Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MEDICINA LEGAL
ORIGEM:
Antiga Pérsia
2
PERÍODO ROMANO
Direito Romano
Primeira citação de um exame médico em uma vítima de homicídio – morte
de Júlio César em 44 a.C. O médico não estava na qualidade de perito e sim como
cidadão do Império Romano.
Exame externo dos cadáveres realizado por médicos.
Com a reforma emancipação da Medicina e do Direito
Médicos são testemunhas especiais em juízo, embora este não tinha a obrigação
de ouvi-los (Justiniano). A obrigatoriedade surge na legislação bárbara
germânica.
Lei Aquilia – letalidade dos ferimentos.
3
Promulgação do Código Criminal Carolino (Carlos V) – Médico Perito: impõe
obrigatoriamente à perícia médica antes da decisão dos juizes nos casos de
ferimentos, assassinatos, prenhez, aborto, parto clandestino.
É o primeiro documento organizado de medicina judiciária, determinando o
pronunciamento de médicos antes das decisões judiciais - Parecer Médico. Abordava
temas médicos legais como sexologia, traumatologia e psiquiatria forense. Permitia
a realização de necrópsias em casos de morte violenta.
1521 – necropsiado o cadáver do Papa Leão X, por suspeita de envenenamento.
1575– Escola Francesa – Ambroise Paré – 1º livro de Medicina Legal no mundo
ocidental – Pai da Medicina Forense
Estrangeira - desde o fim do período colonial até Souza Lima assumir a cátedra
de Medicina Legal da faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
1832 - As escolas médico-cirurgicas do rio de janeiro e Bahia são transformadas em
faculdades oficiais, contendo a cadeira de Medicina Legal.
4
De transição - com Souza Lima – o ensino da Medicina Legal assume caráter
prático
Teve como discípulos Afrânio Peixoto (exerceu no Rio de Janeiro) e Oscar Freire
(organizou a Medicina Legal em São Paulo na Faculdade de Medicina de São Paulo).
A ele se atribui a criação da autentica escola brasileira da especialidade.
5
A MEDICINA LEGAL COMO ESPECIALIDADE
Existem três modalidades de exercício da medicina:
a) Medicina curativa.
b) Medicina preventiva.
C) Medicina legal.
Peritos– Todo técnico, que por seu conhecimento e aptidão à determinada área
do conhecimento, analisa e interpreta fatos com o objetivo de esclarecer à Justiça.
Campo de atuação:
PERÍCIAS E PERITOS
PROVA:
7
São os meios pelos quais a inteligência busca a conquista da verdade (Vicente
de Azevedo).
PERÍCIA
8
Perícias em cadáveres – identificação, realidade da morte, cronologia da morte,
causa da morte, exames toxicológicos das vísceras e outros complementares,
necropsia em mortes violentas e suspeitas.
CREDIBILIDADE DA PERÍCIA
O juiz aceitará a perícia por inteiro ou em parte, ou não a aceitará em todo,
podendo nomear outros peritos para a realização de novo exame. Art 182 do CPP e
art 436 do CPC.
PERÍCIA CONTRADITÓRIA
Quando os peritos chegam a conclusões diferentes sobre o mesmo assunto.
Quando isso ocorre 02 soluções são apresentadas, tanto em matéria civil como penal.
FALSA PERÍCIA
PERITOS
São os especialistas, técnicos especializados, dotados de profundos
conhecimentos técnicos e práticos do ramo a que se dedicam. São profissionais
legalmente habilitados nas mais diversas áreas do conhecimento humano (medicina,
odontologia, engenharia, física, bioquímica).
São os peritos que têm por missão realizar exames, cujos resultados são de
interesse num processo. O perito não defende nem acusa. Sua função limita-se a
9
verificar o fato, indicando a causa que o motivou. Deve proceder a todas indagações
que julgar necessárias, devendo consignar, com imparcialidade todas as
circunstâncias, sejam favoráveis ou não ao acusado.
TÍTULO VII
DA PROVA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 155. No juízo penal, somente quanto ao estado das pessoas, serão
observadas as restrições à prova estabelecidas na lei civil. (Vide Lei nº 11.690, de
2008)
“Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
10
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer; mas o juiz poderá,
no curso da instrução ou antes de proferir sentença, determinar, de ofício,
diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Vide Lei nº 11.690, de
2008)
“Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado
ao juiz de ofício:
Art. 157. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova. (Vide
Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
§ 4o (VETADO)
CAPÍTULO II
11
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de
corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 159. Os exames de corpo de delito e as outras perícias serão feitos por
dois peritos oficiais. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº
11.690, de 2008)
§ 1o Não havendo peritos oficiais, o exame será realizado por duas pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, entre
as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame. (Redação dada
pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
“Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito
oficial, portador de diploma de curso superior.
12
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser
fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a
qualquer hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se
os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes
daquele prazo, o que declararão no auto.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade
policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do
ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a
infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado
das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com
fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.
14
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a
infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado
das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com
fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
15
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os
exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se
estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita
por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a
escrever.
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo
deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa
nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao
diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos peritos.
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que poderá
ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos os peritos.
16
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo,
no todo ou em parte.
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o
disposto no art. 19.
DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS
RELATÓRIOS
AUTOS
LAUDOS
PARECERES
ATESTADOS
RELATÓRIOS
17
Perícia - “É toda sindicância promovida por autoridade policial ou judiciária,
acompanhada de exame, em que, pela natureza do exame, os peritos são ou
devem ser médicos” (SOUZA LIMA).
É uma peça ou documento sempre de caráter oficial.
Perícia Médico-Legal: conjunto de procedimentos médicos e técnicos que tem como
finalidade o esclarecimento de um fato de interesse da Justiça.
Tipos de Documentos:
1 - AUTO:
É o relatório ditado ao escrivão logo após o exame feito (perícia)
pelos legistas.
2 - LAUDO:
É redigido pelos peritos, após a realização do exame pericial, que
fazem uma descrição minuciosa, concluem e respondem aos quesitos.
18
Traduz o resultado de uma perícia.
