, em que se pede ao sas estruturas psicopatológicas, neuróticas e
sujeito para ((imaginar uma história a partir psicóticas.
do cartão)). Em 1961, a pesquisa sobre o tema banal
Nesta matéria, em França, as investiga- (frequência dos temas, da percepção dos
ções seguiram um caminho relativamente pormenores, etc.), respectivamente numa po-
scmelhante. Assim, quase desde o início pulação normal e numa população psicopa-
(1954), colocámo-nos numa perspectiva dia- tológica, confirmava a nossa hipútese inicial:
metralmente oposta ii de Murray e dos que o valor não diferencial dos temas literal-
partilhavam os seus objectivos ou a sua mente considerados, e a necessidade de ter
terminologia (necessidades / pressões, herói, em conta o modo como a narrativa está
etc.). Descurámos igualmente a pesquisa re- organizada.
ferente as variáveis isoladas (como a agres- A partir de 1963, a ênfase era dada ao
sividade, p. ex.), só tendo o T. A. T., na papel do Eu, das suas funções conscientes
nossa perspectiva, interesse numa aborda- e inconscientes no acto de organização que
gem ((holística)):tratava-se de o tornar ope- representa o facto de imaginar uma história
racional para uma análise dos modos parti- a partir de um estímulo. Assim, o interesse
culares de funcionamento mental, para o do T. A. T. deslocava-se dos conteúdos dos
I_--
conflitos para a maneira como o sujeito se
(*) Universidade René Descartes, Paris V. organizava, ou desorganizava, face a eles.

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Em 1965, aquando de uma pesquisa lon- ou seja, para os modelos particulares de
gitudinal sobre o devir das manifestações elaboração desse material.
fobo-obsessivas da criança, aparecia a di- Tratava-se, para Murray, de ((situações
mensão decisiva desta investigação, nomea- humanas clássicas)). Podemos pensar, mais
damente a necessidade de elaborar uma precisamente, que se trata de situações sus-
teoria do processo T . A . T . , e, para tal, de ceptíveis de reactivar os conflitos universais.
nos referirmos não a elementos dispersos Com efeito, cada uma das imagens faz refe-
da teoria psicanalítica, mas ao corpo meta- rência ao que é específico da condição
psicológico freudiano no seu conjunto. Tra- humana: o manejo da líbido e da agressivi-
tava-se de considerar a primeira e a segunda dade, quer no registo de uma problemática
tópicas e os três pontos de vista clássicos: edipiana (diferença de sexo e de geração),
dinâmico, económico e tópico. Esta refe- quer no registo mais arcaico. As sucessivas
rência obrigava igualmente a distinção entre imagens, pelos seus conteúdos específicos,
a situação de aplicação do teste e a situação privilegiam essas variações de nível, dei-
analítica: as histórias relatadas não podiam xando, contudo, ao sujeito possibilidade de
ser assimiladas ao discurso produzido no optar por aquele que lhe é próprio.
divã. Logo, face a estas imagens objectivamente
A compreensão teórica do processo T . estruturadas e, ao mesmo tempo, saturadas
A . T . devia permitir a elaboração de um de significantes universais, a nossa opção foi
método objectivo de análise dos protocolos. preconizar a existência, para cada cartão,
Os trabalhos publicados de 1969 até hoje de um conteúdo manifesto representado
dão conta dos resultados obtidos. pelos principais elementos presentes (perso-
nagens, objectos, etc.) e de um conteúdo
TEORIA
latente susceptível de privilegiar um certo
nível da problemática. Assim, para o cartão
Pm processo T . A . T . entendemos o con- n.' 1, «um rapaz perante um violino)) repre-
junto dos mecanismos mentais implicados senta o C. M., enquanto o C. L. se refere
nessa situação singular, na qual se pede ao ao conflito edipiano e a problemática da
sujeito para «imaginar» uma história «a castração (considerando-se que se trata de
partir de um cartão)) ('). uma criança - ser imaturo - as voltas com
Consideremos, em primeiro lugar, a situa- um objecto de adulto).
ção que compreende três parâmetros prin- Admitindo que o C. M. apela ao princípio
cipais: da realidade e reduz, em certa medida, 03
limites da fantasia, e que o C. L., pelo con-
1) o material trário, reactiva o conflito ligado aos traços
2) a instrução mnésicos individuais, constatamos que existe,
3) a presença do examinador. no seio do material, uma contradição)) in-
terna entre o princípio da realidade e o
1) O material, isto é, a série de cartões princípio do prazer.
apresentada ao sujeito, nunca tinha sido
objecto de reflexão, pois a atenção dos inves- 2) A instrução ((imaginar uma história a
tigadores estava dirigida para as narrativas, partir do cartão)) está saturada da mesma
contradição.
(I) Considerámos apenas 13 cartões: 1, 2, «Imaginar» apela ao abaixamento do
3BM, 4, 5, óBM/GF, 7BM/GF, SBM, 9GF, 10,
11, 13B, 19 e 16. A aplicação 6 feita numa única
limiar de controlo, a uma negligência que
sessão e a instrução, dada no início, não é repe- dá acesso aos fantasmas e ao processo pri-
tida. mário.

