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Esse material foi desenvolvido com o intuito de auxiliar o estudo da matéria medicina
legal para concursos de Delegado de Polícia, tendo como finalidade o aprofundamento e
melhor organização do estudo.
Fica o agradecimento pessoal ao meu amigo e professor Roberto Blanco que sempre me
orientou e incentivou a fabricar esse material.
Por fim, estude para ser o primeiro colocado, acredite em você. Crenças limitam o
potencial.
Seja disciplinado.
Se você anda indisciplinado, é porque não tem dado importância suficiente para o que
você quer.
Bons estudos.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
INTRODUÇÃO A MEDICINA
LEGAL
Conceito
A doutrina define no geral como sendo a um só tempo, arte e ciência.
É arte porque a realização de uma perícia médica requer habilidade (instinto) na
prática do exame e estilo de redação do laudo; e essa Arte se sujeita a ciência que se
vale de todo o conhecimento oferecido pelas demais especialidades médicas, além
de ter um campo próprio de pesquisa.
A definição de MEDICINA LEGAL, varia de autor para autor, tendo como principais:
AMBROISE PARÉ (Pai da Medicina Legal)
“É a arte de fazer relatórios em juízo”.
BONNET
“É uma disciplina que a totalidade das ciências médicas para dar respostas a
questões judiciais”.
LACASSAGNE
“A arte de pôr os conceitos médicos legais a serviço da administração da
justiça”.
LEGRAND DU SAULLE
“A aplicação das ciências médicas ao estudo e solução de todas as questões
especiais, que podem suscitar a instituição das leis e a ação da justiça”.
NOÇÕES HISTÓRICAS
Em que pese relatos históricos mais antigos, os marcos da medicina legal são:
Século XVI - Ano 1532
Primeira publicação – “Constitutio Criminalis Carolina” – em que passou a
exigir a presença de peritos em certos delitos.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
BRASIL
Principais influências:
França (principal)
Alemanha
Itália
A transição da matéria se deu com Agostinho José de Souza Lima, com o
ensino da medicina legal.
A nacionalização da matéria foi inaugurada por RAIMUNDO NINA
RODRIGUES, conhecido como “Lombroso dos trópicos”, que iniciou a fase de
pesquisa cientifica médico legal, principalmente relacionado a psiquiatria
forense e antropologia criminal.
Outros importantes para nacionalização da medicina legal vieram em seguida,
tais como, OSCAR FREIRE e AFRANIO PEIXOTO, que seguiram os estudos de
Nina Rodrigues..
A inclusão da medicina legal como matéria nas faculdades de medicina da
Bahia e Rio de Janeiro se deu em 1832.
SUBDIVISÕES
Trata-se da divisão da chamada medicina legal especial, em que temos como
principais subdivisões:
PATOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
INFORTUNÍSTICA
ANTROPOLOGIA FORENSE
SEXOLOGIA FORENSE
PSIQUIATRIA FORENSE
DEONTOLOGIA
PATOLOGIA FORENSE
Estuda a TRAUMATOLOGIA FORENSE e a TANATOLOGIA.
Na TRAUMATOLOGIA são estudadas as ENERGIAS VULNERANTES,
seus mecanismos de AÇÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS.
Já a TANATOLOGIA (tanato: morte), estuda à MORTE, sua causa
jurídica e os fenômenos cadavéricos.
TOXICOLOGIA FORENSE
Tem por objeto de estudo as substâncias tóxicas, seus efeitos sobre o ser
humano, seu mecanismo de ação, seu modo de detecção em casos concretos
e o esclarecimento de aspectos de repercussão jurídica.
INFORTUNÍSTICA
Se ocupa dos ACIDENTES DE TRABALHO, sua etiologia, dinâmica e suas
consequências. Estabelece o nexo entre os acidentes e as incapacidades
laborativas.
ANTROPOLOGIA FORENSE
Estuda os RESTOS MORTAIS com objetivo de esclarecer sua IDENTIDADE,
CAUSA DE MORTE E ASCENDÊNCIA.
SEXOLOGIA FORENSE
Abrange aspectos relacionados com o diagnóstico de VIRGINDADE,
VIOLÊNCIA SEXUAL, GRAVIDEZ, PUERPÉRIO, ABORTO E PROBLEMAS
MÉDICOS LEGAIS RELATIVOS AO CASAMENTO.
PSIQUIATRIA FORENSE
Tem por finalidade a AVALIAÇÃO DA RESPONSABILIDADE PENAL E A
CAPACIDADE CIVIL, que podem estar alteradas em função de distúrbios
mentais. Nela são abordados os aspectos médico-legais da embriaguez e as
toxicomanias.
DEONTOLOGIA
Se ocupa das NORMAS ÉTICAS a que o médico está sujeito no exercício da
profissão.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Foram citadas as principais subdivisões, havendo outras citadas pela
Doutrina, tais como, Psicologia forense, Medicina legal desportiva,
Vitimologia, etc.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
PERITOS E PERÍCIAS
A perícia médico legal é definida como sendo “um conjunto de procedimentos
médicos e técnicos que tem como finalidade o esclarecimento de um fato de
interesse da justiça”.
A perícia é o exame dos elementos materiais de interesse de um processo, e é
realizado por perito, possuindo uma face objetiva e outra subjetiva.
OBJETIVA
Trata-se de alterações visíveis verificadas pelo perito objetivamente.
É encontrado no laudo na aba chamada de descrição.
SUBJETIVA
Nesta face, faz a análise da parte objetiva.
É encontrado no laudo na aba chamada de discussão.
INIDÔNEO
É o local que não se encontra preservado.
PERÍCIA
A perícia é uma diligencia com a finalidade de estabelecer a veracidade ou falsidade
de situações, fatos ou acontecimentos, por meio de prova, análise de toda a matéria
colhida como vestígio de uma infração, ou seja, exame de corpo de delito.
Assim, a perícia tem como finalidade provar atos de interesse da justiça.
Quando os fatos alegados em um processo deixam vestígios materiais e esses se
perdem no mesmo instante em que ocorre, ou logo após, sua comprovação em juízo
só pode ser feita pela prova testemunhal. E o relato dessas testemunhas pode, por
diversas razões, não corresponder fielmente à realidade.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
No entanto, se resultam vestígios duradouros, com a possibilidade de serem
detectados, o seu exame e registro devem ser feitos obrigatoriamente. O exame
desses elementos materiais, quando feito por técnico, é chamado de perícia.
Para o processo penal, a perícia é um meio de prova, pois é a forma que as fontes de
prova são introduzidas no Processo Penal.
Conforme art. 159 do Código de Processo Penal, as pericias serão realizadas por
PERITO OFICIAL. Perito oficial é o perito concursado, que no ato de sua posse, presta
compromisso de realizar o mister com ética e relatar com veracidade o que aprecia,
não sendo necessário prestar este compromisso a cada perícia. Vale ressaltar que,
sendo perito oficial, a regra é que seja realizado por UM PERITO.
Excepcionalmente, caso não tenha perito oficial na localidade, permite-se a
realização da perícia por duas pessoas idôneas, chamados de peritos não oficiais,
devendo estas serem portadoras de diploma em curso superior, não
necessariamente na área de especialidade da perícia (preferencialmente) e devem
prestar compromisso.
Portanto, sendo perito oficial, basta 01 (um) perito.
Caso não tenha perito oficial, a perícia será realizada por 02 (duas) pessoas.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por
perito oficial, portador de diploma de curso superior.
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a
natureza do exame.
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo.
Os peritos não oficiais são conhecidos como perito ad hoc.
O PERITO NOMEADO PELA AUTORIDADE SERÁ OBRIGADO A ACEITAR O ENCARGO
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo,
sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa,
provada imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos
estabelecidos.
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II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado
anteriormente sobre o objeto da perícia;
III - os analfabetos e os menores de 21 anos.
PERINESCROSCOPIA
É o exame corpo de delito que é feito em volta do cadáver.
LOCAL RELACIONADO
É o local que não tem ligação direta com o local do cadáver, mas indiretamente pode
conter, ou ser útil para análise de prova.
PERITO
É um auxiliar da justiça, devidamente compromissado, estranho às partes, portador
de conhecimento técnico altamente especializado e sem impedimentos para atuar
no processo.
FUNÇÃO DO PERITO
A função do perito limita-se a verificar o fato, indicando a causa que o motivou.
Qualquer que seja a posição em que esteja o perito, oficial ou não, seu compromisso
com a verdade constitui-se em dever ético e obrigação legal.
A declaração falsa ou a ocultação da verdade constitui o delito de falsa perícia,
previsto no Código Penal:
Art. 342 do CP - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como
testemunha, PERITO, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial,
ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
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DELITO TRASEUNTE
Ocorre quando a infração penal não deixa vestígios.
Chamado de DELICTA FACTIS TRANSEUNTES.
São crimes transeuntes, por exemplo, a calúnia (CP, art. 138), a difamação (CP,
art. 139), a injúria (CP, art. 140), todos estes se praticados por meio verbal.
CORPO DE DELITO
Quando o fato produz alterações materiais no ambiente, dá-se o nome de CORPO
DE DELITO ao conjunto de elementos sensíveis denunciadores do fato criminoso,
assim pode-se definir corpo de delito como sendo: elementos materiais, perceptíveis
pelos nossos sentidos, resultantes da infração penal.
Esses elementos sensíveis, objetivos, devem ser alvo de prova, obtida por meios que
o direito fornece.
Os peritos dirão da sua natureza e estabelecerão o nexo entre eles e o ato ou omissão
por que se incrimina o acusado – assim, tem-se o EXAME DE CORPO DE DELITO.
Assim, não se deve confundir CORPO DE DELITO com EXAME DE CORPO DE DELITO.
O primeiro é o elemento objetivo que o crime deixou, o segundo, é o exame realizado
sobre este elemento.
Cite-se como exemplo de CORPO DE DELITO, o projetil de arma de fogo coletado em
determinado local de um delito, e EXAME DE CORPO DE DELITO, o trabalho realizado
pelo perito para comparar se o projetil foi disparado por uma determinada arma de
fogo.
INDIRETO
Há duas correntes:
1ª Corrente
Seria a substituição do exame objetivo pela prova testemunhal, subjetiva. Diz que
é chamado indevidamente de exame corpo de delito indireto, pois não há corpo,
embora exista o delito, porque faltam os sinais, os vestígios, os elementos
materiais (art. 158 CPP).
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Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame
de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
2ª Corrente
Entende que o exame de corpo de delito indireto é aquele em que não é mais
possível a perícia direta no corpo de delito, por este ter desaparecido, porém, o
médico legista terá acesso aos prontuários médicos do paciente, que à sua vista,
elaborará o documento médico legal.
Art. 77, § 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base
no termo de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do
inquérito policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a
materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova
equivalente.
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II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
EXCEÇÃO
A AUTOPSIA deve ser feita pelo menos SEIS horas após a morte, pois é o tempo
que aparecem os sinais de certeza de morte.
Salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, tiverem certeza do
óbito.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo
se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita
antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame
externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando
as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver
necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância
relevante.
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II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo
a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de
base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que
manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame
pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação.
PERÍCIA COMPLEXA
Se a perícia abranger mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á
designar a atuação de mais de um perito oficial
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um
perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto
do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá
separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este
divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por
outros peritos.
PROVA TESTEMUNHAL
No caso de desaparecimento dos vestígios, é possível a produção de prova
testemunhal.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
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Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no
todo ou em parte.
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NOTIFICAÇÃO
São comunicações compulsórias feitas pelo médico a autoridade competente de um
fato profissional, em razão de necessidade social ou sanitária.
São notificados compulsoriamente: acidentes de trabalho, doenças
infectocontagiosas, morte encefálica, etc.
Não constitui notificação compulsória o conhecimento, pelo médico, de
pessoa viciada em droga.
As notificações compulsórias foram regulamentas pela Portaria 104/11 do SUS,
e a ausência de notificação, quando exigida, faz com que o médico incorra no
delito de omissão de notificação de doença, previsto no Art. 269 do Código
Penal.
ATESTADO MÉDICO
É a afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas possíveis
consequências. É também chamado de CERTIFICADO MÉDICO. Sendo um
documento unilateral e singelo, que não possui forma pré-definida e ainda, não pode
se sobrepor ao laudo médico.
JUDICIÁRIOS
São os atestados requisitados por juiz (aqueles com que os jurados justificam
suas faltas ao tribunal do júri).
Só os atestados que interessam à justiça constituem documentos médico-
legais.
ADMINISTRATIVOS
São os reclamados pelo servidor público para efeito de licenças,
aposentadoria, abono, etc.
OFICIOSOS
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São os requisitados por particulares para justificar ausências, seja no trabalho,
escola, etc.
ATESTADO IMPRUDENTE
É aquele que o médico não toma as medidas para verificar a veracidade do
afirmado pelo paciente, ou seja, confia na palavra deste.
ATENÇÃO
ATESTADO NÃO SE CONFUNDE COM DECLARAÇÃO, sendo esta apenas um
relato de testemunho.
Com a Lei nº 9.099/99, o atestado médico assumiu a posição de substituto
eventual da perícia médico legal nos casos de lesão corporal leve (art. 77, § 1°).
Art. 77, § 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com
base no termo de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com
dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do corpo de
delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim
médico ou prova equivalente.
ATESTADO DE ÓBITO
Atestado de óbito está regulado pela resolução 1.779/05 do CFM.
É uma declaração padronizada, elaborado por médico que indica a causa
médica da morte. É composta por 8 blocos de informações e indispensável
para assentamento do óbito no cartório de Registro civil.
No caso de morte natural, o médico que acompanha o paciente é quem
fornece o atestado de óbito.
Em relação às condições que ocorre, a morte pode ser:
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MORTE VIOLENTA
MORTE SUSPEITA
Nestes últimos casos (violenta e suspeita), deve existir autópsia e o médico
que o realiza é quem fornece o atestado, sendo realizada pelo IML. Se houver
lesão e a morte ocorrer no hospital, mesmo que dias depois, deve o corpo ser
encaminhado ao IML.
A morte natural de causa mal definida, encaminha-se para o Serviço de
Verificação de Óbito (SVO) que fará a autópsia. Como neste caso não é
compulsória a autópsia, a família pode discordar de sua realização, devendo
recorrer ao suprimento judicial.
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PRONTUÁRIOS
Trata-se de todo acervo (padronizado, organizado e conciso), referentes aos
cuidados médicos prestados ao paciente, sendo um verdadeiro “dossiê”.
O prontuário é de propriedade do paciente.
STF
A instituição ou médico não é obrigada a atender requisição de prontuários –
apenas ao perito cabe o direito de consulta-los, e mesmo assim, obrigando-se
ao sigilo.
DEPOIMENTO ORAL
Trata do depoimento em juízo do perito em que ele foi intimado para audiência.
Neste ato ele irá explicar de forma clara e sem termos científicos o que ele procedeu
à elaboração de seus laudos, dirimindo dúvida das partes.
Alguns doutrinadores não relacionam o depoimento como documento médico legal,
sendo feito pelo professor Delton Croce.
CAIU EM PROVA
Laudo médico-legal consiste em narração ditada a um escrivão durante o
exame (gabarito: errado).
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RESPOSTA AOS QUESITOS.
PREÂMBULO:
É uma espécie de introdução na qual constam:
A QUALIFICAÇÃO
DA AUTORIDADE SOLICITANTE
DO PERITO
DO EXAMINADO
O LOCAL ONDE É FEITO O EXAME;
A DATA E A HORA;
O TIPO DE PERÍCIA A SER FEITA.
QUESITOS OFICIAIS:
São perguntas cuja finalidade é a caracterização de fatos relevantes que
deram origem ao processo. Não existem no foro cível. No foro penal, são
padronizados e têm o fim de caracterizar os elementos de um fato típico.
Em que pese existir um rol padronizado, não impede que a autoridade formule
outros quesitos.
Ex.: Quesitos de Laudo cadavérico
1) Houve morte?
2) Qual a causa médica da morte?
3) Qual o instrumento ou meio que causou a morte?
4) Se a morte foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo,
tortura ou outro meio insidioso ou cruel?
HISTÓRICO ou COMEMORATIVO:
São dados referentes aos antecedentes obtidos pelo próprio examinando,
exceto no caso de autopsia nos quais precisam ser transcritos, não
endossados, da guia de remoção que acompanha o corpo.
DESCRIÇÃO:
É a descrição minuciosa e precisa do que se foi observado pelo perito e como
ali se chegou, métodos, formas, tempo, velocidade, etc., ilustrando com
desenhos, gráficos, plantas, fotografias, dentre outras formas.
É a parte MAIS IMPORTANTE DO RELATÓRIO MÉDICO-LEGAL, uma vez que
não pode ser refeita com a mesma riqueza de detalhes em um exame
posterior, por isso deve ser minuciosa, correspondendo ao VISUM ET
REPERTUM (é a vista do que é encontrado).
DISCUSSÃO:
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Segundo o Professor Hygino Hércules, se não houver contradições aparentes,
pode não ser necessária.
Contudo, quando surge alguma discrepância entre a descrição e o histórico,
torna-se imperiosa. Nesses casos, os achados têm que ser analisados sob
novos ângulos, tentando encontrar uma explicação para as diferenças.
CONCLUSÃO:
Terminadas a descrição e a discussão, se houver, o perito assume uma posição
quanto à ocorrência, ou não, do fato com base nas informações do histórico,
nos achados do exame objetivo e no seu confronto.
As conclusões serão objetivas e podem ser afirmativas, negativas ou
inconclusivas.
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EXPOSIÇÃO
A exposição contém QUESITOS e HISTÓRICO.
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
ATENÇÃO
NÃO EXISTE A DESCRIÇÃO.
PREÂMBULO
O preâmbulo é onde ficam as qualificações das autoridades que fazem a
consulta e a do parecista.
EXPOSIÇÃO
Compreende o motivo da consulta, os quesitos formulados e o histórico do
caso em análise.
DISCUSSÃO
O parecista demonstra seu poder de argumentação. Não há, como no
relatório, o dever cívico de servir à justiça.
CONCLUSÃO
Deve sintetizar os pontos relevantes da discussão de modo claro e sucinto.
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ANTROPOLOGIA FORENSE
A Antropologia forense, estuda os restos mortais com objetivo de esclarecer sua
IDENTIDADE, CAUSA DE MORTE E ASCENDÊNCIA.
IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO
Importante, inicialmente diferenciar identidade e identificação.
IDENTIDADE
É a qualidade de ser a mesma coisa e não diversa. Se traduz pelo conjunto de
características peculiares que lhe dão a individualidade, ou seja, o torna único,
diferente de qualquer outro. São atributos que tornam alguém ou alguma coisa
igual apenas a si próprio.
Possui respaldo na imutabilidade e unicidade dos caracteres individuais.
IDENTIFICAÇÃO
É o processo ou método pelo qual se estabelece a IDENTIDADE (objetivo da
identificação) de uma pessoa ou coisa.
A identificação em que se basear em sinais e dados peculiares ao indivíduo e que,
em seu conjunto, possam excluí-lo de todos os demais.
Os sinais e dados utilizados na identificação são chamados de elementos
sinaléticos (Ex. cor e o tipo de cabelo).
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
unicidade e decomposição, por possui com a imagem que
imutabilidade. meio da realização lhe apresenta, portanto,
de exame de DNA. um método não
científico, subjetivo,
Baseados em
opinativo, precário.
métodos científicos,
técnicos. Ex. reconhecimento
fotográfico.
IMUTABILIDADE
Os elementos não podem modificar-se facilmente (capacidade de
resistência) pela ação do meio ambiente, tempo etc.
Assim, o peso do corpo não deve ser considerado elemento
sinalético, por estar sujeito a grandes variações.
PERENIDADE
É a capacidade de os elementos resistirem à ação do tempo.
Há quem trate como sinônimo de imutabilidade.
O Professor Wilson Palermo (Banca Delegado RJ, cita como sendo
diverso).
PRATICABILIDADE
Esses elementos não podem expor as pessoas a vexame quando elas
precisarem ser identificadas.
CLASSIFICABILIDADE
Os processos de identificação devem valer-se de elementos e sinais de fácil
classificação, de modo a orientarem a busca prontamente nos arquivos e a
qualquer momento (é a rapidez e facilidade na busca dos registros).
MÉTODO DE VUCETICH
Existem diversos “métodos” de identificação, no entanto, se convencionou, que o
que melhor atende aos elementos propostos, é o MÉTODO VUCETICH, adotado no
Brasil a partir de 1903, que toma como elemento básico a presença, ausência e a
posição de uma figura chamada de delta nos dedos da mão.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
As papilas dérmicas que vão dar origem aos desenhos digitais surgem com
6 meses de vida intrauterina.
A CLASSIFICAÇÃO DE VUCETICH
A classificação de Juan Vicetich, é baseada na presença, ausência e a posição de uma
figura chamada de delta nos dedos da mão.
Inicialmente, entenda como é formado o Delta.
O Delta são pequenos ângulos ou triângulos formados pelas cristas papilares.
É a característica fundamental no sistema de Juan Vucetich, e é formado no ponto de
encontro dos sistemas basilar, nuclear e marginal.
SISTEMA BASAL
É o conjunto de linhas paralelas ao sulco que separa a segunda da terceira falange,
ou seja, compreende as linhas abaixo do ramo inferior das linhas diretrizes, ficam
na base da impressão digital, isto é, abaixo do núcleo.
SISTEMA MARGINAL
É o conjunto de linhas das bordas e extremidades da terceira falange, ou seja, é
formado pelas linhas que estão acima do ramo superior das linhas diretrizes que
se sobre põe ao núcleo.
SISTEMA NUCLEAR
Se localiza entre os sistemas anteriores, sendo o sistema de linhas central.
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PRESILHA INTERNA
Há a presença do delta a direita do observador.
PRESILHA EXTERNA
Há a presença do delta a esquerda do observador.
VERTICILO
Há a presença de dois deltas.
ATENÇÃO
Não confundir DESENHO DIGITAL com IMPRESSÃO DIGITAL.
DESENHO DIGITAL:
É o que está na pele, sem que haja contato com superfície.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
presilha interna, na impressão digital passa a ser à esquerda, e o da
presilha externa passa a ser à direita.
Atenção
1. PARA IDENTIFICAR UMA IMPRESSÃO DIGITAL, DEVE-SE ANALISAR
A POSIÇÃO DO DELTA.
Assim, o delta deve ser avaliado no papel.
Porém, deve-se lembrar que, uma pessoa que olha seu dedo
(desenho digital) e vê um delta a esquerda, no momento que tocar
uma superfície (gerando uma impressão digital), ao olhar para a
impressão gerada, o DELTA ESTARÁ DO LADO OPOSTO, DEVENDO
ASSIM SER CLASSIFICADO.
Portanto, uma pessoa que olha no seu dedo e vê um delta
a esquerda, não tem como classificação de sua impressão
digital como presilha externa, mas sim como PRESILHA
INTERNA, DEVIDO À ESSA INVERSÃO NO MOMENTO DO
TOQUE.
FÓRMULA DATILOSCÓPICA
Na fórmula datiloscópica, cada tipo de classificação é representado por um
número ou letra. Vejamos:
Terá a representação de LETRA quando corresponder ao dedo POLEGAR.
Terá a representação de NÚMERO quando corresponder aos DEMAIS
DEDOS (indicador, médio, anular, mínimo).
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
ARCO
A presença de ARCO no POLEGAR é representada pela letra “A”
A presença de ARCO nos DEMAIS DEDOS é representado pelo
número “1”
PRESILHA INTERNA
A presença de PRESILHA INTERNA no POLEGAR é representada
pela letra “I”
A presença de PRESILHA INTERNA nos DEMAIS DEDOS é
representado pelo número “2”
PRESILHA EXTERNA
A presença de PRESILHA EXTERNA no POLEGAR é representada
pela letra “E”
A presença de PRESILHA EXTERNA nos DEMAIS DEDOS é
representado pelo número “3”
VERTICILO
A presença de VERTICILO no POLEGAR é representada pela letra
“V”
A presença de VERTICILO nos DEMAIS DEDOS é representado pelo
número “4”
“0”
Indica AUSÊNCIA DE FALANGE DISTAL (Ex. dedo amputado).
