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MEDICINA LEGAL

Definições

“Medicina Legal é a ciência e a arte extrajurídica, conjunto de conhecimentos médicos,


paramédicos e biológicos...”

Corpo de Delito

Conjunto de vestígios presentes de interesse judicial e pericial, incluindo o cadáver. São


elementos materiais que podem ser percebidos pelos sentidos humanos pra permitir avaliação
judicial: determinação da materialidade e indícios de autoria. -> objetivo

Corpo de Delito Direto: avaliação feita diretamente sobre os vestígios, sempre que a infração
deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito direto e quando não for
possível, é necessário que se realize o exame de corpo de delito indireto -> subjetivo

Se o indivíduo confessar o crime ainda é obrigatório o exame de corpo de delito.

Art 161 – o exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora

Art. 162 – a autópsia/necropsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os
peritos, pela evidencia dos sinais de morte, julgares que possa ser feita antes daquele prazo, o
que declararão no auto. (deve aguardar 6 horas pois as vezes não tem mais circulação, mas
ainda não chegou ao óbito, exceto em casos onde está claro o sinal de morte, ex: carbonizado
ou sem cabeça)

Parágrafo único: nos casos de morte violenta, basta o simples exame externo do cadáver,
quando não houver infração penal quando lesões externas permitirem apurar a causa da morte

Declaração de Óbito:

Natural: patologia, velhice. – Próprio medico pode atestar o óbito.

Natural de doença ou situação mal definida – serviço de verificação de óbito, quando não foi
acompanhada por medico, assim, o patologista vai fazer o atestado, caso ele veja algo suspeito,
pode ser encaminhado ao IML.

Violenta: exógenas, IML

 O material não é descartado após pericia


 O exame pode ser feito por perito oficial ou perito ad hoc, duas pessoas idôneas
quando não há perito no local.

Perito

O perito é obrigatoriamente um entendido naquele assunto que assume um compromisso


prévio com a justiça, antes do exame. O perito é imparcial, vê e descreve os fatos sem ser
levado por afeições ou emoção.

Obrigatoriamente 1 perito oficial

Pericia complexa é aquela que abrange mais de uma área de conhecimento especializado.
Laudo: 10 dias em casos excepcionais podem ser prorrogados.

Art, 182. O juiz não ficara preso ao laudo, podendo aceita-lo ou rejeita-lo no todo ou em parte

Art. 159. O assistente técnico atuara a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos
exames e elaboração dos laudos dos peritos oficiais sendo as partes intimadas desta decisão

Corpo de delito permanente ou passageiros, projéteis ou combustível, respectivamente.

Art 158. Quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito,
direto ou indireto não podendo supri-lo a confissão do acusado.

Elementos sensíveis: percebidos pela visão, gustação, tato, audição e olfato

A ausência do corpo de delito leva a nulidade do processo.

Documentos Médico-legais

Podem ser escritos ou verbais

Finalidade: elucidar a justiça e servir para a prova ou de prova do ato neles representados.

Representação do fato deve ser documentada:

Notificações: notificação sobre doenças contagiosas

relatórios (auto ou laudo) mais importante, escritos pelo perito = auto dirigido por escrivão
(nem existe mais) DESCRIÇÃO: visum et repertum

pareceres: dirigir dúvidas em relação a pericia

depoimento oral.

Laudo: tudo o que foi visto pelo perito no local

Narração detalhada da perícia com emissão de juízo valorizado

RELATÓRIO

Preambulo: consta a data, perito, boletim de ocorrência, tipo um cabeçalho

Quesitos: questionamentos, quantas lesões e tal

Histórico: informes, a história contata para o perito, quem vai avaliar se condiz com o ocorrido

Descrição: detalhar tudo o que foi visto no local, claro ético, preciso, de forma minuciosa

Discussão: experiencia técnica, convencer quem está lendo o laudo

Conclusão: citar a causa da morte

Resposta aos quesitos: responder de forma técnica os questionamentos

Notificações Compulsórias: comunicação obrigatória do médico com as autoridades a fim de


auxiliar nas razoes sociais ou sanitárias.

Ex: acidentes de trabalho, doenças infectocontagiosas e a morte encefálica à autoridade


pública.
Parecer: documento utilizado para dirimir dúvidas e divergências na interpretação dos achados
de uma perícia, sendo solicitado a uma pessoa de renome. Assistente técnico dirige o parecer
para questionar a discussão e as conclusões do perito no laudo

TEM TODAS AS PARTES DO LAUDO MENOS A DESCRIÇÃO

Atestado: puro e simples, por escrito. Não serve como laudo e afirma a veracidade de um fato.
=> cabeçalho, qualificação do interessado, solicitação, finalidade, fato medico, consequências,
local...