2 - QUESITOS
São perguntas formuladas pela autoridade requerente (foro criminal) e
pelas partes (foro cível)
No foro criminal os quesitos, em geral, são oficiais, havendo quesitos
próprios para os diversos tipos de perícias. Podem ser solicitados quesitos
acessórios ou suplementares.
3 - HISTÓRICO
É a apresentação breve dos fatos geradores da perícia.
Deve conter:
Data, hora e local da realização do exame;
Natureza do evento: agressão, acidente,...;
Local e tipo de atendimento médico, tempo de internação
4 - DESCRIÇÃO
É o “Visum et Repertum”, a exposição precisa, fiel e minuciosa dos
elementos colhidos no decorrer do exame, tal qual se apresentam, livre de
qualquer suposição ou conclusão. Pode conter resultados de exames
laboratoriais, descrição de radiografias,...
19
Não se deve omitir ou acrescentar nenhum dado.
EXAMES LABORATORIAIS,
RADIOGRÁFICOS, RESSONANCIAS, TOMOGRAFIAS.
FOTOGRÁFICOS,
MODELOS E PEÇAS PROTÉTICAS (Odontologia).
Não deve ensejar jamais diferenças com outros examinadores. Os fatos
descritos de forma objetiva são a base sobre a qual se assentarão as partes
restantes do relatório médico legal.
É a parte mais importante do relatório médico legal.
5 - DISCUSSÃO
É a interpretação dos fatos descritos, fazendo diagnósticos,
prognósticos, quando possível.
Podem ser acrescentados pareceres de outros profissionais e
fundamentações doutrinárias.
Visa à resposta aos quesitos (necessidade de se vincular a abordagem às
perguntas formuladas).
6 - CONCLUSÃO
Compreende a síntese do laudo e seus anexos, visando justificar a
resposta aos quesitos. Usualmente agrupada à Discussão.
20
PRAZOS LEGAIS
Foro cível: - o juiz fixará o prazo para a entrega do laudo.
Para os assistentes o prazo é de até 10 dias após a apresentação
do laudo.
PARECER
FÁVERO - “é um documento particular pedido a quem tenha competência
especial no assunto, que independe de qualquer compromisso legal e que é
aceito ou faz fé pelo renome de quem o subscreve”.
É a resposta a uma consulta formulada à pessoa, comissões de
profissionais ou uma sociedade científica sobre fatos referentes à questão a ser
esclarecida.
ATESTADOS
21
É um documento particular em que se firma a veracidade de um fato e
suas conseqüências.
Para cumprir os objetivos legais, o Atestador deverá obedecer as
condições:
1. ter praticado o ato (exame, consulta, intervenção cirúrgica, biópsia,
radiografia, etc.);
2. estar legalmente habilitado para o seu exercício profissional;
3. não estar suspenso por decisão judicial, do exercício profissional por força
de penalidade;
4. não estar sujeito à interdição temporária de direitos;
5. não estar suspenso do exercício profissional por força de penalidade imposta
pelo respectivo Conselho Profissional.
Atestados clínicos
Tem múltiplas finalidades, entre as quais certificar condições de
sanidade ou enfermidade, consequências de intervenções cirúrgicas,
impossibilidade de comparecimento ao trabalho por determinado número de
dias.
São sempre fornecidos a pedido do interessado, com exceção dos de
sanidade (interesse para admissão trabalhista).
22
Incluem-se as doenças profissionais e aquelas produzidas em virtude de
condições especiais de trabalho (art. 169 da CLT).
23
QUEM PODE ATESTAR?
Médicos
Cirurgiões-dentistas – DENTRO DO SEU CAMPO DE COMPETÊNCIA
ATESTADO FALSO
Quando o fato atestado não corresponde à veracidade dos fatos.
atestado médico falso - artigo 302 do C.P.B.
atestado odontológico falso - artigo 299 do C.P.B. - Falsidade Ideológica.
IDENTIFICAÇÃO
IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO
Processo de Identificação:
Primeiro registro
Segundo registro e comparação
Métodos de identificação:
Fotografia
24
Tatuagens
Retrato falado
Estigmas
Antropometria
Associação de métodos
Arcada dentária
Dactiloscopia
Papiloscopia
É a ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas
existentes na palma das mãos e na sola dos pés, mais conhecida pelo estudo das
Impressões Digitais.
Papiloscopista
É o nome dado ao profissional da Papiloscopia. Especialista em identificação,
desde a coleta dos vestígios papilares até o arquivamento.
As papilas dérmicas são formadas por cristas papilares e sulcos
interpapilares e se formam por volta do 6º mês de vida intra uterina, permanecendo
imutáveis por toda a vida, até a putrefação.
As cristas papilares estão separadas umas das outras pelos sulcos
interpapilares, numa distância de dois a sete décimos de milímetro.
Tipos fundamentais
26
Presilha externa: é o datilograma com um delta à esquerda do observador,
apresentando linhas que, partido da direita, curvam-se e voltam ou tendem a voltar
ao lado de origem, formando laçadas. É representado pela letra E para os polegares
e o número 3 para os demais dedos.
Subtipos:
Cicatriz: símbolo X, classifica-se como 8º tipo quando não for possível determinar
o tipo fundamental da impressão devido a deformidade causada.
27
Fórmula Dactiloscópica
Formula Dactiloscópica = Mão direita - Série
Polegar Demais Mão esquerda- Seção
dedos
Polegar Demais Dedos
Verticilo V 4 Direita Fundamental Divisão
Presilha E 3 Esquerda Subclassificação Subdivisão
Externa
Exemplo: A 2443
Presilha I 2 I 2221
Interna
Arco A 1
Amputação 0 0
Inqualificável X X
1- Ponto - Como o próprio nome sugere, é como um ponto final de uma frase
escrita que se encontra entre duas linhas.
2- Ilha ou Ilhota - É pouco maior que um ponto e se caracteriza por ser o menor
pedaço de linha da impressão digital, medindo aproximadamente de dois à quatro
pontos de comprimento.
