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Ensaios de Tratamento de Efluentes

Laboratório de Saneamento 2019.1


Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI
Instituto de Recursos Naturais - IRN

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Sumário

Tratamento Primário Avançado (CEPT) .............................................................................2


Flotação por Ar Dissolvido (FAD) .......................................................................................4

Adsorção por Carvão Ativado ............................................................................................6


Sedimentação Floculenta ..................................................................................................8
Adsorção do H2S utilizando meio filtrante......................................................................12

Análise microscópica do Lodo ........................................................................................14

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Ensaio – Tratamento Primário Avançado (CEPT)

Objetivo

Determinar a concentração ótima de coagulante para tratamento primário avançado


(CEPT) de uma amostra de efluente contendo leite.

Equipamentos:

 Equipamento de reatores estáticos JAR TEST;

 Turbidímetro;

 Potenciômetro para leitura de pH;

 Cronômetro

Reagente:

 Solução do coagulante Sulfato de Alumínio a 0,5% (5mg/mL-1 )

Amostra:

 Efluente sintético - Solução de leite integral (2 mL/L -1)

Procedimento experimental

As etapas para obter a concentração ótima do coagulante são descritas a seguir:

1. Caracterizar o efluente. Determinar temperatura, pH, alcalinidade e turbidez;


2. Definir as dosagens da solução de coagulante que serão estudadas;
3. Colocar os volumes correspondentes ás dosagens de coagulante nas vidrarias
acopladas ao JAR TEST;
4. Colocar 1500 ml de amostra em cada jarro;
5. Abaixar as paletas;
6. Ajustar a rotação correspondente ao gradiente de velocidade da mistura rápida
(480 RPM);
7. Adicionar os volumes correspondentes às dosagens de coagulante nos jarros;
8. Cronometrar o tempo de mistura rápida (1 min);
9. Após o tempo de mistura rápida, acertar a rotação do equipamento para o
valor correspondente ao gradiente de velocidade de floculação (54 RPM);
10. Cronometrar o tempo de floculação (10 min);
11. Desligar o equipamento após o tempo de floculação e levantar as paletas dos
agitadores;
12. Cronometrar o tempo de sedimentação (30 min);

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13. Após o tempo de sedimentação, coletar amostras da água decantada;
14. Determinar a turbidez de cada amostra.

Resultados

Tabela 1 – Exemplo de resultado - Caracterização do efluente

Temperatura (oC) pH Alcalinidade Turbidez (NTU)


(mgCaCO3/L)
26 7,20 48 228

Tabela 2 - Exemplo de resultado -Medida de turbidez após ensaio de sedimentação

Jarro Volume Concentração Turbidez Turbidez Turbidez Turbidez


Solução de Sulfato de 1 (NTU) 2 (NTU) 3 (NTU) média
Sulfato de Alumínio (NTU)
Alumínio (mg/L-1)
(mL -1)
1 5 16,67 233 231 230 231
2 8 26,67 245 239 235 239
3 10 33,33 55,7 54 55 54
4 13 43,33 38,1 39 37 38
5 15 50,00 222 225 229 225

Tabela 3 – Exemplo de resultado de concentração ótima do ensaio de sedimentação

Concentração ótima de coagulante 43 mg/L-1


(mg/L -1)

1 – JAR TEST;

2 - Jarros.

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Ensaio – Flotação por Ar Dissolvido (FAD)

Objetivo
Aplicação do processo de Flotação por Ar Dissolvido (FAD) em efluente e determinar
sua eficiência.
Equipamentos:
 Compressor de ar;
 Câmara de saturação de ar;
 Agitador mecânico;
 Cronômetro;
 Turbidímetro;
 Potenciômetro para leitura do pH.
Reagente:
 Solução de sulfato de Alumínio a 1% (10 mg/mL-1)
Efluente:
 Solução de leite integral (2 mL/L-1)

Procedimento experimental

As etapas para a realização do ensaio de Flotação por Ar Dissolvido (FAD) são descritas
a seguir:

Etapa 01 - Caracterizar do Efluente e Água de Saturação: pH, Turbidez, SST,


Alcalinidade e Temperatura

Tabela 01 – Exemplo de resultado - Caracterização do Efluente e Água da Saturação por Parâmetros

Parâmetro Valor
SST típico do efluente (mg/L-1) 800
Turbidez do efluente (NTU) 222
Alcalinidade do efluente (mgCaCO3/L-1) 48
pH do efluente 6,85
Temperatura do Efluente (oC) 25
Temperatura da água de saturação (oC) 26

Etapa 02 - Preparo da câmara de saturação

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 Verificar as conexões de ar e água;

 Determinar a temperatura da água destilada;

 Encher a câmara de saturação, 2L para câmaras de acrílico, e no nível indicado


para a câmara de aço;

 Injetar ar comprimido até atingir a pressão próxima de 5 bar e manter por 5


minutos (a fim de evitar refluxo da água destilada no controlador de pressão).

Etapa 03 - Ensaio de flotação

 Conectar a câmara de saturação no recipiente para flotação;

 Adicionar a amostra de efluente (V: 1,5L);

 Ajustar a rotação do agitador mecânico para a mistura rápida


(aproximadamente 480 RPM), adicionar o coagulante e deixar por 1 minuto;

Obs.: antes dos ensaios, recomenda-se a realização de jarteste a fim de estabelecer a


dosagem de coagulante a ser usada. Ex: No ensaio teste, usou-se 6 mL.

 Após o tempo de mistura rápida, ajustar a rotação do agitador mecânico para a


floculação (aproximadamente 120 RPM) por 10 minutos;

 Após o tempo de 10 minutos, desligar o agitador e retirar a paleta com o auxílio


de chave de mandril;

 Abrir o registro de saída de água+ar da câmara de saturação em uma taxa de


recirculação a ser testada (R= 10%, 20%, 30%...), ou seja, manter aberto o
registro até a água atingir a marca da recirculação desejada;

Obs.: Abrir o registro devagar a fim de não causar turbulência no interior do recipiente.

 Medir a turbidez final após flotação (10 min.).

Obs.: recomenda-se neste ensaio, o uso de óculos de proteção.

Tabela 02 - Exemplo dos Resultados Obtidos

Parâmetro Valor
Pressão câmara 1 - bar 4,20
Taxa de recirculação 10% 20
Turbidez Final 1 – NTU 60,6
Pressão câmara 2 – bar 4,8
Taxa de recirculação 20 % 40
Turbidez final 2 – NTU 69,9

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1 – Câmara de saturação;

2 - Recipiente para flotação.

Ensaio – Adsorção por Carvão Ativado

Objetivo

Aplicação do processo de Adsorção por Carvão Ativado com fins de redução da cor em
efluente de indústria têxtil.

Equipamentos:

 Mesa agitadora;

 Espectrofotômetro;

 Cronômetro.

Reagentes:

 Adsorbato: Solução de Corante (efluente);

 Adsorvente: Carvão Ativado Granulado.

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Procedimento experimental

As etapas para a realização da adsorção por carvão ativado são descritas a seguir:

1. Preparar seis soluções coloridas dissolvendo: (i)1 mg de corante em 50 mL de água


destilada; (ii) 2 mg de corante em 50 mL de água destilada; (iii)3 mg de corante em 50
mL de água destilada;(iv) 4 mg de corante em 50 ml de água destilada;(v) 5 mg de
corante em 50 ml de água destilada; e (vi) 6 mg de corante em 50 ml de água
destilada;
2. Pesar as quantidades de adsorvente a ser testada (m = 2 g de carvão ativado) e
adicionar em 6 erlenmeyers posicionados sobre a mesa agitadora;
3. Acrescentar, simultaneamente, 50mL do Adsorbato em várias concentrações nos
erlenmeyers;
4. Ligar em rotação máxima – level 10 a mesa agitadora e deixar misturar por 1 min;
5. Baixar a rotação para level7 e aguardar 20 min;
6. Desligar o equipamento;
7. Filtrar cada amostra em papel de filtro;
8. Realizar a leitura de absorbância final de cada amostra em 490 nm;
9. Calcular a cor verdadeira final de cada amostra pela Equação* a seguir.

* Equação gerada por meio de curva de calibração

Tabela 01 – Exemplo de resultados obtidos após o Ensaio de Adsorção

Solução de Absorbância Cor Inicial Absorbância Cor final


corante (mg inicial (A) (mg/L) final (A) (mg/L)
em 50 Ml)
1 0,100 13,8 0,051 7,03
2 0,200 27,6 0,085 11,73
3 0,301 41,5 0,130 17,9
4 0,403 55,6 0,191 26,3
5 0,507 69,9 0,261 36,0
6 0,611 84,3 0,305 42,0

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1 - Mesa agitadora;
2 – Béquer com carvão ativado + solução corante.