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«Uma história)), «a partir do cartão)) exige que lhe estão ligados (ou, se preferir-
a presença do controlo consciente e o re- mos: os traços mnésicos carregados
curso ao5 processos secundários. de um potencial afectivo), reactivados
Considerada no sentido literal, a instrução pelo conteúdo latente da imagem;
corresponde a uma espécie de injunção Esse complexo de representações/afec-
paradoxal em que o interdito se conjuga tos, inorganizado por definição, como
com o convite a transgredi-lo. tudo o que depende do processcl pri-
mário, vai ser (ou não) tomado pelo
3) O examinador, que prop6e os cartões, sistema Fré-consciente-consciente para
formula a inçtrução e anota o discurso do
ser integrado no decurso da narrativa.
sujeito, é - ele próprio e igualmente -um
Por outras palavras, o Eu tcmará, ou
representante da realidade e da fantasia
não, conta dessas propostas, conside-
conjugadas.
derando os objectivos conscientes e as
O seu papel, altamente activo, desmente
possibilidades de defesa e de integra-
toda a ilusão de neutralidade. O facto de
ção.
ele se encontrar face ao sujeito, de anotar
o que ele diz, de ter que, sem dúvida, for-
A história narrada, ou, mais exactamente,
mular uma «opinião», e mesmo tomar uma o conjunto do protocolo, atestará o compro-
decisão -faz dele, efectivamente, o repre-
misso original realizado pelo sujeito nesta
sentante da realidade. Mas seria inútil negar
situação de conflito entre as estruturas
o papel da transferência que se verifica em
conscientes/pré-conscientes e as estruturas
todos os casos, bem como o papel da contra-
inconscientes e os respectivos modos de fun-
-transferência, ambos dependentes de um cionamento. O que pode ser expresso, em
investimento em que a quantidade prevalece
termos de segunda tópica, como um con-
sobre a ideia clara do objecto-objectivo pre-
flito inter e intra-sistémico.
sente.
O processo T. A. T. obriga a um traba-
Deste modo, a situação T . A . T . pode ser
lho de ligação entre os diferentes níveis de
assimilada a uma situação de conflito por
funcionamento mental.
excelência. Efectivamente, há conflito desde
que se defrontem, como é o caso aqui, o O trabalho de ligação depende da repar-
princípio do prazer e o princípio da reali- tição de energia (ou do grau de investimento)
dade, a representação das coisas e a repre- quer das funções do Eu consciente, quer das
sentação das palavras, ou, ainda, o desejo representações fantasmáticas inconscientes,
e a defesa, «O mundo privado da fantasia quer ainda das operações defensivas. Existe
e o mundo do bom-senso e da opinião)) uma relação inversamente proporcional en-
(Lagache), a razão e a desrazão... tre a pressão fantasmática reactivada pelo
O que nos é então dado observar não são estímulo e a qualidade da elaboraç"ao cons-
as motivações ou necessidades, frequente- ciente: quanto mais a imagem é ((signifi-
mente anedóticas, mas os moidos particulares cante)) para o sujeito, mais ela prevalece
e sempre singulares de fLmcionamento de sobre a ideia clara de objecto-objectivo pre-
um determinado indivíduo, em toda a situa- sente e menos o Eu consegue obedecer ao
ção geradora de conflito. princípio da realidade (distinguir o perce-
Admitimos que o processo T. A. T., isto bido da imagem alucinada) e narrar uma
é, o proaesso de elaboração de cada uma ((história)). Efectivamente, o trabalho do
das histórias, passa pelas seguintes etapas: pensamento não é muito compatível com
a) A imagem é percebida; uma excessiva elevação quantitativa ou qua-
b) Essa percepção desencadeia as repre- litativa: a sobrecarga fantasmática do per-
sentações inconscientes e os afectos cebido e/ou uma excessiva quantidade de