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Treinando:
Em uma formula datiloscópica, apresentada na SÉRIE, a seguinte
ordem 4 X 0 1.
Trata-se da mão direita, pois SÉRIE é sinônimo de
NUMERADOR que se refere a mão direita.
Não é possível saber a classificação do dedo polegar, pois
se verifica apenas números, não havendo a presença de
letras.
O dedo indicador é possui dois deltas, pois é indicado com
o número 4, que é o VERTICILO, que indica DOIS DELTAS.
O dedo indicado com X, indica dificuldade na classificação.
REGRA DE LOCARD
No Brasil o número de pontos característicos deve-se ter para ter certeza do
confronto positivo (certeza de ser aquela pessoa) é de 12 pontos.
LATENTE
Só pode ser percebida após o uso de agentes químicos
(reveladores).
MOLDADA
Ficam moldadas em alguma superfície mole.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
ALGUNS PONTOS CARACTERÍSTICOS EXISTENTES NO DESENHO DIGITAL
ALBODATILOGRAMA
É o conjunto de linhas brancas que atravessam as negras que representam as
cristas papilares. Podem ter qualquer direção e tamanho, mas, geralmente, são
transversais. Na verdade, representam pequenas pregas superficiais à maneira de
rugas, adquiridas com o passar dos anos, que se tornam mais visíveis quando se
faz a flexão da terceira falange. São mais frequentes nos polegares e nos
indivíduos mais idosos.
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ORLA DE BURTON
Típico de indivíduos que trabalham com chumbo onde existe coloração
escura na orla gengival.
FOTOGRAFIA SINALÉTICA
Consiste em foto de frente e perfil com redução de 1/7.
Há uma sobreposição de fotos.
Carece de unicidade, imutabilidade e classificabilidade.
ANTROPOMETRIA OU BERTILHONAGEM
A Identificação de pessoas se dá por uma descrição física baseada em
medições antropométricas.
É considerado o primeiro método de identificação.
RUGOPALATOSCOPIA
Palato duro ou céu da boa.
O rugograma é obtido através da moldagem da massa do dentista.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
POROSCOPIA
Tem por base a posição dos poros onde as glândulas sudoríparas se
abrem nas cristas papilares.
Vale lembrar que o registro de recém-nascidos é feito pela podoscopia
(planta dos pés) e a sua ausência é considerada crime.
FLEBOGRAFIA
Consiste em fotografar as veias do dorso da mão.
FOTOGRAFIA SIMPLES
Se dá por foto 3x4.
É considerado um método antigo utilizado para identificação judiciária.
ASSINALAMENTO SUCINTO
Descrição e anotação de certos dados, como estatura raça e
compleição física.
É considerado um método antigo utilizado para identificação judiciária.
RETRATO FALADO
Embora auxilie na captura de criminosos, não são considerados
método de identificação.
É considerado um método antigo utilizado para identificação judiciária.
IDENTIFICAÇÃO DE SANGUE
Deve o perito verificar se sangue, para após, buscar se trata-se de sangue humano ou
não.
São reações que indicam probabilidade de ser sangue humano, pois indicam a
presença de ferro (Fe++) da hemoglobina:
REAÇÃO DE ADLER
REAÇÃO DE AMADO FERREIRA
REAÇÃO DE KASTLE-MEYER
REAÇÃO DE VAN-DEEN
LUMINOL
É uma substancia que em contato com o sangue apresenta uma cor
intensa azul esverdeado, sendo chamado de teste de elite.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
OSTEOLOGIA
Como já visto, a antropologia forense é um ramo da antropologia física (biológica)
que tem por finalidades ESTABELECER A IDENTIDADE do sujeito através DA
INDIVIDUALIZAÇÃO DA IDADE, DO SEXO, DO PADRÃO RACIAL E DA ESTATURA E
DETERMINAR A CAUSA, A DATA E AS CIRCUNSTÂNCIAS DA MORTE. É SUBDIVIDIDA
EM:
OSTEOLOGIA
É o estudo da anatomia do esqueleto.
ARQUEOLOGIA
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Abrange os processos de escavação e arrecadação controlada de restos
humanos e outras evidências pertinentes ao local de encontro ou ao
contexto da cena em situação de crime.
TAFONOMIA
É o conhecimento das alterações que ocorrem sobre os despojos a partir
do momento da morte ao longo do tempo, incluindo trauma,
decomposição e modificações climáticas, ressaltando-se o papel do
patologista forense na diagnose diferencial entre trauma, fenômenos
tafonômicos e doenças ósseas.
DIVISÃO DO ESQUELETO:
ESQUELETO AXIAL
É composto pelos ossos da cabeça, pescoço e do tronco.
ESQUELETO APENDICULAR
É composto pelos membros superiores e inferiores.
A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas
escapular e pélvica.
OSSO
É um ÓRGÃO formado por tecido ósseo que, juntamente com a cartilagem, compõe
o esqueleto dos vertebrados.
Os tecidos ósseos são constituídos por CÉLULAS (osteócitos, osteoblastos e
osteoclastos) e MATRIZ INTERCELULAR (fibras colágenas e glicoproteínas - material
orgânico que confere resistência e elasticidade).
OSTEOBLASTO
É a CÉLULA JOVEM, que NÃO SE DIVIDE.
Produz secreção da parte orgânica da matriz óssea, chamada de
OSTEÓIDE ou PRÉ OSSO.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
OSTEÓCITO
É o OSTEOBLASTO MADURO, cuja função é MANUTENÇÃO DA MATRIZ
ÓSSEA.
OSTEOCLASTO
É a CÉLULA GIGANTE, MULTINUCLEADA, que NÃO SE DIVIDE, responsável
pela REABSORÇÃO DO EXCESSO DA MATRIZ ÓSSEA, participando da
remodelação, do reparo e da remoção da matriz mal constituída ou
fragmentada.
TIPOS DE OSSO
Macroscopicamente dois tipos de tecido ósseo podem ser diferenciados:
COMPACTO
O osso COMPACTO se apresenta SÓLIDO E FORMA A PAREDE ÓSSEA em
toda a EXTENSÃO DA DIÁFISE, podendo estar presente também nas
EPÍFISES.
ESPONJOSO
O tecido ESPONJOSO tem aspecto POROSO E É COMPOSTO POR UM
CONJUNTO DE ESPÍCULAS OU TRABÉCULAS IRREGULARES, FINAS E
INTERLIGADAS em ramificações, formando uma trama cujos espaços são
PREENCHIDOS PELA MEDULA ÓSSEA VERMELHA (tecido
hematopoiético). Ele ocorre na epífise dos ossos longos e na parte central
dos ossos curtos e é envolto por uma fina camada externa de osso
compacto.
Constitui a maior parte do tecido ósseo dos ossos curtos, chatos e
irregulares. A maior parte é encontrada nas epífises.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Ex: Fêmur, úmero.
As partes de um osso longo são as seguintes:
Diáfise: é a haste longa do osso. Ele é constituída principalmente de tecido
ósseo compacto, proporcionando, considerável resistência ao osso longo.
Epífise: as extremidades alargadas de um osso longo. A epífise de um osso
o articula, ou une, a um segundo osso, em uma articulação. Cada epífise
consiste de uma fina camada de osso compacto que reveste o osso
esponjoso e recobertas por cartilagem.
Metáfise: parte dilatada da diáfise mais próxima da epífise.
CURTOS
São como os longos, só que em miniaturas, assim seus comprimentos são
próximos às suas larguras. Eles são compostos por osso esponjoso, exceto
na superfície, onde há fina camada de tecido ósseo compacto.
Ex: Metacarpos, Metatarso.
CHATOS
Possuem SUPERFÍCIES PLANA para PROTEÇÃO OU FIXAÇÃO MUSCULAR.
Ex: Crânio, Escápula, Inominado (bacia).
IRREGULARES
Formas complexas, como as vértebras, esfenoide (face lateral abaixo do
crânio). Possuem quantidades variáveis de osso esponjoso e de osso
compacto.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Uma porção INTERNA POROSA que corresponde à CAVIDADE MEDULAR.
EXTERNAMENTE, a MEMBRANA que recobre o OSSO É O PERIÓSTEO,
constituindo um revestimento FORTE E FIBROSO (protegem o osso), que
reveste a superfície externa da diáfise, exceto nas superfícies articulares (nas
epífases), que são protegidas por CARTILAGEM.
Tanto o PERIÓSTEO quanto o ENDÓSTEO contêm CÉLULAS
QUE PODEM FABRICAR OSSO.
EPÍFISE
Crescimento em SENTIDO RADIAL.
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SISTEMA DE HAVERS
CANAIS DE HAVERS de sistemas vizinhos são conectados pelos CANAIS DE
VOLKMANN. No interior desses canais se estende uma rede de capilares sanguíneos
e nervos.
Cada SISTEMA DE HAVERS é um cilindro com um canal central (CANAL DE HAVERS),
ao redor do qual se distribuem lâminas ósseas concêntricas.
Os pequenos espaços entre os sistemas de havers são preenchidos por lamelas
ósseas de disposição diversa, formando as lamelas intersticiais.
Os sistemas de canais de um osso formam um verdadeiro labirinto que se estende da
região periférica e fibrosa (periósteo) até a região interna (endósteo, que reveste a
cavidade medular).
Os ÓSTEONS são o conjunto de SISTEMA DE HAVERS e estão organizados ao longo
das linhas de estresse mecânico, relacionadas à atividade de SUPORTE DE PESO.
Uma alteração nos padrões de estresse em um osso durante a vida resulta em um
realinhamento dos ósteons. Essa é a ÚNICA PROPRIEDADE ADAPTATIVA DO OSSO
conhecida como LEI DE WOLFF.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
OSSO HUMANO OU NÃO HUMANO?
Quando os restos se encontram extremamente fragmentados, o diagnóstico
só poderá ser realizado pelo ASPECTO MICROSCÓPICO DO OSSO CORTICAL.
Em geral, os ossos humanos adultos em relação aos ossos animais, são bem
menos grosseiros. Porém tal diagnostico não é valido para não adultos.
HUMANOS
OSSO HAVERSIANO DENSO (ósteons - forma concêntrica,
espalhados e espaçados, dispostos em camadas).
Canais concêntricos
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ANIMAIS
OSSO COM ESTRUTURA PLEXIFORME (ósteons – forma
retangular, regular e horizontal, alinhados, dispostos em
fileiras).
CROMOSSOMIAL
Os cromossomos masculinos são: 46 XY e tem corpúsculos fluorescentes.
Os cromossomos femininos são: 46 XX e nãotem corpúsculos fluorescentes.
GONADAL
Masculino possui testículos.
Feminino possui ovários.
CROMATÍNICO
Analisa a presença de corpúsculos de Barr
Masculino não possui.
Feminino possui.
GENITÁLIA INTERNA
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Masculino possui ductos de Wolf.
Feminino possui ducto de Muller.
GENITÁLIA EXTERNA
Masculino possui pênis e escroto.
Feminino possui vagina e mamas.
JURÍDICO
É designado no registro civil.
DE IDENTIFICAÇÃO OU PSÍQUICO
É o sexo moral. O que o indivíduo faz de si próprio.
MÉDICO-LEGAL
Constatado através da perícia.
Quando há dificuldade (Ex. despojos humanos), pode ser verificado o sexo através
das análises a seguir.
CRÂNIOMETRIA
O crânio é formado por 8 ossos: frontal, parietal (dois), occipital,
temporal (dois), esfenoide e etmóide.
Verifica-se as medidas anteroposterior (comprimento), altura e
laterolateral do crânio (largura).
O crânio masculino possui o osso frontal mais inclinado, a mastoide e
a estiloide (são apófises, ou seja, extensões de osso) são mais
desenvolvidas e o supercilio também é mais desenvolvido.
O crânio feminino possui o osso frontal mais vertical, a mastoide e a
estiloide são menos desenvolvidas e o supercilio também é menos
desenvolvido.
O crânio de uma pessoa mais jovem apresenta as suturas cranianas
visíveis (ligações entre os ossos do crânio), com o tempo, o crânio que
é adulto vai ossificando e as suturas ficam menos visíveis.
PROSOPOMETRIA
É efetivamente a análise das medidas anteroposterior (comprimento),
altura e laterolateral da face (largura).
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MASCULINO
O buraco occipital possui largura pequena e comprimento maior.
FEMINIMO
O buraco occipital possui largura grande e comprimento menor.
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PELVE
Trata-se do OSSO DA BACIA, também chamado de ILÍACO ou OSSO INOMINADO.
A bacia larga indica ser sexo feminino, e a estreita indica ser masculino.
O púbis é resultado da união dos ilíacos, e sua angulação indica ser masculino ou
feminino.
Se masculino, o ângulo não passa de 90º, se maior indica ser feminino.
CAUCÁSICO
Possui pele branca, cabelo lisos ou crespos, louros ou castanhos e íris azuis ou
castanhas.
MONGÓLICO
Possui pele amarela, cabelo liso, face achatada de diante para trás e maxilares
salientes.
NEGRÓIDE
Possui pele negra, cabelo crespo, crânio pequeno, íris castanha, nariz largo e
achatado.
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INDIANO
Não é um tipo racial definido. Possui estatura alta, pele amarela-trigueira, cabelos
pretos e lisos e barba escassa.
AUSTRALÓIDE
Estatura alta, pele trigueira, dentes fortes, nariz curto e largo e arcadas superciliares
salientes.
FÓRMULA DE RETZIUS
Existe ainda a classificação através da análise do crânio, índice cefálico horizontal, que de
acordo com Malthus Galvão, esse índice é verificado pela formula:
ICH = 100 . largura / comprimento
BRAQUICÉFALOS
“Cabeças chatas”.
Crânio curto e largo.
Índice maior que 80.
Pode ser da raça BRANCA ou NEGRA.
MESOCÉFALOS
Crânio médio.
Índice maior que 74,9 e menor que 80.
Raça asiática ou amarela.
DOLICOCÉFALO
Crânio longo (diâmetro ântero-posterior) e afinado.
Índice menor que 74,9.
Pode ser da raça BRANCA ou NEGRA.
PLATIRRINOS
Nariz achatado.
Raça negra (Melanodermos).
MESORRINOS
Asiáticos ou amarelos (Xantodermos).
LEPTORRINOS ou CATARRINOS
Nariz fino
Raça Branca (Leucodermos)
ÂNGULOS DE JACQUART
É a identificação de raça através do ângulo da face, tendo como ponto
anterior a base da fenda nasal.
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PROGNATA
Possui um ângulo menor que 83º (maxilar está mais para fora,
mais saliente).
Normalmente da RAÇA NEGRA.
MESOGNATA
Ângulo igual a 83º, que indica uma mandíbula mediana.
ORTOGNATA
Ângulo maior que 83º (maxilar está mais para dentro, mais
retraída).
Normalmente da RAÇA BRANCA
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
TRAUMATOLOGIA FORENSE
A TRAUMATOLOGIA ou LESIONOLOGIA FORENSE:
Faz parte da PATOLOGIA FORENSE, que é uma das subdivisões da medicina
legal.
Estuda as energias vulnerantes, seus mecanismos de ação e suas
consequências (lesões).
Conceito Prof. Genival de Veloso de França:
É um ramo da medicina legal que estuda os estados patológicos imediatos ou
tardios oriundos de uma violência que atinja o corpo humano, causando uma
lesão.
A PELE, que é o maior órgão do corpo humano é a primeira barreira contra a lesão.
Por isso a maioria das lesões aparece na pele.
A pele é formada por camadas, quais sejam:
EPIDERME
DERME
EPIDERME
É a parte superficial, que possui uma camada mais externa (que só possui
células mortas), e uma camada mais profunda (que possui células vivas).
A parte superficial é composta de células mortas, para que o organismo possa
reagir com o meio ambiente.
Na epiderme não tem vasos sanguíneos, tampouco filetes nervosos.
São as camadas da epiderme:
CAMADA CÓRNEA;
CAMADA LÚCIDA;
CAMADA GRANULOSA;
CAMA ESPINOSA e
CAMADA BASAL.
CAMADA CÓRNEA
As células desta camada são mortas, não possuem núcleo e
completamente achatadas em forma de lâminas (exercendo assim
função de proteção contra agentes externos, além de impedir a
evaporação de água).
Por essas células serem anucleadas, não há DNA nuclear.
Em que pese a ausência do núcleo, é possível a verificação do DNA
MITOCONDRIAL, no entanto, este o DNA mitocondrial só possui o
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
DNA MATERNO, porque a célula reprodutora masculina, ao
fecundar a célula reprodutora feminina, não entra o DNA
mitocondrial do pai que se localiza no citoplasma da célula (só
entra o núcleo do SPTZ, que não possui mitocôndria).
CAMADA LÚCIDA
É a camada imediatamente inferior a camada córnea, com menor
queratinização e é constituída por uma fina camada de células
achatadas, cujos núcleos celulares apresentam sinais de
degeneração, existindo pouquíssimas organelas citoplasmáticas.
Existe certa quantidade de queratina, tornando-a impermeável
a fluidos.
Nem todas regiões possuem essa camada, sendo mais comuns
nas regiões palmoplantares (mãos e pés).
CAMADA GRANULOSA
Nesta camada há a presença células poligonais e achatadas com
núcleo central. Há produção de grânulos de queratina, que impede
a passagem de compostos e água.
CAMADA ESPINOSA
É formada por 4 a 10 fileiras de células cuboides ou ligeiramente
achatadas com núcleo central e pequenas expansões no
citoplasma (separam o núcleo da membrana), que dá o aspecto
espinhoso.
Há ainda produção de queratina.
Se localiza acima da camada basal.
CAMADA BASAL
É a camada que possui a parte proliferativa e que dá origem as
células das outras camadas (responsável pela renovação da
epiderme).
As células (única fileira de células prismáticas) presentes, possuem
núcleo, logo, é possível identificar o DNA materno e paterno.
É a camada mais profunda, estando acima da derme.
Também chamada de camada GERMINATIVA ou GERADORA.
CAMADA DE MALPIGHI
Presente acima das papilas dérmicas, a camada de malpigui ou
camada epidérmica, é constituída pelas camadas:
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
CAMADA GRANULOSA
CAMADA ESPINOSA
CAMADA BASAL
DERME
Localiza-se abaixo da epiderme, e é composta exclusivamente de células
vivas. É macia, cheia de filetes nervosos, vasos sanguíneos e rica em gordura.
É formada por tecido conjuntivo com as funções de oferecer sustentação e
nutrir a epiderme.
Está dividida funcional e anatomicamente em duas camadas distintas: DERME
SUPERFICIAL (ou papilar) e DERME PROFUNDA (reticular):
PAPILAS DÉRMICAS
Local em que a derme e a epiderme se encontram, sendo entrelaçadas,
(forma o desenho digital através das cristas dérmicas) logo, é irregular pois
elas se interpenetram formando ondulações.
ATENÇÃO
Em razão da derme papilar (cristas dérmicas do entrelaçamento),
juntamente com o suor e gordura da pele, vão resultar no desenho
digital, e que quando tocado em objetos podem deixar a impressão
digital (quando o desenho digital é colocado em algum local).
Veja a imagem:
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
ANEXOS CUTÂNEOS
São estruturas anexas da pele que são constituídos pelas glândulas
sudoríparas, sebáceas e os pelos. Esse órgão importante tem as seguintes
funções: sensibilidade, regulação térmica e proteção.
TRAUMA
É a atuação de uma energia (física – química – biológica ou mista) externa (exógena)
sobre determinado indivíduo, capaz de causar um desvio de normalidade (lesão) no
corpo humano.
A reação do corpo ao trauma pode ser:
LOCAL
Há uma reação inflamatória que leva ao aumento da circulação local,
causando, assim, uma vaso dilatação (hiperemia) que leva ao rubor, calor
e edema.
Em razão desta reação, tem-se um aumento de glóbulos brancos, que te
função de defesa, para a região.
SÍNDROME COMPARTIMENTAL
O edema (resultado da reação inflamatória) pode comprimir os
vasos (em razão do aumento da pressão), desde que seja muito
intenso e situado em área delimitada (área restrita) por
paredes pouco distensíveis. O aumento da pressão nos tecidos
bloqueia a circulação e, por isso, prejudica os mecanismos de
defesa (chegada dos glóbulos brancos), com o agravamento da
lesão inicial. Ocorre, por exemplo, nos traumatismos
musculares graves.
SISTÊMICA ou GERAL
Quando há uma queda de pressão arterial, afetando todo o organismo
podendo chegar até o estado de choque (diminuição da perfusão e
oxigenação dos tecidos), causando ainda o estresse pós-traumático.
LESÃO
É a consequência/alteração traumática resultante da agressão sofrida pelo corpo.
A lesão pode ser:
DIRETA
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
É a lesão no local de contato entre o a parte do corpo atingida e o agente
vulnerante.
INDIRETA
Quando no lado oposto ao trauma, há lesão reflexa/indireta, também
chamada de lesão a contragolpe.
Ex.: Lesões na cabeça, em que o deslocamento do cérebro causa lesões do
lado oposto ao trauma.
FECHADA
Neste tipo de lesão não há rompimento da pele.
Ex.: Rubefação, equimose, bossa, entorse, luxação, rotura, fratura não
exposta, etc.
ABERTA
Neste tipo de lesão há o rompimento da pele.
Ex.: Escoriação, ferida, fratura exposta, etc.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
MORTAL
São as lesões que culminam em morte e são fruto de em suicídio, acidente
ou crime.
NÃO MORTAL
São as criminosas, que podem ser dolosas ou culposas, podendo se
ajustar, por exemplo, ao Art. 129 do CP.
COM ASSINATURA
A lesão denuncia o instrumento que a causou, ou seja, ao visualizar a lesão,
já se pode determinar o objeto que a causou, chamada de LESÃO
PATOGNOMÔNICA.
Ex.: Queimadura causada com um garfo na pele, marcas de pneu no corpo
de delito, etc.
AGENTES VULNERANTES
Será tratado agora sobre os agentes ou elementos que, por meio de contato direto
ou indireto, causam as lesões.
Portanto, os agentes vulnerantes são aqueles que atuam no organismo, capazes de
causar alterações.
A energias vulnerantes podem ser de ordem:
FÍSICA
QUÍMICA
BIOLÓGICA
O professor Higino Hercules não cita essa modalidade de energia.
MISTA
Há a reunião de mais de uma energia.
I) ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
Se divide em:
ENERGIA DE ORDEM FÍSICA NÃO MECÂNICA
São aqueles que para causar lesão não precisam de movimento.
Ex.: eletricidade, calor, luz, som, pressão, radiação.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Pode um agente mecânico causar lesão estando parado, desde que o alvo
esteja em movimento.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Nos três primeiros casos, temos agentes simples, visto que seu uso
principal tem uma única finalidade. Já nos três últimos, são
classificados como misto, visto que a sua ação gera dois tipos de
lesões.
AGENTE CONTUNDENTE
Agente contundente é aquele que só contunde.
Resulta da atuação de agentes que transfere sua energia cinética, através
de pressão, para o corpo por meio de uma superfície, uma área, que
interessa todos os planos da pele, inclusive os subcutâneos. Não há ponta,
nem gume.
ATENÇÃO:
O AGENTE é classificado como sendo CONTUNDENTE
A LESÃO é classificada como sendo CONTUSA (em plano).
SINAL DE STRASSMAN
Trata-se do afundamento parcial com fissuras na calota
craniana.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
TRAÇÃO:
Ocorre quando uma parte do corpo, por exemplo, o cabelo é preso e
puxado por alguma engrenagem. Nestes casos, pode ocorrer o escalpe,
que é o arrancamento do couro cabeludo. Torções articulares provocam
lesões por força de tração exercida sobre os ligamentos da face oposta à
flexão ou extensão exagerada.
DESLIZAMENTO:
Deve-se ao atrito entre o agente e a pele. São chamadas de lesão em linha.