Atestado administrativo: servidores públicos

Judiciário (interesse médico legal)

Oficioso (atender interesses particulares)

Atestado idôneo: verdadeiro

Gracioso: complacente ou de favor, para agradar a clientela (reprovável)

Imprudente: confia na palavra do paciente e dá o atestado (reprovável)

Falso: sabe que é falso, responde criminalmente caráter doloso

Prontuário: anamnese do paciente => acervo documental dos cuidados médicos prestados.
Pode produzir efeito jurídico ex: maria da penha

Depoimento oral: declaração tomada falada na audiência.

IDENTIDADE, IDENTIFICAÇÃO, RECONHECIMENTO

Identidade: soma dos caracteres que individualiza uma pessoa, distinguindo das demais

Identificação: determina a identidade de uma pessoa ou coisa

Reconhecimento: empírico, de acordo com nossos sentidos

Identificação Primária: Impressão digital, dentes e DNA

Secundária: antropologia

Identificação médico-legal: médico legista, por meio da raça, sexo, estatura, idade, dentes,
peso, cicatrizes, tatuagens.

Identificação Judiciaria: exige um perito, não necessariamente oficial, bertilonagem (11


medidas corporais), retrato falado, fotografia sinalética, impressões digitais.

Identidade: subjetiva (personalidade, autoavaliação, o próprio eu, independente de fatores


físicos) não é palpável, mas pode ser avaliada

Identidade objetiva: características físicas e funcionais que fazem com que o indivíduo seja
idêntico apenas a ele mesmo. Até mesmo gêmeos
Fundamentos Biológicos

Unicidade/Individualidade/Variabilidade – elementos específicos daquele indivíduo e diferente


dos demais

Imutabilidade: características que não mudam e não se alteram ao longo do tempo

Perenidade: capacidade de certos elementos resistirem à ação do tempo e permanecem


durante a vida

Fundamentos Técnicos:

Praticabilidade: processo que não seja complexo, tanto na obtenção como no registro de
caracteres

Classificabilidade: arquivamento e facilidade na busca de registros.

Palatoscopia: inspeção das pregas palatinas transversas encontradas na abóbada da boca,


quando o indivíduo não tem mais dentes, existe o desenho das prega palatinas, como
desvantagem pode-se citar a inaplicabilidade em cadáveres em processo avançado de
decomposição.

Queiloscopia: desenho dos lábios, através de sulcos e estrias, é imutável e perene, pode ser
usada impressões labiais

Identificação Médico-Legal

1º se é humano

2º sexo

3º estatura, idade, raça/cor da pele

Espécie: Tipo sanguíneo – consegue estabelecer a espécie se é humano ou não, mas em casos
avançados de decomposição não é utilizado.

Canais de Havers: tubos estreitos dentro dos ossos por onde passam vasos sanguíneos e
células nervosas. Em seres humanos, menor quantidade e maior largura com até 8 por mm².
Nos animais é o contrário.

Sexo: Cromossomos (XY ou XX) – DNA, presença de órgãos genitais, homem não tem
corpúsculo de Barr e Ductos de Wolff homem e Ducstos de Muller n amulher.

Cranio: glabela do homem tem maior relevo; Processo mastoide – presente maior no homem;
Rebordo suportario é mais redondo no homem, caninos mais desenvolvidos no homem que na
mulher. *todos os elementos são avaliados em conjunto

Tórax: feminino (ovoide) e masculino (cone invertido)

Pelve: Feminina: mais larga, canal do parto arredondado, arco púbico >90 em mulher, mais
triangular
Raça:

Crânio: índice cefálico horizontal – 100 * largura máxima / comprimento do crânio. (formula de
retzuis)

Indice tibiofemural e radioumeral: comprimento do rádio * 100 e divide pelo comprimento do


úmero

Angulos de Jacquart, Cloquet e Curvier – importantes para identificação da ancestralidade

Cúspide do dente – formatos diferentes de acordo com a raça

Idade:

Radiografia dos ossos em crianças, formação da região palmar e punho.

Ângulo Mandibular no feto

Globo Ocular: arco senil, composto de colesterol, triglicerídeos e fosfolipídios, aumentando


conforme o aumento da idade. Porém, em cadáveres depois de 10 horas já começa a ficar
branco.

Suturas do Crânio: vão se ossificando e desaparecendo na idade adulta, acima de 24 anos

Caracterização da Estatura: fêmur e tíbia, são mais importantes, acrescentando 4 a 6 cm na


estrutura devido aos discos intervertebrais e tudo mais.

Malformação e Tatuagem: usados para reconhecimento

IDENTIFICAÇÃO JUDICIARIA OU POLICIAL

Não depende de conhecimentos médicos.