3- Cortada - É um pedaço pequeno de linha de duas à quatro vezes maior que uma
"ilha"
28
5- Bifurcação - Quando se analisa uma impressão, faz-se observando-a
circularmente no sentido horário tomando-se como base do raio (ou ponteiro) a
parte mais central do desenho. Feito isso, conclui-se que, as linhas que se seguem
nesse sentido e abrem-se em duas outras formam uma Bifurcação.
9- Lago ou Encerro - Esse ponto é formado por uma abertura da linha e seu
fechamento logo em seguida, formando com isso uma espécie de "bolha" na linha.
Possibilidade de repetição:
29
Com 4 tipos fundamentais e pontos característicos = acima de 10 quatrilhões
Estabelecimento da identidade
12 pontos
30
Impressões em locais de crime
Visíveis ou entintadas : quando as impressões são deixadas visíveis no local por ter
o agente manuseado substâncias como tinta, sangue, graxa, sujeira etc. sendo fácil
sua localização tendo no entanto o perito que fotografá-las para o estudo que se fizer
necessário.
Latentes: São as impressões mais comuns por serem produzidas por substâncias
segregadas pelo próprio corpo do agente como suor e gorduras.
31
IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL: ANTROPOLOGIA
Espécie
Sangue
Provas genéricas:
De orientação:
Reação de Adller: (benzidina + acido acético + H2O2 ) = azul intenso
Reação de Amado Ferreira: (benzidina + acido láctico + H2O2) = verde
bandeira
Reação de Kastle Meyer ou Kastle Scheeds Meyer (fenolftaleina + potassa) =
vermelho fucsina
Reação de Van-Deen (solução alcoolica de tintura de guaiaco) = azul claro
De certeza:
Espectroscopia – espectro de absorção da hemoglobina (faixa) nas raias de
Fraunhofer.
Cristais de Teichmann (acido acético a quente + NaCl) = cristais de hemina
(cloridrato de hematina) = cristais romboédricos de cor havana – chocolate.
Cristais de Hemocromogênio: (soda + piridina + glicose + H2O) = cristais
arborescentes alaranjados.
Provas Especificas:
Uhlenhuth – albumino reação com soro anti humano ou soro de cada espécie
animal
Coombs – anti globulina humana (soro de Coombs)
Provas Individuais
ABO
MN
Rh
Esperma
Ossos
Pelos
Prova Química:
Alfa-naftol – trata-se o fio pelo acido sulfúrico e junta-se Alfa-naftol, cor
violeta e dissolução completa = fibra vegetal; caso contrario pelo animal.
Timol – água, timol e o fio, se for algodão = violeta.
Raças
Caucásica Mongolóide Negra
Jacquart 76,5º 72º 70,3º
Cloquet 62º 59,4º 58º
Curvier 54º 53º 48º
Sexo
Biológico – cromossomial, gonadal, cromatínico, genitália interna e externa.
Jurídico
Psíquico (identificação do próprio indivíduo)
Médico Legal: Cadáver (putrefeito, carbonizado, etc) – restos de órgãos
identificadores (útero, ovário, próstata); Corpúsculo de Barr.
Esqueletizado.
Crânio
Tórax
Homem = cone invertido
Mulher = ovóide
Pelve
Idade
Idade Fetal: aspecto morfológico, pela estatura e pelos Raios X (Tabela de
Told).
Crescimento fetal: 6,0 cm no 1º trimestre e 5,5 do 4º mês em diante.
Recém nascido: 48 a 50 cm de estatura e de 3000 a 3500g de peso
35
Ponto de Béclard – núcleo de ossificação da epífise distal do fêmur
que aparece no 9º mês de vida intra uterina.
Núcleos de ossificação
Soldadura das epífises (cartilagem de crescimento)
Estatura
38
Classificação das Energias - são classificadas através de seus agentes.
É imprescindível o estabelecimento do nexo causal (relação causal relação
necessária e suficiente que une a causa ao seu efeito) entre a lesão e o agente. Na
verdade é através das características da lesão é que vamos conhecer o instrumento
que a provocou.
FÁVERO considera sete grupos de energias capazes de produzir lesões
corporais e morte: mecânicas, físicas, químicas, físico-químicas, bioquímica,
biodinâmica, mistas.
Outra classificação bastante didática é a do Departamento de Medicina Legal
da Faculdade de Medicina Legal da USP, que analisa as energias como sendo: de
ordem física, de ordem química, de ordem biológica, de ordem psíquica e de ordem
mista.
39
Temperatura –
1. exposição ao frio,
2. exposição ao calor:
difuso: provocando insolação ou intermação;
direto: queimaduras (1º, 2º, 3º e 4º graus)
Eletricidade
1 - Natural -
fulguração (são as lesões),
fulminação (quando ocorre a morte). Observa-se os sinais de
Lichtenberg - figura arboriforme ou dendrítica)
2 - Industrial -
eletroplessão (ocorre a descarga sobre o organismo sem ocorrer a
morte).
eletrocussão (morte causada por descarga elétrica).
Marcas elétricas de Jellinek (queimaduras nos locais de entrada e saída da corrente.
São lesões secas, endurecidas, sobrelevadas, não sangram e são insensíveis)
Radioatividade - raios alfa, beta e gama (os R.X. pertencem a este grupo). É rara,
a não ser em ambientes especializados.
Radiações Não Ionizantes - luz, som
40
São as substâncias como os venenos. “Veneno é toda substância mineral ou
orgânica que ingerida, ou aplicada no seu exterior, sendo absorvida, determine a
morte, ponha em perigo a vida ou altere profundamente a saúde”. Ex. -
medicamentos, produtos químicos (raticida, formicida, cianeto, potássio, inseticidas,
etc.)
Por sufocação
Direta - asfixia por obstrução das vias ou dos orifícios aéreos (saco plástico, objetos
nas vias).
Indireta - alteração da dinâmica respiratória por impedimento dos movimentos
respiratórios.
41
2. Por distúrbio do meio ambiente
Oxiprivas - Gases inertes. Substituem o oxigênio existente.
Confinamento
Soterramento - substitição do meio aéreo por meio sólido, ou semi-sólido.
Afogamento - substitição do meio aéreo por meio líquido.
