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BIZUS DE MEDICINA

LEGAL
Índice
BIZUS DE MEDICINA LEGAL.........................................................................................................1
Medicina Legal.....................................................................................................................................3
Medicina legal para determinados autores:.................................................................................3
O objeto da Medicina Legal é a PERÍCIA MÉDICA – consistindo essa em todo ato médico com o
propósito de contribuir com as autoridades administrativas, policiais ou judiciárias com
conhecimentos específicos da área médica..........................................................................................4
-Traumatologia Forense........................................................................................................................5
Balística.......................................................................................................................................5
TRAJETÓRIA E TRAJETO EM BALÍSTICA FORENSE........................................................6
Arma Portátil e Arma de Porte....................................................................................................7
Tipos de ferimento provocados por Arma de Fogo.....................................................................7
Energia de Ordem Física.....................................................................................................................9
Temperatura.................................................................................................................................9
Eletricidade...............................................................................................................................10
Pressão Atmosférica..................................................................................................................11
Radiações..................................................................................................................................11
Luz e Som..................................................................................................................................11
Energias de Ordem Química...............................................................................................................12
Cáusticos...................................................................................................................................12
Venenos.....................................................................................................................................12
Energia de Ordem Mecânica..............................................................................................................13
Instrumentos Perfurantes...........................................................................................................13
Instrumentos Cortantes.............................................................................................................13
Instrumentos Contundentes.......................................................................................................15
Instrumentos Perfuro-Cortantes................................................................................................15
Instrumentos Perfuro-Contundentes.........................................................................................15
Instrumentos Corto-Contundentes............................................................................................15
Tanatologia Forense............................................................................................................................17
Fenômenos Cadavéricos, Necropsia e Exumação.....................................................................18
Tanatognose ou Cronotanatognose...........................................................................................18
Introdução à Sexologia Forense.........................................................................................................20
ABORTO...................................................................................................................................20
Infanticídio...............................................................................................................................21
ABANDONO DE RECÉM NASCIDO....................................................................................21
Crimes contra a Dignidade Sexual............................................................................................21
Asfixiologia Forense..........................................................................................................................22
DOCUMENTOS................................................................................................................................26
CORPO DE DELITO.........................................................................................................................28
IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL..............................................................................................29
Psiquiatria Forense.............................................................................................................................30
Imputabilidade Penal:...............................................................................................................30
TOXICOLOGIA.................................................................................................................................31
VENENOS................................................................................................................................31
Medicina Legal

➢ Conceitos Gerais

Medicina legal para determinados autores:


Ambroise Pare: “arte de fazer relatórios em juízo”;

Adelon: “é a medicina considerada em sua relação com a existência das leis e a administração da Justiça”;

Lacassagne: “a arte de pôr os conceitos médicos ao serviço da administração da Justiça”;

Legrand du Saulle: “a aplicação das ciências médicas ao estudo e solução de todas as questões especiais, que podem
suscitar a instituição das leis e a ação da Justiça”;

Nerio Rojas: “a aplicação dos conhecimentos médicos aos problemas judiciais”;

Bonnet: “uma disciplina que utiliza a totalidade das ciências médicas para dar respostas a questões judiciais”;

Genival V. França: “A Medicina Legal é a contribuição da medicina, e da tecnologia e outras ciências afins, às
questões do Direito na elaboração das leis, na administração judiciária e na consolidação da doutrina” ou.... “É a
Medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais”

Hélio gomes : "É um conhecimento médico e paramédico que, no âmbito do direito, concorre para a elaboração,
interpretação e execução de leis existentes. Por meio de pesquisa científica realiza seu aperfeiçoamento, estando a
medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais.

Tourdes - “a aplicação dos conhecimentos médicos às questões que concernem aos direitos e deveres dos homens
reunidos em sociedade”

ÂNGULO DIDÁTICO

A medicina legal pode ser dividida em Geral e Especial.

➢ A medicina legal Geral é dividida em deontologia (estuda os deveres) e em diceologia médica (estuda os
direitos).
➢ Medicina Especial, estuda as áreas específicas da medicina legal:
Antropologia, traumatologia, tanatologia, sexologia, psiquiatria, psicologia, toxicologia, etc.

• A Medicina Legal pode ser classificada sob diversos enfoques:

• Medicina Legal Pericial: voltada para os interesses legispericiais da administração jurídica.

• Medicina Legal Legislativa: contribui na elaboração e revisão das leis

• Medicina Legal Doutrinária: discussão dos diversos elementos que sustentam alguns institutos jurídicos

• Medicina Legal Filosófica: discuti aspectos ligados à ética, a moral e bioética médica

• Medicina Legal Judiciária: concentra-se nos assuntos gerais relacionados a Direito Penal, Direito Civil e
Direito Processual;
• Divisões da Medicina Legal Especial:
Antropologia – Identidade e identificação.

Infortunística – Acidentes e doenças de trabalho, doenças profissionais no que se refere à higiene e insalubridades
laborativas.

Tanatologia – morte e morto.

Vitimologia – Vítima e comportamento da vítima por ocasião do delito.

Asfixologia – tipos de asfixias, mecanismos e sinais específicos.

Traumatologia: Estudo do trauma consequente a energias exógenas que afetam o organismo humano ( modo de ação
dos agentes e lesões acarretadas)

Toxicologia: Engloba as ações de tóxicos e venenos

DIVISÃO DA MEDICINA LEGAL POR ÂNGULOS (PONTO DE VISTA);

ÂNGULO HISTÓRICO (evolução) fases:

Pericial;
Legislativa;
Doutrinária;
Filosófica.

ANGULO PROFISSIONAL (buscar entender como se exerce a medicina legal na prática):

Medicina Legal Pericial;


Criminalística;
Identificação.

ANGULO DOUTRINÁRIO (tem por objetivo definir as especificidades de cada ramo do direito):

Medicina Legal Penal, civil, trabalhista.

ANGULO DIDÁTICO (maneira pela qual a medicina legal é estudada):

Medicina Legal GERAL;


Medicina Legal ESPECIAL.

O objeto da Medicina Legal é a PERÍCIA MÉDICA – consistindo essa em todo ato médico com o propósito de
contribuir com as autoridades administrativas, policiais ou judiciárias com conhecimentos específicos da área médica.
O objeto é a perícia, e essa visa colaborar com a investigação, ou seja, busca oferecer provas objetivas para uma
investigação. Produzir prova com observância do Princípio da Objetividade e da Imparcialidade.
-Traumatologia Forense

Balística
1 - Balística Interna : que estuda os fenômenos físicos e químicos e os elementos que caracterizam o movimento do
Projétil de Arma de Fogo - PAF - desde a iniciação da carga de lançamento até a saída do cano da arma;

2 - Balística Externa : que estuda a trajetória do Projétil de Arma de Fogo - PAF - fora do cano da arma até o alvo; e

3 - Balística Terminal : que estuda os efeitos sobre o Projétil de Arma de Fogo - PAF - e sobre o alvo após o impacto.

TRAJETÓRIA E TRAJETO EM BALÍSTICA FORENSE


4 - Trajetória : Percurso percorrido pelo Projétil de Arma de Fogo - PAF - da saída do cano da arma, após a combustão,
até a chegada de um corpo.

5 - Trajeto : Percurso do Projétil de Arma de Fogo - PAF - no interior (dentro) do corpo.

Ex: A atira em B com um revólver .38, taurus, magnum AP. O projétil que sai da arma de A atinge a cabeça de B.

Com base nos conceitos supramencionados, temos como trajetória do Projétil de Arma de Fogo - PAF - o caminho
percorrido do cano arma de A até o atingimento da cabeça de B, e como trajeto o caminho que o Projétil de Arma de
Fogo - PAF - percorreu dentro da cabeça de B.

•TrajetO = dentrO;

•TrejatóriA = forA.

Quais são os movimentos do projétil?


• Rotação: Primeiro movimento realizado pelo projétil. O movimento de rotação ocorre quando o projétil gira
em seu próprio eixo. Muitas armas de fogo apresentam cano de almas raiadas e essas raias/sulcos fazem com
que o projétil gire fazendo movimentos helicoidais (em círculo).

Os círculos pequenos são chamados de nutação, e o círculo maior chama-se precessão.

As raias podem ser voltadas para a direita (são chamadas de raias dextrogenas) e para a esquerda (são chamadas de
raias sinistrogenas).

Contudo, um projétil de alta velocidade viaja em uma velocidade 2x maior do que o ar (340 m/s). Logo, quando o ser
humano escuta o tiro, significa que o projétil já passou por ele há muito tempo.

• ➢ Translação: Movimento que o projétil faz da arma até o alvo.

• ➢ Nutação: Significa o círculo pequeno (explicado acima)

• ➢ Precessão: Significa o círculo maior (explicado acima)

• ➢ Báscula: O projétil gira em forma de parafuso. Ademais, ao descrever uma trajetória, em um determinado
momento, ele pode estar com a ponta elevada e outra hora estar com a retaguarda levantada.

Logo, os projéteis de arma de fogo possuem as chamadas raias (cano com raia), que são sulcos ao longo do cano, na
parte interna, que permite o projétil girar descrevendo os movimentos ora examinados.

Portanto, existem canos de alma lisa (Ex: espingarda calibre 12) e canos de alma raiada (essas raias podem ser
viradas para a direita e para a esquerda, conforme dito acima). Essas raias geram uma marca nos projeteis chamadas
de estrias.

