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(Auditoria, Perícia,
Essencial para aqueles que desejam ingressar no estudo da perícia
contábil, este livro vai apresentar tudo o que é necessário para entender os
Avaliação e Arbitragem)
propósitos dessa área tão importante para apurar os objetos estudados e ORGANIZADORES FABIANE ZANETTE;
nortear a tomada de decisão. Você aprenderá aqui os conceitos, as normas,
o perfil do profissional perito e seu perfil, entre outros temas impre-
THAIS DE FREITAS DANEBERG
scindíveis para ter um entendimento amplo sobre o tema.
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Em quatro unidades e com uma linguagem didática, as autoras abordam o
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conceito de laudo pericial, os procedimentos necessários para sua funda-
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mentação e como deve ser sua estrutura, além de tratar sobre os honorári-
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os periciais. Você aprenderá também sobre a mediação e arbitragem
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dentro do ambiente contábil e tudo que precisa saber para o exercício da
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profissão.
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Esta é uma obra bem estruturada que trará bons e sólidos conhecimentos
sobre a perícia contábil. Bons estudos!
ISBN 9786555581126
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Zanette, Fabiane.
Perícia contábil / Fabiane Zanette ; Thais de Freitas Daneberg. – São Paulo: Cengage,
2020.
Bibliografia.
ISBN 9786555581126
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Janguiê Diniz
Autoria
Fabiane Zanette
Perita Judicial Contábil desde 2009 das Varas Federais e Estaduais de Campo Grande MS, bem como
Tribunais do Trabalho. Empresária. Formada em Ciências Contábeis pela Universidade Católica Dom
Bosco em 2005, Pós Graduada em Controladoria, Contabilidade Gerencial e Financeira em 2007 pelo
Instituto Catarinense de Pós-Graduação. Foi docente na Uniderp no curso de Ciências Contábeis.
Discente do curso de graduação de Direito na Universidade Católica Dom Bosco. Discente do curso
Latu Sensu MBA Executivo em Gestão Tributária pela Universidade Candido Mendes.
Prefácio..................................................................................................................................................8
Normas periciais e ramo de atuação são os assuntos da unidade 3. Aqui serão apresentadas
as bases pelas quais o perito deve nortear seu trabalho, ou seja, as normas e os regulamentos
técnicos e legais. Serão apresentadas tanto a norma relacionada ao objeto de trabalho do
perito, ou seja, a perícia como a norma de conduta do perito, ambas embasadas com normas
legais de afetação ampla para qualquer profissional perito, que é Código de Processo Civil.
Aqui são estudadas ainda as melhores e mais rentáveis áreas de atuação.
Venha estudar os principais temas que envolvem a perícia contábil neste livro bem
estruturado e apresentado de forma didática! Bons estudos!
UNIDADE 1
Noções introdutórias da perícia
Introdução
Olá,
Bons estudos!
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1 PERÍCIA
A literatura especializada não possui um conceito definindo para perícia. Sempre se tenta
conceituar mais pelos seus efeitos e sua utilização. A origem do termo perito vem da palavra
peritus, que é “experimentar, saber por meio de experiência própria”.
Conforme D’Auria apud Albertp (2009, p.1): “pericia é conhecimento e experiência das coisas.
A função pericial é, portanto, aquela pela qual uma pessoa conhecedora e experimentada em
certas matérias e assuntos examina as coisas e os fatos, reportando sua autenticidade e opinando
sobre as causas, essência e efeitos da matéria examinada”.
No ramo jurídico, do ponto de vista do Direito, também não temos um conceito sobre o
perito, mas apenas sobre a prova pericial, focando-se apenas em conceituar quem utiliza ela, ou
seja, o usuário que se valerá de uma perícia.
Apesar da falta de uma definição sobre a perícia, podemos nos valer do conceito de
Alberto (2009), segundo o qual a perícia é um instrumento especial de constatação, prova ou
demonstração, científica ou técnica, da veracidade de situações, coisas ou fatos. Ela se materializa
num relatório, que contém o resultado apurado com fundamentos científicos ou técnicos, de
acordo com o procedimento utilizado, de forma conclusiva sobre o objeto analisado. Assim,
perícia é o trabalho de notório conhecimento técnico especializado que irá nortear e orientar
uma autoridade judicial para dirimir conflitos.
De acordo com o Código de Processo Civil (CPC) (BRASIL, 2015), a relação entre a perícia e a
Justiça se dá da seguinte forma:
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento
técnico ou científico.
3. Perito oficial é o investido na função por lei e pertencente a órgão especial do Estado
destinado, exclusivamente, a produzir perícias e que exerce a atividade por profissão.
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4. Perito do juízo é nomeado pelo juiz, árbitro, autoridade pública ou privada para exercício
da perícia contábil.
A NBC TP 01 nos traz o conceito do trabalho pericial contábil, em seu tópico 2 (CFC, 2015):
Os objetivos da perícia contábil podem assumir variadas formas. Dentre esses objetivos,
podemos citar:
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Demonstrar o que está oculto, com erros, má-fé em documentos ou lançamentos, fraudes;
A perícia judicial é aquela que se apresenta dentro de um processo judicial, ou seja, dentro
de discussões que tramitam no Poder Judiciário ao comando de uma autoridade judicial (juízes,
colegiados, entre outros). Durante o processo de conhecimento, que é a primeira fase de um
processo judicial, onde as partes apresentam suas alegações, objetos, problemas, requerimentos,
acaba fazendo parte de um dos pedidos pelas partes do processo, podendo ser pelo autor, pelo
réu, ou até mesmo ambos, a nomeação de um perito judicial para que se apure, opine, verifique o
real valor do que está sendo discutido como devido no processo, ou o real valor que foi fraudado,
que foi sonegado, entre outros motivos que cabe ao perito contador analisar.
Assim, se o juiz do processo entender que não tem conhecimento técnico para analisar os
documentos apresentados, se os valores informados estão corretos ou não, nomeia um perito
da área que está sendo discutida em processo para auxiliá-lo nessa decisão. Portanto, o perito
judicial é auxiliar da justiça, representado pelo juiz, e não das partes, cujo trabalho é orientar
o juiz na decisão que irá apresentar em sua sentença. Qualquer irregularidade que o perito
possa incorrer, será tratada como atentado ao poder público, podendo sofrer, além das sanções
administrativas do órgão de classe, também sanções jurídicas civis e penais na esfera pública,
como se fosse um funcionário público. Dessa forma, quando o juiz nomear o perito judicial, é
necessário que ele zele pelo caráter legal em todos os atos que irá praticar.
Perícia da prova
Aquela que tem o escopo da perícia para trazer a verdade real dos fatos em processo.
Perícia arbitrária
Aquela em que o técnico perito, em seu nível profissional quantifica o valor com base em
dados do processo e conhecimentos técnicos, em outras palavras, usa o próprio conhecimento
técnico e normas, para apurar o valor correto, sem que haja predefinições no processo para o
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seu cálculo.
A perícia extrajudicial é o trabalho técnico fora do âmbito jurídico, ou seja, é aquele que versará
o objeto que ainda não está em tramite judicial, podendo ou não ser discutido posteriormente na
justiça. Um exemplo é quando um cliente solicita os cálculos da evolução de um financiamento
para discutir com a empresa financeira os valores incoerentes. Após isso, pode ou não a parte
ingressar no Poder Judiciário se valendo dessa pericia extrajudicial como meios de provas contra
a financeira.
A perícia arbitral se presta no juízo arbitral. O juízo arbitral é uma forma “privada” de se
resolver conflitos sobre direito patrimonial de litígios. Aqui, as partes procuram um juízo arbitro,
que é uma pessoa formada para tal, e que será contratada pelas partes para que esse possa
solucionar o caso. Nessa situação, o arbitro pode tomar depoimentos das partes, testemunhos, e
até realizar pericias como meio de provas. Diferentemente da perícia judicial, na qual o juiz que
nomeia seu assistente, o perito será escolhido em comum acordo entre as partes, bem como
podem realizar cotações de honorários de até três peritos. As partes também podem nomear
assistentes técnicos para lhe auxiliarem no laudo pericial arbitral.
Sua forma de atuação é idêntica à perícia judicial. A única diferença relevante de conduta
do perito nesse caso é o caráter sigiloso de cem por cento na atuação, uma vez que aqui temos
prestações de litigio privados, que não são abertos ao público e, sim apenas aos interessados. Já
os processos judiciais, são de interesse público.
FIQUE DE OLHO
A reforma de sentenças em segunda instância tem prioridade sobre a sentença de primeiro
grau, especialmente para o perito nomeado, se contiver informações que afetam seu
trabalho. Uma vez que algo não foi apreciado ou reconhecido em primeiro grau, ou o oposto,
poderá ser em instância superior ser reconhecida, alterada ou extinta o direito, podendo vir
a ser objeto ou considerações de cálculo no laudo pericial.