Bertilonagem: primeiro método cientifico de identificação, baseadas em medições corporais


(11 medidas); descritivo (foto 5x7) e marcas particulares. TEM POR BASE A ANTROPOMETRIA.

 Cor do cabelo, olhos, tamanho dos membros e fotografias de frente e perfil.


 Bertilon usava impressões digitais coo método secundário.

Princípios:

entende que depois de 20 anos seu esqueleto não sofre mais alterações;

o corpo humano apresenta medidas exatas variando de indivíduo para indivíduo;

facilidade de precisão relativas com certas dimensões do esqueleto que podem ser medidas.

Limitações:

1) Somente para pessoas adultas, entre 20 e 65 anos;


2) Difícil utilização em mulheres – o corpo sofre mais alterações com parto e tudo mais;
3) Erros de paralaxe – erros de medidas e diferenças pessoas medindo;
4) Possibilidade de dois indivíduos apresentassem valores antropométricos iguais.

Retrato Falado

Método subjetivo: não pode usar como prova, é apenas um meio auxiliar
Fotografia Sinalética: frente e perfil, imagens reduzidas a 1/7 e faziam sobreposição para
comparar indivíduos.

PAPILOSCOPIA

Quiroscopia: impressões palmares

Podoscopia: plantar/pé

Poroscopia: poros das papilas dérmicas

Datiloscopia: impressões digitais

DATILOSCOPIA: mais eficaz para identificações criminais.

TRAUMATOLOGIA

Instrumentos Cortantes: a ferida pode ser chamada de incisiva ou cortante.

 Não existem feridas dilacerantes, já que não existe instrumento lacerante.

Energias de ordem mecânica: atuam mecanicamente sobre o corpo completa ou parcialmente,


o seu estado de repouso ou movimento do corpo.

Deslizamento: instrumentos cortantes agem por deslizamento

1. hemorragia abundante
2. Bordas nítidas e regulares
3. Cauda de escoriação saída: indica o sentido que foi causado o corte.
4. Comprimento maior que a largura e profundidade
5. Ausência de vestígios traumáticos em torno da lesão, já que tem bordas regulares.
6. Aspecto em V perpendicular, devido a elasticidade, retração.
7. Extensão da ferida: quase sempre menor que a produzida, por conta da elasticidade

Lesão cortante

 Sinal de Chavigny – quando há dois cortes, o primeiro vai ser reto e o segundo vai
começas reto e ao passar pela ferida já presente, vai seguir por um caminho diferente.

Decaptação: separação da cabeça do corpo

Esgorjamento: parte anterior, anterolateral ou laterolateral do pescoço


Degolamento: parte posterior do pescoço

Espostejamento: redução do corpo a diversos e irregulares fragmentos

Instrumentos Perfurantes: a ferida pode ser chamada de punctorias

1. Atuam por pressão (quando a área é pequena, tem mais pressão)


2. Abertura estreita (pele elástica)
3. Pouco sangramento (não há rompimento de vasos e capilares)
4. Mais profunda
5. Menor diâmetro que o agente causador (pele tem elasticidade em diferentes partes do
corpo)

Primeira Lei de Filhos: instrumentos de médio calibre, soluções de continuidade das feridas
assemelham-se às produzidas por instrumentos de dois gumes, aparência de casa de botão, ou
seja, nas lesões punctorias duas extremidades são parecidas, isso acontece porque ao invés de
ficar redondinha, a lesão acompanha o sentido da pele, parecendo uma casa de botão. (lei da
semelhança)

Segunda Lei de Filhos: quando as feridas se mostram em uma mesma região onde as linhas de
força (linhas da pele) tenham um só sentido, seu maior eixo tem sempre a mesma direção (lei
do paralelismo)

Lei de Langer: médio calibre, na confluência de regiões de linhas de força diferentes, a


extremidade da lesão toma o aspecto de ponta de seta, triangulo ou quadrilátero. Quando tem
um encontro de linhas de força a lesão vai fazer um triângulo.

Lesões em acordeão de Lacassagne: a lesão interna mostra que a profundidade é maior que o
comprimento do instrumento, dada a depressibilidade dos tecidos.

Instrumentos Contundentes: alteram o estado de corpo atuando por pressão, percussão,


explosão, deslizamento, torção, fricção.