O exemplo mais comum são as escoriações.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Lembrando que as lesões podem ser FECHADAS ou ABERTAS, assim, vamos
analisar as hipóteses de cada uma:
LESÕES FECHADAS
A) RUBEFAÇÃO
Rubor é vermelhidão na pele sendo a lesão produzida por ação contundente
mais leve que existe.
É constituída por hiperemia, que é aumento da circulação sanguínea local,
sendo o efeito anti-inflamatório e normalizador circulatório, observada no
local de impacto – ou seja, há uma vermelhidão, NÃO HAVENDO
EXTRAVASAMENTO DE SANGUE, resultante da dilatação de capilares e
vênulas locais desencadeada pela liberação de mediadores químicos como a
histamina (envolvida em processos bioquímicos de respostas imunológicas,
tais como extravasamento de plasma que acarreta o aparecimento de
edemas, vermelhidão, coceira dentre outros).
OBSERVAÇÕES:
A rubefação aparece nos primeiros instantes e alcança o máximo em um
minuto, persistindo por cerca de 10 minutos.
VALOR MÉDICO-LEGAL:
Caracteriza que houve uma ação contundente.
É fugaz ou temporária, e sua comprovação pericial é quase impossível e a
vítima de uma agressão que lhe tenha produzido apenas uma rubefação,
como no caso de uma bofetada, se for a exame de corpo de delito,
receberá um laudo negativo quanto a existência da lesão.
NÃO HÁ EXTRAVASAMENTO DE SANGUE LOCAL.
Não confunda com ERITEMA, que é semelhante, mas é causada pelo calor
(agente térmico).
2º MOMENTO
Ocorre a EXTENSÃO DA HIPEREMIA para pequena área ao redor.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
3º MOMENTO
Após, ocorre PALIDEZ DA ZONA CENTRAL CAUSADA POR EDEMA, que
é o acúmulo anormal de líquidos no espaço intersticial - espaço localizado
entre os vasos e as células dos tecidos.
C) EQUIMOSE
É a lesão mais cobrada em provas.
O trauma causa o EXTRAVASAMENTO DO SANGUE DOS VASOS SANGUÍNEOS
(pois sofreu rotura, secção), havendo assim, INFILTRAÇÃO DO SANGUE NAS
MALHAS DOS TECIDOS (superficiais ou profundos), de maneira que a
EQUIMOSE É VISTA ATRAVÉS DE UMA LÂMINA DE TECIDO (em regra, a pele,
mas pode ser pulmão, coração, etc.).
Segundo o professor Higyno Hércules, seria possível ter uma equimose
sem o seccionamento de um vaso sanguíneo (com o vaso integro), pois
através da DIAPEDESE, ou seja, com a passagem do fluxo sanguíneo
através dos poros das paredes dos vasos.
PETÉQUIA
Há geralmente um pontilhado hemorrágico. Há hemorragia em
tamanho de um ponto de uma cabeça de alfinete.
A literatura diz que é comum é mortes rápidas.
A reunião de várias petéquias é chamada de sugilação.
PETÉQUIAS SUBCONJUNTIVAIS
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
SUGILAÇÃO
É formada por confluência de numerosas (milhares ou centenas)
lesões puntiformes em uma área bem delineada (forma de pequenos
grãos). Portanto é uma equimose formada por vários pontinhos
aglomerados.
Geralmente fruto de atos libidinosos, decorrente de sucção, no
entanto também pode ser fruto de pancadas.
Segundo a doutrina podem surgir em vida ou após a morte.
VÍBICE
Tratam-se de petéquias em faixa dupla paralelas, causada por agente
contundente que possui forma cilíndrica e que, ao colidir com a pele,
desloca o sangue para linha paralela ao instrumento, como é o caso de
um taco de beisebol ou cassetete.
Pode ocorrer ainda quando o pneu de um automóvel passa por um
corpo, sendo chamado nesse caso específico de ESTRIAS
PNEUMÁTICAS DE SIMONIN.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
SUFUSÃO ou EQUIMOMA
Representa hemorragia mais extensa (equimose em proporção
maior), de tamanho variado.
É o que se chama de LENÇOL HEMORRÁGICO ou de “MANCHA DE
SANGUE”.
SUFUSÃO SUBCONJUTIVAL
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
São manchas decorrentes de equimoses:
MANCHA DE TARDIEU
Trata-se de petéquias subconjuntivais (atingem abaixo da membrana
conjuntiva que recobre o globo ocular – ou seja, a esclerótica – que é
a parte branca dos olhos), indicando que pode ter ocorrido asfixia por
sufocação, afogamento, entre outras causas.
MANCHA DE PALTAUF
Trata-se de EQUIMOSES SUBPLEURAIS de ordem físico química,
ocorrendo quando há aspiração de água, que causa o rompimento dos
alvéolos (asfixia por afogamento) e há o extravasamento do sangue.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
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EQUIMOSE A DISTÂNCIA
Às vezes a equimose aparece no lugar do impacto, mas às vezes a
equimose aparece à distância. Vejamos:
Ex.1: Quando uma pessoa é asfixiada (enforcada, esganada), a lesão
pode ser no pescoço, mas aparecem petéquias espalhadas pelo corpo
todo, essas petéquias espalhadas são EQUIMOSES À DISTÂNCIA.
SINAL DO ZORRO ou GUAXIMIM
Quando se tem uma lesão no couro cabeludo, há
extravasamento de sangue, que, em razão da gravidade, esse
sangue vai parar na região dos olhos (lembre-se que nos olhos
não se observa o espectro equimótico de legrand du saulle).
Assim, a região dos olhos fica arroxeada sem que tenha sofrido
uma lesão nos olhos.
Sinal de Batlle
Equimose oriunda da fratura do andar médio da base do crânio
e é acompanhada de otorragia (sangramento do ouvido
médio).
Sinal de Cullen
Ocorre nos casos de pancreatite que levam a equimose peri-
umbilical.
MOBILIDADE EQUIMÓTICA
É o deslocamento da equimose para regi~]oes mais afastados do
ponto de contusão.
59
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
com o passar do tempo, iram se fixar nos tecidos, não sendo mais
possível a movimentação do sangue).
Se a equimose for fruto de um trauma e estiver fora dos vasos
(infiltração hemorrágica), trata-se de equimose verdadeira, ou seja,
foi feita em vida.
Como verificar?
Deve-se fazer uma corte no local, e jogar agua corrente, e se
limpar a área, indica que foi feito após a morte (pois não infiltrou),
e se não limpar, indica que foi feita em vida, pois há sangue
acumulado na região.
ÍNDICE DE VERDERAU
É uma forma de verificar se a equimose foi produzida intra vitam
ou post mortem, consistindo na divisão do número de glóbulos
vermelhos pelo número de glóbulos brancos.
Se houver alteração do índice indica que houve reação
inflamatória, logo, uma lesão produzida em vida.
Se esse índice se mantiver sem alteração, indica tratar de uma
falsa equimose, ou seja, post mortem.
60
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
VERMELHO BRONZEADO
DIA 1º
A cor se dá em razão da hemoglobina.
VIOLÁCEO/ARROCHEADO
DIAS 2º e 3º
A cor se dá em razão da hemossiderina.
AZUL
DIAS 4º, 5º, 6º
A cor se dá em razão da hematoidina.
ESVERDEADO
DIAS 7º, 8º, 9º e 10º
A cor se dá em razão da hematina.
AMARELADO
A PARTIR DO 11º DIA.
A cor se dá em razão da hematina.
ATENÇÃO
A causa da mudança de cor é a progressiva reabsorção da
hemorragia pela ação dos macrófagos (células de limpeza do
tecido conjuntivo local) através da fagocitose.
O sangue extravasado passa a ser considerado corpo estranho ao
tecido e desperta reação de defesa com a finalidade de removê-lo.
Logo nos primeiros dias, as hemácias são fagocitadas (processo de
ingestão e destruição de partículas) pelos macrófagos, em cujo
interior sua membrana é destruída e a hemoglobina digerida.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
BOLSA ESCROTAL
SINAL DE KUNCKEL
Pode auxiliar na busca do tempo aproximado da lesão após a
mancha equimótica desaparecer em função da rede ganglionar
e resquícios da equimose (vestígios).
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
D) BOSSA
É uma lesão que iria se formar uma equimose, no entanto com a presença de
plano ósseo por baixo, o sangue empurra a pele para cima.
Esse “galo” formado se chama Bossa.
Segundo o Prfessor Higyno Hércules, ocorre quando há o aumento de volume
dos tecidos por coleção (não há extravasamento) de líquido, que os infiltra
intensamente, decorrente de distúrbio circulatório localizado.
A bossa pode ser:
SANGUÍNEA: formada por sangue tendo coloração arroxeada.
LINFÁTICA: bossa serosa, que é incolor e pode enseja o descolamento
traumático de Morel-Lavalée, que é o derrame linfático que pode levar
ao descolamento da pele.
BOSSA
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
vão sucedendo as grandes contrações uterinas, a cabeça vai aflorando
na cavidade vaginal, aparecendo primeiro o setor occipital. Assim, a
porção do couro cabeludo que já está insinuada fica voltada para a
cavidade vaginal e não recebe pressão. No anel que circunscreve essa
porção, a pressão é forte o suficiente para barrar a saída do sangue
venoso, mas não o fluxo de sangue arterial para aquela porção
circular do couro cabeludo. Por isso, o sangue venoso fica sob pressão
aumentada, o que desequilibra a microcirculação, fazendo com que se
forme a bossa. Quanto mais demorar o parto, maior será a bossa
formada. O aumento de volume do setor occipital do couro cabeludo
é chamado vulgarmente de TUMOR DO PARTO OU CAPUT
SUCCEDANEUM.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Essas meninges são vivas, elas têm vasos sanguíneos. Se uma pessoa leva
uma pancada na cabeça, às vezes rompe vaso da pia-máter, às vezes da
aracnóide e às vezes da dura-máter. Onde esse vaso romper, o sangue não
tem para onde ir. Ele se acumula entre as membranas ou entre o crânio e
a pia-máter. Onde o sangue se acumula, o hematoma vai crescendo e
empurra o cérebro para dentro, se não houver socorro rápido pode levar
a morte.
DURA-MÁTER
É a camada mais externa e mais espessa.
O hematoma que ocorre fora dura-máter é chamado de
HEMATOMA EXTRADURAL ou EPIDURAL(entre a dura-máter e o
crânio, há uma ZONA DESCOLÁVEL DE GERARD MARCHAND,
permite a formação do hematoma).
Às vezes leva horas para se formar. Quatro/dez/doze horas depois
começam a aparecer os problemas e os sinais apresentados são
muito parecidos com a embriaguez alcoólica (fala desconexa;
andar desiquilibrado, etc).
Basta fazer um pequeno furo e drenar o sangue para salvar a
pessoa.
O hematoma que ocorre entre a dura-máter e a aracnóide é
chamado de hematoma SUB-DURAL.
ARACNÓIDE
Se localiza entre a dura-máter e a pia-máter.
O hematoma que ocorre entre a pia-máter e a aracnóide é chamado
de hematoma SUB-ARACNOIDE.
Entre a pia-máter e a aracnoide, existe uma substancia chamada de
LIQUOR, que tem por função a drenagem local, e o amortecimento.
PIA-MÁTER
É a mais fina das meninges.
É o envelope meníngeo que firmemente adere à superfície do
cérebro e a medula espinhal (feixes nervosos). Ela segue aos
menores contornos do cérebro
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
LEPTO MENINGES.
As meninges aracnoide e pia-máter, são finas e transparentes,
e por isso são chamadas de lepto meninges.
F) ENTORSE
É o ESTIRAMENTO da cápsula de uma articulação (invólucro membranoso
que encerra as superfícies articulares), COM OU SEM ROTURA (feixe de tecido
fibroso que une entre si duas cabeças ósseas de uma articulação – ligamento
articular).
Aparece sempre que a amplitude normal dos movimentos articulares é
ultrapassada em decorrência de forças externas.
O local mais comum de ocorrência é na região dos pés.
A atenção médico legal para a entorse ocorre pelo fato de a mesma poder
levar a incapacidade permanete.
G) LUXAÇÃO
É o DESLOCAMENTO PERMANENTE das superfícies articulares (luxação
completa).
Se o deslocamento das superfícies articulares for parcial, chama-se SUB-
LUXAÇÃO.
H) FRATURA
É uma solução de continuidade dos ossos decorrente, em regra, de ação
contundente.
Na maioria dos casos, tem origem traumática, mas pode ocorrer
espontaneamente quando o osso está enfraquecido por alguma doença, que
neste caso, são chamadas de fraturas patológicas (como no caso de
osteoporose).
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
O mecanismo de produção pode ser direto, quando o agente contundente
incide sobre o osso e o rompe no local do impacto, ou indireto, por flexão
exagerada, por torção, por arrancamento ou por esmagamento.
Pode ser:
COMPLETA
Quando o seu traço SEPARA UMA PARTE DO OSSO OU O DIVIDE EM MAIS
DE UM SEGMENTO.
Os arrancamentos ósseos que ocorrem na zona de inserção de tendões e
ligamentos não chegam a dividir o osso, são FRATURAS PARCIAIS, mas
destacam completamente pequenos fragmentos. As que chegam a dividir
o osso são referidas como FRATURAS TOTAIS.
INCOMPLETAS
QUANDO A FRATURA NÃO CHEGA A DIVIDIR O OSSO.
É o caso dos afundamentos de ossos esponjosos, como o díploe, osso
esponjoso da calota craniana, das fissuras e das fraturas em ramo verde
das crianças (o osso "dobra" e só quebra de um lado).
MÚLTIPLA
Quando há mais de um foco de fratura no mesmo osso.
COMUTATIVA
Quando um osso apresenta numerosos fragmentos e focos de fratura.
Ocorre estilhaçamento ósseo.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Ocorre quando o osso não quebra, havendo apenas rachadura, possuindo
tendência de ocorrer em jovens, vez que os ossos são mais flexíveis.
PSEUDO ARTROSE
Ocorre quando os ossos que foram fraturados não voltam a se unir.
LESÕES ABERTAS
A) ESCORIAÇÃO, ARRANHAMENTO, EROSÃO EPIDÉRMICA, ABRASÃO ou
ESFOLAMENTO
Ocorre quando há o arrancamento traumático da epiderme com exposição
da derme.
O agente contundente desliza sobre a pele e, devido ao atrito, arranca as
camadas celulares da epiderme em profundidade variada, expondo a derme.
O indicativo que a lesão foi feita em VIDA é a formação de CROSTA (cerca de
24 horas após a escoriação).
Haverá REGENERAÇÃO, através de um processo de reepitalização, que
ocorre tempo de cerca de 20 a 30 dias, a depender de fatores como
local da escoriação, vascularização, etc.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
As escoriações que passem em plano intermediário entre o ápice e a
base das papilas dérmicas aparecem como um pontilhado
hemorrágico em meio a exsudação serosa e formam CROSTA
SEROSSANGUINOLENTA (há presença de linfa e sangue).
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
B) FERIDA
Há lesão tanto da epiderme, quanto da derme, atingindo inclusive os planos
subcutâneos, pois a ação contundente foi capaz de ultrapassar os tecidos
moles.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
A ferida acima foi feita por instrumento irregular, o instrumento rasgou, então
provavelmente era um instrumento contundente. As bordas são
completamente irregulares (as retrações mostram reação vital), indicando
que a pele não foi cortada, e sim que foi uma ferida contusa. Essa ferida
contusa sangra pouco, porque com a pancada os vasos sanguíneos são
esmagados, então sangra menos que uma ferida incisa.
A ferida pode ser contusa, e neste caso são os mecanismos que causam a
ferida contusa:
COMPRESSÃO
A superfície da agente força, inicialmente, a epiderme de encontro à
derme e esta de encontro ao plano subjacente, geralmente um osso. A
epiderme é arrancada e as fibras da derme deslocadas lateralmente e se
rompem quando a pressão ultrapassa seu limite de resistência
TRAÇÃO
O agente contundente traciona a pele fortemente, de modo continuado e
lento, ou faz movimento de deslizamento sobre o segmento. O atrito faz
com que a pele seja puxada até o limite de sua elasticidade e comece a se
romper aos poucos em várias fendas irregulares e paralelas, até que uma
delas interessa toda a espessura e a pele é rompida.
São exemplos desse mecanismo o escalpe produzido por correias que
prendam os cabelos e os tracionem de modo violento e o estiramento da
pele por pneu de viatura que passe sobre um segmento corporal.
C) ESMAGAMENTO
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
São lesões em que todos os planos anatômicos (é o grau máximo da ação
contundente) de um segmento do corpo são comprimidos e triturados pelo
agente contundente.
O agente causador dos esmagamentos é sempre um agente dotado de
excessiva energia cinética, em geral de grande massa. Prensas, veículos, polias
de máquinas em movimento, marretas, martelos, todos podem causar
esmagamento na dependência do segmento lesado. As partes moles são
extensamente laceradas e os ossos sofrem fratura do tipo cominutiva.
AGENTE PERFURANTE
Os agentes perfurantes transferem sua energia cinética por meio de uma
PONTA, pressionando e afastando os elementos do tecido, pois a ponta
atua por pressão e vai afastando as fibras dos tecidos à medida que se faz
a penetração da haste.
São formados por uma ponta continuada por uma haste cilíndrica.
Conforme o diâmetro dessa haste, pode ser classificada como de CALIBRE
PEQUENO (alfinetes, agulhas e espinhos) ou de CALIBRE MÉDIO (furador
de gelo e sovela).
A ação do instrumento perfurante pode ser ATIVA (quando o instrumento
atingir o corpo em repouso ou quase em repouso) ou PASSIVA (quando o
corpo em movimento se chocar com o instrumento localizado em um
anteparo).
Não existe instrumento perfurante de grande calibre, sendo
classificado como perfuro-contundente (Ex: vergalhão).
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Há grande predomínio da profundidade em comparação com o
aspecto externo.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
PENETRANTES
A lesão tem entrada, mas não tem saída, neste caso, sendo
chamada de ferida cega ou em fundo de saco.
TRANSFIXANTES
A lesão atravessa qualquer segmento do corpo de uma face à
outra, ou seja, possui entrada e saída.
A profundidade varia de acordo com a penetração da haste. Pode ser
igual, maior ou menor do que ela:
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
LESÃO EM ACORDEON OU EM SANFONA
Será maior se houver compressão dos planos superficiais pela
empunhadura do instrumento, como nos golpes mais violentos
desferidos no abdômen (LACASSAGNE).
AGENTE CORTANTE
Os instrumentos cortantes transferem energia cinética por deslizamento
e leve pressão através de uma borda aguçada a que se dá o nome GUME
ou FIO.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
deslocamento do instrumento no momento do golpe pode ser
avaliado pela posição da cauda de saída. Há ainda a presença da
cauda de escoriação de Romanese. Ambos representam a
direção de saída do instrumento.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
ESGORJAMENTO
Esgorjar é colocar a garganta para fora.
São feridas localizadas no PESCOÇO são chamadas de
esgorjamento quando ocorrem nas regiões LATERAIS OU
ANTERIOR DO PESCOÇO, podendo ser fruto de AÇÃO INCISA
ou CORTO CONTUDENTE.
ASFIXIA
É provocada pela aspiração do sangue extravasado
através da laringe ou da traqueia seccionados.
EMBOLIA GASOSA
Gases entram na região e obstruem determinado
vaso sanguíneo.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
SUICÍDIO
Geralmente estão presentes LESÕES DE HESITAÇÃO
– que se verifica na presença de múltiplos entalhes
nos lábios da ferida ou mesmo feridas menores e
mais superficiais paralelas à ferida principal – o
agente busca testar sua sensibilidade à dor.
DEGOLAMENTO
Ocorre quando as lesões se situam na região da gola do
pescoço, ou seja, é situada na parte POSTERIOR DO PESCOÇO,
sem que haja o arrancamento da cabeça, pois, se houver o
arrancamento da cabeça, haverá a chamada decaptação.
LESÕES DE DEFESA
Localizados na mão ou no antebraço, principalmente na borda
ULNAR (não no rádio, que é o osso interno do antebraço).
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Se situadas na palma da mão traduzem a tentativa de a vítima
segurar a arma do agressor.
Para saber qual incisão foi feita em primeiro lugar, deve-se tentar
a aproximação das bordas separadas. Se a escolha tiver sido
correta, poderemos suturar as bordas da segunda ferida ao longo
de duas direções defasadas, mas paralelas.
Primeira incisão
Segunda
incisão
FERIDA HIATROGÊNICA
É aquela oriunda de um procedimento cirúrgico, onde as
bordas são alinhadas/paralelas, que permite a melhor
cicatrização.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
PERFURO-CORTANTE
Os instrumentos perfuro-cortantes transferem sua energia cinética por
PRESSÃO (que gera a perfuração), através da ponta e por DESLIZAMENTO
dos gumes, que seccionam as fibras dos tecidos.
Possuem uma ponta e um ou mais gumes.
UM GUME:
LESÕES DE FORMA DE BOTOEIRA, com UM DOS ÂNGULOS
BEM MAIS AGUDO QUE O OUTRO.
SE O INSTRUMENTO ESTIVER INCLINADO FORMA DOIS
ÂNGULOS AGUDOS,
ENTALHE:
A presença do entalhe, que consiste no ato de girar O
instrumento no interior do corpo indica animus necandi.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
DOIS GUMES
Forma de fenda e ângulos bastante agudos e semelhantes.
Na porção central, o afastamento das bordas é máximo,
atenuando-se gradualmente em direção aos ângulos.
TRÊS GUMES
Forma estrelada com tantas pontas quantas forem às
arestas do instrumento. Suas bordas são curvas e convexas
em direção ao centro da ferida.
PENETRANTES
Sua profundidade não imita necessariamente o comprimento
da lâmina do instrumento, pois tanto pode ter havido
penetração apenas parcial (EM FUNDO-DE-SACO ou CEGA)
como ter sido o golpe muito violento de modo que a mão do
agressor empurre as partes moles superficiais, produzindo
TRAJETO MAIOR DO QUE O COMPRIMENTO DA LÂMINA
(LESÃO EM ACORDEON OU EM SANFONA).
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
TRANSFIXANTES
São as que possuem entrada e saída.
PÉRFURO-CONTUNDENTE
As lesões por instrumentos perfuro-contundentes são produzidas por
instrumentos de haste, consistente e afiado, que atuam por pressão, e
causam lesões em forma de túnel.
ENCRAVAMENTO e EMPALAMENTO
Se houver penetração em qualquer parte do corpo por instrumento que
possui forma longa e de haste, chama-se de ENCRAVAMENTO, no entanto
se a penetração se der na região do períneo, será chamado de
EMPALAMENTO.
ENCRAVAMENTO
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
EMPALAMENTO
PRECIPITAÇÃO e DEFENESTRAÇÃO
É comum ocorrer encravamento/empalamento em quedas de
lugares com certa altura. As quedas (ações contundentes
passivas) são chamadas de PRECIPITAÇÃO, no entanto se esta
se der por meio de uma JANELA, será chama de
DEFENESTRAÇÃO.
CORTO-CONTUNDENTE
São instrumentos que, dotados de grande massa, transferem a sua
energia por meio de um gume, causando lesões corto-contusas.
Ex: Machados, enxadas, foices, facões, alfanjes e, inclusive, rodas de trem
e guilhotina, arcada dentária.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Lesões muito profundas e graves, geralmente causando
mutilações (fruto de ações traumáticas).
ESPOSTEJAMENTO
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Neste caso, o corpo é dividido em mais de 4 partes.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
As armas de fogo, são o equipamento capaz de disparar um PAF, por meio da força
expansiva dos gases liberados, pela queima de pólvora.
Segundo o Professor Hygino Hércules, as armas de fogo podem ser classificadas:
QUANTO AO PORTE
FIXA
As peças de artilharia pesada montadas em navios,
construções, etc.
Possuem mobilidade restrita, ou seja, os deslocamentos
verticais e horizontais são limitados.
MÓVEL
São montadas em carros de combate, ou dispositivos com
rodas.
Podem ser deslocadas de acordo com a conveniência.