O canhoto também é chamado de sinistro, logo, raias sinistrógenas são aquelas voltadas para a esquerda.
Arma Portátil e Arma de Porte
Decreto 9847/2019, art. 2º: (...)
VII - Arma de fogo de porte - as armas de fogo de dimensões e peso reduzidos que podem ser disparadas pelo
atirador com apenas uma de suas mãos, a exemplo de pistolas, revólveres e garruchas;

VIII - Arma de fogo portátil - as armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, podem ser transportada
por uma pessoa, tais como fuzil, carabina e espingarda;

IX - Arma de fogo não portátil - as armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, precisam ser
transportadas por mais de uma pessoa, com a utilização de veículos, automotores ou não, ou sejam fixadas em
estruturas permanentes;

Tipos de ferimento provocados por Arma de Fogo


1- Ferida de entrada (exceto tiro encostado)

➢ O projétil ‘quente’ com a borda ogival e em movimento de rotação (em decorrência das raias) entrará na
pele.

Orifício regular com bordas voltadas para dentro – invertida ou invaginada.

➢ Aferem a distância do disparo.


III- Podem apresentar halo de enxugo (limpeza) e sinais de escoriação;

IV-Podem apresentar os efeitos secundários - residuograma.

2- Ferida de saída

➢ Dentro do corpo da vítima encontra algum osso e muda de sentido, sai de seu eixo.
Orifício irregular com bordas voltadas para fora - evertidas ou evaginadas.

I-Diâmetro > que o do OE;

II- Maior sangramento;

III- Não tem halo de enxugo nem orla de escoriação; (enxugo e escoriação = sinais indiscutíveis de entrada).

IV- Não apresentam os efeitos secundários - residuograma, porque o que está causando o ferimento de saída é
somente o projétil (não temos os outros elementos: fuligem, pressão, pólvora, etc.).

*OBS 1: Quando o disparo de arma de fogo ocorrer como “tiro encostado” em regiões onde tem “tábua – lâmina
óssea” as características dos orifícios de entrada e saída serão diferentes.

**OBS 2: As bordas são invertidas na OE em virtude da maior elasticidade da derme em relação à epiderme.

Orifício de entrada e bordas evertidas não combinam!

- Orifício de entrada --> pouco sangramento, borda regular, invertido (virado pra dentro)

- Orifício de saída --> maior sangramento, borda dilacerado, evertido (virado pra fora, “rombo”) NÃO POSSUI
ORLAS E ZONAS

- Curta distância --> apresentam: orla de tatuagem, orla ou zona de esfumaçamento/tisnado, além da orla de
escoriação, enxugo ou equimose.

- Tiros a queima roupa --> ORLA DE QUEIMADURA/ Chamuscamento (caracterizada pela queimadura), muitas
vezes apresentam formato em boca de mina.
CHULEIO

“Não é tão raro encontrar situações em que um único projétil é capaz de transfixar vários segmentos
ou partes do corpo, com orifícios de entrada e saída, constituindo o que se poderia chamar de
”trajeto em chuleio” ou “trajeto em alinhavo”.
Por exemplo: transfixar um braço, uma mama, a outra mama e o outro braço, ou outras variantes.
Nesses casos a primeira ferida de entrada chama-se ferida primária e as demais feridas secundárias
ou feridas de reentrada."
FONTE: FRANÇA, Genival Veloso de, 1935- Medicina legal. 11. ed. -- Rio de Janeiro : Guanabara
Koogan, 2017. pag. 307.
DISPAROS COM O CANO ENCOSTADO / APOIADO:

1.BOCA OU CÂMARA DE MINA DE HOFFMANN --> É o ferimento da entrada do tiro, "golpe de mina". A
pele fica com aspecto estrelado e evertido (como a arma estava firmemente encostada, os gases entraram na cavidade e
agora querem sair, daí o aspecto da pele evertido/para fora).

-->É possível que um tiro encostado não tenha o buraco de mina. Na hora do disparo a retração da arma pode
prejudicar a mina de hoffmann, por não ter conseguido segurar firmemente encostada.

2.SINAL DE BENASSI --> como o disparo foi encostado, todos aqueles efeitos secundários oriundos do cone de
dispersão (v.g. esfumaçamento, tatuagem...) que ficariam na pele, agora vão impregnar diretamente no osso, criando-se
uma zona de fuligem no osso!

3.CONE INVERTIDO DE BONNET \/ SINAL DO FUNIL DE BONNET --> *Não é um sinal exclusivo do tiro
encostado*. Ele aparece comumente no osso do crânio. O buraco da saída do projétil tende a ser mais amplo que na
entrada, o que denota um aspecto de cone invertido. A base do cone/triângulo indica a saída, por ser maior, e o topo
indica a entrada.

4.SINAL DE PUPPE-WERKGAERTNER --> normalmente em locais onde há ausência de osso surge a marca da
boca da arma na pele, nos tiros encostados. É o carimbo da boca do cano da arma, na pele.

--> A “Queima Roupa” NÃO É encostado. É disparo a extrema curta distância, mas não encostado (para França, seria
-10cm) (possuirá outros sinais que não os exclusivos do tiro encostado).

》LONGA DISTÂNCIA:

▪BORDAS INVERTIDAS;

▪ORLA DE ESCORIAÇÃO;

▪ORLA DE ENXUGO (ZONA DE ALIMPADURA);

▪ORLA EQUIMÓTICA (ZONA DE CONTUSÃO).

》CURTA DISTÂNCIA:

▪ZONA DE CHAMUSCAMENTO;

▪ZONA DE TATUAGEM;

▪ZONA DE ESFUMAÇAMENTO.

》ENCOSTADOS:

▪CÂMARA (BOCA) DE MINA DE HOFMANN;

▪SINAL DO FUNIL DE BONNET;

▪SINAL DE BENASSI;

▪SINAL DE PUPPE-WEKGARTNER.
Energia de Ordem Física
As lesões corporais decorrentes de energias de ordem físicas são identificáveis à medida que o estado
físico do organismo se altera.

Essas lesões são produzidas por temperatura, eletricidade, pressão atmosférica, radiação, luz e som.
Ressalta-se que as energias produzidas por meio de eletricidade e temperatura são as mais comumente
apresentadas nas atividades médico-legais.

• Temperatura
As lesões causadas por temperatura ocorrem em detrimento de ação do calor ou do frio, podendo ser mais ou
menos graves de acordo com a intensidade e duração da exposição do indivíduo à ação térmica

➢ Frio: a lesão causada pelo frio é chamada de geladura e é muito parecida com as queimaduras. Essas lesões
causadas pelo frio também podem levar a alterações do sistema nervoso, sonolência, convulsões, delírios,
perturbações dos movimentos, anestesia, congestão ou isquemia de vísceras.

As geladuras são classificadas de acordo com o grau:

1º grau – palidez ou rubefação da pele (eritema);

2º grau – eritema (vermelhidão cutânea) e formação de bolhas ou flictenas de conteúdo hemorrágico;

3º grau – formação de crostas enegrecidas, aderentes e espessas acompanhado de necrose de tecidos moles; e

4º Grau – gangrena ou desarticulação

➢ Calor: O calor produzido além dos limites de controle térmico fisiológico é caracterizado como difuso ou
direto.

Calor Difuso ou Termonose

•Insolação (calor ambiental em locais abertos ou raramente em espaços confinados);

•Intermação (excesso de calor ambiental produzido de modo artificial).

Os traumas e as lesões apresentados pela insolação e/ou intermação são cefaleia, náuseas, hipertermia (podendo
chegar à 44º C), vertigens, taquicardia, congestão cutânea, secura da pele e das mucosas, distúrbios visuais e
auditivos, aumento da pressão sistólica e diminuição da diastólica, transtornos nervosos manifestados por meio
de delírios, convulsões e coma. São comumente apresentados também aspectos como a rigidez da nuca, a abolição dos
reflexos (forma ataxodinâmica de Clachez) e o trismo (constrição mandibular).

O diagnóstico da morte, nesses casos, é realizado mediante a análise das condições do local e pela ausência de
outras lesões que possam indicar outra causa mortis. Apresenta forma asfítica de Hiller ou apoplexia térmica de
Jansion.

Calor direto

Na exposição em calor direto, o organismo reage de modo a provocar queimaduras que, de acordo com a
classificação de Hoffmanm e Lussena separa as lesões em grau, quanto à profundidade:

• 1º grau – Eritema simples, apenas a epiderme é afetada, apresenta vermelhidão e dor local (sinal de Christinson) e a
recuperação é completa após a descamação.

• 2º grau – Além do eritema, apresentam vesículas ou flictenas com conteúdo seroso (sinal de Chambert), e caso estas
sejam rompidas apresentam vermelhidão e exposição da derme. Possivelmente a recuperação é completa e não deixa
cicatrizes.
• 3º grau – apresenta coagulação necrótica dos tecidos moles de coloração castanha e a recuperação deixa cicatrizes.

• 4º grau – ocorre a combustão dos tecidos e consequente carbonização do plano ósseo em que os dentes e ossos
apresentam coloração acinzentada.

As queimaduras de 4º grau ocorridas de forma generalizada (cadáver carbonizado) provocam a redução do volume do
corpo e dos órgãos (desidratação), semiflexão dos membros (posição de lutador ou sinal de Devergie), tonalidade
enegrecida da pele, queimadura das vias aéreas

• Eletricidade
As lesões causadas por energia elétrica são subdivididas em eletricidade natural ou artificial

a) Eletricidade Natural ou Atmosférica ou Cósmica

A lesão por eletricidade natural ocorre, geralmente, em locais abertos, com descarga de corrente contínua provocada por
diferença de potencial elétrico entre a terra e as nuvens e podem acarretar em:

• Fulminação – quando a eletricidade natural atinge letalmente o homem provocando carbonização, congestão dos
globos oculares, lesão nas extremidades do corpo sendo que o processo de putrefação do cadáver ocorre de forma
mais acelerada. Em geral, ocorrem a inibição direta dos centros nervosos por asfixia, podendo ocorrer também
fibrilação ventricular e efeitos cardíacos.