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2.2 Competências
A competência se trata tanto de esferas como de ramos de direito. A Justiça Comum é dividida
em: Justiça Federal, Justiça Estadual e Justiça Distrital. A instância especial para a Justiça Comum
é o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Veja a seguir o conceito das esferas da Justiça brasileira:
Justiça Federal
Processa e julga crimes e conflitos federais, onde a União, Autarquias ou Empresas Públicas
Federais forem parte, ou seja, tanto do polo passivo, como do polo ativo. É competente também
para causas relacionadas a tratados internacionais e direito humanos. São compostas por
Tribunais Regionais Federais (julgamento de segunda instância para as varas de primeira instância
de sua região) e composta por Juízes Federais, que são os responsáveis pelas varas federais de
primeira instância.
Justiça Estadual
Conhecida como competência residual, pois julga os processos que não cabem à esfera
federal. Composta por juízes de primeira instância, cada um responsável por uma vara (civil,
criminal, execução fiscal, família, entre outros), podendo também ser responsável por mais de
uma vara, e composta pelo Tribunal de Justiça que é a segunda instância.
Justiça Distrital
Cada esfera da Justiça Comum (Federal ou Estadual), possui juizados especiais para processar
e julgar crimes e conflitos de pequenos portes e valores; e infrações penais leves ou causas civis
de pequeno valor, como de consumidor, no qual não é necessária uma tramitação muito longa na
justiça, por serem de menor complexidade.
FIQUE DE OLHO
O juizado especial foi criado com a intenção de soluções rápidas, sem complexidade,
mesmo com valores e cálculos que não são fáceis de se conhecer, como cálculo de cartões
de créditos com atrasos, juros, etc. Assim, não cabe a este juizado a utilização de peritos
técnicos, exatamente por ir contra o objetivo de sua criação. Havendo fundamental
importância de prova pericial, o processo precisa ser levado a Justiça Comum (ordinária).
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A justiça especializada é a justiça que trata apenas de alguns ramos do Direito. Dentre as
esferas da justiça especializada estão:
Justiça do Trabalho
Julga as relações de trabalho. Compostos por Juízes do Trabalho (nas Varas do Trabalho)
sendo primeira instância. Segunda instância são os Tribunais Regionais do Trabalho, e a especial
Tribunal Superior do Trabalho.
Justiça Eleitoral
Julga casos de direitos políticos, crimes políticos e partidos políticos. Sendo divido em
primeira instância por Juízes Eleitorais, segunda instância Tribunal Regional Eleitoral, e especial
Tribunal Superior Eleitoral.
Julga crimes militares definidos em lei. Composta por primeira instância Superior Tribunal
Militar e Conselhos da Justiça, Permanente e Especial e sedes de Auditoria Militar.
Processa e julga militares dos Estados, em crimes militares e disciplinas militares. Composta
por primeira instância por juízes de direito togados (juiz-auditor) e pelos Conselhos de Justiça,
segundo grau sendo o Tribunal de Justiça ou Tribunal de Justiça Militar (esse último quando
houver mais de 20.000 no efetivo militar), e instância especial o Superior Tribunal de Justiça.
Cada uma dessas esferas possui sua instância especial, enquanto a Justiça comum possui o STJ.
Estas instâncias não são instâncias de terceiro grau (terceira instância). Esses Tribunais Superiores
não julgam os méritos (objetos, deveres ou direitos) sentenciados em primeira instância, não
modificam, são mais de méritos de Constitucionalidades, ações de inconstitucionalidade, por
exemplo, e outras competências específicas que são elencadas na Magna Carta, mas, se for aceito
o recurso dessa instância, ou se comprove a inconstitucionalidade, uma sentença de primeiro
grau pode ser extinta.
O órgão máximo judicial é o Supremo Tribunal Federal (STF), que está acima de todas as
instâncias especiais, ou seja, acima de todos os Tribunais Superiores, O aprofundamento da
competência dessas instâncias se faz necessário no estudo do Direito, assim não iremos nos ater
em maiores detalhes. Dessa forma, resta, a saber, que o Perito irá primeiramente trabalhar em
primeira instância; e, em alguns casos, será decidida em segunda instância a necessidade do juiz
ser assistido por profissional técnico.
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2.3 Foro
O Foro é o segmento do Direito que a vara irá processar, podendo ser: Cível, Criminal, Trabalhista
e Eleitoral. Estes são subdivididos em questões estratégicas nas varas, como por exemplo: a Vara
de Família, que é Cível Familiar e julga só casos referentes à família; Varas Criminais Especiais que
são de pequenos delitos, a federal Criminal que trata de crimes federais; Vara do Júri, que são
crimes contra a vida; trabalhista para questões entre empregadores e empregados; Vara Criminal
eletrônica, para crimes cibernéticos. OS peritos contábeis geralmente são solicitados nas varar
Cível e Trabalhista.
Cada Vara possui uma recepção/setor administrativo, chamada de cartório, que recebem
as petições de aberturas de processos, laudos pericias, petições de processos em andamentos,
liberam cargas de processos físicos, etc. É a porta de entrada de documentos dos processos, bem
como de toda administração processual da Vara.
O juiz trabalha com diversos auxiliares, como o Escrivão, interpretes, auxiliares técnicos,
Oficiais de Justiça, todos eles servidores públicos do órgão público. Caso durante a evolução
processual se faça necessário um conhecimento técnico, para auxiliar temporariamente, em um
processo, o Juiz que não tem conhecimento para tanto, há a possibilidade da chamada extensão
de um braço do juiz, com a convocação do perito judicial.
Todas as provas abaixo admitidas no direito se encontram no Código de Processo Civil, Lei
13.105 de 2015, nos artigos 385 até 484 (BRASIL, 2015). Essas provas não possuem classificação
de veracidade ou força probante. Porém, em alguns Foros, como o criminal, algumas acabam
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tendo força maior que as outras. Por exemplo, testemunho em processo criminal não terá
tanta força probatória sobre documentos ou perícia técnica, se entre eles houver divergência
de alegações. De forma oposta, testemunhos em processos trabalhistas comprovam mais as
alegações do empregado do que os documentos.
Por esse motivo, cada processo terá sua própria ordem de força probante das provas. O
mesmo ocorre com a perícia, que pode ser considerada pelo juiz como imprestável depois de
realizada, caso o próprio laudo não demonstre a divergência que o juiz esperava ver para lhe
ajudar na sua decisão.
3.2 Confissão
A confissão ocorre quando o autor do ato ilegal admite o erro, dolo ou culpa, podendo ser
espontânea (de forma isolada) ou provocada (quando se liga diretamente ao depoimento pessoal).
A confissão elimina a necessidade de perícia. A exceção ocorre no caso financeiro: se for para
apuração de montante complexo para o confesso pagar, precisa ser assistido por profissional técnico,
nomeando-se um perito para apurar o valor correto, atual e real. Se os documentos ou coisa forem
apresentados, teremos aqui, em futura prova pericial, uma prova para ser usada no laudo.
3.4 Documentos
Os documentos é um dos elementos que mais tem força probante, Documentos públicos,
como escrituras, possuem fé pública. Logo, se sobressaem sobre documentos particulares, uma
vez que esses particulares, não possuem a rigidez na formalização do documento. A fé pública
pode ser contestada caso haja suspeitas sobre a veracidade de alguma das suas informações. A
perícia contábil utiliza muito essas provas, pois entende-se que qualquer documento anexo aos
autos processuais é verídico e possui valor legal, principalmente quando emitido e avalizado por
repartições públicas.
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O meio de prova documental deve ser bem analisado pelo profissional que pretende ser
perito, para saber qual documento é valido ou não como prova para apuração de parecer técnico.
Se o perito extrajudicial por exemplo, apresentar um laudo com base em documentos que não
são aceitos, emitirá pareceres irreais.
Qualquer perícia, deve se valer de provas legais, ou seja, quando foram produzidas de forma
legal. O perito deve ficar atento a isso ao utilizar documentos para embasar seu parecer técnico.
O art.333 do CPC nos traz que o ônus da prova cabe ao autor quando procura constituir um
direito, e ao réu, quando pretende extinguir, modificar e impedir o direito do autor. O uso de
perícia técnica, dessa forma, não pode ter seu valor questionado, se for feito com documentos
e provas legítimas. A escrita contábil e fiscal são provas admitidas tanto no CPC como quanto
no Código Comercial, que pode se tornar contra ou a favor do comerciante. Porém, essa prova
sempre será a favor se ela preencher os requisitos da lei, tanto intrínsecos como extrínsecos da
escrituração contábil.
Dessa forma, não é moral que um perito contábil, principalmente o extrajudicial, separe
informações desses livros com apenas partes que lhe interessam, porém não estamos falando
aqui que se utilize de informações que estão no livro fiscal de assuntos que não interessam as
partes, pois o juiz pode determinar as partes que apresentem os livros total ou parcialmente, uma
vez que é necessário apurar somente sobre o objeto em questão na lide.