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afectos comprometem esse trabalho, alte- representações/afectos e aquelas que
r a m e podem mesmo desestruturar a narra- revelariam, pelo contrário, o abandono
tiva. a fantasia.
Chegamos, assim, a noção de investimento
«a boa distância)) que permitiria um tra- Como vimos já, na melhor das hipóteses,
balho de ligação ideal: aquele que compro- estas modalidades contrabalançam-se har-
mete uma mesma quantidade de energia nas moniosamente para assegurar, ao mesmo
estruturas inconscientes e pré-conscientes/ tempo, o controlo pela realidade e o mer-
/conscientes. Uma história correctamente gulho no fantasmático. Isso não exclui os
secundarizada, em relação com o conteúdo «reveses» provocados ocasionalmente pelas
manifesto da imagem, mas impregnada de regressões demasiado amplas, mas que são
uma rica ressonância fantasmática, em re- seguidas de um retomar da distância. Nou-
lação com o conteúdo latente, revelaria esse tros casos, mecanismos demasiado massivos
tipo de investimento equilibrado. podem perder o seu valor de desprendi-
Na realidade, porém, ora prevalece o fan- mento face a uma pressão fantasmática
tasma, isto é, o desejo e a recordação -sob excessivamente angustiante. Enfim, a po-
pena de desequilíbrio dos elementos do breza dos mecanismos empregues, o seu
real-, ora são as funções conscientes que desfiar constante e a importância da inibi-
vêm esterilizar a vida imaginária. Num ção determinam igualmente as perturbações
caso ou noutro, podemos falar de patologia, significativas no processo da resposta.
enquanto o trabalho harmonioso de Zigqão, Os procedimentos intitulados A e B ( 3 )
se é realizado, testemunha o aspecto nor- remetem para os mecanismos neurótica,
mativo da organização mental e das suas isto é, para os conflitos inter-sistémicos (Zd
potencialidades criadoras. e Super-Eu através do Eu), podendo ser
representados na cena mental quer sob a
MÉTODO
forma de um pensamento (como é o caso
mais frequente nas estruturas obsessivas),
Os protocolos são analisados com a ajuda quer sob a forma de uma relação interpes-
de uma folha de análise construída de modo soal, onde os protagonistas da cena confi-
a revelar: guram as instâricias em conflito, como
preferencialmente se passa nas estruturas
-os procedimentos usados pelo sujeito de tipo histérico.
para a construção das histórias. Estes Os procedimentos intitulados C revelam
pr&mentos, que têm em conta a inicialmente os mecanismos que podemos
forma e o conteúdo, remetem para as ligar a angústia e a fuga fóbica (CFo);mas
diversas modalidades de funcionamento abordamos logo as modalidades de funcio-
mental correspondente aos registos neu- namento que se particularizam pela ausência
róticos, psicóticos e as organizações dos conflitos neuróticos e a presença de um
ditas (estados-limite))(2); pensamento factual, conforme as ideias re-
cebidas e ii opinião (CFa); as modalidades
- o equilíbrio, ou o desequilíbrio, exis- N foram observadas nas organizações domi-
tente entre as modalidades destinadas nadas pelos problemas do narcisismo; enfim,
ao distanciamento e ao controlo das as respostas do tipo M vãlo ao encontro das
precedentes na medida em que se trata de
(a) O quadro nosográfico de estados-limite
corresponde a uma realidade clínica incontestável.
mecanismos antídepressivos.
Inspirámo-nos em trabalhos de Kernberg e de
Bergeret. (3) Ver a Folha de Análise em anexo.

