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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE RÁDIO
ENGENHARIA ELECTRÓNICA E TELECOMUNICAÇÕES
4R13 – PL

DIOCLÉCIO L. L. HUO
LOURENÇO FRANCISCO
NERGÉNIO MARCOS CHEMANE
RAQUEL DIAS SUL

CODIFICAÇÃO DE DADOS

MAPUTO
MAIO 2016
DIOCLÉCIO L. L. HUO
LOURENÇO FRANCISCO
NERGÉNIO MARCOS CHEMANE
RAQUEL DIAS SUL

CODIFICAÇÃO DE DADOS

Trabalho de investigação no âmbito da


Cadeira de Sistemas Telefónicos para
efeitos de avaliação, a ser apresentado ao
Departamento de Rádio.

Sob orientação de Engº. Etelvino


Tchaúque

MAPUTO
MAIO 2016
Índice
1. Introdução................................................................................................................................. 4

2. Objectivos................................................................................................................................. 4

a) Geral ..................................................................................................................................... 4

b) Específicos ............................................................................................................................ 4

3. Metodologia ............................................................................................................................. 4

4. Codificação............................................................................................................................... 5

4.1. Tipos de Codificação ........................................................................................................ 5

4.1.1. Codificação de canal .................................................................................................. 5

4.1.2. Codificação da fonte .................................................................................................. 7

4.1.3. Códigos de linha ........................................................................................................ 8

5. Técnicas de Codificação........................................................................................................... 8

5.1. NRZ –Non Returrn to Zero (não retorno a o zero) ........................................................... 8

5.2. NRZI- Non Return to Zero Invert ..................................................................................... 9

5.3. Codificação Manchester ................................................................................................... 9

5.4. Codificação de Manchester Diferencial .......................................................................... 10

5.5. AMI- Alternated Mark Inversion .................................................................................... 10

5.6. Codificação HDB-3 ........................................................................................................ 11

5.7. Codificação Miller .......................................................................................................... 12

6. Conclusão ............................................................................................................................... 14

7. Referencias bibliograficas ...................................................................................................... 15


Codificação de Dados

1. Introdução

No presente trabalho falar-se-á de conteúdos ligados à codificação de dados. Mesmo que os


dados sejam transmitidos de um computador para outro totalmente em formato digital, há que
definir, ao nível físico, que formatos devem assumir esses bits (zeros e uns), em termos de sinais
físicos (elétricos ou outros) - nisso consiste a codificação. Os dados, para serem transmitidos,
têm que estar sob forma de ondas. Uma onda usada para transportar dados chama-se de onda
portadora ou carrier.

2. Objectivos

a) Geral

 Estudar a codificação de Dados.

b) Específicos

 Identificar tipos de codificação;


 Descrever as técnicas de codificação de dados;
 Analisar o comportamento de cada técnica de codificação;

3. Metodologia

Para a efectivação deste trabalho foram consultados livros, artigos científicos e internet

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Codificação de Dados

4. Codificação

Codificação é a modificação de características de um sinal para torná-lo mais apropriado para


uma aplicação específica, como por exemplo transmissão ou armazenamento de dados. A
codificação tem como principal objectivo preservar o sincronismo (do relógio) entre o emissor
e o receptor.

4.1.Tipos de Codificação

 Codificação de canal: Códigos detectores ou corretores de erros.


 Codificação de fonte: Criptografia e compressão de dados.
 Códigos de linha

4.1.1. Codificação de canal

Codificação de Canal ou Detecção e Correcção de Erros à codificação de sinais de


informação com o objectivo de diminuir a taxa de erro de símbolo e/ou de bit durante a
transmissão dos mesmos através de um canal de comunicação.

