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Medicina Legal

1. Perícia Médica:

Toda a sindicância promovida por autoridade policial ou judiciária, acompanhada de exame, que pela
natureza do mesmo, os peritos são ou devem ser médicos.

• Peritos
– São pessoas entendidas e experimentadas em determinados assuntos e que, designadas pela
Justiça, recebem a incumbência de ver e referir fatos de natureza permanente cujo esclarecimento
é de interesse num processo.
Oficiais, nomeados (Ad hoc), administrativos

Perícia é feita para produzir laudo, e a partir do laudo uma prova técnica.
Assistente técnico é de confiança, é médico contratado pela parte para acompanhar a perícia.
 Perícia é Exame acurado e objetivo para comprovar ou descarecterizar situação concreta, de
natureza médica, para o enquadramento normativo no âmbito do processo.
 Perícia → solicitado por uma autoridade
 Quem faz é o perito( médico) → oficial (INSS ou médico legista) ou Nomeados

2. Documentos Médico Legais


1. Podem ser: Atestados, Pareceres e Relatórios
a. Relatório Médico Legal
 É a narração escrita e minuciosa de todas as operações de uma perícia médica, determinada
por autoridade policial ou judiciária, a um ou mais profissionais anteriormente nomeados e
compromissados na forma das leis
 O relatório médico, minucioso e conclusivo, descrevendo o ato pericial constitui o Laudo
Médico Pericial.
 Auto: ditado ao escrivão logo após o exame
 Laudo: redigido posteriormente
 Descrição MINUCIOSA
 7 Partes:
o Preâmbulo
 Identificação do perito
 Identificação da autoridade
 Local, horário
 Identificação do examinando
o Quesitos
 Oficiais
 Formulados pelo Juízo ou pelas partes
o Histórico
 Valor relativo
o Descrição
 Visum et repertum
 Exame complementares
 Parte mais importante do relatório médico legal pois descreve lesão e a
pessoa que lê deve ter idéia do que houve
o Discussão
o Conclusão
o Resposta aos quesitos: quando laudo é criminal, quesitos são oficiais, se não é
criminal, quem está envolvido no processo é quem faz os quesitos. Quesitos
direcionam a perícia.

b. Parecer Médico Legal


 Resposta a uma consulta feita por interessado a um ou mais médicos, a uma comissão de
profissionais ou a uma sociedade científica sobre fatos referentes a questão a ser esclarecida.
 Documento particular

c. Atestado Médico Legal


 “É a afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas conseqüências”.
 Atestado médico é o relato simples e objetivo dos atos profissionais praticados.
 Receituário
 Falsidade → código penal artigo 302 → detenção
 Faz parte da consulta médica → não deve ser negado!!!
 Não exige compromisso legal
 4 partes:
o Qualificação do médico
o Qualificação do paciente
o Constatação do estado mórbido
o Conclusão
 Tipos:
o Óbito
o Sanidade: individuo apto para fazer alguma prática: exemplo academia
o Morbidade: individuo doente
 Finalidades → Diversas
 Classificação (França)
o Oficiosos
o Administrativos
o Judiciários: para interesse da administração da justiça. Solicitado sempre pelo Juiz.
 Atestado de ÓBITO
o A Declaração de Óbito é o documento-base do Sistema de Informações sobre
Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS). É composta de três vias auto-
copiativas.
o A emissão da DO é ato médico, segundo a legislação do País. Portanto,
ocorrida uma morte, o médico tem obrigação legal de constatar e atestar o
óbito.
o O médico tem responsabilidade ética e jurídica pelo preenchimento e pela
assinatura da DO, assim como pelas informações registradas em todos os
campos deste documento. Deve, portanto, revisar o documento antes de
assiná-lo.
o Atestado de Óbito confirma a morte, define a causa de morte e tem
interesse médico sanitário
o Médico é obrigado a dar o atestado de óbito ao paciente ao qual vinha
prestando assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta.
o Médico não deve atestar óbito quando não tenha verificado pessoalmente,
ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso,
se o fizer como plantonista, médico substituto, ou em caso de necropsia e
verificação médico legal.
o SVO: mortes naturais sem causa definida e finalidade médico sanitária. Só se
pode sepultar cadáveres falecidos sem assistência médica se passarem pelo
SVO
o IML: mortes violentas, suspeitas, cadáveres não identificados, tutela do
estado.
o Nascido vivo: produto da concepção que, depois de expulso ou extraído
completamente do corpo da mãe, respira ou dá qualquer outro sinal de vida,
tal como batimentos cardíacos, pulsações do cordão umbilical ou
movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, quer tenha sido
cortado o cordão umbilical e esteja ou não desprendida a placenta.
o Óbito fetal, perda fetal, morte fetal: morte do produto conceptual antes da
expulsão do corpo da mãe, independente da duração da gravidez. A morte
do feto é caracterizada pela inexistência, depois da separação, de qualquer
sinal descrito no nascido vivo.