Feridas:

 Forma, fundo e vertentes irregulares nas lesões


 Bordos escoriados (casquinhas)
 Deslocamento da pele próxima: ralado, explosão
 Ângulos obtusos (não tem presença de regularidade)
 Derrame hemorrágico externo menos intenso que na ferida incisa
 Retalhos conservados em pontes (união das margens da lesão, não houve rompimento
completo, contrastando com os tecidos mortificados)

Lesões contusas:

Escoriação: lesão na derme ou epiderme com crosta hemática – ralado

Equimose: infiltração e coagulação do sangue extravasado nas malhas dos tecidos – sangue sai
das veias e coagula nas malhas no tecido – roxo

 Petéquias – sinal de tardieu, pequenas equimoses


 Vibices alongadas – em forma de estrias, indicam o instrumento que causou a lesão.
 Sugilação (aglomerados de petéquias) – chupão
Não há equimose post mortem – no morto a tonalidade é mantida até os fenômenos
putrefeitos.

Rubefação: eritema traumático – vermelhidão, transitória, ações físicas por calor, frio.

Hematoma: maior extravasamento de sangue de um vaso calibroso e a sua não difusão, mas
malhas dos tecidos moles, absorção mais demorada que a equimose, fica com a região toda
roxa.

Bossa sanguínea: hematoma sobre plano ósseo e uma camada não tão grossa da pele – galo

Edema: acumulo de liquido no espaço intersticial e é constituído por uma solução aquosa de
sais e proteínas do plasma.

Fratura em galho verde: nas crianças pelo fato de terem o esqueleto mais cartilaginoso pode
haver apenas deformação do osso sem fratura ou esta apresentar-se de forma incompleta

Tríade do pisao: rupturas de órgãos macios + ausência de sinais de violência sobre o tegumento
abdominal + prolapso retal.

Espectro Equimotico de Legrand du Saulle


1- Vermelha (um dia) (dias – cor)
2- Violácea (dois dias)
3- Azulada (três dias)
4- Esverdeada (quatro dias)
Exceção: conjuntiva ocular
Desaparece do 15 ao 20 dia.
 Oferece muitas informações sobre a dinâmica, cronologia da lesão.

Explosão: as lesões produzidas por esses artefatos podem ser por ação mecânica e por ação da
onda explosiva. (blast injury)

Lesão mais comum é a ruptura do tímpano (blast)

O coração é o órgão que melhor suporta as ondas da blast injury

Lesões por Martelo:

 Fratura em saca bocados de Strassmann – ação em sentido perpendicular, formato


circular, acontece quando o martelo atinge a pessoa em um ângulo de 90°.
 Sinal do mapa mundi de Carrara: afundamento parcial e uniforme com inúmeras
fissuras, em forma de arcos e meridianos (forma linhas como se fosse o mapa mundi)
 Sinal em terraza de Hoffmann – o traumatismo se verifica tangencialmente (não fica
redondo como na primeira), produz uma fratura de forma triangular com base aderida
a porção óssea vizinha e com o vértice solto e dirigido para dentro da cavidade
craniana.

Encravamento: penetração de um objeto afiado e consistente em qualquer parte do corpo

Empalamento: penetração de um objeto de grande eixo longitudinal no anus ou na região


perineal.

Lesões de Precipitação:

 Fratura em saco de noz: integridade ou quase integridade do couro cabeludo e de


múltiplas fraturas de calvaria laceração da massa encefálica e herniamento do cérebro.
 Sinal de quatro fraturas: fraturas dos terços inferiores das pernas e dos terços médios
dos braços.

INSTRUMENTOS PERFUROCORTANTES

Agem por pressão e secção

Um só gume:

a) Menor que a largura da lamina – trajeto perpendicular por conta da elasticidade


b) Maior que a largura da lamina – trajeto obliquo.

Dois gumes: espada por exemplo – fenda de bordos iguais e ângulos agudos dos dois lados

Três gumes: feridas de forma triangular ou estrelada.

Instrumentos corto contundentes

Atuam pelo manejo e próprio peso que pelo gume

Atuam por pressão sobre um alinha (cortante)


Ex: mordida, machado

Instrumentos perfuro contundentes

Projétil (PAF)

Efeitos primários:

 Orla de enxugo (chavigny) – limpa a pele, vai enxugando suas impurezas


 Orla de contusão – mostra a elasticidade da pele

Efeitos secundários (curta distancia)

