Você está na página 1de 45

ESTUDOS CONCURSO

PAI DA CRIMINOLOGIA= Cesar Lombroso (ligado ao positivismo)

Ciência empírica e interdisciplinar que tem como objeto de estudo o crime, o criminoso,
a vitima e o controle social.

PAI DA CRIMINALÍSTICA= Hansgrohe

PAI DA MEDICINA LEGAL= Ambroise Paré

NACIONALIZAÇÃO DA MEDICINA LEGAL NO BRASIL= Raimundo Nina Rodrigues

NO BRASIL

No Brasil, a influência da Medicina Legal francesa foi decisiva, embora não se possa
negar que influenciaram de maneira marcante a alemã e a italiana. Portugal no
passado pouco nos influenciou.

Hoje, no entanto, notáveis são as contribuições da nova escola médico-legal


portuguesa, com os trabalhos de José Antônio Lourenço Lesseps (Lisboa), José Eduardo
Lima Pinto da Costa (Porto) e Duarte Nuno Pessoa Vieira e Francisco Corte-Real
(Coimbra).

Segundo o França, a nacionalização da medicina legal brasileira e a sua estruturação


como especialidade começaram com a entrada de Agostinho José de Souza Lima, na
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, inclusive inaugurando o primeiro curso
prático de prática tanatológica forense.

Entretanto, a verdadeira nacionalização se deu com Raymundo Nina Rodrigues na


Bahia, iniciando-se com ele a fase da pesquisa científica médico-legal a partir de nossa
própria realidade. Exerceu relevante papel na história da medicina legal brasileira,
criou uma escola brasileira de medicina legal, na Bahia, fato que nacionalizou a
especialidade.

Em seguida, surge Oscar Freire de Carvalho, vindo da Bahia para São Paulo, onde
iniciou o exercício da especialidade e dando início à publicação de trabalhos
experimentais, inclusive com a criação do Instituto em 1922, que hoje tem seu nome.

(FGV - 2011 - PC-RJ - Perito Legista - Clínica Médica - Necropsia) Foi professor de
Psiquiatria na Faculdade de Medicina da Bahia do fim do século XIX ao início do
século XX; estudioso da Criminologia, correlacionava aspectos étnicos com o
comportamento delinquente; considerado o pai da Medicina Legal brasileira.
O fragmento acima refere-se a:

A) Nina Rodrigues. B) Oscar Freire.


C) Afrânio Peixoto. D) Souza Lima. E) Conselheiro Jobim.

Comentários: A alternativa A é o gabarito da questão. A verdadeira nacionalização se


deu com Raymundo Nina Rodrigues na Bahia, iniciando-se com ele a fase da pesquisa
científica médico-legal a partir de nossa própria realidade. Exerceu relevante papel na
história da medicina legal brasileira, criou uma escola brasileira de medicina legal, na
Bahia, fato que nacionalizou a especialidade.

Segundo Oscar Freire, a medicina legal brasileira está dividida em 3 fases:

Fase estrangeira: período colonial ate 1877 quando Agostinho Jose Souza Lima assume
medicina legal na universidade do rio de janeiro.

Segunda fase – de transição: 1877 – assume caráter pratico – Agostinho Jose Souza
Lima assume medicina legal e começa curso de tanatologia forense.

Terceira fase – de Nacionalização: Raimundo Nina Rodrigues em 1895 – medicina legal


da faculdade de medicina da bahia – psiquiatria forense e antropologia criminal –
apostolo da antropologia criminal do novo mundo.

Segundo França, as duas primeiras Faculdades de Medicina do Brasil – a da Bahia e a


do Rio de Janeiro incluíram oficialmente a Medicina Legal como disciplina obrigatória a
partir de 1832.

Depois foi criado na Bahia o Serviço Médico-Legal na estrutura da Secretaria de Polícia


e Segurança Pública, por um Decreto datado de 24 de abril de 1896. Este Serviço
contava com dois médicos que se incumbiam dos exames de lesões corporais, das
necropsias, dos exames toxicológicos, das verificações de óbito e de outros exames ou
diligências médico-legais afetos à Justiça.

Ainda que instalada na Bahia desde 1832 a Cadeira de Medicina Legal, tendo como seu
primeiro regente João Francisco de Almeida, sua atividade prática só se concretizou
com Virgílio Clímaco Damásio. O apogeu da Medicina Legal baiana se deu com
Raymundo Nina Rodrigues (1894-1906).

De 1914 a 1918, assume a Cadeira o professor Oscar Freire, que acumulou, também, a
direção do Serviço Médico-Legal. De 1918 em diante, Oscar Freire mudou-se para São
Paulo, a fim de instalar a disciplina na antiga Faculdade de Medicina Paulista.
NO MUNDO

- Egipcios: sacerdotes eram encarregados das pericias (eram os praticantes de medicina


na época). Lei protegia as mulheres gravidas e punia os crimes sexuais.

- Persas: classificavam lesões – em seu livro Zend Avesta.

- Grecia antiga

- Codigo de Hamurabi: relação jurídica entre médico e paciente. Por exemplo: “se um
médico tratou um ferimento grave de um escravo de um homem pobre, com uma
lanceta de bronze e causou a morte de um escravo, deve pagar escravo por escravo”.
Ainda que não estipulasse que os juízes ouvissem os médicos, esse código fazia,
inclusive, referência à anulação dos contratos de compra e venda de escravos por
estarem doentes.

- India – código de Manu: proibia que crianças, velhos, embriagados, débeis mentais e
loucos pudessem ser ouvidos como testemunhas.

- Imperio Romano e leis da Persia: classificação de lesões corporais por ordem de


gravidade – Lex Alemanorum – século V da era Cristã – p arbitrar a multa paga pelo
agressor.

- França: cartas patentes em 1278 – nomeação de médicos, parteiras, barbeiros, p


atuarem como peritos em caso de lesões corporais, morte violenta, etc.

A primeira permissão para realizar necrópsia foi na França, na Faculdade de


Montpellier, em 1374. Até então os corpos não eram abertos.

Mas a obrigatoriedade da perícia médica, em casos de morte violenta, só é decretada,


pela primeira vez, pelo Código Bambergense de 1507, na Alemanha, mas sem
evisceração.

PRIMEIRO LIVRO DE MEDICINA LEGAL, PAI DA MEDICINA LEGAL: Foi no século XVI que
a Medicina Legal teve marcada a sua evolução com a publicação intitulada Des
Rapports et des Moyens d’Embaumer les corps Morts, de Ambroise Paré, em 1575, no
qual não tratava apenas das técnicas de embalsamamento, mas da gravidade das
feridas, algumas formas de asfixia, diagnóstico de virgindade e outras questões.
Destacou-se, também, pela sua obra "Traité des Relatoires". Ambroise Paré é
considerado o pai da Medicina Legal.

Todavia, coube a Fortunato Fidelis, de Palermo, em 1602, o lançamento do primeiro


tratado sobre o assunto, de forma mais completa e detalhada, sob o título De
Relatoribus Libri Quator in Quibis e a Omnia quae in Forensibus ae Publicis Causis
Medici Preferre Solent Plenissime Traduntur. Surgiu, na mesma época, outra obra
intitulada Questiones Medico Legales Opus Jurisperitis Maxime Necessarium Medicis
Perutile, de Paolo Zacchias, que, para muitos é o verdadeiro pai da Medicina Legal.

Na França, Mathieu Joseph Bonaventure Orfila cria, em 1821, a Toxicologia Forense.


Philippe Pinel, Jean Etienne Dominique e Esquirol estruturam a Psiquiatria Forense.

Segundo o França, a Medicina Legal é uma ciência de largas proporções e de


extraordinária importância no conjunto dos interesses da coletividade, porque ela
existe e se exercita cada vez mais em razão das necessidades da ordem pública e do
equilíbrio social. Ele afirma que não chega a ser propriamente uma especialidade
médica, pois aplica o conhecimento dos diversos ramos da Medicina às solicitações do
Direito. Mas pode-se dizer que é Ciência e Arte ao mesmo tempo.

Ciência porque: sistematiza suas técnicas e seus métodos para um objetivo


determinado, exclusivamente seu, sem com isso formar uma consciência restrita nem
uma tendência especializada, por isso exigindo uma cultura maior e conhecimentos
mais abrangentes do que em qualquer outro campo da Medicina.

Arte porque: mesmo aplicando técnicas e métodos muito exatos e sofisticados em


busca de uma verdade reclamada, necessita de qualidades instintivas bastante
necessárias para demonstrar de forma significativa, por exemplo, a sequência lógica
do resultado dramático da lesão violenta.

Um outro conceito que é bem cobrado em prova, é do Hélio Gomes: “o conjunto de


conhecimentos médicos e paramédicos destinados a servir ao Direito, cooperando na
elaboração, auxiliando na interpretação e colaborando na execução dos dispositivos
legais, no seu campo de ação de medicina aplicada”.

Segundo doutrinadores, não se definiu, ainda, com precisão, a Medicina Legal, o que
se explica é a sua aproximação com as ciências jurídicas e sociais. Dessa forma, os
autores têm, ao longo dos anos, mencionado inúmeras definições. Vejamos as
principais:

“Ambroise Paré a definiu como a “arte de fazer relatórios em juízo”.

“É a aplicação dos conhecimentos médicos aos problemas judiciais” (Nerio Rojas).

