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Objetiva MPF 2016

1ª Rodada Objetivas MPF


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1. (EMAGIS) DENTRE OS ENUNCIADOS ABAIXO, ESTÃO CORRETOS:

I – A teoria interna dos direitos fundamentais adota a separação entre o conteúdo do direito e
limites que lhe são impostos do exterior, oriundos de outros direitos.

II – A teoria externa busca a superação dos conflitos de direitos fundamentais por meio da
delimitação, num primeiro momento, do direito prima facie envolvido e, em seguida, por meio da
investigação da existência de limites justificáveis impostos por outros direitos de modo a impedir
que o direito aparente seja considerado um direito definitivo.

III – O STF já admitiu a chamada ponderação de segundo grau, ou seja, apesar de a regra de
colisão já ter sido previamente estabelecida na Constituição (e o constituinte ter ponderado a
limitação dos direitos em colisão), submeteu-se essa regra a uma nova ponderação.

IV - A proteção do conteúdo essencial consiste no reconhecimento da existência de núcleo


permanente, que não pode ser afetado de forma alguma, em todo direito fundamental.

(a) I, II, III e IV


(b) II, III e IV
(c) II e III
(d) IV

2. (EMAGIS) ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:

(a) Segundo o STF, gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, sem
conhecimento do outro, quando ausente causa legal de sigilo ou de reserva da
conversação não é considerada prova ilícita.
(b) Para o STF, viola a Constituição Federal e a Convenção da Organização das Nações
Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência exigir que a situação de deficiência
seja um embaraço para o exercício das funções do cargo almejado.
(c) Segundo o STF, no âmbito do Programa Universidade para Todos, a desigualação em
favor dos estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas e os egressos de
escolas privadas que hajam sido contemplados com bolsa integral não ofende a
Constituição pátria, porquanto se trata de um discrímen que acompanha a toada de
compensação de uma anterior e factual inferioridade (ciclos cumulativos de desvantagens
competitivas).
(d) Para o STF, é constitucional a proibição às emissoras de rádio e televisão de uso de
trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que degradem ou ridicularizem
candidato, partido ou coligação.

3. (EMAGIS) DENTRE OS ENUNCIADOS ABAIXO, ESTÃO CORRETOS:

I – No Caso Ellwanger, o STF decidiu que a liberdade de expressão protege mesmo

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manifestações de cunho anti-semita.

II – Os instrumentos internacionais de direitos humanos e as instituições encarregadas do seu


monitoramento são em geral omissos quanto ao problema do hate speech, atribuindo a cada
Estado tolerá-lo ou não.

III – A proibição do hate speech pode ser concebida não como vedação ao dissenso em relação
aos valores básicos da comunidade, mas como um instrumento necessário a garantia da
integridade do próprio discurso público, que, para poder desempenhar o seu papel numa
democracia marcada pelo pluralismo, deve estar estruturado sobre regras que assegurem o
reconhecimento da igual dignidade de todos os seus participantes.

IV - A Constituição de 88 não e libertária e não associa a liberdade humana a simples abstenção


estatal, o que ampara a pretensão estatal de coibir as manifestações que silenciem as vozes
das suas vítimas, como as envolvidas no hate speech.

(a) I, II, III e IV


(b) II, III e IV
(c) III e IV
(d) II

4. (EMAGIS) ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA

(a) A internacionalização dos direitos humanos, em sentido amplo, consiste na existência


de normas do Direito Internacional (tratados, costumes internacionais e princípios de
Direito Internacional, atos unilaterais, resoluções de organizações internacionais)
regulando a matéria. As normas de combate à escravidão não são apontadas como
espécie de normas que indicam essa internacionalização porque motivadas pelo desejo
dos Estados industrializados de aumentar o mercado para suas manufaturas.
(b) No Direito Internacional, a norma de jus cogens é aquela que contém valores
considerados essenciais para a comunidade internacional como um todo e que, por isso,
possui superioridade normativa no choque com outras normas de Direito Internacional. A
Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados (CVDT) positivou esse conceito e trouxe
um rol de normas pertencentes ao jus cogens, entre as quais podem ser destacadas a
proibição do uso da força, determinadas violações de direitos humanos e os crimes
internacionais.
(c) A obrigação de o Estado garantir o exercício de direitos humanos, prevista no artigo 1.1
da Convenção Americana, concretiza uma obrigação de fazer, que consiste na
organização de estruturas e procedimentos capazes de prevenir, investigar e punir toda
violação, pública ou privada, de direitos dessa natureza, o que realça a dimensão objetiva
desses direitos. No caso Velásquez Rodriguez, a Corte Interamericana de Direitos
Humanos afirmou que esse dever de prevenção obriga os Estados a adotarem todas as
medidas para que eventuais violações a esses direitos sejam consideradas e tratadas
como um fato ilícito, suscetível de provocar a punição de quem as cometa.
(d) No caso López Mendoza vs. Venezuela, a Corte Interamericana de Direitos Humanos
decidiu que o fato de as sanções que impedem o exercício de funções públicas terem sido
impostas por um órgão administrativo - e não por uma condenação, por um juiz

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competente, em um processo penal - não violam, em uma interpretação sistemática e


evolutiva, o art. 23.2 da Convenção Americana de Direitos Humanos.