Existem basicamente dois tipos de códigos corretores/detectores de erros:

 Código de bloco
 Código convolucional

4.1.1.1. Código de bloco

Ganho de codificação

O benefício obtido com o processo de codificação pode ser quantificado por meio do ganho de
codificação. O ganho de codificação é definido como sendo a relação entre Eb /N0 do sinal não
codificado, pelo Eb /N0 do sinal codificado, para uma dada taxa de erro, i.e. o ganho de
codificação é tipicamente uma função de Pb. A expressão do ganho de codificação, em dB, é
apresentada a seguir

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Codificação de Dados

Onde, (Eb /N0)nc é a relação entre a energia de bit e a densidade espectral de ruído sem
codificação e (Eb /N0)c é a relação entre a energia de bit e a densidade espectral de ruído com
codificação.

As curvas características de Pb em função de Eb /N0, para um esquema de transmissão


codificado e não codificado, são apresentados na Figura 1. Um cuidado deve ser tomado para a
correta determinação de Pb em função de Eb /N0 com a codificação: o valor de Eb refere-se à
energia por bit de informação, ou seja, admitindo-se que a energia total gasta para a transmissão
seja a mesma para os dois casos, então a energia por bit de informação com a codificação é
menor do que a energia de bit sem a codificação, devido à inserção dos bits de redundância.
Assim sendo, a relação entre (Eb /N0)c e (Eb /N0)nc fica afectada pela taxa de codificação na
forma

Os valores de taxa de erro e de Eb /N0 apresentados na Figura1 referem-se a um esquema


hipotético e tem por objetivo permitir generalizar conclusões apresentadas a seguir.

1) Para baixos valores de Eb /N0 a codificação não apresenta nenhum benefício, ou seja, o ganho
de codificação pode ser nulo, para o valor de Eb /N0 determinado pelo cruzamento das curvas,
ou negativo para valores menores.

2) Para diferentes valores de Pb obtém-se diferentes ganhos de codificação. Por exemplo, para
Pb = 10-4 o ganho de codificação é igual a 1,4 dB, enquanto para Pb = 10-6 o ganho sobe para 2
dB. Isso demonstra a dependência do ganho de codificação com Pb.

3) A codificação permite obter redução de Pb com a mesma energia (Eb /N0 constante) em
relação ao sinal sem codificação.

Por exemplo, para Eb /N0 = 7 dB, a Pb cai de 10-3 para um pouco mais que 10-5.

Considerando-se a expansão de largura de faixa provocada pela codificação, pode-se concluir


ainda:

4) A diminuição de Pb e/ou Eb /N0 decorrente da codificação produz uma expansão na largura


de faixa.

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Figura 1 - Curvas típicas de probabilidade de erro versus Eb /N0 para um sinal com
codificação e sem codificação.

4.1.1.2. Código convolucional

Código convolucional é um tipo de código corretor de erro em que cada conjunto


de m símbolos é transformado em um conjunto de n símbolos, onde . Essa
transformação é função dos últimos k símbolos na entrada do codificador, e a razão m/n é
conhecida como taxa de código.

Códigos convolucionais são usados geralmente para melhorar a performance da comunicação


via rádio e satélite.

A codificação convolucional é assim denominada porque se baseia no uso de memórias e


multiplicações para realizar a convolução de um sinal de entrada com o Impulso do sistema
codificador, de forma similar a um filtro de resposta finita ao impulso (FIR).

4.1.2. Codificação da fonte

Criptografia (Do Grego kryptós, "escondido", e gráphein, "escrita") é o estudo dos princípios
e técnicas pelas quais a informação pode ser transformada da sua forma original para outra

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ilegível, de forma que possa ser conhecida apenas por seu destinatário (detentor da "chave
secreta"), o que a torna difícil de ser lida por alguém não autorizado. Assim sendo, só o receptor
da mensagem pode ler a informação com facilidade.
A criptografia tem quatro objetivos principais:
 Confidencialidade da mensagem: só o destinatário autorizado deve ser capaz de extrair
o conteúdo da mensagem da sua forma cifrada.