 Zona de tatuagem (incombusto) – 10 a 20 cm


 Zona de esfumaçamento (combusto) 50 cm

BALISTICA FORENSE

 SINAL DE BONNET: quando há um tiro sobre CALOTA CRANIANA ele entra como se
fosse um cone, começa pequeno e sai mais largo como um cone mesmo “<”. Quando
transfixar vai entrar e sair também na forma de cone, entrada com orifício menor, e
saída com lascas irregulares e maiores. INDICA O SENTIDO DO TIRO
 SINAL DE BENASSI: encostado sobre a pele, tem um halo fuliginoso, graças a pólvora
transferida para a região da calota craniana
 CAMARA DE MINA DE HOFFMANN: tiros encostados sobre a superfície óssea, os gases
por não terem por onde sair, acabam ficando por baixo da pele e fazendo um estrago,
lesões em forma de estrela. Não ocorre com armas com recuo
 SINAL DE PUPE WERKGAERTNER: tiros encostados sobre superfície mole, marca
produzida pelo cano da arma
 SINAL DE SHUSSKANOL: esfumaçamento na parede do conduto entre as lâminas
internas e externas de um osso chato
 BURACO DE FEHCADURA: em tiros oblíquos no crânio pode apresentar forma de
fechadura, pode ser a curta distancia

Ferimento de saída que não apresenta orla de enxugo nem escoriação

 Exceção (orla de escoriação na saída) presença de anteparo na saída (indivíduo deitado


no chão por exemplo) – SINAL DE ROMANESE
 Trajeto em chuleio: mesmo projetil capaz de transfixar vários segmentos ou partes do
corpo, com orifícios de entrada e saída.

PROJETEIS DE ALTA ENERGIA

O ferimento de entrada quando projeteis de alta energia é sempre maior que o diâmetro
destes.

A orla de escoriação está ausente ou pouco nítida e as bordas do orifício são irregulares

Ferida explosiva lacerada estrelada

Mantem estabilidade por mais de 100 metros

CAVIDADE PERMANETE: diâmetro do projetil

CAVIDADE TEMPORARIA: alargamento da cavidade permanente, se retrai. Dura milissegundos,


expande os tecidos elásticos e fecha depois.

EXAME HISTOQUIMICO ESPECIFICO PARA CHUMBO

Esparadrapo no dedão e aplica o reagente.

MEV (microscopia eletrônica de varredura): o mais indicado, fornece informações sobre


morfologia e composição química.

ENERGIAS DE ORDEM FISICA

Elementos que indicam morte por frio: hipóstase vermelho clara, rigidez antecipada e intensa,
sangue menos escuro.
Fases: palavras chave – anserino; flictenas; necrose; gangrena.

Calor:

 Mais cobrado.
Som e luz também são físicas.

Sinais:

Escaldadura – lesão particular por líquidos quentes

Sinal de Montalti: alta taxa de oxido de carbono, fuligem e fumaça nas vias respiratórias
(indicativo de que a pessoa respirou durante o incêndio, estava viva) adquirida através da
respiração durante o incêndio.

Sinal de Janesie-Jeliac: flictenas presentes no cadáver se conteúdo seroso com exsudato


leucocitário – bolhas formadas quando já estava morto

Noves de Pulaski e Tennisson:

Eletricidade:

- Natural: Sinal de Lichtenberg (transitório) – fulguração (lesões) e Fulminação (letal)


- Industrial: Sinal de Jellineck (bordas na lesão, exemplo: eletro pressão e eletrocussão/cadeira
elétrica, judicial.

* a corrente elétrica que passa pelo nosso corpo tende a sair, geralmente por mãos e pés. – O
pé é como uma resistência e essa fusão óssea, recebe o nome de perolas ósseas. Efeito Joule

Baropatia: pressão, o aumento da pressão a baixo do nível de mar conhecido como “mal dos
caixões” em mergulhadores. Intoxicação por oxigênio, nitrogênio e gás carbônico

Anoxia: (mal das montanhas) falta oxigênio, ocasiona aumento de glóbulos vermelhos, cai a
concentração dos gases dissolvidos no sangue.

Radioatividade: aguda e crônica

Agudas (+ cobrados) – causam depilação e eritema em primeiro grau. Forma


papuloeritematosa (ulceração com crosta seropurulenta) em segundo grau. Já em terceiro
grau, zonas de necrose, grosseiras e graves, Ulceras de Roentgen

Energias de Ordem Quimica

Ácidos – necrose e queimadura seca por tirar a água do corpo principalmente da pele

Bases – lesões úmidas, como se fosse sabão, moles e escorregadias

Cáusticos: agem externamente ao corpo da pessoa

Veneno: agem internamente

Cáusticos

Coagulante: desidratam os tecidos e lhes causam escaras endurecidas e de tonalidade diversa,


como nitrato de prata (pele amarela), o acetato de cobre e cloridrato de zinco, desidratam os
tecidos

Liquefacientes: bases escaras úmidas e moles, como amônia, soda.

Venenos

Mitridatização: elevada resistência orgânica aos efeitos tóxicos dos venenos, através da
ingestão repetida e progressiva de substancia de alto teor venenoso até alcançar um estágio de
resistência não encontrado nas outras pessoas. Começou com mitriades, que ingeriu aos
poucos e no final não morreu envenenado.