5. (EMAGIS) ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA

(a) A teoria da margem de apreciação nacional consiste na abstenção de análise, pela


Corte Europeia de Direitos Humanos, de casos polêmicos de direitos humanos, permitindo
que cada Estado do Conselho da Europa possa exercer uma “margem de apreciação”
sobre os contornos dos direitos protegidos. Com base nessa teoria, prevalece hoje na
Corte o entendimento, firmado no caso Cossey, de que cabe a cada Estado (no caso
referido, ao Reino Unido), dentro de sua margem de apreciação, decidir sobre a
possibilidade de transexuais modificarem sua identidade (alteração do sexo contido na
certidão de nascimento), com o consequente direito ao casamento, sem qualquer
ingerência por parte da Corte.
(b) A Corte Internacional de Justiça tem um destacado papel na aferição da
responsabilidade internacional do Estado por violações de direitos humanos,
especialmente porque seu Estatuto reconhece jus standi aos indíviduos para apresentar
petições em face dos Estados.
(c) Conforme entendimento firmado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos na
Opinião Consultiva n.º 20, o artigo 55 da Convenção Americana (que trata dos juízes ad
hoc) permite a indicação de juiz ad hoc por parte do Estado-réu (que não possua nenhum
juiz de sua nacionalidade na composição da Corte) nos casos iniciados na Comissão por
petição de vítimas de violação de direitos humanos.
(d) Como regra, o sistema convencional não contencioso de apuração de violações de
direitos humanos, baseado na apresentação de relatórios periódicos, pauta-se pelo diálogo
e pela implementação voluntária dos direitos protegidos. Embora os Estados devam
cumprir de boa-fé as obrigações assumidas no plano internacional, as recomendações dos
Comitês de monitoramento são caracterizadas pela ausência de força vinculante.

6. (EMAGIS) ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA

(a) O Protocolo de Istambul foi apresentado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Direitos Humanos em 1999 e consiste em um manual para a investigação e
documentação eficazes da tortura e outras penas ou tratamentos cruéis desumanos ou
degradantes. O Protocolo tem natureza de soft law e, portanto, não é vinculante aos
Estados, embora sirva para implementar o dever internacional do Estado de combater a
tortura.

(b) As Regras Mínimas para o Tratamento dos Presos, adotadas no âmbito da


Organização das Nações Unidas, estabelecem princípios e regras básicos para a
organização penitenciária e tratamento dos reclusos e, diante da força obrigatória de suas
normas para os Estados, foram expressamente mencionadas pela Corte Interamericana de
Direitos Humanos no caso Tibi vs. Equador, no qual a corte constatou o desrespeito, pelo
Equador, do direito a tratamento médico dos presos (art. 24).

(c) Os Princípios sobre a aplicação do direito internacional dos direitos humanos em


relação à orientação sexual e identidade de gênero (Princípios de Yogyakarta) definem a
orientação sexual como a capacidade de cada indivíduo experimentar atração afetiva,
emocional ou sexual por pessoas do gênero diferente, mesmo gênero ou mais de um
gênero, e a identidade de gênero como a experiência interna individual em relação ao
gênero, a qual pode corresponder ou não ao sexo atribuído quando do nascimento, e que

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inclui expressões de gênero como sentimento pessoal do corpo e o modo de vestir-se e


falar.

(d) No caso Sarayaku vs. Equador, a Corte Interamericana de Direitos Humanos entendeu
que, apesar de um Estado não ter ratificado a Convenção n.º 169 da Organização
Internacional do Trabalho - OIT, este documento serve como baliza interpretativa para
dimensionar as obrigações desse Estado, no tocante aos direitos dos povos indígenas,
perante a Convenção Americana de Direitos Humanos.

7. (EMAGIS) SOBRE OS SISTEMAS ELEITORAIS, ANALISE OS ITENS SEGUINTES:

I – O sistema majoritário, fundado no princípio da representação da maioria, foi adotado como


forma de provimento de alguns cargos eletivos no Brasil, como, por exemplo, governadores de
Estado, senadores e prefeitos de municípios com mais de 200.000 (duzentos mil) habitantes.

II – O sistema proporcional garante a representação de grupos ideológicos minoritários nas


casas legislativas, mas, por outro lado, contribui para a multiplicação de partidos e a
fragmentação partidária, emperrando a ação governamental. Atualmente, no Brasil, adota-se o
sistema proporcional de lista fechada.

III – O sistema distrital, de cunho majoritário, baseia-se na divisão da circunscrição eleitoral em


distritos, onde serão travadas as disputas entre os postulantes aos cargos eletivos, sendo que a
cada distrito corresponderá uma cadeira no parlamento. Como ponto positivo, acarreta o
barateamento das campanhas eleitorais, haja vista a menor amplitude do espaço em se
desenvolvem e do público-alvo destas. Em seu desfavor, tem-se uma ínfima representação dos
grupos minoritários da sociedade.