 Integridade da mensagem: o destinatário deverá ser capaz de determinar se a


mensagem foi alterada durante a transmissão.

 Autenticação do remetente: o destinatário deverá ser capaz de identificar o remetente e


verificar que foi mesmo ele quem enviou a mensagem.

 Não-repúdio ou irretratabilidade do emissor: não deverá ser possível ao emissor


negar a autoria da mensagem.

4.1.3. Códigos de linha

Códigos de linha: Especificam a forma do sinal eléctrico que será usado para representar os
símbolos de informação. No caso binário, especifica o sinal eléctrico dos bits 1 e 0.

5. Técnicas de Codificação

 NRZ –Non Returrn to Zero (não retorno a o zero);


 NRZI- Non Return to Zero Invert;
 Codificação Manchester;
 Codificação Manhester Diferencial;
 AMI- Alternated Mark Inversion;
 Codificacao HDB-3;
 Codificacao Miller

5.1.NRZ –Non Returrn to Zero (não retorno a o zero)

Esta é o tipo de codificação mais simples. Por meio dela, nós apenas representamos um 1 por
meio de um sinal alto e um 0 por meio de um sinal baixo:

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Fig.2 NRZ

A desvantagem deste tipo de codificação é que nós podemos ter que enviar sinais repetitivos
como "1111111111111..." ou "000000000...". Caso nós não mudemos o sinal enviado
digitalmente para "alto" e "baixo" por muito tempo, corremos o risco de perdermos a sincronia.
Se isso ocorrer, as mensagens deixarão de ser compreendidas pelo nó de destino

5.2.NRZI- Non Return to Zero Invert

Nesta codificação, para transmitir um "0", nós mantemos o sinal como está e para transmitir um
"1", nós invertemos o sinal. É comum que na prática a cada 4 bits transmitidos por meio do
NRZI, seja enviado um bit lógico "1" para que não ocorra uma perda de sincronia caso
estejamos transmitindo muitos zeros.

Fig.3. NRZI

5.3.Codificação Manchester

Segundo Tanenbaum, em seu livro Redes de Computadores Quarta Edição, neste tipo de
codificação, representamos um "1" por um sinal baixo que sobe e "0" por um sinal alto que
desce. Esta codificação é usada em redes Ethernet/802.3. A sua principal vantagem é a

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facilidade de se recuperar erros. Mesmo que parte da transmissão se perca, ainda assim é fácil
detectar qual foi o sinal enviado.

Fig.4. Codificação Manchester

5.4.Codificação de Manchester Diferencial

A Codificação de Manchester Diferencial é um pouco mais complexa. Para descobrir se no


Manchester Diferencial qual é o sinal transmitido, precisa se saber também qual era o estado
anterior do sinal.

Um "1" é representado fazendo a primeira metade do sinal igual à última metade do sinal
anterior e um "0" é representado fazendo a primeira metade do sinal ser diferente da segunda
metade do sinal anterior. Ou, em outras palavras, se no começo do sinal houve mudança de
sinal, é 0 e se não houve, é 1.

Mesmo que o sinal seja invertido, por meio desta codificação, poderá se comunicar sem
problemas. O que importa é a transição, não a polaridade.

Fig.5.Manchester Diferencial

5.5.AMI- Alternated Mark Inversion

O método bipolar AMI (Alternate Mark Inversion) utiliza três níveis de sinal (+, 0, -) para
codificar a informação binária a ser transmitida. O bit '0' é representado pelo nível 0 (nulo),
enquanto o bit '1' corresponde a pulsos retangulares com metade duração do dígito e polaridade

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alternada (+ ou -), como pode ser visto na figura abaixo. Com essas alternâncias de marcas,
consegue-se garantir a ausência de nível DC no sinal codificado, entretanto, enquanto ocorrer
uma sequência longa de zeros, o sinal codificado fica muito tempo sem transições na linha, o
que dificulta a obtenção do relógio de sincronismo (cadência).

