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7400 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.

o 273 — 26 de Novembro de 2002

Artigo 14.o Maria Manuela Dias Ferreira Leite — António José de


Transição de saldos
Castro Bagão Félix.

1 — Os saldos das dotações orçamentais da DGEFP Promulgado em 6 de Novembro de 2002.


e da DGCT, não afectos à DGERT, revertem integral-
mente para a dotação provisional do Ministério das Publique-se.
Finanças. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
2 — Caberá à DGERT a responsabilidade pelos tra-
balhos de encerramento das contas da DGEFP e da Referendado em 13 de Novembro de 2002.
DGCT, e respectiva prestação, reportada à data da
entrada em vigor do presente diploma, a qual deverá O Primeiro-Ministro, José Manuel Durão Barroso.
ocorrer no prazo de 45 dias após aquela data.
ANEXO

Artigo 15.o Mapa

Transição para o quadro de pessoal da DGERT Quadro do pessoal dirigente a que se refere o n.o 1 do artigo 12.o

1 — O pessoal provido em lugares dos quadros da


Designação Lugares
DGEFP e da DGCT, bem como do IDICT e afecto
à área das relações profissionais, transita para o quadro
de pessoal da DGERT, para as mesmas carreiras e cate- Director-geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
gorias e nos mesmos escalões de remuneração, sendo Subdirector-geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
os chefes de repartição reclassificados nos termos da Director de serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Chefe de divisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
lei geral.
2 — O pessoal referido no número anterior é inte-
grado no quadro da DGERT após a homologação pelo
Ministro da Segurança Social e do Trabalho da lista MINISTÉRIO DAS CIDADES, ORDENAMENTO
de colocação de todos os funcionários e agentes da
DGEFP, da DGCT e da área das relações profissionais DO TERRITÓRIO E AMBIENTE
do IDICT.
3 — O pessoal pertencente ao quadro de outros ser- Decreto-Lei n.o 267/2002
viços ou organismos que, à data da entrada em vigor de 26 de Novembro
do presente diploma, preste serviço na DGEFP, na o
DGCT ou na área das relações profissionais do IDICT, A Lei n. 159/99, de 14 de Setembro, prevê a trans-
e seja considerado necessário, será integrado no quadro ferência para os municípios de competências, que têm
de pessoal da DGERT, precedendo anuência do próprio vindo a ser exercidas pelo Ministério da Economia, em
e autorização do serviço ou organismo de origem. matéria de licenciamento e fiscalização de instalações
de armazenamento e de instalações de abastecimento
Artigo 16.o de combustíveis líquidos e gasosos derivados do petró-
leo, normalmente designadas por postos de abasteci-
Situações especiais mento de combustíveis.
O pessoal que transite para o quadro da DGERT A aludida Lei n.o 159/99, além das competências que
e se encontre em exercício de funções noutro serviço fixa relativamente aos postos de abastecimento não loca-
ou organismo, em comissão de serviço, destacamento, lizados na rede viária regional e nacional, confere com-
requisição ou outras situações de mobilidade previstas petências municipais ao licenciamento de instalações de
na lei, mantém-se nessa situação até ao termo do prazo armazenamento de combustíveis, independentemente
estabelecido. da localização. No entanto, no que concerne a deter-
Artigo 17.o minadas instalações de armazenamento de combustíveis,
caracterizadas pela capacidade, natureza e risco dos pro-
Extinção de quadro de pessoal dutos armazenados, pelas operações nelas efectuadas,
Os quadros de pessoal da DGEFP e da DGCT extin- ou ainda pelo interesse estratégico que assumam para
guem-se quando se completar e integração do respectivo o País, o respectivo licenciamento mantém-se na esfera
pessoal no quadro de pessoal da DGERT, nos termos de competências da administração central, no âmbito
do artigo 15.o dos organismos tutelados pelo Ministério da Economia.
O presente diploma permite proceder à reformulação
Artigo 18.o dos procedimentos atinentes aos licenciamentos em
Norma revogatória questão, dado que o seu enquadramento legislativo
radica, em larga medida, na já distante Lei n.o 1947,
São revogados o Decreto-Lei n.o 214/93, o Decre-
de 12 de Fevereiro de 1937, regulamentada pelo Decreto
to-Lei n.o 215/93, a alínea d) do n.o 2 do artigo 10.o
e o artigo 17.o do Decreto-Lei n.o 219/93, todos de 16 n.o 29 034, de 1 de Outubro de 1938, exigindo-se, natu-
de Junho. ralmente, que as regras aplicáveis sejam adequadas ao
actual estado de desenvolvimento técnico e económico
Artigo 19.o do sector.
Entrada em vigor No intuito de salvaguardar a eficiência e avançar para
a desejável desburocratização do procedimento admi-
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte nistrativo, é assegurada flexibilidade aos requisitos e
ao da sua publicação. mecanismos de licenciamento, em função das caracte-
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 29 rísticas técnicas das instalações, remetendo para portaria
de Agosto de 2002. — José Manuel Durão Barroso — o regulamento das respectivas matérias. Prevê-se, sem-
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pre que necessário, a consulta prévia a entidades rele- Artigo 3.o