Documentos contábeis e fiscais podem possuir caráter sigiloso pelo Código Comercial. Caso
seja necessária a analise deles, o perito pode solicitar que o juiz de oficio solicite os documentos,
pois o perito não tem acesso amplo e irrestrito a todos documentos fiscais, exceto se ele for
judicial e apenas sobre a matéria objeto deu parecer. Devido a esse caráter de sigilo, caso haja
exame nos documentos de outra forma, será considerada ilegal pela própria Constituição Federal
de 1988 como violação do direito de sigilo.
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A prova pericial é bem oportuna ao autor no início do processo. Ela deverá ser entregue junto
à petição inicial que irá dar abertura ao litigio. Já o réu, deverá entrega-la quando da contestação
da petição inicial pelo autor. Porém, como o andamento de processo é comandado por juiz e duas
partes (autor/réu, requerido/requerente, etc.), a prova pode ser anexada a qualquer momento
que for oportuna. Havendo divergências entres as provas pericias apresentada pelas partes, o
juiz, achando necessário, nomeará um perito judicial, imparcial que será seu “assessor” para
dirimir os conflitos dos valores apresentados pelas partes.
Durante um processo judicial, as partes podem requerer o pedido de prova pericial para o
juiz, sobre pena do juiz cercear a defesa de seus direitos. Dessa forma, a probidade, caráter moral
e técnico do perito deve ser inquestionável, bem como seguir os ritos do Direito em um processo,
como cumprir prazos, recusar o trabalho por desconhecer o assunto, ter afinidade pessoal com
uma das partes, ou qualquer coisa que possa evitar o perito na criação da prova pericial, a
cometer erros que prejudicará alguma das partes ou que estejam eivadas de vícios que coloque
dúvidas ao parecer técnico profissional.
PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
SÁ, A. L. de. Perícia Contábil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011
UNIDADE 2
Trabalho do perito contábil
Introdução
Você está na unidade Trabalho do Perito Contábil. Conheça aqui o perfil profissional do
perito, desde sua pessoalidade da função, responsabilidade e zelo profissional aos motivos
para o seu impedimento e suspeição. Entenda também o conceito de laudo pericial, os
procedimentos necessários para fundamentação e sua estrutura. Vamos explorar o que
as Normas Brasileiras de Contabilidade preveem quanto à responsabilidade e atuação dos
peritos. Aprenda a diferenciar os tipos de honorários periciais, reconhecer critérios para
elaboração de uma proposta, assim como identificar os responsáveis pelo pagamento dos
honorários periciais.
Bons estudos!
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Hoog (2011) resume assim a diferença entre o Perito Contador Oficial e o Perito Contador
Assistente:
Oficial: recebe honorários mediante Alvará da Justiça/ Assistente: diretamente da parte que
o indicou;
Oficial: prazo de entrega do trabalho é determinado pelo Juiz/ Assistente: tem dez dias para
manifestar-se quanto ao laudo emitido pelo Perito;
O Assistente deve ainda manter comunicação direta com as partes envolvidas ou com seus
procuradores. Ele também deve demonstrar sugestões, criticar o Laudo do Perito indicado
e demonstrar as situações possíveis, isso tudo com embasamento técnico e jurídico. O Perito
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Assistente não precisará apresentar um parecer técnico quando existirem solicitações fora da sua
área de especialização. Nesse caso, ele deverá restringir-se apenas ao tema de seu conhecimento.
No documento, ele deve explicitar que a situação em questão necessitará ser certificada e
decidida pelo Juiz da causa. Segundo o art. 465 da Lei n º 13.105, o Juiz nomeará Perito que tenha
experiência na matéria periciada, e fixará prazos para a entrega do laudo (BRASIL, 2015):
Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo
para a entrega do laudo.
I - proposta de honorários;
III - contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as
intimações pessoais.
§ 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos honorários arbitrados a
favor do perito no início dos trabalhos, devendo o remanescente ser pago apenas ao final, depois de
entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários.
§ 6º Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á proceder à nomeação de perito e à indicação
de assistentes técnicos no juízo ao qual se requisitar a perícia.
Cada uma das partes envolvidas tem o direito de indicar um Assistente para que seja efetuada
a Perícia Judicial. Considere a ocorrência de uma situação em que a matéria ou objeto da Perícia
aborda mais de um conhecimento distinto. Nesse caso, as partes envolvidas poderão indicar ou
contratar um Perito Contador Assistente específico para cada assunto abordado. As provas da
Perícia serão o Laudo do Perito e o Parecer do Assistente, por este motivo é de suma relevância o
cuidado com a correta nomeação e indicação.
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Quanto ao processo de Arbitragem, a Lei possibilita que o Contador possa atuar na área
pericial, executando a função de Árbitro. Isso ocorre porque a atividade desenvolvida pelo Perito
Contador é similar à atividade desenvolvida pelo Árbitro.
A figura do Árbitro Perito surge quando o juízo arbitral oferece à sociedade a oportunidade de
explorar conteúdos específicos. A tradição profissional, habilidade nas relações e conhecimento
legal favorecem a escolha de um ou mais árbitros. Dessa forma, um técnico que tenha experiência
na área objeto poderá atuar como Árbitro, não sendo necessária a admissão de um Perito. A
decisão do processo é tomada através de um conhecedor do conteúdo relativo ao conflito.
Isso é diferente do que ocorre no Poder Judiciário, em que o Juiz precisa da assistência de Peritos,
que possuam experiência no conteúdo, a fim de orientar sua afirmação referente à decisão final. Na
Perícia, a finalidade é trazer a realidade do fato aos autos ou às partes envolvidas. Na Arbitragem, o
intuito é julgar de modo correto o conflito ou situação que lhe foi conferida, onde o contador atuará
como Árbitro. É bastante comum a existência de contadores, nos tribunais arbitrais, que pertencem
ao quadro de árbitros, assim as atividades do contador, tanto como árbitro ou técnico, se misturam
e promovem a solução do conflito, sem que seja preciso fazer uso da Perícia.
Durante as etapas da Perícia, cada Assistente técnico poderá elaborar um parecer, igual ou
equivalente. Da mesma forma, um perito prepara um laudo relativo ao mesmo assunto. Não
existe impedimento para que os peritos assistentes técnicos assinem juntos o laudo do perito,
se os mesmos concordarem com ele. Eles apresentam a conformidade com o laudo do perito
mediante petições ou pareceres de modo isolado
Existe ainda atenção especial no que tange o prazo para manifestação, é de direito a
solicitação de prazo adicional a fim de finalizar seus trabalhos periciais, o Perito está garantido
pela Legislação (BRASIL, 2015): “Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo
dentro do prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação pela metade do prazo
originalmente fixado. ”
O laudo que será emitido necessita atender o objeto de perícia de forma completa, conforme
exposto no artigo 473 do Código de Processo Civil (BRASIL, 2002):
O termo Responsabilidade tem importante significado na prática da perícia, uma vez que se
refere à obrigação do perito em respeitar os princípios de moral, da ética e do direito, primando
sempre pela honestidade e idoneidade, sob a pena de responder civil e criminal seus atos.
O perito deve conhecer as responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais às quais está
sujeito no momento em que aceita o encargo para a execução de perícias contábeis judiciais e
extrajudiciais, inclusive arbitral.
Ciente do livre exercício profissional, deve o perito do juízo, sempre que possível e não
houver prejuízo aos seus compromissos profissionais e as suas finanças pessoais, em colaboração
com o Poder Judiciário, aceitar o encargo confiado ou escusar-se do encargo, no prazo legal,
apresentando suas razões.
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• A legislação penal estabelece penas de multa e reclusão para os profissionais que exer-
cem a atividade pericial que vierem a descumprir as normas legais.
• transferir contrato de serviços seus a outro profissional (com a anuência do cliente, sem-
pre por escrito);
• transferir, parcialmente, a execução dos serviços a seu cargo a outro profissional (man-
tendo sempre como sua a
• responsabilidade técnica);
A NBC PP 01 do Perito Contábil aponta ainda a importância de zelar pelo processo. O termo
“zelo” refere-se ao cuidado que deve ser dispensado na execução das tarefas, em relação a conduta,
documentos, prazos, tratamento, de forma que o Perito seja respeitado, e seu trabalho seja digno
de fé pública. O zelo profissional do perito na realização dos trabalhos periciais compreende:
32
Cumprir os prazos fixados pelo juiz em perícia judicial e nos termos contratados em perícia
extrajudicial, inclusive arbitral;
Propugnar pela celeridade processual, valendo-se dos meios que garantam eficiência,
segurança, publicidade dos atos periciais, economicidade, o contraditório e a ampla defesa;
O perito é responsável pelo trabalho de sua equipe técnica, a qual compreende os auxiliares
para execução do trabalho complementar do laudo pericial contábil e/ou parecer técnico-contábil;
Sempre que não for possível concluir o laudo pericial contábil no prazo fixado pelo juiz, deve
o perito do juízo requerer a sua dilação antes de vencido aquele, apresentando os motivos que
ensejaram a solicitação;
Na perícia extrajudicial, o perito deve estipular os prazos necessários para a execução dos
trabalhos junto com a proposta de honorários e com a descrição dos serviços a executar;
É importante que se saiba também, que o sigilo anteriormente referido como dever, continua
mesmo depois de entregue o laudo ou parecer pericial contábil. O profissional que apresentar
informações incorretas ou infundadas, por dolo ou culpa, será responsabilizado pelos prejuízos
decorrentes. Este poderá ficar inabilitado para atuar em perícias, em um período de dois a cinco
anos. Caberá ao Juiz comunicar problemas ao órgão competente de classe, para que o mesmo
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Para que o perito possa exercer suas atividades com isenção, é fator determinante que ele
se declare impedido, após nomeado ou indicado, quando ocorrerem as situações previstas nesta
Norma, nos itens abaixo.