42
INSTRUMENTOS MECÂNICOS
1) Perfurantes.
2) Cortantes. PUROS
3) Contundentes.
4) Pérfuro-cortantes.
5) Corto-contundentes MISTOS
6) Pérfuro-contundentes.
MECANISMO DE AÇÃO
Agente ativo.
Agente passivo.
Agente misto.
4 – Modo de Ação
5 – Características da Lesão
43
6 – Designação da Lesão
Punção.
Perfuração.
Punctura.
Ferimento punctório.
4 – Modo de Ação
5 – Características da Lesão
Forma - navicular.
Bordas – lisas e regulares.
Ângulos – Duas caudas: Entrada curta e profunda.
Saída longa e superficial.
Dimensão – Extensão maior que profundidade.
Hemorragia – profusa
6 – Designação do Ferimento
44
LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTE CONTUNDENTE
2 – CATEGORIAS
metal etc.
Modo de ação;
Intensidade da força;
Natureza do instrumento:
Região do corpo atingida.
6 – TIPOS DE LESÃO
45
a) Rubefação ou eritema traumático – é a vermelhidão que aparece na pele
por simples alteração vasomotora da região atingida. Sua duração é de, no
máximo, duas horas. É a mais leve e transitória de todas as lesões
decorrentes de ação contundente. Ex.: bofetada.
b) Edema traumático – É um aumento de volume do local atingido por
extravasamento de líquido (denominado transudato), popularmente
chamada de “inchaço”.
c) Equimose – é uma lesão decorrente da infiltração sangüínea nas malhas
dos tecidos por rompimento de pequenos vasos sangüíneos. Podem
apresentar a forma do instrumento que a produziu ( fivela de cinto,
cassetete, etc.), estender-se por grandes áreas ( descer até as mãos numa
contusão de ombro). A hemoglobina infiltrada no tecido passa por
transformações químicas que vão, com o tempo, mudando sua coloração.
Essa mudança de coloração recebe o nome de “espectro equimótico” que
possui grande importância médico legal na estimativa do tempo decorrido
entre a lesão e o momento do exame. As cores do espectro equimótico são:
vermelho, violáceo, azulada, esverdeada, amarelada, para em seguida
voltar à cor
d) natural da epiderme vizinha. A mudança de cor se faz da periferia para o
centro da contusão.
46
6.2 – ESCORIAÇÃO OU ABRASÃO
47
Agente Exemplo características modo de ação característica da lesão Lesão
morfológicas
Perfurante agulha, ponteagudo, ter pressão sobre um ponto, relação extensão/profundidade punctória
prego ponta, ser rígido divulsão dos tecidos (REP) - pequena extensão,
grande profundidade (P>E)
Cortante bisturi, ter gume, fio pressão+deslizamento. REP - extensão maior que a incisa
lâmina de Produz secção uniforme das profundidade (E>P)
barbear fibras do tecido.
Contundente pedra, tijolo, agente com pressão, impacto sobre a podem ser superficiais ou contusa (abrasiva ou
pau superfície plana superfície profundas escoriação, lácero-
ou romba contusa e impressão
cutânea)
Pérfuro- faca, tesoura possui pressão+deslizamento REP - pérfuro-incisa
cortante gume+ponta profundidade>extensão(P>E)
Pérfuro- projétil de pressão+impacto (associado à REP - P>E (observa-se contusã pérfuro-contusa
contundente arma de fogo velocidade) nas bordas da lesão.
corto- machado, gume+massa pressão+força do impacto REP - grande profundidade e corto-contusa
contundente foice, enxada extensão
48
LESÕES POR PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO
LESÃO DE ENTRADA
Depende da distância do disparo
O projétil atua por pressão em uma superfície.
50
Zona de chamuscamento – trata-se de uma orla de queimadura resultante
da chama que atinge a pele.
5) Tiro de contato –
51
TRAJETO
ORIFÍCIO DE SAÍDA
BALÍSTICA FORENSE
Classificação:
52
Balística terminal – do impacto a transfixação.
Tipos:
a) De repetição – revólver
b) Semi-automática – Pistola
c) Automática – metralhadora, fuzil - dedo direto no gatilho.
Revólver – É uma arma de fogo que se caracteriza por ter um só cano raiado,
várias câmaras de combustão dispostas paralelamente ao eixo comum em um
cilindro chamado tambor que gira em torno deste eixo apresentando
sucessivamente ao cano no exato alinhamento deste ao percutor sendo acionado
o mecanismo de disparo.
53
7) A parte posterior do cano é lisa e neste espaço que se verifica o “vôo livre do
projétil”;
8) Vencido este espaço, o projétil chega a parte raiada do cano e é freada sua
corrida;
9) Com a alma do cano destruída pelo projétil, aumenta a pressão dos gases e a
temperatura;
10) Não encontrando os gases a passagem, eles refluem e no revólver podem
atingir a mão do atirador;
11) Com o aumento da pressão, é superada a inércia e a resistência oferecida
pelas raias e o projétil então inicia um movimento rotatório em torno de seu
eixo longitudinal;
12) Aumentada a pressão, o projétil continua sua marcha pela boca do cano;
13) Nesta ocasião, com a carga propulsora toda queimada, o projétil chega a
boca do cano precedido pelos gases (vento balístico).
Balística do exterior:
54
Balística terminal:
Tipos de calibre:
Raias – São escavações feitas no interior do cano por meio de uma fresa chama
brochadeira, que tem como finalidade dar ao projétil um movimento rotatório em
torno de seu eixo longitudinal, para ele vencer a resistência do meio ambiente e
facilitar sua penetração no alvo.
Direita – Dextrógeras
Esquerda – Sinistrógeras
55
automáticas, na base do estojo dos cartuchos de caça e finalmente na comparação
das irregularidades existentes no corpo do projétil tendo em vista outro obtido
com disparo feito pela arma suspeita.
56
indispensável a constituir verdadeiramente um dano à integridade corporal ou
à saúde.
Danos superficiais aos tecidos – ex: ferimentos em tecidos moles, escoriações,
hematomas, equimoses, contusões, edemas, luxações, fraturas dentárias de
pequena extensão, entre outros.
