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O “NOVO” CÓDIGO

DE ÉTICA MÉDICA

Após 33 meses de discussão (1º de fevereiro de 2016 a 1º de novembro


de 2018), audiências públicas, oitivas da Sociedade organizada e recepção
de mais de 1.500 contribuições, foi finalmente aprovado, pela Resolução
2.217/2018 (publicada no DJU do dia 1/11/2018), o “novo” Código de Ética
Médica, o qual, na verdade, traz poucas modificações em relação ao atual,
vigente desde 2009. 

Vamos a elas:

No capítulo I, PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS, houve as seguintes modificações:

No princípio V, incluiu-se que o benefício da sociedade, além do benefício do


paciente, deve ser alvo da atuação médica.

Redação Anterior Redação Atual


V - Compete ao médico aprimorar V – Compete ao médico aprimorar
continuamente seus conhecimentos continuamente seus conhecimentos
e usar o melhor do progresso cientí- e usar o melhor do progresso cien-
fico em benefício do paciente. tífico em benefício do paciente e da
sociedade.

No princípio VI, estendeu-se o respeito ao paciente, para além de sua


morte:

Redação Anterior Redação Atual


VI - O médico guardará absoluto res- VI – O médico guardará absoluto res-
peito pelo ser humano e atuará sem- peito pelo ser humano e atuará sem-
pre em seu benefício. Jamais utiliza- pre em seu benefício, mesmo depois
rá seus conhecimentos para causar da morte. Jamais utilizará seus co-
sofrimento físico ou moral, para o nhecimentos para causar sofrimen-
extermínio do ser humano ou para to físico, moral, para o extermínio do
permitir e acobertar tentativa contra ser humano ou para permitir e aco-
sua dignidade e integridade. bertar tentativas contra sua dignida-
de e integridade.

No princípio XXIII, acrescentou-se os atributos HONESTIDADE e VERACIDADE,


que o médico deverá ter quando envolvido em produção de conhecimento:

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

Redação Anterior Redação Atual


XXIII - Quando envolvido na produ- XXIII – Quando envolvido na produ-
ção de conhecimento científico, o ção de conhecimento científico, o
médico agirá com isenção e inde- médico agirá com isenção, indepen-
pendência, visando ao maior benefí- dência, veracidade e honestidade,
cio para os pacientes e a sociedade. com vista ao maior benefício para os
pacientes e para a sociedade.

O princípio XXVI não existe no Código atual e foi trazido como novidade no
código agora aprovado: “XXVI – A medicina será exercida com a utilização dos
meios técnicos e científicos disponíveis que visem aos melhores resultados.”

No Capítulo II, DIREITOS DO MÉDICO, houve apenas cinco pequenas


modificações, a única de relevância é a atenção dada ao médico deficiente.

No inciso I, foi acrescentada a DEFICIÊNCIA como uma das formas de inclusão


e pelas quais o médico não pode ser discriminado:

Redação Anterior Redação Atual


I - Exercer a Medicina sem ser discri- I – Exercer a medicina sem ser dis-
minado por questões de religião, et- criminado por questões de religião,
nia, sexo, nacionalidade, cor, orien- etnia, cor, sexo, orientação sexual,
tação sexual, idade, condição social, nacionalidade, idade, condição so-
opinião política ou de qualquer ou- cial, opinião política, deficiência ou
tra natureza. de qualquer outra natureza.

No inciso III, foi apenas acrescentada a obviedade de que a comunicação à


CEM do hospital somente deverá ser realizada quando esta houver:

Redação Anterior Redação Atual


III - Apontar falhas em normas, con- III – Apontar falhas em normas, con-
tratos e práticas internas das insti- tratos e práticas internas das insti-
tuições em que trabalhe quando as tuições em que trabalhe quando as
julgar indignas do exercício da pro- julgar indignas do exercício da pro-
fissão ou prejudiciais a si mesmo, fissão ou prejudiciais a si mesmo,
ao paciente ou a terceiros, devendo ao paciente ou a terceiros, devendo
dirigir-se, nesses casos, aos órgãos comunicá-las ao Conselho Regional
competentes e, obrigatoriamente, à de Medicina de sua jurisdição e à Co-
comissão de ética e ao Conselho Re- missão de Ética da instituição, quan-
gional de Medicina de sua jurisdição. do houver.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

No inciso IV, foi acrescentado que a recusa ao exercício profissional


em determinada instituição deve ser justificada e comunicada com
a maior brevidade e também ressalva que se não houver CEM na
instituição, a mesma não precisará ser comunicada, mas apenas o CRM:

Redação Anterior Redação Atual


IV - Recusar-se a exercer sua profis- IV – Recusar-se a exercer sua profis-
são em instituição pública ou privada são em instituição pública ou privada
onde as condições de trabalho não onde as condições de trabalho não
sejam dignas ou possam prejudicar sejam dignas ou possam prejudicar a
a própria saúde ou a do paciente, própria saúde ou a do paciente, bem
bem como a dos demais profissio- como a dos demais profissionais.
nais. Nesse caso, comunicará ime- Nesse caso, comunicará com justifi-
diatamente sua decisão à comissão cativa e maior brevidade sua decisão
de ética e ao Conselho Regional de ao diretor técnico, ao Conselho Re-
Medicina. gional de Medicina de sua jurisdição
e à Comissão de Ética da instituição,
quando houver.

No inciso VIII, substitui-se o gerúndio do verbo evitar pela expressão “sem


permitir” e substitui-se o reflexivo “prejudica-lo” por “prejudicar seu trabalho”:

Redação Anterior Redação Atual


VIII - Decidir, em qualquer circuns- VIII – Decidir, em qualquer circuns-
tância, levando em consideração sua tância, levando em consideração sua
experiência e capacidade profissio- experiência e capacidade profissio-
nal, o tempo a ser dedicado ao pa- nal, o tempo a ser dedicado ao pa-
ciente, evitando que o acúmulo de ciente sem permitir que o acúmulo
encargos ou de consultas venha a de encargos ou de consultas venha
prejudicá-lo. prejudicar seu trabalho.

O inciso XI não existe no Código atual e foi inserido no novo para reforçar o
conceito já inserto no inciso I do direito do médico portador de deficiência não
ser discriminado: “XI – É direito do médico com deficiência ou com doença,
nos limites de suas capacidades e da segurança dos pacientes, exercer a
profissão sem ser discriminado. “
No Capítulo III, RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL, houve apenas duas
pequenas alterações:

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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No artigo sétimo, foi subtraída a expressão “expondo a risco a vida do


paciente”, robustecendo a prática antiética de mera conduta, mesmo que
não haja risco para nenhum paciente:

Redação Anterior Redação Atual


Art. 7º Deixar de atender em setores Art. 7º Deixar de atender em setores
de urgência e emergência, quando de urgência e emergência, quando
for de sua obrigação fazê-lo, expon- for de sua obrigação fazê-lo, mesmo
do a risco a vida de pacientes, mes- respaldado por decisão majoritária
mo respaldado por decisão majoritá- da categoria.
ria da categoria.

No parágrafo terceiro do artigo 15, foi substituída a expressão “sobre o


mesmo” pela “sobre o método”, para ficar claro sobre quais esclarecimentos
se refere:

Redação Anterior Redação Atual


§ 3º Praticar procedimento de § 3º Praticar procedimento de
procriação medicamente assistida procriação medicamente assistida
sem que os participantes estejam de sem que os participantes estejam de
inteiro acordo e devidamente escla- inteiro acordo e devidamente escla-
recidos sobre o mesmo. recidos sobre o método.

No Capítulo IV, DIREITOS HUMANOS, houve apenas a inserção do parágrafo


único ao artigo 23, estabelecendo: “Parágrafo único. O médico deve
ter para com seus colegas respeito, consideração e solidariedade”. Ao
nosso ver, totalmente deslocado. Tal princípio deveria estar inserido
no Capítulo VII, RELAÇÃO ENTRE MEDICOS e não nos direitos humanos.

No Capítulo V, RELAÇÃO COM PACIENTES E FAMILIARES, houve quatro


pequenas alterações.

O artigo 32 foi acrescido das expressões “de promoção de saúde e de


prevenção” e “de doenças” para esclarecer a que se refere o tratamento:

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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Redação Anterior Redação Atual


Art. 32. Deixar de usar todos os Art. 32 Deixar de usar todos os meios
meios disponíveis de diagnóstico e disponíveis de promoção de saúde e
tratamento, cientificamente reco- de prevenção, diagnóstico e trata-
nhecidos e a seu alcance, em favor mento de doenças, cientificamente
do paciente. reconhecidos e a seu alcance, em fa-
vor do paciente.

No parágrafo segundo do artigo 36, foi acrescentada a expressão “e a


propiciar-lhe os cuidados necessários” que, juntamente com os paliativos,
devem ser dados ao paciente terminal:

Redação Anterior Redação Atual


§ 2° Salvo por motivo justo, § 2° Salvo por motivo justo, comuni-
comunicado ao paciente ou aos seus cado ao paciente ou à sua família, o
familiares, o médico não abandonará médico não o abandonará por este
o paciente por ser este portador ter doença crônica ou incurável e
de moléstia crônica ou incurável e continuará a assisti-lo e a propiciar-
continuará a assisti-lo ainda que -lhe os cuidados necessários, inclusi-
para cuidados paliativos. ve os paliativos.

O caput do artigo 37 foi acrescido com a expressão “assim como


consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação
de massa”. Além disso, foi criado o parágrafo segundo que submete
o exercício da medicina nas mídias sociais à regulamentação do CFM:

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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Redação Anterior Redação Atual


Art. 37. Prescrever tratamento ou Art. 37 Prescrever tratamento e ou-
outros procedimentos sem exame tros procedimentos sem exame di-
direto do paciente, salvo em casosreto do paciente, salvo em casos de
de urgência ou emergência e impos-urgência ou emergência e impossi-
sibilidade comprovada de realizá-lo,
bilidade comprovada de realizá-lo,
devendo, nesse caso, fazê-lo imedia-
devendo, nesse caso, fazê-lo ime-
tamente após cessar o impedimen- diatamente depois de cessado o im-
to. pedimento, assim como consultar,
diagnosticar ou prescrever por qual-
quer meio de comunicação de mas-
Parágrafo único. O atendimento sa.
médico a distância, nos moldes da § 1º O atendimento médico a distân-
telemedicina ou de outro método, cia, nos moldes da telemedicina ou
dar-se-á sob regulamentação do de outro método, dar-se-á sob regu-
Conselho Federal de Medicina. lamentação do Conselho Federal de
Medicina.
§ 2º Ao utilizar mídias sociais e ins-
trumentos correlatos, o médico deve
respeitar as normas elaboradas pelo
Conselho Federal de Medicina.

O Capítulo VI, DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS, e o


Capítulo VII, RELAÇÃO ENTRE MÉDICOS, não sofreram nenhuma alteração.

O Capítulo VIII, REMUNERAÇÃO PROFISSIONAL, sofreu uma singela alteração


no artigo 69, inserindo a prescrição, como conduta antiética, quando
vinculada a outro interesse mercantilista:

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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Redação Anterior Redação Atual


Art. 69 Exercer simultaneamente Art. 69 Exercer simultaneamente a
a medicina e a farmácia ou obter medicina e a farmácia ou obter van-
vantagem pelo encaminhamento tagem pelo encaminhamento de
de procedimentos, pela comercia- procedimentos, pela prescrição e/ou
lização de medicamentos, órteses, comercialização de medicamentos,
próteses ou implantes de qualquer órteses, próteses ou implantes de
natureza, cuja compra decorra de qualquer natureza, cuja compra de-
influência direta em virtude de sua corra de influência direta em virtude
atividade profissional. de sua atividade profissional.