Quando nomeado, o perito do juízo deve dirigir petição, no prazo legal, justificando a escusa
ou o motivo do impedimento ou da suspeição.
Quando indicado pela parte e não aceitando o encargo, o perito-assistente deve comunicar a
ela sua recusa, devidamente justificada por escrito, com cópia ao juízo.
O perito do juízo deve se declarar impedido quando não puder exercer suas atividades,
observados os termos do Código de Processo Civil.
• ser devedor ou credor em mora de qualquer das partes, dos seus cônjuges, de parentes
destes em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau ou entidades das quais
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• ser herdeiro presuntivo ou donatário de alguma das partes ou dos seus cônjuges;
FIQUE DE OLHO
Nada justifica a participação ou a cumplicidade com desvios ou atitudes invasivas às
normas profissionais, técnicas e éticas que direcionam o exercício da profissão. Cabe ao
Perito explicar a finalidade da perícia de modo técnico-científico, e o Assistente deve auxiliar
na defesa da parte que o indicou. A Legislação, também esclarece que, mesmo se o Perito
já estiver contratado, surgindo alguma situação de impedimento, ele deve se declarar
impossibilitado para o trabalho, ou seja, estará impedido de atuar.
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.
§ 2º O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os valores recebidos pelo trabalho
não realizado, sob pena de ficar impedido de atuar como perito judicial pelo prazo de 5 (cinco) anos.
§ 3º Não ocorrendo a restituição voluntária de que trata o § 2º, a parte que tiver realizado o
adiantamento dos honorários poderá promover execução contra o perito, na forma dos arts. 513 e
seguintes deste Código, com fundamento na decisão que determinar a devolução do numerário.
Situações em que o Perito Assistente deve comunicar o seu impedimento ou recusar o encargo
Tiver executado função como Perito Contábil Assistente de uma das partes dentro do mesmo
ou outro processo, englobando a outra parte;
Possuir qualquer tipo de parentesco com outra pessoa que seja participante ou envolvida
com as partes interessadas;
Possuir interesse, direto ou não, para ele mesmo ou qualquer um dos seus parentes, no
resultado final da perícia da outra parte;
Executar atividade ou cargo que não forem compatíveis com a função de perito-contador
assistente;
Se ocorrer a indicação pela parte e o Perito Contábil Assistente não assumir o trabalho, ele
precisa comunicar o quanto antes a sua recusa, formalmente por escrito, com cópia ao juízo. O
Perito Contábil precisa praticar sua função com fidelidade e ética, rejeitando quando os trabalhos
falseiem a verdade.
Ainda o Código Penal Brasileiro apresenta as penalidades para o Perito que testemunhar ou
fazer acusação falsa (BRASIL, 2011):
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador,
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de
2013) (Vigência)
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o
agente se retrata ou declara a verdade.
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento,
perícia, cálculos, tradução ou interpretação:
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Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim
de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte
entidade da administração pública direta ou indireta.
Tendo conhecimento sobre o exercício profissional, o Perito Contador precisa assumir a função
que lhe foi confiada, na circunstância de Perito Contador do juízo. Isso sempre que possível e não
havendo prejuízo aos seus compromissos profissionais e suas finanças pessoais, em cooperação
com o Poder Judiciário. Ou ele deve recusar a função, dentro do prazo estipulado legalmente,
demonstrando suas justificativas.
Além do que prevê o Código Penal Brasileiro, existem as seguintes penalidades previstas na
NBC PG 01 – Código de Ética Profissional do Contador:
• na aplicação das sanções éticas, podem ser consideradas como atenuantes: ação desen-
volvida em defesa de
• aplicação de salvaguardas;
• na aplicação das sanções éticas, podem ser consideradas como agravantes: ação ou omis-
são que macule publicamente a imagem do contador; punição ética anterior transitada
em julgado; e gravidade da infração;
2 LAUDO PERICIAL
O laudo pericial é o relato do profissional designado para avaliar determinada situação, por meio
de seus conhecimentos técnicos. Este deverá ser de fácil interpretação por seus receptores, nesse
caso, os juízes e as partes envolvidas. Alguns dos elementos que a estrutura deve apresentar são:
O laudo pericial contábil é a peça técnica de autoria do Perito nomeado. Pode ser desenvolvido
para atender à determinação judicial, arbitral ou mediante contratação.
O perito deverá registrar, de modo abrangente, a matéria da Perícia. Também deve especificar
os elementos e as particularidades que englobam a demanda e o litígio. O laudo deve ser
desenvolvido de modo contínuo e lógico. Assim, o trabalho do perito é reconhecido por meio do
padrão da estrutura desse documento.
O laudo pericial contábil e o parecer técnico-contábil têm por limite o próprio objeto da
perícia deferida ou contratada;
A perícia judicial é exercida sob a tutela do Poder Judiciário. A perícia extrajudicial é exercida
no âmbito arbitral, estatal ou voluntária. A perícia arbitral é exercida sob o controle da lei de
arbitragem. Perícias oficial e estatal são executadas sob o controle de órgãos de Estado. Perícia
voluntária é contratada, espontaneamente, pelo interessado ou de comum acordo entre as partes.
É sugerido, na ocorrência de existir mais de um quesito, que a continuidade deles seja analisada
no desenvolvimento do laudo pericial. Nesse sentido, é primordial que todos os quesitos sejam
respondidos. Ou seja, todas as questões levantadas pelo juiz ou pelas partes envolvidas devem
ser explicadas pelo perito.
FIQUE DE OLHO
O processo é constituído de petições (requerimentos), provas, fundamentações, intimações,
recibos de pagamentos de despesas judiciais, contas judiciais, citação do réu ou réus, cópias
de despachos em imprensa oficial, etc. A este conjunto denomina-se de autos do processo.
• Investigação e análise técnica ou científica que foi aplicada pelo perito; Designação do
critério escolhido, explicando e mostrando ser preponderantemente aceito por especia-
listas da área de conhecimento da qual teve origem; retorno decisivo, ou seja, demons-
tração das respostas de maneira clara e objetiva;
• Objetividade;
• técnica e criteriosidade;
• exatidão e brevidade;
• argumentação;
• transparência
• reunir provas;
• realizar cálculos;
• analisar os autos;
Desta forma, o sucesso da perícia contábil está diretamente relacionado ao prévio, e correto
planejamento.
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• identificar fatos importantes para a solução da demanda, de forma que não passem des-
percebidos ou não recebam a atenção necessária;
• estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da equipe de traba-
lho, sempre que o perito necessitar de auxiliares;
Também existem riscos e custos que precisam ser planejados. Logo, a proposta de honorários,
deverá avaliar dos riscos decorrentes das suas responsabilidades e todas as despesas e custos
inerentes; e ressaltar que, na hipótese de apresentação de quesitos suplementares, poderá
estabelecer honorários complementares.
aos quesitos, prazo para apresentação do laudo e/ou oferecimento do parecer, de forma a assegurar
que todas as etapas necessárias à realização da perícia sejam cumpridas.
• leitura do processo;
• proposta de honorários.
Após receber a intimação do juiz, quando for o caso, retirar o processo da Secretaria;
Conhecer os detalhes acerca do objeto da perícia, realizando a leitura e o estudo dos autos;
Após estudo e análise dos autos, constatando-se que há impedimento ou suspeição, não
havendo interesse do perito ou não estando habilitado para fazer a perícia, devolver o processo
justificando o motivo da escusa;
Com base na relevância, no vulto, no risco e na complexidade dos serviços, entre outros,
estimar as horas para cada fase do trabalho, considerando ainda a qualificação do pessoal
que participará dos serviços, o prazo para a entrega dos trabalhos e a confecção de laudos
interdisciplinares.
Sumário: Com base na documentação existente nos autos, elaborar o sumário dos autos,
indicando o tipo do documento e a folha dos autos onde pode ser encontrado;
Diligências Com fundamento no conteúdo do processo e nos quesitos, preparar o(s) termo(s)
de diligência(s) necessário(s), onde será relacionada a documentação ausente nos autos;
Revisões técnicas: proceder à revisão final do laudo para verificar eventuais correções,
bem como verificar se todos os apêndices e anexos citados no laudo estão na ordem lógica e
corretamente enumerados;
4 TERMO DE DILIGÊNCIA
Termo de diligência é o instrumento mediante o qual o perito solicita os elementos necessários
à elaboração do seu trabalho. Serve também para determinar o local, a data e a hora do início
da perícia, e ainda para a execução de outros trabalhos que tenham sido a ele determinados ou
solicitados por quem de direito, desde que tenham a finalidade de orientar ou colaborar nas
decisões, judiciais ou extrajudiciais
Cabe ao Perito redigi-lo e anexá-lo ao laudo. Ele também deverá observar os prazos a que
está obrigado por força de determinação legal e, dessa forma, definir o prazo para o cumprimento
da solicitação pelo diligenciado. Caso ocorra a negativa da entrega dos elementos de prova
formalmente requeridos, o perito deve se reportar diretamente a quem o nomeou, contratou ou
indicou, narrando os fatos e solicitando as providências cabíveis.