“A aplicação de conhecimentos científicos e misteres da Justiça” (Afrânio Peixoto).

“A arte de pôr os conceitos médicos a serviço da administração da Justiça”


(Lacassagne).

“A aplicação dos conhecimentos médico-biológicos na elaboração e execução das leis


que deles carecem” (Flamínio Fávero).

“É a ciência do médico aplicada aos fins da ciência do Direito” (Buchner).


“A aplicação dos conhecimentos médicos a serviço da Justiça e à elaboração das leis
correlatas” (Tanner de Abreu).

“O conjunto de conhecimentos médicos e paramédicos destinados a servir ao


Direito, cooperando na elaboração, auxiliando na interpretação e colaborando na
execução dos dispositivos legais, no seu campo de ação de medicina aplicada” (Hélio
Gomes).

Segundo Delton Croce, "Medicina Legal é ciência e arte extrajurídica auxiliar


alicerçada em um conjunto de conhecimentos médicos, paramédicos e biológicos
destinados a defender os direitos e os interesses dos homens e da sociedade".

“É a Medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais” (Genival V. de França).”

“Constitui-se em ciência e arte que tem por objetivo a investigação de fatos médicos
e biológicos, empregando recursos atualizados disponíveis em todas as áreas do
conhecimento técnico e científico (Francisco Morais Silva).”

MEDICINA LEGAL= um conjunto de conhecimentos médicos destinados a servir ao


direito e que cooperam na elaboração, interpretação e execução de dispositivos
legais, no seu campo de ação de medicina aplicada.

LINHA DO TEMPO:

É só a partir da Idade Média que poderemos estabelecer uma abordagem cronológica
da medicina legal, que podemos estender até os seus primeiros passos no Brasil:

1209- O papa Inocêncio III decreta que os médicos deveriam visitar os feridos que
estivessem à disposição dos tribunais;

1234- O papa Gregório IX exigia que os médicos dessem seu parecer no diagnóstico de
lesões observadas que considerassem mortais. Declarava nulos casamentos nos quais,
comprovadamente, não se consumara conjunção carnal, o que era atestado pelo fato
da mulher permanecer virgem;

1521- Morto sob suspeita de envenenamento, o papa Leão XIII teve o corpo submetido
a uma necropsia; 1525- Surge na Itália, o Editto della gran carta della Vicaria de Napoli,
que exige o parecer dos peritos profissionais antes da decisão dos juízes;

1532- É promulgada a lei básica do Império Germânico, sob o governo de Carlos


Magno. O assim chamado Código Criminal Carolino (Legislação Carolina), estabelecia a
intervenção do médico em crimes como o homi- cídio, o aborto, o infanticídio, e as
ofensas físicas, dentre outros, o que redundava na obrigatoriedade do exame de corpo
delito, não apenas da vítima, mas também do acusado. Carlos Magno estabelece que
os juízes devem se apoiar nos pareceres médicos;
1575 - Ambroise Paré escreve sua obra denominada Tratado dos Relatórios, que
aborda temas da medicina legal, tais como asfixias, feridas, embalsamamentos, e
virgindade, dentre outros;

1578- Na Itália, o médico João Felipe Ingrassia publica uma das primeiras obras sobre a
medicina legal. Dois anos depois, ele restaura a anatomia na Universidade de Nápoles;

1595- Ainda na Itália, Batista Condronchi publica um tratado de medicina legal;

1641- É publicada a obra Questões Médicas Legais, em 3 volumes, de autoria do


médico e perito Paulo Zachias. O trabalho, considerado um marco da medicina legal,
engloba sexologia, psiquiatria, morte, alegados milagres, etc;

1814- Vem a público Impugnação Analítica ao Exame Feito Pelos Clínicos Antônio
Pedro de Souza e Manoel Quintão da Silva em Uma Rapariga que Julgaram Santa, do
médico mineiro Antonio Gonçalves Gomide, primeira publicação, no Brasil, sobre
medicina legal;

1832- As faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia instituem a cadeira de


medicina legal;
1835- É publicada, no Diário da Saúde, a autópsia do Senhor Regente Bráulio Muniz,
pelo Dr. Hércules Octávio

Muzzi, cirurgião da família imperial brasileira. Esta foi a primeira necropsia médico-
legal publicada no Brasil; 1836- Em Portugal, a reforma na educação passa a incluir o
ensino da medicina legal;

1839- Dissertação Médico-Legal Acerca do Infanticídio, apresentada por Antônio


Pereira das Neves, é uma das primeiras teses de medicina legal no Brasil;

1845- Em Portugual, Lima Leitão traduz o livro de Sedillot Traité de Mèdecine


Opératoire – Bandages et Appareils;

1846/1847- O primeiro catedrático de medicina legal da Faculdade Nacional de


Medicina, da Universidade do Brasil, José Martins da Cruz Jobim, publica Reflexões
Sobre Um Caso Julgado de Ferimento Mortal;

1867 – No Maranhão, Pedro Autran da Motta publica A Loucura Instantânea ou


Transitória;

1887 -Agostinho José de Souza Lima assume a cátedra de medicina legal na Faculdade
Nacional de Medicina; 1833 - Joaquim Marcelino de Brito publica Tratado Elementar
de Medicina Legal;
1901 - É publicado o Manual de Autópsia Médico Legal, de Raimundo Nina Rodrigues;
1910 - Afrânio Peixoto publica Elemento de Medicina Legal;
1928- O Decreto n° 5,515, de 13 de agosto de 1928 devolve às autoridades policiais a
competência para a instrução criminal dos processos; o Instituto Médico Legal passa,
então, a integrar o Departamento Federal de Segurança Pública;

1938 - É lançado o Tratado de Medicina Legal, de Flamínio Fávero;


1942 - Hélio Gomes publica o livro Medicina Legal;
1948 - Com o mesmo título de Lições de Medicina Legal é publicado livro de Almeida
Junior;
MEDICINA LEGAL COMO DOUTRINA:

A Medicina Legal serve mais ao Direito, visando defender os interesses dos homens e
da sociedade, do que à Medicina. A designação legal emprestada a essa ciência indica
que ela se serve, no cumprimento de sua nobre missão, também das ciências jurídicas
e sociais, com as quais guarda, portanto, íntimas relações. É a Medicina e o Direito
completando-se mutuamente, em engalfinhamentos. PORQUE:

CIVIL: paternidade, impedimentos matrimoniais, erro essencial,


limitadores/modificadores da capacidade civil, personalidade civil, direitos...

CONSTITUCIONAL: dissolubilidade do matrimônio, proteção à infância e à


maternidade, ...

PENAL: lesões corporais, sexualidade criminosa, aborto legal e ilícito, infanticídio,


homicídio, emoção e paixão, embriaguez, ...

PROCESSUAL CIVIL E PENAL: psicologia da testemunha, da confissão, da acareação


do acusado e da vitima.

PENITENCIÁRIO: psicologia do detento, concessão de livramento condicional,


psicossexualidade das prisões.

D. DO TRABALHO: infortunística, insalubridade, higiene, doenças do trabalho,


prevenção de acidentes, lei das Contravencoes Penais – anúncios de técnicas
anticoncepcionais, embraiguez e toxicomanias.

A Medicina Legal encaixa-se ainda, intimamente, com vários ramos do Direito, a saber:
Direito dos desportos, Direito Internacional Público, Direito Internacional Privado,
Direito Canônico, Direito Comercial.

DIVISÃO DA MEDICINA LEGAL:

HISTÓRICO – PROFISSIONAL – DOUTRINÁRIO – DIDÁTICO:

HISTÓRICO: segundo França: várias fases evolutivas desta ciência, que a divide em
Medicina Legal Pericial, Medicina Legal Legislativa, Medicina Legal Doutrinária e
Medicina Legal Filosófica.

- A Medicina Legal Pericial, também chamada de Medicina Forense ou Medicina Legal


Judiciária, é a sua forma mais anterior e está voltada aos interesses legispericiais da
administração da Justiça.

- A Medicina Legal Legislativa contribui na elaboração e revisão das leis em que se


disciplinam fatos ligados às ciências biológicas ou afins.

DOUTRINÁRIO: temos a Medicina Legal Filosófica, mais recente, discute os


assuntos ligados à Ética, à Moral e a Bioética Médica no exercício ou em face do
exercício da Medicina ou tenta explicar, por meio de ensaios epistemológicos, o agir e
o pensar médico-legal.

DOUTRINÁRIA – DO DIREITO: medicina legal: penal / civil / canônica / trabalhista /


administrativa.

PROFISSIONAL: na prática - divide-se em Medicina Legal Pericial (Instituto de


Medicina legal), Criminalística (Instituto de Criminalística) e Antropologia Médico-Legal
(Instituto de Identificação).