O Capítulo IX, SIGILO PROFISSIONAL, sofreu três alterações, em seus artigos


74, 75 e 77.

No artigo 74, a expressão “menor de idade” foi substituída por “criança ou


adolescente”:

Redação Anterior Redação Atual


Art. 74. Revelar sigilo profissional Art. 74 Revelar sigilo profissional re-
relacionado a paciente menor de lacionado a paciente criança ou ado-
idade, inclusive a seus pais ou repre- lescente, desde que estes tenham
sentantes legais, desde que o menor capacidade de discernimento, inclu-
tenha capacidade de discernimento, sive a seus pais ou representantes
salvo quando a não revelação possa legais, salvo quando a não revelação
acarretar dano ao paciente. possa acarretar dano ao paciente.

No artigo 75, a expressão “seus retratos” foi substituída por “imagens que os
tornem reconhecíveis”:

Redação Anterior Redação Atual


Art. 75. Fazer referência a casos clí- Art. 75 Fazer referência a casos clí-
nicos identificáveis, exibir pacientes nicos identificáveis, exibir pacientes
ou seus retratos em anúncios profis- ou imagens que os tornem reconhe-
sionais ou na divulgação de assuntos cíveis em anúncios profissionais ou
médicos, em meios de comunicação na divulgação de assuntos médicos
em geral, mesmo com autorização em meios de comunicação em geral,
do paciente. mesmo com autorização do pacien-
te.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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No artigo 77, foi acrescentada a expressão: “salvo por expresso consentimento


de seu representante legal”:

Redação Anterior Redação Atual


Art. 77. Prestar informações a em-
Art. 77 Prestar informações a empre-
presas seguradoras sobre as cir-
sas seguradoras sobre as circunstân-
cunstâncias da morte do paciente
cias da morte do paciente sob seus
sob seus cuidados, além das conti-
cuidados, além das contidas na de-
das na declaração de óbito. claração de óbito, salvo por expresso
consentimento do seu representan-
te legal.
O Capítulo X, DOCUMENTOS MÉDICOS, sofreu cinco singelas alterações.

No artigo 82, a expressão “fatos verificados na clínica privada” foi substituída


pela expressão “e solicitar exames ou procedimentos fora da instituição a
que pertençam tais formulários”:

Redação Anterior Redação Atual


Art. 82. Usar formulários de insti- Art. 82 Usar formulários institucio-
tuições públicas para prescrever ou nais para atestar, prescrever e soli-
atestar fatos verificados na clínica citar exames ou procedimentos fora
privada. da instituição a que pertençam tais
formulários.

O artigo 87 foi acrescido do parágrafo terceiro, com a seguinte redação: “§ 3º


Cabe ao médico assistente ou a seu substituto elaborar e entregar o sumário
de alta ao paciente ou, na sua impossibilidade, ao seu representante legal.”

No artigo 88, foi inserida a expressão: “ou, na sua impossibilidade, a seu


representante legal”:

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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Redação Anterior Redação Atual


Art. 88 Negar ao paciente acesso a Art. 88 Negar ao paciente ou, na sua
seu prontuário, deixar de lhe for- impossibilidade, a seu representan-
necer cópia quando solicitada, bem te legal, acesso a seu prontuário,
como deixar de lhe dar explicações deixar de lhe fornecer cópia quando
necessárias à sua compreensão, sal- solicitada, bem como deixar de lhe
vo quando ocasionarem riscos ao dar explicações necessárias à sua
próprio paciente ou a terceiros. compreensão, salvo quando ocasio-
narem riscos ao próprio paciente ou
a terceiros.
No artigo 89, a expressão “salvo quando” foi substituída pela palavra “exceto”:

Redação Anterior Redação Atual


Art. 89. Liberar cópias do prontuário Art. 89 Liberar cópias do prontuário
sob sua guarda, salvo quando au- sob sua guarda exceto para atender
torizado, por escrito, pelo paciente, a ordem judicial ou para sua própria
para atender ordem judicial ou para defesa, assim como quando autori-
a sua própria defesa. zado por escrito pelo paciente.

O parágrafo primeiro do mesmo artigo 89 teve alterada a expressão “ao


perito médico nomeado pelo juiz” para “ao juízo requisitante”.

Redação Anterior Redação Atual


§ 1º Quando requisitado judicialmente § 1º Quando requisitado judicialmen-
o prontuário será disponibilizado ao te, o prontuário será encaminhado
perito médico nomeado pelo juiz. ao juízo requisitante.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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O Capítulo XI, AUDITORIA E PERÍCIA MÉDICA, não teve nenhuma alteração.

O Capítulo XII, ENSINO E PESQUISA MÉDICA, teve três alterações:

O parágrafo único do artigo 101 foi desmembrado em dois parágrafos,


substituindo a expressão “sujeito” pela expressão “paciente participante” e
“menor de idade” por “criança, adolescente, pessoa com transtorno ou doença
mental, em situação de diminuição de capacidade de decidir”. No parágrafo
segundo autorizou aos médicos pesquisadores acesso a prontuários, mesmo
que não sejam de seus pacientes:

Redação Anterior Redação Atual


Parágrafo único. No caso do sujei- § 1º No caso de o paciente partici-
to de pesquisa ser menor de idade, pante de pesquisa ser criança, ado-
além do consentimento de seu re- lescente, pessoa com transtorno ou
presentante legal, é necessário seu doença mental, em situação de dimi-
assentimento livre e esclarecido na nuição de sua capacidade de discer-
medida de sua compreensão. nir, além do consentimento de seu
representante legal, é necessário
seu assentimento livre e esclarecido
na medida de sua compreensão.
§ 2º O acesso aos prontuários será
permitido aos médicos, em estudos
retrospectivos com questões meto-
dológicas justificáveis e autorizados
pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) ou pela Comissão Nacional de
Ética em Pesquisa (Conep).

No artigo 106 foi suprimido o gerúndio do verbo envolver e acrescentadas as


expressões “de maneira isolada” e “método profilático ou terapêutico eficaz”:

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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O “NOVO” CÓDIGO
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Redação Anterior Redação Atual


Art. 106. Manter vínculo de qualquer Art. 106 Manter vínculo de qualquer
natureza com pesquisas médicas, natureza com pesquisas médicas em
envolvendo seres humanos, que seres humanos que usem placebo
usem placebo em seus experimen- de maneira isolada em experimen-
tos, quando houver tratamento efi- tos, quando houver método profilá-
caz e efetivo para a doença pesqui- tico ou terapêutico eficaz.
sada.

O Capítulo XIII, PUBLICIDADE MÉDICA, experimentou duas emendas:

O artigo 114, que previa “Art. 114. Consultar, diagnosticar ou prescrever por
qualquer meio de comunicação de massa“, foi integralmente suprimido.

O artigo 118, renumerado para 117, foi acrescido da expressão “com o estado
da Federação no qual foi inscrito e Registro de Qualificação de Especialidade
(RQE) quando anunciar especialidade:

Redação Anterior Redação Atual


Art. 118 - Deixar de incluir, em anún- Art. 117 Deixar de incluir, em anún-
cios profissionais de qualquer or- cios profissionais de qualquer or-
dem, seu nome, seu número no Con- dem, seu nome, seu número no
selho Regional de Medicina. Conselho Regional de Medicina, com
o estado da Federação no qual foi
inscrito e Registro de Qualificação de
Especialista (RQE) quando anunciar a
especialidade.

O Capítulo XIV, DISPOSIÇÕES GERAIS, não sofreu nenhuma alteração.

Segue o comparativo do texto atual com o novo:

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

RESOLUÇÃO 1931/2009 RESOLUÇÃO 2217/2018

Capítulo I Capítulo I

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

I - A Medicina é uma profissão a ser- I – A medicina é uma profissão a ser-


viço da saúde do ser humano e da viço da saúde do ser humano e da
coletividade e será exercida sem dis- coletividade e será exercida sem dis-
criminação de nenhuma natureza. criminação de nenhuma natureza.

II – O alvo de toda a atenção do mé-


II - O alvo de toda a atenção do mé-
dico é a saúde do ser humano, em
dico  é a saúde do ser humano, em
benefício da qual deverá agir com o
benefício da qual deverá agir com o
máximo de zelo e o melhor de sua
máximo de zelo e o melhor de sua
capacidade profissional.
capacidade profissional.

III – Para exercer a medicina com


III - Para exercer a Medicina com honra e dignidade, o médico neces-
honra e dignidade, o médico neces- sita ter boas condições de trabalho e
sita ter boas condições de trabalho e ser remunerado de forma justa.
ser remunerado de forma justa.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
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IV - Ao médico cabe zelar e traba- IV – Ao médico cabe zelar e traba-


lhar pelo perfeito desempenho ético lhar pelo perfeito desempenho ético
da Medicina, bem como pelo pres- da medicina, bem como pelo pres-
tígio e bom conceito da profissão. tígio e bom conceito da profissão.

V - Compete ao médico aprimorar V – Compete ao médico aprimorar


continuamente seus conhecimen- continuamente seus conhecimentos
tos e usar o melhor do progresso e usar o melhor do progresso cien-
científico em benefício do paciente. tífico em benefício do paciente e da
sociedade.

VI - O médico guardará absoluto


respeito pelo ser humano e atua- VI – O médico guardará absoluto res-
rá sempre em seu benefício. Jamais peito pelo ser humano e atuará sem-
utilizará seus conhecimentos para pre em seu benefício, mesmo depois
causar sofrimento físico ou moral, da morte. Jamais utilizará seus co-
para o extermínio do ser humano ou nhecimentos para causar sofrimen-
para permitir e acobertar tentativa to físico, moral, para o extermínio do
contra sua dignidade e integridade. ser humano ou para permitir e aco-
bertar tentativas contra sua dignida-
de e integridade.
VII - O médico exercerá sua profissão
com autonomia, não sendo obriga-
VII – O médico exercerá sua profissão
do a prestar serviços que contrariem
com autonomia, não sendo obriga-
os ditames de sua consciência ou a
do a prestar serviços que contrariem
quem não deseje, excetuadas as si-
os ditames de sua consciência ou a
tuações de ausência de outro mé-
dico, em caso de urgência ou emer- quem não deseje, excetuadas as si-
tuações de ausência de outro mé-
gência, ou quando sua recusa possa
dico, em caso de urgência ou emer-
trazer danos à saúde do paciente.
gência, ou quando sua recusa possa
trazer danos à saúde do paciente.
VIII - O médico não pode, em nenhu-
ma circunstância ou sob nenhum
VIII – O médico não pode, em nenhu-
pretexto, renunciar à sua liberdade
ma circunstância ou sob nenhum
profissional, nem permitir quaisquer
pretexto, renunciar à sua liberdade
restrições ou imposições que pos-
profissional, nem permitir quaisquer
sam prejudicar a eficiência e a corre-
restrições ou imposições que pos-
ção de seu trabalho.
sam prejudicar a eficiência e a corre-
ção de seu trabalho.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
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IX - A Medicina não pode, em nenhuma IX – A medicina não pode, em nenhu-


circunstância ou forma, ser exercida ma circunstância ou forma, ser exercida
como comércio. como comércio.

X - O trabalho do médico não pode ser X – O trabalho do médico não pode ser
explorado por terceiros com objetivos explorado por terceiros com objetivos
de lucro, finalidade política ou religiosa. de lucro, finalidade política ou religiosa.