SEMI-PORTÁTIL
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
As que podem ser montadas e desmontadas do suporte com
facilidade, para uso, mas que não podem ser carregadas por um
só homem.
PORTÁTEIS
São as que atraem a atenção da medicina legal, podendo ser:
LONGAS
Fuzil, espingarda, etc.
CURTAS
Pistolas, revolveres, etc.
QUANTO A FINALIDADE
ARMA PRÓPRIA
Arma que é feita para ataque ou defesa, como a arma de fogo.
ARMA IMPRÓPRIA
Instrumento que não é feito para ataque ou defesa, mas pode
ser utilizado para tal finalidade.
RAIADA
O cano da arma de fogo possui raiamento interno.
As RAIAS (produzem cavados nos projéteis) são depressões, de
forma helicoidal, cavadas ao longo do cano, separadas por
cristas paralelas em que o metal não está rebaixado.
Os CHEIOS ou CRISTAS são responsáveis por produzir o
raiamento nos projéteis.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
RAIAS: DESTRÓGENAS E SINISTRÓGENAS
O raiamento irá dar movimento de rotação, que serão
chamadas de:
DESTRÓGIRAS:
Quando o projétil rodar da esquerda para a direita em
torno do seu eixo longitudinal.
SINISTRÓGIRAS:
Quando o projétil rodar em sentido contrário, da direita
para esquerda.
PASSO
QUANTO A VELOCIDADE
BAIXA VELOCIDADE
VELOCIDADE DO SOM INFERIOR A:
340 m/s a velocidade dos SOM NO AR;
1.500 m/s a velocidade do SOM NOS LÍQUIDOS;
5.000 m/s a velocidade do SOM NOS SÓLIDOS.
MÉDIA VELOCIDADE
Intervalo a baixa e a alta velocidade.
ALTA VELOCIDADE
Acima de duas vezes a velocidade do som.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Acima de 680 m/s a velocidade dos SOM NO AR;
3.000 m/s a velocidade do SOM NOS LÍQUIDOS;
10.000 m/s a velocidade do SOM NOS SÓLIDOS.
QUANTO AO FUNCIONAMENTO
TIRO ÚNICO
As armas têm que ser alimentadas (municiadas) e carregadas para
cada disparo, pois só comportam um cartucho para cada cano; existem
aquelas com dois ou três canos.
DE REPETIÇÃO
Depois de alimentadas, PODEM CARREGAR VÁRIOS CARTUCHOS,
SUCESSIVAMENTE, para a câmara de combustão, sem necessidade de
serem novamente municiadas.
O mecanismo de repetição pode ser SIMPLES, como na maioria dos
revólveres, ou executado por parte da energia proveniente do disparo.
ATENÇÃO
Nesse caso, se puderem disparar todos os projéteis sem necessidade
de aliviar o dedo do gatilho serão chamadas de ARMAS
AUTOMÁTICAS.
Se precisarem de um movimento completo do gatilho para cada
disparo, serão consideradas SEMI-AUTOMÁTICAS.
Nas armas semi-automáticas, o mecanismo de disparo é independente
de carregamento. De um modo geral, as metralhadoras são
automáticas e as pistolas, semi-automáticas. Mas, há pistolas
automáticas e metralhadoras que podem comportar-se como semi-
automáticas.
QUANTO AO CALIBRE
CALIBRE REAL
É verificado pelo diâmetro da boca das armas de fogo raiadas, quando
medido entre dois CHEIOS OPOSTOS, no caso de raiamento par. Se o
raiamento for de número impar é utilizado um equipamento especial.
CALIBRE NOMINAL
Quando ele é referido de acordo com o número dado pelo fabricante.
Mais de um calibre nominal pode corresponder a um mesmo calibre real,
seja da arma, seja do projétil.
O calibre nominal é um referencial necessário, pois cartuchos de calibre
nominal diferente destinam-se a armas diferentes em função de suas
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
diferentes qualidades balísticas, embora os projéteis possam ter o mesmo
diâmetro.
QUANTO A LEGISLAÇÃO
A lei 10.826/03, estabelece que:
SINARM como órgão controlador do registro e cadastro de armas e de
emissão de portes, de modo a ter o controle do número de armas em
poder da sociedade civil e de seu fluxo (esse controle não abrange as
armas das Forças Armadas e Auxiliares, pois continua competente o
Comando do Exército a fiscalização dos chamados produtos
controlados).
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
MUNIÇÃO
As armas usam CARTUCHOS que compreendem:
PROJÉTIL;
ESTOJO;
CARGA PROPELENTE;
ESPOLETA;
E, no caso das ESPINGARDAS, A BUCHA.
CARTUCHO ou MUNIÇÃO:
É o artefato fruto da conjunção de projetil, estojo, carga propelente e
espoleta.
PROJÉTIL:
É a parcela de metal que fica localizada na ponta do estojo e que é expelida.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
As ARMAS DE GUERRA, que são desenhadas para longo alcance, assim usam
projéteis de ponta afilada, aerodinâmicos, formados por um núcleo de
chumbo revestido por uma capa de liga metálica dura (blindagem). Esses
projeteis são feitos para transfixar. Esse tipo de projetil vai embora com uma
grande quantidade de energia que ele não transferiu para o corpo.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Para aumentar a deformidade dos projéteis, os fabricantes os fazem
com a ponta formada por liga de chumbo mais mole, truncada (soft
nose) ou não (soft point), ou com a ponta escavada (hollow point).
Os projéteis deformáveis costumam ser parcialmente blindados,
tendo a parte apical nua. Sua blindagem, com frequência, é serrilhada
longitudinalmente na metade próxima da ponta para que se abra como
aletas no momento do impacto, de modo a ampliar muito a
transferência de energia e a destruição dos tecidos. Alguns são
totalmente blindados, mas revelam fendas na ponta ou nas laterais da
blindagem com o mesmo intuito.
BALINS ou BAGOS
Os projéteis de ESPINGARDAS são chamados de BALIS OU BAGOS. Seu
formato é esférico e o seu diâmetro não tem muita relação com o
calibre da arma. Uma espingarda 12 pode usar cartuchos com qualquer
tipo de bagos, dependendo do fabricante.
Existem, contudo, projéteis de espingarda únicos, que apresentam
forma cilindro-ogival, sulcos cavados de modo helicoidal na face
externa e corpo escavado pela base. São chamados de BALOTE OU DE
BALA IDEAL. Disparados sobre ser humano, penetram menos que os
projéteis comuns de revólver, mas levam energia muito maior, com
grande poder de parada (stopping power).
ESTOJO:
É a parte do cartucho que recebe e acomoda as demais partes componentes.
Na munição de ARMAS RAIADAS, é formado por LATÃO. Apresenta um
orifício pequeno na base, onde se aloja a ESPOLETA. A BASE, BORDA OU
CULOTE difere conforme se trate de munição para revólver ou para pistola.
Nos cartuchos para REVÓLVER, existe uma ORLA SALIENTE onde se encaixa o
extrator para removê-los das câmaras de combustão do tambor.
No caso das pistolas, não há orla e sim um sulco, também chamado de trilho,
onde o extrator atua (deixando marcas, também importantes para
identificação da arma que efetuou o disparo). Algumas pistolas adotam
munição com trilhos e discreta orla.
CARGA PROPELENTE:
A energia que vai empurrar o PAF para frente é proveniente dos gases da
queima de um propelente (qualquer substância que quando for queimada
produz gás). A tendência do gás é se expandir em todas as direções e sentidos.
Se esse gás queimar dentro de um recipiente, o gás não tem por onde se
expandir, só pode se expandir numa direção, que está arrolhada por um
projétil. Esse projétil impulsionado por esse gás vai ser arremessado à
distância em direção ao alvo.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
É preciso esclarecer o significado dos termos combustão, deflagração e
denotação.
COMBUSTÃO:
É uma reação química exotérmica em que há queima da substância de
modo lento, ao ar livre, na qual o calor despendido pode dissipar-se e
os gases produzidos não exercem pressão sobre o combustível.
DEFLAGRAÇÃO:
Consiste em uma combustão rápida de modo que haja aquecimento
progressivo do combustível e aumento da pressão ambiente pelo
desprendimento dos gases. É o que ocorre com as PÓLVORAS
BALÍSTICAS.
DENOTAÇÃO:
Resulta de um processo extremamente rápido que se propaga quase
que instantaneamente a toda a massa de combustível como uma onda
de choque explosiva. É o caso das espoletas e da DINAMITE.
ESPOLETA:
A espoleta, ou cápsula de espoletamento localiza-se abaixo do estojo.
Quando o pino percurtor bater na espoleta, vai fazer uma faísca, essa faísca
vai incendiar a pólvora, que vira gás e vai expelir o projétil.
Qualquer que seja o tipo de pólvora de um cartucho, sua queima tem que ser
iniciada a partir de um DISPOSITIVO COM MATERIAL QUE SE INFLAME E
TRANSMITA SUA CHAMA À PÓLVORA.
Chama-se de PRIMER ou MISTURA INICIADORA, a substancia que inicia a
combustão, para posterior deflagração do projetil.
BUCHA PNEUMÁTICA:
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
É uma espécie de tampão de cartão, cortiça ou serragem prensada, que
separa a carga de pólvora dos balins, nos cartuchos para ESPINGARDAS. Nos
mais modernos, a bucha é de plástico, em forma de copo, e tem também a
função de manter os balins juntos durante pequena porção inicial do trajeto.
A resistência do ar, contudo, faz com que ela se abra e fique a meio caminho
do alvo nos tiros de meia distância. Nos tiros de curta distância a bucha,
principalmente a de cartão, também atinge o alvo, podendo ser encontrada
no interior da ferida. Quanto mais denso o material de que seja feita, maior a
distância que ela atinge. Sendo encontrada serve para caracterizar o calibre
da espingarda.
BALÍSTICA:
É a parte da mecânica que estuda o movimento dos projéteis e as forças
envolvidas na sua impulsão, trajetória e feitos finais.
BALÍSTICA INTERNA
Abrange o conhecimento dos propelentes e do mecanismo das armas.
BALÍSTICA EXTERNA
Estuda as trajetórias dos projeteis.
BALÍSTICA TERMINAL
Estuda os efeitos produzidos no alvo.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
MOVIMENTOS DO PAF
O impulso dado a um PAF depende da potência da carga, que determina a
velocidade com que sai da boca da arma. Por sua vez, a velocidade é o
elemento mais importante na fórmula da energia cinética.
Iniciada a deflagração, os gases forçam o estojo em todos os sentidos. Por
trás, ele é projetado sobre a culatra; lateralmente, não explode por causa da
resistência da câmara de combustão, restando para seu escape à base do
projétil. Pequena parcela de gases passa na junção entre o tambor e o orifício
posterior do cano no caso dos revólveres.
O projétil é forçado a girar em torno do seu eixo longitudinal pelos cheios da
raiação, ao ser empurrado ao longo do cano da arma, já que seu diâmetro
externo é ligeiramente superior ao calibre real da arma. Assim, os cheios
fazem um sulco oblíquo no corpo do projétil.
Um dos movimentos do projetil é o de ROTAÇÃO sobre seu próprio eixo, que
é fundamental para sua estabilidade ao longo do trajeto em direção ao alvo.
Não fosse a rotação, a resistência do ar faria desviar esse eixo com relação à
trajetória, de modo que, a meio caminho entre a boca da arma e o alvo, o
projétil ficaria de lado ou mesmo com a base para diante, o que reduziria o seu
alcance.
Há o movimento de TRANSLAÇÃO, que é o movimento da boca da arma até o
alvo, o projétil sofre a influência da força da gravidade. Por isso, quando o
atirador faz pontaria com a arma, a direção do cano aponta para um ponto um
pouco acima do local onde se situa o alvo. Essa compensação é calculada pelo
fabricante quando constrói o aparelho de pontaria da arma. Existem
revólveres em que a alça de mira é ajustável conforme a distância do tiro.
Em razão de ter forma cilíndrico-ogival, e de ter o peso da base diferente em relação
a ponta, o projetil evidencia outro movimento, de BÁSCULA, oscilação que se integra
aos outros dois já citados.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
PRECESSÃO
Tem que juntar essas características para saber o que quero fazer com aquele
tiro. Por isso, há arma de canos curtos e armas de cano longo; propelente do
tipo A e do tipo B; propelente que faz muito gás e que faz pouco, etc.
Se o material do cone de dispersão sujar o alvo, indica que o disparo foi a curta
distância/queima roupa. Logo, como regra (há exceção), se não houver
fragmentos do cone de dispersão no alvo, esse tiro foi a distância (O professor
Higyno Hércules chama de a longa distância).
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
RESIDUOGRAMA
Estudo dos resíduos provenientes do disparo. Esses resíduos podem ser
provenientes do propelente que está dentro do estojo, do material que está
dentro da espoleta, do próprio projétil de arma de fogo e do cano da arma.
Tudo isso vai impregnar a vítima ou o atirador.
ATENÇÃO
98
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
O tiro pode ser de curta distância e não deixar resíduos do cone de dispersão,
se houver a presença de um anteparo (Ex: travesseiro).
ATENÇÃO
É possível se ter um orifício de entrada sem a orla de enxugo,
sejam por existir um anteparo, seja, por PAF que transfixem o
corpo mais de uma vez, em que a segunda entrada não terá a
referida orla de enxugo. Por isso, a ausência do sinal de
Chavigny, não garante que seja um orifício de saída.
99
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
ATENÇÃO
ANEL DE FISH
É uma característica de uma lesão de entrada de PAF, formado pelo
SOMATÓRIO da ORLA DE ENXUGO ou ALIMPADURA e ORLA DE
ESCORIAÇÃO.
ATENÇÃO
Nas escoriações excêntricas, onde houver maior escoriação, é
indicativo de onde veio o PAF.
ORLA DE EQUIMOSE
Trata-se da mancha arroxeada formada pelo rompimento dos vasos,
devido a ação contundente do projetil, que leva a extravasamento do
sangue.
100
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
ZONA DE TATUAGEM
Trata-se da impregnação de micro resíduos do cone de dispersão na
pele (derme) nos tiros de curta distância.
Mesmo com limpeza, os micros resíduos não saem.
Ligada ao cone de dispersão.
ATENÇÃO
A ausência das zonas de chamuscamento, tisnado ou tatuagem, não
indicam certeza de que o tiro foi a longa distância, vez que é possível
que seja feito a curta distância, com a presença de um anteparo.
101
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
TIROS ENCOSTADOS
Nos disparos efetuados encostados na pele, todos os componentes do projetil irão
interagir com a pele. Assim, os efeitos que serão causados dependerão da existência
de plano ósseo ou não embaixo da pele.
Veja algumas características que estão presentes com os disparos efetuados
encostados a pele.
102
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
103
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
SINAL DE BENASSI
Trata-se do sinal de esfumaçamento no osso, nos tiros encostados.
O sinal permanece no esqueleto do cadáver.
SINAL DE SCHUSSKANOL
É representado pelo esfumaçamento das paredes do conduto produzido
pelo projétil entres as lâminas interna e externa de um osso chato, a
exemplo dos ossos do crânio.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
SINAL DE RICHTER
Indica a presença de esquirolas ósseas próximas ao orifício de passagem.
SINAL DE ESCARAPELA
São dois anéis concêntricos de esfumaçamento intercalados por um halo
claro nos locais onde ocorreu disparo a queima roupa.
ATENÇÃO
O diâmetro do buraco de entrada na pele é MENOR que o diâmetro do
projétil, vez que a pele é elástica, e volta para o lugar (salvo na boca de mina
de Hoffman).
105
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
TRAJETO X TRAJETÓRIA
TRAJETO
Trata-se do percurso interno do projétil no alvo.
TRAJETÓRIA
Trata-se do percurso externo ao alvo do projetil.
Durante a trajetória, o PAF sofre influência de GRAVIDADE e
RESISTÊNCIA DO AR.
COENFICIENTE BALÍSTICO
106
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
CB=m/I.d² (m=massa, I=fator de forma, d= densidade).
Assim temos que, quanto maior o coeficiente balístico, maior a chance de transfixar,
e quanto maior o calibre, menor a chance de transfixar, pois possui um maior poder
de parada.
DISPARO TRANSFIXANTE é aquele feito para entrar e sair, ou seja, neste caso,
não haverá total energia transferida, vez que o PAF, segue sua trajetória com
energia cinética. Sua ponta deve ser fina.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
RESIDUOGRAFIA
ANALISA-SE A PRESENÇÃO DE RESÍDUOS PROVENIENTES:
Do primer
Da queima da pólvora
Do atrito do PAF com o cano
Microparticulas dos PAF
Microparticulas do cano
Que impregnam na pele da mão de quem efetuou o disparo.
108
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
A presença dos resíduos na mão, pode indicar um autor, ou uma vítima que
tentou se defender.
109
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
tecidos lacerados e esmagados pelo contato direto com o projétil é ampliada
temporariamente (cavidade temporária) pelo afastamento de suas paredes.
Segundo o professor Higyno Hércules, a gravidade da lesão é fruto da onda
de pressão, pois o efeito da onda de choque é inócuo devido a sua
brevidade/curta duração (tanto que são utilizadas na destruição de cálculos
renais).
CAVIDADES FORMADAS
PERMANENTE
Neste caso há o ESMAGAMENTO, em que se rompe as fibras e células,
formando assim um túnel um pouco menor que o diâmetro do calibre
do projétil (devido a elasticidade dos tecidos).
TEMPORÁRIA
No estudo da lesão por PAF, um fator importante é a formação das cavidades
temporárias, que podem ter amplitudes variadas, vejamos:
Há um ESTIRAMENTO que resulta do deslocamento centrífugo que os
tecidos sofrem pelo contato do projetil em razão da onda de pressão.
Resulta pelo alargamento da cavidade permanente.
Estão presentes em todos os tipos de tiro.
São pulsáteis, ou seja, de amplitudes variáveis.
Levando em consideração as mesmas constantes, o PAF de maior
velocidade, vai gerar uma maior cavidade temporária.
PRINCÍPIO DE PASCHOAL
A pressão se expande em todos os sentidos.
Dependem ainda:
Da onda de pressão
Da estabilidade do PAF
Do tamanho do Trajeto
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Essa série de fatores vai contribuir para a lesão de saída.
111
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Se houver anteparo (osso) a ferida de entrada tende a ser muito amis
exuberante, a ponto de causa duvida de qual seria a lesão de entrada e a de
saída.
Normalmente a cavidade temporária é menor no início e no fim, mas caso a
amplitude máxima da cavidade coincida com o limite do corpo, poderá ser
muito maior que a de entrada.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Primário
Alvo que está no centro da explosão, poderá ser carbonizado, espostejado,
reduzidos a pedaços, conforme a força da explosão (Ex.: homem bomba).
Secundário
Quando se está um pouco afastado, o alvo será atingindo pelos estilhaços do
centro da explosão.
Terciário
Onda de choque que projeta a pessoa contra o chão, ou algum anteparo,
podendo causar lesões contundentes.
BLAST AUDITIVO
É comum que ocorra a rotura do tímpano, causando a surde passageira.
114
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
AGENTES TÉRMICOS
CONCEITOS INICIAIS
Trata-se de energia física não mecânica, uma vez que não depende de movimento.
O calor é a fonte de transmissão de energia.
Segundo o Professor Hygino Hércules, calor é a variação na quantidade de energia
térmica transferida de um sistema para outro.
O calor pode ser:
QUENTE ou
FRIO
ANIMAIS PECILOTÉRMICOS
A temperatura interna varia de acordo com o ambiente.
Ex.: Peixes, anfíbios e répteis.
SENSORES TÉRMICOS
Segundo o Professor Higyno Hércules, são estruturas nervosas capazes de detectar
a alteração da temperatura, sendo encontrados na pele (predomina sensores para o
frio), sistema nervoso (predomina sensibilidade para o calor) e na parede de grandes
vasos.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
CONVECÇÃO
Ocorre quando há várias camadas, em que camadas mais quentes
perdem calor na superfície (ondas sucessivas).
Ex.: Uma xicara de café quente, ventilador, etc.
EVAPORAÇÃO/TRANSPIRAÇÃO
Perda de água com o calor, com a passagem de estado líquido para
o gasoso.
IRRADIAÇÃO
A fonte (emissão) de calor vem de longe, não há contato.
ATENÇÃO
Segundo o Professor Higyno Hércules, uma vez envolvido o
hipotálamo (que abriga o centro termorregulador do corpo), será
insolação (forma mais grave), caso não seja afetado o hipotálamo
(sendo apenas distúrbio cardiovascular), trata-se de intermação
(independe da fonte térmica).
Afirma-se que se a intermação for grave, incidirá numa insolação,
pois fatalmente o hipotálamo será atingido.
Assim, para o professor, toda morte através da ação difusa do
calor, acabará em insolação.
ATENÇÃO
116
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Segundo o Professor Higyno Hércules, a forma mais eficiente de se
combater os efeitos gerados pelo modo difuso é a prevenção, mas
caso já tenha ocorrido, devem ser utilizados métodos de
resfriamento externo e de evaporação formada.
HIPOTÁLAMO
Localizado na base do cérebro, contém os centros
termorreguladores centrais (temperatura).
Está relacionado com a insolação.
Produz e secreta hormônios, sendo ligado a hipófise (que coloca
em circulação os hormônios produzidos pelo hipotálamo).
Ordens do hipotálamo de acordo com a temperatura:
Diâmetro vascular (frio: contraídos; calor: dilatação);
Posição dos pelos (frio: arrepiados; calor: abaixados);
Estimulo a sudorese;
Tremores;
Tireoide (metabolismo),
Alteração do ritmo respiratório, e cardíaco.
SINCOPES TÉRMICAS
Há síndromes clínicas que se relacionam com as variações bruscas e intensas
da temperatura ambiental ou corporal, sem que o organismo consiga adaptar-
se a tempo de evitar os sinais e sintomas das mesmas, ou ainda, fruto de
sudorese excessiva.
São sintomas: Tonteira, mal-estar, dor de cabeça, visão turva, náusea, enjoo,
desmaio, etc.
Veja algumas:
CÂIMBRA TÉRMICA
Há sudorese abundante, com perde de liquido e sais minerais (sódio,
potássio), e com a perda desses sais, vai afetar diretamente o perfeito
funcionamento dos músculos.
A mera reposição de água, não repõe os sais, de maneira que não
evita as câimbras musculares (espasmos musculares intensos).
SINCOPE TÉRMICA
Trata-se do apagamento brusco (desmaio) da pessoa, em virtude da
progressão da hipertermia, causando sudorese intensa, com a perda de
liquido e sais minerais, perda de consciência, náuseas, vômitos, etc.
Ocorre porque o cérebro dá o comando de desligamento para que cesse
determinado tipo de atividade.
117
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
MIALÁRIA
Trata-se da infiltração do suor retido nos tecidos vizinhos, sendo mais
comum em crianças.
EDEMA
Ocorre em indivíduos que ficam por muito tempo numa posição, em um
clima que não está acostumado.
QUEIMADURAS
A fonte térmica toca ao corpo, ou seja, ação local, e diante da intensidade da
transmissão de calor poderemos ter diversos graus.
2º GRAU – FLICTENA
Quando há a presença de bolhas (pois os líquidos corporais - linfa, para
tentar diminuir a ação do calor, extravasam), ou ainda, quando ocorre
o arrancamento da epiderme, com exposição da derme.
Nesta fase, a derme ainda não é atingida.
118
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
4º GRAU – CARBONIZAÇÃO
Há a carbonização, com a destruição da pele, e dos planos profundos,
em regra, pois a carbonização pode agir como isolante térmico, e
elétrico, não raro, os órgãos internos permanecem íntegros, enquanto
a parte externa está completamente carbonizada.
119
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
FACIOSTOMIA
Quando há a carbonização, a pele sofre uma retração em
virtude da ação do calor, e essa retração pode comprimir
determinadas partes, vasos e artérias do corpo, e assim, o
profissional pratica uma secção local para aliviar a referida
tensão.
PARCIAL:
SUPERFICIAL
Corresponde à queimadura de 2º grau de Lussena: Flictena.
