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Uma das regras básicas da paz no lar é que tanto o marido como a mulher devem
reconhecer suas respectivas responsabilidades. Cada um deve se concentrar no seu
próprio papel, em vez de se preocupar se seu cônjuge está cumprindo suas
responsabilidades. É por isso que publicamos duas versões do livro dedicado ao
aconselhamento matrimonial. Embora essas duas edições tenham bastante em comum,
ainda é necessário conversar com o homem e com a mulher separadamente porque cada
um deve se ater apenas às suas responsabilidades, sem julgar como o outro está se
saindo.
Parceiros de verdade são aqueles que priorizam o que podem e devem fazer em
nome da parceria, mesmo que o outro não esteja fazendo absolutamente nada! Um bom
marido/esposa não se preocupa com o que sua mulher/marido está ou não está fazendo.
Ao contrário, um bom cônjuge dedica seus esforços e pensamentos ao que pode fazer
para edificar o lar, melhorar a parceria conjugal e aumentar o amor entre o casal. A
preocupação principal deve ser construir um lar que seja gratificante para Hashem, que
seja uma verdadeira morada para a presença Divina, e que contribua para acelerar a
redenção do mundo.
Se estou falando com o marido, fica claro que toda a responsabilidade está sobre
ele. Mas se estou me dirigindo à esposa, também deixo claro que a responsabilidade é
dela. Isso não é uma contradição, já que tanto o marido quanto esposa devem assumir
completa responsabilidade pela paz no lar para que o casamento seja bem sucedido. Se
os dois sabiamente assumem a responsabilidade, terão mérito de construir juntos um lar
realmente harmonioso.
O papel da mulher como esposa inclui supervisionar tudo que acontece em sua
casa. Quando identifica um problema, ela não deve agir para consertar a situação, mas
também rezar por uma solução. Por exemplo, se ela vê que o marido não está cumprindo
as responsabilidades dele, ela deve rezar para que ele reconheça suas falhas e faça
esforços para melhorar.
A esposa bem sucedida que cria um lar próspero é uma parceira de HaShem na
criação de Seu mundo.
Diz o Talmud que a redenção de nosso povo será pelo mérito de mulheres
virtuosas. Isso não é surpresa, já que a mulher está no comando da casa,
supervisionando tudo o que acontece. por tanto, o sucesso dos filhos - que podem se
tornar homens dignos e justos que vivem de acordo com a Vontade de HaShem -
depende da mulher/mãe. A mulher que se dedica completamente - com seus esforços,
talentos, força e desejos para criar um lar harmonioso e tranquilo - antecipa a redenção
final de nosso povo de ticún hashalem, a retificação de todo o mundo.
“Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo,
e a mulher reverencie o marido.” Efésios 5:33
“Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que
também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos
sem palavra;” 1 Pedro 3:1
“Como jóia de ouro no focinho de uma porca, assim é a mulher formosa que não tem
discrição.” Provérbios 11:22
“Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a
amarem seus filhos, a serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus
maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.” Tito 2:4,5
NÃO TER ESPÍRITO COMBATIVO
Vamos entender agora por que uma mulher que age dessa maneira estão tão
errada. Afinal, ela está agindo com bondade e está ajudando os outros. Os que recebem
a sua ajuda são certamente muito gratos a ela! Várias pessoas podem comprovar a boa
natureza de seu coração. Podem oferecer testemunho de como ela os salvou da fome, de
cobradores e assim por diante. Não tem valor o testemunho de milhares de pessoas que
aproveitaram os benefícios da generosidade e bondade dessa mulher? É tudo tão
insignificante que o Rabino Chaim Vital diz que é absolutamente sem sentido e fútil? Por
que a generosidade dela com os outros e não com a própria família deixa HaShem tão
furioso?
Do mesmo modo, a mulher que abandona seu “posto”, dizendo que ajuda em outro
lugar, não está fazendo o que deveria. HaShem a abençoou com as capacidades
necessárias para que ela fizesse o trabalho em casa, mas ela não cumpre a principal
missão ordenada por HaShem.
Toda mulher, mesmo com um grande desejo de ajudar os outros, deve entender
que a compaixão pelos outros não tem valor a não ser que a mulher seja compassiva e
generosa com a própria família. A Lei judaica dá aos membros da família precedência
sobre outras pessoas. Só depois que a mulher cuida das necessidades do marido e dos
filhos, dando-lhes o sentimento genuíno de que ela está em casa para eles, ela pode
continuar a fazer o seus atos louváveis de bondade pelos outros.
Aprendemos com HaShem que não perdemos nada se cedemos em nome da paz.
Ao conseguir a paz, retomamos o que tivemos que ceder no princípio e ganhamos muito
mais.
Não cometa o erro de tornar a paz no lar uma prioridade secundária em sua vida.
Aqueles que dedicam mais esforço em outras áreas geralmente saem perdendo
duplamente - não alcançam a paz conjugal e não prosperam com os outros esforços. Por
quê? A paz conjugal é o principal recipiente para bençãos Divinas. Sem ela, as outras
bençãos não permanecem no lar.
“É melhor morar numa terra deserta do que com a mulher rixosa e irritadiça.”
Provérbios 21:19