DIDÁTICA:

- Medicina legal geral = jurisprudência médica:

Deontologia= obrigação e deveres;

Diceologia= direitos dos médicos// foco em: exercício legal e ilegal dos médicos,
segredo médico, honorários médicos, responsabilidade médica, ética médica –
assuntos que orientam o médico no exercício regular da sua profissão);

- Medicina legal especial:

1. Antropologia: identidade e identificação médico-legal e judiciária.


2. Traumatologia: lesões corporais e energia causadora do trauma; energias =
agentes vulnerantes.
3. Sexologia: normal / anormal / criminosa.
4. Tanatologia: morte e morto, conceitos de morte, direitos sobre o cadáver,
destino dos mortos, diagnóstico de morte, tempo aproximado da morte,
morte súbita, morte agônica, sobrevivência, necropsia médico-legal,
exumação, embalsamento. Causa da morte e lesões in vita e post-mortem.
Pesquisa da reação de natureza vital na vítima.
5. Toxicologia: cáusticos, venenos, procedimentos periciais nos casos de
envenenamento.
6. Asfixiologia: aspectos das asfixias de origem violenta, como esganadura,
enforcamento, afogamento, estrangulamento, soterramento, sufocação
direta e indireta, asfixias por gases irrespiráveis.
7. Psicologia: psiquismo normal e causas que podem deformar a capacidade
de entendimento da testemunha, da confissão, do delinquente e da vitima.
8. Psiquiatria: transtornos mentais e de conduta, problemas da capacidade
civil e da responsabilidade penal.
9. Medicina legal desportiva: esportes – ênfase para sigilo profissional,
prontuários, dopings, consentidos ou tolerados, quantificação e qualificação
do dano com repercussão no rendimento esportivo.
10. Criminalística: local do crime; indícios materiais do crime – seu valor e
interpretação na construção do corpo delito, crimodinâmica.
11. Criminologia: diversos aspectos da natureza do crime, do criminoso, da
vítima, e do ambiente. Criminogênese.
12. Infortunística: acidentes e doenças do trabalho, doenças profissionais,
também higiene e insalubridade laborativas.
13. Genética: vínculo genético da paternidade e maternidade, assuntos ligados
à herança.
14. Vitimologia: vitima como elemento inseparável na eclosão e justificação dos
delitos.

NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA:

O Direito Penal é a ciência penal responsável por analisar os fatos humanos


considerados indesejados, definir quais fatos devem ser rotulados como crimes ou
contravenção penal, anunciando pena. É uma ciência jurídico-normativa, ou seja, ocupa-
se do crime como uma norma. Além disso, é ciência do dever ser, anunciando
predeterminações e modelos de comportamentos considerados ideais. Exemplo: é crime
a subtração de coisa alheia móvel mediante violência ou grave ameaça (art. 157 do
Código Penal). O Direito estabelece o comportamento adequado, e a violação desse
comportamento causa uma consequência, que é uma penalidade. O Direito Penal cria as
condutas proibidas a partir da sua descrição.

A Criminologia, por sua vez, conforme aprofundaremos no capítulo seguinte, trata-se


de uma ciência empírica que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o comportamento
da sociedade de maneira causal- explicativa. Em outras palavras, analisa o fenômeno
criminal como um fato, observado as características dos casos concretos. Além de
estudar o crime como um fato proveniente do convívio em sociedade, estuda também os
impactos e as influências das normais penais quando aplicadas sobre o delinquente
(análise prática dos efeitos do Direito Penal sobre a sociedade). Exemplo: quais fatores
contribuem para o crime de roubo (analisa, inclusive, a incidência do crime em
determinados bairros considerados violentos e quais os fatores contribuem para a sua
ocorrência). A Criminologia difere do Direito pois é uma ciência social de
constituição. – filiada à sociologia. Não é independente, Não é teorética. É uma ciência
empírica e multidisciplinar do estudo do crime, do infrator, da vitima e do controle
social e comportamento delitivo, busca dinâmica, informações validas sobre a gênese/ a
dinâmica/ as variáveis do crime, contempla o crime como problema individual e social,
buscando prevenções eficazes.

Para García-Pablos “A Criminologia é uma ciência do ser, empírica; o Direito, uma


ciência cultural, do dever ser, normativa. Em consequência, enquanto a primeira se
serve de um método indutivo, empírico, baseado na análise e na observação da
realidade, as disciplinas jurídicas utilizam um método lógico, abstrato e dedutivo”.

Para Afrânio Peixoto, a criminologia “é a ciência que estuda os crimes e os criminosos,
isto é, a criminalidade”. Conceito não mais aceito na Criminologia Moderna! A
criminologia não estuda apenas o crime, mas também as circunstâncias sociais, a vítima,
o criminoso, o prognóstico delitivo etc.
A Política criminal possui caráter teleológico, buscando apresentar e aplicar estratégias
políticas e meios de controle da criminalidade na sociedade. Ocupa-se do crime como
valor. Sistematização de estratégias, meios e táticas de controle social da criminalidade,
objetivando sugerir e nortear o aperfeiçoamento da legislação penal vigente, bem como
prevenir a delinquência. Além disso, é ciência que se concretiza como o vínculo entre a
Criminologia e o Direito Penal. Exemplo: por meio de políticas públicas, desenvolvem-
se estudos para diminuir a ocorrência de crime de roubo (como aumentar o efetivo do
policiamento; iluminação nas ruas; etc.). A Política Criminal tem no seu cerne a
específica finalidade de trabalhar as estratégias e meios de controle social da
criminalidade. É característica da Política Criminal a posição de vanguarda em relação
ao direito vigente, vez que, enquanto ciência de fins e meios, sugere e orienta reformas
à legislação. A política criminal tem por objetivo criar estratégias concretas de
controle da criminalidade, com a finalidade de conservar seus índices em níveis
toleráveis. Toma como base o fundamento científico fornecido pela criminologia, e por
meio de juízo de valor busca criticar e apresentar propostas para a reforma do Direito
penal. Assim, representa uma ponte entre a realidade e a teoria jurídico-penal.

A autonomia da Criminologia frente ao Direito Penal: comprova-se, por exemplo,


pelo caráter crítico que a primeira desenvolve em relação ao segundo.

CRIMINOLOGIA E CRIMINOGÊNESE:
Estuda:

- causas e concausas da criminalidade e da periculosidade preparatória da criminalidade.

- manifestações e efeitos da criminalidade e periculosidade preparatória da


criminalidade.

- politica assistencial à etiologia da criminalidade e da periculosidade preparatória da


criminalidade, suas manifestações e seus efeitos.

CRIMINOLOGIA: CIÊNCIA EMPÍRICA E INTERDISCIPLINAR!

Segundo o professor Sumariva: "Criminogênese estuda os mecanismos sociais,


biológicos e psicológicos". Assim, são projetados os comportamentos dos criminosos. O
autor menciona, que algumas teorias afirmam ser a Criminogênese determinada pela
estrutura física e mental do indivíduo.

Quando busca a origem do crime: ETIOLOGIA CRIMINAL = CRIMINOGÊNESE =


ciência que estuda as origens e causas do crime.

A criminologia é uma ciência do “ser”, empírica, na medida em que seu objeto (crime,
criminoso, vítima e controle social) é visível no mundo real e não no mundo dos
valores, como ocorre com o direito, que é uma ciência do “dever ser”, portanto,
normativa e valorativa.

A interdisciplinaridade da criminologia decorre de sua própria consolidação histórica


como ciência dotada de autonomia, à vista da influência profunda de diversas outras
ciências, tais como a sociologia, a psicologia, o direito, a medicina legal, etc.
CRIMINOLOGIA MODERNA:

O núcleo investigativo migrou: do homem delinquente – para – conduta criminosa /


vítima / controle social!
Explicação do crime como um fenômeno individual e social – examinando o criminoso
como uma unidade biopsicossocial!
- crime como um problema.
- ampliação do objeto de estudo: não só o crime e o criminoso, mas também a vitima e o
controle social.
- enfoque na prevenção! E não na obsessão de repressão.
- tratamento foi substituído por intervenção! No’ão dinâmica e complexa do fenômeno
delitivo.

CRIMINONOGIA RADICAL= Esclarecer a relação entre crime e formação


econômico-social. Observando poder econômico e politico.

CRIMINOLOGIA DA REAÇÃO SOCIAL= estuda processos de criação das normas


penais e das normas sociais que estão relacionados com o comportamento desviante.

CRIMINOLOGIA ORGANIZACIONAL= formação das leis, infração às leis, reação da


infração à lei.

Multidisciplinar não pode ser confundido com o Interdisciplinar!!:


Multidisciplinar= trabalho em parcerias, porém com visão distinta sobre o mesmo
problema;
Interdisciplinar= verdadeira integração e cooperação entre as ciências.

CONCEITO DE CRIMINOLOGIA:
Ciência autônoma, empírica e interdisciplinar, que se preocupa em estudar com métodos
biológicos, sociológicos: o cirme/delito, o criminoso/delinquente, a vitima, e o controle
social, com escopo de controle e orevencao da criminalidade, tratando crime cmo
problema social.

https://d3eaq9o21rgr1g.cloudfront.net/storage/temp/aula/1740310/0/curso-195882-aula-
00-9c9a-completo.pdf?
Expires=1654453219&Signature=ikq3GX7V2hSeqD0bd1LuI0PQb1pMouBqxrDtOEW
dI2ytSMJSQfeFTyA~0JvNbZuKX7ckwSiLvv6pqh4y1EL-
kPNL0~9OuHd~aad11ih6ttq5G97hlELUUtsqPmM~24gOCPL9CeWYmk4mty1P3VPa
pXODGOxjN7wGZcklMoXNmkkn0eW6o1mSBhyImLtBRf0by1PEgYtoKAx39yBbM
u-q9yAzdNeBYlqweEC50w-O0NagIXzuC469waWfg8LFc-
e3HMhnBJFW3MEGFdRSQNmmFihz2MqWN4iSuhbYInV7uql9mmX~oirXzJJm~2G
QdKU7X-IJCBTyQsp-aX~2-PxsWA__&Key-Pair-Id=APKAIMR3QKSK2UDRJITQ

https://www.estrategiaconcursos.com.br/curso/pc-sp-medico-legista-pacote-2022-pos-
edital/#
CURSO SANAR:

MEDICINA LEGAL:

Galvão = conjunto de conhecimentos médicos voltados p interpretação e leitura de fatos


e ocorrências na natureza humana e de relevante interesse para a justiça.

