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Semestre: 2023.1
Docentes: Reneé Amorim e Bruno Gil
CPC - Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico
ou científico.
A perícia é materializada por meio de laudo, ou seja, uma peça escrita que dispõe de todos os
elementos observados pelo perito.
CPP Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de
diploma de curso superior.
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma
de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica
relacionada com a natureza do exame.
O “corpo de delito” é qualquer corpo, humano ou não, no qual ocorreu o fato ou no qual
foram deixados vestígios do fato. Podem ser periciados: pessoas, objetos, locais, alimentos,
animais…
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e
responderão aos quesitos formulados.
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser
prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
O perito pode se escusar da realização da perícia, caso alegado motivo legítimo. É diferente
da recusa, situação na qual o perito escolhe não realizar a perícia sem motivo.
Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda sua
diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e
documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua
posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
Honorários periciais:
Peritos:
São auxiliares nomeados pela justiça, que possuem qualificação técnica em alguma área,
sendo, portanto, especialistas para realizar a perícia.
Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a
entrega do laudo.
O impedimento e a suspeição são aplicáveis aos peritos:
CPC Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição.
Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação, nomeará novo perito.
Art. 156.
§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou
científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divulgação na
rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta a universidades,
a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para
a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
CPC Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de
termo de compromisso.
§ 1º Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição.
Documentos médico-legais
Notificação compulsória
A notificação compulsória é a comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada
pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde,
públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou
evento de saúde pública, descritos no anexo, podendo ser imediata ou semanal. Pode ser
negativa para indicar a não existência das doenças indicadas.
Deve ser emitido pelo SINAN - Sistema de Informação de Agravo de Notificação.
Omissão de comunicação de doença:
Omissão de notificação de doença
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Prontuário médico
Requisitos: identificação do paciente; evolução médica diária (no caso de internação);
evoluções de enfermagem e de outros profissionais assistentes; exames laboratoriais,
radiológicos e outros; raciocínio médico, hipóteses diagnósticas e diagnóstico definitivo;
conduta terapêutica, prescrições médicas, descrições cirúrgicas, fichas anestésicas, resumo
de alta, fichas de atendimento ambulatorial e/ou atendimento de urgência, folhas de
observação médica e boletins médicos.
Atestado médico
O atestado ou certificado médico é uma declaração pura e simples, por escrito, de um fato
médico e suas possíveis consequências.
Tem a finalidade de resumir, de forma objetiva e singela, o que resultou do exame feito em
um paciente, sua doença ou sua sanidade, e as consequências mais imediatas. É, assim, um
documento particular, elaborado sem compromisso prévio e independente de compromisso
legal, fornecido por qualquer médico que esteja no exercício regular de sua profissão. Desta
forma, tem unicamente o propósito de sugerir um estado de sanidade ou de doença, anterior
ou atual, para fins de licença, dispensa ou justificativa de faltas ao serviço,entre outros.
Dispensa completamente a identificação do CID no atestado, tendo em vista o sigilo
médico-paciente.
Declaração de óbito/ atestado de óbito
A Declaração de Óbito (DO) é um documento oficial usado em todo o território nacional para
a atestação da morte e se constitui na base do Sistema de Informações sobre Mortalidade
(SIM/MS) do país(3).
É feito por um médico, ainda que a morte não tenha ocorrido dentro de um hospital. Além de
declarar o fim da vida de um indivíduo, no atestado o médico também deverá inserir quais
foram as causas daquela morte. A exceção ocorre apenas em locais em que não existe um
profissional médico – nestes casos, de acordo com o artigo 77 da Lei Federal 6015 de 1973, a
Lei dos registros públicos, o atestado poderá ser feito por duas testemunhas que tiverem
presenciado ou verificado a morte.
A declaração de óbito origina, posteriormente, a certidão de óbito, que é emitida em cartório,
Identificação humana
Introdução:
Identidade: conjunto de caracteres que individualizam uma pessoa ou uma coisa, fazendo-a
distinta das demais. É um elenco de atributos que torna alguém ou alguma coisa igual apenas
a si próprio.
A identificação é o processo através do qual se determina a identidade de uma pessoa ou
coisa. São os procedimentos utilizados para essa finalidade. A polícia científica ajuda na
identificação humana, a fim de permitir que essa pessoa ou seus familiares gozem dos
benefícios aos quais têm direito.