Sinergismo: ação potencializadora dos efeitos tóxicos decorrentes da ingestão simultânea de


varias substancias venenosas. Porem um efeito multiplicado e não somado.

Fases dos venenos: penetração, absorção, distribuição, fixação em algumas áreas,


transformação e eliminação.

Body parker: quando transporta substancias dentro do organismo, as substâncias podem


estourar quando chegam ao estomago e em contato com o acido acaba ocasionando uma
overdose. Se aplica a qualquer lugar menos anus e vagina

Body pusher: quando coloca nos anus ou vagina as substancias.


ENERGIAS DE ORDEM FISICO-QUIMICA

 Asfixiologia: impedem a passagem do ar nas vias áreas e alteram a composição química


no sangue.

Fases: CERCA – cerebral (enjoo, angustia), excitação cortical e medular (convulsões


generalizadas), respiratória (superficialidade dos movimentos respiratórios), cardíaca
(batimentos lentos)

Sinais importantes:

1. hipóstase (deposição sanguínea) e putrefação precoces


2. Esfriamento e rigidez mais intensos e prolongadas e tardios
3. Sangue escuro.
 Quando o monóxido de carbono se liga a hemoglobina o sangue fica mais róseo
4. Cogumelo de espuma (enforcados e afogados) pela presença do sgases, acbaa saindo
pela boca.
5. Manchas de Tardieu (equimoses puntiformes nos pulmões e coração)
6. Projeção da língua e exoftalmia

CLASSIFICAÇÃO DE AFRANIO PEIXOTO

Enforcamento: 1° - calor, zumbidos, sensações luminosas na visão e perda de consciência pela


interrupção da circulação cerebral.

2° - convulsões e excitação do corpo provenientes dos fenômenos respiratórios e


impossibilidade de entrada e saída de ar diminuindo o oxigênio (hipoxemia) e aumentando o
gás carbônico (hipercapnia)

3° - sinais de morte aparente, até o aparecimento da morte real.

Estrangulamento: o corpo da vitima atua passivamente e a força do laço de forma ativa

- estrangulamento branco – morte por inibição e sofre parada cardíaca.


Mascara equimotica de Morestin: congestão na face (cefalocervical) devido ao refluxo
sanguíneo em casos de compressão toráxica. Cianose Cervicofacial de Le Dentut.

Afogamentos

 Afogado branco de Parrot: sinais de asfixia, morte por inibição nervosa, morre por AVC
 Afogado azul: é a asfixia resultante da respiração em meio liquido com imersão total ou
parcial

Comum em afogamentos: destes róseos, manchas de Paltauf (ruptura das paredes


alveolares e capilares sanguíneos) e mancha verde abdominal e no pescoço. REGRA:
MANCHA VERDE APARECE NA FOSSA ILIACA DIREITA MAS EM AFOGADOS PODE INICIAR EM
OUTROS LUGARES.

Fases do afogamento: 1º maior densidade, cadáver afunda (primeira imersão)

2º tem gases de putrefação e flutua, de 24h a 5 dias

3º ruptura tecidos moles e esvaziamento dos gases (segunda imersão)

4º evolução adipocera, forma um sabão na pele, diminuindo o peso especifico do corpo


(segunda flutuação)

ENERGIAS DE ORDEM BIODINAMICAS OU MISTAS

Ocorrências de origem externa ou interna ao corpo humano, que desencadeiam respostas


orgânicas culminando em mecanismos fisiopatológicos intrínsecos potencialmente letais.
Ex: choque, síndrome da falência múltipla de órgãos.

Choque: dificuldade de oxigenação dos tecidos / má perfusão. NÃO É SINONIMO DE


HIPOTENSÃO. Taquicardia é comum.

Choque cardiogênico – deficiência aguda no bombeamento do coração e a decadência do


rendimento cardíaco – infarto agudo do miocárdio.

Choque obstrutivo: bloqueio da circulação de volta ao coração. Ex: tamponamento


cardíaco e pneumotórax cardíaco

Choque hipovolêmico: violenta redução do volume sanguíneo. Ex: idoso perdendo muito
liquido por vomito. Pode ser de origem interna ou externa.

Pode ser definido como perda de líquidos excessivamente.


Choque periférico ou distributivo: vasodilatação leva o sangue a perder a pressão,
alterando a distribuição do sangue circulante.

Síndrome da falência múltipla dos órgãos: deterioração de vários órgãos resultando a


perda de funções (choque séptico).

Coagulação intravascular disseminada: coagulação pode levar a um extravasamento de


sangue dos vasos e perda de sangue me outros órgãos. Casos de câncer, infecção,
inflamação, violência e maus tratos.