o Atestado de óbito é constituído de duas partes:


 I) Causas DIRETAS
 (a) Causa Imediata/direta (devido a)
 (b) Causa Mediata/antecedente intercorrente
 (c) Causa antecedente básica: doença ou lesão que iniciou a
sucessão de eventos mórbidos que levou diretamente à morte
ou as circunstancias do acidente ou violência que produziu a
lesão fatal.

II) Causa Indireta:

 Outros estados patológicos significativos que contribuíram


para a morte, porém não relacionados com a doença ou
estado patológico que a produziu

3. Traumatologia
 Energia mecânica que Modifica o estado de repouso ou de movimento de um corpo, produzindo lesões
por:
o Meio ativo – objeto move-se ao encontro do corpo
o Meio passivo – objeto parado
o Ação mista
 Atua por pressão, distensão e deslizamento.
 A lesão determina o agente→ paradigma de medicina legal

INSTRUMENTO/agente LESÃO

PERFURANTE PUNCTÓRIA

CORTANTE INCISA OU CORTANTE

PERFURO CORTANTE PERFURO INCISA/CORTANTE

CONTUNDENTE CONTUSA

CORTO CONTUNDENTE CORTO CONTUSA

PERFURO CONTUNDENTE PERFURO CONTUSA

a. Agente Perfurante → lesão Punctória


 Ponta com haste cilíndrica.
 Atua por pressão, afastando, divulsionando as fibras do tecido. (agulha, estilete, prego)
 Lesão de forma circular, diâmetro pequeno, recoberta por crosta hemática→ pequeno
 Profundidade maior que extensão
 Médio → forma de botoeira
 Superficiais, penetrantes e transfixante

b. Agente Cortante→ lesão Incisa ou Cortante


 Deslizamento e pressão, através de borda com gume ou fio. (navalha, caco de vidro, folha
metálica, folha papel)
 Fibras do tecido seccionadas
 Bordas regulares
 Forma linear
 Hemorragia abundante
 Comprimento maior que a profundidade
 Profundidade maior no terço inicial, superficializa gradualmente – termina em escoriação linear
(cauda de escoriação)→ determina direção do corte (D→E ou E→D)
o Cauda de entrada → mais profunda;↑ pressão
o Cauda de saída
 Centro da ferida é sempre mais profundo
 Lesão cirúrgica: profundidade uniforme, ângulo de saída sem cauda de escoriação. (alguns
autores consideram lesão incisa só produzida por bisturi)

c. Agente Perfuro cortante → Lesão Perfuro-Incisa


 Atua através de uma ponta, e por deslizamento através de gume.
 Predomínio da profundidade
o Um gume: forma de botoeira (faca de cozinha, canivete)
o Dois gumes: forma de fenda (punhal, baioneta, espada)
o Mais de dois gumes: forma estrelada
o Ângulos acessórios (pequenos entalhes na borda da ferida): se pessoa se mexe
 Superficiais, penetrantes, transfixante
 Trajeto: túnel em forma de fenda
 Lesões mais graves
 Atingem órgãos nobres

d. Agente Contundente→ Lesão Contusa


 Atuação: (mãos, pés, bengalas, bastões, pedra, tijolo, martelo)
o Compressão (mais comum)
o Tração
o Deslizamento
 Tipos:
o Aberta
 Escoriação
 exposição da derme
 15-20 d para resolução
 Nunca deixa cicatriz
 Unhas: estigmas ungueais – forma côncavo/convexa semelhante a
lua crescente.
 Sempre vital
 Arraste
 Atinge derme
 Essa pode deixar cicatriz