Fundamentos:
● Unicidade: caracteres que sejam específicos daquele indivíduo e diferente dos
demais;
● Imutabilidade: caracteres que não mudam e não se alteram ao longo do tempo;
● Perenidade: capacidade dos caracteres de resistirem à ação do tempo, portanto
permanecerem à vida toda, e, ainda, após a morte.
● Praticabilidade: o processo deve ser prático;
● Classificabilidade;
Os caracteres podem ser natos ou adquiridos.
Documentos que podem ser utilizados para identificação humana:
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos:
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
Reconhecimento x identificação:
O reconhecimento é uma atividade subjetiva realizada por alguém que conhece aquele
indivíduo. Já a identificação é um procedimento médico-legal que tem como finalidade se
utilizar de elementos antropológicos, antropométricos e científicos para entender se um
indivíduo é um, e não outro.
Reconhecimento no CPP:
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte
forma:
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser
reconhecida;
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela
tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou
outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará
para que esta não veja aquela;
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa
chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.
Identificação judiciária:
Se utiliza dos dados antropométricos e antropológicos para identidade civil e caracterização
dos indivíduos.
Os métodos de identificação são independentes entre si, portanto o resultado de um é
suficiente para anular a necessidade de realizar outro.
Papiloscopia: identificação através das digitais.
● Desenho digital: conjunto de cristas e sulcos existentes nas pontas dos dedos;
● Impressões digitais: o reverso do desenho digital, deixado com tinta ou qualquer
outra substância colorante.
Sistema datiloscópico de Vucetich:
Fórmula Dactiloscópica: primeira classificação para fazer uma “peneira”
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são
obrigados a:
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital
da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;
Antropologia forense
Está associada a um reconhecimento a partir da ossada encontrada.
Ossada: restos dos ossos da pessoa que foi morta. Deve-se identificar se a ossada está
completa, se é única e se é uma ossada, de fato, humana.
O osso humano é menos mineralizado, portanto é mais orgânico. É possível fazer a distinção
entre o osso humano e o animal por análise microscópica feita pelo médico legista.
Em sendo o osso humano, identifica-se:
● Sexo;
● Idade;
● Estatura;
● Etnia?
A antropologia forense busca, assim como o reconhecimento, diminuir as probabilidades.
Genética forense
Traumatologia forense
Estuda as lesões produzidas por causas externas e violentas, suas consequências no
organismo e suas implicações jurídicas. É o ramo da Medicina Legal que estuda os traumas,
lesões e instrumentos (meios ou energias) vulnerantes.
O exame pode ser “in vivo”, como ocorre na maioria das vezes. Nessa pessoa viva, a lesão
mais comum é a corporal e a traumatologia busca classificar essa lesão.
O trauma é a ação vulnerante que possui energia capaz de produzir uma lesão. Uma lesão é
uma alteração temporária ou permanente em um indivíduo.
Atuação do legista
● Tipo de lesão;
● Meio ou instrumento vulnerante;
● Gravidade (qualificação) da lesão;
● Cronologia: nexo de causalidade;
Instrumento vulnerante
Instrumento x objeto;
Ação do Atua por pressão ou Atua por pressão e Atuam por pressão,
objeto percussão; deslizamento/ explosão, distensão,
deslocamento; fricção, etc.
margem regular e
borda nítida;
predominância do
comprimento sobre
a profundidade.
Espectro equimótico
Instrumento corto contundente: peso e força de impacto do alvo pelo gume - causa lesão e
incisão - ação mista; causa lesão profunda, com bordas e formas irregulares e destruição de
tecidos;
Instrumento perfurocortante: possui ponta e gume que atuam pela perfuração e cortam
pelas suas bordas afiadas - ação por pressão e secção. Causa ferida pérfuro incisa.
Balística
A balística forense é uma disciplina que estuda as armas de fogo, sua munição e os efeitos
dos tiros por elas produzidos, sempre que tiverem uma relação direta ou indireta com
infrações penais, visando esclarecer e provar sua ocorrência.
Classificação - balística
● Balística interna: trata do funcionamento das armas, sua estrutura e mecanismo, além
da técnica de tiro.