XI - O médico guardará sigilo a respei- XI – O médico guardará sigilo a respei-


to das informações de que detenha co- to das informações de que detenha co-
nhecimento no desempenho de suas nhecimento no desempenho de suas
funções, com exceção dos casos previs- funções, com exceção dos casos previs-
tos em lei. tos em lei.

XII – O médico empenhar-se-á pela me-


XII - O médico empenhar-se-á pela me-
lhor adequação do trabalho ao ser hu-
lhor adequação do trabalho ao ser hu-
mano, pela eliminação e pelo controle
mano, pela eliminação e pelo controle
dos riscos à saúde inerentes às ativida-
dos riscos à saúde inerentes às ativida-
des laborais.
des laborais.

XIII – O médico comunicará às autorida-


XIII - O médico comunicará às autorida-
des competentes quaisquer formas de
des competentes quaisquer formas de
deterioração do ecossistema, prejudi-
deterioração do ecossistema, prejudi-
ciais à saúde e à vida.
ciais à saúde e à vida.

XIV – O médico empenhar-se-á em me-


XIV - O médico empenhar-se-á em me- lhorar os padrões dos serviços médicos
lhorar os padrões dos serviços médicos e em assumir sua responsabilidade em
e em assumir sua responsabilidade em relação à saúde pública, à educação sa-
relação à saúde pública, à educação sa- nitária e à legislação referente à saúde.
nitária e à legislação referente à saúde.

XV - O médico será solidário com os mo- XV – O médico será solidário com os mo-
vimentos de defesa da dignidade pro- vimentos de defesa da dignidade pro-
fissional, seja por remuneração digna fissional, seja por remuneração digna
e justa, seja por condições de trabalho e justa, seja por condições de trabalho
compatíveis com o exercício ético-pro- compatíveis com o exercício ético-pro-
fissional da Medicina e seu aprimora- fissional da medicina e seu aprimora-
mento técnico-científico. mento técnico-científico.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
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XVI - Nenhuma disposição estatutá- XVI – Nenhuma disposição estatu-


ria ou regimental de hospital ou de tária ou regimental de hospital ou
instituição, pública ou privada, li- de instituição, pública ou privada,
mitará a escolha, pelo médico, dos limitará a escolha, pelo médico, dos
meios cientificamente reconhecidos meios cientificamente reconhecidos
a serem praticados para o estabele- a serem praticados para o estabele-
cimento do diagnóstico e da execu- cimento do diagnóstico e da execu-
ção do tratamento, salvo quando em ção do tratamento, salvo quando em
benefício do paciente. benefício do paciente.

XVII - As relações do médico com os XVII – As relações do médico com os


demais profissionais devem basear- demais profissionais devem basear-
-se no respeito mútuo, na liberda- -se no respeito mútuo, na liberda-
de e na independência de cada um, de e na independência de cada um,
buscando sempre o interesse e o buscando sempre o interesse e o
bem-estar do paciente. bem-estar do paciente.

XVIII – O médico terá, para com os


XVIII - O médico terá, para com os
colegas, respeito, consideração e so-
colegas, respeito, consideração e so-
lidariedade, sem se eximir de denun-
lidariedade, sem se eximir de denun-
ciar atos que contrariem os postula-
ciar atos que contrariem os postula-
dos éticos.
dos éticos.

XIX – O médico se responsabilizará,


XIX - O médico se responsabilizará, em caráter pessoal e nunca presu-
em caráter pessoal e nunca presu- mido, pelos seus atos profissionais,
mido, pelos seus atos profissionais, resultantes de relação particular de
resultantes de relação particular de confiança e executados com diligên-
confiança e executados com diligên- cia, competência e prudência.
cia, competência e prudência.

XX – A natureza personalíssima da
XX - A natureza personalíssima da atuação profissional do médico não
atuação profissional do médico não caracteriza relação de consumo.
caracteriza relação de consumo.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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DE ÉTICA MÉDICA

XXI - No processo de tomada de de- XXI – No processo de tomada de de-


cisões profissionais, de acordo com cisões profissionais, de acordo com
seus ditames de consciência e as seus ditames de consciência e as
previsões legais, o médico aceitará previsões legais, o médico aceitará
as escolhas de seus pacientes, rela- as escolhas de seus pacientes relati-
tivas aos procedimentos diagnósti- vas procedimentos diagnósticos e te-
cos e terapêuticos por eles expres- rapêuticos por eles expressos, desde
sos, desde que adequadas ao caso e que adequadas ao caso e cientifica-
cientificamente reconhecidas. mente reconhecidas.

XXII - Nas situações clínicas irrever- XXII – Nas situações clínicas irrever-
síveis e terminais, o médico evitará síveis e terminais, o médico evitará
a realização de procedimentos diag- a realização de procedimentos diag-
nósticos e terapêuticos desnecessá- nósticos e terapêuticos desnecessá-
rios e propiciará aos pacientes sob rios e propiciará aos pacientes sob
sua atenção todos os cuidados palia- sua atenção todos os cuidados palia-
tivos apropriados. tivos apropriados.

XXIII – Quando envolvido na produ-


XXIII - Quando envolvido na produ-
ção de conhecimento científico, o
ção de conhecimento científico, o
médico agirá com isenção, indepen-
médico agirá com isenção e inde-
dência, veracidade e honestidade,
pendência, visando ao maior benefí-
com vista ao maior benefício para os
cio para os pacientes e a sociedade.
pacientes e para a sociedade.

XXIV - Sempre que participar de pes- XXIV – Sempre que participar de pes-
quisas envolvendo seres humanos quisas envolvendo seres humanos
ou qualquer animal, o médico res- ou qualquer animal, o médico res-
peitará as normas éticas nacionais, peitará as normas éticas nacionais,
bem como protegerá a vulnerabili- bem como protegerá a vulnerabili-
dade dos sujeitos da pesquisa. dade dos sujeitos da pesquisa.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

XXV - Na aplicação dos conhecimen- XXV – Na aplicação dos conhecimen-


tos criados pelas novas tecnologias, tos criados pelas novas tecnologias,
considerando-se suas repercussões considerando-se suas repercussões
tanto nas gerações presentes quan- tanto nas gerações presentes quan-
to nas futuras, o médico zelará para to nas futuras, o médico zelará para
que as pessoas não sejam discrimi- que as pessoas não sejam discrimi-
nadas por nenhuma razão vinculada nadas por nenhuma razão vinculada
a herança genética, protegendo-as a herança genética, protegendo-as
em sua dignidade, identidade e inte- em sua dignidade, identidade e inte-
gridade. gridade.

XXVI – A medicina será exercida com


a utilização dos meios técnicos e
científicos disponíveis que visem aos
melhores resultados.

Capítulo II Capítulo II

DIREITOS DOS MÉDICOS DIREITOS DOS MÉDICOS

É direito do médico:
É direito do médico:

I - Exercer a Medicina sem ser discri- I – Exercer a medicina sem ser dis-
minado por questões de religião, et- criminado por questões de religião,
nia, sexo, nacionalidade, cor, orien- etnia, cor, sexo, orientação sexual,
tação sexual, idade, condição social, nacionalidade, idade, condição so-
opinião política ou de qualquer ou- cial, opinião política, deficiência ou
tra natureza. de qualquer outra natureza.

II - Indicar o procedimento adequa- II – Indicar o procedimento adequa-


do ao paciente, observadas as práti- do ao paciente, observadas as práti-
cas cientificamente reconhecidas e cas cientificamente reconhecidas e
respeitada a legislação vigente. respeitada a legislação vigente.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

III - Apontar falhas em normas, con- III – Apontar falhas em normas, con-
tratos e práticas internas das insti- tratos e práticas internas das insti-
tuições em que trabalhe quando as tuições em que trabalhe quando as
julgar indignas do exercício da pro- julgar indignas do exercício da pro-
fissão ou prejudiciais a si mesmo, fissão ou prejudiciais a si mesmo,
ao paciente ou a terceiros, devendo ao paciente ou a terceiros, devendo
dirigir-se, nesses casos, aos órgãos comunicá-las ao Conselho Regional
competentes e, obrigatoriamente, à de Medicina de sua jurisdição e à Co-
comissão de ética e ao Conselho Re- missão de Ética da instituição, quan-
gional de Medicina de sua jurisdição. do houver.

IV - Recusar-se a exercer sua profis- IV – Recusar-se a exercer sua profis-


são em instituição pública ou privada são em instituição pública ou privada
onde as condições de trabalho não onde as condições de trabalho não
sejam dignas ou possam prejudicar sejam dignas ou possam prejudicar a
a própria saúde ou a do paciente, própria saúde ou a do paciente, bem
bem como a dos demais profissio- como a dos demais profissionais.
nais. Nesse caso, comunicará ime- Nesse caso, comunicará com justifi-
diatamente sua decisão à comissão cativa e maior brevidade sua decisão
de ética e ao Conselho Regional de ao diretor técnico, ao Conselho Re-
Medicina. gional de Medicina de sua jurisdição
e à Comissão de Ética da instituição,
quando houver.

V - Suspender suas atividades, indivi-


dualmente ou coletivamente, quan-
V – Suspender suas atividades, indivi-
do a instituição pública ou privada
dualmente ou coletivamente, quan-
para a qual trabalhe não oferecer
do a instituição pública ou privada
condições adequadas para o exercí-
para a qual trabalhe não oferecer
cio profissional ou não o remunerar
condições adequadas para o exercí-
digna e justamente, ressalvadas as
cio profissional ou não o remunerar
situações de urgência e emergência,
digna e justamente, ressalvadas as
devendo comunicar imediatamente
situações de urgência e emergência,
sua decisão ao Conselho Regional de
devendo comunicar imediatamente
Medicina.
sua decisão ao Conselho Regional de
Medicina.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

VI - Internar e assistir seus pacien- VI – Internar e assistir seus pacien-


tes em hospitais privados e públicos tes em hospitais privados e públicos
com caráter filantrópico ou não, ain- com caráter filantrópico ou não, ain-
da que não faça parte do seu corpo da que não faça parte do seu corpo
clínico, respeitadas as normas técni- clínico, respeitadas as normas técni-
cas aprovadas pelo Conselho Regio- cas aprovadas pelo Conselho Regio-
nal de Medicina da pertinente juris- nal de Medicina da pertinente juris-
dição. dição.

VII - Requerer desagravo público VII – Requerer desagravo público


ao Conselho Regional de Medicina ao Conselho Regional de Medicina
quando atingido no exercício de sua quando atingido no exercício de sua
profissão. profissão.

VIII – Decidir, em qualquer circuns-


VIII - Decidir, em qualquer circuns-
tância, levando em consideração sua
tância, levando em consideração sua
experiência e capacidade profissio-
experiência e capacidade profissio-
nal, o tempo a ser dedicado ao pa-
nal, o tempo a ser dedicado ao pa-
ciente sem permitir que o acúmulo
ciente, evitando que o acúmulo de
de encargos ou de consultas venha
encargos ou de consultas venha a
prejudicar seu trabalho.
prejudicá-lo.

IX – Recusar-se a realizar atos médi-


IX - Recusar-se a realizar atos médi- cos que, embora permitidos por lei,
cos que, embora permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de sua
sejam contrários aos ditames de sua consciência.
consciência.

X– Estabelecer seus honorários de


X– Estabelecer seus honorários de forma justa e digna.
forma justa e digna.