IV – O sistema misto, implementado com sucesso na Alemanha, caracteriza-se pela


combinação de elementos do majoritário e do proporcional, e tem por objeto as eleições para o
legislativo. Por esse sistema, também se subdivide a circunscrição em distritos, onde parcela
dos representantes será eleita pelo sistema majoritário, enquanto que a outra parte será eleita
pelo sistema proporcional, mediante a votação em um partido, que fixará uma lista fechada,
aberta ou flexível, a depender do modelo adotado.

Estão corretos os itens:

(a) I, II e III

(b) I e III
(c) III e IV
(d) II, III e IV

8. (EMAGIS) EM TEMA DE AÇÕES ELEITORAIS, ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:

(a) A Ação de Investigação Judiciária Eleitoral - AIJE, prevista no art. 22 da LC n.º 64/90,

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constitui o rito sumário do processo eleitoral, tem por bem jurídico tutelado a normalidade e
a legitimidade das eleições e hipóteses de cabimento específicas o abuso do poder
econômico e político, além do uso indevido dos meios de comunicação.

(b) A Ação de Impugnação de Registro de Candidatura – AIRC, instituída pelo art. 3º da LC


nº 64/90, ação de rito ordinário, deverá ser ajuizada no prazo de 5 (cinco) dias, contados
da publicação do pedido de registro do candidato, sendo legitimados ativos qualquer
candidato, partido político, coligação e o Ministério Público.
(c) A Ação de Impugnação de Mandato Eletivo – AIME, com previsão constitucional, possui
natureza desconstitutiva, devendo ser ajuizada no prazo decadencial de 15 (quinze) dias,
contados da diplomação, nos casos de abuso de poder político, corrupção ou fraude, e
tramitará em segredo de justiça.
(d) O Recurso Contra a Expedição de Diploma – RCD, que possui a natureza jurídica de
ação constitutiva negativa, que deverá ser ajuizada no prazo de 3 (três) dias, contados da
sessão de diplomação dos eleitos, sendo cabível apenas nas hipóteses de falta de
condições de elegibilidade, causas de inelegibilidades constitucionais ou inelegibilidades
supervenientes.

9. (EMAGIS) SOBRE O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL, ASSINALE A ALTERNATIVA


INCORRETA:

(a) O Procurador Geral Eleitoral é o Procurador Geral da República, que exercerá as


funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Superior Eleitoral e
designará, dentre os Subprocuradores Gerais da República, o Vice-Procurador-Geral
Eleitoral, que o substituirá em seus impedimentos e exercerá o cargo em caso de
vacância, até o provimento definitivo.

(b) O Procurador Regional Eleitoral, que exercerá as funções do Ministério Público nas
causas de competência do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, será designado pelo
Procurador Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da República no Estado e no
Distrito Federal, ou, onde não houver, dentre os Procuradores da República vitalícios, para
um mandato de dois anos, permitida uma recondução.

(c) Sendo a matéria eleitoral de natureza federal, compete ao Ministério Público Federal
exercer, no que couber, junto à Justiça Eleitoral, as funções do Ministério Público, atuando
em todas as fases e instâncias do processo eleitoral.
(d) As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os Juízes e Juntas Eleitorais
serão exercidas pelo Promotor Eleitoral, que será o membro do Ministério Público local que
oficie junto ao Juízo incumbido do serviço eleitoral de cada Zona, designado pelo
Procurador Geral de Justiça.

10. (EMAGIS) SOBRE A IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, VEJA AS SEGUINTES


AFIRMAÇÕES E, AO FINAL, ASSINALE A ALTERNATIVA CERTA:

I - É possível decretar, de forma fundamentada, medida cautelar de indisponibilidade de bens do


indiciado na hipótese em que existam fortes indícios acerca da prática de ato de improbidade
lesivo ao erário, sendo desnecessária a prova de "periculum in mora" concreto – ou seja, de que
o réu estaria dilapidando seu patrimônio ou de que eles estariam na iminência de fazê-lo.

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II - Em ação de improbidade administrativa, é possível que se determine a indisponibilidade de


bens (art. 7º da Lei 8.429/1992) – inclusive os adquiridos anteriormente ao suposto ato de
improbidade – em valor superior ao indicado na inicial da ação visando a garantir o integral
ressarcimento de eventual prejuízo ao erário.

III - O procedimento previsto na Lei 8.429/1992, em especial o juízo de delibação para


recebimento da petição inicial, precedido de notificação do demandado, é aplicável às ações de
responsabilidade civil para anular atos administrativos e obter o ressarcimento do dano
correspondente, ainda que não haja o propósito específico de aplicar sanções político-civis, de
caráter punitivo.

IV - A Lei 8.429/1992 prevê, no tocante ao prazo prescricional para a propositura da ação de


improbidade, o prazo de cinco anos, contados do término do exercício do mandato, cargo ou
função de confiança ou, ainda, da data da apresentação à administração pública da prestação
de contas final pelas entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou
creditício, de órgão público; caso o vínculo com a Administração Pública seja permanente
(ocupantes de cargo efetivo ou de emprego público), o prazo aplicável é o previsto em lei
específica para faltas disciplinares puníveis com demissão.

(a) Apenas as afirmações I, II e III estão corretas.