Lesões de menor monta que não comprometam as funções de caráter
permanente e que não acarretem maiores riscos ou recuperação demorada.
II – PERIGO DE VIDA
Probabilidade grave e imediata de morte, mesmo que por um breve período.
Perigo deve ser atual, sério, efetivo, nunca remoto.
O perigo de vida deverá resultar da lesão corporal.
Pode apresentar-se logo após o ferimento, ou depois de horas, ou dias, e
cessar, com ou sem tratamento.
57
Pode ser decorrente de efeito imediato da lesão, ou como conseqüência
direta da lesão, podendo ser mais ou menos tardia, ou ainda, por ação de
um processo patológico que dela se tenha desenvolvido.
Ex. hemorragia de vaso calibroso, estado de choque, traumatismo
crânioencefálico, perfuração de vísceras nobres com intensa hemorragia, certas
queimaduras, infecções.
IV - ACELERAÇÃO DE PARTO
Antecipação.
Parto ocorrido antes do término da gestação, em conseqüência do
traumatismo (parto antecipado ou prematura).
É necessário que o produto da concepção venha à luz com vida e
sobreviva
58
Ocorrendo a antecipação independe o período de incapacidade.
II – ENFERMIDADE INCURÁVEL
59
Possibilidade de tratamentos penosos e temerários que a vítima não possa ou
não queira se submeter: o esforço do ofendido não deve resultar em benefício
do ofensor
Permanente: deve persistir por duração indefinida, não sendo possível prever
se findará
IV – DEFORMIDADE PERMANENTE
Escola do aleijão
Escola de danos mínimos
Escola intermediária
60
Aspecto Objetivo Aspecto Subjetivo
IV - ABORTO
Abortamento
Morte fetal ou sua expulsão e morte conseqüente como resultado do dano
(agressão à integridade física ou à saúde da mãe)
61
ASFIXIAS
SINAIS E SINTOMAS
EXAME CADAVÉRICO
Sinais externos
Não há sinais patognomônicos de asfixia.
Estes são sinais característicos, inconstantes de valor relativo, que
associados a outros elementos, servem para o diagnóstico.
62
a) cianose da face - é freqüente no estrangulamento e na esganadura e na
compressão torácica. É a chamada máscara equimótica.
b) espuma - freqüente nos casos de submersão. Possui aspecto semelhante
a um cogumelo sanguinolento exteriorizado pela boca e nariz. Se forma
devido a entrada de líquido nas vias aéreas e por expulsão do ar e muco
;
c) projeção da língua - juntamente com a exoftalmia não são sinais gerais
da asfixia, porém são comuns no enforcamento e no estrangulamento,
em que apresenta coloração escurecida.
d) equimoses externas - descritas por Engel em 1854. São presentes na
pele e nas mucosas exteriores, freqüente no estrangulamento e na
esganadura. Na pele são pequenas e arredondadas distribuídas,
especialmente, nas pálpebras, pescoço, face e tórax. Na mucosa são mais
evidentes na palpebral e ocular
e) livores cadavéricos - geralmente escuros e precoces nas asfixias
mecânicas em geral. Em casos de submersão podem ter coloração rósea
e vermelho viva, quando o agente é óxido de carbono
a) características do sangue:
geralmente líquido;
coloração escura devido à falta de oxigênio. Nos casos de envenenamento por
monóxido de carbono (CO) a coloração é vermelha viva e nos casos dos
afogados que ingeriram grande quantidade de líquido a coloração é rosada;
fluidez.. Raramente encontram-se coágulos frouxos de coloração vermelho
escuro.
b) Equimoses viscerais
equimoses viscerais superficiais
São também chamadas de petéquias ou manchas de Tardieu. São
freqüentes em quase todos os tipos de asfixias.
As petéquias ou manchas de Tardieu são de coloração vermelho intenso,
violáceo, puntiformes, do tamanho de um alfinete a uma lentilha, situadas em
geral, recobrindo a superfície pleural, pericárdio, no pericrânio, no timo (recém-
nascidos). e mais raramente na superfície do fígado, intestino, meninges, baço etc.
Podem ser pouco freqüentes, em número de três ou quatro ou mais numerosas,
podendo até recobrir o órgão, principalmente o pulmão.
As manchas de Paltalf são equimoses viscerais nos pulmões dos afogados
63
equimoses da mucosa - mais freqüentes nas mucosas das vias respiratórias, do
ouvido médio, do estômago até o duodeno.
equimoses do tecido celular profundo - equimoses periaórticas, no
mediastino, sobre a abóboda craniana, periósteo.
c) Congestões viscerais
64
Classificação Médico Legal das Asfixias
Enforcamento.
Estrangulamento.
Esganadura.
Típica.
Atípica.
Direta.
Indireta.
Confinamento
Gases Inertes
B - Soterramento
C – Afogamento
65
ASFIXIAS POR ALTERAÇÃO DA DINÂMICA RESPIRATÓRIA:
ENFORCAMENTO
A - Sinais externos
66
5 - Língua protusa em alguns casos.
6 – Hipostases localizam-se na metade inferior do corpo, mais
intensamente na extremidade dos membros inferiores.
B - Sinais internos:
67
ESTRANGULAMENTO
A - Sinais externos:
B - Sinais internos:
1 - Sinais gerais de asfixia.
2 – Congestão do cérebro e das meninges.
3 – Equimoses das pálpebras e das conjuntivas.
4 - Hemorragias dos músculos cervicais.
5 - Lesões de cartilagens cervicais e osso hióide (raras).
6 – Sinal de Friedberg.
7 – Sinal de Amussat (raro).
68
ESGANADURA
A - Sinais externos :
B - Sinais internos:
69
SUFOCAÇÃO
Sufocação Direta -
Oclusão criminosa
A necrópsia poderá apurar fratura dos arcos costais, lesões e roturas dos
pulmões, além dos sinais gerais de asfixia.
70
Asfixias Oxiprivas :
Gases tóxicos -
Soterramento - Ocorre quando o meio gasoso (ar) foi substituído por meio sólido
(terra, areia, farinha, etc.). Freqüente nos desabamentos, avalanches (acidental).