Fig.6. AMI

5.6.Codificação HDB-3

Para assegurar um número mínimo de transições no sinal codificado, é necessário limitar as


longas sequências de nível '0' no sinal. Isso é feito violando-se a regra bipolar (polaridades
alternadas para os bits '1') através da codificação HDB-3 (High Density Bipolar With 3 zero
maximum tolerance prior to zero substitution - código com alta densidade de pulsos).
Nesse tipo de codificação, o sinal digital a ser transmitido é analisado e, cada vez que é
detectada uma sequência de quatro zeros consecutivos, esta sequência é substituída por uma
outra sequência padronizada. Para isso, é utilizado o recurso da "violação", que consiste no uso
de um pulso que tenha a mesma polaridade que o pulso anterior (o que viola o princípio básico
do AMI).
No HDB-3, os quatro zeros consecutivos são substituídos pela sequência 000V ou V00V, onde
"V" é a violação, e a substituição dependerá do último pulso transmitido, observando sempre o
princípio da alternância de pulsos. Caso o último pulso transmitido não seja uma violação e
tenha polaridade oposta à polaridade da violação anterior, transmitirá 000V. Para o caso em que
o último seja uma violação ou tenha polaridade idêntica à polaridade da violação anterior,
transmitirá V00V. Essa escolha entre 000V e V00V faz com que violações sucessivas sejam de
polaridades opostas, o que garante a não existência de sinal DC na linha.

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Codificação de Dados

Fig. 7 – Codificação HDB-3

Na recepção, o descodificador tem de verificar, inicialmente, a violação AMI e, posteriormente,


o número de zeros que precede esta violação, para determinar se o último pulso transmitido é
também uma violação. Isto é feito da seguinte forma: se na recepção houver dois pulsos, com
a mesma polaridade, separados por três zeros, o segundo pulso é violação, logo, é eliminado.
Se na recepção houver dois pulsos, com a mesma polaridade, separados por dois zeros, ambos
os pulsos são violação, logo, ambos são eliminados.
Na codificação HDB-3 são contornados os problemas do aparecimento do nível DC e da falta
de transições para recuperação do sinal de relógio.

5.7.Codificação Miller

Esta codificação, também conhecida como modulação por retardo de fase ou, ainda, FM
modificada, ocorre da seguinte forma: para o bit '1', realiza-se uma transição no meio do
intervalo significativo do bit, para o bit '0' realiza-se a uma transição no fim do intervalo
significativo do bit, se o próximo bit for '0'; caso o próximo bit seja '1', nenhuma transição é
realizada no final do seu intervalo significativo.

Fig. 8 – Codificação Miller

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Observa-se que ocorre uma transição no centro do bit, quando ele for '1', e uma transição entre
dois bits '0' consecutivos. O código Miller apresenta boa imunidade a ruído.
O Código Miller também utiliza as transições do sinal para representar os bits de informação.
O bit 1 corresponde a uma transição no meio do intervalo significativo do bit, enquanto o bit 0
corresponde a uma transição no fim do intervalo significativo do bit se o próximo bit for um 0.
Caso contrário, isto é, quando o bit 0 é imediatamente seguido por um bit 1, nenhuma transição
é usada no final do seu intervalo significativo.

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6. Conclusão

A codificação de dados é de grande importância no processamento de sinais pois permite maior


fiabilidade no canal de comunicação ao processar uma dada informação, isto é, a informação
que flui do emissor para o receptor pode ser perfeitamente compreendida por este através do
uso de várias técnicas de codificação.

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Codificação de Dados

7. Referencias bibliograficas

 Tocci, R. 2006. Digital Systems: Principles and Applications (10th Edition). Prentice
Hall. ISBN 0131725793
 Hefez, A. E Villela, M.L.T., Códigos Corretores de Erros, IMPA, Rio de Janeiro, 2002

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