(b) Apenas as afirmações II, III e IV estão corretas.
(c) Apenas as afirmações I, II e IV estão corretas.
(d) Apenas as afirmações I, III e IV estão corretas.

11. (EMAGIS) É INCORRETO AFIRMAR QUE:

(a) É lícita a chamada caça de controle, consistente na destruição de animais silvestres


considerados nocivos à agricultura e à saúde pública.
(b) Diante da obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais,
incentivando a valorização e a difusão das manifestações culturais, o Supremo Tribunal
Federal considerou em conformidade com a Constituição Federal a festa folclórica de
matriz açoriana, chamada "farra do boi”, realizada no Estado de Santa Catarina.
(c) A criminalização do comércio de animais silvestres não se limita aos animais vivos, mas
se estende aos ovos e larvas.
(d) É condição indispensável para o credenciamento das instituições com atividades de
ensino ou pesquisa com animais a constituição prévia de Comissões de Ética no Uso de
Animais – CEUAs.

12. (EMAGIS) Em 1860, Dona Balbina deixou em testamento a antiga Fazenda Capão, em
Guarapuava (PR), para onze ex-escravos como indenização por trabalhos prestados. Durante
quase cem anos ali viveram seus descendentes, até a década de 70, quando foi iniciado um
processo de grilagem com atuação de pistoleiros, coordenado pelo então delegado de polícia da
Comarca. em 23/06/2015, Foi publicado no Diário Oficial da União o Decreto de Desapropriação
do território quilombola Invernada Paiol de Telha, localizado no município paranaense de

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Reserva do Iguaçu, na região central do estado.

Sobre o tema, veja as seguintes afirmações e, ao final, assinale a alternativa certa:

I - O Decreto de desapropriação está fadado à invalidação, diante do reconhecimento, pelo


Supremo Tribunal Federal, da inconstitucionalidade do Decreto n.º 4.887/2003, que regulamenta
o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das
terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos, na Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 3239.

II - O critério de auto-atribuição para a identificação da comunidade quilombola, previsto no


Decreto n.º 4.887/2003, tem fundamento de validade na Convenção 169 da Organização da
Organização Internacional do Trabalho, uma vez que essa Convenção tem “status" supralegal e
os povos quilombolas são considerados, para os efeitos dessa Convenção, como “povos
tribais”.

III - O INCRA estará autorizado a ingressar no imóvel de propriedade particular, objetivando a


adoção dos atos necessários à sua desapropriação.

IV - Em razão da proibição do corte, da supressão e da exploração da vegetação do Bioma


Mata Atlântica em estágio primário ou secundário de conservação, a manutenção de
comunidade quilombola em área dessa natureza é incompatível com os propósitos da Lei de
Mata Atlântica, devendo o Poder Público optar, para bem garantir o direito de acesso à terra da
comunidade, pela desapropriação em áreas já substancialmente alteradas ou degradadas,
como prevê, inclusive, a referida lei.

(a) Todos os itens estão corretos.

(b) Os itens III e IV estão errados.


(c) Somente o item IV está errado.
(d) Somente os itens II e III estão corretos.

13. (EMAGIS) ASSINALE A OPÇÃO INCORRETA:

(a) É prerrogativa constitucional do Tribunal de Contas o acesso a informações


relacionadas a operações financiadas com recursos públicos, não estando essas
abrangidas pelo sigilo bancário a que alude a LC 105/2001.

(b) A execução da decisão condenatória proferida pelo TCU, ainda que não inscrita em
dívida ativa, deve se dar em conformidade com a Lei 6.830/1980 (Lei de Execuções
Fiscais).
(c) As normas constitucionais que conformam o modelo federal de organização do Tribunal
de Contas da União são de observância obrigatória pelas Constituições dos Estados.
(d) O estado-membro não tem legitimidade para promover execução judicial para a
cobrança de multa imposta por Tribunal de Contas estadual à autoridade municipal.

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14. (EMAGIS) A empresa COMÉRCIO DE CALÇADOS JOÃO LTDA, que tem por objeto social
a comercialização de calçados, possui um setor próprio destinado ao transporte de suas
mercadorias, realizando-o diretamente. Em virtude disso, pretende abater da base de cálculo da
contribuição ao PIS e da COFINS os custos inerentes à aquisição de combustíveis, lubrificantes
e peças de reposição utilizados nos veículos dos quais faz uso para a entrega de seus produtos.
Tendo por base apenas o acima exposto, é correto afirmar:

(a) A pretensão da empresa é improcedente, pois a contribuição ao PIS e a COFINS não


podem adotar o sistema de não-cumulatividade.

(b) A pretensão da empresa é improcedente, pois, embora a Constituição permita que a lei
estabeleça a não-cumulatividade para a contribuição ao PIS e para a COFINS, o legislador
optou por não conferir esse regime aos referidos tributos.
(c) A pretensão da empresa é improcedente, pois, como o objeto social da empresa é a
comercialização de calçados, os combustíveis, lubrificantes e peças de reposição
utilizados nos veículos não podem ser considerados insumos.
(d) A pretensão da empresa é procedente, pois, caracterizada a prestação de serviços de
transporte, ainda que associada à venda de suas próprias mercadorias, as peças,
combustíveis e lubrificantes necessários a esse serviço devem ser considerados insumos.