71
Exame interno: presença de material pulverulento ou sólido, como terra,
farinha, cal, gesso no esôfago, estômago, brônquios, traquéia. É a confirmação do
diagnóstico de lesão intra vitam, pois indica que a vítima respirou e viveu durante
algum tempo após o soterramento.
AFOGAMENTO
É o tipo de asfixia, na qual ocorre a troca do meio gasoso por meio líquido,
impedindo a troca gasosa necessária à respiração.
Há penetração de grande quantidade de líquido nos pulmões através das
vias respiratórias (não especificamente a água)
Afogamento Incompleto
Para ocorrer o afogamento não é necessário que o corpo do indivíduo esteja
totalmente submerso, podendo ocorrer em áreas de pouca profundidade
como banheiras. No entanto, algum outro fator que não a profundidade
deverá impedir a vítima de inspirar fora do meio líquido (freqüente ação
criminosa).
Afogamento Completo
O corpo da vítima deve estar totalmente submerso.
TIPOS DE AFOGAMENTO
Fases do afogamento
72
ingestão abundante de água. Na necrópsia encontra-se líquido no estômago
e nas alças iniciais do intestino delgado.
3 – Fase da aspiração
Como resultante da perda da consciência ocorre a aspiração líquida,
invadindo os alvéolos pulmonares.
Diagnóstico de afogamento
A - Sinais externos:
B - Sinais internos :
73
2 - Enfisema aquoso dos pulmões (aumentados em volume e
peso). Apresentam consistência de esponja molhada, aerada,
porém firme, com coloração cinza avermelhada mais escura
no afogado em água salgada e mais clara no afogado em água
doce.
3 - Manchas de Paltauf (equimoses das superfícies pulmonares
que podem ser vistas macroscopicamente) no parênquima
pulmonar.
4 - Estômago repleto de líquido (resultante da ingestão na fase
de luta. Não é sinal patognomônico de afogamento, mas é um
dado muito importante no diagnóstico deste tipo de morte).
5 - Sinais gerais de asfixia.
6 - Ausência de lesões traumáticas ou outras que justifiquem a
morte.
C - Laboratório:
74
TANATOLOGIA
Conceito de morte:
Morte celular – ocorre a cessação dos fenômenos vitais celulares, por ação de
agentes patogênicos ou fisiológicos. Pode ocorrer isoladamente ou em grupo
(necrose), nesse caso dependendo da extensão e da localização da necrose pode
ocorrer apenas uma cicatriz, ou a insuficiência funcional, ou a morte de um
organismo como um todo.
Morte do corpo – o corpo é composto por células, que formam tecidos, que
constituem órgãos, que integram aparelhos e sistemas. Cada segmento tem
funções. O corpo pode sobreviver sem algumas de suas funções. Há funções
vitais, que não podem ser suprimidas, sem que resultem na morte do indivíduo.
Podemos citar a respiração e a circulação.
75
Em 1967, na África do Sul foi realizado o 1º transplante cardíaco,
removendo o órgão quando ainda batia, rompendo, assim, uma barreira
conceitual. A partir deste marco o conceito que passou a vigorar foi o de morte
cerebral.
76
Suspeita – verifica-se o aspecto inesperado e súbito da morte que poderá
dificultar o real conhecimento da causa. Pode ser uma doença de evolução
superaguda ou por ex. um suicídio. Deve ser realizada a necropsia para se saber
a real causa da morte.
Ex. Sabe-se que a morte não foi natural, mas não é possível classificar
qual das três formas de morte violenta ocorreu.
Uma causa jurídica pode corresponder a várias causas médicas e que uma
causa médica pode ser provocada por qualquer causa jurídica. Ex. Pode-se
morrer assassinado com um tiro no coração, pulmão, pela ação de outros
instrumentos, ou, ainda, envenenado. Pode-se morrer assassinado, ou de forma
acidental, como também, tratar-se de um suicídio.
77
TANATOGNOSE
Outros sinais:
PERDA DA CONSCIÊNCIA;
IMOBILIDADE,
INSENSIBILIDADE,
78
SINAIS ABIÓTICOS MEDIATOS (OU CONSECUTIVOS)
79
MANCHA VERDE ABDOMINAL – Surge entre 16 e 20 horas após a morte,
indicando o início da putrefação. Localiza-se na fossa ilíaca direita, onde se
localiza o primeiro segmento do intestino grosso, o ceco. A coloração se deve à
formação de hidrogênio sulfurado, que transforma a hemoglobina em
sulfoxihemoglobina.
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS
DESTRUTIVOS –
C) Putrefação
80
Inicia-se após a autólise pela ação de micróbios aeróbios, anaeróbios em
geral, sobre o ceco (porção inicial do intestino grosso onde mais se acumulam
gases) com o aparecimento da mancha verde abdominal, a qual se difunde por
todo o tronco, cabeça e membros com coloração verde enegrecida. A putrefação
depende de vários fatores:
Períodos da Putrefação
81
fauna necrófaga (fauna cadavérica composta de larvas e insetos). Os gases se
evolam, o odor é fétido e o corpo perde gradativamente a sua forma. Seu período
de duração poderá variar de um a vários meses, dependendo das condições de
resistência do corpo e do local da inumação. Termina pela esqueletização.
Mumificação – pode ser total ou parcial. Ocorre quando o cadáver está exposto
em ambiente seco, quente e bem ventilado. A desidratação é rápida e não
umidade adequada para o desenvolvimento das bactérias de putrefação. O corpo
apresenta peso reduzido em até 70%, com pele apergaminhada, de coloração
cinza escurecida, endurecida, assemelhando a couro curtido.
82
decorrentes de intoxicação por fósforo e álcool. As condições ambientais são
necessárias para o aparecimento do fenômeno.
NECROSCOPIA
A - inspeção externa – exame das vestes (cor, forma manchas, inscrições, ...), dos
objetos que acompanham o cadáver. Após a remoção das vestes passa a descrever
as características identificatórias (sexo, cor, estatura, idade aproximada, biótipo,
sinais característicos, impressões digitais), os sinais de morte observados e
descrição detalhada de cada parte do corpo (cabeça, pescoço, abdômen, membros,
órgãos genitais) descrevendo os sinais de violência que porventura encontrar.