● Balística externa: estuda o trajeto e a trajetória do projétil, desde sua saída da arma
até seu impacto ou sua parada.
● Balística dos efeitos/ balística do ferimento: estuda os efeitos produzidos pelo projétil
disparado, incluindo os ricochetes, impactos e lesões sofridos pelos corpos atingidos
- animados ou inanimados.
Arma e projétil
Pólvora = Pb + Ba + Sb;
A pólvora alcança tanto a vítima quanto o agente.
Lesões
No momento em que o projétil atinge a vítima, ele faz um buraco (orifício de entrada).
Identifica-se a existência de projétil que não saiu do corpo por meio de raio-x.
Tiro à distância:
O orifício de entrada de diâmetro menor que o projétil, é de bordas regulares, circular se
entrou perpendicularmente e oval se entrou em um ângulo, bordas viradas para dentro. O
projétil entra sujo no corpo da vítima, além de quente. Portanto, quando entra no corpo, essa
sujeira se fixa no corpo da pessoa atingida, deixando um halo de enxugo.
Além disso, o projétil deixa orla de escoriação (que indica reação vital), além de pólvora ao
redor do orifício.
Tiro encostado
Ferimento de forma irregular, dentada ou com entalhes, uma vez que todo e qualquer resíduo
vai se projetar para dentro do corpo da pessoa, inclusive os gases (crepitação gasosa), o que
faz com que a pele repuxe para fora (evertidas) - câmara de mina.
Por conta do efeito de mina, é possível que o diâmetro do orifício de entrada seja maior do
que o do projétil.
Orifício de saída
As bordas são evertidas, sem halo de enxugo, geralmente mais sangrantes, sem orla de
escoriação.
Questões extras
Projéteis de alta energia:
Novas técnicas de aprimoramento das armas de fogo trouxeram modificações na velocidade
inicial e no deslocamento do centro de gravidade do projétil.
As armas têm “stopping power”.
IBIS - Sistema de Identificação Balística Integrado - sistema que permite a identificação de
qual arma é qual;
Enforcamento:
É o tipo de asfixia mecânica em que ocorre compressão extrínseca cervical com bloqueio das
vias aéreas devido à constrição do pescoço por um laço fixo (geralmente apenas 1 volta)
ativado pelo peso da própria vítima. Ocorre mais em casos de suicídio.
Características:
● Sulco equimótico-escoriação;
● Cabeça voltada para o sentido contrário do nó;
● Marca única e descontínua, formato oblíquo ascendente (forma de “v” invertido);
● Marca acima da cartilagem tireóidea;
● Qualquer região cervical;
● Profundidade regular da marca;
● Protusão da língua, relaxamento dos esfíncteres, ejaculação;
● Menor rigidez cadavérica;
Estrangulamento:
Constrição do pescoço utilizando-se de laço tracionado por qualquer força que não seja o
peso do corpo da vítima (geralmente homicídio).
● Sulco equimótico-escoriativo;
● Marca contínua, com profundidade uniforme;
● Com frequência as marcas são múltiplas (sulcos secundários);
● Hiperemia e tumefações na face, além das sufusões da conjuntiva;
● Sinais de luta;
Esganadura:
Constrição do pescoço por um membro do corpo humano. Geralmente ação direta das mãos
do agressor (marcas ungueais). Sempre associado ao homicídio.
Não causa sulco e geralmente está associada a diversas escoriações, equimoses e hematomas,
e com certa frequência é notada a fratura da hióide.
Sufocação direta
Compressão ou obstrução das cavidades oral e nasal (mão, mordaça, travesseiro), obstrução
das vias aéreas por corpos estranhos.
Os sinais gerais são clássicos de asfixia mecânica.
● Sufocação por oclusão da boca e das fossas nasais (ex.: homicídio com travesseiro);
● Sufocação por oclusão das vias respiratórias (ex.: engasgo);
Sufocação indireta
Compressão do tórax e do abdome, impedindo os movimentos respiratórios e resultando na
asfixia.
Soterramento: tamponamento das vias aéreas por elemento sólido (substância pulverulenta)
ou semilíquido (gel);
Fisiopatologia do afogamento:
1. Defesa: apnéia voluntária cortical;
2. Resistência: perda da consciência e inspirações profundas;
3. Exaustão (morte aparente): hipóxia cerebral e parada circulatória;
A morte do afogamento pode se dar tanto por anoxia quanto por conta das alterações
eletrolíticas que a água provoca ao penetrar na corrente respiratória.
