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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo

16º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo


FIAM-FAAM / Anhembi Morumbi – São Paulo – Novembro de 2018
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Fundamentos teóricos do Jornalismo: cultura,


autoridade e práxis

Ementa: A dinâmica entre realidade e conceitos provoca oito pesquisadores de seis


universidades a estabelecerem categorias analíticas para entender o jornalismo
contemporâneo. Eles questionam como os jornalistas promovem sua imagem, como
buscam formas de sustentar sua legitimidade e em que sentido desenvolvem sua práxis
diante de um contexto de irracionalidade. Ao buscar amparo em conceitos da teoria do
jornalismo e também de áreas auxiliares como a economia política e a filosofia, os
autores sustentam que as transformações pelas quais passam o jornalismo exigem
caminhos que não estão explícitos nas respostas fenomenológicas e instrumentais
dispostas pela categoria profissional e pelo mercado. Como materialização especializada
de sentidos presentes na sociedade, o jornalismo oferece “a realidade transbordando do
conceito” em suas contradições, misérias e potências. Um objeto complexo que exige a
urgência da fundamentação teórica.

Palavras-chave: Epistemologia do Jornalismo. Verdade. Autoridade. Imaginário. Práxis

TRABALHOS

Os Olhos da Nação - A Metáfora que acompanha as Transformações no Imaginário


do Jornalismo

Resumo: Na busca por compreender as transformações do Jornalismo na passagem do período


industrial (século XIX) ao pós-industrial, quando o campo jornalístico se vê tensionado por
elementos externos à hegemonia da indústria de notícias (ANDERSON, BELL, SHIRKY,
2013), este artigo busca no diálogo com a Teoria Geral do Imaginário (DURAND, 2012)
atravessamentos que ofereçam novas elucidações para os desafios do campo. Empreendemos,

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para fins exploratórios, uma leitura simbólica de um texto clássico da epistemologia do


Jornalismo: Imprensa e Dever de Verdade, de Rui Barbosa. Da análise, percebemos a força da
metáfora ocular: a Imprensa era tida como a “vista da nação” – que permitiam ao País discernir
certo e errado, verdades e mentiras (BARBOSA, 1990). Será que hoje, com o desbastamento do
imaginário heróico do Jornalismo e de sua relação com o Estado, essa visão ainda se
sustentaria?

Palavras-chave: Jornalismo Pós-Industrial; Imaginário; Epistemologia do Jornalismo

As características dos jornais como poder


cultural: releituras da Teoria do Jornalismo proposta por Otto Groth

Resumo: O jornalismo, como um produto cultural que resulta de necessidades sociais, é objeto
de sistemática e complexa exposição por parte de Otto Groth. O objetivo desse texto é
recuperar, analítica e criticamente, as vinculações que o autor estabelece das características do
jornalismo com a cultura, entendendo o jornal como materialização especializada de sentidos
presentes na sociedade. Ao realizar uma breve revisão dos textos analíticos sobre a ciência
jornalística proposta por Groth, identificamos a ausência de reflexões sobre as vinculações da
concepção neokantiana que estrutura a proposta e as características do jornal. Nesse ensejo,
apresentamos uma breve análise conceitual da ciência jornalística como ciência do espírito, para
depois explorar as características dos jornais: periodicidade, atualidade, universalidade e
publicidade.

Palavras-chave: Otto Groth; Epistemologia; Jornalismo; Características dos Jornais.

‘Fake news’ e as contradições da retórica de autolegitimação do Jornalismo: um


caso de paralaxe

Resumo: O artigo apresenta questões sobre as contradições do recrudescimento da retórica de


autolegitimação da prática jornalística com a crise do estatuto histórico das concepções de
verdade/veracidade no contexto de disseminação das chamadas "fake news". Considera-se no
artigo a hipótese de que a resposta do campo jornalístico ao fenômeno tem buscado amparo em
elementos deontológicos ancorados em uma releitura do “realismo ingênuo” (GOMES, 2009), o
que fragiliza o argumento de autolegitimação, aproxima a retórica do campo de uma
“mitologia” (BARTHES, 1982) com elementos estruturais semelhantes ao do fenômeno que
combate (as próprias “fake news”) e contribui para abreviar a compreensão da complexidade do
fenômeno cultural mais amplo: a disseminação social de modelos narrativos respaldados por
padrões culturais aderentes pavimentados na vida cotidiana.