83
Quesitos do exame tanatológico
1º Houve morte?
Dispositivos legais:
Art. 162: A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo
se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feitas
antes daquele prazo, o que declararão no auto.
84
SEXOLOGIA FORENSE
Direito Civil
Impedimentos matrimoniais:
Públicos – tornam o casamento nulo:
Há o impedimento entre ascendentes e descendentes de parentesco legítimo
ou ilegítimo, natural ou civil, e colaterais até 3º grau. (pais e filhos – 1º
grau; avós e netos e irmãos – 2º grau, tios e sobrinhos – 3º grau; primos –
4º grau).
Nos casos de pessoas já casadas
85
coação e rapto (se o casamento ocorrer enquanto a raptada estiver em poder
do raptor).
A idade – Maioridade Civil aos 18 anos conforme legislação atual. São
incapazes de consentir os menores de 14 anos.
Casos de erro essencial
Proibitivos: por viuvez ou separação legal da mulher até dez meses depois
do início da viuvez ou da dissolução da sociedade conjugal, salvo se antes de findo
esse prazo der à luz algum filho. A finalidade dessa proibição é evitar que a um
filho tenha sua paternidade posta em dúvida – direitos sucessórios.
Investigação da Paternidade
Provas de filiação
Não genéticas
Genéticas
Não sanguíneas – caracteres hereditários;
Sanguíneas – sistema ABO, MN, MNSs, Rh, HLA e atualmente o DNA
86
Direito Penal
Compreendem as perturbações da sexualidade que podem chegar a
constituir perversões, e não raras manifestações de alteração mental do
indivíduo que passa a ter comportamento imoral e cometer atos anti-sociais e até
cometer violência sexual com a prática de delitos como o estupro, o atentado
violento ao pudor, a corrupção de menores. É certo que existe uma correlação
entre os transtornos do instinto sexual e os delitos citados. Dessa forma iremos
mencionar os distúrbios da identidade sexual.
Perturbações da Sexualidade
Transvestismo;
Fetichismo;
Homossexualismo;
Transexualismo.
Outras perturbações: sadismo, masoquismo, sadomasoquismo, erotismo
(ninfomania e satiríase, priapismo), vampirismo (necrofilia, necrosadismo),
mixoscopia, zoofilia ou bestialidade,
87
HOMOSSEXUALISMO – é uma inversão sexual que se caracteriza pela atração
sexual por pessoas do mesmo sexo. Pode ser masculino ou feminino. O
homossexualismo é conhecido também como pederastia, sodomia e uranismo. O
homossexualismo feminino é conhecido como safismo, lesbianismo, tribadismo.
O homossexualismo.
88
Inversões – além do homossexualismo, exemplificamos:
Topo inversões - formas ectópicas de cópulas (felação, cunilíngua
(freqüentes em crimes de atentado violento ao pudor e corrupção de
menores).
Crono inversão – preferências sexuais por pessoas com diferença de idade
significativa.
Cromo inversões – preferência sexual por pessoas de outra cor. Não deve
ser considerada alteração a não ser que resulte em estupros.
Erotismos – a freqüência com que se manifesta o desejo sexual depende de
fatores individuais, da idade, de condições de normalidade física e mental, da
fadiga, do estimulo que emana do parceiro, entre outros. Há situações
consideradas patológicas como o exagero da manifestação sexual:
Ninfomania – sexo feminino;
Satiríase – sexo masculino.
Priapismo – ereção persistente. Não há o desejo sexual. Os casos de
estupro resultante desta alteração resultam, muitas vezes, na necessidade
que o indivíduo tem de se livrar do sofrimento físico causado pela ereção,
bem como o leva a praticar seguidas masturbações, às vezes em público.
Vampirismo – caracteriza o crime de vilipêndio ao cadáver.
Necrofilia – quando há a cópula com cadáver;
Necrosadismo – há a mutilação do cadáver para a excitação sexual.
Mixoscopia – satisfação sexual obtida pela contemplação do ato sexual.
Zoofilia ou Bestialidade – prática sexual com animais. Poderá caracterizar
ultraje público.
89
física e violência efetiva psíquica (vítima embriagada, anestesiada, ação de
drogas).
VIOLÊNCIA PRESUMIDA
Incapacidade de consentir – menor de 14 anos, alienações mentais,
oligofrenia;
Incapacidade de resistir – impossibilidade de oferecer resistência: perda
da consciência, embriaguez (alguns autores consideram violência efetiva
psíquica), deficiência motora.
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém,
mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de
vontade da vítima:
"Assédio sexual
90
Art. 216-A. ....................................................................
..............................................................................................
"CAPÍTULO II
"Ação penal
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se
mediante ação penal pública condicionada à representação.
"CAPÍTULO V
EXPLORAÇÃO SEXUAL
.............................................................................................
91
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge,
companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se
assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
..................................................................................." (NR)
..................................................................................." (NR)
"Rufianismo
.............................................................................................
92
§ 2o A pena é aumentada da metade se:
93
Art. 3o O Decreto-Lei no 2.848, de 1940, Código Penal, passa a vigorar
acrescido dos seguintes arts. 217-A, 218-A, 218-B, 234-A, 234-B e 234-C:
"Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de
14 (catorze) anos:
§ 2o (VETADO)
94
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de
18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste
artigo;
CAPITULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS
Aumento de pena
I - (VETADO);
II - (VETADO);
"Art. 1o ............................................................................
..............................................................................................
...................................................................................................
..................................................................................." (NR)
95
"Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos,
com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas
ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de
bate-papo da internet.
Art. 7o Revogam-se os arts. 214, 216, 223, 224 e 232 do Decreto-Lei no 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, e a Lei no 2.252, de 1o de julho de
1954.
Tarso Genro
Outros crimes:
Art. 215 - Posse sexual mediante fraude (honesta)
Art. 216 - Atentado ao pudor mediante fraude
Art. 216 – A - Assédio Sexual
Art. 217 – Sedução (revogado)
Art. 218 – Corrupção de menores
Art. 219 –Rapto violento ou mediante fraude (revogado) até Art. 222.