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Os factores remetem para algumas reac- no movimento regressivo que aqui, precisa-
ções ao nível do comportamento que ates- mente, não se produziram.
tam os arevezem da mentalização. A última rubrica da ficha de análise des-
Por fim, os factores E agrupam as moda- tina-se a formular a hipótese sobre o modo
lidades de pensamentto saturadas em pro- dominante, e supostamente habitual, de fun-
cesso primário. Aí retemos tanto as princi- cionamento do indivíduo face aos conflitos:
pais deformações do real, quanto os meca- isto é, sobre a estrutura individual.
nismos primários, como a projecção e a cli- Esto hipótese resulta da análise dos ele-
vagem, passando por tudo to que atesta a mentos cotados na ficha, isto é, das relações
falha da vigilância e do pensamento secun- dinâmicas e económicas existentes entre as
dário. modalidades de funcionamento em presença
A noção de legibilidade que introduzimos no conjunto do protocolo. Ela apoia-se igual-
para abordar a hipótese sobre a organização mente na integração dos conteúdos das
estrutural, destina-se a considerar as rela- sucessivas narrativas sob a forma dos três
ções dinâmicas e económicas existentes en- elementos diferenciais seguintes: natureza
tre as diversas modalidades de funci'ona- da angústia, natureza da conflito, tipo de
mento que são utilizadas na construção das relação de objecto dominante.
histórias. Podemos observar que o que se refere a
A legibilidade é considerada «boa)) (sinó- problemática singular do sujeito não é muito
nima das organizações que entram no qua- considerado na elaboração desta hipótese.
dro das variações da normal) quando: A problemática encenada pelo sujeito é
discutida na altura da análise de cada uma
-as histórias são correctamente estrutu- das narrativas, mas procuramos saber, antes
radas (secundarização satisfatória);
de mais, se o sujeibo chegou a simbolizar,
-os procedimentos usados são variados a sua maneira, o conteúdo latente da ima-
(podendo verificar-se em todos os re-
gem, e, no caso contrário, qual o tipo e qual
gistos, dominando A e B), flexíveis,
o nível da problemática por que ele a subs-
participando na elaboração da narra-
tituiu. No fim do protooolo -e para evitar
tiva;
cair na anedota ou nas nossas próprias pro-
-os afectos estão presentes, ligados as
jecções-~ que procuramos apreciar é o
representações;
nível da problemática do sujeito, o que sur-
- existe uma ressonância fantasmática,
ge, em última análise, através do nível e
relacionada com o conteúdo latente da
das mlodalidades do seu funcionamento
imagem.
mental.
Numa continuidade regressiva, a legibi-
lidade altera-se, deteriora-se devido a uma
FOLHA DE ANALISE DO T. A. T.
sobrecarga económica, podendo atingir os
três últimos items: um forte impacto fantas- - Nome:
mático que mobiliza as defesas massivas ou -Data do exame: -Idade:
as modalidades de funcionamento arcaico, - Profissão:
o que pode mesmo desorganizar o curso do - Nível escolar e sócio-cultural:
pensamento. ***
Mas a legibilidade é igualmente alterada
se estamos em presença de uma história Factores da série A (Rigidez)
desprovida de qualquer ressonância fantas- (A. O : Conflito intrapessoal)
mática e dos mecanismios de defesa suficien- A. 1 - 1 -- História construída próximo do te-
temente seguros para serem os protectores ma banal

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2 - Recurso a referências literárias, cul- 6 -Representações contrastadas, alter-
turais, ao sonho nância entre estados emocionais
3 - Integração das referências sociais e opostos
do senso comum 7 - Balanceamento entre desejos contra-
A. 2 - 1 - Descrição detalhada relativa aos Db ditórios. Final com valor de realiza-
Ban (ou mais raramente evocados, ção mágica do desejo
inclusivé expressões e posturas) 8 - Exclamações, digressões, conientá-
2 -Justificação das interpretações por rios, apreciações pessoais
esses Dd 9 - Erotização das relações, predomínio
3 - Precauções verbais da temática sexual e/ou simbolismo
4 - Afastamento espacio-temporal transparente
5 - Precisões numéricas 10 - Vinculação aos Dd narcisicos (valên-
6 - Hesitações entre interpretaç3es dife- cia positiva ou negativa)
rentes 11 - Instabilidade nas identificações. He-
7 - Balanceamento entre a expressão da sitação sobre o sexo dos personagens
agressividade e da defesa 12 - Acento posto sobre uma temática
8 - Ruminação do estilo: ir, correr, dizer, fugir, etc.
9 - Anulação 13 - Presença de temas de medo, catás-
10 - Elementos do tipo formação reactiva trofe, vertigem, etc., num contexto
(limpeza, ordem, ajuda, dever, eco- dramatizado
nomia, etc.)
11 - Denegação
Factores da série C (Inibição)
12 -Insistência no fictício
13 - Intelectualização (abstracção, simbo- / 1 -Tempo de latência longo e/ou silên-
Iização, título dado a história em cios importantes intranarrativos
relação com o C. M.) 2 - Tendência geral para a restrição
14 - Alteração brusca de direcção no de- 3 - Anonimato dos personagens
correr d a história (acompanhada OU 4 -Conflitos não exprimidos. Motivos
não de pausa no discurso) não precisados
15 - Isolamento dos elementos ou dos 5 - Narrativas banalizadas a todo o
personagens custo, impessoais. Bloqueios
16-Dd evocado e não integrado 6 - Necessidade de fazer perguntas.
Tendência recusa. Recusa
17 - Acentuar dos conflitos intrapessoais
7 -Evocação de elementos ansiogénicos
18 - Afectos expressos a minima seguidos ou precedidos de paragens
no discurso