Perito – juiz do fato – precisa de uma analise técnica de um medico.

Hércules = definiu medicina legal como uma especialidade médica.

Medicina legal é especialidade ?? – no Brasil, eram 3 conselhos que definem o que é e o


que não é especialidade: CFM, Asociacao medica brasileira AMB, MEC (ministério de
educação). Antes: acontecia de um definir especialidade e outro não. Por isso: hoje:
Comissão Mista de Especialidades – formada pelos 3, para falar uma coisa apenas.

RELAÇÃO ENTRE MEDICINA E DIREITO:

Pericia medica = todo e qualquer ato propedêutico ou exame feito por medico, com
finalidade de colaborar com as autoridades administratias, policiais ou judiciarias na
formação de juízo.
Em alguns casos – medico e engenheiro podem fazer a pericia...
Mas p que so o medico pode fazer??
LEI 12.840:
Só pode o médico: perícia médica e exames médicos legais. – artigo 282 do código
penal – se outra pessoa fizer.

ASSISTENTES PODEM ACOMPANHAR?


- Questão do sigilo médico: não os impossibilita de acompanhar o exame; pois eles
também devem sigilo às suas profissões.
- O exame médico seria uma extensão da audiência, que na maioria das vezes, é
pública!! Não contraindicando a presença de ninguém.
- O assistente precisa apenas ter confiança da parte que o indicou.

Toda vez que o perito médico é chamado p atuar, é porque apenas o bacharel em direito
não foi capaz de resolve-lo sozinho.

Relação médico paciente: confiança, paciente escolheu ir nele, tem sigilo médico.
Diferença XX
Relação perito periciando: não é de livre escolha, é o perito que a autoridade indicou, de
desconfiança!! Ex: exagerar a doença ou a lesão para aumentar o meu ganho –
periciando modulando a situação – médico não pode dar muito ouvidos, tem que dar
mais valor ao que está vendo.
Não tem sigilo!! Pois o que o periciando diz ao perito e o que o perito descobre no
exame pericial, não fica guardado em prontuário, mas sim faz um laudo visto por
magistrado, ministério publico etc.
HONORÁRIOS PERICIAIS:

As provas podem ser burladas pela necessidade de pagar o perito??


Como o perito é pago pelo seu trabalho:
No exercício orçamentário seguinte! OU por uma das partes vencidas.
E isso se o perito não tiver ética pode fazê-lo mudando a conclusão do laudo / burlar as
provas para prejudicar ainda mais uma das partes, garantindo assim que ele receba seu
salário.

Artigo 790:
Juizo não pode exigir adiantamento de valores para realização de pericias.

LEIS PARA O PERITO NO BRASIL:


- P/ ser perito oficial: Precisa ter curso superior de nível universitário
- Na falta de perito oficial: exame feito por 2 pessoas idôneas portadoras de curso
superior preferencialmente na área específica.
- Não posso ter relação: médico assistencial e médico pericial – ao mesmo tempo, com a
mesma pessoa – é proibido!! – então: se estou atendendo a pessoa em uma emergência:
já não posso ser perito dela.

Quando a infração deixa vestígios, o exame de corpo delito é indispensável!!!


Vestígios:
Elementos:
- sensíveis ao cheiro, ao paladar
- materiais
- objetivos
Corpo de delito: (não é o corpo humano!!! XXX)
Exame de corpo de delito dos elementos que corporificam a cena do crime – pode ser
um vidro quebrado, uma folhagem, por exemplo. Que precisam ser analisados p falar se
houve uma infração ou não.

Pode acontecer, de todas as partes de um processo precisarem de um perito. Tanto o


processador como o processado por exemplo. Nesse caso, não se chama perito: se
chama assistente técnico!

Diferença entre processo penal e processo civil:


Processo penal: quase sempre as pericias já foram realizadas na fase pré-processual,
inquisitorial, que é o inquérito policial!! Assistentes técnicos só são aceitos na fase
pericial. Assitente técnico chega “atrasado”, não tem como acompanhar a pericia pois
ela já aconteceu na fase de inquérito. Chega para discutir o laudo.
A função do assistente técnico acaba acontecendo de maneira separada da pericia, no
processo penal. O que acaba não acontecendo no processo civil.
XX
No processo civil: muitas vezes o assistente técnico está no consultório, na sala do
perito, acompanhando o ato pericial.

É possível haver perícia complexa – exemplo: um corpo carbonizado em um incêndio:


precisa do perito medico para periciar o cadáver, definir corpo causa da morte, se
morreu do incêndio carbonizado ou se já estava morto// e precisa do perito engenheiro p
definir onde começou o incêndio.
Precisa de duas áreas de conhecimento: medico e engenheiro por exemplo.
Não confundir com: uma pericia que envolve mais de uma especialidade medica – por
exemplo um psiquiatra p avaliar doença mental e um ortopedista p avaliar uma
tendinite.

Além disso: se eu tenho que escolher alguém p periciar em mais de uma área ou uma
área de especialidade medica: não escolher o especialista, escolher o perito!!
O perito medico é uma especialidade transversal que engloba varias outras
especialidades e sabe um pouco de cada uma! Não tão a fundo, mas o necessário p
traduzir o processo, não deixar que a pessoa te manipule, etc.

OBS: como no processo penal, o legista chega as vezes atrasado”, pode ser
encaminhado muitas vezes ao IML, ao laboratório forense, ao instituto de criminalistica,
para ter acesso ao vestígio! Ao material provável! – muito raro no Brasil, pois
geralmente depois da necropsia o corpo é sepultado e começa a sofrer transformações
biológicas normais.
E os materiais como projetil de arma de fogo, mancha de sangue, etc, não podem ser
levados, são manipulados dentro do laboratório e com supervisão do assistente técnico,
para não serem adulterados.

LAUDO PERICIAL:
A lei incumbe o perito de fazer o laudo pericial, o qual vai responder aos quesitos
formulados!
O exame de corpo delito pode ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
Esse laudo tem que ser elaborado em um prazo máximo de 10 dias. E pode ser
prorrogado excepcionalmente.
OBS: dificilmente o perito não solicita exames complementares, como de sangue,
toxicológicos, anatomopatológicos, p melhorar a especificidade! E essas pesquisas
dificilmente ficam prontas em 10 dias. Então, ou o laudo fica pendente em decorrência
dos exames que faltam, ou o laudo é entregue pendente da resposta de quesitos que
dependem de exames complementares.
É importante olhar bem se precisa exames complementares: pois: tirando uma
intoxicação exógena, tirando uma asfixia - quase todas as outras causas violentas são
visíveis ao exame da necropsia, na ectoscopia!!
Principais quesitos:
1- qual foi a causa da morte – asfixia, tiro.
2- qual foi o instrumento utilizado para fazer as lesões letais – arma de fogo , vejo
projetil e seu caminho, ou da faca.
3- causas agravantes – exemplo se houve emprego de fogo explosivos , tortura,
veneno, meios cruéis ou que resultam em perigo comum.
4- Emprego de algum meio que atrapalhe a defesa da vitima – vitima com as mãos
amarradas por ex atrapalha, mas pode ver sem a presença de um perito e muito menos
um exame complementar. Presença de álcool ou psicotrópicos, pode ser dosado!! Porem
a maioria dos laboratórios forenses fazem analise apenas qualitativa – se está presente
ou não – e não fazem quantitativa então não posso saber se realmente estava sob efeito
dessa substancia presente a ponto de modificar sua reação e autodefesa.

Obs: maioria dos químicos são encontrados no corpo ate 72h depois, mas na mairia das
vezes nessas 72h so sobraram resquicios mas a pessoa já está em plena consciência, não
pode afirmar que estava sob efeito dela.
O QUE É UMA NECROPSIA COMPLETA:
Pelo menos 6 horas depois do óbito. (p confirmar a morte)
Mas pode fazer antes e justificar que a morte era evidente.
Mas:
Dependendo do caso, das informações, do que se constata:
pode bastar o exame externo – a ectoscopia!
Dependendo do que se constata na ectoscopia, pode precisar ou não do exame interno.
Dependendo do que se constata no exame interno ou externo, pode precisar ou não de
exames complementares.
E isso não torna a necropsia incompleta. É completa se responde o que foi proposto.

Sempre que vou exumar uma pessoa que já foi enterrada p fazer um exame, para ter
validade jurídica, é necessária presença conjunta de:
Médico legista + delegado de polícia + administrador do cemitério.
Se faltar um desses 3, não tem validade jurídica.

