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Corrente restritiva – não se caracteriza como ciência

individualizada. Existem apenas questões médico-


legais, onde qualquer médico pode dar a Justiça os
informes médicos-legais que possam servir de suporte
na avaliação da gravidade da lesão, juridicamente
avaliada.

Corrente ampliativa – a medicina tem um método,


objeto e objetivo próprio e exclusivo

Corrente intermediária – mais aceita.


1) Porque é necessário exame de corpo de delito no
processo penal?

2) Qual o rito processual utilizado no processo


analisado em sala de aula?

3) Existe interrogatório e vida pregressa do


indiciado?

4) Se o indiciado nega a prática do crime qual deve


ser a resposta da pergunta: Está arrependido?
É uma ciência e arte, simultaneamente,
pois ela sistematiza conhecimentos
gerais, inclusive de outras ciências, para
um objetivo próprio, deve ser
considerada como ciência, e, se ela adota
métodos próprios de trabalho e de
pesquisa também é uma arte, mesmo que
receba contribuições de campos afins.
“é a ciência e arte extrajurídica
auxiliar alicerçada em um conjunto
de conhecimentos médicos, para-
médicos e biológicos destinados a
defender os direitos e os interesses
dos homens e da sociedade”
Delton Croce – Manual de Medicina Legal –
Saraiva – 1998, p.1
“arte de fazer relatórios em
juízo”Ambroise Pare
“é a aplicação dos conhecimentos
médico-biológicos na elaboração e
execução das leis que deles carecem “
Flamínio Fávero

“é a aplicação dos conhecimentos


científicos médicos aos problemas
judiciais” Nério Rojas
Ao jurista é necessário o seu
estudo a fim de que se saiba
avaliar os laudos que recebe, suas
limitações, como e quando
solicitá-los, além de estar
capacitado a formular quesitos
procedentes em relação ao caso.
Conceito popular:
Médico Cura

Perito (médico legista) APURA;


aplicas seus conhecimentos para
elucidação de determinado caso.
Íntima relação entre Medicina e Direito
Direito Civil: paternidade, Impedimentos
Matrimoniais, Erro Essencial, etc.
Direito Processual Civil e Penal:
Psicologia da testemunha, da confissão,
da acareação da vítima, etc.
Direito Penal: Lesões corporais,
Sexualidade Criminosa, Aborto,
Homicídio, embriaguez.
Íntima relação entre Medicina e Direito

Direito do Trabalho: insalubridade,


Higiene, Doenças do Trabalho, Prevenção
de Acidentes.

Direito Penitenciário:Psicologia do
Detento – livramento condicional.
Períodos Históricos:

Antigo: medicina era mais uma arte do


que ciência. Deísmo-explicativo – atribuia-
se a fenômenos extraterrestres (deuses) as
origens das doenças. A lei era a própria
religião, aplicada aos homens pelos
sacerdotes, médicos e juízes.
Períodos Históricos:

Antigo: nessa fase, em muitos lugares, a


necrópsia eram proibidas por serem os
cadáveres considerados sagrados e os
animais divino vivos obra divina
(Eduardo Roberto Alcantara, Medicina
Legal, 2.ª ed., Saraiva, 2006, p.03)
Antigo: Leis de Hamurabi (amputação
dos seios da mãe que recusasse a
amamentar o próprio filho)
Portador de hanseníase deveria ficar
afastado da sociedade durante sete anos
(Araão) no Decálogo de Moisés, nas Leis
Faraônicas, na Índia, Leis de Manu
Manursti (200 a. C a 200 d.C) – crianças,
velhos, embriagados, doentes mentais e
loucos, não podiam ser testemunhas.
ROMANO: não se permitia a necrópsia
por respeito aos cadáveres, mas
permitia-se a histerotomia (ruptura do
colo do útero) na morte da mulher
grávida.