Segundo a NBC TP 01, a estrutura do termo de diligência deve conter os seguintes itens:
• identificação do diligenciado;
Regional de Contabilidade;
• indicação do prazo e do local para a exibição dos documentos, coisas, dados e informa-
ções necessários à elaboração do laudo pericial contábil ou parecer técnico-contábil,
devendo o prazo ser compatível com aquele concedido pelo juízo, contratante ou con-
vencionado pelas partes, considerada a quantidade de documentos, as informações ne-
cessárias, a estrutura organizacional do diligenciado e o local de guarda dos documentos;
• a indicação da data e hora para sua efetivação, após atendidos os requisitos da alínea (e),
quando o exame dos livros, documentos, coisas e elementos tiver de ser realizado peran-
te a parte ou ao terceiro que detém em seu poder tais provas;
5 LAUDO
O laudo pericial contábil é um elemento de fundamental importância para que o Juiz conduza
o processo, pois fornece um entendimento referente ao assunto em litígio. Existem algumas
classificações para os laudos:
Laudos insuficientes
O laudo será insuficiente quando suas opiniões não forem satisfatoriamente esclarecedoras
para quem o requereu ou dele vai necessitar como prova. É aconselhável que se faça outra perícia
quando detectado um laudo insuficiente.
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Laudos separados
O laudo separado pode ser definido como aquele em que possui divergências referentes ao
conteúdo, justifica-se quando muitas são as discordâncias ou quando a relevância delas sugere
detalhamentos”. Quando os peritos possuem opiniões divergentes, é necessário fundamentar
suas afirmações por escrito, fazendo isso separadamente.
Laudos consensos
A NBC TP 01 também apresenta a estrutura mínima para emissão de um laudo. O laudo deve
conter, no mínimo, os seguintes itens:
(f) transcrição dos quesitos e suas respectivas respostas para o laudo pericial contábil;
(g) transcrição dos quesitos e suas respectivas respostas para o parecer técnico-contábil,
onde houver divergência das respostas formuladas pelo perito do juízo;
(h) conclusão;
(j) assinatura do perito: deve constar sua categoria profissional de contador, seu número de
registro em Conselho Regional de Contabilidade, comprovado mediante Certidão de Regularidade
Profissional e sua função: se laudo, perito do juízo e se parecer, perito-assistente da parte. É
permitida a utilização da certificação digital, em consonância com a legislação vigente e as normas
estabelecidas pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras - ICP-Brasil;
(k) para elaboração de parecer, aplicam-se o disposto nas alíneas acima, no que couber.
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6 HONORÁRIOS PERICIAIS
Os honorários periciais são a remuneração paga ao perito para que ele realize a perícia judicial.
Os critérios para a elaboração de uma proposta de pretensão honorária serão vistos a seguir.
Também vamos aprender sobre os tipos de depósitos de honorários periciais, perpassando pelos
responsáveis pelo pagamento desses honorários.
46
PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
SÁ, A. L. de. Perícia contábil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
UNIDADE 3
Normas periciais e ramo de atuação
Introdução
Você está na unidade Normas periciais e ramo de atuação. Conheça aqui as normas
e regulamentos técnicos e os legais, que são bases de qualidade profissional mínimas
de quem quer ser um perito. Dentre elas, estudaremos a norma relacionada ao objeto
de trabalho do perito, ou seja, a perícia; e a norma de conduta do perito. Ambas são
embasadas com normas legais de afetação ampla para qualquer profissional perito, que é
Código de Processo Civil. Conheça as áreas que são mais proveitosas à peritos contábeis,
vez que a maioria de descontentamentos ou desacordos entre partes estão sempre
relacionadas a valores.
Bons estudos!
51
A ética também se torna um pouco complexa, pois não se trata apenas de comportamento
respeitoso e aceito, mas também um julgamento do que seria adequado, que se torna dificultoso
quando se precisam medir interesses pessoais com a responsabilidade social.
Assim, o objetivo do Código profissional de ética, Resolução CFC n°803/96, que foi revogada
em 27 de fevereiro de 2019 pela norma NBC PG 01, é direcionar a conduta do contador perante as
atividades de sua profissão. O profissional contador não deve se conter apenas de conhecimento
técnico, mas também se valer de princípios e valores éticos da profissão. Dessa forma, o código
define deveres, obrigações, proibições, bem como sanções cabíveis ao profissional da área contábil.
O profissional contador precisa refletir seu papel na sociedade, pois representa um grupo
especifico de interesse social, uma vez que tem papeis essenciais de responsabilidade econômica
e social, bem como controlando e gerindo patrimônio de pessoas e entidades.
• ter zelo, honestidade, capacidade técnica e ser diligente e sigiloso em trabalho que assim o exija;
• recusar trabalho que reconheça não ter capacidade técnica, bem como se considerar
impedido imediatamente quando observar isso;
• não expressar opiniões pessoais sobre direitos de partes interessadas, mas apenas a
técnico profissional, bem como sobre outro contador, sem que tenha sido contratado
para isso;
• não medir esforços para apurar os fatos, com documentos e informações antes de emitir
a opinião sobre o caso;
• assinar documentos elaborados por outros que não estejam sobre seu comando;
• facilitar que impedidos ou não habilitados, exerçam a profissão, bem como exercer a
profissão sem a devida habilitação profissional;
• ajudar em fraudes ou não prestar contas de valores que foram comprovadamente lhe
confiadas, bem como ligar o seu nome a empreendimentos ilícitos;
• reter de forma abusiva documentos, livros, etc., para obrigar o contratante a cumpri contra-
to, bem como se apropriar de valores indevidamente que estão sob sua responsabilidade.
• publicar ou distribuir, usando seu nome, trabalhos científicos que não são seus;
• revelar informações/dados confidenciais, exceto os previstos em lei, bem como violar direi-
to ou causar prejuízos por negligencia, imperícia ou imprudência, no exercício da função.
53
• transferir seus serviços, total ou parcial, a outro profissional com anuência do cliente no
caso de transferia total;
• divulgar seus conhecimentos técnicos, títulos, trabalhos prestados, clientes que obteve
entre outros;
• requerer desagravo público ao conselho quando injustamente foi atingido por causa de
sua profissão.
1.1 NBC TP 01
Peritos e auditores possuem normas técnicas que são voltadas especificamente para a sua
área de atuação. Em relação à perícia contábil, esta norma é a NBC TP 01. Essa norma trata de
abranger a operacionalidade da perícia contábil, sem abordar questões doutrinarias ou cientificas,
mas procedimento das ações práticas. Essa norma traz o objetivo e conceito da perícia, que é o
trabalho executado pelo perito.
A perícia judicial é exercida sob a tutela do Poder Judiciário. A perícia extrajudicial é exercida
54
no âmbito arbitral, estatal ou voluntária. A perícia arbitral é exercida sob o controle da lei de
arbitragem. Perícias oficial e estatal são executadas sob o controle de órgãos de Estado. Perícia
voluntária é contratada, espontaneamente, pelo interessado ou de comum acordo entre as partes.
Os itens que se referem como Planejamento e Execução tratam da área judicial, estabelecendo
cuidados mínimos necessários, que se não observados, poderão comprometer e dificultar a
atuação de peritos judiciais e assistentes técnicos.
Os itens relacionados aos Termos de Diligencia, ao Laudo Pericial Contábil e ao Parecer Técnico-
Contábil tratam de forma clara dos documentos através dos quais o perito irá se comunicar com
as partes ou julgadores. Termo de diligência é o instrumento por meio do qual o perito solicita
documentos, coisas, dados e informações necessárias à elaboração do laudo pericial contábil e do
parecer técnico-contábil. O laudo pericial contábil e o parecer técnico-contábil são documentos
escritos, nos quais os peritos devem registrar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e
particularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu objeto e as buscas de elementos
de prova necessários para a conclusão do seu trabalho.
1.2 NBC PP 01
A NBC PP 01 trata do profissional perito, não dos objetos de trabalho, tratados na norma
anterior. Essa norma traz em si a preocupação com os interesses maiores da sociedade. Logo,
trata do dever do perito em treinamentos, de se capacitar para que esteja sempre atualizado.