 Ferida Contusa é lesão contusa aberta


o Solução de continuidade que atinge todos os planos da pele, incluindo
subcutâneo pele se rompe
o Compressão da pele entre duas superfícies rígidas (agente contundente
e osso); tração da pele (escalpelamento).
o Formas estreladas, sinuosas ou retilíneas, com bordas irregulares com
pontes de tecido unindo-as, não tem cauda de entrada e de saída
o Bordas irregulares: escoriadas, anfractuosas, infiltradas por sangue.
o Fundo sujo, ponte de tecido unindo as bordas da lesão.
o Pouco sangranteIntegridade de vasos, nervos e tendões.
o Freqüentes em couro cabeludo
o Sinômino de Lesão Lácero-Contusa
o Agente CONTUNDENTE

 Ferida Incisa: bordas regulares, forma linear, muito sangrante,


comprimento > profundidade, tem cauda de entrada e de saída. Agente
CORTANTE.

o Fechada
 Rubefação (hiperemia)→ dura 10 min
 Equimose (sangue na derme)
 Espectro equimótico → estabelecer a data da lesão
o Vermelho (1ºd)a vermelho Violáceo (2º e 3º)
o Azulado (4º ao 6º)
o Esverdeado (biliverdina) ( 7º ao 10º)
o Amarelado(bilirrubina) (em torno do 12º dia)
o Desaparece em 15 a 20 d
 Sinal vital
 Indica instrumento que o produziu

 Hematoma→ Hemorragia com formação de tumoração, devido ao


deslocamento e compressão dos tecidos.
 Entorse
 Luxação
 Fratura
 Bossa sanguinea e serosa

e. Corto Contundente → Corto Contusa


 Transfere energia por meio de gume, tem grande massa (cutelo, machado, guilhotina)
 Comum amputação e decapitação
 Retas, bordas regulares, afastadas e escoriadas
 MordedurasImpressão deixada: pode identificar o agressor
 Graus
1º - equimoses e escoriações
2º - equimoses e escoriações mais profundas
3º - feridas contusas com comprometimento da derme e musculatura
4º - lacerações com perda razoável de tecido e possível alterações estéticas – na
maioria não permite identificar o Autor.

f. Perfuro contundente → Perfuro-Contusa


 Ação perfurante e contusa (cabo de guarda-chuva e PROJETIL DE ARMA DE FOGO)
 Sai no disparo: projétil, gases superaquecidos, chama, fumaça, partículas de pólvora não
combusta
Modalidade Distância Característica
do disparo

Longa > 60/70 Projétil Zona de escoriação, Enxugo, Equimótica/


Distância contusão

Média 50 a Projétil + partículas Zona de escoriação,Enxugo e Tatuagem


Distância 60/70

Curta 10 a 50 Projétil + partícula + Zona de escoriação,Enxugo, Tatuagem e


Distancia fuligem esfumaçamento

Queima Até 10 Projétil + partículas + Zona de escoriação,Enxugo, Tatuagem,


Roupa fuligem + chama esfumaçamento e Queimadura

Contato Zero Arma apoiada na Zona de escoriação,Enxugo, Tatuagem,


vítima e gases + esfumaçamento, Queimadura e Desenho
projétil + partículas + da Boca da arma e sinal de Benassi e
fuligem + chama Câmara de Mina de Hoffman