vantes para a conveniente instrução do processo, pro-
Definições
curando acautelar-se a segurança de pessoas e bens e
o respeito por interesses legalmente protegidos. Para efeitos do disposto no presente diploma, enten-
A protecção de pessoas e bens que os regulamentos de-se por:
técnicos visam salvaguardar, passa a ter expressão, tam-
bém, ao nível de responsabilidade civil das entidades a) Combustíveis líquidos: gasolinas de aviação e
que projectam, constroem ou exploram as instalações gasolinas auto, petróleos de iluminação e car-
contempladas neste diploma, as quais deverão ser titu- burantes, jet-fuel, gasóleos e fuelóleos;
lares de apólices de seguro que cubram responsabili- b) Entidade licenciadora e fiscalizadora: entidade
dades inerentes às respectivas actividades em montante da administração central ou local competente
a definir pela entidade licenciadora. para a coordenação do processo de licencia-
Os procedimentos previstos no processo de licencia- mento e para a fiscalização do cumprimento do
mento são complementados com a realização periódica presente diploma e dos regulamentos relativos
de inspecções que devem verificar a conformidade das às instalações por ele abrangidas;
instalações com o respectivo projecto anterior em que c) Gases de petróleo liquefeitos (GPL): propano
foi aprovado. e butano comerciais;
Finalmente, o presente diploma promove a criação, d) Instalações de abastecimento de combustíveis
no âmbito da Direcção-Geral da Energia, de uma base (expressão equivalente a postos de abasteci-
de dados, cujos elementos podem ser disponibilizados mento de combustíveis): instalação destinada ao
à entidade responsável pelo planeamento de emergência abastecimento, para consumo próprio, público
do sector energético, para implementação de instrumen- ou cooperativo, de gasolinas, gasóleos e GPL,
tos de apoio à gestão de crises de abastecimento de para veículos rodoviários, correspondendo-lhe
produtos petrolíferos. a área do local onde se inserem as unidades
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das de abastecimento, os respectivos reservatórios,
Regiões Autónomas e a Associação Nacional de Muni- as zonas de segurança e de protecção, bem como
cípios Portugueses.
os edifícios integrados e as vias necessárias à
Assim:
circulação dos veículos rodoviários a abastecer.
Ao abrigo da alínea c) do n.o 1 do artigo 198.o da
Por extensão, incluem-se nesta definição as ins-
Constituição, e no desenvolvimento do regime estabe-
lecido na alínea b) do n.o 2 do artigo 17.o da Lei talações semelhantes destinadas ao abasteci-
n.o 159/99, de 14 de Setembro, o Governo decreta o mento de embarcações ou aeronaves;
seguinte: e) Instalações de armazenamento de combustíveis:
locais, incluindo os reservatórios e respectivos
CAPÍTULO I equipamentos auxiliares, destinados a conter
produtos derivados do petróleo, líquidos ou
Disposições gerais liquefeitos;
f) Licença de exploração: autorização, emitida
Artigo 1.o pela entidade licenciadora, que confere ao
Objecto requerente a faculdade de explorar as instala-
ções de armazenamento e de abastecimento
O presente diploma estabelece os procedimentos e contempladas neste diploma;
define as competências para efeitos de licenciamento
g) Licenciamento: conjunto de procedimentos e
e fiscalização de:
diligências necessário à tomada de decisão sobre
a) Instalações de armazenamento de produtos do um pedido de instalação para armazenamento
petróleo; ou para abastecimento de combustíveis, centra-
b) Instalações de abastecimento de combustíveis lizados pela entidade licenciadora, e com a par-
líquidos e gasosos derivados do petróleo, ticipação do requerente e de todas as entidades
adiante designadas por postos de abastecimento que, em virtude de competências próprias ou
de combustíveis. da natureza do projecto, devam ser consultadas;
h) Manipulação em instalações de armazenamento:
Artigo 2.o qualquer operação a que sejam sujeitos os pro-
dutos armazenados, com excepção do abaste-
Âmbito
cimento da própria instalação e do seu forne-
1 — São abrangidas pelo presente diploma as insta- cimento a equipamentos consumidores;
lações de armazenamento e de abastecimento afectas i) Outros derivados do petróleo: óleos e massas
aos seguintes produtos derivados do petróleo: lubrificantes, parafinas, asfaltos e solventes;
j) Parque de armazenamento de garrafas de GPL:
a) Gases de petróleo liquefeitos; área destinada ao armazenamento de garrafas
b) Combustíveis líquidos; de GPL com a finalidade de constituir reservas
c) Outros produtos derivados do petróleo. para fins comerciais, não estando incluídas nesta
definição as áreas integradas em instalações
2 — Excluem-se do disposto neste diploma as seguin- onde se efectue o enchimento dessas garrafas
tes instalações: com gases de petróleo liquefeitos;
a) Armazenagem integrada em instalações para k) Promotor/requerente: proprietário da instala-
tratamento industrial de petróleo bruto, seus ção, ou quem legitimamente o represente nas
derivados e resíduos; relações com os organismos competentes, no
b) Armazenagem de gás natural. âmbito deste diploma.
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CAPÍTULO II 3 — A instrução do processo conclui-se com a con-