Além disso, ela conceitua quem são os peritos que necessitam dessa atualização, como podemos
ver a seguir:
Perito oficial é o investido na função por lei e pertencente a órgão especial do Estado
destinado, exclusivamente, a produzir perícias e que exerce a atividade por profissão;
Perito do juízo é nomeado pelo juiz, árbitro, autoridade pública ou privada para exercício da
perícia contábil;
Quando esse profissional é convidado a atuar em algum processo, pode se deparar com
conhecidos íntimos ou familiares fazendo parte de um dos polos do processo, tanto ativo (autor)
como o passivo (réu). No momento da sua nomeação para um trabalho judicial como assistente
do julgador, não considerar essa situação antes de aceitar o trabalho, pode comprometer
a capacidade a sua atuação de forma imparcial, pois atinge também a capacidade volitiva do
profissional, uma vez que pode implicar em questões emocionais ou psicossociais.
Assim, se declarar impedido nessas ocasiões, não é apenas por caráter moral e ético, mas sim
também social, uma vez que essa conduta poderá prejudicar uma das partes, que será mais lesada
pela parcialidade que o profissional irá atuar, caindo por terra o direito constituição de “paridade
de armas”, que quer dizer os direitos das partes serão totalmente iguais, como assistências iguais,
prazos iguais, juízo imparcial e seus assistentes.
Além da responsabilidade social pela sua prestação de serviço, o perito também tem
responsabilidade de zelar pelos documentos e pelo seu sigilo. Outro ponto é o seu diálogo
necessário com outras áreas do conhecimento como, por exemplo, o Direito, resultando no
Direito do Profissional Contábil. Cabe ao perito nomear o profissional ao seu critério, fincando
assim sob sua responsabilidade.
Em relação ao seu salário, o perito contábil recebe os chamados honorários, fruto da sua
classificação como ocupação autônoma. Para elaborar a petição de honorários, ele deve
56
descrever o que está compondo o valor total do seu trabalho, de modo a evitar atos que se
configurem como corrupção. Alguns Conselhos Regionais, como o de Mato Grasso do Sul, por
exemplo, ainda não disponibilizam uma tabela padrão base de valores a ser cobrado por serviço
pelos contadores e seus segmentos, podendo assim, o perito se embasar na tabela de outra
Regional, quanto da apuração de seus valores de honorários. Isso traz mais transparência ao valor
estipulado, demonstrando as partes e ao juízo que não se trata de valor pessoal.
FIQUE DE OLHO
A norma não obriga o profissional a trabalhar sem cobrar. Porém, para ter o respaldo dessa
norma sem sofrer sanção de abandono de trabalho ou prejuízo as partes, é necessário que
o perito na elaboração de proposta, deixe claro que os valores não comportam quesitos
suplementares, e que na existência deles, apresentará uma nova proposta de honorários.
O CPC apresenta dois ritos: o sumário e o ordinário. O sumário abrange processos que
possuem valor de causa de até 60 vezes o salário mínimo vigente, mesmo que não seja o valor
real ou final da causa, e, sim, o valor aproximado. Esses são os que correm em juizados especiais, e
57
que não admitem provas periciais. São mais rápidos, por serem menos complexos, pois atendem
a critérios de simplicidade e celeridade por exemplo. O ordinário abrange processos que possuem
valor acima 60 vezes o salário mínimo vigente, mesmo que não seja o valor real ou final da causa,
mas sim o valor aproximado. Por ser de mais complexidade, correm em Juizados Comuns, com a
necessidades e se admite provas periciais. São mais demorados, são mais complexos, com mais
quantidade de provas, discussão sobre elas, entre outros.
Assim, um processo começa com a petição inicial no distribuidor de processos. A outra parte
apresenta a contestação e, antes de dar a sentença, o juiz pode nomear o perito judicial, se achar
necessário, ou se as partes pedirem e o juiz concordar. Vejamos alguns artigos do CPC (BRASIL, 2015):
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas
normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o Perito, o
depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o
distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias
ao julgamento do mérito.
Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação,
apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que
considerar suficientes.
Podemos destacar o parecer técnico citado no art 472 anterior, no qual o juiz pode suspender
o perito judicial, quando já constar na inicial um parecer que seja considerado suficiente, cabendo
apenas ao juiz decidir por aceita-las ou recusa-las.
Quando o juiz nomeia um perito, as partes devem tomar ciência de sua nomeação, data e
documentos que o perito irá começar a trabalhar ou precisar, conforme o CPC (BRASIL, 2015):
“Art.474. As partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou indicados pelo Perito
para ter início a produção da prova”. É dever ainda do perito nomeado dar acesso aos assistentes
técnicos das partes para acompanhar suas diligencias e exames conforme art.466 da mesma
norma já aqui citada.
O perito se manifesta por uma petição em relação aos honorários. Trata-se do começo da
participação do perito, que pode terminar durante a manifestação de honorários, ou quando
presta os devidos esclarecimentos sobre o laudo entregue. Os processos se apresentam ainda no
Brasil, de duas formas, os físicos (já em desuso) e os eletrônicos (virtual).
58
FIQUE DE OLHO
O perito deverá apresentar sua manifestação de aceite ou recusa dentro do prazo
estabelecido pelo juiz ou CPC, depende do rito do processo, sob pena de restar como
“aceite” a sua impronuncia nos autos, não podendo assim, depois excursar-se do dever.
Conforme o art. 374 do CPC (BRASIL, 2015), não dependem de prova os seguintes fatos:
Notórios;
2.1 Diligências
As diligências são um dos trabalhos mais comuns dos peritos quando do seu trabalho pericial.
Trata-se da solicitação de documentos quando julga necessário para análise e conclusão de
um laudo, podendo sancionar a parte que não atender o seu requerimento. Quando o perito
se depara com essa recusa, ele pode se reportar ao juiz, solicitando que o juiz requeira esses
documentos em nome dele.
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos
prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a
5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o
fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.
§ 2º O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os valores recebidos pelo trabalho
59
não realizado, sob pena de ficar impedido de atuar como perito judicial pelo prazo de 5 (cinco) anos.
§ 3º Não ocorrendo a restituição voluntária de que trata o § 2º, a parte que tiver realizado o
adiantamento dos honorários poderá promover execução contra o perito, na forma dos art. 513 e
seguintes deste Código , com fundamento na decisão que determinar a devolução do numerário.
FIQUE DE OLHO
As sanções aplicáveis ao perito contábil podem tanto ser civil, administrativa (pelo próprio
Conselho Federal) e, dependendo da gravidade, até a criminal, como base no Direito Penal.
Uma não exclui a outra, podendo ser aplicadas juntas.
Também podemos citar do CPC, os art.144 a 147 que tratam de impedimentos e suspeição do
juiz, que concomitante ao art.148, podemos ver que é extensível à redação dos referidos artigos
aos peritos.
Podemos verificar o quão importante é o perito, que pretende atuar dentro do judiciário,
conhecer e ter afinidade com o Código de Processo Civil, pois, quando se trata de prestação de
serviço público e, principalmente judiciário, o maior exemplo que o profissional pode demonstrar
é atender à Legislação brasileira, não apenas como profissional, e usando somente artigos
direcionado ao seu trabalho, mas também como cidadão.
Esses contratos de financiamento, que serão analisados e aprovados pelo banco escolhido,
exigem algumas condições, bem como alguns parâmetros para fechar o contrato. O futuro
dono da casa própria precisa apresentar holerite, na qual o valor do imóvel sonhado deve ser
compatível com sua renda, ou, podendo somar a renda do cônjuge.
Esses contratos, por ter como finalidade a ajuda governamental para o cidadão possuir sua
casa própria, possuem alguns parâmetros que devem ser atendidos por eles. Consequentemente,
é um dos motivos de maiores litígios em justiça, principalmente devido aos juros contratados.
Esses financiamentos são feitos apenas com base em tabelas matemáticas, como, por exemplo,
a Price e a Sac. Essas tabelas são usualmente do ramo matemático, o que leva a uma dúvida por
parte do juiz se, para refazer essa tabela, deve operar um perito contábil ou um matemático.
A maior discussão voltada à utilização da tabela Price é os juros compostos, que são rechaçados
pela Legislação nesse tipo de contrato. O simples fato de possuir formula de juros compostos para
se descobrir a primeira parcela, não configura os juros compostos na evolução do financiamento.
Muito se discute que isso é o anatocismo (juros sobre juros), coisa que não acontece numa
evolução simples da tabela Price. Porém, para adaptar a tabela à situação econômica brasileira,
foi adicionada mais uma coluna na evolução desse financiamento que é a atualização monetária.
A tabela Price não foi criada para comportar a adição dessa atualização, que muitas vezes
passa 1% a.m. de correção monetária do saldo devedor. Portanto, ao se apurar mensalmente
a parte que equivale aos juros, acaba sendo maior que a própria prestação mensal calculada,
tornando a amortização daquela parcela negativa. Dessa forma, o mutuário paga no mês só juros,
sem amortizar, e ainda fica “devendo” juros maior, que é incorporado ao saldo devedor.