Antísio (médico) examinou as


feridas do cadáver de Júlio César e
declarou apenas uma delas mortal.
ROMANO: o Digesto registra que a
intervenção das parteiras eram exigidas
pra exame de prenhez suposta ou
duvidosa.
Nas Pandectas (compilação de
decisões de antigos jurisconsultos
convertidas em lei por Justiniano
(Digesto) há disposições referente ao
casamento, a separação de corpos, a
impotência, a viabilidade fetal, `data do
parto.
Idade Média: Lei Sálica, Na Germânica e
nas Capitulares de Carlos Magno,
continha detalhes de anatomia sobre
ferimentos e sobre a reparação devida às
vítimas, conforme a sede e gravidade. Os
julgamentos deveriam se apoiar no
parecer dos médicos.
Idade média = idade das trevas.
Medicina legal é substituída pelas provas
inquisitórias e as “ordálias”
Idade Média: Ordálias = juízo de
Deus. Estendeu até o IV Concilio
de Latão em 1215 d.C.
Acusado era obrigado a
passar por provas de natureza
física como as “prova da cruz”,
“ordálio de ferro em brasa” ou
“ordálio da água”
Idade Média:
“prova da cruz” – colocava-se frente a frente os
litigantes com os braços abertos, até que um deles,
vencido pelo cansaço, os deixasse cair, perdendo,
então, a contenda.

“ordálio de ferro em brasa” – acusado era obrigado a


segurar uma barra incandescente e, se não sofresse
queimaduras, era inocente.

“ordálio da água” – mulher adúltera – amarrava-se


uma pedra em seu pescoço e depois a lançava à água,
se flutuasse, era inocentada.
Período canônico: 1200 d.C – 1600 d.C –
Bula do Papa Inocêncio III (1219) – trata
dos ferimentos em juízo – os feridos
levados a juízo passaram a ser
examinados por médicos.
Esse período é influenciado
de forma benéfica pelo Cristianismo,
através da codificação dos Decretos dos
Pontífices dos Concílio, dá norma ao
Direito Moderno dos povos.
Período canônico: É nesse período que instituiu-se o
axioma:

“medici creditur in sua medicina”

Tem fé pública o médico nos assuntos médicos.

Papa Gregório IX – bula – Peritorium Indicio


Medicaram” – somente o médico poderia indicar entre
os vários ferimentos qual foi o causador da morte.
Substituiu o juramento pelo exame médico de
virgindade.
Período Canônico - Código Criminal
Carolino – de Carlos V – Constituinte
Criminalis Carolina – na Assembleia de
Ratisbonna, na Alemanha, 1532, permitiu
a realização de necropsias em caso de
morte violenta.

Em 1575 surge o primeiro livro de


medicina legal de AMBROISE PARÉ,
“DEs rapports et des moyens d’emaumer
les corps morts” – uma transição desse
período para o moderno.
Período Moderno – 1597 – Baptista
Condronchius, com a obra Methodus
Testificandi, tratava da questões de
traumatologia, sexologia e toxicologia.

Séverin Pineau – 1598 – primeiro relato


da existência de hímens complacentes.
Em 1621, Paulo Zacchais, obra de 1200
páginas, três volumes, tudo o que se sabia
em problemas médico legais
(Considerado o fundador da medicina
legal)
Período Moderno – Século XIX –
medicina legal se firmou no conceito que
a justiça lhe emprestou a partir do
momento que o suspeitado pode ser
confirmado pelo exame necroscópico
(exame ou dissecação de cadáveres)

Graças a diversos
autores, a medicina legal está em
constante progresso, por aquisições
científicas, aprimoramento de métodos
investigativos e de pesquisa.
Período Moderno – no Brasil
1818 – Souza Lima - ensino prático de medicina legal
– pesquisas laboratoriais relativas a toxicologia e
mesmo sem ser advogado, produziu uma tentativa de
interpretação e comentários médigo-legais em relação
as leis da época.
A VERDADEIRA NACIONALIZAÇÃO da Medicina
Legal ocorre com a criação da Escola Brasileira da
especialidade na Bahia – Raymundo Nina Rodrigues
e outros.
1922 – instalação da Disciplina – Medicina Legal na
Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo.
DIVISÃO DIDÁTICA

Antropologia forense: estuda a


identidade e identificação, seus métodos,
processos e técnicas

Traumatologia forense: trata das lesões e


das energias causadoras do dano.

