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Dois evidentes erros das religiões oriundas da revolta protestante:

1) É de comum crença, a tais religiões, que a Bíblia é o único instrumento de fé e moral. Tal
crença é contraditória pelo fato de não haver nenhum Livro da Bíblia que evidencia a lista dos
Livros, cridos como inspirados por Deus, que formam a Bíblia. A lista da Bíblia começou a ser
proposta regionalmente no século II, sobretudo por causa de hereges gnósticos que ou queriam
tornar canônicos livros apócrifos que não eram escritos autênticos de Apóstolos ou Evangelistas
ou queriam desconsiderar e descartar Livros Sagrados, como foi o caso do Bispo Marcião da
cidade de Sinope, sempre com a finalidade de justificar suas torpes crenças contrárias ao
cristianismo. Porém, a lista, tal como se tem hoje do Novo e do Velho Testamento (Católico), só
foi reconhecida e estabelecida por Bispos nos Concílios da Igreja Católica no final do século IV
[1].

2) A eclesiologia crida e disseminada por tais religiões, apesar de aparentemente não ser o
caso de uma minoria, é contrária às Sagradas Escrituras e ao cristianismo. Primeiro, pelo dizer
de Jesus que evidencia a perpetuidade de sua Igreja: “E eu (Jesus) digo-te que tu és Pedro, e
sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
(Mt 16,18). É de comum contestação, de tais religiões e seus adeptos, de que tal Igreja que
falara Jesus é invisível e que sua eclesiologia é manifesta de forma subjetiva, e, como é o caso
da maioria, acabam por chegar ao igualitarismo eclesiológico, ou seja, não se há uma
hierarquia. Porém, dos inúmeros discípulos de Jesus, foram ordenados primeiramente apenas
doze, que são chamados Apóstolos. Duas décadas depois da Ascenção de Jesus, o que viria a
ser ordenado e contado como Apóstolo, S. Paulo, se converte em sua perseguição às Igrejas.
Dos dizeres do Apóstolo S. Paulo se evidencia duas coisas que provam que a eclesiologia não é
igualitária e/ou subjetiva da forma que pregam, nem que a verdadeira Igreja de Cristo é
invisível. Primeiro pelos dizeres do Apóstolo que evidenciam três graus de ordenação [2] na
hierarquia do Magistério da Igreja de Cristo: Diácono (1Tm 3,8-12), Presbítero (Tt 1,5) [3] e o
Bispo (At 20,28). Segundo por seu dizer de que são os Bispos, sucessores dos Apóstolos, que
devem reger os cristãos e a perpétua Igreja de Cristo: “Atendei a vós mesmos e a todo o
rebanho, sobre que o Espírito Santo vos constituiu Bispos, para governardes a Igreja de Deus,
que ele adquiriu com o seu próprio sangue.” (Atos 20,28).

Entretanto, é verdade que a perpétua Igreja de Cristo tem seu aspecto invisível, mas Ela é
também visível, do contrário não seria o Corpo de Cristo (Ef 5,23), pois não existe corpo
invisível, e cujo governo se dá pelos Bispos (At 20,28). Também é verdade que há uma
subjetividade no ser Igreja (1Co 12,27), contanto, porém, que se esteja em comunhão em
unidade de Fé com o Magistério da Igreja de Cristo, afinal a Fé não pode senão ser uma (Ef
4,5). A Igreja, sendo o Corpo de Cristo, cujo a Cabeça é o Cristo, sempre pregou que fora desse
Corpo não pode haver salvação. Por fim, eis o dizer do mais famoso Bispo da Igreja na era
primitiva: “Fora da Igreja Católica pode encontrar-se tudo, menos a salvação. Pode-se ter
honra, pode haver Sacramentos, pode cantar-se o 'Aleluia', pode responder-se o 'Amém', pode
defender-se o Evangelho, pode ter-se fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo e, inclusive, até
pregá-la. Mas nunca, se não for na Igreja Católica, pode encontrar-se a salvação.” (Santo
Agostinho – Sermão ao povo de Cesareia, Capítulo VI – Fonte:
https://www.augustinus.it/italiano/discorso_cesarea/index2.htm)
[1] Disse o historiador e teólogo protestante Philip Schaff: “O concílio de Hipona em 393, e o
terceiro (de acordo com outro acerto de contas o sexto), concílio de Cartago, em 397, sob a
influência de Agostinho, que participou de ambos, fixou o cânone católico das Escrituras
Sagradas, incluindo os apócrifos do Antigo Testamento [...]. O cânon do Novo Testamento é o
mesmo que o nosso. Esta decisão da Igreja de além-mar, no entanto, foi sujeita a ratificação, e
recebeu a concordância da Sé Romana quando Inocêncio I e Gelásio I (414 d.C) repetiram o
mesmo índice de livros bíblicos. Este cânone permaneceu intacto até o século XVI, e foi aprovada
pelo concílio de Trento na sua quarta sessão.” (SCHAFF, Philip, História da Igreja Cristã, vol. III -
Fonte: http://www.ccel.org/ccel/schaff/hcc3.iii.xiii.xix.html)

[2] A ordenação acontece sucessivamente, desde o Apóstolo, pela imposição de mãos (1Tm 4,14
e 1Tm 5,22)

[3] Presbítero é o “ancião” ou “sacerdote” que passou a ser designado como “Padre”, não só
pela Igreja Católica mas também pelas igrejas do Oriente que dela se separaram no medievo.

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