o Zona de Escoriação→Ponto de contato: epiderme que é arrancada pela ação


contundente, diâmetro da lesão menor que o do projétil
o Zona de Enxugo → Impurezas contidas no projétil (exclusiva de entrada, pode estar
nas vestes)
o Zona equimótica ou de contusão: é produzida pelo projétil quando impacta sobre o
corpo, quando se comporta apenas como um instrumento contundente
o Zona ou orla de tatuagem → grãos de pólvora em combustão ou não queimados,
removível apenas com cirurgia plástica
o Zona de esfumaçamento → produzida pela fuligem, pólvora combusta, cor
acinzentada, removida com água e sabão
o Zona de Queimadura: hiperemia pelo chamuscamento
o Sinal de Werkgartner (desenho da boca da arma)
o Sinal de Benassi: anel acinzentado ao redor da face externa do orifício, (no osso) na
calota craniana, costelas e escapulas (resíduos de pólvora não queimada).
o Sinal da Câmara de Mina de Hoffmann → orifício estrelado, com bordas evertidas,
formado pela dilatação do tecido subcutâneo devido aos gases. Ocorre quando tiro
é de contato e há plano ósseo abaixo.
 Lesão de Raspão:
o Projétil não penetra, apresenta ferida de bordas irregulares, escoriadas, sem orifício,
em forma de canaleta.
o Quando mais superficial – apenas escoriação
 Trajeto → Caminho do projétil no corpo (Sangue coagulado → reação vital)
Trajetória→ projétil da arma até o corpo
 Orifício de Saída
o Forma irregular
o Bordas evertidas
o Ausência de orla de escoriação e enxugo
 Orifício de entrada
o Borda invertida, diâmetro menor que o do projetil
o Tem orla de escoriação e enxugo
o Se foi de tiro encostado, há orifício irregular (maior do que o diâmetro do projétil),
sinal da Camara de mina de Hoffmann formado pelos gases que dilatam o tecido
subcutaneo, sinal de Benassi que é anel acinzentado de resíduo de pólvora no osso,
e desenho da boca da arma (sinal de Werkgatner)
4. Lesões Corporais
 Lesão: conseqüência de um ato violento capaz de produzir direta ou indiretamente qualquer dano a
integridade física ou à saúde de alguém, ou responsável pelo agravamento ou continuidade de uma
perturbação já existente
 Tipos de lesão:
o Lesões Leves → Não apresentam nenhum resultado estabelecido nos parágrafos 1º, 2º e 3º
do artigo 129.
o Lesões Graves:
 Incapacidade para as atividades habituais por mais de 30 dias (fratura, internação);
 perigo de vida (se não intervir, pessoa morre);
 Debilidade permanente total ou parcial de membro, sentido ou função;
 aceleração de parto.
o Lesões Gravíssimas:
 Incapacidade permanente para todo e qq tipo de trabalho (qq atividade lucrativa);
 Enfermidade Incurável (HIV, epilepsia pós trauma);
 Perda ou inutilização de membro, sentido ou função;
 Deformidade permanente (inclui alteração estética grave, lesão visível, aparente e
permanente. Ex: cicatriz face, amputação dedo, perda incisivo)
 Aborto: interrupção da gestação intra-útero em qq fase da gestação
o Lesão é grave ou gravíssima, mas pode ter componente da outra. Sempre graduar pela
maior.

5. Asfixia
 Síndrome caracterizada pelos efeitos da ausência de oxigênio, com acumulo de gás carbônico.
 Asfixia Mecânica:
o Mancha de hipóstase: precoces, abundantes, de tonalidade escura
o Congestão da face: sinal mais constante
o Máscara equimótica da face
o Equimoses da pele e das mucosas
o Esfriamento mais lento
o Rigidez mais lenta, intensa e prolongada
o Putrefação mais precoce e mais acelerada
o Cogumelo de espuma
o Projeção da língua
o Exoftalmia
o Sinais internos: Equimoses viscerais nas serosas → Manchas de Tardieu, Hiperglicemia
asfíxica , Congestão poliviceral, baço: com pouco sangue devido as contrações durante
asfixia - Sinal de Étienne Martin, Distensão e edema dos pulmões
o Aspecto do sangue: coloração escura e líquido com ausência de coágulos no coração;
viscosidade diminuída; alteração do pH;
 Classificação:
o Confinamento: Permanência em ambiente restrito ou fechado sem renovação do ar
 Sinais gerais de asfixia + lesões produzidas por ação desesperada da vítima
 Ocorre por CO → intoxicação por carbaminohemoglobina
o Sufocação Direta: Oclusão dos orifícios ou dos condutos respiratórios. Pode haver oclusão
boca e fossas nasais (sempre criminoso) ou oclusão das vias respiratórias (corpo estranho)
 Sinais locais: marcas ungueais ao redor dos orifícios nasais e boca
 Sinais de asfixia
 Sinais específicos: presença do corpo estranho
o Sufocação Indireta: Compressão do tórax e abdômen que impedem os movimentos
respiratórios. Acidental ou criminosa. Crucificação é tipo de sufocação indireta.
 Sinais de trauma torácico + sinais de sufocação.

