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Dentre os seus vizinhos latinos, o Brasil é um dos países que mais se destaca
na implementação e criação de leis para regulamentar a situação de refúgio. O governo
brasileiro foi o primeiro do continente latino a ratificar a Convenção de 1951, apesar da
a limitação temporal e geográfica característica do tratado - conceder o status de
refugiado àqueles que se migraram forçosamente em razão dos ocorridos antes de 1º
de janeiro de 1951, dessa forma acolhendo apenas refugiados europeus e não abrindo
essa política para pessoas que enfrentavam condições de perseguição e violação dos
direitos humanos nos países além fronteiras.
II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua
residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das
circunstâncias descritas no inciso anterior;
Além do CONARE, outro órgão que tem uma grande importância no Brasil é o
ACNUR. Iniciando suas atividades no Brasil em 1982, a Agência da ONU para
Refugiados a princípio auxiliou os cidadãos europeus que procuravam abrigo
temporário em terras brasileiras. Somente em 1989 o escritório regional passou a atuar
em Brasília. No Brasil, o ACNUR tem o papel de contribuir para a formação de políticas
públicas no tema de refúgio e migrações forçadas, fiscalização das medidas brasileiras
tomadas pelo governo para promoção do refúgio, e implementação de projetos de
caráter humanitário
Baseada nos princípios dos Direitos Humanos, a nova Lei de Migração define
imigrantes, emigrantes e apátridas e visa a garantia de que os imigrantes possam
gozar dos mesmos direitos que cidadão brasileiros. A nova Lei também descriminaliza
as migrações, tornando ilegal prender migrantes por estarem irregulares no Brasil.
"Assim, é preciso ter atenção aos casos empíricos que evidenciam que há
muitas outras pessoas deslocadas que não estão incluídas nas atuais definições de
refugiado, todavia também não estão excluídas. Cite-se aquelas pessoas que deixaram
seus países de origem em razão de situações terríveis como miséria econômica
generalizada, fragilidade democrática e tantas outras formas de violação ou restrição a
direitos fundamentais, mas que não são consideradas oficialmente refugiadas, vez que
estas situações não são vislumbradas no regime atual ."
Além das questões jurídicas e legislativas, o Brasil enfrenta alguns desafios
quanto a sua estrutura. Segundo um Relatório publicado pelo CONARE em março de
2018, o Brasil atingiu o número de 86 mil solicitações de refúgio no país e contava com
apenas 14 funcionários para avaliar os pedidos. Com isso, a fila de espera é lenta e
milhares desses pedidos de refúgio ficam sem resposta.
Considerações finais