Cáusticos: substâncias que provocam lesões tegumentares mais ou menos graves. Seus
efeitos podem ser coagulantes ou liquefacientes.
Efeitos coagulantes desidratam os tecidos e causam escaras endurecidas de tonalidades
diversas; Já efeitos liquefaciens produzem escaras úmidas, translúcidas, moles.
O diagnóstico diferencial das escaras produzidas in vitam ou post mortem não é muito
difícil. Quando produzidas após a morte, elas não têm propriamente a forma de escara,
mostram-se apergaminhadas e de tonalidade marrom-escura. E, sob o ponto de vista
histológico, não apresentam reação vital através dos exames histoquímicos e histológicos.
Venenos: quaisquer substâncias que. introduzidas pelas mais diversas vias do organismo,
danificam a vida ou a saúde.
- Penetração: vias oral, gástrica, retal, inalatória, cutânea, subcutânea, intramuscular,
intraperitoneal, intravenosa, intra-arterial e intratecal.
- Absorção: processo pelo qual o veneno chega à intimidade dos tecidos. As mucosas
são, em sua maioria, aquelas que mais prontamente absorvem os tóxicos. A absorção
gastrintestinal é a mais comum e a pulmonar, a mais grave pelo fato de os gases
venenosos caírem diretamente na circulação, estendendo-se pelos mais diversos
tecidos do corpo.
- Fixação: É a etapa do envenenamento em que a substância tóxica se localiza em
certos órgãos de acordo com o seu grau de afinidade.
- Transformação: é o processo pelo qual o organismo tenta se defender da ação tóxica
do veneno, facilitando sua eliminação e diminuindo seus efeitos nocivos, através de
reações cujos resultados são derivados mais solúveis, menos agressivos e mais fáceis
de serem eliminados.
- Distribuição: é a fase em que o veneno, penetrando na circulação, estende-se pelos
mais diversos tecidos, graças ao sangue e aos líquidos intersticial, celular e
transcelular e dependendo da menor ou maior afinidade do veneno por determinados
tecidos.
- Eliminação: é a etapa na qual o veneno é expelido seguindo as vias naturais. As vias
de eliminação mais importantes são: sistema urinário (o mais fundamental), sistema
digestivo (vômitos e evacuações), ar expirado, suor, saliva, bile e, até mesmo, pelos
cabelos, unhas, placenta e leite.
Síndrome do body packer: aqueles que conduzem no interior do seu organismo (estômago e
intestinos) drogas ilícitas do tipo cocaína, anfetaminas e heroína, sempre com a finalidade de
contrabando. É diferente da chamada body pusher, pois esta se dá aos que transportam
pequenas quantidades de droga nos orifícios naturais (ânus e vagina).
Temperatura
Calor direto - queimaduras
São lesões produzidas geralmente por agentes físicos de temperatura elevada por ações:
● da chama;
● do calor irradiante;
● dos gases superaquecidos;
● dos líquidos escaldantes;
● dos sólidos quentes;
● dos raios solares;
Esses agentes produzem alterações locais e gerais, via contato direto, cuja gravidade depende
de sua extensão e profundidade.
Frio - ambiental
A ação geral do frio leva à alteração do sistema nervoso, sonolência, convulsões, delírios,
perturbações dos movimentos, anestesias, congestão ou isquemia das vísceras, podendo advir
a morte quando tais alterações assumem maior gravidade.
Natureza jurídica
Acidente (mais comum), homicídio ou suicídio (mais raro); o caráter doloso pode se dar em
casos de abandono de recém-nascidos.
Eletricidade
A morte por eletricidade natural ou artificial pode ser causada por morte cardíaca (fibrilação
produzida pela corrente, de tensão abaixo de 120V), pela morte pulmonar/ asfixia
(tetanização dos músculos, tensão entre 120 e 1.200V) ou por morte cerebral (hemorragia das
meninges e demais estruturas cerebrais - acima de 1.200V).
Fatores que determinam a natureza, a intensidade e a gravidade das lesões:
- Corrente contínua da eletricidade atmosférica;
- Resistência de corpo atingido.