cessão da licença de exploração da instalação.
Licenciamento

Artigo 4.o Artigo 8.o


Requisitos para o licenciamento Pedido de licenciamento

1 — A construção, exploração, alteração de capaci- 1 — O pedido de licenciamento deve conter a infor-


dade e outras alterações que de qualquer forma afectem mação necessária, incluindo os elementos exigidos pela
as condições de segurança da instalação ficam sujeitas portaria prevista no artigo 4.o
a licenciamento nos termos deste diploma. 2 — A entidade licenciadora, no prazo máximo de
2 — Os elementos a fornecer pelo promotor e os pro- 15 dias, verifica a conformidade do pedido com o dis-
cedimentos a seguir na instrução do processo de licen- posto do número anterior, ou a necessidade de infor-
ciamento, bem como os requisitos a satisfazer para a mação suplementar para correcta avaliação do projecto,
passagem das licenças de construção e de exploração solicitando neste caso ao requerente a apresentação dos
da instalação, são definidos em portaria conjunta do elementos em falta, ou adicionais, suspendendo a ins-
Ministro da Economia e do membro do Governo que trução do respectivo processo pelo prazo que fixar para
tutele as autarquias locais. a recepção dos citados elementos.
3 — O não cumprimento por parte do requerente do
Artigo 5.o disposto no número anterior implica a anulação do
pedido de licenciamento.
Licenciamento municipal

1 — É da competência das câmaras municipais: Artigo 9.o


a) O licenciamento de instalações de armazena- Entidades consultadas
mento de combustíveis;
b) O licenciamento de postos de abastecimento de 1 — A entidade licenciadora envia o pedido às enti-
combustíveis não localizados nas redes viárias dades a consultar, para emissão de parecer.
regional e nacional. 2 — São consultadas as entidades cuja participação
no processo de licenciamento seja legalmente exigida
2 — A construção, reconstrução, ampliação, alteração ou cujo parecer seja considerado necessário pela enti-
ou conservação das instalações de armazenamento e dos dade licenciadora.
postos de abastecimento de combustíveis obedecem ao 3 — A consulta a uma entidade pode ser dispensada
regime jurídico do licenciamento municipal de obras quando o processo apresentado pelo requerente já seja
particulares, com as especificidades estabelecidas neste acompanhado do parecer dessa entidade.
diploma.
Artigo 6.o Artigo 10.o
Licenciamento pela administração central Prazos para parecer