FOTOGRAFIA:
- É preciso fotografar o cadáver na posição em que ele foi encontrado!
- mas tambem pode ser útil fotografá-lo na mesa de necropsia do IML

QUANDO NÃO É POSSÍVEL FAZER O EXAME DE CORPO DELITO:


A prova testemunhal vai substituir a prova pericial.

CONCEITOS JURIDICOS:

DEMANDAS JURÍDICAS DE UM PERITO: Perícias de lesões:


- persecução criminal (crime)
- reparação civil (pagar não com pena de prisão mas com dinheiro pelo dano que fez a
pessoa sofrer)
- indenização tributaria (quando isso acontece na relação patrão e empregado)
- benefícios previdenciários
- contratos de seguro – pode ter ou não
- interesses difusos e coletivos – pode ter assistente técnico ou não
Destes, o legista perito oficial vai atuar geralmente em persecução criminosa e
benefícios previdenciários!

Código penal – artigo 129 – ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem.


Pena = detenção de 3 meses a 1 ano.
Tanto na sua face corporal física , como também na sua face pessoal psíquica.
= INCOLUMIDADE.
(detenção, e não reclusão XX)

TRAUMA: atuação de energia extensa sobre o individuo de forma que provoque


desvio da normalidade.
Quem ve o trauma é a testemunha!! É o acontecimento.
LESÃO: qualquer modificação da normalidade de origem externa e violenta, capaz de
provocar dano pessoal em decorrência de dolo, culpa, acidente, autolesão.
Quem ve a lesão é o perito!! É o dano que foi causado.
Qualquer um pode ser autor destes crimes, qualquer um pode ser vitima.
Pode existir uma mesma pessoa que seja o agressor e a vitima ?? – como na autolesão
Do ponto de vista jurídico não porque não tem interesse em julgar vc mesmo.
Porem aconteceu de pessoa ser vitima e agressora e ser julgada culpada, quando
provocou autolesão para se beneficiar.

DESDE 2004, CODIGO PENAL LEI 10.886


Foi modificado para incluir a VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Muda a pena de 3 meses a 1 ano para detenção de 3 meses a 3 anos!! (aumentou pena
máxima). E deixa de ser um crime de menor potencial ofensivo, e portanto não pode
haver penas alternativas, de prestação de serviço etc, mas sim: somente pena restritiva
de liberdade!!

LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS:


Os delitos podem ser: crimes OU contravenções!
Art21. Contravenção = praticar vias de fato contra alguém:
Não fica uma lesão corporal marcada, mas houve infração física.
Prisão simples: de no máximo 3 meses OU multa.

MAS ENTÃO O QUE VALE – A INTENÇÃO OU O RESULTADO ?


Lesão corporal – artigo 129 – detenção de 3 meses a 1 ano.
Quis ferir e feriu.
Homicídio simples – art 121 - reclusão de 6 a 20 anos.
Quis matar e matou.
Tentativa homicídio:
Quis matar mas só feriu. – crime apenas tentado – vai ter a pena igual ao do crime
consumado, mas com 1 a 2 terços de redução. (lei 7209).
(se era 6: vai virar 2 ou 4).
Lesão corporal seguida de morte:
Quis ferir e acabou matando: reclusão de 4 a 12 anos.

Outro fato importante:


Se a vitima consentiu a ofensa à integridade física: exemplo:
- médico cirurgião, tatuador, piercing - não é lesão corporal pois a pessoa consentiu e se
beneficiou disso.
- medidas heroicas como traqueostomia para salvar a vida de alguém – é lesão corporal
mas foi para salvar a vida de alguém não vai ser julgado por isso.
- prática desportiva: luta – desde que se mantenham dentro das regras do esporte, isso
não é um crime.
Desde que a pessoa seja maior de 18 anos.
Se menor: desconsidera a concessão! Considera que a pessoa não é capaz de responder
por si. E se torna ofensa à integridade física/ lesão corporal.

Para produzir as lesões corporais: pode ser usado qualquer instrumento ou meio:
perfurante, cortante, contundente, e suas combinações, físico, químico, físico-quimico,
biológico, omissão de garante.
Art 135 – crime de Omissão de socorro – omissão de socorro também é um crime de
lesões corporais.
NÍVEL DE GRADUAÇÃO DAS LEÕES CORPORAIS:

Art 336 – mesmo quando a lesão sofrida tem um reflexo criminal/penal e outro reflexo
civil, a sentença penal já pode ser o inicio do tratamento civil. Já pode se estabelecer
uma indenização mínima.
Dinheiro ou objetos dados como fiança servirão p pagamento das custas/ indenização/
multa/ prestação pecuniária – se o reu for condenado.

Art 630- o tribunal pode reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuízos
sofridos. Incluindo ate prejuízo por erro judicial.

Art 129:
Lesão corporal = ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. (pena: detenção
de 3 meses a 1 ano).
Existem alguns fatores que podem levar uma lesão corporal (simples) a ser considerada
de natureza grave:
Parágrafo 1:
Lesão corporal de natureza grave (pena: reclusão de 1 ano a 5 anos): que resulta em:
- Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias
OBS: se uma criança so vai no parquinho, e após a lesão ela não consegue mais ir no
parquinho por 30 dias, já é considerado lesão grave!! Depende do que a pessoa faz.
Mesmo que não seja trabalho / sem natureza laborativa, e mesmo que não seja
remunerado.
- Perigo de vida
Não é o perigo do que a pessoa fez, mas sim o que de fato aconteceu para oferecer risco
de morte. Exemplo: posso empurrar uma pessoa no chão e ela fazer TCE e quase
morrer= lesão grave;
Posso empurrar uma pessoa de um prédio e não acontecer nada com ela levanta e sai
andando= não é grave, é leve.
Depende do desfecho da ocorrência!!
- Debilidade permanente de membro, sentido ou de função
O tratamento já tem que ter sido concluído, todas as terapias, todas as medicações, todos
os procedimentos possíveis – fono fisio cirurgias etc.... – e definitivamente não vai
haver nenhuma melhora!!
É um critério que só pode ser respondido muitas vezes anos depois da lesão.
Debilitar visão ou audição (de um olho ou um ouvido); ficar com sequelas na mão –
debilitar função de pegar objetos, debilitar fala, etc...
- Aceleração de parto (antecipação)
Pena para lesão corpora de natureza grave: de 1 ano a 5 anos.
Ex: atropelei a gestante e a criança nasceu antes da hora. Vai nascer prematura.
Se a criança nasce prematura mas permanece viva = lesão corporal de natureza grave!!
(mas aqui, a criança tem que permanecer viva!!)
Parágrafo 2:
Pior que a grave (“gravíssima”) – (pena: reclusão de 2 anos a 8 anos):
- Incapacidade permanente para o trabalho
Tem que ser permanente!!
- Enfermidade incurável
Ou o tratamento é paliativo, não vai curar.
- Perda ou inutilização do membro, sentido ou função
Perder visão ou audição (dos 2 olhos ou 2 ouvidos), perda do membro ou o mebro não
consegue fazer nenhum movimento (inutilizado).
- Deformidade permanente
Critério pericial médico para diagnosticar uma deformidade permanente: = marca que
dificulta a convivência pessoal da pessoa, cicatriz em uma parte do corpo visível ( que a
pessoa acaba vendo primeiro a cicatriz do que você ). Aqui não leva próteses em
consideração – tem que analisar a pessoa sem dentadura, sem peruca, sem o aparelho
auditivo, sem a lente ocular.
- Aborto
Quando a criança morre intraútero, ou durante a expulsão, ou morre logo depois.

OBS: para que o crime seja enquadrado em grave ou gravíssimo devido aceleração do
parto ou aborto, é necessário que o agressor saiba que a pessoa está grávida! Que ela
aparente estar grávida!
Não vai ter uma pena aumentada por uma coisa que não tinha como saber.

PRODUZINDO A PROVA
É obrigatório fazer o exame.
Mas o primeiro exame pericial pode ser incompleto!!
Exemplo
- uma fratura na perna de tíbia – não vai se consolidar em 30 dias – então já posso dizer
que incapacita a pessoa de suas atividades por mais de 30 dias.
Mas existem outras lesões que cicatrizam em menos de 30 dias – nesse caso vai precisar
de exame complementar em 30 dias.
- nos casos de incapacidade permanente por exemplo: vai levar anos para concluir.

PODER JUDICIÁRIO CRIMINAL


Todos os julgamentos dos órgãos do poder judiciário serão públicos e fundamentadas
todas as decisões...
= juiz é completamente livre para avaliar todo o conjunto probatório que esta presente
nos atos do processo, MAS ele não pode “inventar”, tem que provar seu raciocínio!!

No inquérito policial: começa a formação das provas.


Juiz (peritus peritorum= perito dos peritos) é quem tem que ficar feliz com essas provas.

Perito entende do fato, da coisa que está sendo julgada / juiz entende da lei.
Mas o juiz não é obrigado a aceitar o laudo, pode aceitar ou não ou aceitar parcialmente.
Se achar que a pericia não serve: não precisa usar no seu conjunto probatório.
Tambem pode entender que o pedido da pericia seja um pedido desnecessário.

