Você está na página 1de 24

AULA 24 – DIA 05/11/2018

CAPACIDADE DE CARGA DE ESTACAS – EFEITO


DE GRUPO

PROF. RAIMUNDO LEIDIMAR BEZERRA


DEC/CCTS/UEPB
leidimarbezerra@gmail.com
1
EFEITO DE GRUPO

 Tudo o que vimos até aqui sobre capacidade de


carga refere-se ao elemento isolado de fundação por
estaca.
 A maioria das fundações por estacas, porém,
emprega grupos, geralmente de 2 a 9 estacas,
interligadas por um bloco de coroamento de
concreto.
 A capacidade do grupo pode ser diferente da soma
dos valores de capacidade de carga dos elementos
isolados que o compõem.
2
EFEITO DE GRUPO

3
EFEITO DE GRUPO

4
EFEITO DE GRUPO

 A ação de grupo em fundações em estacas tem


resultado em muitos casos de ruptura
comprovados ou recalques excessivos, embora
provas de carga feitos em uma estaca isolada
tenha indicado comportamento satisfatório.

5
EFEITO DE GRUPO

6
EFEITO DE GRUPO

 Assim, pode haver um efeito de grupo sobre a


capacidade de carga, o qual pode ser quantificado
pela chamada eficiência de grupo (h):

7
EFEITO DE GRUPO
 Em princípio, a eficiência do grupo depende da
forma e do tamanho do grupo, do espaçamento
entre estacas e, principalmente, do tipo de solo e de
estaca.
 Antigamente, considerava-se que a eficiência podia
ser menor do que a unidade, de acordo com as
fórmulas de eficiência empregadas à época.
 Depois, com a realização de ensaios em grupos,
constatou-se que a eficiência geralmente é igual ou
superior à unidade. 8
EFEITO DE GRUPO

 Em duas condições a eficiência resulta em torno


da unidade:
a) estacas de qualquer tipo em argila;
b) estacas escavadas, em qualquer tipo de solo.
 Eficiências superiores à unidade são obtidas para
estacas cravadas em areia, sobretudo em areia
fofa.

9
EFEITO DE GRUPO

 De acordo com Vésic (1975), em qualquer caso:


a) a resistência de ponta do grupo pode ser
considerada igual a soma das resistências de
ponta dos elementos isolados;
b) a resistência por atrito lateral do grupo, em areia,
pode ser maior do que a soma dos valores de
atrito lateral dos elementos isolados.
Isto é devido à compactação causada pela
cravação das estacas dentro de uma área
relativamente pequena. 10
EFEITO DE GRUPO

 Não há nenhuma teoria ou fórmula apropriada


para a estimativa da capacidade de carga de
grupo nem da eficiência de grupo.
 O que existe são resultados experimentais que
comprovam valores de eficiência, de grupo de
estacas cravadas em areia, de até 1,5 a 1,7 (Vésic,
1967b, Cintra e Albiero, 1989), em grupos de até 9
estacas com espaçamento entre eixos de 2,5 vezes
o diâmetro.
11
EFEITO DE GRUPO

 Entretanto, a prática corrente de projeto de


fundações por estacas não leva em conta possíveis
benefícios de eficiência de grupo superior à unidade.
 Inclusive porque contar com uma resistência
aumentada por causa do efeito do grupo implica a
ocorrência de recalques também aumentados.
 Assim, na prática, calcula-se a capacidade de carga
apenas do elemento isolado de fundação, com a
hipótese de que tenha h = 1.
12
EFEITO DE GRUPO

 Na resistência do grupo de estacas também há a


contribuição do próprio bloco de coroamento das
estacas, pois uma parcela da carga total do grupo
é transmitida ao solo diretamente pelo bloco.
 Em blocos usuais, essa contribuição é de, no
máximo, 20% (Chen, Xu e Wang, 1993; Senna Jr
e Cintra, 1994), para estacas cravadas e
escavadas, e costuma ser negligenciada em
projetos.
13
EFEITO DE GRUPO

 Outro aspecto em relação aos grupos de estacas é


que a distribuição de carga pode não ser uniforme:
 as estacas centrais podem receber mais carga que
as de periferia, em areia;
 ou ser menos carregadas, em argila.
 No caso de estacas cravadas em areia, temos a
influência da sequência de cravação, pois as últimas
estacas cravadas de um grupo recebem mais carga
do que as precedentes.
14
EFEITO DE GRUPO (NBR 6122:2010)

 Alguns tipos de solos, particularmente as areis fofas,


sofrem densificação (compactação) pela cravação de
estacas.
 Deve-se evitar a formação de um bloco de solo
compacto que possa impedir a cravação das demais
estacas.
 Em qualquer caso, a sequência de execução deve ser
do centro do grupo para a periferia ou de uma
lateral a outra.
15
EFEITO DE GRUPO (NBR 6122:2010)

 A carga admissível ou carga resistente de projeto de


um grupo de estacas ou tubulões não pode ser
superior à de uma estaca hipotética de mesmo
contorno que o do grupo e seja assente a uma
profundidade acima da ponta das estacas ou
tubulões igual a 1/3 do comprimento de penetração
na camada de suporte como mostrado na Figura 6.
 Essas considerações não são válidas para blocos
apoiados em fundações profundas com elementos
inclinados.
16
EFEITO DE GRUPO (NBR 6122:2010)

17
PROCEDIMENTOS GERAIS DE PROJETO
Pilares com carga vertical e momentos

18
PROCEDIMENTOS GERAIS DE PROJETO
Pilares com carga vertical e momentos

19
PROCEDIMENTOS GERAIS DE PROJETO
Pilares com carga vertical e momentos

20
PROCEDIMENTOS GERAIS DE PROJETO
Dimensões do Bloco
 Calculado o número de estacas, deve-se fazer a
distribuição em planta.
 A situação ideal é sempre aquela em que o centro de
gravidade (cg) coincide com o centro de carga (cc).
Xcc=(Pi.Xi)/ Pi Ycc= =(Pi.Yi)/ Pi
Xcg=B/2 Ycg=L/2

21
PROCEDIMENTOS GERAIS DE PROJETO
Dimensões do Bloco
 Quanto ao espaçamento d entre os eixos das estacas,
recomenda-se:

22
PROCEDIMENTOS GERAIS DE PROJETO
Dimensões do Bloco
 Quanto ao espaçamento d entre os eixos das estacas,
recomenda-se:

23
PROCEDIMENTOS GERAIS DE PROJETO
Dimensões do Bloco
 A distância c entre o eixo da estaca e a face do bloco
de coroamento é tomada como a metade do diâmetro
mais 15 cm, para acomodar eventuais erros de
locação e melhorar as condições de ancoragem da
armadura.
𝑫
𝒄 = + 𝟏𝟓 (𝒄𝒎)
𝟐

24

Você também pode gostar