1 — Exceptua-se do disposto na alínea a) do n.o 1 1 — Cada uma das entidades consultadas emite o seu
do artigo anterior o licenciamento das instalações de parecer no prazo máximo de 30 dias, não prorrogável,
armazenamento de combustíveis identificadas no anexo I salvo o disposto no número seguinte.
e no anexo II a este diploma, do qual fazem parte 2 — As entidades consultadas dispõem de 15 dias,
integrante. após a recepção do pedido de parecer, para pedir escla-
2 — São competentes para efeitos de licenciamento recimentos ou informações complementares, fundamen-
das instalações de armazenamento referidas no número tadamente, à entidade licenciadora.
anterior: 3 — A entidade licenciadora responde ao pedido, soli-
a) A Direcção-Geral da Energia (DGE), para as citando ao promotor, caso considere necessário, a junção
instalações referidas no anexo I; dos esclarecimentos e as informações pretendidas, con-
b) As direcções regionais do Ministério da Eco- siderando-se suspenso o prazo de apreciação do projecto
nomia (DRE), para as instalações identificadas até que os elementos solicitados sejam fornecidos à enti-
no anexo II. dade consultada.
4 — A falta de emissão de parecer dentro do prazo
3 — É da competência das DRE o licenciamento de referido no n.o 1 é considerada como parecer favorável.
postos de abastecimento de combustíveis localizados nas
redes viárias regional e nacional. Artigo 11.o
Pareceres condicionantes
Artigo 7.o
Processo de licenciamento
1 — O licenciamento de instalações sujeitas a ava-
liação de impacte ambiental, nos termos do Decreto-Lei
1 — A entidade promotora apresenta o pedido de n.o 69/2000, de 3 de Maio, só pode ter seguimento após
licenciamento à entidade competente, a quem incumbe conclusão do procedimento previsto nesse diploma.
a instrução do respectivo processo. 2 — Nas instalações de armazenamento abrangidas
2 — A instrução do processo de licenciamento poderá pela legislação sobre o controlo dos perigos associados
incluir a consulta a outras entidades nos termos do a acidentes industriais graves que envolvam substâncias
artigo 9.o, bem como a realização de vistorias. perigosas, o requerente deve apresentar, juntamente
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com o pedido de licenciamento, prova do cumprimento de seguro de responsabilidade civil que cubra os riscos
das disposições previstas no Decreto-Lei n.o 164/2001, da respectiva actividade, em montante a definir pela
de 23 de Maio. entidade licenciadora.
Artigo 12.o
Artigo 14.o
Vistorias
Licença de exploração
1 — As vistorias tem em vista o cumprimento dos
regulamentos aplicáveis e, em geral, a garantia da segu- 1 — A licença de exploração é concedida após veri-
rança de pessoas e bens e são efectuadas pela entidade ficação da concordância da instalação com o projecto
licenciadora ou por uma comissão por ela constituída aprovado e do cumprimento das condições que tiverem
para o efeito, nos termos estabelecidos na portaria a sido fixadas.
que se refere o artigo 4.o, sendo lavrado auto das res- 2 — Em casos justificados, pode ser concedido um
pectivas conclusões. prazo para a exploração a título provisório.
2 — A comissão de vistorias é convocada, pela enti- 3 — O titular da licença de exploração deve compro-
dade licenciadora, com a antecedência mínima de 10 dias var, previamente à emissão da licença, mesmo no caso
sobre a data da realização da vistoria. referido no número anterior, que dispõe de seguro de
3 — A vistoria inicial destina-se a avaliar o local, responsabilidade civil destinado a cobrir os riscos asso-
podendo ser impostas condições e prazos julgados con- ciados à respectiva actividade, em montante a definir
venientes para a construção e exploração das instalações. pela entidade licenciadora.
4 — A convocatória para a vistoria inicial deve ser
emitida até 10 dias após a recepção dos pareceres das Artigo 15.o
entidades consultadas.
5 — A vistoria final destina-se a averiguar se a ins- Validade das licenças de exploração
talação reúne condições para a concessão da licença
de exploração, para o que deve ser verificada a con- 1 — As licenças de exploração das instalações a que
cordância com o projecto e o cumprimento das con- este diploma respeita terão a duração de 20 anos, salvo
dições e das prescrições legalmente exigidas. o disposto no número seguinte.
6 — A vistoria final deve ser requerida pelo promotor, 2 — A fixação da validade da licença em prazo infe-
após execução da instalação e dentro do prazo que lhe rior a 20 anos deverá ser fundamentada e comunicada
tenha sido fixado para a respectiva conclusão. ao promotor juntamente com a decisão prevista no
7 — Caso se verifiquem deficiências na instalação, artigo 13.o
será concedido prazo para a respectiva correcção, e mar- 3 — No caso de licenciamento de alterações de ins-
cada, se necessário, nova vistoria. talações detentoras de alvará concedido nos termos do
8 — A falta de comparência do representante de enti- Decreto n.o 29 034, de 1 de Outubro de 1938, aquele
dades regularmente convocadas não impede a realização será substituído por licença nos termos deste diploma,
da vistoria. com duração não inferior à do prazo não decorrido desse
9 — Pode ser efectuada vistoria, mesmo quando não alvará.
exigida pela portaria prevista no artigo 4.o, caso a enti- Artigo 16.o
dade licenciadora a considere necessária, tendo em aten-
ção o local, a natureza e a dimensão da instalação. Alteração e cessação da exploração