ESPÉCIES PROBATÓRIAS (PROVAS):


- PROVA TESTEMUNHAL
- PROVA DOCUMENTAL
- PROVA INDICIÁRIA
- PROVA PERICIAL

Juiz tem que ser convencido pela prova em contraditório judicial, não pode tomar sua
decisão baseado nos elementos colhidos durante a investigação (durante a fase de
inquérito) – exceto as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Ex: se a pessoa deu um testemunho na delegacia, vai ter que dar de novo no tribunal.
Não pode reaproveitar o mesmo de 2 anos atras.
Todos os atos realizados no inquérito tem que ser reproduzidos de novo.
Mas como fica isso no laudo PERICIAL: (não pode ser refeito, não vai refazer a
necropsia!!) – existe a necropsia, e existe a exumação, uma não substitui a outra.

- PROVA TESTEMUNHAL
Qualquer pessoa pode ser testemunha de um crime.
Faltar com a verdade da testemunha = crime de perjúrio! (obstrução da justiça)
Testemunha – fala o que viu por um dos seus sentidos: ou viu, ou ouviu, ou sentiu
olfato.
Veja que: pelo principio da ampla defesa: o acusado pode ate faltar com a verdade, mas
a testemunha não pode!!
A testemunha pode ate dizer: não me recordo – mas não pode inventar situações, não
pode preencher as lacunas da memória.
Testemunha vai ser ouvida pelo magistrado em audiência na presença do acusador, do
ministério publico, e do defensor do réu. Pode consultar algo para lembrar, mas não
pode “ler” o testemunho.

- PROVA DOCUMENTAL
Pode ser um papel, vídeo, áudio, televisão, fotografias...
Mas qual é a idoneidade desse documento??
Nesse caso: para evitar falsificação: teremos que ter uma prova pericial para garantir a
autenticidade/idoneidade do documento.
A prova pericial não vai substituir a prova documental, mas é só para garantir que é
verdadeiro.
Se for comprovado que o documento é idôneo: serve como prova.

- PROVA INDICIÁRIA (=prova lógica!!)


Indicio= circunstância conhecida e provada que, tendo relação com o fato, autoriza que
nós possamos (por indução) concluir a existência de uma outra prova!!
De uma coisa sabida, podemos deduzir uma coisa não sabida.
Para abrir um processo, é necessário que tenha indícios de autoria. (mas ainda sem
provas).
Divergências: alguns acreditam que o indicio é um tipo de prova; outros acreditam que
o indicio não é uma prova, é apenas um indicio.

- PROVA PERICIAL
= prova que depende de um conhecimento técnico, de um conhecimento cientifico, a
respeito de um vestígio, objetivo, sensível, elemento palpável e tangível que foi
encontrado na cena do crime.

PARA PROCESSO CIVEL E TRABALHISTA:


Prova pericial= exame, vistoria ou avaliação. Mas pode ser indeferida pelo juiz quando
ele acha que não necessita de conhecimento técnico p avaliação; ou a verificação foi
impraticável; ou a prova pericial for desnecessária pois outras provas já provaram.
DIFERENÇAS PROCESSO CIVEL/ TRABALHISTA XXX PROCESSO PENAL:
C/T: perito nomeado pelo juiz. – quase sempre: peritos para este caso. – peritos de
diversas áreas.
PENAL: perito oficial, servidor publico concursado, que faz parte do poder executivo –
que presta serviço ao delegado e ao magistrado.

C/T:
O juiz nomeia o perito e fixa um prazo p entrega do laudo.
Obs: uma das partes pode dizer que o perito não está apto – pois pode ser
conhecido/familiar de um, ou por não ter conhecimento por ex.
Ao nomear o perito, dentro de 15 dias, as partes devem:
- arguir o impedimento do perito se quiser
- indicar assistente técnico
- apresentar quesitos para isto
Mas se o perito foi designado, e as partes não tem nada contra ele, ele ainda vai marcar
o dia de fazer o exame pericial.
O assistente técnico já é nomeado.
Então se isso acontecer: o perito deve fazer tudo na presença do assistente técnico, se
não, não terá validade.

O assistente técnico não é obrigado a participar da pericia. Mas tem esse direito. Ou
participa ou so julga depois.
O que não pode: o perito evitar que ele entre.

TRABALHISTA:
Codigo de processo é subsidiário!! Se parece muito com o processo civil p
produção de prova pericial.
- Tem que ser medico do trabalho, ou engenheiro do trabalho, p fazer a pericia.
- Pericia é obrigatória!!
(única exceção: se o ambiente acusado foi desmontado – neste caso, pega a pericia
anterior “emprestada” de um outro processo que já foi resolvido)
- exames periciais serão realizados por perito único designado pelo juiz, e permite
tambem indicação de assistente.

ANTROPOLOGIA FORENSE:
Serve para varias situações em que a papiloscopia não pode nos ajudar:
- pessoas vivas sem identidade
- pessoas vivas que nunca foram registradas
- cadáveres putrefeitos
- cadáveres carbonizados
- cadáveres mutilados ou desfigurados
- ossadas
Antropologia forense identifica se os ossos são:
Espécie / sexo / idade / estatura / etnia.
Diferenciação:
Espécie:

Sexo:
A fidedignidade da antropologia forense para avaliar idade de uma pessoa, quando mais
jovem é muito melhor!! Mais novo: muito mais fidedigno e preciso!!
Quanto mais cresce, já completou o crescimento e a puberdade: precisao ruim, margens
de variação maiores.

Coluna: sofre alterações durante toda a vida:

Sem estrias juvenis, epífises aderidas: 25-35


Osteófitos: 35-40
Bicos de papagaios: 40-50
Sindesmófitos: >50

Estatura – tabela de Orfila ou varias outras tabelas....

GENÉTICA FORENSE:
Técnicas genéticas permitem:
- ver se uma uma amostra no local do crime realmente pertence a um suspeito ou uma
vitima;
- se existe parentesco entre 2 individuos; (paternidade por ex- civil)
- distinção entre materiais de 2 pessoas diferentes em 1 mistura.

O DNA tem utilidade forense devido:


- fidelidade – todas as células do corpo tem o mesmo DNA
- individualidade – não há indivíduos idênticos! Ninguém tem a mesma combinação no
DNA! A não ser gêmeos monozigóticos
- hereditariedade – produz copias idênticas, transmitindo características por varias
gerações

DNA total= genoma:


3%= genes/exons – sequencias com poucas variedades (determina características:
cabelo, cor dos olhos, etc...)
97%= íntrons – hipervariaveis (esta parte é a usada na genética forense!!)

DNA humano – 46 pares de cromossomos – 22 autossomicos


DNA: sequencias de combinação das bases nitrogenadas – adenina guanina citosina
timina
É pelo numero de repetições que vc consegue fazer a identificação do individuo.

DNA na pericia: o que é importante para a pericia:


- coleta das amostras
- fotodocumentação
- extração de DNA
- amplificação dos fragmentos/ regiões
- detecção dos fragmentos por fluorescência
- analise de resultados
- estatística
- confecção de laudo
Material biológico hábil a ser usado:
Ossos/ dentes/ pele e anexos/ tecidos/ sangue/ esperma/ saliva/ secreções/ fios de cabelo
Melhor: sangue ou secreção mucosa oral.

Preservação do material: sangue ou saliva por ex: deve ser deixado secado e guardado,
pode ser extraído DNA muito tempo depois!!
Porem, não pode colocar em tubo de ensaio por ex, pois criara mofo!! XX

SOLICITAÇÃO DE EXAME PERICIAL:


- o que ? – como ?
Entre pessoas / entre pessoas e vestígios / entre vestígios.
Para comparar DNAs:
Irmãos não são boas pessoas p comparar. Primos tb não.
Melhor: pai e mae!! Ou avos (sempre linhas verticais)
No caso do homem, o DNA do pai é muito importante, pois só pode ter herdado esse Y!
TANATOLOGIA (MORTE):

EMISSÃO DA D.O.:
- Nenhum corpo será sepultado se a certidão de óbito ou 2 pessoas qualificadas tiverem
presenciado ou verificado a morte;
- Tem que sepultar em 24horas- porque depois já começa a putrefação;
- Óbito de criança <1 ano: verificar se há registro de nascimento e se não houver, fazer;
- Cremação: apenas permitida se: o falecido manifestou a vontade de ser incinerado E se
atestado de óbito firmado pois 2 medicos ou por 1 medico legista;

É VEDADO AO MÉDICO:
- MÉDICO NÃO PODE ATESTAR ÓBITO SE NÃO FOI VERIFICAR
PESSOALMENTE – TEM QUE EXAMINAR O CORPO!!
Mas também:
- Se o paciente não é desse médico: ele só pode atestar o óbito se:
plantonista/ substituto/ fez necropsia/ verificação médico-legal.
Em casos de paciente que recebia assistência médica:
- Não pode deixar de atestar óbito para um paciente o qual você vinha prestando
assistência!! Exceto quando indícios de morte violenta.

QUEM VAI PREENCHER A D.O. ???? (R. 1779/2005)

MORTE NATURAL:

SEM ASSISTÊNCIA MÉDICA: (=morte por uma patologia que não vinha sendo
acompanhada)
- Onde há SVO: SVO.
- Onde não há SVO:
- Se serviço de saúde local: médicos do serviço publico saúde mais perto do local da
morte.
- Se não houver: qualquer médico no local.

COM ASSISTÊNCIA MÉDICA: médico que vinha acompanhando aquela doença!!


Se ele não estiver presente (viajando por ex): plantonista/ substituto/...
Se era acompanhado pela ESF – vai ser o médico da ESF.