O saldo devedor nesse momento passa a ser o “valor financiado restante + juros não pagos”,
aumentando o montante devido. É nesse momento em que a próxima parcela (amortização +
juros) passa a ter o anatocismo, já que agora, ao apurar o valor que cabe de juros, será feito sobre
o saldo devedor anterior, que tem juros não pagos compostos nele. Por conta dessa situação,
os reajustes das parcelas não sobem proporcionalmente ao percentual que o saldo devedor
aumenta com as correções, e isso gera um financiamento sem fim, duplicando ou triplicando o
valor contratado.
Outro motivo de muita discussão judicial é os reajustes das parcelas mensais de acordo com
o contrato firmado. Esses sempre apresentam erros por parte do banco, uma vez que essa opção
de contrato, além de usar a tabela Price, tem os reajustes das prestações feitas pelo mesmo
percentual de aumento salarial da categoria profissional, e muitas vezes esses percentuais são
muito diferentes. Quando a diferença lesa ou cria prestações impagáveis, recorre-se à Justiça,
62
Renda, sobre as quais o perito precisa saber suas incidências, conforme as leis específicas.
Nesses tipos de ações, dependendo da matéria discutida, o próprio contador pode ajudar ao
empresário extinguir o processo com sentença de resolução de mérito, se toda a movimentação
contábil estiver legal, apurada de forma correta, bem como seus lançamentos. Assim, se no
processo está sendo discutida multa indevida pelo órgão fiscalizador, e esse ignorou algo de
direito do empresário, poderá o contador apresentar os documentos e leis que se baseou para
fazer os lançamentos.
Por outro lado, poderá atuar um perito extrajudicial, quando se tratar de cálculos dos
impostos. Havendo cálculos muitos complexos, onde a parte contrária não concorda com a forma
de apuração do valor, o juiz pode nomear um perito judicial para elaborar um laudo da matéria
discutida. Isso acontece quando a empresa utiliza créditos para abater nos impostos que os fiscais
desconhecem ou ignoram durante a fiscalização
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PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
BRASIL. LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015. Código de Processo Civil. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1045.
Acesso em 10 mar.2020
CUNHA, M. F. et al. Novo Código de Processo Civil para Concursos. 7ª Ed. Salvador:
Juspodivm, 2017
MOUZALAS, R. et al. Processo Civil Volume Único. 10ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2018
SÁ, A. L. de. Perícia Contábil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011
UNIDADE 4
Mediação e arbitragem
Introdução
Você está na unidade Mediação e Arbitragem. Conheça aqui um importante assunto
relacionado à Perícia Contábil, que é o processo de fiscalização da auditoria dentro das
organizações. Vamos conhecer o conceito de mediador e árbitro dentro do ambiente
contábil e aprender sobre as bases legais que servem como fundamento para o exercício
da profissão. Além disso, vamos entender sobre alguns procedimentos técnicos da
mediação e arbitragem, o funcionamento das câmaras, e como é realizado o processo
de arbitragem das contas públicas no âmbito internacional, acompanhando todo o
procedimento utilizado em outros países.
Bons estudos!
69
1 MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM
No nosso cotidiano, nos deparamos com esses termos em alguns momentos, como por
exemplo, o mediador em processos da justiça, ou a arbitragem em jogos de futebol. No entanto,
no contexto da Contabilidade, esses termos estão relacionados com o processo da perícia e
auditoria contábil. Dessa forma, as técnicas de mediação e arbitragem estão relacionadas com a
forma de realização da perícia das contas contábeis.
Ao mediador, que tem um tratamento muito mais vinculado com a parte do que com o conflito em
si, age no sentido de apresentar às partes as alternativas de solução do impasse. Importa dizer que o
mediador não decidirá a controvérsia. Ou seja, esgotada a tentativa de se estabelecer uma composição
70
do impasse, o mediador não promoverá uma decisão acerca do conflito, seu papel é restrito à busca
da aproximação das partes.
Como podemos observar, a conciliação está prevista em Lei, por meio de uma ação judiciária
na qual uma terceira pessoa se envolve no conflito com o objetivo de buscar uma solução entre
as partes. Esta terceira pessoa deve ser alheia ao processo, não estar envolvida com as partes que
compõe o processo judicial e, sim, com a situação do conflito.
FIQUE DE OLHO
O Conselho Regional de Contabilidade do estado de São Paulo escreveu em seu site algumas
perguntas e respostas sobre a Mediação e Arbitragem, denominado “Outras Possibilidades
aos Profissionais Contábeis”, com curiosidades e informações muito importantes que valem
a pena serem lidas e estudadas.
Um mediador tem que ser dotado de algumas características específicas para alcançar
os seus objetivos durante a resolução dos conflitos. Uma dessas características diz respeito à
imparcialidade que ele deve ter, ou seja, o mediador não pode emitir nenhum tipo de juízo de
valor sobre o assunto, devendo sempre agir de forma isenta no processo.
De acordo com o Conselho Regional de Contabilidade (2005, p. 14) outras características que
o mediador deve ter diz respeito a perspicácia e criatividade, pois:
O profissional contábil deve ter habilidades de mediador, pois dessa forma garante uma maior
eficiência do seu trabalho, além de auxiliar em momentos de conflitos, e principalmente em
momentos de realização de perícia contábil onde por ventura possa encontrar irregularidades.
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Figura 1 - Mediação
Fonte: ASDF_MEDIA, Shuttetstock, 2020
#ParaCegoVer: A imagem ilustra a conclusão de uma mediação. Vemos dois executivos apertando
as mãos numa mesa de reunião e, no centro deles, uma mulher responsável pela mediação.
A arbitragem é uma forma de solução de conflitos por meio de árbitros privados e substitui a
jurisdição estatal. A inserção de cláusulas nos contratos, objetivando ampliar o espaço de manobra que
as partes poderão ter em caso de conflito, é condição inerente à preservação dos pactos.
Embora esse procedimento seja autorizado pela Legislação, ele não vinha sendo muito
utilizado no Brasil tendo em vista que os conflitos, em sua maioria das vezes, eram resolvidos
por meio da Justiça em procedimentos formais de conciliação, diante do Direito Civil. No entanto,
após a promulgação da Lei Nº 9.307, de 1996, a arbitragem passou a ser mais adotada. De acordo
com o Conselho Regional de Contabilidade (CRC, 2005), essa lei trouxe algumas vantagens como:
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A rapidez com que os litigantes escolhem os árbitros e fixam o prazo para que a sentença
arbitral seja proferida;
a economia com que as partes negociam os honorários dos juízes e o tempo fixado para
resolução do litígio;
a democracia, pois as partes convencionam com liberdade se o juízo arbitral será de direito
ou equidade;
a confiança, que é o maior compromisso e, por consequência, cria maior segurança entre as
partes em conflito.
Vale destacar que os árbitros devem ser imparciais, e se algum contador for indicado entre
as partes para ser árbitro e tiver algum tipo de relação com ela, a outra parte poderá impugnar a
indicação, uma vez que ele não vai agir sem expressar juízo de valor.
Algumas situações comerciais irão exigir a presença de um árbitro para solucionar os conflitos,
e é nesse momento que o contador deve estar capacitado para realizar a arbitragem entre as
partes visando sempre a solução dos conflitos baseados nos princípios contábeis.
Por fim, podemos definir a arbitragem como um procedimento mais simplificado que garante
a solução das questões conflituosas entre as partes, levando sempre em consideração os aspectos
éticos para que as partes possam buscar soluções mais vantajosas para ambas.
I - imparcialidade do mediador;
III - oralidade;
IV - informalidade;
VI - busca do consenso;
VII - confidencialidade;
VIII - boa-fé.
Art. 3º Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre
direitos indisponíveis que admitam transação.
§ 2º O consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve ser
homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público.
Como podemos observar os princípios da mediação devem estar baseados sempre na isenção
do mediador quanto ao conflito e as partes, e a busca de um consenso feito em benefício de
ambas as partes do processo.
Os conflitos que podem ser solucionados por meio de mediação são de dois tipos: os direitos
disponíveis ou indisponíveis. Veja a seguir suas definições:
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Direitos disponíveis
Os direitos disponíveis são aqueles que o agente pode abrir mão sem prejuízo, como por
exemplo, a escolha por uma previdência privada, ou até mesmo a tomar posse em algum cargo
público.
Direitos indisponíveis
Os direitos indisponíveis são aqueles que a pessoa não pode abrir mão, como por exemplo,
o direito que o cidadão tem à vida, a não vender órgãos, entre outros direitos estabelecidos na
Constituição Federal.
O mediador, de acordo com a legislação, pode ser escolhido pelas partes, ou definido por
parte do tribunal. Os mediadores que são escolhidos pelas partes são denominados como
mediadores extrajudiciais, e de acordo com a Lei Nº 13.140 (BRASIL, 2015):
Art. 9º Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a
confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de integrar qualquer
tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se.
Art. 10. As partes poderão ser assistidas por advogados ou defensores públicos.
Parágrafo único. Comparecendo uma das partes acompanhada de advogado ou defensor público,
o mediador suspenderá o procedimento, até que todas estejam devidamente assistidas.