1 — A entidade exploradora de uma instalação de


Artigo 13. o armazenamento ou de um posto de abastecimento deve
comunicar ao licenciador, em pedido devidamente docu-
Aprovação do projecto mentado, solicitando o respectivo averbamento no pro-
cesso correspondente:
1 — No prazo de 30 dias após a recepção dos pare-
ceres referidos nos artigos 9.o e 11.o, a entidade licen- a) A transmissão, a qualquer título, da proprie-
ciadora envia ao requerente, em parecer devidamente dade;
fundamentado, decisão sobre a aprovação do projecto, b) A mudança de entidade exploradora e de res-
imposição de alterações ou rejeição. ponsável técnico;
2 — A decisão pode incluir condições, designada- c) A mudança de produto afecto aos equipamen-
mente as fixadas em vistoria inicial ou constantes dos tos;
pareceres solicitados, bem como fixação de um prazo d) A suspensão de actividade por prazo superior
para a execução da obra. a um ano.
3 — No caso de serem impostas alterações, o reque-
rente procederá à modificação do projecto no prazo 2 — Em caso de cessação da actividade, a comuni-
que lhe for concedido, submetendo-o de novo à entidade cação será acompanhada do pedido de cancelamento
licenciadora, a qual emite nova decisão no prazo de da licença.
20 dias, nos mesmos termos do n.o 1.
4 — Um exemplar autenticado do projecto aprovado CAPÍTULO III
é remetido ao requerente.
5 — Sempre que alguma das condições propostas Segurança técnica das instalações
pelas entidades consultadas, que não configure parecer
vinculativo, não for acolhida na decisão, tal facto deve Artigo 17.o
ser comunicado pela entidade licenciadora a essa enti- Regulamentação técnica
dade, de forma fundamentada.
6 — Os projectistas, empreiteiros e responsáveis pela As regras técnicas relativas à construção e exploração
execução dos projectos devem comprovar a existência das instalações de armazenamento e postos de abas-
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tecimento referidos no artigo 1.o obedecem à regula- 2 — A cessação das medidas cautelares previstas no
mentação e legislação específicas aplicáveis. número anterior será determinada, a requerimento do
interessado, após vistoria à instalação da qual se
demonstre terem cessado as circunstâncias que lhe
Artigo 18.o deram causa, sem prejuízo, em caso de contra-orde-
Técnicos responsáveis nação, do prosseguimento do respectivo processo.
1 — A assinatura dos projectos apresentados a licen-
ciamento, bem como a exploração das instalações, é Artigo 21.o
da responsabilidade de técnicos inscritos na DGE. Medidas em caso de cessação de actividade
2 — O estatuto dos técnicos mencionados no número
anterior é definido em portaria do Ministro da Eco- 1 — Em caso de cessação da actividade, os locais
nomia. serão repostos em condições que garantam a segurança
3 — Enquanto não for publicada a portaria prevista das pessoas e do ambiente, podendo ser determinada
no número anterior, mantém-se válida a inscrição de a retirada dos equipamentos.
técnicos efectuada ao abrigo do § 3.o do artigo 56.o 2 — As operações correspondentes são a expensas do
do Decreto n.o 29 034, de 1 de Outubro de 1938. titular da licença.