XI – É direito do médico com defi-


ciência ou com doença, nos limites
de suas capacidades e da segurança
dos pacientes, exercer a profissão
sem ser discriminado.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

Capítulo III Capítulo III


RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL

É vedado ao médico: É vedado ao médico:

Art. 1º Causar dano ao paciente, por ação


ou omissão, caracterizável como imperí- Art. 1º Causar dano ao paciente, por ação
cia, imprudência ou negligência. ou omissão, caracterizável como imperí-
cia, imprudência ou negligência.
Parágrafo único. A responsabilidade mé-
dica é sempre pessoal e não pode ser pre- Parágrafo único. A responsabilidade médi-
sumida. ca é sempre pessoal e não pode ser presu-
mida.
Art. 2º Delegar a outros profissionais atos
ou atribuições exclusivas da profissão mé- Art. 2º Delegar a outros profissionais atos
dica.
ou atribuições exclusivas da profissão mé-
dica.
Art. 3º Deixar de assumir responsabilidade
sobre procedimento médico que indicou
ou do qual participou, mesmo quando vá- Art. 3º Deixar de assumir responsabilidade
rios médicos tenham assistido o paciente. sobre procedimento médico que indicou
ou do qual participou, mesmo quando vá-
Art. 4º Deixar de assumir a responsabilida- rios médicos tenham assistido o paciente.
de de qualquer ato profissional que tenha
praticado ou indicado, ainda que solici- Art. 4º Deixar de assumir a responsabilida-
tado ou consentido pelo paciente ou por
seu representante legal. de de qualquer ato profissional que tenha
praticado ou indicado, ainda que solicita-
do ou consentido pelo paciente ou por seu
Art. 5º Assumir responsabilidade por ato representante legal.
médico que não praticou ou do qual não
participou.
Art. 5º Assumir responsabilidade por ato
Art. 6º Atribuir seus insucessos a terceiros médico que não praticou ou do qual não
e a circunstâncias ocasionais, exceto nos participou.
casos em que isso possa ser devidamente
comprovado.
Art. 6º Atribuir seus insucessos a terceiros
e a circunstâncias ocasionais, exceto nos
casos em que isso possa ser devidamente
comprovado.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

Art. 7º Deixar de atender em setores Art. 7º Deixar de atender em setores


de urgência e emergência, quando de urgência e emergência, quando
for de sua obrigação fazê-lo, expon- for de sua obrigação fazê-lo, mesmo
do a risco a vida de pacientes, mes- respaldado por decisão majoritária
mo respaldado por decisão majoritá- da categoria.
ria da categoria.

Art. 8º Afastar-se de suas atividades Art. 8º Afastar-se de suas atividades


profissionais, mesmo temporaria- profissionais, mesmo temporaria-
mente, sem deixar outro médico en- mente, sem deixar outro médico en-
carregado do atendimento de seus carregado do atendimento de seus
pacientes internados ou em estado pacientes internados ou em estado
grave. grave.

Art. 9º Deixar de comparecer a plan- Art. 9º Deixar de comparecer a plan-


tão em horário preestabelecido ou
abandoná-lo sem a presença de tão em horário preestabelecido ou
substituto, salvo por justo impedi- abandoná-lo sem a presença de
mento. substituto, salvo por justo impedi-
mento.

Parágrafo único. Na ausência de mé-


dico plantonista substituto, a direção Parágrafo único. Na ausência de mé-
técnica do estabelecimento de saú- dico plantonista substituto, a direção
de deve providenciar a substituição. técnica do estabelecimento de saú-
de deve providenciar a substituição.
Art. 10. Acumpliciar-se com os que
exercem ilegalmente a Medicina ou
com profissionais ou instituições Art. 10 Acumpliciar-se com os que
médicas nas quais se pratiquem atos exercem ilegalmente a medicina ou
ilícitos. com profissionais ou instituições
médicas nas quais se pratiquem atos
ilícitos.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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DE ÉTICA MÉDICA

Art. 11. Receitar, atestar ou emitir Art. 11 Receitar, atestar ou emitir


laudos de forma secreta ou ilegível, laudos de forma secreta ou ilegível,
sem a devida identificação de seu sem a devida identificação de seu
número de registro no Conselho Re- número de registro no Conselho Re-
gional de Medicina da sua jurisdição, gional de Medicina da sua jurisdição,
bem como assinar em branco folhas
de receituários, atestados, laudos ou bem como assinar em branco folhas
quaisquer outros documentos médi- de receituários, atestados, laudos ou
cos. quaisquer outros documentos médi-
cos.

Art. 12. Deixar de esclarecer o traba-


lhador sobre as condições de traba- Art. 12 Deixar de esclarecer o traba-
lho que ponham em risco sua saúde, lhador sobre as condições de traba-
devendo comunicar o fato aos em- lho que ponham em risco sua saúde,
pregadores responsáveis. devendo comunicar o fato aos em-
pregadores responsáveis.
Parágrafo único. Se o fato persistir, é
dever do médico comunicar o ocorri-
do às autoridades competentes e ao Parágrafo único. Se o fato persistir, é
Conselho Regional de Medicina. dever do médico comunicar o ocorri-
do às autoridades competentes e ao
Conselho Regional de Medicina.
Art. 13. Deixar de esclarecer o pa-
ciente sobre as determinantes so-
ciais, ambientais ou profissionais de Art. 13 Deixar de esclarecer o pacien-
sua doença. te sobre as determinantes sociais,
ambientais ou profissionais de sua
doença.
Art. 14. Praticar ou indicar atos mé-
dicos desnecessários ou proibidos
pela legislação vigente no País.
Art. 14 Praticar ou indicar atos mé-
dicos desnecessários ou proibidos
Art. 15. Descumprir legislação espe- pela legislação vigente no País.
cífica nos casos de transplantes de
órgãos ou de tecidos, esterilização,
fecundação artificial, abortamento, Art. 15 Descumprir legislação espe-
manipulação ou terapia genética.
cífica nos casos de transplantes de
órgãos ou de tecidos, esterilização,
fecundação artificial, abortamento,
manipulação ou terapia genética.

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§ 1º No caso de procriação medicamente § 1º No caso de procriação medicamente


assistida, a fertilização não deve assistida, a fertilização não deve conduzir
conduzir sistematicamente à ocorrência sistematicamente à ocorrência de em-
de embriões supranumerários. briões supranumerários.

§ 2º O médico não deve realizar a


procriação medicamente assistida com § 2º O médico não deve realizar a procria-
nenhum dos seguintes objetivos: ção medicamente assistida com nenhum
dos seguintes objetivos:

I – criar seres humanos geneticamente


modificados; I – criar seres humanos geneticamente
modificados;
II – criar embriões para investigação;
III – criar embriões com finalidades de II – criar embriões para investigação;
escolha de sexo, eugenia ou para origi- III – criar embriões com finalidades de es-
nar híbridos ou quimeras. colha de sexo, eugenia ou para originar
híbridos ou quimeras.
§ 3º Praticar procedimento de
procriação medicamente assistida sem
que os participantes estejam de inteiro § 3º Praticar procedimento de procriação
acordo e devidamente esclarecidos medicamente assistida sem que os parti-
sobre o mesmo. cipantes estejam de inteiro acordo e de-
vidamente esclarecidos sobre o método.

Art. 16. Intervir sobre o genoma huma-


no com vista à sua modificação, exceto Art. 16 Intervir sobre o genoma humano
na terapia gênica, excluindo-se qual- com vista à sua modificação, exceto na te-
quer ação em células germinativas que
resulte na modificação genética da des- rapia gênica, excluindo-se qualquer ação
cendência. em células germinativas que resulte na
modificação genética da descendência.

Art. 17. Deixar de cumprir, salvo por


motivo justo, as normas emanadas dos Art. 17 Deixar de cumprir, salvo por mo-
Conselhos Federal e Regionais de Me- tivo justo, as normas emanadas dos Con-
dicina e de atender às suas requisições selhos Federal e Regionais de Medicina e
administrativas, intimações ou notifica- de atender às suas requisições adminis-
ções no prazo determinado
trativas, intimações ou notificações no
prazo determinado.

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O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

Art. 18. Desobedecer aos acórdãos e Art. 18 Desobedecer aos acórdãos e


às resoluções dos Conselhos Federal às resoluções dos Conselhos Federal
e Regionais de Medicina ou desres- e Regionais de Medicina ou desres-
peitá-los. peitá-los.

Art. 19. Deixar de assegurar, quando


investido em cargo ou função de di- Art. 19 Deixar de assegurar, quando
reção, os direitos dos médicos e as investido em cargo ou função de di-
demais condições adequadas para reção, os direitos dos médicos e as
o desempenho ético-profissional da demais condições adequadas para
Medicina. o desempenho ético-profissional da
medicina.

Art. 20. Permitir que interesses pe-


cuniários, políticos, religiosos ou de Art. 20 Permitir que interesses pe-
quaisquer outras ordens, do seu em- cuniários, políticos, religiosos ou de
pregador ou superior hierárquico ou
do financiador público ou privado quaisquer outras ordens, do seu em-
da assistência à saúde interfiram na pregador ou superior hierárquico ou
escolha dos melhores meios de pre- do financiador público ou privado
venção, diagnóstico ou tratamento da assistência à saúde, interfiram na
disponíveis e cientificamente reco- escolha dos melhores meios de pre-
nhecidos no interesse da saúde do venção, diagnóstico ou tratamento
paciente ou da sociedade. disponíveis e cientificamente reco-
nhecidos no interesse da saúde do
paciente ou da sociedade.
Art. 21. Deixar de colaborar com as
autoridades sanitárias ou infringir a
legislação pertinente. Art. 21 Deixar de colaborar com as
autoridades sanitárias ou infringir a
legislação pertinente.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

Capítulo IV Capítulo IV

DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS

É vedado ao médico: É vedado ao médico:

Art. 22 Deixar de obter consentimen-


Art. 22. Deixar de obter consenti-
to do paciente ou de seu represen-
mento do paciente ou de seu repre-
tante legal após esclarecê-lo sobre o
sentante legal após esclarecê-lo so-
procedimento a ser realizado, salvo
bre o procedimento a ser realizado,
em caso de risco iminente de morte.
salvo em caso de risco iminente de
morte.
Art. 23 Tratar o ser humano sem ci-
vilidade ou consideração, desrespei-
Art. 23. Tratar o ser humano sem ci-
tar sua dignidade ou discriminá-lo
vilidade ou consideração, desrespei-
de qualquer forma ou sob qualquer
tar sua dignidade ou discriminá-lo
pretexto.
de qualquer forma ou sob qualquer
pretexto.
Parágrafo único. O médico deve ter
Art. 24. Deixar de garantir ao pacien- para com seus colegas respeito, con-
te o exercício do direito de decidir li- sideração e solidariedade.
vremente sobre sua pessoa ou seu
bem-estar, bem como exercer sua Art. 24 Deixar de garantir ao pacien-
autoridade para limitá-lo. te o exercício do direito de decidir li-
vremente sobre sua pessoa ou seu
Art. 25. Deixar de denunciar práti- bem-estar, bem como exercer sua
ca de tortura ou de procedimentos autoridade para limitá-lo.
degradantes, desumanos ou cruéis,
praticá-las, bem como ser coniven- Art. 25 Deixar de denunciar práti-
te com quem as realize ou fornecer ca de tortura ou de procedimentos
meios, instrumentos, substâncias ou degradantes, desumanos ou cruéis,
conhecimentos que as facilitem. praticá-las, bem como ser coniven-
te com quem as realize ou fornecer
meios, instrumentos, substâncias ou
conhecimentos que as facilitem.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

Art. 26. Deixar de respeitar a vontade Art. 26 Deixar de respeitar a vontade


de qualquer pessoa, considerada ca- de qualquer pessoa, considerada ca-
paz física e mentalmente, em greve paz física e mentalmente, em greve
de fome, ou alimentá-la compulso- de fome, ou alimentá-la compulso-
riamente, devendo cientificá-la das riamente, devendo cientificá-la das
prováveis complicações do jejum prováveis complicações do jejum
prolongado e, na hipótese de risco prolongado e, na hipótese de risco
iminente de morte, tratá-la. iminente de morte, tratá-la.

