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MEDICINA LEGAL = conhecimentos médicos

relacionados a traumatologia, anatomia


patológica, psiquiatria + Direito

03/03/2019 Prof.: Laercio Veloso 1


• Estudo sistematizado das técnicas
interpretativas de fenômenos relacionados à
medicina legal, promovendo sua vinculação
ao plano científico e prático, buscando o
entendimento dos fenômenos praticados de
forma científica e analisando as características
humanas frente a ciência da psicologia forense
em seus aspectos relacionados ao
comportamento humano.
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- “A aplicação de conhecimentos científicos e
misteres da Justiça” (Afrânio Peixoto).
- “A aplicação dos conhecimentos médico-
biológicos na elaboração e execução das leis que
deles carecem” (Flamínio Fávero).
- Medicina Legal é ciência e arte extrajurídica
auxiliar alicerçada em um conjunto de
conhecimentos médicos, paramédicos e biológicos
destinados a defender os direitos e os interesses
dos homens e da sociedade.
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• Na realidade é um conjunto de conhecimentos
médicos, paramédicos e biológicos objetivando
servir às ciências jurídicas e sociais, não é
especialidade, mas, sim, disciplina aplicada que
admite especialismos.

• A MEDICINA LEGAL estuda a vida em sua


essência, e a morte, e SERVE para buscar a
verdade.
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• Do latim probatio, é o conjunto de atos
praticados pelas partes, pelo juiz (CPP, arts.
156, I e II, 209 e 234) e por terceiros (p. ex.,
peritos), destinados a levar ao magistrado a
convicção acerca da existência ou inexistência
de um fato, da falsidade ou veracidade de
uma afirmação.

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• Prova é todo meio legal utilizado pelas partes
em juízo para demonstrar a existência ou a
veracidade de um fato ou de um ato jurídico.

• Não dependem de prova os fatos notórios


afirmados por uma parte e confessados pela
parte contrária; admitido no processo como
incontroversos (exceto no DPP).

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• destina-se à formação da convicção do juiz
acerca dos elementos essenciais para o
deslinde da causa.
• O juiz decide com base na prova, sentencia de
acordo com a prova existente no processo e
julga procedente ou improcedente a ação
penal.
• PROVA É A ALMA DO PROCESSO.

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• A Medicina Legal serve mais ao Direito,
visando defender os interesses dos homens e
da sociedade, do que à Medicina.

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• A PROVA no DIREITO CIVIL empresta sua
colaboração no que concerne a questões
relativas a paternidade, impedimentos
matrimoniais, erro essencial, limitadores e
modificadores da capacidade civil, gavidez,
personalidade civil e direitos do nascituro,
comoriência, etc.

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No Direito CIVIL, quando a lei não impuser prova especial
do negócio jurídico, O fato jurídico PODE SER PROVADO
por:
1) Depoimento pessoal;
2) Confissão;
3) Exibição de documento ou coisa;
4) Prova documental;
5) Prova testemunhal;
6) Prova pericial;
7) Inspeção judicial; o próprio juiz comparece no local
para verificar coisas ou pessoas.

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• Quando converge seus estudos para a
psicologia do detento, no que tange à
concessão de livramento condicional e à
psicossexualidade das prisões.

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• Quando estuda a infortunística, a
insalubridade e a higiene, as doenças e a
prevenção de acidentes profissionais.

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• Quando trata dos anúncios de técnicas
anticoncepcionais, da embriaguez e das
toxicomanias.

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• Ao Direito Penal, no que diz respeito a lesões
corporais, sexualidade criminosa, aborto legal e
ilícito, infanticídio, homicídio, emoção e paixão,
embriaguez etc.
• Para que o juiz declare a existência da
responsabilidade criminal e imponha sanção
penal a uma determinada pessoa, é necessário
que adquira a certeza de que foi cometido um
ilícito penal e que seja ela a autora.

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• No processo PENAL os fatos
INCONTROVERSOS SÃO OBJETOS de
provas, pois se busca a verdade real.

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1) PROVA PERICIAL - é o meio que consiste no
parecer técnico de pessoa com conhecimentos
específicos.
O JUIZ NÃO ESTÁ ADSTRITO AO LAUDO DO
PERITO, podendo formar sua convicção
livremente, tomando por base os demais
elementos probatórios constantes dos autos
(LIVRE convencimento MOTIVADO).
NÃO confundir com o ÍNTIMO convencimento.

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2) PROVA DOCUMENTAL
3) PROVA TESTEMUNHAL (compromissada)
4) DEPOIMENTOS PESSOAIS
5) PROVA INDIRETA (indícios, presunções)
6) PROVA EMPRESTADA
Prova PROIBIDA
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São procedimentos médicos (exames clínicos,
laboratoriais, necroscopia, exumação)
promovido por autoridade policial ou judiciária,
praticado por profissional de Medicina visando
prestar esclarecimentos à Justiça dos fatos de
natureza específica e caráter permanente, em
cumprimento à determinação de autoridades
competentes.

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1) Sobre as pessoas - visam determinar:
a) Identidade, a idade, a raça, o sexo, a altura;
b) Gravidez, parto e puerpério;
c) Lesão corporal;
d) Sociopatias;
e) Estupro e doenças venéreas;
f) Exclusão da paternidade;
g) Doença e retardamento mental, simulação de
loucura;
h) Envenenamentos e intoxicações;
i) Doenças profissionais e acidentes do trabalho.
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2) Nos CADÁVERES: Visam determinar o tempo da
morte, a identificação do morto; diferenciar as
lesões intra vitam e post mortem; realizar exames
toxicológicos das vísceras; proceder à exumação;
extrair projéteis.
3)As perícias em ANIMAIS são raras. Visam
identificar a sua espécie, diagnosticar lesões e
caracterizar elementos encontrados em seu corpo
ou em seus pêlos passíveis de serem úteis para a
identificação do criminoso.