o Soterramento: Obstrução das vias respiratórias por terra ou substâncias pulverulentas


 Sinais de trauma + asfixia.

o Afogamento:Penetração de um meio líquido ou semilíquido nas vias respiratórias. Acidental,


suicida ou homicida
 Sinais cadavéricos externos:
 Temperatura baixa da pele
 Pele anserina, mais freqüente nos ombros, face lateral das coxas e braços -
Sinal de Bernt
 Retração do mamilo, bolsa escrotal e do pênis
 Maceração da epiderme: principalmente nas mãos e pés (dedos de luva)
 Livores cadavéricos de tonalidade mais clara (hemodiluição e temperatura
mais baixa)
 Cogumelo de espuma
 Erosão dos dedos e presença de copos estranhos sob as unhas
 Equimoses da face das conjuntivas; embebição cadavérica (dificulta a
desidratação e altera a rigidez cadavérica); mancha verde (no esterno ou na
parte inferior do pescoço)
 Sinais Internos:
 Líquido nas vias respiratórias, sistema digestório, ouvido médio
 Manchas de Paltauf (visceral): 2 cm, contorno irregular, vermelho clara→
maiores que Tardieu
 Pulmões armados
 Hemodiluição → hipostases mais claras
 Afogados brancos de Parrot : Morte por outra causa; sem sinais de asfixia e dps caiu
na água.

o Enforcamento: Interrupção do ar atmosférico através da constrição do pescoço por laço


acionado pelo próprio peso da vítima. Suicídio, homicídio, acidente e execução judicial. Nó:
posterior, lateral ou mais raramente anterior, podendo faltar

 Sinais:
 Posição da cabeça voltada para o lado contrário do nó
 Língua cianótica e projetada para a frente
 Olhos protrusos
 Pavilhão auricular violáceo, podendo ter otorragia
 Rigidez mais tardia
 Manchas de hipóstases nas extremidades dos membros;
 Putrefação úmida na metade inferior e putrefação seca na superior:
cadáveres que permanecem suspensos

 Sulco típico: oblíquo, de baixo para cima e de diante para trás, dirigindo-se
em sentido do nó; Pode ser contínuo ou interrompe nas proximidades do

o Estrangulamento: Constrição do pescoço por um laço acionado por uma força estranha
obstruindo a passagem de ar dos pulmões, interrompendo a circulação e comprimindo os
vasos do pescoço. Homicídio
 Sulco → Sentido horizontal, podendo ser ascendente ou descendente;
Profundidade uniforme, não tem hipostase

Enforcamento Estrangulamento
Oblíquo ascendente Horizontal
Variável segundo a Uniforme em toda a periferia do
zona do pescoço pescoço
Interrompido ao nível Contínuo
do nó
Em geral, único Freqüentemente múltiplo

Por cima da cartilagem Por baixo da cartilagem tiróidea


tiróidea
Quase sempre Excepcionalmente
apergaminhado apergaminhado
De profundidade De profundidade uniforme
desigual