15. (EMAGIS) NO QUE DIZ RESPEITO AO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO, É CORRETO


AFIRMAR:

(a) Pode ser instituído para atender a despesas extraordinárias decorrentes da iminência
de guerra externa.
(b) Em qualquer das suas hipóteses não se submete ao princípio da anterioridade de
exercício.
(c) Pode ser instituído por meio de lei delegada.

(d) No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional


não se submete à anterioridade nonagesimal.

16. (EMAGIS) ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:

(a) Não se reconhece o direito de passagem inocente a navios de guerra.

(b) O parâmetro de confronto no controle de convencionalidade internacional é a norma


internacional, em geral um determinado tratado, e seu objeto é toda norma interna,
independentemente de sua hierarquia, de modo que até mesmo uma norma editada pelo
Poder Constituinte originário pode ser submetida ao crivo de tribunais internacionais.

(c) O principal efeito do reconhecimento da beligerância é conferir de fato ao grupo


insurreto os direitos e deveres de estado, no tocante à guerra.
(d) A União Internacional de Telecomunicações (UIT) considera patrimônio comum da
humanidade o espectro de frequências e a órbita geoestacionária dos satélites.

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17. (EMAGIS) ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:

(a) De acordo com a Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os
Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias, cujo texto ainda se encontra
em tramitação no Congresso Nacional brasileiro, trabalhador migrante é toda pessoa que
vai exercer, exerce ou exerceu uma atividade remunerada num Estado de que não é
nacional. Essa Convenção não se aplica, em regra, aos refugiados e aos apátridas.

(b) Embora em sua concepção tradicional o asilo seja entendido como direito do Estado e
nao do individuo e sua concessao seja discricionaria, nao sujeita a reclamacao
internacional, o Brasil, apos a ratificacao da Convencao Americana de Direitos Humanos e
reconhecimento da jurisdicao obrigatoria da Corte Interamericana de Direitos Humanos,
nao podera mais conceder ou denegar asilo sem temer eventual sentenca condenatoria
vinculante da Corte.

(c) A lei brasileira que disciplina o Estatuto dos Refugiados de 1951 (Lei 9.474/1997)
adotou a definicao ampla de refugiado, defendida na Declaracao de Cartagena, pois prevê
que sera considerado refugiado pelo Brasil todo aquele que, devido a grave e generalizada
violacao de direitos humanos, e obrigado a deixar seu pais de nacionalidade para buscar
refugio em outro pais.
(d) Nos termos do Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta (“Estatuto da Igualdade”),
firmado entre Brasil e Portugal, os brasileiros que tenham residência habitual em Portugal
e os portugueses que a tenham no Brasil gozarão automaticamente dos mesmos direitos e
estarão sujeitos aos mesmos deveres dos nacionais desses Estados.

18. (EMAGIS) ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:

(a) A chamada Carta Rogatória executória, que tem por objeto atos cautelares de
constrição sobre pessoas e bens, não é aceita pela jurisprudência brasileira, uma vez que
medidas dessa natureza exigem decisão judicial estrangeira transitada em julgado.

(b) Na transferência de presos o consentimento do indivíduo é peça primordial, sem a qual


não é possível fazer avançar seu trâmite.
(c) O Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal entre o Brasil e os Estados
Unidos da América estabelece que a assistência somente será prestada se o fato sujeito a
investigação, inquérito ou ação penal seja punível na legislação de ambos os Estados.
(d) A prisão do extraditando é condição de procedibilidade do pleito extradicional, conforme
o art. 208 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, e, por essa razão, ocorre de
forma automática.

19. (EMAGIS) SOBRE O POSICIONAMENTO ESTATAL EM RELAÇÃO À ORDEM


ECONÔMICA, ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:

(a) O modelo de estado liberal se notabiliza por focar a autonomia individual do cidadão,
com a garantia da liberdade contratual e do direito à propriedade privada como pedras
angulares de um sistema de livre iniciativa e livre mercado.

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(b) O intervencionismo socialista é o modelo de posicionamento estatal em relação à


economia que ficou conhecido como estado de bem-estar social, ou welfare state, bastante
difundido no continente europeu no período do segundo pós-guerra.
(c) A partir da década de 1930, em razão da grande depressão do sistema financeiro
mundial, da verificação de falhas do sistema capitalista e da necessidade de fazer frente
aos esforços de guerra, além de outros eventos laterais, o Estado abandona uma posição
absenteísta e passa a intervir sobre a ordem econômica, relativizando, em alguns casos, a
liberdade contratual, e assumindo, para si, a prestação de serviços públicos e a exploração
direta de determinadas atividades econômicas.
(d) O modelo de Estado regulador consiste em um retorno às hostes do liberalismo
econômico, mas com os influxos das teorias sociais, caracterizando-se por adotar, como
regra, uma economia de mercado, fundada na livre iniciativa, mas voltada a assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, erigindo, portanto, uma
ordem econômica funcionalizada, sobre qual a intervenção estatal é excepcional e
subsidiária.