Localiza-se acima da camada de MALPIGHI
PROFUNDA
Corresponde à queimadura de 2º grau de Lussena: Flictena.
Localiza-se acima da camada de MALPIGHI
TOTAL
Corresponde a escarificação da derme – ou seja 3º grau de Lussena.
120
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
A carbonização existente na classificação de LUSSENA, não
está presente na classificação de KRISEC, pois esta classificação
é utilizada para fins de transplantes.
121
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
122
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
PÉROLA ÓSSEA
Quando o osso é submetido a calor intenso começa a queimar e forma bolhas de
osso. Indicando que o osso foi queimando a uma grande temperatura. São bolhas de
cálcio.
FOTODERMATOFITOSES
Trata-se de uma reação química exotérmicas, causado pela luz solar, que leva a
queimaduras no corpo, devido a exposição.
TORAX E ABDÔMEN
Representa 18% do corpo;
123
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
DORSO
Representa 18% do corpo.
GENITAIS
Representa 1% do corpo.
124
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Causada pelo CIANETO.
LESÕES DE INALAÇÃO
Se o indivíduo sobrevive, mas inala a fumaça tóxica, pode ter complicações
respiratórias, podendo causar infecções graves, em razão da formação de ácidos
cáusticos na mucosa respiratória, que levam a uma reação exotérmica que geram
queimaduras nas vias aéreas. Podem causar pneumonia, e até mesmo levar a morte.
HEMORRAGIA EPIDURAL
Trata-se de da ação do fogo na região do crânio, em que, a dura-máter (meninge do
cérebro), tem os vasos rompidos, levando à fervura do cérebro, que expulsa o sangue
por este caminho.
ÚLCERA DE CURLING
São micro ulcerações gastroduodenais causadas pelo estresse pós queimadura, que
levam a hemorragia digestiva, que podem levar a anemia aguda e ao choque
hipovolêmico.
Só ocorrem diante de CALOR QUENTE.
Se o estresse for em virtude do CALOR FRIO é chamada de ÚLCERA
DE WISCHNEWSKI.
125
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
DISGNÓSTICO DO AGENTE VULNERANTE
FOGO
Causa lesões em todos os graus;
É mais geral que local;
É comum a carbonização;
Os pelos normalmente crestam;
É possuem ter áreas integras em meio a outras queimadas, o que pode levar
ao aspecto de mapa geográfico.
126
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Mais geral que local;
Mais acidental que criminosa.
CLASSIFICAÇÃO DA HIPOTERMIA:
Leve: 35º a 32º
Moderada: 32º a 28º
Grave: Abaixo de 28º
Pode ser:
ACIDENTAL
PROVOCADA, INDUZIDA ou TERAPÊUTICA
Ocorre normalmente em procedimento médicos.
DECORRENTE DE DOENÇA
Como o Hipotireoidismo.
No frio, em função das ORDENS DO HIPOTÁLAMO (centro termorregulador) o
indivíduo fica:
127
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Pelos arrepiados (eriçamento);
Permite a formação de camada de ar, que é um isolante térmico.
Vasos periféricos contraídos (vasoconstricção);
Evita com que o sangue perca calor devido ao menor fluxo.
Gera isquemia nas extremidades (necrose em função de ter o devido
fluxo sanguíneo e assim as células na região morrem).
Não sua;
Tremores para produção de calor interno.
Devido a excitação do sistema adrenérgico (Sistema que libera
mediadores químicos que produzem energia. Ex. Adrenalina).
ÚLCERA DE WISCHNEWSKI.
SEMELHANTE A ULCERA DE CURLING:
Se o estresse for em virtude do CALOR FRIO é chamada de ÚLCERA DE
WISCHNEWSKI, ou seja, leva leva a infiltração hemorrágica na mucosa
gástrica.
RIGIDEZ PRECOCE
A morte em razão do frio, pode levar a rigidez cadavérica precoce e intensa.
128
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Ocorre quando o indivíduo se encontra em situação de HIPOTERMIA, e é
submetido a aquecimento, e com esse aquecimento, há uma vasodilatação
periférica dos vasos (que estão constritos). Assim, com a dilatação, o sangue frio
que se encontra na periferia, é levado para o interior do corpo, agravando a
situação interna (levando a queda de temperatura ainda maior).
GELADURAS
É a forma de lesão provocada pelo frio na forma direta, que podem ocorrer por
gelo seco ou objetos em baixas temperaturas.
129
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
AGENTES ELÉTRICOS
ENERGIA ELÉTRICA
Uma determinada forma de energia (água, ar, etc.), será transformada em energia
elétrica. Geradores de energia, através do atrito entre superfícies, conseguem
separar os elétrons negativos, dos positivos, e assim, através de um fio condutor,
essas cargas negativas fazem com que haja vibração e escoamento dos elétrons,
gerando assim a corrente elétrica.
Existem materiais que são CONDUTORES (facilitam a passagem da
corrente elétrica, pois os elétrons escoam com facilidade – Ex: Tecido do
corpo) e materiais que são ISOLANTES (dificultam a passagem da corrente
elétrica - elétrons não escoam com facilidade).
A corrente elétrica SÓ ENTRA SE ELA TIVER POR ONDE SAIR. Para sair,
deve escoar os elétrons para a TERRA (Todos os corpos são atraídos para
o centro da TERRA). Assim, se ela não tiver como sair (Ex.: pés isolados, a
corrente não entra no corpo), ela não chega a entrar.
A corrente sempre tende a passar pelo meio mais fácil, assim, onde há
RESISTÊNCIA (OHM), a corrente elétrica vai buscar um lugar o local em
que esta seja a menor possível. Em condições iguais, tende a passar pelo
caminho mais curto.
INDUSTRIAL
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
As lesões causadas no corpo humano são chamadas de
ELETROPLESSÃO (vem de PLESSIN, que significa ferir).
FULGURAÇÃO
Chama-se FULGURAÇÃO, quando a fonte de energia elétrica for NATURAL, CÓSMICA
ou METEÓRICA (raios).
A literatura médico-legal diz que se a vítima sobreviver é chamada de
FULGURAÇÃO, e no CASO de MORTE é chamada de FULMINAÇÃO.
Por vezes, a morte por corrente elétrica pode ocorrer alguns dias
depois do recebimento da descarga, pois pode ter atingindo algum
vaso importante, e ele vir a sofrer uma hemorragia nos dias
seguintes.
FLASH OVER
Trata-se do recebimento pelo corpo de uma corrente elétrica total
vinda do raio, em que a passagem desta corrente pelo corpo não
atinge os planos profundos.
131
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
ELETROPLESSÃO
Chama-se ELETROPLESSÃO, quando a fonte de energia elétrica for INDUSTRIAL ou
ARTIFICIAL.
SINAL DE JELLINEK
Trata-se do sinal de entrada da corrente elétrica artificial na pele. Sendo uma
lesão dura, seca, elevada, indolor e de profundidade variável. Pode ainda, ser
patognomônica, pois pode reproduzir a forma do condutor elétrico.
Diferente da energia natural, na industrial a lesão ocorre na PELE.
132
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Em razão de ciclos (ora é entrada ora é saída)
será dura.
ARVO VOLTAICO
Este fenômeno é tão forte que consegue romper a isolação feita pelo ar, conduzindo
elétrons de um eletrodo ao outro através de um fluxo de corrente de ar.
A corrente elétrica pode estar acumulada em geradores de alta tensão, e podem
permitir a corrente a saltar no ar atingindo uma fonte condutora próxima, como o
corpo humano.
133
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
VOLTAGEM
Voltagem é a RESISTÊNCIA multiplicada pela INTENSIDADE (V= R.I).
VOLT que é força geradora da corrente, é o resultado da RESISTÊNCIA (OHM) vezes
AMPERAGEM, que é a corrente passando propriamente.
O que leva a óbito é a AMPERAGEM.
O estado da pele reflete na resistência, assim, quanto maior a resistência da
pele (seca, áspera, espessa, etc.), menor será a amperagem, e quanto menor
a resistência (úmida, lisa, suada, etc.), maior será a amperagem.
ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
Neste caso, há uma bifurcação da corrente elétrica, em que só se receberá parte
desta corrente.
ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Neste caso, há o recebimento total da corrente elétrica.
ÓRGÃOS COM MAIOR PERIGO DE LESÃO (em que a passagem da corrente elétrica
pode levar a óbito na hora):
ENCEFÁLO
Que é formado por:
CÉREBRO
CEREBELO
PONTE
BULBO
CÉREBRO
TRONCO CEREBRAL OU ENCEFÁLICO
Aqui se encontra o nervo vago, que é responsável pela função
respiratória.
CORAÇÃO
MUSCULATURA RESPIRATÓRIA
135
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
CORAÇÃO
Neste caso, se a morte ocorrer, será por PARADA CARDIACA.
TRONCO ENCEFÁLO
Pode causar PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA CENTRAL, por atingir o
bulbo (nervo vago).
TRONCO/GRADIL COSTAL
Há a paralização (tetanização) dos músculos e leva a parada respiratória
PERIFÉRICA – Espasmos – que levam a asfixia.
TRONCO ENCEFÁLICO
Pode causar parada cardiorrespiratória central (bulbo – nervo vago).
DESFRIBILADOR
É o aparelho que faz com que o coração reinicie, e possa retomar os
batimentos normais.
ELETROPERFURAÇÃO ou ELETROPERMEABILIZAÇÃO
A corrente elétrica altera o diâmetro dos poros da membrana das células, e assim,
permite que substancias importantes que não deveriam sair, saiam, e que substancias
que não deviam entrar, entrem, causando assim, a morte das células.
136
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
SINAL DE PIACENTINO
É uma equimose puntiforme que pode se dar no encefálo, pescoço, toráx, em
virtude da passagem de corrente elétrica.
Está associado com a marca de Jellinek permite o diagnóstico de certeza de morte
por efeito da eletricidade artificial.
137
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
AGENTES CAÚSTICOS
Caustico é aquilo que queima, sendo um composto químico corrosivo que é capaz de
destruir ou irreversivelmente danificar substâncias ou superfícies com as quais esteja
em contato, incluindo os tecido vivos. Pode ser dividido em:
AGENTES ÁCIDOS
São ávidos por água e causam rápida desidratação local e inativação das
enzimas, em razão da modificação intensa do PH.
Causam lesões secas, duras e de contorno preciso.
É um agente corrosivo.
138
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Conhecido como ÁGUA RÉGIA.
Difere-se do ácido sulfúrico, pois aqui as escaras são
AMARELADAS.
CHUVA ÁCIDA
É derivada da reação de óxidos eliminados por fábricas com o vapor d’água
das nuvens.
139
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
ASFIXIOLOGIA FORENSE
Etimologicamente asfixia significa falta de pulso.
Tecnicamente, a asfixia se dá com a hipóxia, ou seja, baixa ou ausência de quantidade
de oxigêni, e a hipercapnia/hipercarbia, que é aumento da quantidade de gás
carbônico.
O oxigênio é necessário para que haja a queima dos alimentos (principal fonte é a
glicose) e ocorre na mitocôndria da célula.
A glicose é uma molécula formada por 6 (seis) carbonos (C) e com a queima
(oxidação) liberam energia (ATP) que permitem as funções biológicas.
O organismo pode queimar/oxidar a molécula de glicose de duas formas:
COM A PRESENÇA DE OXIGÊNIO ou AERÓBICA
Neste caso, libera-se muito ATP (38 moléculas), em virtude da quebra da
molécula de carbono formadora da glicose, 6 moléculas de CO2 H2O, produz
energia e essa energia é armazenada na mitocôndria (veja que há a presença
de H2O, que impede o processo de acidose);
DETALHANDO
Nos casos em que a queima de glicose ocorre sem a presença de oxigênio
(anaeróbica), a queima da glicose (C6H12O6), gera pouco ATP e ácido lático,
pois restam hidrogênios, e que diante da falta de oxigênio, deixa de se formar
água, e assim, deixando o corpo em processo de acidose (PH fica abaixo de
7), e no cenário de ambiente ácido, a célula tende a morte.
Ou seja, a captação do oxigênio é essencial para que o PH permaneça
neutro (=7), pois com a formação de agua, impede que o PH fique ácido
(<7).
140
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
PH DO SANGUE
NEUTRO: = 7
ALCALINO: > 7
ÁCIDO: < 7
HEMATOSE
É o processo de troca (processo de difusão) de gases nos alvéolos pulmonares, em
que o sangue venoso, concentrado em CO2, é convertido para O2 (há uma troca em
razão da diferença de concentração), e o CO2 é expirado.
A hemácia (eritrócito), na cor azul está com CO2, e ao deixar o CO2 e receber o O2,
passa a ser vermelha vivo e é levada para o corpo.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
EXCEÇÃO:
VEIA PULMONAR: sangue rico em oxigênio.
ARTÉRIA
Todo vaso sanguíneo que se afasta do coração.
Em regra, transportam sangue rico em oxigênio.
EXCEÇÃO:
ARTÉRIA PULMONAR: sangue rico em gás carbônico.
CORAÇÃO
É formado por:
ATRIO
Esquerdo
Direito
VENTRÍCULO
Esquerdo
Direito
142
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
GRANDE CIRCULAÇÃO
É a circulação que se dá entre o coração e o corpo.
PEQUENA CIRCULAÇÃO
É a circulação que se dá entre o coração e o pulmão.
ASFIXIA
Como já explicado, asfixia é impedir de algum modo que a célula utilize oxigênio. E
sem o oxigênio a queima da glicose fica muito reduzida, e assim a produção de ATP,
tende a zero, levando as células a morte.
A asfixia deve ser:
PRIMÁRIA
Quanto ao tempo.
VIOLENTA
Quanto ao modo.
MECÂNICA
Quanto ao meio.
CONTROLE DE RESPIRAÇÃO
É feito por centros respiratórios:
DORSAL
É o responsável pelo mecanismo da inspiração, sendo excitado pela
presença em excesso da CO2.
É localizado no Bulbo.
143
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
PNEUMÁTICO
É o mecanismo que interrompe a inspiração
VENTRAL
Só é ativado quando o estímulo sobre o mecanismo dorsal é muito
intenso, e aumenta o vigor de inspiração e expiração.
QUÍMICA
Se dá pela falta de oxigênio (HIPOXIA) e o excesso de gás carbônico
(HIPERCAPNIA ou HIPERCARBIA).
MANCHAS DE TARDIEU
São petéquias que aparecem no pulmão, coração e crânio, que a depender dos
vestígios permitem pensar que houve asfixia. Permitem pensar, pois, podem
aparecer em qualquer tipo de morte, inclusive as mortes naturais.
CONGESTÃO POLIVISCERAL
Ocorre um processo de vasodilatação generalizada e assim, as vísceras
incham (por ficarem repletas de sangue).
MANCHAS DE TARDIEU
Petéquias subconjuntivais disseminadas.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Com presença dos três sinais acima, tem-se a chamada TRÍADE
ASFIXICA.
No entanto, a tríade asfíxica NÃO É UM SINAL DE CERTEZA DE
ASFIXIA (patognomônico).
ASFIXIAS COMPLEXAS
Ocorre a interrupção da entrada de ar em razão de uma força externa
atuante, levando a interrupção primária da circulação cerebral,
145
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
hipoxia, hipercapnia e inibição por compressão dos elementos
nervosos do pescoço.
ENFORCAMENTO
Constrição passiva do pescoço exercida pelo peso do corpo.
ESTRANGULAMENTO
Constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular.
ASFIXIAS MISTAS
Há a constrição do pescoço pelas mãos que impede a entrada de ar
(esganadura).
É sempre homicida.
MODALIDADES DE ASFIXIA
IMPEDIR O FLUXO DE AR AOS PULMÕES
SUFOCAÇÃO DIRETA
SUFOCAÇÃO INDIRETA
CONSTRIÇÃO NO PESCOÇO
ESGANADURA
ENFORCAMENTO
ESTRANGULAMENTO
OUTRAS FORMAS
CIANETO
CURARE
MONÓXIDO DE CARBONO
ELETROPLESSÃO
SUFOCAÇÃO DIRETA
Trata-se do impedimento da entrada de ar:
Nos orifícios naturais respiratórios (nariz e boca) ou;
Nas vias aéreas (como na aspiração de algo que obstrui faringe,
laringe, traqueia, brônquios), como algum alimento que
impede a passagem de ar.
146
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
SUFOCAÇÃO INDIRETA
Os orifícios e vias aéreas estão livres, no entanto, a vítima é asfixiada
por alteração em outro lugar, como a COMPRESSÃO TORÁXICA E
PARALISIA DA MUSCULATURA RESPIRATÓRIA, que se verifica em:
CRUCIFICAÇÃO
Conhecida como a ASFIXIA POSICIONAL, é a forma de asfixia
mecânica produzida pela posição em que o indivíduo se
encontra no momento.
A posição leva a incapacidade de ventilação pulmonar, em
razão da falência muscular respiratória (exaustão da
musculatura).
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
COMPRESSÃO DO TORÁX
Quando se tem um peso contra o tórax, o sangue bombeado
para a cabeça, não consegue retornar, e assim, se acumula e
acaba por extravasar, causando milhares de petéquias
(chamada de MÁSCARA EQUIMÓTICA DE MORESTIN).
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CONSTRIÇÃO NO PESCOÇO
ENFORCAMENTO
Há um laço no pescoço e a força que aperta o laço é o peso do corpo.
A morte pode ocorrer por:
HOMICÍDIO
ACIDENTE
SUICÍDIO
SULCO DE ENFORCAMENTO
O laço em volta do pescoço causa uma pressão desigual em
todos os pontos (descontínuo, incompleto e com
profundidade distintas), tendo posição obliqua, e acima do
osso hioide e da laringe.
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ENFORCAMENTO COMPLETO
Neste caso, o corpo fica totalmente suspenso.
ENFORCAMENTO INCOMPLETO
Neste caso há contato do corpo com a superfície.
ENFORCAMENTO TÍPICO
O nó se dá na parte posterior do pescoço.
A cabeça fica virada para o lado contrário ao nó.
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ENFORCAMENTO ATÍPICO
O nó se dá na parte anterior ou lateral do pescoço.
A cabeça também irá ficar virada para o lado contrário ao nó.
ENFORCAMENTO ATÍPICO
Note o sulco na parte posterior
ENFORCAMENTO BRANCO
Ocorre quando em enforcamentos típicos, em que a cabeça vai
para o lado oposto ao nó e impede completamente a
circulação.
ENFORCAMENTO AZUL
Ocorre quando a face fica muito escura, azulada (cianosada),
pois a constrição das veias e artérias do pescoço é grande.
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ESTRANGULAMENTO
Há um laço, e a força que aperta o este laço é DIFERENTE DO PESO DO
CORPO.
Chama-se ALÇA a parte do laço que circunscreve o pescoço.
SULCO DE ESTRANGULAMENTO
O laço em volta do pescoço causa uma pressão igual em todos
os pontos (contínuo, completo e com mesma profundidade),
tendo posição horizontal, e abaixo do osso hioide e da laringe.
ESGANADURA
Segundo o Professor Hygino Hercules, a esganadura se dá por meio
da ação das mãos diretamente no pescoço.
Demais literaturas médico-legais, dizem que pode se dar ainda por
antebraço ou pernas, diretamente no pescoço.
LESÕES EXTERNAS
ESTIGMAS UNGUEAIS (feitos com a unha)
São as marcas das unhas/dedos (forma de meia lua)
deixadas no pescoço (podendo ser uma escoriação).
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LESÕES INTERNAS
SINAL DE FRANÇA
Trata-se da lesão causada no interior da carótida
exclusivamente pela esganadura (não confundir com sinal de
Amussat).
OUTRAS FORMAS
ENVENENAMENTO PELO CIANETO
Faz com que a enzima CITOCROMOOXIDASE (que atua no
interior das mitocôndrias), fique inibida, e assim, fique impedida
de retirar os hidrogênios e impedindo de reagir com o oxigênio
(que está na célula, mas não reage), podendo levar a morte
instantânea por excesso de Hidrogênio nas células.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
O monóxido de carbono possui maior afinidade (cerca de 250
vezes mais que o oxigênio) com a hemoglobina (formando a
CARBOXIHEMOGLOBINA), e assim, se fixa com maior
facilidade, sendo muito mais estável que a oxihemoglobona, e
por isso, impede que haja fixação do oxigênio, e pode levar à
morte por asfixia.
Quando a concentração de CO2 está superior a 50%, o perigo de
morte é IMINENTE.
Se o cadáver apresentar CARBOXIHEMOGLOBINA acima de 50%
indica que a morte foi causada por monóxido de carbono.
Cadáver carbonizado, com CARBOXIHEMOGLOBINA em níveis
baixos, indica que não morreu carbonizado.
As vísceras ficam com cor carminada.
Leva a coloração cereja/carminada.
Diferente a oxihemoglobina que tem a coloração
vermelha vivo.
SINAL DE AMUSSAT
Trata-se da lesão causada no interior da carótida (túnica interna).
Só é possível no enforcamento e no estrangulamento.
Se em virtude de esganadura, chama-se sinal de França.
SINAL DE FRIEDBERG
Trata-se da lesão causada na parte exterior da carótida (túnica externa).
SINAL DE ZIENKE
Lesão na intima das jugulares.
SINAL DE DOTTO
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É a rotura na bainha de mielina, que isola o nervo vago.
SINAL DE THOINOT
É a zona violácea em cima e embaixo do sulco.
SINAL DE PONSOLD
São os livores em placas que aparece em cima a embaixo do sulco.
SINAL DE NEYDING
É a infiltração hemorrágica no fundo do sulco.
SINAL DE LESSER
É o aparecimento de vesículas sanguinolentas no fundo do sulco.
SINAL DE SCHULZ
É a borda superior do sulco que fica saliente e violácea.
SINAL DE FRANÇA
É similar ao sinal de Amussat, mas este decorre exclusivamente da
ESGANADURA, que é feito pela unha.
SINAL DE ORSO’S
Trata-se da gota de gordura no tecido subcutâneo.
ASFIXIOFILIA
Trata-se da asfixia auto erótica, em que uma pessoa busca através da asfixia ereção,
pois ao apertar o pescoço aumentaria a sensação de prazer. Ocorre que essa asfixia
provoca uma vasodilatação generalizada (que levaria a uma melhor ereção) que pode
levar a desmaiar, uma vez que pode atingir o nervo vago, causando uma parada
respiratória, que pode levar à morte por asfixia.
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AFOGAMENTO
Troca-se o AR POR LÍQUIDO.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
O que causa o afogamento é o excesso de CO2, que estimula o nervo
vago a inspirar.
O AFOGAMENTO SER:
REAL, ÚMIDO ou AZUL
Trata-se do afogamento verdadeiro, pois encontram-se os
sinais de certeza de afogamento, como as manchas de Paltauf,
que são roturas (rompimento) nos alvéolos em função da
presença de líquidos.
Essas equimoses são vistas no pulmão através da transparência
da pleura.
COMPLETO
O corpo encontra-se 100% submerso
INCOMPLETO
O corpo não se encontra completamente submerso.
SECUNDÁRIO
A vítima está na água, e vem a se afogar em virtude de outras
causas, como o uso de drogas.
MANCHAS DE PALTAUF
Trata-se das roturas (rompimento) nos alvéolos em função da
presença de líquidos.
Essas equimoses são vistas no pulmão através da transparência
da pleura.
Trata-se de um sinal PATOGNOMÔNICO DE AFOGAMENTO.
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ALTERAÇÃO DAS DENSIDADES DO SANGUE NO ÁTRIOS
O sangue possui cerca de 55% de parte liquida e 45%
de parte sólida. E a água do sangue possui menos sal
(menos densa) que a agua salgada e mais sal que a
agua doce (mais densa). Ao se afogar, a agua que
ingressa no alvéolo, e em contato com a água
causara alteração na densidade do sangue.
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causara alteração na densidade do sangue, pois tudo tende ao
equilíbrio.
HEMÓLISE
O sangue que fica diluído com água, os poros
arrebentam e liberam potássio (K+), e o excesso de
potássio pode afetar o coração, levando a fibrilação
ventricular.
PROVA DE PLAZAC
Forma pela qual se verifica as densidades do sangue
e assim, se observa que o afogamento foi em agua
doce ou salgada.
FASES DO AFOGAMENTO
APNÉIA VOLUNTÀRIA
LUTA
ASPIRAÇÃO INVOLUNTÁRIA
Ocorre devido a excitação bulbar devido ao excesso de
CO2.
REFLEXO DE TOSSE COM MAIS ASPIRAÇÃO E VÔMITO
PERDA DA CONSCIÊNCIA ou DESFALECIMENTO
MORTE REAL
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afogamento humano não se equivale aos afogamentos
experimentais feito em animais.
LESÕES DE ARRASTAMENTO
O corpo que se encontra no mar, tende a sofrer lesões em
função do arraste/contato com certas superfícies.
De acordo com o professor Hygino Hércules, conforme o
PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES, devido a estrutura do corpo, os
gases intestinais deixam o abdômen menos denso, e assim os
locais que tendem a sofrer tais lesões são: TESTA, MÃOS,
JOELHOS E PARTE SUPERIOR DOS PÉS.
Princípio de Arquimedes
Similar a imagem
SOTERRAMENTO
Ocorre quando há a troca ar por substância sólido pulverulento, ou
seja, há a referida substância na arvore respiratória.
Como regra é acidental, mas pode caracterizar-se como homicídio.
Pode ser em sentido amplo ou estrito:
SENTIDO AMPLO
A pessoa encontra-se totalmente debaixo dos escombros,
terra, etc.
Neste caso, a morte pode se dar por compressão do tórax
(sufocação indireta). Assim, é possível que não haja solido
pulverulento no interior do aparelho respiratório.
SENTIDO ESTRITO
Para afirmar ser soterramento em sentido estrito, deve haver
necessariamente na árvore respiratório e no aparelho
digestório resíduos pulverulentos (houve aspiração).
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Indica que a pessoa estava viva no momento do
soterramento.
Segundo o Professor Wilson Palermo, a morte pode se
dar por:
Asfixia por compressão toráxica;
Sufocação direta;
Confinamento;
Ação contundente e
Soterramento em sentido estrito.
CONFINAMENTO
Modalidade de asfixia pura, em que se troca o ar respirável por outro
ar não usado na respiração, podendo ocorrer em locais em que não há
renovação de ar.
O confinamento pode se dar em local aberto ou fechado.
Em local aberto, pode ocorrer se não for possível a renovação de ar,
como em um poço artesiano que esteja a muitos metros de
profundidade.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
TEORIA FÍSICA-QUÍMICA
O corpo humano normalmente é mais quente que o ambiente,
e sem a renovação do ar, a temperatura ambiental tende a
aumentar, pois o corpo perde calor para o ambiente através do
suor.
Ocorre que o suor evapora e aumenta a umidade do ar
ambiental. Com a umidade do ar ocorre o retardamento a
evaporação do suor, e a temperatura corporal aumenta.
Leva a morte por HIPERTERMIA (aumento da
temperatura interna), com a HIPOXIA e HIPERCAPNIA
(pois não se tem a renovação do ar ambiental).
TEORIA QUÍMICA
Sem a renovação do ar ambiental, os níveis de gás carbônico
aumentam, com isso, o centro respiratório bulbar, estimulado
pelo CO2, aumenta o ritmo respiratório, e por consequência o
consumo de O2 aumenta, causando a morte pelo quadro de
HIPERCAPNIA e HIPOXIA.
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RADIAÇÃO BETA
Atravessa o papel, mas não passa pela pele ou alumínio.
RADIAÇÃO GAMA
Onda eletromagnética sem massa
Deslocando-se na velocidade da luz, atravessa a pele e até aço
Não ultrapassa o concreto
Os feitos da radiação gama estão relacionados com o tempo de
exposição.
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Em contato com o corpo, essa radiação vai direto para os
órgãos produtores de sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos
brancos, e plaquetas), causando assim anemia, infecções e
sangramentos, levando a morte.
RAIO-X
Passa pelo papel, pele, alumínio, mas não passa pelo chumbo.
Quanto menor o comprimento da onda radioativa mais penetrante ela é e
quanto maior, menos penetrante seria.
UNIDADE DE RADIAÇÃO
SIEVERT (Sv ou mSv)
Diz QUANTO TEMPO O INDIVÍDUO PODE RECEBER A RADIAÇÃO
Dose anual permitida de radiação: 2,4 mSv/ano, no máximo.
Se apresentam de forma não visual, pois nós apenas enxergamos do vermelho
ao violeta.
GRAY (Gy)
É a unidade que mede os DANOS FÍSICOS CAUSADOS PELA RADIAÇÃO
BECQUEREL (Bq)
É a unidade que mede a atividade da FONTE RADIOATIVA.
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Queimaduras, dependendo da proximidade;
1º grau
2º grau
3º grau
Não causa de 4º grau
Não cresta os pelos
AUTOPSIA DE RADIAÇÃO
Lembremos o caso Césio 137 de Goiânia. O professor Blanco realizou este
procedimento com roupas adequadas que apenas o protegiam dos raios alfa e beta,
logo, sua proteção contra os raios gama seria a duração de contato de acordo com
os Sieverts medidos na irradiação do cadáver.
As queimaduras provocadas pela radiodermite da irradiação são classificadas em
graus, sendo de 1° e 2° graus iguais às de fogo, porém as de 3° grau, provocam
necrose e gangrena.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
O ser humano está adaptado para viver em uma mistura gasosa, a atmosfera, que
exerce sobre o seu corpo uma pressão de 760 mm Hg (milímetros de mercúrio) ao
nível do mar.
É comum verificar-se baropatias entre mergulhadores, uma vez que, a cada 10 metros
de profundidade, a pressão ambiente eleva-se de 1 atmosfera.
Assim, a 10 metros de profundidade, o corpo do mergulhador está
submetido a 2 atmosferas de pressão (uma do ar e outra dos 10 m de
água);
A uma profundidade de 20 metros, está sob 3 atmosferas, e assim por
diante.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
NITROGÊNIO
78%
OUTROS GASES
1%
LEI DE BOYLE-MARIOTTE
Segundo a lei de BOYLE-MARIOTE, sob temperatura constante, o volume
ocupado por uma massa de gás é inversamente proporcional à pressão
suportada.
Assim, quando dobramos a pressão sobre uma massa gasosa, seu volume
reduz-se a metade, desde que se mantenha a mesma temperatura.
LEI DE DALTON
Segundo a lei de DALTON, a pressão exercida por uma mistura gasosa é igual à
soma das pressões parciais de cada componente da mistura.
LEI DE HENRY
A lei de HENRY, diz que, se aumentar a pressão parcial de um dos gases do ar
inspirado, sua quantidade dissolvida em uma massa líquida (Ex. sangue)
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
aumentará na mesma proporção; e que variações para menos também serão
acompanhadas com a mesma intensidade.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
A doença de monge é a forma crônica do mal das montanhas que ocorre em
pessoas que vivem em grandes altitudes, normalmente acima de 3 mil metros de
altura, onde se tem o ar rarefeito (estão ambientadas a baixa pressão).
Em função do corpo humano buscar se adaptar ao ambiente, podem surgir
características que configuram a doença de monge:
AUMENTO DA HEMATOPOIESE
Há aumento do processo de formação do sangue.
POLIGLOBULIA COMPENSADORA
É o fenômeno adaptativo de pessoas que vivem em grandes altitudes, pois o
ar disponível é mais rarefeito, que leva a hipóxia, e assim como consequência
da atividade da eritropoietina e da hematopoiese (o que leva a um aumento
de glóbulos vermelhos para aumentar a capacidade de transporte de
oxigênio).
RISCO DE TROMBOSES
Pois com o aumento de glóbulos vermelhos, o sangue fica mais espesso e a
circulação mais lenta, podendo levar a obstrução de alguns vasos.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
MERGULHO EM APNÉIA
Mergulho feito sem o auxílio de aparelhos.
Há risco de apagamento, de afogamento e barotraumas no ouvido
(tímpano), que levam a perda do equilíbrio.
BAROTRAUMA PULMONAR
Segundo o Professor Hygino Hércules nesses casos de
subida brusca, causa a hiperdistensão alveolar, podendo
levar ao rompimento das paredes do pulmão.
BAROTRAUMA DE OUVIDO
Ocorrem nas descidas, devido ao aumento da pressão, que
pode levar ao rompimento do tímpano.
MANOBRA DE VASSALVA
Forma de igualar a pressão interna com a pressão externa,
através do sopro com nariz e boca fechados, que faz com
que o tímpano seja empurrado para fora.
Se o indivíduo estiver gripado, a manobra de vassalva não é
eficaz devido a inflamação atingir o ouvido interno.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
gases, causando uma hemorragia intrapulmonar (também levará
ao aparecimento das manchas de paltauf nos pulmões).
DOENÇA DA DESCOMPRESSÃO
É a forma crônica da doença, devido ao ar comprimido seguir no
corpo, ou seja, foi feita uma descompressão inadequada, o que leva
a acumulo de gases que, no dia a dia, são descomprimidos nas
articulações, causando dores, sendo chamado de “BEND”.
TRILIX
O ar inserido na scuba é composto por três gases (nitrôgênio, oxigênio e
outro gás, que normalmente pé o gás hélio - heliox), pois, se mantiver a
quantidade normal de nitrogênio (78%), pode causar efeitos similar a
embriaguez.
NITROX
É a mistura de nitrogênio e oxigênio apenas.
172
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
MODIFICADORES DA
IMPUTABILIDADE
Artigos de relevância
Art. 26, 27 e 28 do CP;
Art. 45, 46 da lei 11.343 do CP;
Os limitadores e modificadores da imputabilidade são estudados pela psicologia e
psiquiatria forense.
IDIOSSINCRASIA
Trata-se do efeito inesperado gerado em razão de alguma substância que foi ingerida
pela pessoa (Ex. Bebida, medicamento, etc.).
IMPUTABILIDADE
O que importa é o tempo da conduta, assim a perícia é retrospectiva.
Somente o juiz pode determinar o exame de sanidade mental do indiciado ou
acusado.
O delegado deve representar pelo exame de sanidade mental do indiciado ou
acusado.
No caso de estupro de vulnerável, o delegado pode requisitar
diretamente o exame de sanidade mental da vítima.
IMPUTÁVEL
Agente, que ao tempo da conduta, possui plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento.
SEMI IMPUTÁVEL
É aquele que possui alguma alteração ou falha no entendimento ou na determinação.
INIMPUTÁVEL
É o agente, que ao tempo da conduta, era inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
CRITÉRIO BIOLÓGICO
São considerados inimputáveis os menores de 18 anos:
Art. 27 - OS MENORES DE 18 ANOS SÃO PENALMENTE INIMPUTÁVEIS, ficando
sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.
Psicopatas
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Não são doentes mentais.
É um perturbado mental que tem um desvio social
(sociopata ou personalidades anormais), que acredita que o
mundo deve-se reger pelas suas regras, fazendo isso com a
maior naturalidade.
Nasce-se psicopata, não se vira psicopata.
Epilépticos
Não são doentes mentais e sim portadores de alteração
neurológica que geram reflexos musculares;
Possuem distúrbios no sistema nervoso central e costumam
ter crises convulsivas.
Possuem comportamento agressivo e desproporcional.
O crime epilético é marcado por multiplicidade de golpes,
sem motivação, sem premeditação, amnésia anterior e não
há preocupação em esconder os elementos do crime.
RETARDADO
São os OLIGOFRÊNICOS, que serão classificados de acordo com que Q.I.:
IDIOTAS
Q.I. de 0 a 25% de uma pessoa normal (idade mental até 3
anos)
É dependente de outra pessoa.
Possui retardo mental profundo.
IMBECIS
QI de 25% a 50% de uma pessoa normal (idade mental de 3 a
7 anos).
É um independente treinável.
Retardo mental moderado.
DÉBEIS MENTAIS
QI de 50% a 75% de uma pessoa normal (Idade mental até 7 a
12 anos).
É um independente educável.
Retardo mental leve.
FENILCETONÚRIA
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Há deficiência na metabolização da fenilalanina, o que pode
provocar retardo mental. É chamada de oligofrenia
difenilpirúvida.
SÍNDROME DE DOWN
Trata-se de uma anomalia causada pela presença de três cromossomos 21
(trissomia 21). As células destas pessoas possuem 47 cromossomos, e não 46.
EMBRIAGUEZ
ÁLCOOL OU SUBSTÂNCIA DE EFEITOS ANÁLOGOS (não estão na portaria 344).
CRITÉRIO BIOPSICOLÓGICO/MISTO
Indispensável comprovar o nexo de causalidade entre o aspecto biológico
(embriaguez), e a alteração do psiquismo que permitiu a realização da
conduta delituosa.
INIMPUTABILIDADE
Art. 28 § 1º - É ISENTO DE PENA o agente que, por EMBRIAGUEZ COMPLETA,
proveniente de CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR, era, ao TEMPO DA AÇÃO
OU DA OMISSÃO, INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER
ILÍCITO DO FATO OU DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE
ENTENDIMENTO.
EMBRIAGUEZ COMPLETA
PROVENIENTE DE CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR
TEMPO DA AÇÃO OU DA OMISSÃO, INTEIRAMENTE INCAPAZ
DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU DE
DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO.
SEMI-IMPUTABILIDADE
§ 2º - A pena PODE SER REDUZIDA DE UM A DOIS TERÇOS, se o agente, por
embriaguez, PROVENIENTE DE CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR, NÃO
POSSUÍA, AO TEMPO DA AÇÃO OU DA OMISSÃO, a PLENA CAPACIDADE DE
ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU DE DETERMINAR-SE DE
ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO.
ART. 28 - NÃO EXCLUEM A IMPUTABILIDADE PENAL:
I - A EMOÇÃO OU A PAIXÃO;
II - A EMBRIAGUEZ, VOLUNTÁRIA OU CULPOSA, PELO ÁLCOOL OU
SUBSTÂNCIA DE EFEITOS ANÁLOGOS.
VOLUNTÁRIA
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Bebe para se embriagar.
Se busca embriagar-se para cometer um crime. Neste
caso, incidirá na agravante da embriaguez pré-
ordenada.
No caso DE PRÉ-ORDENADA, se concluir o plano inicial,
essa embriaguez é tida como INCOMPLETA, pois se
completa fosse, não tem nem consciência nem vontade
sob o domínio dele.
CULPOSA
Bebe voluntariamente mas fica embriagado
culposamente.
Observa-se a TEORIA DA ACTIO LIBERA IN CAUSA,
FASES DA EMBRIAGUEZ
FASES DO MACACO
Há excitação ou desinibição inicial.
FASE DO LEÃO
Há uma agitação ou confusão, levando a agressividade.
É a considerada a fase médico legal, em razão da pratica de crimes
comissivos.
NEUROLÓGICO
Analisa-se o Sinal de Romberg e o sinal de quatro.
PSÍQUICO
Perguntas sobre a pessoa, família e atualidades.
Não se faz exame de sangue/urina no IML.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
SINAL DE ROMBERG
Periciado fica em pé, com pés juntos, membros
superiores juntos ao corpo, e olhar em direção ao
horizonte.
SINAL DE QUATRO
Colocar o tornozelo direito à frente do joelho esquerdo
e vice-versa (4).
TOLERÂNCIA AO ÁLCOOL
É a capacidade/facilidade de a pessoas ficar embriagada,
que deve ser analisada por diversos fatores, tais como:
peso, frequência que ingere álcool, estado de saúde, etc.
SÍNDROME DE KORSAKOFF
Trata-se de síndrome decorrente da ação lesiva do álcool no sistema nervoso central,
provocando AMNÉSIA (blackout), PALIMPSESTO (esquecimentos), ALUCINOSE
ALCOÓLICA (psicoses), FLASH-BACK (repetição de sintoma), mesmo sem o uso da
droga.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
É considerada um sintoma de alcoolismo, assim como a polineurite
(comprometimento dos neurônios) e a síndrome de Wernicke (focos hemorrágicos
nos nervos craianos).
FORMAS DE ALCOOLISMO
Segundo o Professor Roberto Blanco, o alcoolismo pode se apresentar de 5 formas:
ALFA
Utilizada em ambientes sociais do álcool.
BETA
Utilizada nas regiões onde se produz cerveja.
GAMA
É o patológico.
DELTA
É o agravamento do alcoolismo Beta.
EPSILON
Decorre da dipsomania ou alcoolismo periódico.
ABSORÇÃO DO CÉREBRO
O álcool vai para o estômago, após intestino, e posteriormente vai para o sangue e
até chegar ao cérebro.
Se o estômago está vazio, o álcool chega mais rápido ao cérebro. Se está com
alimentos (principalmente gordurosos), o álcool demora mais a passar para o
intestino e logo mais para chegar ao cérebro.
Assim, o caminho do álcool até ser eliminado é: INGESTÃO, ABSORÇÃO,
METABOLIZAÇÃO e ELIMINAÇÃO.
Na pessoa viva, em cerca de 8 a 10 horas há toda metabolização do álcool, não
restando vestígios do álcool no corpo.
Se a pessoa bebeu e morreu, a metabolização cai quase a zero, assim, mantém altos
níveis de álcool no corpo.
Os melhores locais para se verificar a presença de álcool no sangue do
cadáver:
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Deve-se ser analisado todos os órgãos para analisar o percurso
da droga no corpo.
MENINGES DO CÉREBRO
São membranas protetivas do cérebro ao osso.
São três as meninges:
PIAMATER
Trata-se da primeira membrana que envolve o cérebro.
É a mais fina.
Entre a pia-máter e a aracnoide, existe uma substância chamada de
LIQUOR, que tem por função a drenagem local, e o amortecimento.
ARACNÓIDE
Trata-se da meninge do meio, que fica entre a pia-máter e a duramater.
DURAMATER
É a membrana mais externa.
É a mais resistente.
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
LEI DE DROGAS
Quando se trata de drogas, esta deve estar relacionada na PORTARIA 344/ANVISA.
INIMPUTÁVEL
Art. 45. É ISENTO DE PENA o agente que, em razão da DEPENDÊNCIA, ou SOB O
EFEITO, proveniente de CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR, de DROGA, era, AO
TEMPO DA AÇÃO OU DA OMISSÃO, qualquer que tenha sido a infração penal
praticada, INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU
DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO.
ISENTO DE PENA
DEPENDÊNCIA
SOB O EFEITO
PROVENIENTE DE CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR
AO TEMPO DA AÇÃO OU DA OMISSÃO
INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU DE
DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que
este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no
caput deste artigo, PODERÁ DETERMINAR O JUIZ, NA SENTENÇA, O SEU
ENCAMINHAMENTO PARA TRATAMENTO MÉDICO ADEQUADO.
NÃO SE TRATA DE MEDIDA DE SEGURANÇA
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
PODERÁ DETERMINAR O JUIZ, NA SENTENÇA, O SEU ENCAMINHAMENTO
PARA TRATAMENTO MÉDICO ADEQUADO.
SEMI-IMPUTÁVEL
Art. 46. As penas PODEM SER REDUZIDAS DE UM TERÇO A DOIS TERÇOS se, por
força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o AGENTE NÃO POSSUÍA, ao
TEMPO DA AÇÃO OU DA OMISSÃO, a PLENA CAPACIDADE DE ENTENDER O
CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE
ENTENDIMENTO.
REDUZIDAS DE UM TERÇO A DOIS TERÇOS
DEPENDÊNCIA
SOB O EFEITO
PROVENIENTE DE CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR
AO TEMPO DA AÇÃO OU DA OMISSÃO
NÃO POSSUIA A PLENA CAPACIDADE DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO
FATO OU DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO
SINDROME DE ABSTINÊNCIA
São efeitos psíquicas e somáticas (nervosismo, alucinações, agitação,
tremores, etc.) da ausência do uso da droga.
Quando ocorre, atesta dependência da droga.
DEPENDÊNCIA
Causam conflitos familiares, trabalho, policia, justiça, na vida cotidiana
no geral.
Na DEPENDÊNCIA independe de ser proveniente de caso
fortuito ou força maior, restando apenas a análise de estar
inteiramente incapaz ou não.
INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTO
Segundo o professor Genival Veloso, a intoxicação é caracterizada como sendo um
quadro de reações do metabolismo que tem origem acidental, assim, diferente do
envenenamento que teria origem intencional e exógena.
HIDRARGIRISMO
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Frederico Alves Melo – Medicina Legal
A intoxicação/envenenamento se dá por mercúrio (Hg).
Causa complicações neurológicas, a pele, podendo inclusive levar a
óbito.
É comum nas áreas de garimpo.
Afeta o sistema nervoso causando paralisias.
MITRIDATISMO
A intoxicação/envenenamento se dá por arsênico.
O arsênico possui grande afinidade com a pele, e mesmo após anos da
morte, é possível verificar a presença de arsênico nos fâneros da pele.
É inodoro, incolor e insipido.
Em doses mínimas pode matar.
É possível verificar sua presença nos fâneros da pele.
São sinais que indicam: eritema na pele sem exposição ao sol, dores
abdominais, vômitos esbranquiçados, diarreia, fígado amarelado
(forma crônica), etc.
LINHAS DE MEEGS
São ranhuras/estrias esbranquiçadas que surgem nas unhas.
Historicamente era usado para matar reis. Por isso, o Rei Mitridates,
inseria em seu corpo doses menores para cria imunização ao arsênico.
Curiosamente, morreu envenenado.
SATURNISMO
A intoxicação/envenenamento se dá por chumbo.
Afeta pessoas que trabalham com vidraçaria, cerâmica, etc.
Ao inspirar os vapores no trabalho, afeta o cérebro, causando psicoses
tóxicas.
É também causador de anemia, pois não permite a fixação do ferro na
hemoglobina.
Se um PAF ficar alojado por muito tempo dentro do corpo, é possível
que ocorra o saturnismo.
Orla de Burton
A orla do encaixe do dente na gengiva vai ficando anegrada e indica a
intoxicação por chumbo.
183
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
CHUMBINHO (CARBAMATO)
É inibidor da enzima acetilcolinesterase, que é responsável por destruir
os efeitos a acetilcolina.
Detalhando
A acetilcolina é liberada após cada transmissão dos impulsos nervosos
aos diversos órgãos do corpo, que fazem os músculos contrair. A
acetilcolinesterase faz com que o músculo após a contração, relaxe.
Assim, com a acetilcolinesterase inibida, não se consegue relaxar os
músculos o que leva a espasmos musculares generalizados, podendo
levar à morte por sufocação indireta (asfixia).
PESTICIDAS ORGANOFOSFORADOS
São feitos por ORGANOFOSFORADOS para matar as pragas da lavoura.
A ingestão destes alimentos sem a adequada higiene, leva a
contaminação, levando a problemas neurológicos, de controle da
musculatura, náuseas, etc.
Também é inibidor da acetilcolinesterase.
Afetam as terminações nervosas – ou seja, o comando do corpo é feito
através de ordens do nervo para o músculo, através de um composto
químico chamado acetilcolina. Ocorre que uma enzima chamada
acetilcolenesterase, tira os efeitos da acetilcolina. Mas com a
intoxicação a ordem de retirar feita pela acetilcolenesterase, fica
inibida, e assim, a ordem de movimento fica mantida, causando
desarranjo do corpo, levando a espasmos musculares generalizados.
MONÓXIDO DE CARBONO
Normalmente está presente na fumaça negra que ocorre pela queima
de determinados produtos.
O monóxido de carbono possui uma afinidade muito grande com
hemoglobina, formando a carboxihemoglobina, que impede o
transporte de oxigênio, e a consequente intoxicação por monóxido de
carbono.
Quando a concentração de monóxido de carbono no sangue é maior
que 50% há perigo de morte iminente.
As vísceras ficam com a cor carminada.
CIANETO
É um tóxico que faz com que a enzima CITOCROMOOXIDASE (que atua
no interior das mitocôndrias), fique inibida, e assim, fique impedida de
retirar os hidrogênios e impedindo de reagir com o oxigênio (que está
na célula, mas não reage), podendo levar a morte instantânea por
excesso de hidrogênio nas células.
184
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Leva a hemorragia da mucosa gástrica (lembrando uma polpa de
goiaba).
Exala odor de amêndoas amargas.
A ação química ocorre em nível intracelular.
PSICOLÉPTICAS ou PSICOCATALÉPTICAS
São drogas tranquilizantes, DEPRESSIVAS do sistema nervoso
central, gerando a diminuição dos batimentos cardíacos, da
respiração, etc.
São exemplos: Álcool, Sedativos, morfina, ópio, papoula,
heroína, barbitúricos, etc.
PSICODISLÉPTICAS
São drogas que distorcem o pensamento, causando
alucinações.
São exemplos: LSD, psilocibina, mascalina, cogumelos,
maconha, haxixe.
A maconha, é a droga mais consumida no mundo, e tem o
princípio ativo através do THC (tetrahidrocanabinol), que só
está presente na flor das plantas da maconha feminina.
PSICOANALÉPTICAS
São drogas estimulantes do sistema nervoso central, gerando
euforia, agitação, respiração ofegante, pupilas dilatadas, etc.
São exemplos: Cocaína, anfetaminas, ecstaxy, oxi, crack, merla,
etc.
LEGAL HIGHS
São drogas sintéticas produzidas em laboratório, que causam (mimetizam) os
mesmos efeitos das drogas ilícitas (psicoléptica, psicodisléptica ou psicoanaléptica),
mas com componentes químicos que não estão elencados na portaria 344 da Anvisa.
185
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
BODY PACKER
Os pacotes são ingeridos e transportados no estômago.
BODY PUSHER
Os pacotes são inseridos e transportados nos orifícios naturais.
SINERGISMO
Há potencialização de determinada droga diante da presença de outra droga
(Ex. Droga A, será mais toxica em doses menores, em função da presença de
outra droga).
ANTAGONISMO
Há o consumo de mais de uma droga e os efeitos dessas substâncias se
neutralizam.
186
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
TANATOLOGIA
A tanatologia faz parte da patologia forense e estuda os sinais que se relacionam
com a evolução da morte, sua causa médica e os fenômenos cadavéricos.
Atualmente, considera-se morto aquele que tem diagnosticado a morte encefálica,
dada a irreversibilidade da situação.
O moderno conceito de “morte clínica ou “morte encefálica” se caracteriza
pelo que preconiza a Resolução CFM nº 1.480/97, a qual considera “que a
parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte, conforme
critérios já bem estabelecidos pela comunidade científica mundial”.
É apontado que após inicialmente diagnosticada a morte, é possível serem feitos
exames complementares. Entre a primeira e a segunda avaliação, deve ser observado
um espaço temporal que vai variar de agora com a faixa etária:
De 7 dias a 2 meses
48 horas
De 2 meses a 1 ano
24 horas
De 1 ano a 2 anos
12 horas
De 2 anos em diante
6 horas
Existem ainda, alguns exames clínicos que são utilizados para auxiliar no diagnóstico
de morte encefálica:
OLHAR DE CABEÇA DE BONECA, REFLEXO ÓCULO-ENCEFÁLICO ou REFLEXO
OCULOCEFALÓGIRO
Realiza-se um giro rápido da cabeça nos sentidos, vertical e horizontal do
pescoço, em que se houver movimentos oculares no sentido contrário do giro,
indica resposta esperada.
REFLEXO PUPILAR
187
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Com uma fonte luminosa direcionada para os olhos, espera-se resposta ao
estímulo.
PERINESCROSCOPIA
É o exame corpo de delito que é feito em volta do cadáver.
Art. 6, I, CPP:
Art. 6o - Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a
autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, PROVIDENCIANDO PARA QUE NÃO SE ALTEREM O
ESTADO E CONSERVAÇÃO DAS COISAS, ATÉ A CHEGADA DOS PERITOS
CRIMINAIS;
EXAME DE CORPO DE DELITO
CPP
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de
corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado.
Lei 9.099/95
Art. 77 § 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no
termo de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito
policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a materialidade
do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.
TANATOPSIA
É o exame daquele que está morto (cadáver).
AUTÓPSIA
É o termo usado no CPP, para o exame do cadáver.
Normalmente é usasse o termo necropsia, como sinônimo de autopsia.
LOCAL RELACIONADO
É o local que não tem ligação direta com o local do cadáver, mas
indiretamente pode conter, ou ser útil para análise de prova.
TIPOS DE MORTE
MORTE NATURAL
É a morte proveniente de causas internas.
MORTE ASSISTIDA
188
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
É assistida quando o médico assistente da pessoa em vida é
obrigado a dar a declaração de óbito (Art. 1º da RES. 1.779/06).
MORTE NÃO ASSISTIDA
Se não tiver medico assistente, deve ser feito pelo serviço de
verificação de óbito (SVO), e se não houver este, deve ser requerida
a remoção pela autoridade policial do cadáver para o IML (Art. 2º
da RES. 1.779/06).
MORTE VIOLENTA
Proveniente de causas externas, como homicídio, suicídio, acidente
(mneumônico: SAC), etc.
São as causas jurídicas da morte.
O médico legista do IML quem vai fornecer a declaração de óbito
(Art. 3º da RES. 1.779/06).
MORTE SUSPEITA
É a morte que não sabe se a causa foi interna (natural) ou externa
(violenta).
De acordo com o professor Hygino Hércules, será considerada
morte suspeita, sempre que houver a possibilidade de não ter sido
natural a causa.
Neste caso, o médico legista do IML quem vai fornecer a declaração
de óbito.
MORTE SÚBITA
Tem que ser natural;
Logo, não poder ser violenta;
Tem que ser inesperada;
Pode ser:
Fulminante (ex: infarto que mata na hora) ou;
Agônica (em que leva horas, dias, etc, como uma
hemorragia que ocorre há dias).
De acordo com o professor Hygino Hércules, tal cendeito
prende-se mais a inexistência de um quadro patológico prévio
que pudesse explica-la do que ao tempo de evolução rápido da
causa da morte.
DOCIMASIA HEPÁTICA QUÍMICA (LACASSAGNE E MARTIN)
Se verifica pelo nível de glicogênio medido no fígado, que se for
alta, indica a morte rápida, se for baixa, morte agônica.
MORTE REAL
É a morte verdadeira, completa, absoluta, ou para sermos incisivos: é a
morte.
189
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
MORTE APARENTE
Segundo o professor Hygino Hércules, é um estado profundo de
embotamento das funções vitais, em que se torna muito difícil escutar os
batimentos cardíacos, pois estão bem fracos, ou perceber os movimentos
respiratórios.
TRÍADE DE THOINOT
Define clinicamente o estado de morte aparente, sendo caracterizado
pela presença de:
IMOBILIDADE
AUSÊNCIA APARENTE DE RESPIRAÇÃO
AUSÊNCIA APARENTE DE CIRCULAÇÃO
CEREBELO
É o responsável por controlar o equilíbrio e a coordenação motora.
PONTE ou PROTUBERÂNCIA
Reúne importantes centros nervosos.
BULBO
É o responsável pelo controle dos centros cardiorrespiratórios
(batimentos cardíacos e movimentos respiratórios).
190
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
O diagnóstico de morte feito na rua, leva em consideração os
pulsos arteriais, e os movimentos respiratórios.
INTERMEDIÁRIAS
Há obrigação de o médico expedir declaração de óbito.
TARDIAS
Há obrigação de o médico expedir declaração de óbito.
FÓRMULA DE HAASE
É o meio pelo qual se verifica o tempo de gestão através da estatura do feto.
Se verifica o tempo de gestação através da raiz quadrada da estatura.
191
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
4 cm – 2 meses de gestação – pois 2² = 4;
9 cm – 3 meses de gestação – pois 3² = 9;
16 cm – 4 meses de gestação – pois 4² = 16;
25 cm – 5 meses de gestação – pois 5² = 25;
A partir dos 25 cm, deve-se dividir por 5,6.
CESSAÇÃO DA CIRCULAÇÃO
VERIFICAÇÃO DA MORTE POR AUSÊNCIA DE CIRCULAÇÃO
TESTE DE MAGNUS
Amarra-se um torniquete ao redor de um dedo com pressão suficiente
para barrar o sangue venoso sem bloquear o arterial. Se houver
circulação, em poucos minutos a parte distal fica arroxeada e
congesta.
TESTE DE HALLUIN
Aplica-se uma gota de éter no fundo-de-saco conjuntival de um dos
olhos. Se estiver vivo, haverá congestão.
192
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
TESTE DE REBOUILLAT
A injeção de éter no tecido subcutâneo reflui pela ferida punctória da
pele, caso não haja circulação; caso contrário, é absorvido e desperta
reação inflamatória.
TESTE DE ICARD
Produz uma coloração verde-esmeralda na esclerótica (parte branca
do olho) pela injeção endovenosa ou intramuscular de uma solução de
fluoresceína esterilizada.
SOBREVIVÊNCIA
É o período de tempo entre o evento danoso e a morte.
EVAPORAÇÃO TEGUMENTAR
Trata-se de um fenômeno físico, em que a água do corpo começa a
evaporar, ou seja, ocorre a desidratação dos tecidos;
Leva ao apergaminhamento da pele;
193
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Dessecação das mucosas;
Leva a perda de peso, sendo mais acentuado em recém-nascidos.
Tem início nos locais em que a pele é amis delgada, como a bolsa escrotal.
FENÔMEMOS OCULARES
Com olhos abertos, a evaporação ocorrerá mais rápido.
SINAL DE RIPAULT
Trata-se da deformação da íris e da pupila que ocorre cerca de 8 horas
após a morte.
SINAL DE BOUCHUT
É o enrugamento da córnea em função da desidratação.
194
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
FORMAS DE CONSERVAÇÃO E DISSIPAÇÃO DO CALOR
CONDUÇÃO
Deve haver contato.
CONVECÇÃO
Camadas mais quentes perdem calor na superfície (ondas
sucessivas).
EVAPORAÇÃO
Perda de água com o calor.
IRRADIAÇÃO
A fonte de calor vem de longe, não há contato.
ATENÇÃO
Não existe perda de calor por transpiração.
FATORES INTRÍNSECOS
Camada de gordura subcutânea retarda o início do resfriamento
cadavérico.
FATORES EXTRÍNSECOS
Roupas, condições ambientais, interferem na perda de calor.
FÓRMULA DE MORITZ
Estabelece o TEMPO DA MORTE PELA TEMPERATURA RETAL, em que se
deve ter como parâmetro a temperatura de 37º graus, e após, diminuir da
temperatura retal, e por fim, somar mais 3, em que o resultado será o
tempo aproximado da morte.
Ex.: Temperatura retal de 28 graus: 37 – 28 + 3 = 12 horas.
195
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Mancha verde abdominal;
Presença de cristais no sangue – CRISTAIS DE WESTENHOFFER-
ROCHA-VERDE (surgem após o terceiro dia de morte);
Circulação póstuma de Brouardel;
Crescimento de pelos;
Conteúdo estomacal (varia de acordo com a disgestão, que em
média tem-se que: alimentação pesada – 5 a 7 horas; média – 3
a 4 horas; leve – 1 hora e 30 minutos a 2 horas);
Entomologia forense (analisa a presença de insetos e larvas =
legiões de Méguin)
Etc.
196
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Cerca 30 minutos
Aparecem pontos arroxeados nas regiões de declive.
Cerca de 2 horas
Os pontos se juntam e formam manchas.
Cerca de 6 horas
Toda área de declive ficar arroxeada (salvo as áreas de
contato por compressão);
Neste momento o livor é móvel, ou seja, se mudar o
cadáver for manipulado, o livor vai mudar de posição.
Cerca de 8 a 12 horas
Com a autólise, o sangue que está dentro do vaso, passa
para o exterior e mancha os tecidos, e mesmo que mude o
cadáver de posição, o livor não irá sair do lugar, pois
encontram-se fixados.
197
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
VERMELHO CLARO
CAUSADA PELO FRIO.
VERMELHO VIVO
CAUSADA POR CIANETO.
CARMIN
CAUSADA POR MONÓXIDO DE CARBONO.
Aproximadamente 2 horas
O masseter fica endurecido:
198
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Cerca de 6 a 8 horas
O cadáver ficar todo duro.
PERÍODO DE ESTADO
É o tempo que o cadáver permanece rígido.
LEI DE NYSTEN-SOMMER-LARCHER
A rigidez cadavérica se instala no sentido CÉFALO-CAUDAL ou
CRÂNIO-PODÁLICO (direção da cabeça para os pés).
As massas musculares menores endurecem primeiro que as massas
musculares maiores.
199
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Trata-se de uma rigidez cadavérica instantânea assim que ocorre a
morte, mantendo a última posição até o início da putrefação.
Chamado de SINAL DE KOSSU.
NECROSE
Ocorre quando um grupo de células que morrem em função de uma
doença ou trauma que comprometam o organismo. Pode atingir
membros e órgãos, no todo ou em parte. Há reação inflamatória.
AUTÓLISE
200
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Autodestruição da célula, após cumprir seu ciclo vital. Assim, libera
enzimas de seus lisossomos e se autodestrói. É um processo natural,
que não decorre de doença ou trauma.
DESTRUTIVOS
AUTÓLISE
PUTREFAÇÃO
MACERAÇÃO
CONSERVADORES
São fenômenos conservadores naturais, que começam a se instalar dois ou
mais meses depois da morte.
MUMUFICAÇÃO
É um fenômeno químico.
Ocorre em ambiente muito arejado, seco e quente (favorece a
perda de líquidos).
Com a acentuada perda de líquidos, cessa a proliferação de
bactérias, impedindo que a putrefação prossiga e assim, em
razão da desidratação o cadáver fica mumificado.
Pode ocorrer de modo natural ou artificial (embalsamento),
geral ou local, superficial ou profundo.
O professor Roberto Blanco cita a possibilidade de ocorrer
mumificação no gelo, desde que o cadáver esteja exposto a
ventos gelados (não haverá se estiver coberto com neve).
Cadáver Mumificado
201
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
SAPONIFICAÇÃO ou ADIPOCERA
É um fenômeno químico.
Ocorre em ambiente quente, úmido e pouco arejado.
Surge da reação da gordura do tecido gorduroso com os metais
do solo, formando um produto químico semelhante a um
sabão/cera, que cobre o cadáver, impedindo a proliferação das
bactérias.
Pode começar a partir de 2 meses após o falecimento (durante
a putrefação), pois a massa de adipocera passa a apresentar
uma coloração mais escura, tornando-se mais dura e
quebradiça.
Segundo o professor Hygino Hércules, este processo é marco
por um odor de queijo rançoso e adocicado.
Cadáver Saponificado
CORIFICAÇÃO
É um tipo especial da mumificação, pois há desidratação, com
os tecidos secos e duro.
Exige um ambiente especial, qual seja, no interior de urnas
lacradas e forradas com de zinco.
Os tecidos de revestimento endurecem e ficam parecidos com
couro.
DESTRUTIVOS
202
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
AUTÓLISE
É um fenômeno químico.
Ocorre em nível celular, tratando-se da autodestruição da
célula, pois a célula é composta por núcleo e citoplasma. No
citoplasma estão os lisossomos (que seriam os “estômagos das
células”) e dentro destes há enzimas, que são liberadas e
destroem a célula. Essa liberação e consequente destruição,
ocorre, pois, a célula já cumpriu seu ciclo vital, esta adoecida ou
em função de seu funcionamento ruim.
PUTREFAÇÃO
Putrefação é a decomposição da matéria orgânica.
Essa destruição do cadáver, é um fenômeno químico, que se dá
em virtude da ação de bactérias, germes e larvas.
A depender do ambiente, esse processo de putrefação pode ser
mais rápido ou mais lento, podendo inclusive variar para um
quadro de conservação.
Locais quentes, secos e muito arejados dificultam a putrefação.
FASES DA PUTREFAÇÃO:
203
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
ATENÇÃO
Nos fetos (natimortos), a mancha verde de
brouardel aparece na entrada dos orifícios naturais
(boca, narina e ânus), pois é o local que há bactérias.
CABEÇA DE NEGRO DE LECHA-MARZO
Nos afogados (verdadeiro/azul) a mancha verde de
brouardel aparece na cabeça, pescoço ou parte alta
do tórax.
2) ENFISEMATOSA OU GASEIFICAÇÃO
A fase gasosa inicia a partir das 48/72 horas.
Nesta fase os órgãos tendem a ir para fora em função dos
gases, assim tem-se a protusão da língua, olhos, o intestino
a sair pelo ânus, o útero a sair pela vagina, o pênis fica ereto.
TESTE DE ÍCARD
A bolha da putrefação ao entrar em contato com
determinado papel impregnado de chumbo, fica com a cor
negra.
204
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
2º, 3º e 4º dia
São combustíveis em função da presença do gás
metano.
205
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
5º dia em diante
Volta a ser não combustível.
TÉCNICA DO DESLUVAMENTO
A epiderme tende a ser destruída nesta fase, assim se ainda
estiver presente, é possível a retirada da epiderme, como se
fosse uma luva, preservando-a com glicerina para após
colheita das digitais.
SOMBRA CADAVÉRICA
É a mancha decorrente da dissolução dos tecidos moles que se
impregna no local que se encontra o cadáver. Sendo possível
analise deste material para relacionar com a morte.
4) ESQUELETIZAÇÃO
É possível que a esqueletização ocorra gradativamente em
certas partes do corpo, assim pode ser total ou parcial.
206
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Geralmente ocorre em cerca de 3 anos, podendo variar de
acordo com a ambiente.
A fauna cadavérica pode acelerar o processo de esquelitização.
MACERAÇÃO
Trata-se da destruição dos tecidos moles em virtude da ação de um
líquido (geralmente a água).
É um fenômeno químico.
MACERAÇÃO FETAL:
Os fetos ficam dentro do saco amniótico, e esse líquido contido
no saco amniótico pode destruir as células da pele. Ocorre que
quando feto está vivo, a pele é sempre regenerada. Mas se o
feto vier a morre no interior do saco amniótico a pele não
regenera, e os tecidos mole sofrem maceração. É uma
maceração asséptica.
SINAL DE SPALDING
207
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
É o acavagalmento das calotas cranianas que indica
mais de 7 dias da morte fetal.
SINAL DE HARTLEY
É a perda da configuração da coluna vertebral.
SINAL DE SPANGLER
É o achatamento da abóboda craniana.
SINAL DE HORNER
É representado pela assimetria craniana.
SINAL DE ROBERT
É a presença de gases nos grandes vasos e vísceras.
SINAL DE BRAKEMAN
Quando ocorre a queda do maxilar (boca aberta).
SINAL DE DAMEL
É o halo pericraniano translúcido.
GRAUS DA MACERAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DE LAUGLEY:
GRAU ZERO
Até 8 horas
Pequenas bolhas espalhadas na pele
GRAU UM
De 8 a 24 horas
Bolhas agrupadas e início do
destacamento da pele.
GRAU DOIS
De 24 a 48 horas
208
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Tem-se o acentuado destacamento da
derme e líquido acentuado nas cavidades.
GRAU TRÊS
Mais de 48 horas
Líquido acastanhado nas cavidades.
FETO MACERADO
LITOPÉDIO
O LITOPÉDIO, que ocorre até o terceiro mês, é um fenômeno
transformativo conservador e diversamente da maceração, há
ausência de líquido que leva o feto a petrificação, pois diante da
ausência de líquido, os sais minerais começam a aderir no feto,
petrificando-o.
209
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
FETO PAPIRÁCEO
Exige a presença de pelo menos outro feto na cavidade uterina
para que um deles seja papiráceo. Com a evolução da gestação,
um dos fetos, o que vai sobreviver, impede o desenvolvimento
do outro que se torna progressivamente atrofiado, e morre.
Morto e atrofiado, progressivamente vai sendo comprimido
pelo irmão-parasita até o final da gestação.
EXUMAÇÃO
ADMINISTRATIVA
É feita pelo próprio cemitério para sepultamento de outros cadáveres.
Ocorre, normalmente, após 3 anos.
JUDICIAIS
Ocorre a qualquer tempo.
Delegado de polícia pode de ofício realizar a exumação.
Delegado faz o AUTO DE EXUMAÇÃO, em que todas as pessoas
que participaram da exumação, assinam.
210
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Art. 163. Em caso de EXUMAÇÃO PARA EXAME CADAVÉRICO, a
AUTORIDADE Providenciará para que, em dia e hora
previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará
AUTO CIRCUNSTANCIADO.
ARQUEOLÓGICAS
Finalidades arqueológicas, ou seja, destinada a pesquisar fósseis
históricos.
MORTES FETAIS
PREMATURAS
O feto deve ter:
Menos de 500 gramas ou,
Menos de 25 centímetros ou,
211
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Menos de 5 meses
A declaração de óbito é dada pelo Delegado de Polícia.
INTERMEDIÁRIAS
O feto deve ter:
Mais de 500 gramas e menos de 1000 gramas ou,
Mais de 25 centímetros e menos de 35 centímetros ou,
Mais de 5 meses e menos de 6 meses
TARDIAS
O feto deve ter:
Mais de 1000 gramas ou,
Mais de 35 centímetros ou,
Mais de 6 meses
212
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
SEXOLOGIA FORENSE
A VIDA SEXUAL FEMININA
MENARCA OU CATAMENIL
Trata-se da primeira menstruação, que vem após a primeira ovulação
(eliminação do ovócito – nome técnico do óvulo), decorrente da estrutura
chamada de FOLÍCULO DE GRAAF OU OVARIANO. Esse folículo protege o
óvulo, no período de ovulação da mulher, até o momento que o óvulo é
expelido.
Ao ser expelido, o óvulo vai para a trompa uterina, e neste local, pode ser ou
não fecundado pelo espermatozoide. Se não houver fecundação, haverá a
descamação da parede, que levará a menstruação.
DETALHANDO
O CORPO AMARELO OU LUTEO é responsável pela produção de
PROGESTERONA, que atua no útero, mantendo a camada do endométrio
ilesa, evitando a descamação.
Se não houver a fecundação, o corpo amarelo irá retrair, cessa a produção de
progesterona, com o consequente descamamento do endométrio e assim
ocorre a menstruação.
Se houver a nidação, o próprio feto irá produzir o Beta-HCG, que irá agir sobre
o corpo amarelo, mantendo assim, a produção de progesterona e a
manutenção do endométrio sem sua descamação (por isso durante a gravidez
não há menstruação).
GRAVIDEZ
CONCEPÇÃO, FERTILIZAÇÃO OU FECUNDAÇÃO
213
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
É o fenômeno em que o ESPERMATOZÓIDE (célula sexual masculina que é
produzida pelos testículos) penetra no OVÓCITO SECUNDÁRIO (óvulo - célula
sexual feminina que é produzida pelo ovário).
O óvulo é envolto per um conjunto de células que é o FOLÍCULO DE GRAAF
OU OVARIANO (envolve o óvulo dentro do ovário). O folículo protege o óvulo,
no período de ovulação da mulher, até o momento que o óvulo é expelido. Ao
ser expelido, o óvulo vai para a trompa uterina, e neste local, pode ser ou não
fecundado pelo espermatozoide.
Se o espermatozoide fecundar o óvulo, forma-se o zigoto (ovo) e se implanta
no endométrio (parede do útero).
214
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
ETAPAS DO PARTO
INÍCIO DO PARTO
EXPULSÃO DO CONCEPTO
FIM DO PARTO
INÍCIO DO PARTO
Prevalece que o início do parto se dá no momento da DILATAÇÃO DO COLO
UTERINO.
215
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
PARTO CESARIANA (via abdominal): se dá com o rompimento do saco
amniótico.
A partir do início do parto, não é possível mais se falar em aborto.
FIM DO PARTO
O momento que marca o fim do parto é a ELIMINAÇÃO DA PLACENTA (que é
um órgão do concepto, responsável pela alimentação) pela mãe.
A placenta também é chamada de SECUNDINA. Por isso pode a
eliminação da placenta também poder ser chamado de DEQUITAÇÃO
ou SECUNDAMENTO.
PUERPÉRIO
Trata-se do período imediato entre o fim do parto e retorno das condições
pré-gestacionais (média de 40 dias, sendo chamado vulgarmente de
resguardo), que se dá com a nova ovulação.
Puerpério não se confunde com estado puerperal, pois este é um
estado anímico que ocorre após o parto, podendo, inclusive, cometer
no crime de infanticídio (matar o próprio filho, durante ou logo após,
sob influência do estado puerperal).
LÓQUIOS
Após o parto, a mulher expulsa uma secreção que é resultado desligamento
da placenta com o endométrio. Esse desligamento resulta em feridas no
endométrio. Essa feridas são chamadas de lóquios.
Através dos fragmentos (lóquios) do local de onde a placenta estava inserida,
é possível verificar se o puerpério é:
IMEDIATO
Os lóquios estão mais sangrentos.
INTERMEDIÁRIO ou RECENTE
Os lóquios estão mais avermelhados.
TARDIO
216
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Os lóquios encontram-se mais brancacentos em função do plasma.
LONGÍNQUO
Os lóquios desaparecem.
COLO DO ÚTERO
Local de entrada dos espermatozoides;
Local de saída da menstruação;
Local de saída da criança no parto vaginal.
GEMÊOS
UNIVITELINOS, VERDADEIROS OU MONOZIGÓTICOS
São gêmeos que são quase idênticos em razão de ser oriundo
do mesmo óvulo, em que este embrião se divide em dois, se
implantando no mesmo local do útero.
ATENÇÃO
1) Impressão digital e arcada dentária se diferem.
2) Se a divisão não for completa, é possível que nasçam
gêmeos siameses ou xifópagos.
217
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
218
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
(B) e (C) indica ter tido parto anterior.
MULHER NULÍPARA
Nunca teve um filho por via vaginal.
MULHER PRIMÍPARA
Teve um filho por via vaginal.
MULHER MULTÍPARA
Teve mais de um filho por via vaginal.
RECÉM-NASCIDO
Para a medicina legal, o recém-nascido é a criança que durante o parto
ou logo após, não recebeu ainda nenhum cuidado médico.
Assim, é a criança que o corpo ainda se encontra acobertado por
sangue do parto, estando ligada a placenta pelo cordão umbilical, que
está suja de indulto sebáceo (gosma que recobre o corpo para melhor
passagem pelo canal vaginal).
CONJUNÇÃO CARNAL
É a penetração do pênis na vagina.
Qualquer outro ato que aflore a libido é considerado ato libidinoso.
Ambos os casos servem para configurar o delito de estupro.
A membrana que delimita o início da vagina é o hímen.
HIMENOLOGIA
Trata-se do estudo do hímen.
219
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
HIMEM IMPERFURADO
É o hímen que não tem óstio.
HÍMEN ÚNICO
HÍMEN DUPLO
HÍMEN COMISSURADO
Há divisões no hímen (imagem 1 e 3).
Segundo a doutrina, há ângulos na borda livre.
HÍMEN POLICOMISSURADO
Imagem 5.
HÍMEN CRIBIFORME
Imagem 4.
HÍMEN ACOMISSURADO
Não há divisão no hímen (imagem 2)
Segundo a doutrina, não há ângulos na borda livre.
220
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
RELÓGIO DE LACASSAGNE
Faz analogia ao mostrador de um relógio (0 a 12 horas), para apontar
em que posição ocorreu a rotura do hímen.
Na imagem 6 há uma rotura às 6 horas.
TIPOS DE HÍMEM
O hímen pode ser:
NÃO COMPLACENTE
COMPLACENTE
NÃO COMPLASCENTE
É o hímen que possui óstio pequeno e orla ampla.
221
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
COMPLASCENTE
É o hímen que possui óstio amplo e orla estreita.
222
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
CHANFRADURA
São dezenas de pequenos entalhes, como se a borda do hímen
como fosse repleta de fragmentos.
Não cicatrizam
Pouco profundas e muito numerosas.
Localizada na borda livre hímen.
ROTURAS DO HÍMEN
São lesões traumáticas, podendo ser recentes (sangrantes) ou antigas
(cicatrizadas).
Geralmente atingem toda a orla (da borda livre a borda fixa);
Geralmente são assimétricas;
Decorrem da conjunção carnal;
É possível coaptar (juntar).
LÂMPADA DE WOODS
É um equipamento utilizado para verificar se a rotura é
recente ou antiga.
223
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Existem diversas reações químicas que apontam pela certeza (reação
de corin-stokis) ou probabilidade da presença de espermatozoides.
REAÇÃO DE CORIN-STOKIS
É a única reação que aponta certeza absoluta da presença de
espermatozoide, tratando-se de uma verificação microscópica.
LÂMPADA DE WOODS
Lâmpada de raio ultravioleta, que aponta probabilidade de
existir sêmen, através da luminescência local.
PRESENÇA PSA
PSA é uma substância produzida pelo homem que está no líquido
prostático, que faz parte do sêmen, e uma vez encontrado no canal
vaginal, tem-se certeza de conjunção carnal.
224
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
A presença de fosfatase acida em alta quantidade no canal vaginal, é
indicativo de certeza de conjunção carnal.
É necessário que esteja presente em alta quantidade, pois as mulheres
também possuem fosfatase ácida, só que em baixa quantidade.
GRAVIDEZ
Para a medicina legal indica conjunção carnal anterior, mesmo que hoje
existam possibilidades diversas de se engravidar.
ROTURA DO HÍMEN
A presença de hímen roto é indicativo de certeza de conjunção carnal
anterior.
GESTAÇÃO
É o período entre a NIDAÇÃO e o INÍCIO DO PARTO, assim, se após iniciar o parto,
alguém vier a matar o concepto, responderá por homicídio.
ABORTO
É a morte do concepto, com ou sem expulsão, decorrente de uma ação interna ou
externa, a qualquer tempo da gestação.
No Direito Penal, para ser criminoso, o aborto deve ser doloso (Art. 124 a 128
do CP).
225
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior
de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é
obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de
um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
PROVAS DE ABORTO
São provas de que o concepto nasceu morto:
MACERAÇÃO FETAL
LITOPÉDIO
FETO PAPIRÁCEO
MOLA HIDATIFORME
DOCIMASIAS NEGATIVAS
MACERAÇÃO
Trata-se da destruição do tecido mole com a água.
FETAL:
Os fetos ficam dentro do saco amniótico, e esse líquido vai destruir
as células da pele, ocorre que quando feto está vivo, a pele é
sempre regenerada. Mas se o feto vier a morrer no interior do saco
amniótico a pele não regenera, e os tecidos mole sofrem
maceração.
Se o feto quando sair já estiver macerado, já se passaram mais de
24 horas dentro do útero.
SINAL DE SPALDING
226
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
É o acavagalmento das calotas cranianas que indica mais de 7 dias
da morte fetal.
SINAL DE HARTLEY
É a perda da configuração da coluna vertebral.
SINAL DE SPANGLER
É o achatamento da abóboda craniana.
SINAL DE HORNER
É representado pela assimetria craniana.
SINAL DE ROBERT
É a presença de gases nos grandes vasos e vísceras.
SINAL DE BRAKEMAN
Quando ocorre a queda do maxilar (boca aberta).
SINAL DE DAMEL
É o halo pericraniano translúcido.
GRAU UM
De 8 a 24 horas
Bolhas agrupadas e inicio do destacamento da pele.
GRAU DOIS
De 24 a 48 horas
Acentuado destacamento da derme e liquido
acentuado nas cavidades.
GRAU TRÊS
Mais de 48 horas
Líquido acastanhado nas cavidades.
227
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
GRAU 1 – Se dá com a presença de
flictenas, que aparecem de 1 a 3 dias após
a morte.
GRAU 2 – Rompe-se as bolhas, e a
epiderme fica com cor arroxeada. A partir
do 8º dia.
GRAU 3 – Apresenta deformidade
craniana e infiltração de hemoglobina nas
vísceras. O feto apresenta uma
tonalidade marrom.
FETO MACERADO
LITOPÉDIO
A morte do concepto ocorre até o quinto mês de gestação, onde, diante da
ausência de líquidos leva a petrificação do feto, pois os sais minerais começam
a aderir no feto, petrificando-o.
FETO PAPIRÁCEO
Exige a presença de pelo menos outro feto na cavidade uterina para que um
deles SEJA PAPIRÁCEO. Com a evolução da gestação, um dos fetos, o que vai
sobreviver, impede o desenvolvimento do outro que se torna
progressivamente atrofiado, e morre. Morto e atrofiado, progressivamente
vai sendo comprimido pelo irmão-parasita até o final da gestação.
228
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
DOCIMASIAS
São exames que como intuito provar que houve o nascimento do feto com
vida.
As docimasias podem ser:
RESPIRATÓRIAS:
PULMONARES
EXTRA-PULMONARES
PULMONARES
DOCIMASIA MICROSCÓPICA ou HISTOPATOLÓGICA DE
BALTAZAR-LEBRUM
229
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
É única docimasia que indica CERTEZA, em que se verifica no
microscópio, se os alvéolos estiverem abertos em razão do
gás da respiração, indicam nascimento com vida.
230
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
com bordas finas e achatados, com consistência firme
(como se fosse um fígado).
Assim, o pulmão que se encontra arredondado, crepitado,
indica o nascimento com vida.
231
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
em fragmentos, unido a uma gota de glicerina e visualizado
com a lente objetiva de imersão. Quando houve respiração,
as cavidades cheias de ar mostram-se arredondadas com
refringência contrastada em fundo negro. O pulmão que
não respirou, mostra apenas um fundo negro uniforme e
sem imagens. No pulmão putrefeito, as bolhas são grandes,
disformes e de distribuição irregular.
EXTRAPULMONARES
DOCIMASIA GASTROINTESTINAL DE BRESLAU
Similar ao docimasia de galeno, se diferencia, pois, o exame
é feito com ESTÔMAGO, INTESTINO DELGADO e INTESTINO
GROSSO. Assim, se houver flutuação, a docimasia é positiva.
232
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
forem idênticas, significa que não houve hematose, logo,
não houve respiração; pois se houvesse respiração, a taxa
de oxiemoglobina no sangue pulmonar deveria ser
obrigatoriamente mais elevada.
233
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
IDADE GESTACIONAL
FÓRMULA DE HAASE
É o meio pelo qual se verifica o tempo de gestão através da estatura
do feto.
Se verifica o tempo de gestação através da raiz quadrada da
estatura.
4 cm – 2 meses de gestação – pois 2² = 4;
9 cm – 3 meses de gestação – pois 3² = 9;
234
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
16 cm – 4 meses de gestação – pois 4² = 16;
25 cm – 5 meses de gestação – pois 5² = 25;
A partir dos 25 cm, deve-se dividir por 5,6.
IMPRESSÕES DIGITAIS
Aparecem no 6º mês de gestação.
PONTO DE BECLARD
Ponto de ossificação da epífise distal do fêmur, que ocorre no 8º/9º
mês de gestação.
PSEUDOCIESE
É a falsa gravidez, em que a mulher acredita sinceramente estar grávida
(neurose). Não se trata de simulação, pois sente os sintomas como se gravida
estivesse.
INFANTICÍDIO
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o
parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
HERMAFRODITISMO VERDADEIRO
Verifica-se a presença de gônadas que mostram, no mesmo órgão, tecidos
masculinos e femininos, constituindo ovotestis.
No OVOTESTIS, são encontrados setores com:
TÚBULOS SEMINÍFEROS
COMPONENTE MASCULINO
FOLÍCULOS DE GRAFF
235
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
COMPONENTE FEMININO
Conforme a predominância de produção hormonal, o indivíduo irá apresentar
características somáticas em um ou outro sentido.
A genitália pode ter qualquer aspecto, desde masculino normal, estágios
intermediários, ao feminino normal.
Hermafroditas verdadeiros são classificados como
Unilaterais
Ovotestis de um lado e gônoda normal do outro lado.
Bilaterais
Ovotestis em ambos os lados.
Alternos ou Laterais
Com testículo de um lado e ovário do outro.
PSEUDO HERMAFRODITISMO
Apresentam gônadas normais, ou atróficas, porém, com histologia compatível
com somente um dos sexos, ou seja, apresentam genitália externa oposta ao da
gônada que apresentam. Podem ser:
a) MASCULINO
Se a gônada for testículo
b) FEMININO
Se a gônada for ovário.
PARAFILIAS
Parafilias são fantasias ou comportamentos frequentes, intensos e sexualmente
estimulantes que envolvem objetos inanimados, crianças ou adultos sem
consentimento, ou o sofrimento ou humilhação de si próprio ou do
parceiro. Transtornos parafílicos são parafilias que causam angústia ou problemas
com o desempenho de funções da pessoa com parafilia ou que prejudicam ou podem
prejudicar outra pessoa.
Segundo o professor Malthus, são as principais parafilias:
236
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Condição de quem se sente sexualmente excitado por expor o corpo
Actirastia
ao sol
Alopelia Ato de ter um orgasmo por observar outros a terem relações sexuais
237
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Preferência pela prática da masturbação através da fricção dos lábios
Amatripsis
vaginais, na mulher
Andromimetofilia ouCondição de quem se sente sexualmente excitado por ter uma parceira
Androminetofilia que se veste como homem
Anfissexualidade Bissexualidade
238
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Aninsertia coital Medo irracioanl e excessivo da penetração
Arenotigmofilia Ninfomania
Asfixiofilia (asfixia
Prazer pela redução de oxigênio
autoerótica)
239
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Celibato, em particular quando induzido por uma Disfunção Eréctil no
Asinofilia
homem
Prática em que o parceiro ativo, após o coito anal, leva seu pênis à boca
ATM (ass to mouth)
da pessoa penetrada
240
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Condição de quem se sente sexualmente excitado por assumir o papel
Autonepiofilia de um bebé e por ser tratado enquanto tal por um parceiro (ver
Autopedofilia)
Auto-sexualidade Masturbação
241
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Bradicubia Movimentos lentos durante a penetração
Coito a tergo Relação sexual em que o homem penetra a mulher por trás
242
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Estimulação do pénis entre as pernas de um parceiro, sem que chegue
Coito anteportas
a ocorrer qualquer tipo de penetração
243
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Coprolalia Fetiche em pronunciar ou ouvir, durante o coito, palavras obcenas
Crinofilia excitação sexual por secreções (saliva, suor, secreções vaginais, etc)
Dacrilagnia ouCondição de quem se sente sexualmente excitado por ver lágrimas nos
Dacrifilia olhos de um parceiro
244
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Excitação sexual provocada por abusar sexualmente de crianças (ver
Dipoldismo
Pedofilia)
245
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
passou por mulher na corte de Catarina (ver Travestismo e Cross-
dresser)
Erotismo
Penetração do ânus com o braço
braquiopróctico
Erotismo
Penetração da vagina com o braço
braquiovaginal
246
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Prática medieval que consiste na excitação por fantasias com
Espectrofilia
fantasmas, espíritos ou deuses
247
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Latofilia Fetiche por observar ou sugar leite saindo dos seios
Precocidade
Aparecimento da libido antes do normal
libidinosa
248
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Pregnofilia oufetiche por mulheres grávidas e/ou pela observação de partos ver
maieusofilia maieusofilia
Trampling Fetiche onde o indivíduo sente prazer ao ser pisado pelo parceiro
249
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
TOXICOLOGIA FORENSE
A toxicologia forense envolve os estudos de energias de ordem química, englobando
assim venenos e drogas.
VENENOS
São substâncias mineral ou orgânica que podem ser de origem mineral, vegetal,
animal ou sintética e quando administradas no organismo em pequenas
quantidades, causam alterações substanciais no funcionamento do corpo,
podendo inclusive levar a morte.
Não se confunde com a substância tóxica, pois esta, deve ser administrada
em grandes quantidades.
CAMPO DE AÇÃO DOS VENENOS
O sistema capilar é o campo de ação dos venenos, assim, a rapidez de ação
dos venenos é verificada pelo trajeto até chegar aos vasos capilares.
ETAPAS DA FISIOPATOLOGIA DOS VENENOS
Penetração
Absorção
Distribuição
Fixação
Transformação
Eliminação pelo sistema urinário, disgestivos (vômitos), suor,
saliva, bile ou leite.
DROGAS
O conceito de drogas é um conceito legal, sendo considerado droga todas as
substâncias que se encontram elencadas na Portaria 344 da Anvisa.
Droga - Substância ou matéria-prima que tenha finalidade medicamentosa
ou sanitária.
INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTO
Segundo o professor Genival Veloso, a intoxicação é caracterizada como sendo um
quadro de reações do metabolismo que tem origem acidental, assim, diferente do
envenenamento que teria origem intencional e exógena.
HIDRARGIRISMO
A intoxicação/envenenamento se dá por mercúrio (Hg).
Causa complicações neurológicas, a pele, podendo inclusive levar a
óbito.
É comum nas áreas de garimpo.
Afeta o sistema nervoso causando paralisias.
250
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
MITRIDATISMO
A intoxicação/envenenamento se dá por arsênico.
O arsênico possui grande afinidade com a pele, e mesmo após anos da
morte, é possível verificar a presença de arsênico nos fâneros da pele.
É inodoro, incolor e insipido.
Em doses mínimas pode matar.
É possível verificar sua presença nos fâneros da pele.
São sinais que indicam: eritema na pele sem exposição ao sol, dores
abdominais, vômitos esbranquiçados, diarreia, fígado amarelado
(forma crônica), etc.
LINHAS DE MEEGS
São ranhuras/estrias esbranquiçadas que surgem nas unhas.
Historicamente era usado para matar reis. Por isso, o Rei Mitridates,
inseria em seu corpo doses menores para cria imunização ao arsênico.
Curiosamente, morreu envenenado.
SATURNISMO
A intoxicação/envenenamento se dá por chumbo.
Afeta pessoas que trabalham com vidraçaria, cerâmica, etc.
Ao inspirar os vapores no trabalho, afeta o cérebro, causando psicoses
tóxicas.
É também causador de anemia, pois não permite a fixação do ferro na
hemoglobina.
Se um PAF ficar alojado por muito tempo dentro do corpo, é possível
que ocorra o saturnismo.
Orla de Burton
A orla do encaixe do dente na gengiva vai ficando anegrada e indica a
intoxicação por chumbo.
CHUMBINHO (CARBAMATO)
É inibidor da enzima acetilcolinesterase, que é responsável por destruir
os efeitos a acetilcolina.
Detalhando
251
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
A acetilcolina é liberada após cada transmissão dos impulsos nervosos
aos diversos órgãos do corpo, que fazem os músculos contrair. A
acetilcolinesterase faz com que o músculo após a contração, relaxe.
Assim, com a acetilcolinesterase inibida, não se consegue relaxar os
músculos o que leva a espasmos musculares generalizados, podendo
levar à morte por sufocação indireta (asfixia).
PESTICIDAS ORGANOFOSFORADOS
São feitos por ORGANOFOSFORADOS para matar as pragas da lavoura.
A ingestão destes alimentos sem a adequada higiene, leva a
contaminação, levando a problemas neurológicos, de controle da
musculatura, náuseas, etc.
Também é inibidor da acetilcolinesterase.
Afetam as terminações nervosas – ou seja, o comando do corpo é feito
através de ordens do nervo para o músculo, através de um composto
químico chamado acetilcolina. Ocorre que uma enzima chamada
acetilcolenesterase, tira os efeitos da acetilcolina. Mas com a
intoxicação a ordem de retirar feita pela acetilcolenesterase, fica
inibida, e assim, a ordem de movimento fica mantida, causando
desarranjo do corpo, levando a espasmos musculares generalizados.
MONÓXIDO DE CARBONO
Normalmente está presente na fumaça negra que ocorre pela queima
de determinados produtos.
O monóxido de carbono possui uma afinidade muito grande com
hemoglobina, formando a carboxihemoglobina, que impede o
transporte de oxigênio, e a consequente intoxicação por monóxido de
carbono.
Quando a concentração de monóxido de carbono no sangue é maior
que 50% há perigo de morte iminente.
As vísceras ficam com a cor carminada.
CIANETO
É um tóxico que faz com que a enzima CITOCROMOOXIDASE (que atua
no interior das mitocôndrias), fique inibida, e assim, fique impedida de
retirar os hidrogênios e impedindo de reagir com o oxigênio (que está
na célula, mas não reage), podendo levar a morte instantânea por
excesso de hidrogênio nas células.
Leva a hemorragia da mucosa gástrica (lembrando uma polpa de
goiaba).
Exala odor de amêndoas amargas.
A ação química ocorre em nível intracelular.
GASES TÓXICOS
252
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
LACRIMOGÊNEOS
Levam ao lacrimejamento, podendo causar conjuntivite.
VESICANTES
Produz lesões na córnea e na mucosa da traqueia.
SUFOCANTES
É causado pelo cloro.
TÓXICOS
DROGAS
O conceito de drogas é um conceito legal, sendo considerado droga todas as
substâncias que se encontram elencadas na Portaria 344 da Anvisa. No entanto, há
doutrina que conceitua no sentido de que é a substância natural ou sintética, que
causa tolerância, dependência ou crise de abstinência.
SINDROME DE ABSTINÊNCIA
São efeitos psíquicas e somáticas (nervosismo, alucinações, agitação,
tremores, etc.) da ausência do uso da droga.
Quando isso ocorre, indica que encontra-se dependente da droga.
DEPENDÊNCIA
Causam conflitos familiares, trabalho, policia, justiça, na vida cotidiana
no geral.
Na DEPENDÊNCIA independe de ser proveniente de caso
fortuito ou força maior, restando apenas a análise de estar
inteiramente incapaz ou não.
PSICOLÉPTICAS ou PSICOCATALÉPTICAS
São drogas tranquilizantes, DEPRESSIVAS do sistema nervoso
central, gerando a diminuição dos batimentos cardíacos, da
respiração, etc.
253
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
São exemplos: Álcool, Sedativos, morfina, ópio, papoula,
heroína, barbitúricos, etc.
ÁLCOOL
Sua absorção começa na mucosa oral, segue no
estomago, e é máxima no intestino delgado.
Quando não for possível verificar a dosagem de álcool
no sangue, deve ser analisado o HUMOR VÍTREO (parte
atrás do globo ocular).
Álcool é a droga depressora mais usada no mundo.
O álcool DEPRIME A CENSURA (superego), e a pessoa se
“solta”.
Possui três fases:
1ª) fase do macaco, que leva a excitação ou desinibição;
2ª) fase do leão, que leva a agitação ou confusão e
3ª) fase do porco, que leva ao sono ou coma.
PSICODISLÉPTICAS
São drogas que distorcem o pensamento, causando
alucinações.
São exemplos: LSD, psilocibina, mascalina, cogumelos,
maconha, haxixe.
A maconha, é a droga mais consumida no mundo, e tem o
princípio ativo através do THC (tetrahidrocanabinol), que só
está presente na flor das plantas da maconha feminina.
PSICOANALÉPTICAS
São drogas estimulantes do sistema nervoso central, gerando
euforia, agitação, respiração ofegante, pupilas dilatadas, etc.
São exemplos: Cocaína, anfetaminas, ecstaxy, oxi, crack, merla,
etc.
LEGAL HIGHS
São drogas sintéticas produzidas em laboratório, que causam (mimetizam) os
mesmos efeitos das drogas ilícitas (psicoléptica, psicodisléptica ou psicoanaléptica),
mas com componentes químicos que não estão elencados na portaria 344 da Anvisa.
254
Frederico Alves Melo – Medicina Legal
Os pacotes são ingeridos e transportados no estômago.
BODY PUSHER
Os pacotes são inseridos e transportados nos orifícios naturais.
SINERGISMO
Há potencialização de determinada droga diante da presença de outra droga
(Ex. Droga A, será mais toxica em doses menores, em função da presença de
outra droga).
ANTAGONISMO
Há o consumo de mais de uma droga e os efeitos dessas substâncias se
neutralizam.
255