CAPÍTULO IV
Artigo 19.o
Inspecções periódicas
Taxas

1 — As instalações de armazenamento de derivados Artigo 22.o


do petróleo e os postos de abastecimento são objecto
Taxas de licenciamento e de vistorias
de inspecção periódica, quinquenal, destinada a verificar
a conformidade da instalação com as condições apro- 1 — É devido o pagamento de taxas pelos seguintes
vadas no âmbito do licenciamento. actos:
2 — Verificando-se a conformidade da instalação,
será emitido pela entidade inspectora certificado que a) Apreciação dos pedidos de aprovação dos pro-
será apresentado à entidade licenciadora. jectos de construção e de alteração;
3 — Caso se verifique deficiência na instalação, a enti- b) Vistorias relativas ao processo de licenciamento;
dade inspectora poderá conceder prazo para a sua cor- c) Vistorias a realizar para apreciação de recursos
recção, informando do facto a entidade licenciadora. hierárquicos, quando se trate de licenciamentos
4 — Os certificados são válidos por cinco anos, previstos no artigo 6.o;
devendo ser renovados obrigatoriamente até 30 dias d) Vistorias para verificação do cumprimento das
antes do seu termo. medidas impostas nas decisões proferidas sobre
5 — Para efeitos deste artigo, são consideradas cer- reclamações;
tificadas, para a realização de inspecções, as entidades e) Vistorias periódicas;
acreditadas no âmbito do Sistema Português da Qua- f) Repetição da vistoria para verificação das con-
lidade, nos termos de portaria conjunta dos membros dições impostas;
do Governo que tutelam as matérias em presença. g) Averbamentos.
6 — A não apresentação do certificado de inspecção
referido nos números anteriores constitui motivo para 2 — Os montantes das taxas previstas no número
o encerramento temporário da instalação, até à apre- anterior são definidos em regulamento municipal ou
sentação do mesmo. em portaria conjunta dos Ministros das Finanças e da
7 — Enquanto o Sistema Português da Qualidade não Economia, consoante a entidade licenciadora seja o
der satisfação ao disposto no n.o 5 acima, as entidades município ou uma das entidades referidas no n.o 2 do
licenciadoras assumem as inspecções quinquenais pre- artigo 6.o
vistas neste artigo. 3 — As despesas realizadas com as colheitas de amos-
8 — O disposto neste artigo não prejudica a realização tras, ensaios laboratoriais ou quaisquer outras avaliações
de outros procedimentos previstos em legislação espe- necessárias à apreciação das condições de exploração
cífica. de uma instalação de armazenamento ou postos de abas-
tecimento constituem encargos da entidade que as tenha
Artigo 20.o promovido, salvo se se verificar a inobservância das pres-
Medidas cautelares
crições técnicas obrigatórias, caso em que os encargos
serão suportados pelo titular da licença de exploração.
1 — Sempre que seja detectada uma situação de 4 — Os actos pelos quais seja devido o pagamento
perigo grave para a saúde, a segurança de pessoas e de taxas podem ser efectuados após a emissão das guias
bens, a higiene e a segurança dos locais de trabalho respectivas, salvo no que refere aos processos de licen-
e o ambiente, a entidade licenciadora e as demais enti- ciamento e alteração, para cuja realização é exigida
dades fiscalizadoras, de per si ou em colaboração, devem prova prévia do respectivo pagamento.
tomar imediatamente as providências que em cada caso
se justifiquem para prevenir ou eliminar a situação de
Artigo 23.o
perigo, podendo vir a ser determinado:
Forma e pagamento das taxas
a) O encerramento preventivo da instalação, no
todo ou em parte, por selagem, por um prazo As taxas e os quantitativos correspondentes a despesas
máximo de seis meses; feitas pelos serviços que constituam encargo do detentor
b) A retirada ou a apreensão dos produtos. da licença são pagas no prazo de 30 dias na forma e
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local a indicar pela entidade licenciadora, mediante 2 — No caso das coimas aplicadas pelo director-geral
guias a emitir por esta, devendo ser-lhe devolvido um da Energia ou pelos directores regionais do Ministério
dos exemplares com a prova de o pagamento ter sido da Economia, o produto das coimas constitui receita:
efectuado.
a) Em 60 % do Estado;
Artigo 24.o b) Em 30 % da entidade licenciadora;
Cobrança coerciva das taxas c) Em 10 % da DGE.
A cobrança coerciva das dívidas provenientes da falta
de pagamento das taxas far-se-á pelo processo de exe- Artigo 29.o
cução fiscal, servindo de título executivo a certidão pas- Regime sancionatório no âmbito da regulamentação técnica
sada pela entidade que prestar os serviços.
1 — A instrução de processos de contra-ordenação
e a distribuição do produto das coimas respeitantes à
CAPÍTULO V fiscalização dos normativos técnicos aplicáveis à cons-
trução e exploração das instalações mencionadas no
Fiscalização e contra-ordenações artigo 1.o subordinam-se às disposições dos artigos 27.o
e 28.o
Artigo 25.o 2 — A tipificação das contra-ordenações e o montante
Fiscalização das coimas referidas no número anterior são estabe-
lecidos na legislação específica aplicável.
1 — As instalações abrangidas pelo presente diploma
são sujeitas a fiscalização pelas câmaras municipais, ou
pela DGE e DRE, segundo, respectivamente, as com- CAPÍTULO VI
petências previstas no artigo 5.o e no artigo 6.o
2 — A fiscalização prevista no número anterior exer- Matérias sujeitas a informação
ce-se no âmbito do licenciamento e no âmbito da regu-
lamentação técnica das instalações e não prejudica as Artigo 30.o
competências atribuídas por lei a outras entidades. Registo de acidentes