Em casos de morte fetal:


Antes do nascimento: médico que vinha prestando assistência à mãe.

D.O.: para NATIMORTO= gestação>20 semanas OU estatura> 25cm OU peso>500g!!


Porém se:
Gestação<20semanas E estatura<25cm E peso<500g = ABORTO!! NÃO faz DO!! XX

MORTES VIOLENTAS OU COM SUSPEITA DE VIOLÊNCIA:


(NÃO NATURAIS): IML

PROBLEMAS NA HORA DE PREENCHER A D.O.:


- pulverização de informações – foi atendido emvarias esf diferentes.
- teorias conspiratórias genéricas – achar que todo mundo foi morto assassinado
- acesso ao formulário da DO
DESTINAÇÃO DO CADÁVER:
- Só pode ser feito sepultamento após declaração de óbito feita pelo médico (no cartório:
vai pegar a guia de sepultamento p sepultar);
- Depois do sepultamento - No cartório – troca declaração certidão de óbito – para
resolver questões civis.
- Na impossibilidade de declaração de óbito em 24 horas do falecimento:
excepcionalmente- pode ser feito primeiro o sepultamento e depois os documentos:
desde que: 2 testemunhas para registrar a morte e o sepultamento.
- Para cremação: é preciso assinatura de 2 médicos na D.O.
- No caso de cadáver desconhecido: sem sempre existe uma geladeira p armazenar o
corpo, e não se pode deixar de sepultar p aguardar! Então: as vezes vai ser preciso
sepultar. Então vão ser anotadas as características do cadáver, para que futuramente
possa fazer a identificação.

Exemplo: cadáver desconhecido – se houver local de armazenamento (geladeira) – vai p


instituto de identificação para que a papiloscopia possa identificar – por odontologia
legal ou genética forense por exemplo.

Quem morre em “campanhas”: na guerra, no navio...


Quem registra o óbito é o comandante. Armazena o corpo se câmera frigorifica para
isto.

ESTATUTO JURÍDICO DO CADÁVER:


 É uma coisa, não é mais uma pessoa, mas é uma coisa NÃO comercial.
 Posse da família – para decidir transplante, cremação, onde vai enterrar etc.
 Posse do estado:
- Morte suspeita de violência por exemplo, precisa ir para o IML, e a família não pode
negar, pois há um interesse coletivo em parar o crime.
- Morte por doença infectocontagiosa: a vigilância pode impedir ou adiar os rituais
fúnebres para estudos antes ou para não transmissão da doença.
 Não entra na sucessão XXX – ninguém herda um cadáver.

EMBALSAMAMENTO: resolução 33 de 2011 – Agência Nacional da Vigilância


Sanitária:
Translados de corpos em portos / aeroportos / fronteiras:
2 maneiras de conservar um cadáver:
- Embalsamamento: método de conservação total e permanente de um cadáver.
- Formolização: conservação de modo temporário.

Se a pessoa morre em outra cidade, outro território – o corpo deve ser transportado de
avião, para chegar rápido, porque tem que sepultar em 24h se não já começa a
putrefação.
Se morre em outro estado, tem como chegar em casa para sepultar em 48h após a morte:
pode fazer a formolização. Não necessita do embalsamamento.
Nestes casos, deve-se usar uma:
- Urna funerária: caixão de madeira por fora e forrado de zinco ou outro material
substituível impermeável e sem visor.
Impermeável para não contaminar o transporte, o ambiente, as pessoas com os líquidos
que podem sair, e nem atrair animais comensais baratas etc.
Nestes casos de conservação, é necessário um documento:
Modelo de ata de conservação de restos mortais – assinado pela família, pelo médico, o
auxiliar, e 2 testemunhas – com a identificação, o horário.

ESTUDO E PESQUISA: lei 8501 de 92:


P cadáveres que vão para faculdades de medicina:
Não pode ser vitima de morte violenta! X

CADÁVER PARA NECROSCOPIA:


- Óbito sem causa conhecida e sem assistência médica: vai para SVO
Para uma necrópsia clínica, pelo médico patologista (não é médico legal XX)

- No caso de morte não natural – IML:


Elementos externos e cena do crime são etapas compulsórias da necroscopia!!
Mas o exame das cavidades internas é algo facultativo!!
FENÔMENOS CADAVÉRICOS

Fenômenos ABIÓTICOS IMEDIATOS (=que indicam ausência de vida):


(todo mundo que está morto tem todos esses, mas nem todo mundo que tem um desses
está morto!)
- Parada da circulação
- Parada da respiração
- Perda dos movimentos
- Perda da consciência
- Perda do tônus
- Midríase
- Insensibilidade
- Palidez

Fenômenos ABIÓTICOS CONSECUTIVOS (=que vão acontecendo com o tempo e


permitem saber há quanto tempo a pessoa morreu)
- Resfriamento
- Desidratação
- Livores hipostáticos
- Rigidez cadavérica (rigor mortis)

- Resfriamento:
Por unidade de meia-vida!!

Todo corpo com agua demora para esfriar e esquentar, pois a água retem calor.
Todo corpo inanimado esfria e esquenta com muita rapidez.
Porém – no Brasil é muito raro usar – pois teria que ter um termômetro de temperatura
intra-hepática e teria que transportar rápido o corpo até o IML para ver temperatura nas
primeiras horas após a morte, e isso também não acontece no Brasil.

- Desidratação:
Acontece com todo cadáver – na proporção de aproximadamente perda 70g/água por
dia.
Mas depende muito do peso do paciente cadáver, do ambiente que ele ficou
armazenado, das condições de umidade locais, altitude, media térmica, etc... não temos
isso então também não é o mais usado.
Mas tem um sinal típico:
Sinal Rubro na conjuntiva = Sinal de Sommer e Larcher
É uma consequência da desidratação cadavérica.

- Hipóstases = Livores Hipostáticos:


Sangue decanta e vai para regiões mais baixas do corpo.
- Enforcado e pendurado: hipóstases em membros inferiores.
- Decúbito dorsal: hipóstases em dorso.
- Decúbito ventral: hipóstases na barriga.
Sendo que – em áreas pressionadas de apoio – o sangue não consegue ir

Nesse caso, o corpo estava apoiado nas barras e por isso onde estava pressionado o
sangue não foi. Mas formou as hipóstases no dorso (vermelho).
Alças de sutiã, calcinha, suspensório, onde fica pressionado no momento da morte –
também deixam marcas.

Coloração vermelha/ rubra.


Começam a aparecer 2-3 horas após o óbito; e até 12 horas ainda podem migrar. Depois
são estabilizam e são fixas.
(se morreu em outro local e foi transportado p simular – depois de 12h – as marcas
ficam do lugar anterior).
- Rigidez cadavérica (rigor mortis)
Não tem mais produção de ATP, então não contrai nem relaxa mais!! Fica como está.

Começa com 1-2 horas após o óbito.


Se instala em sentido: craniocaudal e centrífugo (de dentro para fora).
Primeiro músculo: masseter.

Fenômenos TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS:


- Autólise
- Putrefação – coloração / enfisema / coliquativo / esqueletização.
- Maceração

- Autólise
Ruptura da membrana plasmática das células e núcleos celulares soltos.
Impede estudo anatomopatológico - não há mais possibilidade de exame do patologista.

Para que não aconteça: tem que ter a proporção certa de formol na conservação das
peças que vão ser estudadas.
- Putrefação:
1. Coloração
Período chamado MANCHA VERDE.

A putrefação começa de dentro para fora.


Sobretudo na fossa ilíaca direita. Pois o trato gastrointestinal é uma cavidade virtual
exceto o ceco. Então pela microbiota: começa no ceco. Depois aparece no sigmoide - na
fossa ilíaca esquerda – no mesogástrio – e em toda a cavidade abdominal.
Por 24 horas: aparece a mancha verde abdominal.

2. Período Enfisematoso (= circulação pós mortem)


A putrefação pela microbiota libera gases na circulação. Deixa o trajeto vascular
bastante evidente, por transparência da pele.
Mas depois acontece também a infiltração gasosa abaixo da pele, descolando a
epiderme.
= EPIDERMÓLISE putrefativa. Formação de flictenas.

Depois, há tanta infiltração gasosa que o cadáver entra em GIGANTISMO.

Quando é um cadáver afogado: é nesse momento que ele boia.


Pode aparecer: exoftalmia / protusão lingual / distensão escrotal / distensão peniana /
prolapso retal / distensão abdominal muito grande.
3. Fauna cadavérica (coliquativo)
Faunas de insetos, moscas, vespas e outros insetos. Invertebrados artrópodes.
Já não está mais em putrefação – já esta no período COLIQUATIVO.
Já quase não tem mais partes moles, ossos começam a aparecer bastante.

Últimos dois períodos da putrefação: coliquação e esqueletização:


Acontecem em meses e anos.
Dependendo das condições em que o cadáver foi deixado.

Se cadáver encontrado nessa fase de coliquação: o biólogo (entomologia forense) é


quem analisa as espécies de insetos nele e tem uma ideia de quanto tempo o cadáver
morreu.