Palavras-chave: Jornalismo; Fake News; Autolegitimação; Verdade; Veracidade.

Notas sobre a construção da autoridade jornalística via autorreferencialidade no


jornalismo audiovisual para internet

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A partir de uma análise formal dos vídeos dos jornais Folha de S. Paulo e O Globo,
argumentamos que a autorreferencialidade tem se configurado como um elemento estratégico
para a construção da autoridade jornalística no audiovisual online. Em um contexto de consumo
midiático cada vez mais competitivo, jornais de tradição impressa têm investido em TVs
próprias e se valido de algumas estratégias discursivas para garantir sua legitimidade tanto como
organização empresarial, quanto como instituição jornalística. No corpus de vídeos publicados
entre os meses de janeiro e abril de 2018 nos canais dos dois jornais no YouTube, mapeamos o
uso de quatro recursos autorreferenciais com este fim. O artigo se inscreve na missão de
compreender as implicações práticas das novas formas de mídia na mídia tradicional
para construir teorias sobre uma abordagem institucional do jornalismo, sobretudo no
que diz respeito aos valores que legitimam a instituição.

Palavras-chave: jornalismo audiovisual; vídeo jornalístico online; valores do jornalismo;


autoridade jornalística; autorreferencialidade

“Fake News”, pós-verdade e sociedade do capital: o irracionalismo como motor da


desinformação jornalística

Resumo: Investiga-se a constituição histórico-social do fenômeno da pós-verdade e, no âmbito


jornalístico, das chamadas “fake news” (CHRISTOFOLETTI, 2018), analisando-as como
decorrentes de processos econômicos, sociais e ideológicos característicos das mutações no
sistema metabólico do capital. Assim, busca-se compreender a relação entre as mudanças do
sistema e a consolidação e intensificação da pós-modernidade, dimensão ideológica e cultural
do capitalismo tardio (JAMESON, 1997 e EAGLETON, 2006), em sua recente inserção na
esfera cotidiana, a pós-verdade. Por meio do debate em torno das categorias lukacsianas de
irracionalismo e decadência ideológica, propõe-se uma reflexão sobre os fundamentos
ontológicos da desinformação jornalística e, por conseguinte, da perda da realidade objetiva por
ela promovida.

Palavras-chave: Teoria do Jornalismo; Fake News; Capital; Decadência Ideológica;


Irracionalismo.

Práxis criadora e práxis reiterativa: uma proposta de análise para o jornalismo em


transformação no contexto pós-industrial

Resumo: O artigo propõe uma reflexão sobre a crise do jornalismo com base no conceito de
práxis, questionando os limites da atividade dentro das redações tradicionais e a possibilidade
de desnaturalização de pressupostos históricos da profissão no contexto das redes sociais
digitais. O objetivo é transformar os conceitos de práxis criadora e práxis reiterativa em
categorias de análise para apreender as transformações do jornalismo levando em conta os
tensionamentos ao modelo tradicional de imprensa propostos pelo paradigma pós-industrial.
Entende-se que esta reflexão, mais do que uma proposta metodológica para a compreensão do
campo profissional, é relevante para pensar transformações na pesquisa em jornalismo,

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articulando-a, do ponto de vista epistemológico, à dialética. Sánchez Vazquez (1977), Heinrich


(2011), Anderson, Bell e Shirky (2013), Primo (2011) e Deuze e Witschge (2018) são alguns dos
autores mobilizados.

Palavras-chave: crise do jornalismo; práxis; jornalismo pós-industrial; pesquisa em jornalismo.

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