1 — Os acidentes ocorridos em instalações abrangidas


Artigo 26.o pelo artigo 1.o são obrigatoriamente comunicados pelo
Contra-ordenações em âmbito de licenciamento detentor da licença de exploração da instalação à enti-
dade licenciadora, que deverá proceder ao respectivo
1 — Constitui contra-ordenação punível com coima inquérito e manter o registo correspondente.
de E 250 a E 3740 no caso de pessoas singulares, e de 2 — O registo previsto no número anterior deve ser
E 3740 a E 44 890 no caso de pessoas colectivas: comunicado semestralmente à DGE.
a) A instalação, alteração, exploração, suspensão
da exploração ou encerramento de instalações Artigo 31.o
de armazenamento ou de postos de abasteci-
mento com desrespeito pelas disposições deste Base de dados de postos de abastecimento
diploma;
b) O impedimento ou obstrução, pelo titular da As entidades licenciadoras dos postos de abasteci-
licença ou por quem actue sob as suas ordens, mento prestam informação, com periodicidade semes-
de acções de fiscalização efectuadas nos termos tral, à DGE sobre os postos de abastecimento licen-
deste diploma. ciados, ou cujas licenças caducaram, com indicação da
respectiva localização, proprietário, capacidade e pro-
2 — A negligência e a tentativa são puníveis. dutos armazenados.
3 — Em função da gravidade da infracção e da culpa
do infractor, podem ser aplicadas as sanções acessórias
previstas no n.o 1 do artigo 21.o do Decreto-Lei CAPÍTULO VII
n.o 433/82, de 27 de Outubro, na redacção que lhe foi Recursos e reclamações
conferida pelo Decreto-Lei n.o 244/95, de 14 de Setem-
bro. Artigo 32.o
Artigo 27.o Recurso hierárquico
Instrução do processo e aplicação das coimas
O recurso hierárquico necessário das decisões pro-
As entidades licenciadoras e fiscalizadoras procedem feridas pelas entidades referidas no n.o 2 do artigo 6.o,
à instrução dos correspondentes processos de contra- ao abrigo do presente diploma, quando aquelas sejam
-ordenação, cabendo ao presidente da câmara muni- as competentes entidades licenciadoras, tem efeito sus-
cipal, ou ao dirigente máximo dos organismos mencio- pensivo, podendo, no entanto, a entidade para quem
nados no n.o 2 do artigo 6.o, a competência para a se recorre atribuir-lhe efeito meramente devolutivo,
aplicação das coimas e das sanções acessórias. quando considere que a não execução imediata dessas
decisões pode causar grave prejuízo ao interesse público.
Artigo 28.o
Artigo 33.o
Distribuição do produto das coimas
Reclamações de terceiros
1 — No caso das coimas aplicadas pelo presidente
da câmara municipal, a totalidade da receita daí resul- 1 — A todo o tempo podem terceiros, devidamente
tante reverte para o município. identificados, apresentar reclamação fundamentada
7406 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 273 — 26 de Novembro de 2002