- Maceração:
Acontece com o feto que morre intraútero.
Nesse caso, ele está em um ambiente asséptico.
GRAU DE MACERAÇÃO:
0 – vermelhidão da pele – até 8 horas
I – inicia descolamento da pele – 8 horas até 2 dias
II – extenso descolamento da pele, efusão avermelhada em tórax e abdome – 2 a 7 dias
III – fígado amarelo-pardo, efusões turvas, mumificação – mais de 8 dias

Fenômenos TRANSFORMATIVOS CONSERVATIVOS


Raros.
- Mumificação (em ambientes de muito ressecamento da atmosfera)
- Saponificação (pessoa com muito material lipídico gordura – em ambiente quente e
úmido)
- Petrificação (metaplasia óssea endometrial quando o embrião morre no inicio da
gravidez e sofre calcificação pela reação imune, forma tecido ósseo no endométrio e
pode ate causar infertilidade).
MECANISMOS DE TRAUMA:
MECÂNICO:
- INSTRUMENTO PERFURANTE – FERIDA PUNCTORIA OU PUNTIFORME
- INSTRUMENTO CORTANTE – FERIDA INCISA / CORTE
- INSTRUMENTO CONTUNDENTE – FERIDA CONTUSA / CONTUSÃO

Perfuroincisa: quando é um instrumento perfurocortante como a faca, mas não é


ferida cortante, é ferida de profundidade, perfuro incisa !!
Incisão por deslizamento.

Lesões encontradas na pessoa que cometeu suicídio:


- Lesões de Hesitação: várias lesões superficiais no mesmo sentido. Quando a
pessoa pensa em tirar a própria vida, mas para.
Autolesões
- Lesão esta indo no sentido reto e depois a pessoa perde a força e assume um
sentido descendente.

ESGORJAMENTO= ferida incisa na região anterior do pescoço.


Perda sanguínea volumosa, muitas vezes morre.
DEGOLA= ferida incisa na região posterior do pescoço.
DECAPITAÇÃO= completa separação da cabeça com o corpo. (guilhotina).
OBS:
Outra coisa importante sobre as incisões, é que só acontecem em pessoas vivas!!
Então se a pessoa tem uma lesão escoriação superficial que não tem potencial p ter
levado à morte mas tem lá a incisão ou escoriação, vc sabe que foi agredida em
vida.

Contundente: não tem nem ponta nem gume. Apenas a superfície de impacto.
Impacta o corpo da vitima.
Quase tudo no mundo pode ser um instrumento contundente. Palma da mão,
pedra, carro, chão.
Palma da mão: faz rubefação – que é a coloração rósea. Vestígio muito fugaz, que
ate chegar ao IML a lesão já sumiu.

Instrumentos contundentes também podem atuar por tração, em vez de impacto.


Estigma ungueal: natureza de escoriação, que atinge somente a epiderme.
Tendencia a não formar cicatriz. Diferente do ferimento cortante por deslizamento
que atinge derme e ate outros tecidos.

Queda de prédio:
Suicídio – cai longe pula
Homicídio – cai mediano, é empurrado mas resiste
Acidente – cai bem rente ao prédio

O sangramento da ferida contusa tende a ser menor do que da cortante porque ele
é estancado pelo próprio impacto e lesão dos tecidos adjacentes.
EQUIMOSE
A equimose é uma reação vital. Se vc espanca um corpo morto ele não vai formar.
É preciso estar vivo p formar equimose.
Da para saber a idade da ferida:
(alterações cromáticas conforme passam os dias):

1º: vermelho escuro


2º e 3º: violeta
4º ao 6º: azulado
7º ao 10º: verde escuro
11º ao 12º: verde amarelado
12º ao 17º: amarelo
Após 20: normal
Dependendo da idade da pessoa, se tem diabetes ou algum outro distúrbio que atrapalhe
a cicatrização, as feridas podem demorar mais para evoluir.

Ao encontrar feridas de vários estágios diferentes na mesma pessoa: pode indicar


violência crônica mantida contra o idoso ou criança por exemplo.

- FERIDAS PERFUROCONTUSAS - por arma de fogo


ORIFÍCIO DE ENTRADA
- Formato: Arredondada se disparo perpendicular/ Ovalada se disparo obliquo
- Orla de contusão e enxugo
- Zonas de esfumaçamento, tatuagem e chamuscamento
- Bordas invaginadas (exceto no tiro encostado)
- Tamanho da lesão proporcional ao projétil

 Orla de enxugo (anel preto) = sujeiras que o projetil traz do cano da arma e
fica na borda do orifício de entrada.
 Orla de contusão = sinais de escoriação em volta. Provando que não foi
objeto perfurante mas sim contundente. (orla de escoriação).

ORIFÍCIO DE SAÍDA
- Borda irregular
- Borda evertida
- Sem orlas e sem zonas
- Desproporcional ao projétil (maior que o orifício de entrada pois o projetil aumentou
seu tamanho com o atrito e calor)
Tendência é o projetil sair maior do que o que ele entrou. Pois o atrito provoca calor e
vai causando uma lesão irregular pelo caminho.
Pode também mudar o seu formato se bater em algum plano ósseo ou superfície dura.

DISTÂNCIA DO TIRO:
Gases e pólvora combusta ou não combusta - O que acontece:

- À DISTÂNCIA
Os gases dissipam na atmosfera e a pólvora cai no chão.
Só tem o orifício de entrada!! Com orla de enxugo e contusão.

- A CURTA DISTÂNCIA = À QUEIMA ROUPA


Todo o material que sai da arma alcança a pele da vitima. Gases e pólvora.
Além do orifício de entrada, também impregna a pele ao redor da ferida com pólvora
combusta e não combusta:
Zona de esfumaçamento (pólvora que já queimou, sai com a lavagem)
Zona de tatuagem (pólvora ainda não queimada, não sai mais)
Quanto mais longe da pele da pessoa – mais aberto o cone – maior a zona de tatuagem.

Pontos = zona de tatuagem.

Roupa suja = zona de tatuagem – pode ser na roupa, se for uma área vestida!!!

- ENCOSTADO = Câmara de mina de hoffmann


Com a arma encostada na pele, todos os gases entram junto com o projetil.
1. Faz uma loja – espaço morto – onde houve o descolamento da pele do plano
ósseo subjacente.
2. Quando a arma é retirada: esses gases vão sair; e vão EVERTER a borda do
orifício de entrada!

Espaço morto onde houve o descolamento da pele.


Formato estrelado irregular – como um orifício de saída, mas nesse caso é de
entrada de um tiro encostado.
SINAL DE BENASSI = halo de fuligem no próprio osso.

Os disparos encostados também podem fazer várias fraturas chegando ao orifício de


entrada, como se o osso explodisse de dentro para fora, devido à pressão.

TRAJETO X TRAJETÓRIA – do projetil da arma de fogo:


Trajeto = caminho que percorre dentro do corpo da vítima.
Trajetória = todo o caminho que percorre desde o cano da arma até o local onde parou.

O médico legal descreve o trajeto, mas não pode dizer qual era a posição da vítima
quando levou o tiro!!

OBS: projetil de alta energia = projetil de ponta OCA. Para parar a vitima. Faz maior
contato/ impacto com a superfície e derruba a vítima para trás.

CORPOS QUEIMADOS:
MORREU QUEIMADO – HOMICIDIO COM AGRAVANTE
MORREU E DEPOIS FOI QUEIMADO – HOMICIDIO SIMPLES

TRAQUEIA COM FULIGEM = SINAL DE MONTALTI.


REAÇÃO VITAL; MORREU QUEIMADO!!
PODE TER TAMBÉM EDEMA E HIPEREMIA DA MUCOSA RESPIRATÓRIA
QUANDO MORRE CARBONIZADA.

ELETRICIDADE:

NATURAL:
RAIOS:
VÍTIMA DE UM RAIO QUE SOBREVIVE = FULGURAÇÃO
VÍTIMA DE UM RAIO QUE MORRE = FULMINAÇÃO
MARCA DE LINCHTENBERG (RAIOS NA PELE)

ARTIFICIAL: ELETROPLESSÃO – lesão amarela desidratada.


Na microscopia: células com núcleos emparelhados.

Sempre procurar pares: porta de entrada e porta de saída!!!


ASFIXIAS MECÂNICAS:

- SUFOCAÇÃO:
DIRETA – OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS.
INDIRETA – GRADIL COSTAL NÃO CONSEGUE MAIS SE MOVIMENTAR.

- AFOGAMENTO

- SOTERRAMENTO

OBS: soterramento é a sufocação por partículas pequenas!! Terra no pulmão.


Morrer porque o morro caiu em cima = sufocação indireta.

- ASFIXIA POR CONSTRIÇÃO CERVICAL


Acometimento cardíovascular + respiratório +/- coluna cervical trauma
Por acometer no mínimo 2 sistemas = asfixia complexa.
Formas:
- Esganadura – com as próprias mãos, geralmente tem escoriações irregulares (reação
vital) ungueais.

- Enforcamento – pelo peso na vítima.

No enforcamento tem o SULCO CERVICAL. Que é uma reação vital. Então um corpo
que foi colocado na forca para enganar: não vai ter sulco.
A maioria dos enforcamentos são suicidas.
Sulco: DESCONTÍNUO E OBLÍQUO; SUPRA-HIOIDE

- Estrangulamento – por outras forças que não são o peso da vítima.


SULCO CERVICAL: CONTÍNUO (360 GRAUS DO PESCOÇO) E TRANSVERSAL

Você também pode gostar