Energias de ordem mista:

Fadiga: excesso de atividade física (aguda) e esgotamento físico ou mental permanente ou


progressivo (crônico). Rompe o equilíbrio entre as funções anabólicas e catabólicas dos
processos normais do organismo.

Síndrome de burn-out: cansaço mental, esgotamento emocional, despersonalização, fim da


realização pessoal, geralmente acompanha depressão, apatia.

Doenças parasitarias: helmintos e protozoários e bactérias. Agridem o doente e se


espalham

Sevicias: maus tratos, separados em:

Doloso: tem a intenção de prejudicar outro

 Sindrome da Criança maltratada: condições em ambiente insalubre ou violência ate a


morte, incluindo omissão ou por ação de maus tratos.
 Sindrome da alienação parental ou síndrome de Medeia: os pais poluem a cabeça da
criança para prejudicar o ex cônjuge, doutrinação da criança para levar vantagem nos
tribunais.
 Síndrome de Munchausen: criam, simulam ou causam sintomas de doença na criança,
simplesmente por gostar do ambiente médico, drama fictício.
 Ancião maltratado: violência intrafamiliar contra a pessoa idosa, poucos justificáveis,
sofrimento físico, psíquico, ameaças, desprezo.

Lesões Corporais sob ponto de vista Jurídico

Lesões corporais quanto à avaliação quantitativa e qualitativa do dano, de natureza penal tem
o significado medico jurídico de caracterizar no dolo ou na culpa um ato ilícito contra a
integridade física ou saúde da pessoa como proteção da ordem pública e social. Objetivo é
caracterizar sua extensão de sua gravidade ou de sua perenidade, quantidade e qualidade.

Qualquer alteração da normalidade, com saúde física, mental, ou qualquer natureza em


decorrência de culpa, dolo, acidente ou autolesão (não é crime, a menos que seja para
enganar)

Não apenas a integridade física coopera para a caracterização da lesão, mas sim o aspecto
biopsicossocial.

Causas e concausas:

Concausas: independente do ferimento produzido, anteriores ou posteriores a agressão podem


surgir outras consequências. Fatores fisiológicos ou patológicos que agravam o processo.
Concausa preexistentes: a pessoa tem uma patologia, por exemplo baço gigante, e leva um
soco na região, pode ter um agravo que uma pessoa sem essas condições não teria.

Concausa superveniente: ferimentos de pequenas proporções, mas que com descuido, como
vacinas podem ocasionar algo mais grave, como o tétano.

Causa: resultado imediato

Lesão corporal de natureza grave: incapacidade (qualquer atividade) para as ocupações


habituais por mais de trinta dias; perigo de vida (morte iminente, situação passada e como está
atualmente, de acordo com o prontuário médico); debilidade permanente de membro sentido
ou função (algo permanente – enfraquecimento, perda de um dos dois órgãos por exemplo),
aceleração de parto. (reclusão de 1 a 5 anos) – perda de dois dentes tbm se incluem

Lesão corporal de natureza gravíssima: incapacidade permanente para o trabalho,


enfermidade incurável; perda ou inutilização de membros, sentidos ou função; deformidade
permanente; aborto. – deformação permanente até se a pessoa coloca uma prótese.

Lesões leves: por exclusão, o código não caracteriza. Pouca repercussão orgânica

SEXOLOGIA FORENSE:

- Delitos contra dignidade e liberdade sexual

Violência efetiva:

 Física: agressor age de forma violenta


 Psíquica: inibição ou enfraquecimento das habilidades mentais

Conjunção carnal: vagina – com ou sem ejaculação e com ou sem ruptura dos himens

Ato libidinoso: coito ectópico (anal, oral) na masturbação e nos toques.

A comprovação:

 Coito vaginico: Integridade himenal, gravidez, espermatozoide, fosfatase acida e


glicoproteína p30, contaminação venérea profunda.

Reação para esperma: reativo de Florence, Barberio e Baecchi – reação de probabilidade,


indicativas

Para maior certeza: kernechtrol picro ou arvore de natal, distinguindo espermatozoides


completos.

Mesmo em casos de vasectomia ou sem ejaculação – busca células epidérmicas


masculinas; dosagem da fosfatase acida acima de 300 microlitros ou presença de
glicoproteína p30 ou PSA através de ELISA.

Himens: borda aderente, inserção, livre e ostio.