 Esganadura: Constrição do pescoço pelas mãos, obstrução do ar atmosférico do ar. Sempre


homicídio. Fraturas dos processos estilóides
6. Queimadura:
o 4 graus:
 1º Rubefação: eritema
 2º Vesicação: flictenas com líquido seroso (bolha)
 3º Escarificação: necrose de tecidos (atinge plano muscular)
 4º Carbonização: atinge planos ósseos
o Bolha de putrefação na fase gasosa é diferente da bolha da queimadura de 2 º grau que tem base
eritematosa com im...
o Para saber se pessoa estava viva quando sofreu queimadura: Dosagem de monóxido de carbono,
Pesquisa de fuligem em vias aéreas, Pesquisa de aspiração em alvéolos

7. Sexologia:
o Constranger→ violentar, coagir, obrigar por força
o Conjunção carnal (penetração peniana no interior da vagina)→ somente a mulher pode ser vítima e o
homem o autor.
 Sinais de Certeza da conjunção carnal:
 Gravidez (beta HCG, US)
 Rotura himenal (recente)
 Presença de espermatozóides na vagina (até 72 hrs)
 Fosfatase Ácida e Glicoproteína P30 (vasesctomizados)
o Violência pode ser efetiva ou presumida
 Efetiva Física: Agressor anula ou enfraquece força da vítima.
 Efetiva Psíquica: agressor enfraquece as faculdades mentais, usando embriaguez/ anestesia/
estados hipnóticos.
 Presumida
 Não é maior de 14 anos;
 É alienada ou débil mental, e o agente conhecia esta circunstância;
 Não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência.
Alienação: transtorno geral e persistente das funções psíquicas (Nério Rojas)
 O Código Penal brasileiro define o crime de estupro como sendo o ato de constranger mulher à conjunção
carnal, mediante violência ou grave ameaça. A violência pode ser efetiva (física ou psíquica) ou presumida.
A violência física é o ato do agressor de anular ou enfraquecer a força da vítima para que se oponha. A
psíquica ocorre quando o agente conduz a vítima a uma forma de inibição ou resistência por redução ou
enfraquecimento das faculdades mentais. A violência presumida ocorre em casos em que a vítima é menor
de 14 anos; é alienada ou débil mental e o agente conhecia este fato; quando houver uma causa que impeça
a vítima de resistir.

o ESTUPRO → Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça


o ABORTO: Interrupção da gravidez por morte fetal, em qualquer fase do ciclo gravídico.
 Art. 128: Não se pune aborto praticado por médico:
 I: se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
 II: se a gravidez resultou de estupro e o aborto é precedido de consentimento da
gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
o Hidrostática Pulmonar de Galeno
 Baseada na densidade pulmonar
 4 fases
 Pulmões, traquéia, laringe, língua, timo e coração
 Separa os pulmões
 Fragmentos dos pulmões
 Compressão dos fragmentos
8. Tanatologia
o Conceito contemporâneo de morte: cessação irreversível das atividades encefálicas (importante
devido a lei dos transplantes)
o Fenomenos cadavéricos:
 Abióticos Imediatos: Não dão certeza da morte
 Perda de consciência/ ausência das funções cerebrais
 Insensibilidade
 Imobilidade e abolição do tono muscular
 Fácies hippocrática ou cadavérica
 Relaxamento dos esfíncteres
 Cessação da respiração
 Cessação da circulação
 Abióticos consecutivos: Dão certeza da morte
 Evaporação Tegumentar: decréscimo de peso, Pergaminhamento da pele,
Dessecamento das mucosas
 Fenômenos Oculares: Perda da transparência da córnea, Mancha Esclerótica:
Sommer e Larcher: Aparece 1-3 horas, tornando-se negra em 6 horas (condições
de evaporação intensa), Depressividade do globo ocular
 Resfriamento do Corpo - algidez cadavérica/ algor mortis: sofre interferência de
fatores internos e externos (idade, constituição e causa mortis e Vestes, umidade,
temperatura externa) Criança: 20 horas, Adulto: 24 a 26 horas
 Manchas de Hipóstases: Parada da circulação Atuação da força da gravidade 
O sangue é atraído para as partes de declive do cadáver Pequenas áreas circulares
de tonalidade mais avermelhada (livores)  Mancha extensa (pontuado em 10 min.,
visíveis em 2-3 hrs, fixas em 8 a 12 hrs.
 Rigidez cadavérica: É crânio-caudal, falta O2  ↓ recomposição de ATP 
anaerobiose  complexos actina e miosina não se desfazem músculos
enrijecem. Início na primeira hora da morte, generaliza em 2 a 3 horas, máximo em
a 5 a 8 horas.