20. (EMAGIS) EM RELAÇÃO ÀS AGÊNCIAS REGULADORAS, JULGUE AS SEGUINTES


AFIRMAÇÕES:

I – O regime de contratação de pessoal das agências reguladoras é regido pela Consolidação


das Leis do Trabalho – CLT, por expressa disposição do art. 1º da Lei n.º 9.986/00.

II – As agências reguladoras integram a administração indireta, uma vez que possuem a


natureza jurídica de autarquias em regime especial, subordinadas, hierarquicamente, ao
Ministério da área sobre a qual atuam.

III – A independência das agências reguladoras decorre, de forma determinante, da previsão de


mandatos fixos para os seus diretores, que somente perderão o mandato em razão de
condenação judicial transitada em julgado, renúncia ou processo administrativo disciplinar, não
sendo admitida a exoneração ad nutum.

IV – A discricionariedade técnica das agências reguladoras consiste na possibilidade de edição


de atos normativos e decisões sobre os aspectos técnicos da área regulada, por deferência do
poder legislativo, que, ao disciplinar o setor de atuação da agência, deixa de ingressar em
aspectos técnicos, delegando essa função às agências, que possuem quadros especializados e,
portanto, mais capacitados para estabelecer as regras sobre a matéria, mas sem possibilidade
de inovação na ordem jurídica.

Estão incorretos os itens:

(a) I e IV
(b) III e IV
(c) I e II
(d) I, II e IV

21. (EMAGIS) DE ACORDO COM O ENTENDIMENTO CONSOLIDADO DO STJ SOBRE


BANCOS DE DADOS DE CONSUMIDORES, ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:

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indevida divulgação viola a Lei 9.610/98 e acarretará responsabilização civil e criminal dos envolvidos.
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(a) É dispensável o Aviso de Recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor


sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros.

(b) Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por
dano moral quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.
(c) A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito
até o prazo máximo de 5 (cinco) anos, independentemente da prescrição da execução.
(d) Mesmo havendo regular inscrição do nome do devedor em cadastro de órgão de
proteção ao crédito, após o integral pagamento da dívida, incumbe ao CREDOR requerer a
exclusão do registro desabonador, no prazo de 10 (dez) dias úteis, a contar do primeiro dia
útil subsequente à completa disponibilização do numerário necessário à quitação do débito
vencido.

22. (EMAGIS) COM RELAÇÃO AO DUTY TO MITIGATE THE LOSS:

I - A quebra do dever de mitigação do próprio prejuízo, por se tratar de um dever anexo da boa-
fé, gera responsabilidade contratual objetiva, independendo de culpa.

II - Por se tratar de um contrato aleatório, o dever de mitigar as perdas é inaplicável ao contrato


de seguro.

III - O STJ decidiu ser aplicável o dever de mitigar as perdas a caso no qual um procurador
postulava indenização por danos morais devido a equívoco na publicação de sentença, sem que
tenha alegado tal fato em recursos posteriores a citada decisão.

IV - Embora o credor tenha o dever de limitar a perda, o devedor não pode requerer a
diminuição da indenização postulada, se não houver previamente notificado o primeiro a adotar
as medidas necessárias à redução do prejuízo.

Das afirmativas acima:

(a) I e II estão corretas


(b) III e IV estão corretas
(c) I e III estão corretas
(d) II e IV estão corretas

23. (EMAGIS) NO QUE DIZ RESPEITO À LEI 12.846/2013 (LEI ANTICORRUPÇÃO), É


CORRETO AFIRMAR:

(a) A responsabilidade da pessoa jurídica, seja administrativa ou civil, é de natureza


objetiva, mas não prescinde da responsabilidade dos seus dirigentes ou administradores,
em relação aos quais se aferirá a culpa.

(b) Com exceção dos casos de simulação e fraude, nas hipóteses de fusão e incorporação,
a responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de pagamento da reparação
integral do dano causado.

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(c) Com a perda da eficácia da Medida Provisória 703/2015, voltou a se exigir, para a
celebração de acordo de leniência, que a pessoa jurídica seja a primeira a manifestar o
interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito.
(d) O Ministério Público poderá ajuizar ação visando a aplicação das sanções de
perdimento de bens e de dissolução compulsória da pessoa jurídica, desde que não de
forma cumulativa.

24. (EMAGIS) DE ACORDO COM A JURISPRUDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA:

(a) Há justo motivo para correção do nome, visando a possibilitar o requerimento de outra
nacionalidade ou cidadania, mas não para, após já ter sido adquirida a dupla
nacionalidade, obter a uniformidade entre o registro civil nacional e o estrangeiro.
(b) O fato de a pessoa ter sido criada desde tenra idade pelo padrasto constitui justo
motivo para a alteração do nome, incluindo-se o patronímico deste último.
(c) Não é possível retificar o patronímico materno no registro de nascimento de filho em
decorrência do casamento posterior, em que a genitora acresceu, ao seu nome, o
sobrenome paterno.
(d) Não constitui justo motivo suficiente para retificação do assento de nascimento, com a
supressão do patronímico paterno, o fato de a pessoa ter sido abandonada pelo genitor na
infância.