relativa à laboração de qualquer instalação de arma- Figueiredo Lopes — Carlos Manuel Tavares da Silva —
zenamento ou posto de abastecimento, junto da enti- Isaltino Afonso de Morais.
dade licenciadora, ou da entidade a quem caiba a sal-
vaguarda dos direitos ou interesses em causa, que a Promulgado em 13 de Novembro de 2002.
transmitirá à entidade licenciadora, no prazo de 10 dias,
Publique-se.
acompanhada de parecer.
2 — No caso de a reclamação ser dirigida à entidade O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
licenciadora, esta poderá consultar as entidades a quem
cabe a salvaguarda dos direitos ou interesses em causa, Referendado em 14 de Novembro de 2002.
devendo estas comunicar o seu parecer no prazo máximo
O Primeiro-Ministro, José Manuel Durão Barroso.
de 30 dias.
3 — A decisão será proferida pela entidade licencia-
dora no prazo máximo de 30 dias após a recepção desses ANEXO I
pareceres, dela devendo ser dado conhecimento ao titu- Instalações de armazenamento de produtos derivados do petró-
lar da licença, ao reclamante e às entidades consultadas. leo cujo licenciamento é competência da DGE — alínea a)
4 — O cumprimento das condições que sejam impos- do n.o 2 do artigo 6.o
tas nessa decisão será verificado mediante vistoria.
Instalações de armazenamento de derivados de petró-
leo localizadas ou ligadas a terminais portuários, ou que
CAPÍTULO VIII sejam definidas de interesse estratégico para o regular
abastecimento do País por despacho fundamentado do
Disposições transitórias, revogatórias e finais Ministro da Economia.
Artigo 34.o ANEXO II
Regime transitório Instalações de armazenamento de produtos derivados do petró-
leo cujo licenciamento é competência das DRE — alínea b)
1 — Ao licenciamento das instalações de armazena- do n.o 2 do artigo 6.o
mento e postos de abastecimento cujos processos
tenham sido iniciados anteriormente à data da entrada 1 — Instalações de armazenamento de gases de petró-
em vigor do presente diploma aplica-se o regime em leo liquefeitos com capacidade superior a 50 m3, com
vigor à data da entrada do pedido de licenciamento. exclusão dos parques de armazenamento de garrafas
2 — À renovação das autorizações de exploração das de GPL.
instalações existentes e das referidas no número anterior 2 — Instalações de armazenamento de combustíveis
aplicam-se as disposições do presente diploma. líquidos com capacidade superior a 200 m3.
3 — Instalação de armazenamento de outros produ-
tos derivados do petróleo com capacidade superior
Artigo 35.o
a 500 m3.
Aplicação às Regiões Autónomas 4 — Instalações de armazenamento de combustíveis
líquidos, gasosos e outros derivados do petróleo, onde
A aplicação do presente diploma às Regiões Autó-
se efectuam manipulações ou enchimentos de taras e
nomas dos Açores e da Madeira faz-se sem prejuízo
de veículos-cisterna.
das competências cometidas aos respectivos órgãos de
governo próprio e das adaptações que lhe venham a
ser introduzidas por diploma regional das respectivas
assembleias legislativas regionais.
SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
o
Artigo 36.
Norma revogatória Acórdão n.o 2/2002 — Processo n.o 2869/2000
Sem prejuízo do disposto no n.o 3 do artigo 18.o, Acordam na Secção Social do Supremo Tribunal de
são revogadas, com a entrada em vigor da portaria pre- Justiça:
vista no artigo 4.o, as disposições relativas ao licencia- 1 — Relatório. — Júlio de Jesus Romão requereu, em
mento das instalações abrangidas por este diploma, 19 de Julho de 1999, no Tribunal do Trabalho da
nomeadamente: Figueira da Foz, contra LACTOGAL — Produtos Ali-
a) A base VIII da Lei n.o 1947, de 12 de Fevereiro mentares, S. A., providência cautelar de suspensão de
de 1937; despedimento como preliminar da respectiva acção de
b) Os artigos 15.o, 56.o a 62.o e 64.o a 68.o do impugnação, providência que foi indeferida por decisão
Decreto n.o 29 034, de 1 de Outubro de 1938. de 18 de Agosto de 1999 daquele Tribunal (fls. 35 e 36).
Desta decisão agravou o requerente para o Tribunal
da Relação de Coimbra (fls. 39 a 43).
Artigo 37.o
Nas suas contra-alegações (fls. 50 a 55), suscitou a
Entrada em vigor requerida questão prévia da inutilidade superveniente
da lide já que, tendo a decisão de despedimento sido
O presente diploma entra em vigor a 10 de Janeiro
comunicada ao requerente em 9 de Julho de 1999, este,
de 2003.
nos 30 dias posteriores, não propusera a correspondente
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 12 acção de impugnação, o que, nos termos do artigo 45.o,
de Setembro de 2002. — José Manuel Durão Barroso — n.o 1, do Código de Processo do Trabalho, implicou
Maria Manuela Dias Ferreira Leite — António Jorge de ter ficado sem efeito o pedido de suspensão.

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