EX: MORTE POR RAIOS

• Fulguração – quando a eletricidade natural atinge o homem provocando apenas lesões corporais. São aquelas lesões
chamadas de sinal de Lichtemberg (desenhos arboriformes vasomotores), na maioria das vezes aparecem uma
hora após a descarga elétrica e desaparecem em 24 horas.
EX: Atingido por descarga de raio, mas sobreviveu após a descarga

b) Eletricidade artificial ou industrial

As queimaduras elétricas industriais são resultantes do calor de uma corrente e tem por ação uma síndrome
denominada de eletroplessão (provocada pela exposição do corpo a uma carga letal de energia elétrica).

A lesão é conhecida por “marca elétrica de Jellinek” (forma circular, elítica ou estrelada, de consistência endurecida,
bordas altas, leito deprimido, tonalidade branco-amarelada, fixa, indolor e asséptica).

Etiologia da morte por eletroplessão: (Morte por choque Artificial).

Morte cerebral – maior que 1200 volts = hemorragia nas meninges, hiperemia dos centros nervosos e edema
cerebral.

Morte por asfixia – de 120 a 1200 volts = tetanização (contração) dos músculos pulmonares.

Morte por parada cardíaca – menor que 120 volts = fibrilação do ventrículo

ATENÇÃO!!!!!!!!

Sinal de Lichtemberg = eletricidade atmosférica.

Sinal de Jellineck = eletricidade industrial.


• Pressão Atmosférica
As lesões causadas pela pressão atmosférica são subdivididas em:

a) Hipopressão atmosférica: Acontece quando ocorre a diminuição do oxigênio e gás carbônico no organismo
provocado pela diminuição da pressão atmosférica. É comum ocorrer em cabines de aeronaves, devido a
despressurização, e na escalada de montanhas elevadas, por isso é vulgarmente chamado de “mal das
montanhas” onde os escaladores podem sofrer os sintomas de dispneia, náuseas transtornos auditivos, cefaleia,
taquicardia, vertigem, epistaxe (hemorragia nasal), hemorragias oculares e cerebrais e morte.

A doença das montanhas pode se apresentar, também, de forma crônica em indivíduos já maduros que vivem
há tempos em regiões de grandes altitudes (Doença do Monge).

b) Hiperpressão atmosférica: Ocorre com o aumento da pressão atmosférica provocada por altitudes muito inferiores
ao nível do mar. É mais comum que ocorra com mergulhadores e causa, principalmente, os chamados “barotraumas”
que são, a patologia de compressão (intoxicação por oxigênio, nitrogênio e gás carbônico) e a patologia de
descompressão (grande quantidade de gases dissolvidos no sangue que provocam embolia)

◦ Radiações
São lesões causadas por radiações aquelas produzidas por aparelhos de raio-x, reatores nucleares e aceleradores
lineares. Ocorrem, geralmente, devido a acidentes e provocam ulceração de bordas endurecidas, necrose, descamação
seca, distúrbios cerebrais, eritema, flictenas, distúrbios gastrintestinais e morte.

As lesões locais são denominadas radiodermites e se apresentam em aspectos

crônicos (forma úlcero-atrófica, teleangiectásica ou neoplástica) e aspectos agudos classificados de acordo com a
intensidade da lesão:

• 1º grau – apresenta forma eritematosa e depilatória, a lesão é temporária (cerca de 60 dias) e a mancha escura
que precede tende a desaparecer lentamente.

• 2º grau – de difícil cicatrização tendo em vista que apresenta ulceração muito dolorosa de forma pápulo-
eritematosa.

•3º grau – úlcera de Roentgen (necrose de aspecto grave).

Essas lesões podem ser locais e apresentar forma úlcero-atrófica, teleangiectásica ou neoplásica

• Luz e Som

A intensa exposição do indivíduo à luz e ao som podem acarretar em graves danos ao organismo.

Os raios infravermelho e ultravioleta, quando em dosagens significativas, podem provocar lesões sobre o
cristalino e a conjuntiva, causando até cegueira total.

Assim como o raio laser que pode causar grandes lesões na córnea e no cristalino.

Já a exposição crônica ao ruído pode acarretar em zumbido, recrutamento, perda da discriminação da fala,
otalgia e até mesmo a perda permanente da audição.
• Energias de Ordem Química
Para que ocorram lesões causadas por energia de ordem química é necessário que exista uma reação com
tecidos vivos, podendo ser mais ou menos grave de acordo com a extensão da exposição, da concentração e da
região do corpo atingida pela substância química. A gravidade da lesão depende, também, da estrutura corporal da
vítima e são causadas por produtos cáusticos e venenos.

• Cáusticos
As lesões causadas por produtos cáusticos são tegumentares, ou seja, danificam a camada externa dos seres vivos, a
pele, podendo ser provocadas por ácidos, sais orgânicos e inorgânicos, metais alcalinos, alcalino-terrosos e seus
hidróxidos. São classificados em:

• Desidratante: ácido sulfúrico ou ventríolo, óxido de cálcio, hidróxido de sódio (soda cáustica em escamas) e
hidróxido de potássio.

• Oxidante: ácido nítrico, clorídrico, crômico, fênico ou fenol e nitrato de prata ou cáustico lunar.

• Fluidificante: hidróxido de sódio (soda cáustica em solução), ácido acético ou etanoico e amônia ou amoníaco

• Coagulante: cobre, chumbo, mercúrio e sais de zinco.

• Irritante: gás mostarda ou iperita (gases bélicos).

As feridas provocadas por agentes cáusticos coagulantes, em sua maioria, apresentam escaras (feridas na pele)
escurecidas, como exceção do ácido sulfúrico que provoca escaras secas e esbranquiçadas. Já os fluidificantes
apresentam escaras úmidas e amolecidas.

As lesões provocadas por cáusticos são denominadas de vitriolagem, uma vez que com a finalidade de provocar
lesões no indivíduo de forma intencional, lançava-se o ácido sulfúrico (vitríolo) sobre o corpo da vítima como forma de
vingança.

Quanto às lesões produzidas em morte, observa-se que apresentam cor marrom-escuro, não apresentam forma de
escaras e não há reação vital nos exames histológicos

• Venenos
Os venenos são substâncias ingeridas por meio de diversas vias e que danificam a saúde ou causam até a morte, podem
ser de origem vegetal (cicuta), animal (peçonhas), mineral (arsênico) e artificial (monóxido de carbono)

Os venenos atuam por meio da absorção de componentes pelo organismo que provocam uma reação
química ou bioquímica capaz de determinar uma lesão corporal ou perturbação funcional, podendo levar à
morte, sendo as vias de introdução

As principais vias de eliminação dos venenos são: aparelho digestivo (vômito e diarreia), urina, pulmões, suor,
saliva, leite, cabelos, unhas, placentas, sendo que o tempo de eliminação varia de acordo com a dose ingerida, o
estado de saúde da vítima a via de absorção
• Energia de Ordem Mecânica

Diferente das lesões provocadas por energia de ordem física, as energias de ordem mecânica modificam o estado de
repouso ou de movimento de um corpo, produzindo lesões em parte ou no todo, podendo sofrer repercussões externas
ou internas.

A classificação dos instrumentos causadores de lesões de ordem mecânica é quanto à origem e quanto ao local, da
seguinte forma:

Quanto à origem:

➢ Ativo: objeto em movimento, indivíduo em repouso.


➢ Passivo: objeto em repouso, indivíduo em movimento.
➢ Misto: objeto e indivíduo em movimento.
Quanto ao local:

➢ Diretas: a lesão se dá no próprio local do impacto.


➢ Indiretas: a lesão ocorre fora do local do impacto.
➢ Mistas: a lesão ocorre no local e também fora do local do impacto.
Ressalta-se que as lesões corporais são classificadas em lesões simples (perfurantes ou punctórias, cortantes ou incisas,
contundentes ou contusas) simbolizadas por ponto, reta e plano; e lesões compostas (perfuro-cortantes, perfuro
contundentes, corto-contundentes).

◦ Instrumentos Perfurantes
Acarretam em feridas punctiformes ou puctórias caracterizadas por aberturas estreitas e pouco sangramento.
Os instrumentos agem por pressão ou percussão e se apresentam pouco nocivo na superfície, sendo a gravidade
percebida na profundidade do ferimento.

◦ Instrumentos Cortantes
Apresentam lesões incisas, advindo de ações de deslizamento ou pressão.

A lesão é caracterizada pelo centro mais profundo, afastamento das bordas, abundante hemorragia, presença de
cauda de escoriação, margens nítidas e regulares e cumprimento maior que a largura ou profundidade.

Ocorre quase sempre por ato médico, acidente, agressão, homicídio ou suicídio

Os instrumentos mais comumente utilizados são a navalha, o bisturi, o caco de vidro, e o gume da faca

Algumas lesões possuem nomenclatura especial como:

Esgorja: realizada na região frontal ou lateral do pescoço, geralmente leva à morte por homicídio ou suicídio.

Degola: realizada na porção posterior do pescoço, geralmente homicida.

Escalpe: remoção de parte do couro cabeludo.

Lesões de defesa: antebraço, palma da mão e dedos.

Decapitação: Instrumento cortocontundente. Lesão cortocontusa. Destacamento da cabeça da vítima do restante do seu
corpo. Ex. Por uma guilhotina.
Esgorjamento: Instrumento cortante. Lesão incisa. Ferida longitudinal na porção anterior do pescoço. Geralmente um
longo corte que pode lesar o esôfago . A morte pode ser dar por embolia gasosa, anemia aguda. Palavra de influência
francesa, gorge significa garganta.

Degolamento: Ferida incisa ou cortocontusa, na porção posterior do pescoço. obs: corte feito na região da gola da
camisa.

Espostejamento: Multiplicidade de fragmentos do corpo que se mostram mais irregulares. Ex. acidente aéreo,
ferroviário.

Esquartejamento: Amputação, desarticulação, reduzindo o corpo em quarto. Fragmentos mais regulares que o
espostejamento.

Estrangulamento: Constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular. Asfixia mecânica em que a constrição do
pescoço se faz por um laço, cuja força atuante é outra que não o peso da vítima.

Diferença entre enforcamento e estrangulamento: Enforcamento: um sulco único. Mais profundo na parte que
corresponde a alça. Estrangulamento: sulco quase sempre múltiplos. Profundidade uniforme.
◦ Instrumentos Contundentes

Comumente as lesões contusas são realizadas por meio de martelo, coronha de arma de fogo, pedra, automóvel e
o próprio chão, agindo por pressão, explosão, deslizamento, percussão, compressão, descompressão, distensão,
torção, contragolpe ou de forma mista.

As feridas contusas têm características ligadas a forma, fundo e vertentes irregulares, retalhos em forma de
ponte, tendões conservados e a hemorragia é menor que nas feridas incisivas. Em sua maior parte, são lesões
profundas e mutilantes

Algumas lesões contusas possuem nomenclatura própria, como rubefação, escoriação, equimose, hematoma, bossa
sanguínea, lesões por martelo, empalamento, encravamento, fraturas, entorses, luxações, lesões por
atropelamento, rotura de vísceras, lesões por cinto de segurança e lesões por precipitação

◦ Instrumentos Perfuro-Cortantes
Provocam ferimentos que apresentam fenda regular e quase sempre linear, são instrumentos de ponta e gume e o
ferimento apresenta largura maior que a espessura da lâmina. Caso haja a torção do instrumento antes de sua
retirada do corpo, a borda apresentará um corte adicional, denominado entalhe.

◦ Instrumentos Perfuro-Contundentes
São aqueles instrumentos que provocam lesões de perfuração em forma de túnel e atingem o indivíduo por meio de uma
ponta. São produzidas quase sempre por projéteis de arma de fogo, mas também pode-se incluir a flecha, o espeto ou o
vergalhão.

As lesões são as seguintes:

a) Ferimento de entrada:

a.1) Tiro encostado e a curta distância: apresenta o plano ósseo com formato irregular e outros efeitos advindos do
cone de explosão (Câmara de mina de Hoffmann). Verifica-se ainda que os tiros encostados deixam impresso na pele o
desenho da boca e da massa de mira do cano (sinal de Werkgaerther).

A lesão pode apresentar um ou mais zonas, dependendo da proximidade do alvo, essa diferenciação está na presença das
zonas: Orla de Escoriação ou de Fish; Orla de Enxugo; Zona de Tatuagem; Zona de Esfumaçamento ou de tisnado; e
Zona de Chamuscamento

a.2) Tiro a distância: apresenta ferimento com diâmetro menor que o do projétil, com forma arredondada ou ovalar,
orla de escoriação, halo de enxugo, aréola equimótica e bordas reviradas para dentro.

b) ferimento de saída:

Apresenta forma irregular, bordas reviradas para fora, maior sangramento e não apresenta escoriação nem halo de
enxugo. O diâmetro é maior que o orifício de entrada.

◦ Instrumentos Corto-Contundentes
São instrumentos com gume que apresentam lesões de forma bastante variada, graves e profundas, como
enxadas, foices, facões e machados. Mesmo sendo provocados por instrumentos com gume, são influenciados pela
ação contundente, agindo por pressão
Energias de ordem biquímica: se manifestam por meio de uma ação combinada (química e biológica), atuando
lesivamente de modo negativo oi positivo, levando em consideração as condições orgâncias e de defesa de cada
indivíduo. Aqui, o caso mais corriqueiro são as perturbações alimentares (ex: inanição).
Energias de ordem biodinâmica: ocorrem por quadros complexos resultantes de múltiplos fatores. É aqui que
entra o estudo da síndrome chamada de choque, síndrome da falência múltipla de órgãos e coagulação
intravascular disseminada.

Energias de ordem mista: como o próprio nome diz, tem-se um misto de energias. As doenças profissionais e os
acidentes de trabalho estão desse tipo de energia. Ex: fadiga, algumas doenças parasitárias e todas as formas de
sevícias.
Tanatologia Forense
A Tanologia estuda a causa da morte e as circunstâncias em que ela ocorreu. Entende-se por morte a cessação
total e permanente das funções vitais, fato que ocorre de forma assíncrona nos organismos pluricelulares.

Os diagnósticos da morte em seres humanos são realizados a partir de morte cerebral e morte encefálica.

A morte cerebral ou cortical é atribuída pela perda das funções cerebrais relacionadas com a consciência do ser humano,
já a morte encefálica é a perda das funções cerebrais como um todo

O Brasil utiliza do diagnóstico da morte encefálica para casos de transplantes de órgãos entre seres humanos.

A morte pode ser classificada de diversas formas:

a) Quanto à extensão

a.1) Celular ou histológica: quando os sistemas celulares se tornam inutilizados;

a.2) Anatômica: morte total do organismo

b) Quanto à reversibilidade

b.1) Aparente: é o estado patológico passageiro que simula a morte. Caracteriza-se por inconsciência, movimentos
respiratórios e batimentos cardíacos imperceptíveis, imobilidade. Exemplo: como epilético e a morte aparente do
recém-nascido;

b.2) Relativa: as funções nervosas, circulatórias e respiratórias param, porém,

podem ser revertidas por manobras terapêuticas;

b.3) Absoluta ou real: Inatividade encefálica causando a ausência definitiva das

atividades biológicas.

c) Quanto à maneira

c.1) Natural: provocada por agentes naturais, alterações orgânicas, patogenia,

entre outras;

c.2) Violenta: provocada por agentes externos, pode ser acidental, criminosa ou

voluntária;

c.3) Suspeita: quando não há indícios que determinem se a morte foi natural

ou violenta.

d) Quanto ao processamento

d.1) Súbita: sem causa aparente, instantânea, pode advir de doença desconhecida;

d.2) Agônica: aquela que leva tempo.

e) Quanto à causa jurídica

e.1) Homicídio: por ação ou omissão de outro agente;

e.2) Suicídio: por ação ou omissão do próprio agente;

e.3) Acidente: causas externas.


◦ Fenômenos Cadavéricos, Necropsia e Exumação
O exame necroscópico ou a popularmente chamada necrópsia deve ser realizado pelo médico objetivando a
identificação das causas e circunstâncias que levaram a morte, a necrópsia também objetiva a identificação da
vítima. A autópsia (outro termo utilizado para o exame necroscópico) poderá ser solicitada pelo Ministério Público, por
autoridade judiciária ou pela autoridade judicial. Durante a necropsia, o médico-legista deve cumprir o protocolo
realizando todos os exames necessários, bem como os complementares utilizando-se de recursos documentais,
como fotografia e radiografia a fim de subsidiar o laudo do exame.

• Nos casos de exumação, esse procedimento ocorre quando uma segunda necropsia deva ser realizada tendo
em vista a suspeita de morte violenta no curso do processo, a identificação da vítima gerar dúvida
necessária de esclarecimento ou devido à necessidade de revisão da necropsia inicial.

• A exumação não é procedimento simples, o Art. 163 do Código de Processo Penal estabelece que nos casos
de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente
marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado e os profissionais devem seguir
protocolos rígidos, como: fotografar a área durante todos os passos da operação; anotar cuidadosamente, todos
os achados; deve-se realizar o isolamento e a limpeza do corpo, no próprio local, para posteriormente ser
retirado e acondicionado para o transporte; amostras de terra devem ser coletadas.

• Ainda sobre a análise cadavérica, é importante que eu te informe sobre alguns fenômenos que se apresentam
após a morte instalada:

• a) Fenômenos abióticos imediatos: são aqueles comuns, ocorridos logo após a morte, como parada
respiratória e circulatória, palidez, faces hipocráticas e imobilidade.

• b) Fenômenos abióticos consecutivos: aqueles que se sucedem a partir da morte declarada, como rigidez
cadavérica, machas de hipóstase, desidratação do cadáver, resfriamento corporal e ainda os espasmos
cadavéricos.

• c) Fenômenos transformativos: podem ser destrutivos ou conservadores.

• Destrutivos: autólise (processo anaeróbico intracelular), putrefação (atividade bacteriana, apresenta coloração
esverdeado ou enegrecida do cadáver e segue quatro fases, a gasosa, de coloração, coliquativa e
esqueletização) e maceração (diminuição da consistência corporal).

• Conservadores: saponificação/adipocera (corpo com aspecto de sabão – sinal de Thouret), mumificação


(desidratação intensa do cadáver), corificação (a pele do cadáver apresenta aspecto, cor e consistência de couro
curtido – processo de Della Volta), calcificação ou petrificação (infiltração dos tecidos do cadáver por sais de
cálcio, gerando aparência pétrea).

◦ Tanatognose ou Cronotanatognose
A Cronotanatognose observa os meios para determinação do tempo decorrido entre a morte e o exame
cadavérico. Para tanto, o perito deve observar certos aspectos com fins de determinar o tempo da morte, quanto maior o
intervalo de tempo, maior a dificuldade que o perito terá em determinar o lapso transcorrido.
Resfriamento do cadáver: em média ocorre de 1ºC a 1,5ºC por hora, contudo sofre influência de diversos fatores, como
posição do corpo, vestuário, ambiente, idade, entre outros.

Rigidez cadavérica: tem início na primeira hora e ocorre de cima para baixo, e se generaliza entre duas e três horas,
atinge o pico máximo entre cinco e oito horas após o óbito (regra de Fávero). Sofre influência de temperatura, ambiente,
causa mortis, entre outras.

APARECIMENTO:

Rosto → cervical → tórax → abdômen → membros superiores → membros inferiores

DESAPARECIMENTO:

Membros inferiores→ membros superiores→ abdômen→ tórax→ cervical→ rosto


SINAL DE LARCHER-SOMMER*:
5h após o óbito começam a surgir manchas escuras na esclera (branco do olho), por conta da desidratação.

• Livores cadavéricos: surgem nas primeiras três horas após a morte e tornam-se fixos por volta da 12ª
hora e atingem a intensidade na 14ª hora. Sofrem influência da gravidade, entretanto não se forma mais
depois de 24 horas.

• Putrefação: esse fenômeno é utilizado para determinar o tempo de morte não recente, as fases da putrefação
são:

a) Fase de coloração – tem início entre a 18ª e 24ª hora após a morte e apresenta macha verde abdominal;

b) Fase gasosa – inicia-se por volta da 48ª hora após o óbito (circulação póstuma de Brouardel), com duração de
aproximadamente trinta dias, atingindo o grau máximo entre o 5º e 7º dia após o óbito;

c) Fase coliquativa – inicia-se no fim da segunda semana e se prolonga indefinidamente (pele rompe, orifícios abrem);

d) fase de esqueletização – inicia-se na 3ª semana após o óbito, mais ou menos e dura aproximadamente seis meses

Existe também uma classificação que deve ser observada pelo perito quando da análise de estimativa do tempo
de morte fetal intrauterino, qual seja:

• Grau 0 – óbito de menos de oito horas apresentam pela de aspecto bolhoso;

• Grau 1 – óbito entre oito e vinte e quatro horas apresenta o início do descolamento da epiderme;

• Grau 2 – Óbito de mais de vinte quatro horas apresenta grande descolamento cutâneo e derrame
serossanguinolento avermelhado nas cavidades serosas; e

• Grau 3 – óbito de aproximadamente quarenta e oito horas apresenta derrames das cavidades serosas e o fígado
aparenta cor amarelo amarronzada.

Quanto aos pontos radiológicos de ossificação, os mais importantes são:

Clavícula— meados do 2° mês;(CAIU EM PROVA)

Rádio — começo do 2°mês;

Ulna — começo do 2°mês;

Úmero — final do 2° mês;

Fêmur— meados do 2° mês;

Falanges das mãos — final do 3° mês;

Temporal — meados do 4° mês;

Púbis — começo do 5°mês;

Calcâneo— começo do 6°mês;

Tálua — meados do 7° mês;

Cuboide — feto a termo;

Epífise distal do fêmur (ponto de Béclard) — feto a termo.”


Introdução à Sexologia Forense
A Sexologia Forense ou Criminal pode ser definida como a área da Medicina Legal que estuda os problemas
médico-legais relacionados ao sexo e seus aspectos e consequências na área jurídica.

Os principais campos de estudo da Sexologia Forense e seus respectivos objetos de investigação:

• EROTOLOGIA FORENSE: alguns autores englobam esse campo na área de Psicologia ou Psicopatologia Forense
(vide Croce & Croce Jr., 2012), em virtude da relação com a psique e o comportamento humano. Essa subdivisão trata
de estudar a psicossexualidade anômala e os desvios e perversões sexuais, as anomalias do instituto sexual e suas
modificações qualitativas e quantitativas, e as relações com os crimes sexuais e demais questões jurídicas.

• HIMENOLOGIA FORENSE: estuda os diversos aspectos médico-legais e jurídicos relacionados aos crimes sexuais
e as vítimas, como comprovação técnica da conjunção carnal. Ao pé da letra, trata-se do estudo do hímen.

• OBSTETRÍCIA FORENSE: estuda os aspectos médico-legais e suas interações jurídicas em questões relacionadas à
fecundação, gestação, parto, puerpério, os respectivos tipos penas e os exames para constatação e materialização dos
delitos.

Coprolalia- A compulsão por falar coisas obscenas é um distúrbio que, no vocabulário médico, recebe um nome que já
é um palavrão: coprolalia. Quem sofre de coprolalia incorpora, no meio de frases cotidianas, palavras ou frases
inconvenientes, grunhidos e gemidos com conotação sexual.

Dolismo – atração sexual por bonecas ou manequins.

Clismafilia - preferência sexual pelo prazer obtido pelo indivíduo que introduz ou faz introduzir grande quantidade de
água ou líquidos no reto, sob a forma de enema, lavagem ou clister.

Hipoxifilia: excitação por meio de asfixia

Frotteurista é a excitação sexual regular e intensa decorrente de tocar (órgãos genitais e/ou seios) e/ou esfregar-se
(genitais contra o corpo) em pessoa que não permitiu.

ABORTO
Os abortos eventuais não são penalmente puníveis, em virtude de sua ocorrência independer da vontade da gestante.
São de dois tipos:

a) patológico ou espontâneo: problemas de má formação de feto, inadequação do aparelho reprodutor feminino, dentre
outros, podem fazer com que a evolução do ciclo gravídico seja interrompida repentinamente, com a expulsão
involuntária do feto.

b) acidental: podem se originar tanto de traumas emocionais, como de traumas físicos, intoxicação ou infecção, que
venham a comprometer o processo de gestação de maneira irreversível. A perícia deve se cercar de cautela em aceitar o
trauma emocional. Já os abortos intencionais têm interesse jurídico, e podem ser divididos em puníveis e não-puníveis.

Dentre os abortos não-puníveis, temos, de acordo com previsão no Código Penal (128, I e II), duas situações:

a) terapêutico ou necessário: quando há risco de vida para a gestante e para o feto. Geralmente decorre de problemas
de saúde materna, como cardiopatia, tuberculose e diabetes.

b) sentimental: quando a gravidez resulta de estupro

Em relação ao aborto eugênico, trata-se de um conceito não abarcado legalmente como causa de exclusão de crime,
ocorrendo quando é grande a probabilidade do recém-nascido ser portador de deficiências graves. Temos também o
aborto eutanásico, quando o feto não possui expectativa de vida relevante extra-uterina, e ainda o aborto econômico,
que visa principalmente o planejamento familiar de populações carentes. Todos são puníveis em conformidade com a
inteligência do artigo 128 do Código Penal
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal , o próprio filho, durante o parto ou logo após:

Pena - detenção, de dois a seis anos.

(ATENÇÂO, SE NÃO TIVER ESTADO PUERPERAL CARACTERIZA HOMICÍDIO)

ABANDONO DE RECÉM NASCIDO


Art. 134 CP- Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:
Lesão corporal (Art. 129 – CP)
Não se aplicam as classificações relacionadas à gravidade da lesão ao delito de lesões corporais culposas.

Crimes contra a Dignidade Sexual


Segundo o Código Penal atos sexuais podem ser apresentar como:
▪ Conjunção Carnal
▪ Atos libidinosos diversos da conjunção carnal

➔ IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
Também chamado de frotteurismo.
Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro. **
1 a 5 anos.
Crime subsidiário (aplicado somente se não configurar fato mais grave). *

➔ DO ULTRAJE AO PUDOR PÚBLICO


• Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público.
• 3 a 1 ano ou multa.
• Independe de resultado (crime formal). *
• Dolo genérico.

➔ Violação Sexual Mediante Fraude


Neste tipo penal a vítima é induzida ao erro, por acreditar que determinada conduta é necessária e que vai fazer bem a ela.
Dolo genérico.
Meio executório: ilusão, fraude, distorção da realidade, mentira ou qualquer outro meio vicioso da vontade da vítima.
O crime, também conhecido como estelionato sexual, é configurado quando há fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre
vontade da pessoa.
Os sujeitos ativo e passivo podem ser qualquer pessoa e a pena para quem comete violação sexual mediante fraude é de reclusão
de 2 a 6 anos.
Caso a vítima esteja sob efeito de remédios, álcool ou drogas, o crime será de estupro de vulnerável.
• Asfixiologia Forense
As energias de ordem físico-química são aquelas que impedem a passagem do ar às vias respiratórias e alteram a
composição bioquímica do sangue, produzindo o que se chama de asfixia. Toda e qualquer situação que interfira nas
vias respiratórias, na caixa torácica, nos pulmões, com hipercapneia (aumento do teor de CO2 no sangue) caracteriza
asfixia. Sendo assim, asfixias são todas as formas de carência ou ausência de oxigênio, vital para o ser humano, todas as
anormalidades no processo respiratório.

→ Hipóxia: situação com baixa oxigenação dos tecidos;

→ Anóxia: ausência de oxigenação;

O mecanismo de morte por asfixia relaciona a baixa oxigenação dos tecidos, em especial do tecido nervoso,
forçando as células a se adaptarem a um ambiente com ausência ou baixa concentração de oxigênio. Isso faz com que as
células realizem a respiração anaeróbia produzindo ácidos e reduzindo a atividade de bombas de membrana. O
abaixamento do pH em um ambiente celular faz com que proteínas trabalhem menos ou se desnaturem, afetando
processos como a replicação do DNA, síntese de proteínas e correto funcionamento de enzimas de membrana e
consequente morte celular.

Para entender as asfixias, é necessário se atentar ao mecanismo de respiração. A atmosfera respirável contém
21% de oxigênio, orifícios não obstruídos, elasticidade do tórax, expansão pulmonar, circulação sanguínea normal e
qualidade das hemácias para a troca (hematose) e transporte de gases. Quando o ar atmosférico atinge 7% surgem
distúrbios graves, e cerca de 3%, a morte.

A caixa torácica é um sistema fechado. Em seu lado inferior está localizado o músculo do diafragma. Há um
espaço entre a parede interna da caixa torácica e o pulmão: o espaço pleural. A pressão nesse espaço é menor que a
pressão atmosférica (pressão negativa). A lesão corporal que perfure expressivamente a caixa torácica vai provocar uma
abrupta entrada de ar, que recebe o nome de pneumotórax, que “enruga” os pulmões e o indivíduo não consegue
respirar.

Fases das asfixias mecânicas:

Nas asfixias mecânicas é possível estabelecer um cronograma de suas diversas fases por meio do aparecimento das
seguintes manifestações clínicas:

• 1ª Fase: é conhecida como cerebral e caracteriza-se pelo aparecimento de enjoos, vertigens, sensação de
angústia e lipotimias. Cerca de 1 minuto e meio ocorre a perda da consciência;

• 2ª Fase: é chamada de fase de excitação cortical e medular em que se notam convulsões e contrações dos
músculos respiratórios e da face, além de relaxamento dos esfíncteres, com bradicardia (duração de 1 a 2
minutos);

• 3ª Fase: essa é a fase respiratória caracterizada pela lentidão e superficialidade de movimentos respiratórios
(duração de 1 a 2 minutos);

• 4ª Fase: por fim, a fase cardíaca é caracterizada pelo sofrimento do miocárdio, arritmias, batimentos lentos e
parada (duração de 3 a 5 minutos).

SINAIS GERAIS DE ASFIXIA

➢ EXTERNOS

Manchas de hipóstase

O sangue contido nos pequenos vasos próximos à pele, com a morte, acumula-se, por força gravitacional, nas regiões
de maior declive. Se o morto está em pé (enforcado), o sangue vai para as extremidades (mãos, pés, pernas). Se o
morto está deitado, as manchas tendem a se formar nas costas, se ele estiver em decúbito dorsal, ou no tórax, se ele
estiver em decúbito ventral.
Nas regiões de apoio, o sangue não chega, portanto, as manchas não são formadas nessas regiões. Essas manchas
começam a se formar 1 ou 2 horas depois da morte. Nos casos de asfixia, as manchas hipostásicas são mais marcadas
(pronunciadas) e mais precoces, porque o sangue está sem oxigênio, com gás carbônico. O sangue venoso (com gás
carbônico) é mais escuro, por isso que as manchas hipostásicas são mais visíveis nos asfixiados, com exceção de
intoxicação por monóxido de carbono, o que causa manchas róseas.

Congestão da face

Face, rosto, parte alta do pescoço nos asfixiados são cianóticos. Em todos os casos de asfixia, percebe-se, na face, o
sinal de cianose (rouxidão), em que há alta quantidade de hemoglobina não oxidada.

Equimose

Manchas na pele e em algumas vísceras. Em consequência do aumento da pressão, os vasos se rompem formando as
manchas equimóticas. Na pele, as equimoses são mais arredondadas e de pequenas dimensões. Nas mucosas, é mais
comum na conjuntiva, ocular e nos lábios.

ESPECTRO EQUIMÓTICO LEGRAND DU SAULLE

1º dia → VERMELHO

2º e 3º dia → ARROXEADO

4º, 5º e 6º dia → AZUL

7º, 8º, 9º e 10º dia → VERDE

11º, 12º, 13º, 14º e 15º dia-→ AMARELO

Cogumelo de Espuma

Muito comum em afogados. O mecanismo envolve a mistura de muco das vias aéreas, o qual é rico em proteínas,
formando uma espuma que sai pela boca e pelas narinas.

Projeção da língua e Exoftalmia

São achados comuns em asfixias mecânicas, mas deve-se tomar cuidado para não confundir com a fase gasosa da
putrefação.

Fenômenos cadavéricos

Nas asfixias mecânicas, em geral, alguns processos cadavéricos se processam de forma diferente: os livores são mais
extensos, mais escuros e mais precoces; a rigidez cadavérica se dá de forma mais lenta, mais rígida e prolongada; A
putrefação é mais acelerada que em outros tipos de morte.

Dentes e unhas róseos

Os dentes encontrados em algumas vítimas de afogamento e enforcamento apresentam-se de róseo-claro a vermelho


pouco intenso. Pode ser atribuído pela dissociação da hemoglobina que invade os canalículos dentários, dando assim o
aspecto róseo ao dente, por isso é mais comum em pessoas jovens quando as cavidades pulpares são mais amplas.
Podem aparecer apenas em algumas peças dentárias e variar de forma, cor e tamanho.
Maior quantidade de sangue nos órgãos

Órgãos que normalmente contêm sangue, como o fígado, ficam muito cheios. Esse mesmo aumento da pressão, durante
a asfixia, pode provocar um aumento de sangue nos alvéolos dos pulmões e pode ocorrer ruptura de vasos dos
alvéolos. Por isso é comum a secreção sanguinolenta nos casos de asfixia. Logo, há aumento dos pulmões (sinal de
Valentim) e contração do baço (sinal de Etienne-Martin). Por fim, o sangue permanece em um estado mais fluido que o
normal devido à dificuldade de coagulação do sangue, principalmente na intoxicação por monóxido de carbono.

Equimoses Viscerais

No pulmão e no coração, as equimoses recebem o nome de Manchas de Tardieu. Há também o livores em placas (Sinal
de Ponsold) ou em pontos (Sinal de Neves) por cima e por baixo das bordas do sulco de enforcamento. Zona violácea
ao nível das bordas do sulco nos enforcamentos caracteriza o sinal de Thoinot. Em caso de estrangulamento, a presença
de lesão da artéria carótida envolvendo a camada íntima pode ser constatada pela existência dos sinais de Amussat e
Lesser.

Manchas de TarDIeu (sufocação DIreta):

Equimoses viscerais no coração e pulmão

São raras no afogamento

PaltAuF (AFogamento):

Equimoses no pulmão mais extensas que as de tardieu

Máscara Equimótica de MorestIN (sufocação INdireta)

Cianose facial, torna a face violácea

Sinal de Montalti (Monte de terra)

presença de terra (soterramento) ou de fuligem (incêndio) na via aérea que comprova que a pessoa estava com vida e
respirando no momento que foi colocada em determinado ambiente.

• Afogamento branco de Parrot ou afogado seco

A vítima morre por inibição do sistema nervoso, ocorrendo arritmias cardíacas em indivíduos predispostos.

O simples contato com a água leva a morte.

Não há sinais de asfixia

Cogumelo de espuma

é um sinal geral de asfixia (não patognomônico).

Bola de finas bolhas de espuma que cobre a boca e as narinas e se continua pelas vias respiratórias inferiores.

Mais comum nos afogados, porém pode surgir em outras formas de asfixia
➔ CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS:

a) Por obstrução das vias respiratórias:

• Por sufocação direta

• Por constrição Cervical:

Divide-se em:

• Enforcamento

• Estrangulamento

• Esganadura

b) Por restrição aos movimentos do tórax:

✔ Compressão torácica (sufocação indireta)

✔ Fraturas costais múltiplas. - Por fadiga (crucificação).

✔ Paralisia dos músculos respiratórios

✔ Em espasmo – casos de eletroplessão, efeito de drogas contraturantes;

✔ Em flacidez – efeito de drogas relaxantes musculares;

c) Por modificação do meio ambiente:

➔ Confinamento

➔ Soterramento

➔ Afogamento

d) Por parada respiratória central:

 Traumatismo cranioencefálico

 Eletroplessão

 Drogas depressoras do Sistema Nervoso Central

ENFORCAMENTO
Forma de asfixia mecânica produzida por constrição do pescoço por meio de uma laço (há um laço que
constringirá o pescoço) que será acionado pelo peso da própria vítima.

Enforcamento por suspensão completa ou típica: Corpo pendurado, sem tocar em nenhum apoio.

Enforcamento por suspensão incompleta ou atípica: Corpo estará em apoio pelos pés, ou alguma parte do corpo. É
possível a morte por suspensão incompleta.

Alterações (lesões – características) externas:

• Laço: Poderá ter naturezas diversas, poder ser uma laço mole (lençol), rígido (corda), semirrígido (cinto).

• Nó: Normalmente é um nó único superior, mais alto.

• Ponto de suspensão: Mais alto (nó – onde o laço está amarrado) e deve oferecer resistência.

Sulco: Normalmente ÚNICO, (alto acima do osso hioide), bem marcado, oblíquo (inclinado), ascendente,
descontínuo (no estrangulamento é diferente) na região do nó, de profundidade descontínua. Segundo Hércules:
“Sulco em condições habituais, é oblíquo com relação ao eixo do pescoço e ascendente desde a posição da alça até o
local do nó.” Segundo o Professor Guilherme Behr – Perito PCRS: “Pode haver casos em que a pessoa é encontrada
enforcada sentada em uma cadeira com a corda amarrada em alguma coisa atrás da cadeira e com o corpo pendendo
para a frente, com isso a sulco fica oblíquo descendente.”
DOCUMENTOS
São cinco os documentos médico legais:
1) Notificações: comunicações compulsórias às autoridades competentes de um fato médico sobre moléstias
infectocontagiosas e doenças do trabalho;

2) Atestados: afirmação simples e redigida de um fato médico e de suas possíveis consequências;***

3) Relatórios: é o registro escriturado minudente de todos os fatos de natureza específica e caráter permanente,
pertinentes a uma perícia médica, requisitada por autoridade competente e peritos oficiais ou, onde não houver, a
experts não oficiais portadores de diploma de curso superior, compromissados moralmente;

O relatório médico-legal consta de sete partes: preâmbulo, quesitos, comemorativo ou histórico, descrição,
discussão, conclusões e respostas aos quesitos.

Se redigido pelo perito recebe o nome de LAUDO, se ditado a um escrivão, na presença de testemunhas, recebe o
nome de AUTO.

4) Parecer: é um relatório médico-legal que suscite dúvidas enseja, das partes, solicitação de esclarecimento a
perito oficial e mesmo a médico que não tenha participado da perícia, objetivando dirimi-las;

5) Depoimentos orais: quando o perito e chamado a depor nos tribunais e na audiência de instrução e julgamento.

Declaração de óbito: feito pelo médico. DICA: D de Doutor/Médico


Certidão de óbito: feito pelo cartório. DICA: C de Cartório.

• AUTO: ditado diretamente ao escrivão, pelo perito, na presença de testemunhas e podendo ocorrer no próprio
local do crime.

• LAUDO: lembre de largo período de tempo, que pe um documento realizado por peritos após as investigações,
não é sigiloso

Com relação aos documentos médico-legais,...


Um esclarecimento prestado em consequência de dúvidas ou omissões de ordem médica é um documento do
tipo parecer? (ERRADO)

•Esclarecimento de dúvidas => parecer


•Esclarecimento de omissões => Nova Pericia e um Novo Laudo
•ordem médica (Qual ordem?) ATESTADOS; NOTIFICAÇÕES COMPULSÓRIAS;
RELATÓRIOS MÉDICO-LEGAIS

#RELATÓRIOS MÉDICO-LEGAIS (AUTOS E LAUDOS): É A Peritia Percipiendi.

•É a descrição mais minuciosa de uma perícia médica a fim de responder à solicitação da autoridade
policial ou judiciária frente ao inquérito
SÃO RESULTANTES DA ATUAÇÃO MÉDICO LEGAL, CLASSIFICADOS COMO:

•Auto: relatório ditado ao escrivão ou ao escrevente na presença do delegado ou de um juiz.


Normalmente é elaborado por peritos “Ad hoc” e assinado pelos peritos nomeados, pelo escrivão e pelo
delegado;

•Laudo: O mais comum dos relatórios elaborado pelo próprio médico.


#PARECERES (TÉCNICO OU DO LEGISTA): É A Pericia Deducendi

•É o documento médico-legal, de natureza subjetiva, que expressa a opinião, mesmo que fundamentada,
de um profissional.

•Podem ser meramente oficiosos (particulares) e encomendados pelas partes para reforçar uma tese e, por
isto, devem ser analisados com cautela e raramente se sobrepõem aos exames oficiais.

•Expedido com o objetivo de dirimir dúvidas interpretativas relacionados a LAUDOS PERICIAIS.


•O Art. 159, 5, II, do CPP(É um parecer): Quando determina que durante o curso do processo judicial é
permitido às partes, quanto à perícia, indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em
prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.

#NOVA PERÍCIA:

•Designação de nova perícia pelo juiz para corrigir eventual omissão ou inexatidão.
•Art.480, CPC: que o juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia
quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida.

•§ 1o A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira edestina-se a
corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.
CORPO DE DELITO
É um exame feito sobre os vestígios materiais da infração penal. Por sua vez, o corpo de delito é o conjunto de
vestígios materiais sensíveis ou perceptíveis deixados pelo fato criminoso.

O conceito de corpo de delito NÃO deve ser confundido com a definição de corpus criminis e corpus instrumentorum

De acordo com Genival Veloso de França, o exame do corpo da vítima é apenas uma fase do exame de corpo de delito
O corpo de delito se compõe da existência de vestígios do dano criminoso, da análise do meio ou do instrumento que
promoveu este dano, do local dos fatos e da relação de nexo causal.

✔ Existência de vestígios do dano criminoso;

✔ Análise do meio ou do instrumento que promoveu o dano;

✔ O local dos fatos;

✔ A relação de nexo causal.

Tipos de corpo de delito:

Em tempo alertamos que o exame de corpo de delito pode ser direto ou indireto. Chama-se corpo de delito direto
aquele realizado pelos peritos sobre vestígios de infração existentes, e corpo de delito indireto aquele que, quando não
existindo vestígios materiais, a prova é suprida pela informação testemunhal.

• CPP, Art. 167.

Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá
suprir-lhe a falta.

➢ Falta de perito oficial:

CPP, Art. 159. § 1º

Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 02 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame

ou seja,

• HÁ VESTÍGIOS?

É imprescindível/obrigatório o exame de corpo de delito direto ou indireto, não podendo suprir-lo a confissão do
acusado.

• NÃO HÁ VESTÍGIOS?

Provas testemunhais poderão supri-lo (não substituir).

Sendo assim, lembre-se sempre que a confissão do acusado NUNCA poderá substituir o exame de corpo de delito.

Já a prova testemunhal supre o exame de corpo de delito na ausência de vestígios.


IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL

• Método primário/conclusivos:

Papiloscopia (impressão digital);

Odonto legal (arcada dentária);

Genética Forense (DNA).

• Método secundário/não conclusivos:

Tipagem sanguínea (AB0, Rh),

Marcas/sinais particulares/tatuagens,

Identificação visual,

Tamanho do pé (antropométricas) e

Impressão auricular.

OBS: Não se inclui o peso como característica para análise. Porém, as mutilações, manchas, cicatrizes, estigmas
profissionais, deformidades e patologias diversas são utilizadas como meios de identificação pela antropologia forense.
São métodos secundários/auxiliares.

• SÃO CRITÉRIOS DOS MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO:

Unicidade: a escolha de critérios únicos em que só a pessoa a ser identificada possui (ex.: utilizar como critério a cor do
cabelo não é correto, vez que há muitos indivíduos com a mesma cor);

Imutabilidade: escolha de um parâmetro que não se altera com o tempo (ex.: não se escolhe a cor do cabelo vez que
pode ser alterada com o tempo);

Perenidade: significa que deve ser escolhido um critério que é sempre o mesmo e fica com a pessoa durante sua vida
inteira (e: a dentição já não serve vez que durante a vida há 03 (três), como a infantil a adulta e a artificial no caso de
próteses);

Praticabilidade: é a escolha de critérios de forma prática, não podendo ser invasivo, vexatório etc.;

Classificabilidade: é um método que permite que os dados obtidos sejam arquivados de maneira fácil, que não
precisem de grandes especialistas para fazer o procedimento e que tenham acesso de maneira simples na hora em que
for necessário.

• Tipos de identificação médico-legal ou antropológica

1. Física: visa a determinar a espécie animal, cor, sexo, idade, peso etc;

2. Funcional: analisa a atitude do indivíduo, mímica, gestos, andar, voz etc;

3. Psíquica: voltada para o estudo das manifestações psíquicas normais e patológicas, incluindo o diagnóstico das
oligofrenias (insuficiência mental), psicoses, neuroses etc.
Psiquiatria Forense
Imputabilidade Penal:
A Imputabilidade Penal é algo de atribuição pericial e será definida em Perícias Psiquiátricas.

Nesse sentido temos que a Psiquiatria Forense e a Psicopatologia Forense servem para a definição de imputabilidade,
inimputabilidade ou semi-imputabilidade penal.

• Imputabilidade – condição de quem é capaz de realizar um ato com pleno discernimento. É atribuição
pericial. É o perito que avalia através de perícia psiquiátrica se a pessoa praticou determinado ato com a
capacidade de ter pleno discernimento e de compreender o caráter ilícito da conduta praticada. Trata-se de um
fato subjetivo, psíquico e abstrato – é o entendimento, o discernimento do agente.

• Responsabilidade – é uma atribuição judicial.

Temos que a responsabilidade é a consequência jurídico-penal aplicada em quem cometeu um ato, em


decorrência da transformação de um fato subjetivo/psíquico/abstrato que é considerado como ilícito.

Inimputabilidade não pode ser presumida

A inimputabilidade é exceção, portanto, deve necessariamente ser matéria de prova (comprovada) mais especificamente
temos a inimputabilidade como objeto de perícia psiquiátrica.

Avaliação da Inimputabilidade Penal:

Para avaliar a Inimputabilidade Penal são observados 03 critérios básicos:

• Critério Biológico Puro:

• Critério Psicológico: “É a alteração do estado e da capacidade de entendimento do agente” Segundo Genival V. França

• Critério Misto: Biopscicológico (e alguns autores colocam um critério social)

BIZU: Se aparecer a palavra Biopsicossocial está ERRADO.

• Modificadores Biológicos da Imputabilidade Penal

✓ Idade

✓ Sexo

✓ Sono, Sonambulismo, Hipnotismo

✓ Emoção e Paixão

✓ Surdo-mudez

✓Doença mental – art. 26, caput do CP

✓ Perturbações da saúde mental – Art. 26, parágrafo único - CP


TOXICOLOGIA

VENENOS
Conceito de veneno segundo Genival Veloso França:

“Qualquer substância que, introduzida pelas mais diversas vias no organismo, mesmo homeopaticamente, danifica a
saúde ou causa a morte”

A ideia que devemos ter sobre veneno é exatamente essa QUALQUER substância – isso porque qualquer uma
pode agir como veneno, até mesmo a água.

Com isso temos que o conceito Médico Legal de veneno é exatamente esse mesmo, o de abarcar todas e
quaisquer substâncias. Nessa lógica todas têm potencial de agir quimicamente com os organismos humanos
funcionando como veneno, ainda que em pequenas doses.