25. (EMAGIS) ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:

(a) O MP Estadual tem legitimidade para atuar perante os Tribunais Superiores seja nos
processos em que figurar como parte, seja naqueles em que tiver atuado como fiscal da
ordem jurídica.
(b) No caso de improcedência de ação coletiva intentada para a proteção de interesses ou
direitos individuais homogêneos, é possível tanto a propositura de nova ação coletiva por
legitimado coletivo distinto quanto de ações individuais pelos interessados que não tiverem
intervindo no processo como litisconsortes.

(c) Não é possível a utilização de ação de exibição de documentos como substitutiva de


habeas data.
(d) O Novo Código de Processo Civil consagrou o entendimento sumulado no enunciado
211 do STJ, no sentido de ser inadmissível o denominado prequestionamento ficto.

26. (EMAGIS) NO QUE DIZ RESPEITO À AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:

(a) Caso se pretenda a anulação de contrato administrativo, deverão figurar no polo


passivo todos os integrantes da relação contratual, por se tratar de litisconsórcio
necessário e unitário.
(b) O Ministério Público não possui legitimidade para a propositura de ação civil pública
decorrente de atos de improbidade praticados antes da vigência da Constituição Federal
de 1988.
(c) Se proposta pelo Ministério Público, a falta de citação do Município interessado
acarreta a nulidade do processo.

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(d) O requerimento, pelo ente público interessado, de prazo em dobro para responder,
implica preclusão lógica, impossibilitando o exercício do direito de pleitear sua inclusão no
pólo ativo, em conformidade com o artigo 6º, §3º da Lei de Ação Popular.

27. (EMAGIS) NO QUE TANGE À DISCIPLINA DA COISA JULGADA NO NOVO CÓDIGO DE


PROCESSO CIVIL, É CORRETO AFIRMAR:

(a) O §2º do art. 503 do citado diploma não impede, de modo absoluto, a formação de
coisa julgada prejudicial incidental em mandado de segurança.
(b) Fortaleceu o entendimento consagrado na Súmula 453 do STJ (os honorários
sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem ser
cobrados em execução ou em ação própria).
(c) Admite-se a coisa julgada implícita em relação à questão prejudicial de mérito.
(d) Ainda que preenchidos os requisitos legais, não se formará a coisa julgada prejudicial
incidental, se não houver pedido expresso da parte.

28. (EMAGIS) DE ACORDO COM O FUNCIONALISMO RACIONAL-TELEOLÓGICO:

I - Os tipos penais expressam a dimensão mais precisa do princípio da legalidade penal e


assumem, além do papel de garantia, a função de fornecer diretrizes de comportamento, de
modo a exercer, assim, também um papel político-criminal;

II - A culpabilidade expressa-se na ideia de poder-agir-de-outro-modo, de maneira que a coação


moral irresistível e o estado de necessidade constituem-se em causas típicas de sua exclusão;

III - Busca-se, no âmbito de tal teoria, dar maior autonomia à dogmática penal em relação à
política criminal, de modo a fazer com que sua interação seja cada vez mais restrita;

IV - Os fins da pena devem pautar a construção da dogmática jurídico-penal, a fim de dar maior
concretude às suas categorias, bem como vinculá-las a um ideal de realização de justiça social.

Estão corretos:

(a) I, II e IV
(b) I, II e III
(c) I e IV
(d) II e IV

29. (EMAGIS) EM TEMA DE PRESCRIÇÃO, ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA,


CONSOANTE JURISPRUDÊNCIA SUMULADA DOS TRIBUNAIS SUPERIORES:

(a) Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na
sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.
(b) A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva.

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(c) A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, salvo se o Tribunal do Júri


desclassificar o crime.
(d) É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com
fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo
penal.

30. (EMAGIS) SOBRE O CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO, ASSINALE A ALTERNATIVA


INCORRETA:

(a) Segundo a doutrina, o crime de lavagem de dinheiro dá-se em três fases (colocação,
dissimulação e integração), prescindindo-se, todavia, da ocorrência de todas elas para sua
consumação.
(b) A legislação brasileira pune a autolavagem, embora a Convenção de Palermo autorize
a não punição.
(c) A pena será aumentada de um a dois terços se os crimes de lavagem de dinheiro forem
cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
(d) Segundo o STF, a conduta de receber vantagem indevida mediante mecanismo
fraudulento, como o saque bancário por interposta pessoa, não constituiu mero
exaurimento do crime de corrupção passiva, configurando o delito de lavagem de dinheiro.

31. (EMAGIS) SOBRE OS CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL,


ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:

(a) A materialização do delito de evasão de divisas (art. 22, parágrafo único, primeira
figura, da Lei 7.492/1986) prescinde da saída física de moeda do território nacional.
(b) O agiota pode ser considerado instituição financeira para o fim de aplicação da Lei
7.492/1986.
(c) A manutenção de conta não declarada no exterior é fato atípico se no dia 31 de
dezembro o valor depositado for inferior ao limite tolerado pelo Banco Central.
(d) O crime de gestão temerária é mais grave do que o crime de evasão de divisas.

32. (EMAGIS) ANALISE AS ASSERTIVAS ABAIXO:

I – O Supremo Tribunal Federal qualifica-se como juiz natural dos membros do Congresso
Nacional, quaisquer que sejam as infrações penais a eles imputadas e mesmo que se trate de
crimes sujeitos à competência dos ramos especializados da Justiça da União, excetuadas as
contravenções penais.