- Tensão elétrica (voltagem);
- Intensidade da corrente;
- Duração do contato da vítima com a corrente;
- Trajeto da corrente através do corpo da vítima;
Eletricidade natural:
Pode causar fulminação (morte) ou fulguração (lesão corporal).
Gera sinal de Lichtenberg (lesão vascular com aspecto arbóreo).
Eletricidade artificial:
Os efeitos deletérios da corrente elétrica se devem à intensidade da corrente (amperagem).
Eletrocussão: proposital e geralmente letal;
Eletroplessão: geralmente acidental, com ou sem efeito letal. Forma marca elétrica de
Jellineck (lesão de forma circular).
Lesões corporais
Há Animus Laedendi pela parte do Autor, e o bem jurídico protegido é a saúde e integridade
física e psíquica.
● Art. 147 - B: violência doméstica e familiar contra a mulher -> dano emocional
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Inciso I:
30 dias, é feito um laudo complementar; começa a contar os 30 dias a partir do dia em que se
sofre a lesão.
CPP art. 168 § 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do
Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.
Inciso II:
Perigo de vida: ocorre de forma preterdolosa, uma vez que o dolo inicial não é o de resultar o
Inciso III:
Função: exercida por um conjunto de órgãos. Por exemplo, função respiratória, função
digestiva…
Diferente do §2º inciso III, que fala em perda ou inutilização de membro, sentido ou
Inciso IV:
A lesão corporal gravíssima está prevista no §2º, não com essa nomenclatura, que foi
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incuravel;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Inciso I:
técnicas e tecnologias que possibilitem a regressão do quadro, essa lesão continua sendo
Por trabalho entende-se qualquer atividade de subsistência, seja ela formal ou informal.
Inciso II:
Versa sobre questões motoras, mas também sobre doenças, a exemplo da transmissão dolosa
de HIV (jurisprudência). Cabe dizer que a transmissão dolosa de HIV não se encaixa no tipo
Inciso III:
Utilizando os mesmos parâmetros para membro, sentido e função descritos na lesão corporal
Inciso IV:
Inciso V:
Quando o feto é natimorto ou, em decorrência da lesão corporal, não sobrevive em momento
OBS.:
O aborto que provoca uma lesão é regido pelo art. 127 (dolo de abortar); já a lesão que
provoca um aborto é regido pelo art. 129 §2º, V (dolo de lesionar). Quando há dolo de abortar
o feto e dolo de lesionar a gestante em uma única conduta, trata-se de concurso formal
impróprio de crimes, devendo o agente responder por ambos os artigos 127 e 129.
A lesão corporal seguida de morte é um delito cujo processo é distribuído para a vara
comum, não vai a júri, vez que não se configura crime doloso contra a vida, e sim crime
Sexologia forense
A sexologia forense é a parte da medicina legal que estuda os problemas médico-legais
ligados ao sexo (liberdade e dignidade sexuais).
O objeto de estudo da sexologia forense são todos os fenômenos ligados ao sexo e suas
implicações no âmbito jurídico.
Para a OMS, violência sexual é o uso intencional da força ou o poder físico, de fato ou como
ameaça, contra uma pessoa ou um grupo ou comunidade, que cause ou tenha possibilidade
de causar lesões, morte, danos psicológicos, transtornos do desenvolvimento ou privações”.
Estupro
Perícia médico-legal
Exame subjetivo: sinais e sintomas que podem ser anotados quanto ao desenvolvimento
mental da vítima, a fim de poder caracterizar possíveis agravantes ou tipificações penais.
Exame objetivo genérico: leva-se em consideração o aspecto geral da vítima, além de, em
casos sugestivos, pesquisar sinais de presunção e de probabilidade de gravidez. Procura-se,
também, provas de violência ou de luta:
● Equimose em face interna das coxas ou áreas de defesa;
● Surgilações;
● Escoriações nas pernas;
● Escoriações de constrições no pescoço;
Conjunção carnal
Conceito legal: refere-se ao ato de penetração do pênis na vagina (restritivo);
Indícios:
- Ruptura himenal;
- Presença de esperma;
- Gravidez;
Hímen
Diagnóstico
Avaliação de integridade/ruptura;
Interpretação das rupturas: tempo;
- Recente: bordas com sangramento, equimose, edema e hiperemia;
- Antiga/cicatrizada: cor uniforme;
Complacência himenal: depende da elasticidade da membrana, pode ocorrer que o óstio não
se rompa durante a conjunção carnal. o óstio é amplo, com orla estreita e consistência
elástica. Outros fatores, como a lubrificação da mulher, as dimensões dos órgãos sexuais,
bem como a proporção entre eles, podem fazer com que o hímen não se rompa durante a
relação.