Entalhes: congênitas, não hereditárias X rupturas: lesões traumáticas

TANATOLOGIA FORENSE

Fenômenos cadavéricos abióticos imediatos:


Perda de consciência;

Perda de sensibilidade;

Abolição da motilidade e tônus muscular – pode levar a ejaculação;

Cessação da respiração;

Alteração do globo ocular por conta da falta da oxigenação;

Cessação da atividade cerebral;

Tríade da morte: livor mortis (hipóstase), algor mortis (esfriamento), rigor mortis (rigidez)

 Desidratação: evapora a água e é possível calcular isso


 Umidade do ar: quanto maior a umidade mais tempo para desidratar
 Temperatura: mais quente, mais rápida
 Ventilação: favorável a desidratação
 Ausência de roupas: facilita a perda de água
 Idade: idosos e crianças perdem mais

8g por kg em um dia – desidratação do corpo

Comum pergaminho da pele, dessecamento das mucosas do lábio, mancha no olho sinal de
sommer e Larcher – 3 a 6 horas. Pelo menos 8 horas depois a íris e a pupila sofrem deformação
com a impressão digital.

Esfriamento:

 Local bem ventilado acelera


 Umidade alta retarda
 Temperatura alta retarda
 Ausência de roupas acelera
 Maior quantidade de gordura também acelera
 Mortes por sepse o resfriamento é lento em decorrência a atividade bacteriana
 Crianças e idosos mais rápido

Livor cadavérico (hipóstase – manchas vermelhas)

 Encontradas em declive (depende da posição do cadáver)


 Podem aparecer antes da morte em casos específicos
 Permanecem até a putrefação
 Surgem 2 a 3 horas após a morte e fixam até 12 horas. Depois disso, pode fazer o que
quiser que não sai
 Dentes rosados – afogamento
 Mortes por asfixia por CO – vermelho róseas ou carminada
 Envenenamento – pode apresentar tonalidade marrom escura

Rigor mortis – rigidez

 Provocada pela escassez de oxigênio e acumulo de ácido lático


 Durante a rigidez pode se observar alterações da posição d cadáver como leves flexões
dos antebraços, fechamento das mãos “movimento da sommer” e cerração dos
maxilares.
 Início de 1 a 2 horas
 Generalizada em 8 horas (começa com: face, mandíbula e pescoço -> membros
superiores, do tronco -> membros inferiores)
 Desaparece em 24h na mesma ordem
 Mais precoce em mortes violentas com lutas e asfixia
 Fases: instalação, estabilização, dissolução.

Fenômenos Destrutivos

Autólise – autodestruição celular – 1° fenômeno destrutivo, causada pela acidificação dos


tecidos, que leva a destruição celular pelas enzimas

Putrefação – tem 4 fases, é uma decomposição causada pelas bactérias, com presença de
oxigênio ou não, mas as ações no cadáver ocorre pelas bactérias pré existentes.

Tudo depende de dois fatores: temperatura do ambiente e infecções (dificultam o


resfriamento do corpo) o que também acontece com os obesos, já que é difícil resfriar o corpo
então se amter aquecido por mais tempo pelo tecido adiposo, tendo putrefação mais
acelerada.

Fases: cromática (coloração esverdeada aparece em partes do corpo que se dá pelo hidrogênio
sulforado que se combina com a hemoglobina originando a sulfometemoglobina, iniciando na
região abdominal direita, perto do apêndice, por conta da presença das bactérias, surge entre
18 e 24 horas, dura em média 7 dias e depois passa a ser irreconhecida. Com exceção de
afogados e fetos, onde aparece na parte superior do tórax e na cabeça)

-> gasosa ou enfisematosa (acumulo de gases, expande internamente, inflando o cadáver.


Circulação póstuma de Brouardel – devido a expansão interna, as veias passam a ficar mais
visíveis então nota-se a circulação. Nessa fase também se inicia o odor fétido, também em
casos de gravidas, existe o parto post mortem. Essa fase dura de 2 a 3 semanas

-> coliquativa ou liquefação -> o tecido fica decomposto, reduzindo os tecidos, ocorre a
dissolução pútrida das partes moles do corpo pela ação conjunta das bactérias e fauna
necrófaga, muitos insetos de diferentes espécies, principalmente em regiões mais quentes. O
odor é fétido e o corpo perde gradativamente sua forma, a variação para chegar a
esqueletização depende se o cadáver foi enterrado, se está com roupa ou sem. Massa de
putrilagem, a epiderme se desprega, o chorume humano. Fase da esqueletização: exposição
dos ossos, livres de ligamentos, ficando com cabelo, unhas, silicone... A decomposição, em
locais de grandes níveis de acidez, pode haver o desaparecimento do corpo, mas pode ser
identificada a mancha cadavérica.

Maceração – ocorre quando os restos mortais ficam imersos em meio liquido sob ação de
germes, onde ocorre a enrugação tecidual e esanguinação. Séptica: mais comum em rios,
lagos, mares – pés e mãos de lavadeira. Asséptica: feto intraútero.

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