II – Segundo precedente do STJ, a falsificação do documento de CPF é delito que atrai a


competência da Justiça Federal. Assim, se ação penal relativa ao delito de falsificação de
documento de CPF for julgada pela Justiça estadual, evidencia-se a nulidade processual,
decorrente de incompetência absoluta, passível de ser declarada a qualquer tempo e em
qualquer grau jurisdicional.

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III – Apesar de interpretação literal do art. 109, VI, da Constituição Federal determinar a
competência da Justiça Federal para julgar qualquer crime contra a organização do trabalho, os
Tribunais Superiores entendem que atraem a competência da Justiça Federal apenas aqueles
que tenham por objeto a organização geral do trabalho ou direitos dos trabalhadores
considerados coletivamente. Assim, havendo a imputação do crime de frustração de direito
assegurado por lei trabalhista em detrimento de alguns empregados, impõe-se a competência
da Justiça estadual.

IV – Segundo os Tribunais Superiores, a competência da Justiça Federal em relação aos


direitos indígenas restringe-se a disputas territoriais.

Pode-se afirmar que:

(a) I, II, III e IV estão corretas;


(b) I e III estão corretas;
(c) II e III estão corretas;
(d) apenas a II está correta.

33. (EMAGIS) NO QUE SE REFERE AO JÚRI, ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:

(a) O juiz pode absolver sumariamente o acusado pela prática de crime doloso contra vida
se restar demonstrada a sua inimputabilidade, salvo se esta não for a única tese defensiva.

(b) Cabe apelação, das decisões do Tribunal do Júri, quando ocorrer nulidade posterior à
pronúncia, for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos
jurados, houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de
segurança ou quando for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos
autos.
(c) A não inquirição de testemunha declarada como imprescindível não caracteriza
nulidade no julgamento quando ela não for encontrada no local indicado.

(d) O Código de Processo Penal exige que o desaforamento seja feito para a localidade
mais próxima dos fatos.

34. (EMAGIS) ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:

(a) Se o Parquet expressamente se manifestar pela ausência de elementos para denunciar


determinado réu, fica superada a possibilidade de que outro membro do Ministério Público,
com base nos mesmos elementos de prova, proponha ação penal.
(b) Segundo o STF, a titularidade da ação penal pública e a atribuição para requerer o
arquivamento do inquérito policial não significam que todo requerimento de instauração de
inquérito formulado pela Procuradoria-Geral da República deva ser atendido por aquela
Corte, de modo que é possível, diante da inexistência de base empírica idônea e de
indicação plausível de fato delituoso a ser apurado, indeferir pedido de instauração de
procedimento investigativo.

(c) O membro do Ministério Público Federal que se manifestou pelo arquivamento do

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inquérito policial, sendo essa conclusão não acatada pela 2a Câmara de Coordenação e
Revisão, fica impossibilitado de oficiar na respectiva ação penal que tenha sido iniciada por
denúncia de outro membro para tanto designado.
(d) É desnecessário que a 2a Câmara de Coordenação e Revisão homologue declínio de
atribuição promovido por membro do Ministério Público Federal em favor do Ministério
Público Estadual ou de outro ramo do Ministério Público da União, nos autos de peças de
informação ou de procedimento investigatório criminal.

35. (EMAGIS) EM MATÉRIA DE RECURSOS NO PROCESSO PENAL:

I – Contra a decisão que rejeita a denúncia, é cabível recurso em sentido estrito. No regime da
Lei 9.099/1995, todavia, contra a decisão que rejeita a denúncia, é cabível apelação.

II – Segundo orientação do STJ, considerando a falta de expressa previsão legal, o agravo em


execução deve observar o rito do recurso em sentido estrito.

III – A apresentação extemporânea das razões recursais pela defesa não prejudica apelação
tempestivamente interposta. Isso não se aplica, todavia, ao Ministério Público.

IV- Contra decisão que determina o bloqueio de bens e ativos financeiros, é cabível apelação.

Pode-se afirmar que:

(a) I, II e IV estão corretas;


(b) I, III e IV estão corretas;
(c) I e II estão corretas;
(d) II e IV estão corretas.

36. (EMAGIS) EM RELAÇÃO AO INSTITUTO DA COLABORAÇÃO PREMIADA, ASSINALE A


ALTERNATIVA INCORRETA:

(a) A Lei 12.850/2013 prevê que o prazo para oferecimento de denúncia ou o processo,
relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por
igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o
respectivo prazo prescricional.
(b) A Lei 12.850/2013 estabelece que o colaborador deve renunciar ao direito ao silêncio e
que está sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.
(c) Segundo o STF, se expressamente nominados no instrumento respectivo, coautores ou
partícipes do colaborador na organização criminosa e nas infrações penais por ela
praticadas podem impugnar o acordo de colaboração premiada.

(d) O juiz não participa das negociações realizadas entre as partes para a formalização de
acordo de colaboração premiada, limitando-se a analisar a regularidade, legalidade e
voluntariedade do acordo.

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