Art. 27. Desrespeitar a integridade Art. 27 Desrespeitar a integridade


física e mental do paciente ou utili- física e mental do paciente ou utili-
zar-se de meio que possa alterar sua zar-se de meio que possa alterar sua
personalidade ou sua consciência personalidade ou sua consciência
em investigação policial ou de qual- em investigação policial ou de qual-
quer outra natureza. quer outra natureza.

Art. 28 Desrespeitar o interesse e a


Art. 28. Desrespeitar o interesse e a
integridade do paciente em qualquer
integridade do paciente em qualquer
instituição na qual esteja recolhido,
instituição na qual esteja recolhido,
independentemente da própria von-
independentemente da própria von-
tade.
tade.

Parágrafo único. Caso ocorram


quaisquer atos lesivos à personali-
dade e à saúde física ou mental dos
pacientes confiados ao médico, este
estará obrigado a denunciar o fato à
autoridade competente e ao Conse-
lho Regional de Medicina.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

Art. 29. Participar, direta ou indireta- Parágrafo único. Caso ocorram


mente, da execução de pena de mor- quaisquer atos lesivos à personali-
te. dade e à saúde física ou mental dos
pacientes confiados ao médico, este
estará obrigado a denunciar o fato à
Art. 30. Usar da profissão para cor- autoridade competente e ao Conse-
romper costumes, cometer ou favo- lho Regional de Medicina.
recer crime.

Art. 29 Participar, direta ou indireta-


mente, da execução de pena de mor-
te.

Art. 30 Usar da profissão para cor-


romper costumes, cometer ou favo-
recer crime.

Capítulo V Capítulo V

RELAÇÃO COM PACIENTES E FAMI- RELAÇÃO COM PACIENTES E FAMI-


LIARES LIARES

É vedado ao médico: É vedado ao médico:

Art. 31. Desrespeitar o direito do pa- Art. 31 Desrespeitar o direito do pa-


ciente ou de seu representante legal ciente ou de seu representante legal
de decidir livremente sobre a execu- de decidir livremente sobre a execu-
ção de práticas diagnósticas ou tera- ção de práticas diagnósticas ou tera-
pêuticas, salvo em caso de iminente pêuticas, salvo em caso de iminente
risco de morte. risco de morte.

Art. 32. Deixar de usar todos os Art. 32 Deixar de usar todos os meios
meios disponíveis de diagnóstico e disponíveis de promoção de saúde e
tratamento, cientificamente reco- de prevenção, diagnóstico e trata-
nhecidos e a seu alcance, em favor mento de doenças, cientificamente
do paciente. reconhecidos e a seu alcance, em fa-
vor do paciente.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
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Art. 33. Deixar de atender pa- Art. 33 Deixar de atender paciente


ciente que procure seus cuida- que procure seus cuidados profissio-
dos profissionais em casos de ur- nais em casos de urgência ou emer-
gência ou emergência, quando gência quando não houver outro
não haja outro médico ou serviço médico ou serviço médico em condi-
médico em condições de fazê-lo. ções de fazê-lo.

Art. 34. Deixar de informar ao pa-


Art. 34 Deixar de informar ao pacien-
ciente o diagnóstico, o prognóstico,
te o diagnóstico, o prognóstico, os
os riscos e os objetivos do trata- riscos e os objetivos do tratamento,
mento, salvo quando a comunicação salvo quando a comunicação direta
direta possa lhe provocar dano, possa lhe provocar dano, devendo,
devendo, nesse caso, fazer a comu-
nesse caso, fazer a comunicação a
nicação a seu representante legal. seu representante legal.

Art. 35. Exagerar a gravidade do


diagnóstico ou do prognóstico, com- Art. 35 Exagerar a gravidade do diag-
plicar a terapêutica ou exceder-se nóstico ou do prognóstico, complicar
no número de visitas, consultas ou a terapêutica ou exceder-se no nú-
quaisquer outros procedimentos mero de visitas, consultas ou quais-
médicos. quer outros procedimentos médi-
cos.

Art. 36. Abandonar paciente sob


Art. 36 Abandonar paciente sob seus
seus cuidados.
cuidados.

§ 1° Ocorrendo fatos que, a seu


critério, prejudiquem o bom § 1° Ocorrendo fatos que, a seu cri-
relacionamento com o paciente ou tério, prejudiquem o bom relaciona-
o pleno desempenho profissional, o mento com o paciente ou o pleno
médico tem o direito de renunciar ao desempenho profissional, o médico
atendimento, desde que comunique tem o direito de renunciar ao aten-
previamente ao paciente ou a seu dimento, desde que comunique pre-
representante legal, assegurando- viamente ao paciente ou a seu repre-
se da continuidade dos cuidados e sentante legal, assegurando-se da
fornecendo todas as informações continuidade dos cuidados e forne-
necessárias ao médico que lhe cendo todas as informações neces-
suceder. sárias ao médico que o suceder.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

§ 2° Salvo por motivo justo, comunicado § 2° Salvo por motivo justo, comunicado
ao paciente ou aos seus familiares, o ao paciente ou à sua família, o médico
médico não abandonará o paciente por não o abandonará por este ter doença
ser este portador de moléstia crônica crônica ou incurável e continuará a as-
ou incurável e continuará a assisti-lo sisti-lo e a propiciar-lhe os cuidados ne-
ainda que para cuidados paliativos. cessários, inclusive os paliativos.

Art. 37. Prescrever tratamento ou ou- Art. 37 Prescrever tratamento e outros


tros procedimentos sem exame direto procedimentos sem exame direto do
do paciente, salvo em casos de urgência paciente, salvo em casos de urgência ou
ou emergência e impossibilidade com- emergência e impossibilidade compro-
provada de realizá-lo, devendo, nesse vada de realizá-lo, devendo, nesse caso,
caso, fazê-lo imediatamente após ces- fazê-lo imediatamente depois de cessa-
sar o impedimento. do o impedimento, assim como consul-
tar, diagnosticar ou prescrever por qual-
quer meio de comunicação de massa.

Parágrafo único. O atendimento médi-


co a distância, nos moldes da telemedi- § 1º O atendimento médico a distância,
cina ou de outro método, dar-se-á sob nos moldes da telemedicina ou de outro
regulamentação do Conselho Federal método, dar-se-á sob regulamentação
de Medicina. do Conselho Federal de Medicina.

§ 2º Ao utilizar mídias sociais e instru-


Art. 38. Desrespeitar o pudor de qual- mentos correlatos, o médico deve res-
quer pessoa sob seus cuidados profis- peitar as normas elaboradas pelo Con-
sionais. selho Federal de Medicina.

Art. 39 Opor-se à realização de junta Art. 38 Desrespeitar o pudor de qual-


médica ou segunda opinião solicitada quer pessoa sob seus cuidados profis-
pelo paciente ou por seu representan- sionais.
te legal.

Art. 39 Opor-se à realização de junta mé-


dica ou segunda opinião solicitada pelo
paciente ou por seu representante legal.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

Art. 40. Aproveitar-se de situações Art. 40 Aproveitar-se de situações


decorrentes da relação médico-pa- decorrentes da relação médico-pa-
ciente para obter vantagem física, ciente para obter vantagem física,
emocional, financeira ou de qual- emocional, financeira ou de qual-
quer outra natureza. quer outra natureza.

Art. 41. Abreviar a vida do paciente, Art. 41 Abreviar a vida do paciente,


ainda que a pedido deste ou de seu ainda que a pedido deste ou de seu
representante legal. representante legal.

Parágrafo único. Nos casos de doen-


Parágrafo único. Nos casos de doen-
ça incurável e terminal, deve o mé-
ça incurável e terminal, deve o mé-
dico oferecer todos os cuidados pa-
dico oferecer todos os cuidados pa-
liativos disponíveis sem empreender
liativos disponíveis sem empreender
ações diagnósticas ou terapêuticas
ações diagnósticas ou terapêuticas
inúteis ou obstinadas, levando sem-
inúteis ou obstinadas, levando sem-
pre em consideração a vontade ex-
pre em consideração a vontade ex-
pressa do paciente ou, na sua impos-
pressa do paciente ou, na sua impos-
sibilidade, a de seu representante
sibilidade, a de seu representante
legal.
legal.

Art. 42 Desrespeitar o direito do


Art. 42. Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente so-
paciente de decidir livremente so- bre método contraceptivo, devendo
bre método contraceptivo, devendo sempre esclarecê-lo sobre indicação,
sempre esclarecê-lo sobre indicação, segurança, reversibilidade e risco de
segurança, reversibilidade e risco de cada método.
cada método.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

Capítulo VI Capítulo VI

DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓR- DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓR-


GÃOS E TECIDOS GÃOS E TECIDOS

É vedado ao médico:
É vedado ao médico:

Art. 43 Participar do processo de


Art. 43. Participar do processo de diagnóstico da morte ou da decisão
diagnóstico da morte ou da decisão de suspender meios artificiais para
de suspender meios artificiais para prolongar a vida do possível doador,
prolongar a vida do possível doador, quando pertencente à equipe de
quando pertencente à equipe de transplante.
transplante.

Art. 44 Deixar de esclarecer o doa-


Art. 44. Deixar de esclarecer o doa- dor, o receptor ou seus representan-
dor, o receptor ou seus representan- tes legais sobre os riscos decorrentes
tes legais sobre os riscos decorrentes de exames, intervenções cirúrgicas e
de exames, intervenções cirúrgicas e outros procedimentos nos casos de
outros procedimentos nos casos de transplante de órgãos.
transplantes de órgãos.

Art. 45 Retirar órgão de doador vivo


Art. 45. Retirar órgão de doador vivo quando este for juridicamente inca-
quando este for juridicamente inca- paz, mesmo se houver autorização
paz, mesmo se houver autorização de seu representante legal, exceto
de seu representante legal, exceto nos casos permitidos e regulamen-
nos casos permitidos e regulamen- tados em lei.
tados em lei.

Art. 46 Participar direta ou indireta-


mente da comercialização de órgãos
Art. 46. Participar direta ou indireta-
ou de tecidos humanos.
mente da comercialização de órgãos
ou de tecidos humanos.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

Capítulo VII Capítulo VII

RELAÇÃO ENTRE MÉDICOS RELAÇÃO ENTRE MÉDICOS

É vedado ao médico:
É vedado ao médico:

Art. 47. Usar de sua posição hierárqui- Art. 47 Usar de sua posição hierárquica
ca para impedir, por motivo de crença para impedir, por motivo de crença re-
religiosa, convicção filosófica, política, ligiosa, convicção filosófica, política, in-
interesse econômico ou qualquer outro, teresse econômico ou qualquer outro
que não técnico-científico ou ético, que que não técnico-científico ou ético, que
as instalações e os demais recursos da as instalações e os demais recursos da
instituição sob sua direção, sejam utili- instituição sob sua direção sejam utiliza-
zados por outros médicos no exercício dos por outros médicos no exercício da
da profissão, particularmente se forem profissão, particularmente se forem os
os únicos existentes no local. únicos existentes no local.