o Fenômenos transformativos destrutivos (autólise, putrefação e maceração)


 Putrefação: atuação de microrganismos que transformam corpo em matéria prima. Invadem
organismo através dos intestinos.
o Marcha da Putrefação:
 Fase de coloração: mancha verde (gás sulfídrico + hemoglobina) abdominal
na FID após 18 a 24 hr da morte (verão) e 36 a 48 hr (inverno) e se espalha
por todo abdome, tórax e membros.
 Fase gasosa: formação de gases dá aspecto gigantesco, consegue-se ver
vasos por transparências (circulação póstuma de Brouardel)
 Fase coliquativa: Deliqüescência geral dos tecidos, com desaparecimento
do enfisema e grandes perdas líquidas. Dissolução pútrida. Presença de
larvas de inseto.
 Fase de esqueletização: ossos livres, presos apenas por ligamentos, tempo
depende de condições climática e do ambiente. Cerca de 2 anos.

o Fenômenos transformativos conservativos


 Mumificação – ambiente seco, ventilado e quente
 Saponificação: obeso em terreno argiloso

9. Segredo Médico
 Segredo médico é o dever e o direito que tem o médico de silenciar a respeito de fatos de que teve ciência
em virtude de sua profissão.
 É direito do paciente, o médico guarda o segredo
 Pode haver quebra do sigilo (artigo 102):
o Por autorização expressa do paciente
o Quando for dever legal (atestado de óbito, notificação compulsória de doença),
comunicação de crime de ação pública
o Justa causa (bem social acima do bem individual, abrange toda a situação que possa ser
utilizada como justificativa para a prática de um ato excepcional, fundamentado em razões
legítimas e de interesse coletivo, ou seja, uma razão superior relevante, a um estado de
necessidade) Ex: vou colocar veneno na caixa d’água, pct HIV não quer contar para esposa
 Médico está desobrigado de denunciar paciente se:
o Crime exige representação
o comunicação expõe o cliente a procedimento criminal

10. Responsabilidade Médica


 Quais os elementos para caracterizar o erro médico?
 Ato médico, com ausência de dolo e presença de culpa, feito por profissional habilitado. A culpa é
caracterizada quando há negligência, imperícia ou imprudência.
 Negligência: “omissão de, desleixo” (esquecer pinça, compressa)
 Imprudência: “ir ale de, usar técnica que não é consagrada”. Ex: Operar sem o diagnóstico
correto e sem o preparo adequado do paciente.
 Imperícia: “falta de habilidade para fazer”
 Quando médico pode ser processado? Na instancia criminal (homicídio, lesão corporal), civil,
administrativo, CRM.
o Penas CRM:
 Advertência
 Censura confidencial
 Censura pública
 Suspensão do exercício por 30d
 Cassação do exercício

11. Exercício Lícito e Ilícito


 Para exercer a medicina com licitude o médico precisa de :

o A habilitação profissional
 Adquirida em um curso idôneo, regular e completo numa faculdade de medicina,
aprovada pelo MEC
o A habilitação legal
 Inscrição do profissional no Conselho regional de Medicina da jurisdição,
 Exercício ilegal da medicina: “Exercer, ainda que a título gratuito, profissão de médico, dentista ou
farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites. Pena: detenção de 6 meses a 1 ano”

 Curandeiro → sem habilitação profissional, fazer diagnóstico, prescrever, ministrar ou aplicar


habitualmente qualquer substância; usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; “mãe”
Pena: detenção de 6 meses a 2 anos.

 Charlatão → com formação profissional, inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível. Pena:
detenção de 3 meses a 1 ano”.

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