96
ASPECTOS MÉDICO-LEGAIS DA CONJUNÇÃO CARNAL
97
ASPECTOS MÉDICO LEGAIS DA GRAVIDEZ
c) exames complementares
Método de imagem – ultra-som por ser inofensivo ao embrião (antigamente se
usava raios X). Permite a visualização do saco gestacional a partir da 5ª semana
e do embrião na 7ª ou 8ª semana.
Métodos imunológicos – pesquisa de hormônios (gonadotrofina coriônica) na
urina e no sangue.
98
Não deve ser esquecida a necessidade desses exames nos casos de
simulação, dissimulação da gravidez, bem como nos casos de ignorância da
gravidez (ex. alienação mental).
A gravidez dura, sob o ponto de vista obstétrico 280 dias (40 semanas),
contados a partir do 1º dia da última menstruação, podendo ser considerada uma
gravidez normal de 37 a 42 semanas. Considera-se o prazo mínimo para para
que um feto seja considerável viável 196 dias e o máximo 294 dias (os limites
legais, conforme os art. 338 e 183, IX do CC são 180 e 300 dias,
respectivamente).
Parto e Puerpério
Parto - processo pela qual há a expulsão do feto. Pode ser prematuro quando o
feto não é considerado a termo e sim viável. A expulsão do feto antes da
viabilidade será o aborto.
Puerpério – é o período pós-partum até o útero voltar ao seu estado normal,
durando aproximadamente 45 dias.
Importância médico legal do diagnóstico do parto e do puerpério.
Parto recente - colo entreaberto (volta ao normal na 6ª semana), tamanho do
útero, coloração dos lóquios (secreção sanguinolenta que vai se tornando mais
clara, desaparecendo em torno do 12º dia.
Parto tardio – tamanho, forma do útero, forma do colo.
Mulher nulípara -
Mulher primípara e multípara
99
Se foi provocado
Em que época ocorreu
Que outras lesões ocorreram
100
PSIQUIATRIA FORENSE
CONCEITOS BÁSICOS
MEDICINA LEGAL
PSIQUIATRIA FORENSE
Não somente os juristas, como muitos médicos, criticam os psiquiatras pela subjetividade de
seus juízos clínicos já que não podem demonstrar, mediante determinados métodos de exploração, a
101
2ª Valorização dos Testes Psicológicos
3ª Imprecisão do Diagnóstico
4ª Obscuridade da linguagem
102
2º- O examinado se vê privado do direito da livre escolha, mesmo que ele próprio
tenha solicitado o exame..
3º - O exame médico é desviado de sua intenção habitual, terapêutica ou preventiva
1 . HISTÓRICO.
2 . CONCEITOS BÁSICOS.
3 . A PERÍCIA PSIQUIÁTRICA.
a) Direta.
b) Indireta.
A) Direito Penal.
B) Direito Civil.
C) Direito do Trabalho.
D) Direito Administrativo.
E) Direito Militar.
F) Direito Canônico.
G) Criminologia.
103
1 - Direito Penal:
2 - Direito Civil :
3 - Direito do Trabalho :
104
3.1 - Avaliação da capacidade laborativa nos acidentes do traba-
lho com manifestações psiquiátricas.
4 - Direito Administrativo :
5 - Direito Militar :
6 - Direito Canônico :
105
7 - Criminologia:
LEGISLAÇÃO PENAL
Artigo 26
“ ..... a posição do agente perante a lei penal se define, então, nos três
momentos: imputabilidade, culpabilidade e responsabilidade penal.
Imputabilidade, que é a capacidade de entender e de querer; culpabilidade que é
aquele vínculo psíquico suficiente para prender o agente, imputável ao fato, como seu
autor; e responsabilidade, que é o dever jurídico que incumbe ao imputável, culpado
de determinado fato punível, de responder por ele perante a ordem de Direito.” Aníbal
Bruno
106
Sequência do Processo Penal:
1 - Crime.
1 - IDENTIFICAÇÃO.
107
3 - ANAMNESE : - Antecedentes Pessoais.
- Antecedentes Heredológicos.
- Antecedentes Psicossociais.
- Especializado.
- Tomografia computadorizada.
- Radiologia.
- Exames Psicológicos.
- Outros exames.
6 - EXAME PSÍQUICO.
Diagnósticos.
108
8 - RESPOSTA AOS QUESITOS.
1 - IDENTIFICAÇÃO .
INTERNAÇÕES.
TRATAMENTOS REALIZADOS.
Criminologia
109
A criminalidade, suas diretrizes, o grau de sua nocividade social, a
insegurança e a intranqüilidade que ela é capaz de causar à sociedade e a
seus membros;
Os meios capazes de prevenir a incidência e a reincidência no crime através
de uma política de erradicação do marginalismo, da profilaxia e da
recuperação do delinqüente para a sociedade.
110
Classificação de Delinqüentes (FERRI)
3. Habituais – são aqueles que não tendo os caracteres do criminoso nato, são
dotados de fraqueza moral, começando pela prática de um crime ocasional
e por degenerescência mesológica (prisão, miséria, drogas) se corrompem,
praticando crimes semelhantes ao criminoso nato.
111
Para Hilário Veiga de Carvalho a terminologia dos criminosos corresponde à
seguinte denominação:
Mesocriminoso (puro)
Mesocriminoso preponderante;
Mesobiocriminoso;
Biocriminoso preponderante;
Biocriminoso (puro).
Vitimologia
É o campo da criminologia que estuda a figura da vítima na estruturação do
crime.
Para Farias Junior é a parte da Criminologia que estuda:
O comportamento dos delinqüentes em relação às suas vítimas;
O comportamento de suas vítimas em relação aos criminosos;
Até que ponto a vítima concorreu para a produção do crime;
Formas de vitimização:
Individual ► criminoso e vítima
Institucional ► esquadrão da morte
112
Social ► linchamento
Infortunística ► auto mutilação nos acidentes do trabalho
113