Art. 48. Assumir emprego, cargo ou fun- Art. 48 Assumir emprego, cargo ou fun-
ção para suceder médico demitido ou ção para suceder médico demitido ou
afastado em represália à atitude de de- afastado em represália à atitude de de-
fesa de movimentos legítimos da cate- fesa de movimentos legítimos da catego-
goria ou da aplicação deste Código. ria ou da aplicação deste Código.

Art. 49 Assumir condutas contrárias a


Art. 49. Assumir condutas contrárias a
movimentos legítimos da categoria mé-
movimentos legítimos da categoria mé-
dica com a finalidade de obter vanta-
dica com a finalidade de obter vanta-
gens.
gens.

Art. 50 Acobertar erro ou conduta antié-


Art. 50. Acobertar erro ou conduta an- tica de médico.
tiética de médico.

Art. 51 Praticar concorrência desleal com


Art. 51. Praticar concorrência desleal outro médico.
com outro médico.

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DE ÉTICA MÉDICA

Art. 52. Desrespeitar a prescrição Art. 52 Desrespeitar a prescrição ou


ou o tratamento de paciente, deter- o tratamento de paciente, determi-
minados por outro médico, mesmo nados por outro médico, mesmo
quando em função de chefia ou de quando em função de chefia ou de
auditoria, salvo em situação de in- auditoria, salvo em situação de in-
discutível benefício para o paciente, discutível benefício para o paciente,
devendo comunicar imediatamente devendo comunicar imediatamente
o fato ao médico responsável. o fato ao médico responsável.

Art. 53. Deixar de encaminhar o pa- Art. 53 Deixar de encaminhar o pa-


ciente que lhe foi enviado para pro- ciente que lhe foi enviado para pro-
cedimento especializado de volta cedimento especializado de volta
ao médico assistente e, na ocasião, ao médico assistente e, na ocasião,
fornecer-lhe as devidas informações fornecer-lhe as devidas informações
sobre o ocorrido no período em que sobre o ocorrido no período em que
por ele se responsabilizou. por ele se responsabilizou.

Art. 54. Deixar de fornecer a outro


médico informações sobre o quadro Art. 54 Deixar de fornecer a outro
clínico de paciente, desde que auto- médico informações sobre o quadro
rizado por este ou por seu represen- clínico de paciente, desde que auto-
tante legal. rizado por este ou por seu represen-
tante legal.

Art. 55. Deixar de informar ao subs- Art. 55 Deixar de informar ao subs-


tituto o quadro clínico dos pacien- tituto o quadro clínico dos pacien-
tes sob sua responsabilidade ao ser tes sob sua responsabilidade ao ser
substituído ao fim do seu turno de substituído ao fim do seu turno de
trabalho. trabalho.

Art. 56. Utilizar-se de sua posição Art. 56 Utilizar-se de sua posição hie-
hierárquica para impedir que seus rárquica para impedir que seus su-
subordinados atuem dentro dos bordinados atuem dentro dos prin-
princípios éticos. cípios éticos.

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Art. 57. Deixar de denunciar atos que Art. 57 Deixar de denunciar atos que
contrariem os postulados éticos à contrariem os postulados éticos à
comissão de ética da instituição em comissão de ética da instituição em
que exerce seu trabalho profissional que exerce seu trabalho profissional
e, se necessário, ao Conselho Regio- e, se necessário, ao Conselho Regio-
nal de Medicina. nal de Medicina.

Capítulo VIII Capítulo VIII

REMUNERAÇÃO PROFISSIONAL REMUNERAÇÃO PROFISSIONAL

É vedado ao médico:
É vedado ao médico:

Art. 58 O exercício mercantilista da


Art. 58. O exercício mercantilista da medicina.
Medicina.

Art. 59 Oferecer ou aceitar remune-


Art. 59. Oferecer ou aceitar remune- ração ou vantagens por paciente en-
ração ou vantagens por paciente en- caminhado ou recebido, bem como
caminhado ou recebido, bem como por atendimentos não prestados.
por atendimentos não prestados.

Art. 60 Permitir a inclusão de nomes


Art. 60. Permitir a inclusão de nomes de profissionais que não participa-
de profissionais que não participa- ram do ato médico para efeito de co-
ram do ato médico para efeito de co- brança de honorários.
brança de honorários.

Art. 61 Deixar de ajustar previamen-


te com o paciente o custo estimado
Art. 61. Deixar de ajustar previamen-
dos procedimentos.
te com o paciente o custo estimado
dos procedimentos.
Art. 62 Subordinar os honorários ao
resultado do tratamento ou à cura
Art. 62. Subordinar os honorários ao do paciente.
resultado do tratamento ou à cura
do paciente.

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Art. 63. Explorar o trabalho de outro Art. 63 Explorar o trabalho de outro mé-
médico, isoladamente ou em equipe, na dico, isoladamente ou em equipe, na
condição de proprietário, sócio, dirigen- condição de proprietário, sócio, dirigen-
te ou gestor de empresas ou institui- te ou gestor de empresas ou instituições
ções prestadoras de serviços médicos. prestadoras de serviços médicos.

Art. 64. Agenciar, aliciar ou desviar, por Art. 64 Agenciar, aliciar ou desviar, por
qualquer meio, para clínica particular qualquer meio, para clínica particular
ou instituições de qualquer natureza, ou instituições de qualquer natureza,
paciente atendido pelo sistema público paciente atendido pelo sistema público
de saúde ou dele utilizar-se para a exe- de saúde ou dele utilizar-se para a exe-
cução de procedimentos médicos em cução de procedimentos médicos em
sua clínica privada, como forma de ob- sua clínica privada como forma de obter
ter vantagens pessoais. vantagens pessoais.

Art. 65 Cobrar honorários de paciente


Art. 65. Cobrar honorários de paciente
assistido em instituição que se destinam
assistido em instituição que se destina
à prestação de serviços públicos, ou re-
à prestação de serviços públicos, ou re-
ceber remuneração de paciente como
ceber remuneração de paciente como
complemento de salário ou de honorá-
complemento de salário ou de honorá-
rios.
rios.

Art. 66 Praticar dupla cobrança por ato


Art. 66. Praticar dupla cobrança por ato médico realizado.
médico realizado.

Parágrafo único. A complementação de


Parágrafo único. A complementação de honorários em serviço privado pode ser
honorários em serviço privado pode ser cobrada quando prevista em contrato.
cobrada quando prevista em contrato.

Art. 67 Deixar de manter a integralidade


Art. 67. Deixar de manter a integralida- do pagamento e permitir descontos ou
de do pagamento e permitir descontos retenção de honorários, salvo os previs-
ou retenção de honorários, salvo os tos em lei, quando em função de dire-
previstos em lei, quando em função de ção ou de chefia.
direção ou de chefia.

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Art. 68. Exercer a profissão com in- Art. 68 Exercer a profissão com in-
teração ou dependência de farmá- teração ou dependência de farmá-
cia, indústria farmacêutica, óptica cia, indústria farmacêutica, óptica
ou qualquer organização destinada ou qualquer organização destinada
à fabricação, manipulação, promo- à fabricação, manipulação, promo-
ção ou comercialização de produtos ção ou comercialização de produtos
de prescrição médica, qualquer que de prescrição médica, qualquer que
seja sua natureza. seja sua natureza.

Art. 69. Exercer simultaneamente Art. 69 Exercer simultaneamente a


a Medicina e a Farmácia ou obter medicina e a farmácia ou obter van-
vantagem pelo encaminhamento tagem pelo encaminhamento de
de procedimentos, pela comercia- procedimentos, pela prescrição e/ou
lização de medicamentos, órteses, comercialização de medicamentos,
próteses ou implantes de qualquer órteses, próteses ou implantes de
natureza, cuja compra decorra de qualquer natureza, cuja compra de-
influência direta em virtude de sua corra de influência direta em virtude
atividade profissional. de sua atividade profissional.

Art. 70 Deixar de apresentar sepa-


Art. 70. Deixar de apresentar sepa-
radamente seus honorários quando
radamente seus honorários quando
outros profissionais participarem do
outros profissionais participarem do
atendimento ao paciente.
atendimento ao paciente.

Art. 71 Oferecer seus serviços profis-


Art. 71. Oferecer seus serviços pro- sionais como prêmio, qualquer que
fissionais como prêmio, qualquer seja sua natureza.
que seja sua natureza.

Art. 72 Estabelecer vínculo de qual-


Art. 72. Estabelecer vínculo de qual- quer natureza com empresas que
quer natureza com empresas que anunciam ou comercializam planos
anunciam ou comercializam planos de financiamento, cartões de des-
de financiamento, cartões de des- contos ou consórcios para procedi-
contos ou consórcios para procedi- mentos médicos.
mentos médicos.

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Capítulo IX Capítulo IX

SIGILO PROFISSIONAL SIGILO PROFISSIONAL

É vedado ao médico:
É vedado ao médico:

Art. 73 Revelar fato de que tenha co-


Art. 73. Revelar fato de que tenha co- nhecimento em virtude do exercício
nhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo
de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento,
justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente.
por escrito, do paciente. 

Parágrafo único. Permanece essa Parágrafo único. Permanece essa


proibição: a) mesmo que o fato seja proibição: a) mesmo que o fato seja
de conhecimento público ou o pa- de conhecimento público ou o pa-
ciente tenha falecido; b) quando de ciente tenha falecido; b) quando de
seu depoimento como testemunha. seu depoimento como testemunha
Nessa hipótese, o médico compare- (nessa hipótese, o médico compare-
cerá perante a autoridade e declara- cerá perante a autoridade e declara-
rá seu impedimento; c) na investiga- rá seu impedimento); c) na investiga-
ção de suspeita de crime, o médico ção de suspeita de crime, o médico
estará impedido de revelar segredo estará impedido de revelar segredo
que possa expor o paciente a pro- que possa expor o paciente a pro-
cesso penal. cesso penal.

Art. 74 Revelar sigilo profissional re-


Art. 74. Revelar sigilo profissional
lacionado a paciente criança ou ado-
relacionado a paciente menor de
lescente, desde que estes tenham
idade, inclusive a seus pais ou repre-
capacidade de discernimento, inclu-
sentantes legais, desde que o menor
sive a seus pais ou representantes
tenha capacidade de discernimento,
legais, salvo quando a não revelação
salvo quando a não revelação possa
possa acarretar dano ao paciente.
acarretar dano ao paciente.

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Capítulo X Capítulo X

DOCUMENTOS MÉDICOS DOCUMENTOS MÉDICOS

É vedado ao médico:
É vedado ao médico:

Art. 80 Expedir documento médico


Art. 80. Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional
sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencio-
que o justifique, que seja tendencio- so ou que não corresponda à verda-
so ou que não corresponda à verda- de.
de.

Art. 81 Atestar como forma de obter


Art. 81. Atestar como forma de obter vantagem.
vantagens.

Art. 82 Usar formulários institucio-


Art. 82. Usar formulários de insti- nais para atestar, prescrever e soli-
tuições públicas para prescrever ou citar exames ou procedimentos fora
atestar fatos verificados na clínica da instituição a que pertençam tais
privada. formulários.