Atos libidinosos
Perícia:
● Cópula ectópica:
○ Coito anal - sinais clínicos de lesões na região anal e coleta de material.
● Sexo oral: é difícil estabelecer prova pericial;
● Manipulações na região genital e paragenital;
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça
ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Crime de aborto
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54)
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Crime de infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo
após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Tanatologia forense
É a parte da Medicina Legal que estuda a morte e o morto e suas repercussões na esfera
jurídico-social.
Objetivos:
- Identificação do cadáver;
- Mecanismo da morte - tanatognose;
- Tempo da morte - cronotanatognose;
- Causa da morte;
Morte
Evolução histórica do conceito.
Morte clínica: cessação total e irreversível das funções vitais.
Morte circulatória: cessação dos batimentos cardíacos e, consequentemente, da circulação.
Morte encefálica: cessação da atividade cerebral, fazendo com que o indivíduo não mais
interaja com o meio.
Repercussões da morte:
Tipos de mortes:
● Morte natural;
● Morte suspeita;
● Morte por causa externa (do ponto de vista jurídico: acidental, suicida, criminosa);
● Morte indeterminada: é aquela que, mesmo após investigação, não é possível
identificar qual foi a sua causa.
Fenômenos cadavéricos
Fenômenos abióticos
Imediatos: perda da consciência, parada cardíaca, respiratória, perda da sensibilidade, da
mobilidade e do tônus muscular. Não são sinais de certeza de morte, apenas presuntivos.
Consecutivos:
Rigidez cadavérica (início - 3 a 5 horas; completa - 8 a 12 horas; permanente - 12 a 24 horas).
Livor mortis: hipóstase e livores cadavéricos; algidez cadavérica (algor mortis);
Transformativos
Destrutivos:
● Autólise: ruptura dos lisossomos, com a liberação das enzimas digestivas no
citoplasma e destruindo todo o conteúdo celular.
● Putrefação:
○ Fase de coloração: mancha verde abdominal - 20 a 24 horas após a
morte.
○ Fase gasosa: distensão (liberação dos gases produzidos pelas bactérias).
Ocorre, também, a circulação póstuma de Brouardel.
○ Fase de coliquação ou liquefação: as bactérias e os elementos externos,
além de outros predadores, começam a se apossar do corpo.
○ Fase de esqueletização:
Conservadores:
● Mumificação:
○ Natural: ocorre mais nos climas quentes e secos e com solo arenoso (rápida
desidratação do corpo).
○ Saponificação ou adipocera: ocorre em clima úmido, com solo argiloso e local
impermeável ao ar atmosférico.
Destino do cadáver
● Inumação;
● Imersão;
● Cremação;
LRP Art. 77 § 2º A cremação de cadáver somente será feita daquele que houver manifestado a
vontade de ser incinerado ou no interesse da saúde pública e se o atestado de óbito houver sido
firmado por 2 (dois) médicos ou por 1 (um) médico legista e, no caso de morte violenta, depois de
autorizada pela autoridade judiciária.
● Ensino e pesquisa;
Exumação
É o ato de desenterrar o cadáver.
Perícia na exumação:
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente
marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de
desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não
destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.
Laudo cadavérico
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos
quesitos formulados.
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em
casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Quesitos:
● Qual foi a causa da morte?
● Qual foi o instrumento ou meio empregado na produção da lesão ou lesões mortais?
● Houve emprego de veneno, fogo, explosão, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou
cruel, ou de que tenha resultado perigo comum?
Necropsia/ autópsia
Necropsia: necros = morto; opsis = ação de ver, observar; ver o morto.
Autopsia: autos = próprio. opsis = ação de ver, observar; ver a si mesmo.
Ambos os conceitos são utilizados na prática médica e jurídica.
CPP art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais
de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Tipos:
● Necrópsia médico-legal ou forense: ocorre com mortes por violência ou duvidosos.
● Verificação de óbito: quando a morte não foi violenta, porém sem acompanhamento
médico.
● Necropsia hospitalar ou clínica: morte de pacientes internados em decorrência de
doenças.
Objetivos:
Identificar a causa do óbito:
● Natural: doença ou envelhecimento;
● Causa externa;
A necropsia deve sempre ser completa, com abertura das cavidades craniana, torácica e
abdominal.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de
morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver
infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver
necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na medida do
possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime.
Técnica de necrópsia
● Exame externo:
○ Peso, estatura, impressões digitais;
○ Deformidades, cicatrizes, tatuagens;
○ Vestes;
○ Estado de conservação dos dentes (odontologia forense).
○ Condições do corpo;
○ Fenômenos cadavéricos;
● Incisão:
○ Mento Pubiana;
○ Incisão em Y.
● Exame interno:
○ Abertura da cavidade craniana;
■ Exame da calota craniana - meninges - encéfalo;
○ Abertura das cavidades torácica e abdominal:
■ Exame dos órgãos;
○ Pode haver necessidade de dissecção do pescoço e de outras regiões mais
específicas.
Medidas de segurança:
● Instrumental adequado;
● Roupa adequada;
● Seguir a técnica;
● Cuidado com o osso e com o instrumental;
● Equipe treinada;
● Não ter pressa.
Perícia previdenciária
Existem dois tipos de benefício:
● Por incapacidade: precisa de perícia;
● Não é por incapacidade: não precisa de perícia. Exemplo: aquele benefício que nasce,
para os filhos, quando morre um dos genitores - pensão por morte. Apenas é
necessária a constatação da parentalidade.
Todo benefício do INSS se relaciona ao fato de que o beneficiário (ou seus dependentes/
cônjuge) sofreu um sinistro.
Alguns exemplos de benefício: aposentadoria por tempo de contribuição, pensão por morte…
A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) deve ser emitida pelo empregador.
Auxílio-acidente
Ocorre quando há sequelas da doença, resultando no benefício de 50% da renda para
compensar pelo esforço a mais feito para acompanhar a atividade laborativa por conta dessa
sequela.
Condições que dão direito ao auxílio: del. 3.048/99 anexo III
Adicional de 25% para quem vai cuidar do inválido - anexo I do Decreto. Esse adicional
ultrapassa o teto do INSS.
O acréscimo de 25% não é incorporado na Pensão por Morte.
Psiquiatria forense
A psicologia forense estuda a personalidade “normal” e os fatores que nela influem de
natureza biológica ou social, enquanto a psiquiatria forense estuda os transtornos anormais
de personalidade. A psiquiatria forense é a única perícia que não pode ser determinada pela
autoridade policial, mas apenas pelo juízo, de ofício ou a requerimento das partes.
Conceito
É um ramo da medicina legal que se propõe a esclarecer quais os casos em que alguma
pessoa, pelo estado especial da sua saúde mental, necessita de consideração particular
perante a lei.
Áreas de atuação para o Direito: civil, penal, trabalho e administrativo.
Responsabilidade
Para que alguém possa ter capacidade penal e civil e, consequentemente, responder por seus
atos, é necessário que este apresente saúde mental e maturidade psíquica.
Imputabilidade penal
Implica em o agente ter pleno discernimento dos seus atos e determinar-se de acordo com
esse entendimento. O agente tem consciência (da ilicitude do fato) e vontade (possibilidade
de escolher entre praticar ou não o ato).
CC Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na
legislação especial.
Esses critérios não excluem o portador de doença mental com discernimento e capacidade de
determinação.
CPP Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do
acusado, seja este submetido a exame médico-legal.
CPP Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver preso, será internado em manicômio judiciário, onde
houver, ou, se estiver solto, e o requererem os peritos, em estabelecimento adequado que o juiz designar.
§ 1o O exame não durará mais de quarenta e cinco dias, salvo se os peritos demonstrarem a necessidade de maior
prazo.
§ 2o Se não houver prejuízo para a marcha do processo, o juiz poderá autorizar sejam os autos entregues aos peritos,
para facilitar o exame.
Capacidade civil
Aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações por conta própria, sem necessidade de
representação legal.
Tutela e curatela
Tutela Curatela
Poderes: proteção da criança e do patrimônio Pode ser restrito ao ser definido pelo juiz -
administrar bens
Poderes amplos
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
V - os pródigos.
CC Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2
(duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na
tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa
exercer sua capacidade.
Estatuto da PCD Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
Art. 753. Decorrido o prazo previsto no art. 752 , o juiz determinará a produção de prova pericial para avaliação da
capacidade do interditando para praticar atos da vida civil.
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o
trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
Art. 21 - equiparação.
● Tecnopatia: é a doença que só existe se o trabalho existir. O único jeito de ter essa
doença é se expondo no trabalho. Exemplo: intoxicação por agentes químicos
(saturnismo, silicose).
● Mesopatia: é a doença cuja existência do trabalho é causa suficiente para que ela
ocorra, apesar de não ser necessário. Exemplo: o digitador que adquire tendinite por
conta do trabalho - sendo que poderia ter sido por conta da faculdade ou por conta de
hobby.
Art. 20 § 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que
é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo
resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência
Social deve considerá-la acidente do trabalho.
No caso do benefício acidentário, gera FGTS tanto para o trabalhador afastado quanto para o
substituto. Além disso, há estabilidade no emprego durante 12 meses.
O benefício acidentário está atrelado ao preenchimento da comunicação de acidente de
trabalho (CAT): quem deve preencher a CAT é o patrão, porém, subsidiariamente, caso isso
não ocorra, pode ser preenchido por outros (ex.: sindicato da categoria, médicos,
autoridades,...). Ao preencher a CAT, o empregador automaticamente se vincula à obrigação
do pagamento do FGTS.
Adicional de insalubridade
Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou
métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância
fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
A identificação do agente nocivo, a indicação da natureza, das condições e dos métodos
nocivos e o estabelecimento dos limites de tolerância cabem ao MPT (art. 155,I, CLT).
Graus:
● 10%
● 20%
● 40%
O adicional é calculado com base no salário-mínimo ou na remuneração-base da categoria.
Adicional de periculosidade
O trabalho com periculosidade é aquele que se encaixa no seguinte previsto na CLT:
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: inflamáveis, explosivos, energia elétrica e
roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou
patrimonial
364, I, do TST, “tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que,
de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma
eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido”.
Não é possível a cumulação dos adicionais, sendo facultado ao trabalhador escolher aquele
mais vantajoso.
Aposentadoria especial
É aquela que ocorre com 15, 20 ou 25 anos de trabalho, em virtude da possibilidade de dano
permanente por conta do trabalho.
A lista está no anexo IV do DEL 3.048/99.
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabelecimento de saúde ou instituição de longa
permanência de comunicar à autoridade competente os casos de crimes contra pessoa idosa de que tiver conhecimento:
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), aplicada em dobro no caso de reincidência.
● Manifestações clínicas:
○ Abuso físico:
■ Contusões, queimaduras ou ferimentos inexplicáveis, de vários
formatos e diferentes estágios;
■ Alopécia traumática ou edema de couro cabeludo;
○ Negligência:
■ Desidratação ou desnutrição;
■ Higiene precária;
■ Vestuário inapropriado ao clima/ambiente;
■ Escaras, assaduras ou escoriações;
■ Impactação fecal;
○ Abuso financeiro:
■ Necessidades e direitos não atendidos (compra de medicamentos,
alimentação especial, contratação de ajudantes, livre utilização dos
proventos) em consequência do uso de recursos financeiros
(aposentadoria, pensão) pela família;
○ Abusos gerais:
■ Abandono ou ausência de cuidador durante longos períodos;
■ Presença de lesões sem explicações compatíveis;
■ Divergência entre a história contada pelo paciente e o relato dos
responsáveis ou cuidadores;
○ Apresentadas pelo responsável ou cuidador:
■ Pouco conhecimento sobre a situação de saúde do paciente;
■ Excessiva preocupação com os custos do tratamento;
■ Preocupação em evitar maior aproximação do paciente com a equipe
de saúde;
■ Comportamento defensivo e contraditório;
■ Dependência da renda do paciente;
■ Respostas vagas e imprecisas;
■ Relutância para responder perguntas;
Expedição de laudos
Elementos
● Preâmbulo: dia, hora, e identificação do avaliado;
● Exposição: os fatos que levaram à perícia; descrição da perícia;
● Resposta aos quesitos;