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4) Nos OBJETOS e INSTRUMENTOS têm por finalidade a
pesquisa de pêlos, levantamento de impressões digitais,
exames de armas e projéteis e caracterização de agentes
vulnerantes e de manchas de saliva, colostro, esperma,
sangue, líquido amniótico e urina nos panos, móveis e
utensílios.

A falta de exame pericial nos instrumentos do crime NÃO


contamina de nulidade o feito, podendo ser suprida por
outras provas (confissão NÃO serve quando deixa vestígios).
Art.158 CPP.
O Delegado é obrigado a determinar o exame de corpo de
delito e NÃO pode pedir exame de insanidade mental

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O perito médico-legal há de possuir, amplos
conhecimentos de Medicina, dos diversos ramos do
Direito e das ciências em geral. É indispensável educação
médico-legal, conhecimento da legislação que rege a
matéria, noção clara da maneira como deverá responder
aos quesitos, prática na redação dos laudos periciais.

Informações periciais equivocadas, podem constituir-se


na chave da porta das prisões para a saída de marginais
ou para nelas trancafiar inocentes.

“o laudo pericial, muitas vezes, é o prefácio de uma


sentença”.
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• Exige de seus obstinados professadores, além do
conhecimento da Medicina e do Direito, o de
outras ciências, para emitirem pareceres
minudentes, claros, concisos e racionais,
objetivando criar, na consciência de quem tem
por missão julgar, um quadro o mais preciso da
realidade.

• A Medicina Legal estuda a vida em sua essência, e


a morte, e SERVE para buscar a verdade.
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SÃO OS AUXILIARES TÉCNICOS DO JUIZ.

Podendo ser classificados em:


- PERITO OFICIAIL
- NÃO – OFICIAIS
- QUANTIDADE
- FORMAÇÃO
- COMPROMISSO

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Exemplo
De acordo com a perícia do Instituto Médico-Legal (IML), o tiro
que matou Fulano foi dado em distância "maior que ----cm",
conforme o laudo número xxx, assinado pelo médico-legista
xxxxx.

O documento ainda informa que o avançado estado de


putrefação do corpo comprometeu avaliação de quesitos que
apontariam se ele apresentava reações vitais ao ser
esquartejado. Apesar disso, exame microscópico realizado pelo
xxx do IML, não encontrou sinais vitais nas xxx amostras do
cadáver analisadas. "Sugerimos correlação com dados de
histórico, necroscópicos, de local e balística (...) antes de
qualquer conclusão diagnóstica".
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As perguntas e respostas
No documento, os peritos respondem 11 perguntas feitas pelo juiz. Entre os pontos, ele
questiona quanto tempo Fulano permaneceu vivo após ser atingido na cabeça. "Pela exumação,
é impossível precisar este tempo demorado", informa o laudo. Na sequência, o magistrado
obtém a resposta de que Fulano foi atingido a distância superior a xxx cm.

O magistrado questiona ainda se o sangue encontrado nos cortes indica que a vítima estava viva
quando foi desmembrada. Os peritos respondem que a presença de sangue verificada pode ter
"ocorrido após a secção de vasos calibrosos mesmo depois da morte".

O laudo ressalta que o importante não é esse sangue, mas aquele que ficou infiltrado nos
"tecidos da borda lesada que delineia a reação vital", segundo o texto. O documento informa, na
sequência, que não é possível determinar por qual parte do corpo começaram os cortes.

O magistrado perguntou ainda: "há outros sinais vitais, ou seja, de que a vítima ainda estava viva
quando dos cortes efetuados no corpo?". Os peritos citam o estado do cadáver como um dos
complicadores para análise.
“A avançada putrefação impediu a identificar qualquer tipo de reação vital”, respondem os
legistas no documento.

O juiz indaga: "A eventual existência de sangue nos pulmões deveu-se exclusivamente ao
movimento do diafragma da vítima, ou pode, em casos que tais (inclusive com degola) ser
proveniente de outra causa?".

Os peritos apontam que o tiro pode ter causado a presença de sangue nos pulmões. "O sangue
encontrado nos brônquios provavelmente resultou em aspiração enquanto a vítima permanecia
inconsciente. O sangue pode ter sido originado do trauma da fossa anterior do crânio lesado pelo
projétil, que tem comunicação com as vias aéreas", escreve a perícia.
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Um ano antes, o médico legista Beltrano, do IML em xxx, escreveu no
laudo necroscópico que Fulano morreu por asfixia porque aspirou o
próprio sangue quando teve o pescoço cortado.

Quando o primeiro exame foi feito, a cabeça de Fulano ainda não tinha
sido encontrada. Por isso, não era possível descobrir que a vítima tinha
sido baleada. Além disso, o perito acreditava que a vítima era branca.

No primeiro laudo, o necroscópico, a informação era de que o disparo


tinha “características de tipo encostado”. “Esse laudo mostra que o tiro
foi acima de xxx cm. Mostra que Fulano perdeu a consciência após o
tiro. Fulano morreu após o tiro”.

“A qualificadora da crueldade não mais se sustenta. Laudo prova que


Sicrana falou a verdade e não cortou Fulano em vida. Ela disse que
atirou a média e longa distância e isso se confirmou. Esse laudo tirou o
fato de que o crime teria sido premeditado porque o tiro teria sido
encostado. Fulano não foi esquartejado vivo, mas morto. Mostra que o
trabalho anterior foi mal feito e que Sicrana falou a verdade”

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