Desse modo, o mediador extrajudicial pode ser qualquer pessoa escolhida pelas partes. Ele
não precisa de uma especialidade ou formação. Se no dia da audiência uma das partes estiver
com um advogado, e a outra parte não, a audiência será suspensa até que ambas as partes
estejam em condições em comum, ou seja, que ambas estejam com advogado. Já com relação
aos mediadores judiciais, a Legislação diz que (BRASIL, 2015):
Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada há pelo menos dois anos
em curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha obtido
capacitação em escola ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional
de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos
mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça.
Art. 12. Os tribunais criarão e manterão cadastros atualizados dos mediadores habilitados e
autorizados a atuar em mediação judicial.
Desse modo, a mediação é uma forma importante que a jurisdição instituiu com o propósito
de auxiliar na resolução de conflitos. Sempre que for acionada, deve atender ao que está
estabelecido na lei para buscar a melhor solução das partes conflitantes, seja por meio de
mediadores judiciais ou extrajudiciais.
FIQUE DE OLHO
A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados possui um site,
gerenciado pelo Conselho de Justiça Federal, o qual possui uma parte específica sobre a
Mediação, com informação sobre como ser um mediador, as características que o agente
deve ter, e outras informações importantes sobre o tema, no seguinte link: https://www.
enfam.jus.br/mediacao/
Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios
relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
§ 1° A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos
relativos a direitos patrimoniais disponíveis
§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem,
desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública.
§ 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios
gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio.
Conforme exposto, a arbitragem pode ser contratada por qualquer uma das partes, além
de ser acionada pela administração pública, em relação a direitos patrimoniais. Com relação
às regras que irão reger o momento da resolução do conflito, elas podem ser escolhidas pelas
partes, desde que não firam aos princípios éticos e morais.
Além disso, para ser legalmente considerado um árbitro a pessoa deve cumprir alguns
requisitos, como (BRASIL, 1996):
Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes.
§ 2º Quando as partes nomearem árbitros em número par, estes estão autorizados, desde logo,
a nomear mais um árbitro. Não havendo acordo, requererão as partes ao órgão do Poder Judiciário a
que tocaria, originariamente, o julgamento da causa a nomeação do árbitro, aplicável, no que couber,
o procedimento previsto no art. 7º desta Lei.
§ 4º Sendo nomeados vários árbitros, estes, por maioria, elegerão o presidente do tribunal
arbitral. Não havendo consenso, será designado presidente o mais idoso.
Como podemos observar, os árbitros podem ser escolhidos pelas partes. No entanto, a
quantidade deve sempre ser em número ímpar, para que não haja empate no momento de
possível votação. Se porventura a escolha dos números for par, os árbitros poderão livremente
nomear mais um para compor o quadro.
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Por fim, ao final da sessão, será emitida uma sentença arbitral, a qual será emitida em
documento oficial constando o relatório da sessão, os fundamentos que definiram a decisão, o
método que foi utilizado para a resolução, além da data e local que foram proferidas.
Art. 32. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar câmaras de prevenção
e resolução administrativa de conflitos, no âmbito dos respectivos órgãos da Advocacia Pública, onde
houver, com competência para:
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Ainda de acordo com a Legislação, as câmaras podem ser criadas para solucionar conflitos
entre pessoas físicas, conforme descrito a seguir (BRASIL, 2015):
Art. 43. Os órgãos e entidades da administração pública poderão criar câmaras para a resolução
de conflitos entre particulares, que versem sobre atividades por eles reguladas ou supervisionadas.
§ 1º Poderão ser criadas câmaras especializadas, compostas por servidores públicos ou empregados
públicos efetivos, com o objetivo de analisar e formular propostas de acordos ou transações.
§ 3º Regulamento disporá sobre a forma de composição das câmaras de que trata o § 1º, que
deverão ter como integrante pelo menos um membro efetivo da Advocacia-Geral da União ou, no caso
das empresas públicas, um assistente jurídico ou ocupante de função equivalente.
Por fim, podemos concluir que as câmaras de mediação são entidades privadas que buscam
solucionar os conflitos entre as partes, sendo acionadas pelos interessados, com o objetivo de
resolver os problemas de forma mais célere.
Art. 10. O credenciamento da câmara arbitral será realizado pela Advocacia-Geral da União e
dependerá do atendimento aos seguintes requisitos mínimos:
I - estar em funcionamento regular como câmara arbitral há, no mínimo, três anos;
§ 1º O credenciamento de que trata o caput consiste em cadastro das câmaras arbitrais para
eventual indicação futura em convenções de arbitragem e não caracteriza vínculo contratual entre o
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De acordo com o Conselho Regional de Contabilidade, a perícia contábil é uma das formas de
solução desses conflitos, que é realizado por meio de uma auditoria contábil.
Cada câmara que existe no Brasil possui uma especialidade diferente, e deve ser acionada
de acordo com a sua especificação, como, por exemplo, a Câmara de Arbitragem do Mercado
BM&FBovespa, que busca solucionar problemas relacionados ao mercado de capitais
Cada câmara que existe no Brasil possui uma especialidade diferente, e deve ser acionada
de acordo com a sua especificação, como, por exemplo, a Câmara de Arbitragem do Mercado
BM&FBovespa, que busca solucionar problemas relacionados ao mercado de capitais.
4 ARBITRAGEM INTERNACIONAL
O processo de arbitragem já era realizado em outros países, antes de começar a ser efetivado
no Brasil. Segundo Alves (2004, p.2):
Nos últimos anos, a arbitragem adquiriu inigualável prestígio fora do Continente Europeu e da
América do Norte, onde já estava consolidada desde o início do Século XX. A mais antiga e famosa
Corte de Arbitragem, com uma formidável competência geográfica e material, está em Paris. Trata-
se da Corte Internacional de Arbitragem, datada de 1923, um dos braços da Câmara de Comércio
Internacional – CCI, esta de 1919.
Não se pode ainda deixar de falar da American Arbitration Association – AAA. Para se ter idéia da
grandeza desta Corte, conta ela com cerca de 57.000 (cinqüenta e sete mil) árbitros, espalhados por 35
(trinta e cinco) sedes nos diversos Estados da América.
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No Brasil, a arbitragem estava prevista desde a Constituição Federal de 1824, mas não tínhamos
tradição na utilização da Justiça Arbitral, ficando a previsão constitucional, que se repetiu em outras
Cartas, como letra morta.
Como podemos observar, existem várias cortes de arbitragem espalhadas pelo mundo. Uma
das mais notórias é a American Arbitration Association, que está espalhada por várias cidades dos
Estados Unidos, somando um total de 35 sedes.
Definida a arbitragem como a técnica que visa solucionar controvérsias ou interesses, por uma ou
mais pessoas que têm poderes oriundos de acordo de vontade, fica claro tratar-se de uma forma de
pacificação social, sem a intermediação do Estado-Juiz.
A definição serve para a arbitragem interna e internacional, porquanto a diferença entre uma
e outra reside no fato de buscar-se a solução de interesses inseridos em contratos nacionais ou
internacionais.
Assim, no âmbito internacional, as partes escolhem o árbitro ou o critério para sua designação, as
regras de direito a serem aplicadas, o idioma a ser utilizado, além do local em que o julgamento será
proferido.
No que se refere ao local em que o julgamento é proferido, insta ressaltar ser comum aos
contratantes estrangeiros a busca de um foro neutro em razão do receio de litigar no Estado da parte
contrária.
Diante disto, é possível concluir que a arbitragem internacional possui assento na autonomia
da vontade das partes, uma vez que estas possuem ampla liberdade para traças as regras para que
eventual conflito futuro seja dirimido.
De acordo com Alves (2004), as seguintes câmaras de arbitragem internacional atuam no Brasil:
• a Corte Internacional de Arbitragem que data de 1923, com sede em Paris, mas funcio-
nando em trinta países diferentes e abrigada na Câmara de Comércio Internacional, a
famosa CCI;
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• a American Arbitration Association – AAA, o gigante americano que congrega 57.000 ár-
bitros espalhados por todos os Estados Unidos. Esta entidade é de natureza privada, sem
fins lucrativos, e especializou-se em arbitragens laborais e no campo da responsabilidade
civil. Na área internacional dedica-se às lides comerciais;
Por fim, temos ainda algumas informações relacionadas à Legislação aplicada para as
arbitragens internacionais, descritas por Alves (2004, p. 06):
Em matéria de arbitragem internacional é importante saber qual a legislação a ser aplicada, cujas
opções estão bem-postas na Lei Modelo da Uncitral de 1985 na seguinte gradação:
- na falta de indicação o Tribunal aplicará a lei designada pela regra de conflito indicada à espécie;
e, ainda,
Desse modo, podemos concluir que a arbitragem internacional tem suas exigências e
particularidades, e que é sempre importante, antes de iniciar qualquer procedimento de
resolução de conflitos, analisar a Legislação que está sendo aplicada no caso particular, para ter
êxito na conclusão dos procedimentos formais e conseguir solucionar os conflitos da melhor
forma para ambas as partes.
PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de: