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RADIOLOGIA ARTICULAR

Evans; de Lahunta, 2013


Doença Articular Degenerativa
• Também denominada:
– OSTEOARTRITE
– Artrose
– Osteoartrose
• Afeta várias espécies
– Esqueletos de fósseis de 200 milhões de anos
– Humanos – afecção crônica mais comum
• Etiologia diversa, classificada:
– Primária
– Secundária
• Tem a mesma evolução final
Considerações Gerais
• Etiopatogenia
▪ Primária – aplicação de pressões anormais na
articulação normal
▪ Secundária – forças de cargas normais na
articulação anormal
• Alterações radiográficas
▪ Presença de osteófitos e enteseófitos
▪ Diminuição do espaço articular
▪ Incongruência articular
Fonte: http://www.medrego.com/arthritis-dogs-causes-symptoms-
management-stem-cells/
Schwartz et al, 2015

Thomopoulos, 2011

Schett et al, 2017


Imagem cedida por Igor de Almeida Santos
Allan; Davies, 2018
Fonte: Departamento de Cirurgia FMVZ/USP
Allan; Davies, 2018
Alterações de Desenvolvimento

• Osteocondrose • Osteocondrose
Afecção caracterizada (ostecondrite
pela deficiência na Dissecante)
ossificação Afecção caracterizada
endocondral, não pela separação local
ocorrendo portanto, (“Flap”) da cartilagem
maturação da articular do osso
cartilagem subcondral
Osteocondrose

• Articulações acometidas:
- ombro (porção caudal da cabeça umeral),
- cotovelo (côndilo medial do úmero),
- joelho (côndilo medial ou lateral do fêmur),
- tarsocrural (crista medial da tróclea)
Osteocondrose

• Sinais // Sintomas clínicos


- claudicação uni ou bilateral
- impotência funcional
- dor na hiperextensão e extensão
- atrofia muscular
Osteocondrose
• Aspectos radiográficos:
- área circunscrita, semilunar,
radiotransparente em correspondência ao osso
subcondral
- esclerose óssea
- flap de cartilagem
- DAD
Tratamento:
- clínico // cirúrgico
OC/OCD
•Projeção oblíqua
dorsolateral-
plantaromedial
•Discreta
radiopacidade
óssea localizada
ao longo do
aspecto distal da
crista medial da
troclea do talo
DISPLASIA
DESENVOLVIMENTO ANORMAL
DISPLASIA DO COTOVELO
Afecção caracterizada pela alteração na congruência
entre os ossos da articulação cotovelo:

• Fragmentação do processo coronóide medial


da ulna
• Não união do processo ancôneo
• Osteocondrose do côndilo medial do úmero
• Não união do epicôndilo medial do úmero
Fragmentação do processo coronóide medial
Não-união do processo ancôneo
DISPLASIA COXOFEMORAL
Alterações Anatômicas
• Acetábulo raso
• Comprometimento do ligamento da cabeça do fêmur
• Subluxação
• Erosão da cartilagem articular
• Remodelamento do acetábulo, cabeça e colo femoral
Achados Clínicos

• Claudicação com 5 a 12 meses de idade


• Animais com displasia podem não apresentar
sintomas ou apresentar sintomas leves
• Sinais clínicos nem sempre tem relação com os
achados radiográficos
Achados Radiográficos

• Incongruência entre cabeças femorais e acetábulos


• Arrasamento acetabular
• Menos de 50% da cabeça do fêmur dentro do
acetábulo
• Alterações morfológicas da cabeça e colo femorais
• Subluxação e luxação (ângulo de Norberg menor
que 105)
• Doença articular degenerativa secundária
Cuidado!

• Falhas na interpretação
• Mal posicionamento
• Calibração inadequada do aparelho
• Falta de relaxamento muscular
• Inexperiência de quem analisa o filme
Posicionamento
• Extensão
• Fundação ortopédica animal (OFA)
• Federação de cinofilia internacional (FCI)

• Distração (grau de lassitude) – PennHIP (SMITH e


BIERY, 1990)
Extensão (OFA/FCI)

HENRY, 1992
Ângulo de Norberg

105º

LUST et al., 1993


Idade para avaliação (OFA/FCI)
• O diagnóstico positivo pode ser feito a partir de 4
meses
• 12-18 meses (usado pelo CBRV)
• 24 meses (+ acurado)

“Ausência de anormalidades nas articulações coxofemorais só pode ser


estabelecidade, com acurácia, em animais com 24 meses ou mais.”

OLSEWISK et al., 1983; HUTT, 1967; LEIGHTON et al., 1977; JESSEN e SPURRELL,
1977; HEDHAMMAR et al, 1979; KEALY e MACALLISTER, 2000
FCI:
A – Normal ; B – Transitional ; C - Light ; D - Medium ; E - Severe
Colégio Brasileiro de Radiologia

• Grau A
• Acetábulo e cabeça
femoral congruentes;
• Ângulos de Norberg >
ou igual a 105o;
• Sem sinais de DAD.
• Grau B
• Cabeça do fêmur e
acetábulo ligeiramente
incongruentes;
• Ângulo de Norberg > ou
igual a 105°.
• Grau C - leve
• Cabeça do fêmur e acetábulo
incongruentes;
• Ângulo de Norberg
aproximadamente 100°.
• Grau D - moderada
• Incongruência evidente;
• Ângulo de Norberg
aproximadamente 95°;
• Sinais de subluxação
• Grau E – Grave
• Acentuada incongruência ;
• Ângulos de Norberg < 90°;
• Luxação ou subluxação;
• Evidente achatamento da
borda acetabular,
deformação da cabeça
femoral;
• Sinais de DAD.
Normas da F.C.I. (F.O.A.)
para avaliação da DCF
A SEM SINAIS DE DCF APTO A
REPRODUÇÃO

B ARTICULAÇÕES COXOFEMORAIS APTO A


PRÓXIMAS DO NORMAL REPRODUÇÃO

C DISPLASIA COXOFEMORAL LEVE AINDA PERMITIDO

D DISPLASIA COXOFEMORAL MODERADA NÃO APTO A


REPRODUÇÃO

E DISPLASIA COXOFEMORAL SEVERA NÃO APTO A


REPRODUÇÃO
Diagnóstico Radiográfico

• Outros Posicionamentos
• “Frog legs”
• PennHIP
“Frog leg”

• Posição ventro-dorsal, membros


fletidos e abduzidos com igual pressão
• Sinais de DAD na face caudal do colo
femoral e borda acetabular. Avalia
grau de subluxação.
“Frog leg”
“Frog leg”
POSSIBILIDADES DE
DIAGNÓSTICO PRECOCE DA
DISPLASIA COXOFEMORAL
EM CÃES
Distração (PennHIP)

• Gail Smith, 1983 PennHIP (Pennsylvania Hip


Improvement Program)
• Método de diagnóstico susceptibilidade
em desenvolver Displasia
• Método precoce (16 semanas)
• Lassitude articular (Frouxidão)
Método de PennHIP
• Animais anestesiados
• Idade da 1a avaliação: 16 semanas
• Procedimento radiográfico:
• Projeção ventrodorsal
• Coxofemorais com orientação neutra
• Projeções radiográficas:
• Compressão (pouco utilizada)

• Distração
PennHIP –
Distração

Smith, G.K. 1990 - JAVMA


Índice de Distração

•Quanto menor o índice melhor é a articulação;

•Quanto maior o índice maior é a chance de


desenvolvimento de DAD.

In BONAGURA, J.D., ed. Kirk’s Current Veterinary Therapy, XII: Small Animal Practice.
Philadelphia: W. B. Saunders; 1995
PennHIP Distração

• DI = d/r,
• d é a distância de
separação,
• r o raio da cabeça
femoral

Smith, G.K. 1990 - JAVMA


DI = 0
Tratamento

• Correção cirúrgica X Tratamento clínico


• Manejo alimentar / ambiente
• Castração
Necrose asséptica da cabeça do fêmur

◼ Acomete animais de pequeno porte/ jovens

◼ Poodle / Yorkshire - fatores genéticos

◼ Diminuição do suprimento sangüíneo da


epífise da cabeça femoral - isquemia -
necrose

◼ Uni ou bilateral
Principais aspectos radiográficos
◼ Osteólise do osso subcondral da epífise
proximal do fêmur
◼ Alterações morfológicas da cabeça e colo
femoral
◼ Subluxação
◼ Atrofia muscular da região femoral
◼ Doença articular degenerativa
Luxação Medial Patelar
• Grau I
– Joelho quase normal
– Luxação patelar com pressão
– Animais assintomáticos

• Grau II
– Patela normal, luxa com flexão e redução com
pressão
– claudicação presente na maioria dos casos
Luxação Medial Patelar

• Grau III
– Patela luxada maior parte do tempo
– Redução com o membro em extensão

• Grau IV
– Patela luxada permanentemente
– Redução somente cirúrgica
Luxação Medial Patelar

• Causas
– Deformidades angulares tíbia e fêmur
– Ruptura do ligamento cruzado cranial
– Arrasamento do sulco da tróclea femoral (?)
Langenbach; Marcellin-Little, 2018
DEFORMIDADES ANGULARES

• Valgus e varus
(cálculo de grau de
desvio)
• Irregularidade da
placa epifisária
• Ossificação
incompleta dos
ossos do carpo (má
formação dos ossos
cárpicos)
• Desenvolvimento
retardado dos
processos estilóides
do osso rádio
Ruptura do Ligamento Cruzado Cranial

• Causa mais comum de sub-luxação do joelho

• Frequente em cães qualquer idade e raça

• Ruptura mais comum pela degeneração do


ligamento

• Rupturas traumáticas são frequentes em humanos


mais raras em cães

• Acompanhada de lesão do menisco medial


Alterações Traumáticas

• Alterações traumáticas
- Entorse (“Foi somente um entorse”- cuidado!)
- Subluxação
- Luxação
LUXAÇÃO

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