A seguir é apresentado o gráfico de remoção de Cor por concentração de Absorbato.

Gráfico 1 – Remoção de Cor

ENSAIO - SEDIMENTAÇÃO FLOCULENTA

Objetivo:

As partículas floculam durante a sedimentação formando aglomerados de diferentes


tamanhos, formas e massa. Durante a sedimentação de partículas floculentas, a
velocidade das partículas aumenta à medida que aumentam de tamanho e massa.

EQUIPAMENTOS
 Coluna de sedimentação
 Cronômetro
 Turbidímetro

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REAGENTES
 Água destilada
 Solução de sulfato de alumínio de 5mg/mL: pesar 2g de sulfato de alumínio PA,

PROCEDIMENTO

1. Determinar a turbidez da água bruta.


2. Homogeneizar a amostra e encher a coluna de sedimentação
3. Definir a dosagem de coagulante (solução de sulfato de alumínio) em função da
turbidez da água.

Tabela 1: Sulfato de alumínio necessário em função da turbidez da água bruta

Turbidez da Sulfato de Alumínio Turbidez da Sulfato de Alumínio


água bruta mg/L água bruta mg/L
.....(UT) .. .....(UT) ..
......... min. max. med. ......... min. max. med.
10 5 17 10 100 16 32 24
15 8 20 14 150 18 37 27
20 11 22 17 200 19 42 30
40 13 25 19 300 21 51 36
60 14 28 21 400 22 62 39
80 15 30 22 500 23 70 42

4. Ligar o agitador mecânico e colocar na rotação máxima e em seguida adicione a


dosagem de coagulante (solução de sulfato de alumínio) definida.
5. Permaneça durante 1 s com a rotação original, depois reduza para a rotação
mínima do aparelho, durante 10 min. Depois desligar o aparelho e deixar que
ocorra a sedimentação.
6. Retirar a intervalos regulares de tempo uma amostra de cada profundidade (de 10
em 10min – durante 1 hora).
7. Determinar a turbidez de cada amostra floculada.
8. Com os dados de turbidez, calcular eficiência de remoção de turbidez em cada
profundidade ao longo do tempo

E (%) = (Co – C)/Co

9. Montar a Tabela 1 com os resultados para cada profundidade h: t (min) E (%)

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10. Plotar o Gráfico 1 (x: t; y: h; z: E) com os resultados da Tabela 1 e entre os pontos
interpolar curvas de mesma eficiência (por exemplo, E10%, E20%, E30%, ... até
E90%)
11. Para a profundidade desejada H, extrair do Gráfico 1 o tempo de sedimentação
correspondente a cada curva de eficiência de remoção de turbidez e calcular a
velocidade de sedimentação vs = H/t para cada curva de eficiência E
12. Montar a Tabela 2 com os resultados do item 8: | E (%) | t (min) | vs (m/h) |
13. Montar a Tabela 3 com os resultados completos da eficiência de remoção de
turbidez:
| t (min) | vs (m/h) | TAS* (m3/m2.d) | E para v  vs (%) | E** para v < vs (%), entre curvas | E
total (%)|

*TAS = vs . 24

**Para determinado t, E (v < vs) entre curvas = |Ec2 – Ec1|.(h1 + h2)/(2.H)


14. Plotar o Gráfico 2 (x: TAS; y: E total) com os resultados da Tabela 3
15. Plotar o Gráfico 3 (x: t; y: E total) com os resultados da Tabela 3
16. Analisar os resultados

RESULTADOS

Tabela 1 – Turbidez presente (Turb) e eficiência de remoção de turbidez (E) na coluna de ensaio.
Turbidez inicial = mg/L (amostra de água bruta)
Nível d’água: ho = 0
Profundidad h1 = m h2 = m h3 = m h4 = m h5 = m
e
Turbidez Turb E Turb E Turb E Turb E Turb E
Tempo uT % uT % uT % uT % uT %
to = 0

t1 = 10 min

t2 = 20 min

t3 = 30 min

t4 = 40 min

t5 = 50 min

t6 = 60 min

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Tabela 2 – Eficiência de remoção de turbidez que sedimentam com velocidade v = h5/t
Eficiência de remoção de Tempo de sedimentação t Velocidade de sedimentação
turbidez E (%) (min) para h5 = m vs = 60 x h5/t (m/h)

Tabela 3 – Eficiência de remoção de turbidez na coluna de ensaio


Eficiência de remoção de turbidez com velocidade < vs,
entre curvas
t vs TAS* E (v  vs) - - - - - Total
(min) (m/h) (m/d) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)

*TAS = vs x 24 (m3/m2.d)

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1 – Agitador mecânico,

2 – Coluna de sedimentação.