PRINCIPAIS PONTOS DE PROVA E QUESTÕES:

• Mitridatização – ocorre quando a pessoa adquire elevada resistência ao veneno. Estado de elevada resistência
em razão de seu uso crônico e repetido em doses crescentes. (palavra-chave em Mitridatização é
RESISTÊNCIA)

• Intolerância - o contrário de Mitridatização é a intolerância. Quando estamos diante de quadro de intolerância,


temos alta sensibilidade a doses ínfimas consideradas inócuas para outras pessoas. Ou seja, uma pequena dose
de veneno que não causa dano algum na maioria das pessoas, causa danos severos à determinada. (Palavra-
chave é SENSIBILIDADE).

• Sinergismo – no sinergismo temos uma ação potencializadora de duas ou mais substâncias. A ação
potencializadora desses efeitos tóxicos é decorrente de ingestão simultânea de várias substâncias químicas.
Muito comum termos a ocorrência de sinergismo nos casos de ingestão de álcool e remédio. (Palavra-chave é
ação POTENCIALIZADORA).

• Ordem de fases de veneno no organismo

(trata-se de uma ordem de mecanismos de processos químicos que não podem aparecer de forma alterada na prova.
Bancas vêm cobrando o tema nas provas de Medicina Legal frequentemente).

Fases no organismo:

• Penetração

• Absorção

• Distribuição

• Fixação

• Transformação

• Eliminação.

Penetração – fase da penetração é necessária porque precisamos de uma “porta de entrada” já que estamos diante de
uma substância com ação interna.

Absorção – consequência da penetração no organismo. Ao ser inserido no organismo a tendência da substância é de ser
absorvida.

Distribuição – após a absorção pelo organismo a substância vai para a circulação sanguínea. A substância venenosa
somente entrará na corrente sanguínea se for absorvida. Lembrando ainda que a fase de distribuição também é chamada
de fase de circulação
Fixação – temos nessa fase a fixação das substâncias nos órgãos. Os órgãos por sua vez, sofrendo a ação tóxica desse
veneno tentarão transformar esse veneno em outra substância menos tóxica.

Transformação – transformação do veneno em substâncias menos tóxicas pelos órgãos como tentativa de defesa.

Eliminação – a eliminação ocorre depois das fases acima com a expulsão pelo corpo das substâncias tóxicas. Nesse
sentido, o corpo só consegue eliminar um veneno/substância tóxica após sua transformação. A principal transformação
dos venenos ocorre no fígado e nos rins

BIZU: - RINS e FIGADOS são considerados órgãos de transformação. São órgãos que transformam o veneno em
outras substâncias e que são eliminadas nas fezes, urina, suor, saliva, bile e lágrima.

O Examinador gosta de dizer que essas fases são dos cáusticos e costuma trocar a fase da absorção pela distribuição

Somente o veneno age através de ação interna;

Somente após a absorção haverá a distribuição;


• MORTE SÚBITA
Surge sem sinais de trauma, sem previsão. O indivíduo apresenta quadro de saúde aparentemente saudável.

OBS: o diagnóstico de MORTE SÚBITA e da MORTE AGÔNICA (se arrasta por dias) pode ser feito com a análise
bioquímica (e não observação macroscópica) do FÍGADO: DOCIMASIA HEPÁTICA QUÍMICA de
LACASSAGNE e MARTIN, para pesquisa do nível de glicogênio hepático. Presença de glicogênio ALTA: morte
rápida; BAIXA/AUSENTE: morte agônica.

* Docimasia Hepática Quimica de Lacassegne e Martin:


Refere-se à pesquisa do glicogênio e da glicose, onde uma pessoa que morreu com o figado funcionalmente
espoliado esteve sob o efeito da morte agônica (devido a ausência de glicogênio), já um figado com reserva de
glicogênio (presença de glicogênio) teve a morte instantânea.

Docimasia Suprarrenal - (adrenalina)


O valor médio da adrenalida nas suprarrenais é de 4mg.

Nas mortes agônicas estes valores estarão abaixo do valor médio; já nas mortes súbitas, os valores estarão normais.

Suprarrenais desempenham papel na regulação da resposta adaptativa do organismo ao estresse, na manutenção


do equilíbrio da água corporal, do sódio e do potássio, bem como no controle da pressão arterial.

• MORTE VIOLENTA

Tem origem por ações externas. É a que resulta de homicídio, suicídio OU ACIDENTES, sempre existindo
responsabilidade penal a ser apurada.

OBS: violenta acidental, ex.: engasgar.

• MORTE SUSPEITA
Não se pode afirmar a real causa da morte, podendo decorrer de violência praticada por outrem OU por causas naturais,
dependendo de investigação para apurar.

OBS:Coágulos, de maneira geral, denotam mortes lentas.


ANTROPOLOGIA FORENSE

Há cinco tipos étnicos fundamentais, segundo Ottolenghi :

1- Caucásico : Pele branca ou trigueira. Cabelos crespos ou lisos, louros ou castanhos. Íris azul ou castanha. Contorno
facial ovóide ou ovóide poligonal. Perfil facial ortognata ou ligeiramente prognata.

2- Mongólico: Pele amarela, cabelos lisos, face achatada de diante para trás, fronte larga e baixa, arcadas
superciliares pouco salientes. Espaço inter-orbital largo. Fenda palpebral pouco ampla em amêndoa. Nariz curto e largo.
Maxilares pequenos e mento saliente.

3- Negróide : Pele negra. Cabelos crespos em tufos. Crânio geralmente dolicocéfalo (largura do crânio tem 4/5 do
comprimento ). Perfil facial prógnato, fronte alta, saliente e arqueada. Íris castanha. Nariz pequeno de perfil
côncavo e narinas curtas e afastadas. Zigomas salientes. Prognatismo (conformação facial com maxila mais
alongada ) acentuado. Mento pequeno.

4- Indiano: Pele amarelo trigueira tendendo para o avermelhado. Estatura alta. Cabelos lisos como crina de
cavalo e pretos. Íris castanha. Crânio mesocéfalo. Supercílios espessos, ausência de barba e bigode. Orelhas pequenas.
Nariz saliente longo e estreito. Fronte vertical. Zigomas salientes e largos. Mandíbula desenvolvida.

5- Australóide : Estatura alta, pele trigueira, cabelos pretos ondulados e longos. Fronte estreita. Zigomas
proeminentes. Nariz curto com narinas afastadas. Prognatismo maxilar e alveolar. Dentes fortes. Maxilares
desenvolvidos. Cintura escapular larga e bacia estreita.

• Separação Sexual Pelos Ossos

O sexo do indivíduo pode ser determinado pela análise da pélvis, sendo encontradas as seguintes características:

• Masculino: pélvis rugosa, forma de coração, íleo alto, articulação sacroilíaca e acetábulo grandes, corpo do
púbis triangular, sínfise do púbis alta e sacro longo, estreito e pouco curvo.

• Feminino: pélvis lisa, forma circular, íleo baixo, articulação sacroilíaca e acetábulo pequenos, corpo do púbis
quadrangular, sínfise do púbis baixa e sacro curto, largo e curvo.

OBS: A maior parte das questões sobre a diferenciação pélvica fala sobre a rugosidade e a forma.

Particularidades do método de Identificação:

• Unicidade: Conjunto de caracteres que torne o indivíduo diferente dos outros.

• Imutabilidade: Elementos permanecem sem sofrer ação de qualquer fator exógeno ou endógeno.

• Perenidade: Resistência ao tempo

• Praticabilidade: Fácil obtenção e simples forma de registrar.

• Classificabilidade: Classificação adequada, e facilidade para encontrar as fichas.

Genival Veloso, 10° Edição. Cap. 3


IDENTIFICAÇÃO DA IDADE
As fases etárias da vida humana são as seguintes:

• Vida intrauterina: embrião, até o 3.º mês; feto, até o parto;

• Infante nascido: o nascido que ainda não recebeu cuidados higiênicos;

• Recém-nascido: o que, nascido, recebeu cuidados higiênicos;

• 1ª infância: até os 7 anos;

• 2.ª infância: dos 8 aos 11 anos;

• Adolescência: dos 12 aos 18 anos;

• Mocidade: dos 19 aos 21 anos;

• Idade adulta: dos 22 aos 60 anos;

• Velhice: dos 61 aos 80 anos;

• Senilidade: depois dos 80 anos.

OBS IMPORTANTES:

➔ No feto, a identificação é feita pelo aspecto morfológico e pela estatura. Do primeiro ao terceiro mês de vida
intrauterina, o crescimento é de 6 cm por mês. A partir do quarto mês, é de 5,5cm por mês.

➔ Quanto mais jovem o periciando, melhor para conseguir a aproximação da idade cronológica, porque são
maiores as alterações que ocorrem nos primeiros anos de vida.

➔ O melhor método de identificação da idade é a radiografia dos osso, mais especificamente do punho.
Atualmente se aceita a Tabela de Grevlisch para determinar a idade das pessoas. Grevlisch, ao radiografar os
ossos dos braços das pessoas, chegou a um padrão de calcificação para determinar as faixas etárias
jurídicas. Esse processo de calcificação dos ossos se encerra com 21 (vinte e um) anos. Temos 32 (trinta e
dois) pontos de observação (ossos) para identificar a idade das pessoas no braço e mão. É por isso que se adota
essa parte do corpo para proceder a identificação: pela quantidade de detalhes e variedade de pontos de
observação. Os ossos das crianças e adolescentes apresentam uma região constituída por cartilagem, que
permite o crescimento.

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