Art. 83 Atestar óbito quando não o


Art. 83. Atestar óbito quando não o
tenha verificado pessoalmente, ou
tenha verificado pessoalmente, ou
quando não tenha prestado assis-
quando não tenha prestado assis-
tência ao paciente, salvo, no último
tência ao paciente, salvo, no último
caso, se o fizer como plantonista,
caso, se o fizer como plantonista,
médico substituto ou em caso de ne-
médico substituto ou em caso de ne-
cropsia e verificação médico-legal.
cropsia e verificação médico-legal.

Art. 84 Deixar de atestar óbito de


Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando as-
paciente ao qual vinha prestando as- sistência, exceto quando houver in-
sistência, exceto quando houver in- dícios de morte violenta.
dícios de morte violenta.

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Art. 85. Permitir o manuseio e o co- Art. 85 Permitir o manuseio e o co-


nhecimento dos prontuários por nhecimento dos prontuários por
pessoas não obrigadas ao sigilo pro- pessoas não obrigadas ao sigilo pro-
fissional quando sob sua responsa- fissional quando sob sua responsa-
bilidade. bilidade.

Art. 86. Deixar de fornecer laudo Art. 86 Deixar de fornecer laudo


médico ao paciente ou a seu repre- médico ao paciente ou a seu repre-
sentante legal quando aquele for en- sentante legal quando aquele for
caminhado ou transferido para con- encaminhado ou transferido para
tinuação do tratamento ou em caso continuação do tratamento ou em
de solicitação de alta. caso de solicitação de alta.

Art. 87 Deixar de elaborar prontuá-


Art. 87. Deixar de elaborar prontuá-
rio legível para cada paciente.
rio legível para cada paciente.

§ 1º O prontuário deve conter os da-


§ 1º O prontuário deve conter os dos clínicos necessários para a boa
dados clínicos necessários para condução do caso, sendo preenchi-
a boa condução do caso, sendo do, em cada avaliação, em ordem
preenchido, em cada avaliação, em cronológica com data, hora, assina-
ordem cronológica com data, hora, tura e número de registro do médico
assinatura e número de registro do no Conselho Regional de Medicina.
médico no Conselho Regional de
Medicina. 
§ 2º O prontuário estará sob a guar-
da do médico ou da instituição que
§ 2º O prontuário estará sob a assiste o paciente.
guarda do médico ou da instituição
que assiste o paciente. 
§ 3º Cabe ao médico assistente ou a
seu substituto elaborar e entregar o
sumário de alta ao paciente ou, na
sua impossibilidade, ao seu repre-
sentante legal.

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Art. 88. Negar, ao paciente, acesso Art. 88 Negar ao paciente ou, na sua
a seu prontuário, deixar de lhe for- impossibilidade, a seu representan-
necer cópia quando solicitada, bem te legal, acesso a seu prontuário,
como deixar de lhe dar explicações deixar de lhe fornecer cópia quando
necessárias à sua compreensão, sal- solicitada, bem como deixar de lhe
vo quando ocasionarem riscos ao dar explicações necessárias à sua
próprio paciente ou a terceiros. compreensão, salvo quando ocasio-
narem riscos ao próprio paciente ou
a terceiros.
Art. 89. Liberar cópias do prontuário
sob sua guarda, salvo quando au-
torizado, por escrito, pelo paciente, Art. 89 Liberar cópias do prontuário
para atender ordem judicial ou para sob sua guarda exceto para atender
a sua própria defesa. a ordem judicial ou para sua própria
defesa, assim como quando autori-
zado por escrito pelo paciente.

§ 1º Quando requisitado judicialmente


o prontuário será disponibilizado ao
§ 1º Quando requisitado judicialmen-
perito médico nomeado pelo juiz.
te, o prontuário será encaminhado
ao juízo requisitante.

§ 2º Quando o prontuário for


apresentado em sua própria defesa, § 2º Quando o prontuário for apre-
o médico deverá solicitar que seja sentado em sua própria defesa, o
observado o sigilo profissional. médico deverá solicitar que seja ob-
servado o sigilo profissional.

Art. 90. Deixar de fornecer cópia do


prontuário médico de seu paciente Art. 90 Deixar de fornecer cópia do
quando de sua requisição pelos Con- prontuário médico de seu paciente
selhos Regionais de Medicina. quando de sua requisição pelos Con-
selhos Regionais de Medicina.

Art. 91. Deixar de atestar atos exe-


cutados no exercício profissional, Art. 91 Deixar de atestar atos exe-
quando solicitado pelo paciente ou cutados no exercício profissional,
por seu representante legal. quando solicitado pelo paciente ou
por seu representante legal.

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Capítulo XI Capítulo XI

AUDITORIA E PERÍCIA MÉDICA AUDITORIA E PERÍCIA MÉDICA

É vedado ao médico:
É vedado ao médico:

Art. 92. Assinar laudos periciais, au- Art. 92 Assinar laudos periciais, au-
ditoriais ou de verificação médico-le- ditoriais ou de verificação médico-
gal quando não tenha realizado pes- -legal caso não tenha realizado pes-
soalmente o exame. soalmente o exame.

Art. 93. Ser perito ou auditor do pró- Art. 93 Ser perito ou auditor do pró-
prio paciente, de pessoa de sua famí- prio paciente, de pessoa de sua famí-
lia ou de qualquer outra com a qual lia ou de qualquer outra com a qual
tenha relações capazes de influir em tenha relações capazes de influir em
seu trabalho ou de empresa em que seu trabalho ou de empresa em que
atue ou tenha atuado. atue ou tenha atuado.

Art. 94 Intervir, quando em função


Art. 94. Intervir, quando em função
de auditor, assistente técnico ou pe-
de auditor, assistente técnico ou pe-
rito, nos atos profissionais de outro
rito, nos atos profissionais de outro
médico, ou fazer qualquer aprecia-
médico, ou fazer qualquer aprecia-
ção em presença do examinado, re-
ção em presença do examinado, re-
servando suas observações para o
servando suas observações para o
relatório.
relatório.

 
Art. 95. Realizar exames médico-pe- Art. 95 Realizar exames médico-pe-
riciais de corpo de delito em seres riciais de corpo de delito em seres
humanos no interior de prédios ou humanos no interior de prédios ou
de dependências de delegacias de de dependências de delegacias de
polícia, unidades militares, casas de polícia, unidades militares, casas de
detenção e presídios. detenção e presídios.

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Art. 96. Receber remuneração ou Art. 96 Receber remuneração ou


gratificação por valores vinculados à gratificação por valores vinculados à
glosa ou ao sucesso da causa, quan- glosa ou ao sucesso da causa, quan-
do na função de perito ou de auditor. do na função de perito ou de auditor.

Art. 97. Autorizar, vetar, bem como Art. 97 Autorizar, vetar, bem como
modificar, quando na função de au- modificar, quando na função de au-
ditor ou de perito, procedimentos ditor ou de perito, procedimentos
propedêuticos ou terapêuticos insti- propedêuticos ou terapêuticos insti-
tuídos, salvo, no último caso, em si- tuídos, salvo, no último caso, em si-
tuações de urgência, emergência ou tuações de urgência, emergência ou
iminente perigo de morte do pacien- iminente perigo de morte do pacien-
te, comunicando, por escrito, o fato te, comunicando, por escrito, o fato
ao médico assistente. ao médico assistente.

Art. 98 Deixar de atuar com absolu-


Art. 98. Deixar de atuar com absolu-
ta isenção quando designado para
ta isenção quando designado para
servir como perito ou como auditor,
servir como perito ou como auditor,
bem como ultrapassar os limites de
bem como ultrapassar os limites de
suas atribuições e de sua competên-
suas atribuições e de sua competên-
cia.
cia.

Parágrafo único. O médico tem direi-


Parágrafo único. O médico tem direi- to a justa remuneração pela realiza-
to a justa remuneração pela realiza- ção do exame pericial.
ção do exame pericial.

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Capítulo XII Capítulo XII

ENSINO E PESQUISA MÉDICA ENSINO E PESQUISA MÉDICA

É vedado ao médico:
É vedado ao médico:

Art. 99 Participar de qualquer tipo de


Art. 99. Participar de qualquer tipo experiência envolvendo seres huma-
de experiência envolvendo seres hu- nos com fins bélicos, políticos, étni-
manos com fins bélicos, políticos, ét- cos, eugênicos ou outros que aten-
nicos, eugênicos ou outros que aten- tem contra a dignidade humana.
tem contra a dignidade humana.

Art. 100 Deixar de obter aprova-


Art. 100. Deixar de obter aprova- ção de protocolo para a realização
ção de protocolo para a realização de pesquisa em seres humanos, de
de pesquisa em seres humanos, de acordo com a legislação vigente.
acordo com a legislação vigente.

Art. 101 Deixar de obter do paciente


 Art. 101. Deixar de obter do paciente
ou de seu representante legal o ter-
ou de seu representante legal o ter-
mo de consentimento livre e escla-
mo de consentimento livre e escla-
recido para a realização de pesquisa
recido para a realização de pesquisa
envolvendo seres humanos, após as
envolvendo seres humanos, após as
devidas explicações sobre a nature-
devidas explicações sobre a nature-
za e as consequências da pesquisa.
za e as consequências da pesquisa.

§ 1º No caso de o paciente partici-


Parágrafo único. No caso do sujei- pante de pesquisa ser criança, ado-
to de pesquisa ser menor de idade, lescente, pessoa com transtorno ou
além do consentimento de seu re- doença mental, em situação de dimi-
presentante legal, é necessário seu nuição de sua capacidade de discer-
assentimento livre e esclarecido na nir, além do consentimento de seu
medida de sua compreensão. representante legal, é necessário
seu assentimento livre e esclarecido
na medida de sua compreensão.

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Art. 102. Deixar de utilizar a terapêu- § 2º O acesso aos prontuários será


tica correta, quando seu uso estiver permitido aos médicos, em estudos
liberado no País. retrospectivos com questões meto-
dológicas justificáveis e autorizados
pelo Comitê de Ética em Pesquisa
Parágrafo único. A utilização de te- (CEP) ou pela Comissão Nacional de
rapêutica experimental é permitida Ética em Pesquisa (Conep).
quando aceita pelos órgãos compe-
tentes e com o consentimento do
paciente ou de seu representante le- Art. 102 Deixar de utilizar a terapêu-
gal, adequadamente esclarecidos da tica correta quando seu uso estiver
situação e das possíveis consequên- liberado no País.
cias.

Parágrafo único. A utilização de te-


rapêutica experimental é permitida
Art. 103. Realizar pesquisa em uma
quando aceita pelos órgãos compe-
comunidade sem antes informá-la
tentes e com o consentimento do
e esclarecê-la sobre a natureza da
paciente ou de seu representante le-
investigação e deixar de atender ao
gal, adequadamente esclarecidos da
objetivo de proteção à saúde públi-
situação e das possíveis consequên-
ca, respeitadas as características lo-
cias.
cais e a legislação pertinente.

Art. 103 Realizar pesquisa em uma


Art. 104. Deixar de manter indepen- comunidade sem antes informá-la
dência profissional e científica em e esclarecê-la sobre a natureza da
relação a financiadores de pesquisa investigação e deixar de atender ao
médica, satisfazendo interesse co- objetivo de proteção à saúde públi-
mercial ou obtendo vantagens pes- ca, respeitadas as características lo-
soais. cais e a legislação pertinente.

Art. 105. Realizar pesquisa médica Art. 104 Deixar de manter indepen-
em sujeitos que sejam direta ou indi- dência profissional e científica em
retamente dependentes ou subordi- relação a financiadores de pesquisa
nados ao pesquisador. médica, satisfazendo interesse co-
mercial ou obtendo vantagens pes-
soais.