Ensaio – Adsorção do H2S utilizando meio filtrante

Objetivo
Remoção de Sulfeto de Hidrogênio (H2S) em reatores UASB por meio de adsorção por
carvão ativado.

Equipamentos:
 Agitador mecânico;
 Medidor de gases;
 Cronômetro;

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 Filtro de PVC;
 Suporte para Filtro;
 Bomba de sucção de gases.
Reagentes:
 Carvão ativado;
 Efluente de reator UASB.

Procedimento Experimental
1- Inserir 1L do efluente do reator UASB no agitador mecânico;
2- Manter o efluente em agitação por 1 minuto para desprendimento do gás (H 2S) em
rotação < 1500 RPM;
3- Manter a rotação (< 1500 RPM) ligar a bomba de sucção e realizar a leitura do H2S
com o medidor por 10 minutos, observando e anotando o valor a cada minuto;
5- Repetir os procedimentos 1,2 e 3 aplicando no filtro de PVC dois volumes diferentes
de carvão ativado (50 mL para bancada 1 e 150mL para bancada 2);
6 – Anotar na tabela abaixo os valores obtidos e observar a eficiência de remoção do
H2S para os volumes de carvão ativado adotados.

Tabela 01 - Remoção do H2S

Bancada 1 Bancada 2
Sem meio filtrante 50 mL de Carvão vegetal 100 mL de Carvão Ativado
Tempo H2S (ppm) Remoção (%) Tempo H2S (ppm) Remoção (%) Tempo H2S (ppm) Remoção (%)
00:01 00:01 00:01
00:02 00:02 00:02
00:03 00:03 00:03
00:03 00:03 00:03
00:04 00:04 00:04
00:05 00:05 00:05
00:06 00:06 00:06
00:07 00:07 00:07
00:08 00:08 00:08
00:09 00:09 00:09
00:10 00:10 00:10

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Imagem 01 – Aparato experimental

1 – Agitador mecânico
2 – Filtro de PVC
3 – Bomba de sucção e medidor de gases

Ensaio – Análise microscópica de Lodos Ativados

Objetivo
Analisar a aspectos físicos do Lodo de sistemas de Lodos Ativados bem como
identificar os principais grupos microbiológicos através de observação microscópica.

Materiais e equipamentos:

- Microscópio de bancada;
- Lâminas;
- Lamínulas;
- Amostras de Lodo do tanque de aeração.

Preparo das amostras:

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- Colocar uma gota da amostra pré-decantada em lâmina.
- Cobrir um com uma lamínula tomando o cuidado para evitar bolha;
- Encaixar a lâmina no microscópio. Com potência 100x, descer a objetiva com o
parafuso macrométrico até ficar bem próximo da lâmina, subir bem devagar até
focalizar e fazer o ajuste fino com o micrômetro;
Observar:
a) A presença de bactérias, protozoários e micrometazoários;
b) Grau de diversidade;
c) Se existe predominância de um determinado grupo de microorganismos;
d) Se apresentam comportamento habitual;
e) Se estão vivos ou não;
f) Tamanho de floco;
g) Morfologia e integridade do floco;
h) Presença de “dedos” ou colônia amorfa = zoogleia;
i) Presença de células lires;
j) Efeito dos filamentos nos flocos.

Fazer a observação conforme orientação abaixo:

Aspecto Morfológico do lodo


Grande
Pequeno
Forte
Fraco
Redondo, compacto
irregular, difuso
Efeito do filamento na estrutura do floco
Nenhuma
Formador de ponte
Desagregador de ponte (open floc)
Abundância de Filamentosas
Ausente
Poucos
Comum
Muito comum
Abundante
Excessivo

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Células livres em suspensão
Rara
Moderada
Abundante
Material gelatinoso
Zoogleia
Protozoários/Metazoários
Ciliados
Flagelados
Amebas
Rotíferos
Nematóides
Vermes

- Fazer um relatório sobre a qualidade do lodo conforme a observação realizada.

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