Factores da série B (Labilidade) 1 - Apego ao conteúdo manifesto


2 - Acentuar do quotidiano, do factual,
(B. O : Conflito interpessoal) do actual, do concreto
B. 1 - 1 -História construída em torno de uma 3 -Acentuar do fazer
fantasia pessoal 4 - Apeio a normas exteriores
2 - Introdução de personagens que não 5 - Afectos de circunstância
figuram na iqagem
3 - Identificações flexíveis e difusas /N/ 1 -Acentuar do sentir subjectivo (não
4 -Expressão verbalizada de afectos va- relacional)
riados, modulados pelo estímulo 2 - Referências pessoais ou autobiográ-
B. 2 - 1 - Entrada directa na expressão ficas
2 - História de «ressalto». Fabulação 3 - Afecto - título
longe da imagem 4 - Postura significante de afectos
3 -Acentuar das relações interpessoais. 5 - Acentuar das qualidades sensoriais
Narrativa em diálogo 6 -Insistência no assinjilar dos limites
4 -Expressão verbalizada de afectos e dos contornos
fortes ou exagerados 7 - Relações especulares
5 - Gosto pelo drama. Teatralismo 8 - Descrição

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/M/ 1 -Acentuar de uma temática de perda, 18 - Projecção
suporte, apoio 19 - Percepção do mau objecto
2 -Idealização do objecto (valência posi- 20 - Procura arbitrária da intencionali-
tiva ou negativa) dade da imagem e/ou das fisiono-
3 -Piruetas, reviravoltas mias ou atitudes
21 - Clivagem do objecto

Factores da série D (Comportamento) ***


1.O) Procedimentos presentes
D. 1 - Agitação motora. Mímicas e/ou ex-
pressões corporais -A ...........
I - Perguntas feitas ao examinador -B ...........
3 -Críticas do material e/ou da situa- -C F, ........ CF, ........ C N ........ C M........
ção -D ...........
4 - Ironia, escárnio -E ...........
5-Piscar o olho ao examinador 2.") Avdiaqão das modalidades de funcionamento
menfal

Factores da série E Tipo I (Legibilidade +)


(Emergência dos prwessos primários)
- Procedimentos flexíveis e variados («mis-
E. 1 - Percepção de Dd raros ou bizarros turados)))
2 -Justificações arbitrárias a partir des- -Presença dos factores Ai e Bi
ses Dd - Afectos variados
- Histórias estruturadas
3 - Falsas percepções
- Ressonância fantasmática
4 - Percepção de objectos fragmentados
(e/ou de objectos deteriorados ou de Tipo 2 (Legibilidade 2)
personagens doentes, malformados)
5 - Percepções sensoriais - Predomínio dos factores A,
6 - Escotomia de objectos manifestos - )) )) elou Bi
7 - Confusão das identidades (atelesco- - )) )) n c
pagem dos papéis))) - )) >> D))

8 - Instabilidade dos objectos - Produção alterada pelos mecanismos em


9 - Desorganização das sequências tem- acção, permitindo um desprendimento
porais parcial (impacte fantasmático subjacen-
10 -Perseveração te)
11 -Inadequação do tema ao estímulo:
Tipo 3 (Legibilidade-ou )I
I Fabulação fora da imagem
Abstracção, sim,bolismo hermético
12 - Expressões «cruas» ligadas a uma -Predomínio dos factores E
temática sexual ou agressiva - )) )) e C
13 - Expressão de afectos elou represen- - )) )> e D
tações massivas ligadas a qualquer - Defesas massivas, afectos massivos (in-
problemática (das quais a incapaci- vasão dos fantasmas subjacentes)
dade, o desfecho, o êxito megaló-
mano, o medo, a morte, a destrui-
ção, a perseguição, etc.) 3.") Hipótese sobre a organizqão estrutural
14 - Desorganizações verbais (perturba-
ções da sintaxe) (Ter em conta os seguintes elementos dife-
15 - Discurso vago, indeterminado, fluido renciais: natureza do conflito, natureza da
16 - Associações por consonância ou con- angústia, tipo de relação de objecto domi-
tiguidade, associações bruscas sem nante, estádios de fixações-regressões do-
lógica minantes, modalidades defensivas dominan-
i 7 - Associações curtas tes)

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