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Art. 106. Manter vínculo de qualquer Art. 105 Realizar pesquisa médica
natureza com pesquisas médicas, em sujeitos que sejam direta ou indi-
envolvendo seres humanos, que retamente dependentes ou subordi-
usem placebo em seus experimen- nados ao pesquisador.
tos, quando houver tratamento efi-
caz e efetivo para a doença pesqui-
sada. Art. 106 Manter vínculo de qualquer
natureza com pesquisas médicas em
seres humanos que usem placebo
Art. 107. Publicar em seu nome tra- de maneira isolada em experimen-
balho científico do qual não tenha tos, quando houver método profilá-
participado; atribuir-se autoria ex- tico ou terapêutico eficaz.
clusiva de trabalho realizado por
seus subordinados ou outros pro-
fissionais, mesmo quando executa- Art. 107 Publicar em seu nome tra-
dos sob sua orientação, bem como balho científico do qual não tenha
omitir do artigo científico o nome de participado; atribuir a si mesmo au-
quem dele tenha participado. toria exclusiva de trabalho realizado
por seus subordinados ou outros
profissionais, mesmo quando execu-
tados sob sua orientação, bem como
Art. 108. Utilizar dados, informações
omitir do artigo científico o nome de
ou opiniões ainda não publicados,
quem dele tenha participado.
sem referência ao seu autor ou sem
sua autorização por escrito.
Art. 108 Utilizar dados, informações
ou opiniões ainda não publicadas,
sem referência ao seu autor ou sem
sua autorização por escrito.

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Art. 109. Deixar de zelar, quando Art. 109 Deixar de zelar, quando docen-
docente ou autor de publicações te ou autor de publicações científicas,
científicas, pela veracidade, clareza pela veracidade, clareza e imparcialida-
e imparcialidade das informações de das informações apresentadas, bem
apresentadas, bem como deixar de como deixar de declarar relações com
declarar relações com a indústria de a indústria de medicamentos, órteses,
medicamentos, órteses, próteses, próteses, equipamentos, implantes de
equipamentos, implantes de qual- qualquer natureza e outras que pos-
quer natureza e outras que possam sam configurar conflitos de interesse,
configurar conflitos de interesses, ainda que em potencial.
ainda que em potencial.

Art. 110 Praticar a medicina, no exercí-


Art. 110. Praticar a Medicina, no cio da docência, sem o consentimento
exercício da docência, sem o con- do paciente ou de seu representante
sentimento do paciente ou de seu legal, sem zelar por sua dignidade e
representante legal, sem zelar por privacidade ou discriminando aqueles
sua dignidade e privacidade ou dis- que negarem o consentimento solicita-
criminando aqueles que negarem o do.
consentimento solicitado.

Capítulo XIII Capítulo XIII

PUBLICIDADE MÉDICA PUBLICIDADE MÉDICA

É vedado ao médico:
É vedado ao médico:

Art. 111 Permitir que sua participação


Art. 111. Permitir que sua participa- na divulgação de assuntos médicos,
ção na divulgação de assuntos mé- em qualquer meio de comunicação de
dicos, em qualquer meio de comuni- massa, deixe de ter caráter exclusiva-
cação de massa, deixe de ter caráter mente de esclarecimento e educação
exclusivamente de esclarecimento e da sociedade.
educação da sociedade.

Art. 112 Divulgar informação sobre as-


Art. 112. Divulgar informação sobre sunto médico de forma sensacionalis-
assunto médico de forma sensacio- ta, promocional ou de conteúdo inve-
nalista, promocional ou de conteúdo rídico.
inverídico.

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O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

Art. 113. Divulgar, fora do meio científico, Art. 113 Divulgar, fora do meio científico,
processo de tratamento ou descoberta cujo processo de tratamento ou descoberta
valor ainda não esteja expressamente reco- cujo valor ainda não esteja expressa-
nhecido cientificamente por órgão compe- mente reconhecido cientificamente por
tente. órgão competente.

Art. 114. Consultar, diagnosticar ou pres- Art. 114 Anunciar títulos científicos que
crever por qualquer meio de comunica- não possa comprovar e especialidade
ção de massa. ou área de atuação para a qual não es-
teja qualificado e registrado no Conse-
lho Regional de Medicina.

Art. 115. Anunciar títulos científicos que não


possa comprovar e especialidade ou área de
Art. 115 Participar de anúncios de em-
atuação para a qual não esteja qualificado e
presas comerciais, qualquer que seja
registrado no Conselho Regional de Medici-
sua natureza, valendo-se de sua profis-
na.
são.

Art. 116. Participar de anúncios de empresas Art. 116 Apresentar como originais
comerciais qualquer que seja sua natureza, quaisquer ideias, descobertas ou ilus-
valendo-se de sua profissão. trações que na realidade não o sejam.

Art. 117. Apresentar como originais quais- Art. 117 Deixar de incluir, em anúncios
quer idéias, descobertas ou ilustrações que profissionais de qualquer ordem, seu
na realidade não o sejam. nome, seu número no Conselho Regio-
nal de Medicina, com o estado da Fede-
ração no qual foi inscrito e Registro de
Qualificação de Especialista (RQE) quan-
Art. 118. Deixar de incluir, em anúncios pro-
do anunciar a especialidade.
fissionais de qualquer ordem, o seu número
de inscrição no Conselho Regional de Medi-
cina.
Parágrafo único. Nos anúncios de esta-
belecimentos de saúde, devem constar
o nome e o número de registro, no Con-
Parágrafo único. Nos anúncios de estabele- selho Regional de Medicina, do diretor
cimentos de saúde devem constar o nome e técnico.
o número de registro, no Conselho Regional
de Medicina, do diretor técnico.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

Capítulo XIV Capítulo XIV

DISPOSIÇÕES GERAIS DISPOSIÇÕES GERAIS

I – O médico portador de doença in-


I - O médico portador de doença in-
capacitante para o exercício profis-
capacitante para o exercício profis-
sional, apurada pelo Conselho Regio-
sional, apurada pelo Conselho Regio-
nal de Medicina em procedimento
nal de Medicina em procedimento
administrativo com perícia médica,
administrativo com perícia médica,
terá seu registro suspenso enquanto
terá seu registro suspenso enquanto
perdurar sua incapacidade.
perdurar sua incapacidade.

II – Os médicos que cometerem faltas


II - Os médicos que cometerem faltas graves previstas neste Código e cuja
graves previstas neste Código e cuja continuidade do exercício profissio-
continuidade do exercício profissio- nal constitua risco de danos irrepa-
nal constitua risco de danos irrepa- ráveis ao paciente ou à sociedade
ráveis ao paciente ou à sociedade poderão ter o exercício profissional
poderão ter o exercício profissional suspenso mediante procedimento
suspenso mediante procedimento administrativo específico.
administrativo específico.

III – O Conselho Federal de Medici-


III - O Conselho Federal de Medicina, na, ouvidos os Conselhos Regionais
ouvidos os Conselhos Regionais de de Medicina e a categoria médica,
Medicina e a categoria médica, pro- promoverá a revisão e atualização
moverá a revisão e atualização do do presente Código quando neces-
presente Código quando necessá- sárias.
rias.

IV – As omissões deste Código serão


IV - As omissões deste Código serão sanadas pelo Conselho Federal de
sanadas pelo Conselho Federal de Medicina.
Medicina.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


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DE ÉTICA MÉDICA

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DA RESOLUÇÃO CFM Nº 2.217/2018


Senhor Presidente,
1. O projeto de reforma do atual Código de Ética Médica (Resolução CFM nº
1931/2009), votado e aprovado na III Conferência Nacional de Ética Médica (Co-
nem) pelo Pleno Nacional dos Conselhos de Medicina, na cidade de Brasília (DF),
no dia 15 de agosto de 2018, foi elaborado tendo em conta a importante participa-
ção da sociedade brasileira por meio de consulta pública, que reuniu quase 1.500
(um mil e quinhentas) contribuições de médicos e não médicos, sendo revisado
durante os dois anos de trabalhos dos membros das Comissões Nacional e Regio-
nal de Revisão de Código de Ética Médica, criadas pela Portaria CFM nº 13, de 1 de
fevereiro de 2016, que prestaram relevantes e inestimáveis serviços ao desenvol-
vimento do tema.

2. Este novo Código vem reforçar e também acrescer princípios éticos basilares da
medicina, atualizando conceitos já existentes e criando outros que se tornaram
necessários após a edição do CEM/2009.

3. Assim, aos princípios fundamentais acrescentaram-se novos textos enfatizando


que cabe ao médico, como profissional, considerar seus conhecimentos, resultado
de longos anos de estudo, e atualizar-se continuamente para que tenha capacida-
de técnica em aplicar os recursos científicos disponíveis da melhor maneira pos-
sível em favor da medicina, visando aos melhores resultados, sem desprezar seu
lado humano, imbuído de solidariedade.

4. Por questões de pragmatismo, buscou-se ao máximo não alterar a numeração


dos artigos do Código de Ética Médica de 2009, com o desiderato de facilitar o
manuseio do novo Código para os operadores que já estavam habituados com o
Código anterior.

5. Dentro dos artigos que tratam dos direitos dos médicos, buscou-se garantir iso-
nomia de tratamento aos profissionais com deficiência.

6. Ainda no tópico dos direitos dos médicos, buscou-se reforçar a necessidade de


uma simbiose dos médicos com as comissões de ética e, em especial, com o Con-
selho Regional de Medicina, reforçando a necessidade de o médico denunciar as
inadequadas condições de trabalho.

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)
O “NOVO” CÓDIGO
DE ÉTICA MÉDICA

7. Dentro de outras tantas mudanças e atualizações, restou reforçada a


necessidade do respeito e consideração na relação dos médicos com os
seus colegas. Ademais, no projeto do novo Código alguns dispositivos do
CEM/2009 tiveram a redação atualizada e melhorada, com o objetivo de
otimizar uma interpretação deontológica das questões hodiernas da me-
dicina.

8. Como inovação, restou inserido no novo Código de Ética Médica dispo-


sitivo que trata da utilização das mídias sociais e instrumentos correlatos,
impondo ao médico a obrigatoriedade do respeito às normas emanadas
pelo Conselho Federal de Medicina. Ademais, foi criado um dispositivo que
deixou assente que caberá ao médico assistente ou a seu substituto elabo-
rar e entregar o sumário de alta ao paciente ou, na sua impossibilidade, ao
seu representante legal.

9. E mais, visando dar cumprimento a decisões judiciais, o novo Código de


Ética Médica estabeleceu uma exceção ao acesso ao prontuário, podendo
o médico entregar cópia para atender a ordem judicial (tão somente o juiz
requisitante) ou para sua própria defesa, assim como quando autorizado
por escrito pelo paciente.

10. Ainda como inovação, restou estabelecida a possibilidade do acesso


dos médicos aos prontuários, em estudos retrospectivos com questões
metodológicas justificáveis e autorizados pela Comissão de Ética em Pes-
quisa em Seres Humanos (CEPSH) ou pela Comissão Nacional de Ética em
Pesquisa (Conep).

11. Neste mesmo diapasão, buscou-se, também, por necessário, a adapta-


ção do Código às recentes resoluções do Conselho Federal de Medicina e à
legislação vigente no País.

Brasília, DF, 27 de setembro de 2018.

JOSÉ FERNANDO MAIA VINAGRE


Relator

Elaborado por Raul Canal Presidente da Anadem


(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética)

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