Sexologia forense: sexualidade normal,


patológica e criminosa.
DIVISÃO DIDÁTICA

Asfixiologia forense: esganadura,


estrangulamento, enforcamento,
afogamento, soterramento.

Tanatologia: morte e os fenômenos


cadavéricos – data da morte, diagnóstico
da morte, morte súbita, exumação
DIVISÃO DIDÁTICA
Toxicologia: estuda os envenenamento e a
intoxicação alcoólica e por tóxicos
Psicologia Judiciária: fenômenos volitivos, afetivos e
mentais inconscientes que podem influenciar, na
formação, na reprodução e na deformação do
testemunho e da confissão da vítima e do acusado,
depoimento dos idosos e dos menores.
Psiquiatria forense: doenças mentais, periculosidade,
as socioneuropatias, simulação, dissimulação,
responsabilidade penal.
DIVISÃO DIDÁTICA
Criminologia: aspecto da gênese e da
dinâmica dos crimes
Vitimologia: trata da análise racional da
participação da vítima na eclosão e
justificação das infrações penais.
Infortunística: preocupa-se com os
acidentes do trabalho, doenças
profissionais, higiene, insalubridade
laborativas.
Croce (l998, p.9)
I.M.L – Instituto Médico Legal

local onde são lotados os


médicos legistas oficiais e todo
o pessoal de apoio a estes, tais
como os auxiliares de
necropsia, papiloscopistas e
fotógrafos policiais.
I.M.L – Instituto Médico Legal

Até pouco tempo eram


subordinados à Polícia Civil de
cada Estado – passam ser
órgão técnico à parte dentro da
Secretaria de Segurança
Pública.
I.M.L – Instituto Médico Legal

Até pouco tempo eram


subordinados à Polícia Civil de
cada Estado – passam ser
órgão técnico à parte dentro da
Secretaria de Segurança
Pública.
Perícias

Todo procedimento técnico científico-


laboratorial, necroscópico, clínico, de
exumação, etc., realizado por pessoas
qualificadas, visando esclarecer fatos,
dirimir dúvidas e fornecer provas
concretas da materialidade de um
fato delituoso
Perícias

A perícia-médico legal é um ato


médico e só realizável por médico -
anamnese – exame físico e demais
procedimentos médicos pertinentes.

Exceção: peritos – não médico – com


formação universitária na área da
saúde – atuam na falta ou
impossibilidade de médicos legistas
Perícias

Quem solicita as perícias médico-


legais?

Determinada sempre pela autoridade


competente à frente do caso –
delegados – juízes – autoridades
policiais encarregadas de sindicância
ou autoridade policial militar onde
ocorreu o fato.
Perícias

Os advogados das partes NUNCA


determinam, mas REQUEREM
indiretamente à autoridade
competente.
Perícias

Peritos criminais – lidam com


vestígios tais como projéteis de arma
de fogo, análise de impressões
digitais, materiais diversos, etc.

Os peritos médico-legais (legistas) se


ocupam da análise do corpo da
vítima e os vestígios nele deixados.
Perícias

Todo delito deixa vestígios de sua


existência? (delito material)

Suposta ausência de vestígios, pode-


se afirmar que não houve crime?
(Cardoso,2009, p.10)
Perícias

Todo delito deixa vestígios de sua


existência; caso não existam vestígios,
é o mesmo que afirmar que não
houve crime. Na eventualidade de
realmente não existirem ou de não
serem encontrados, insisto,
poderemos afirmar que não houve
crime.
(Cardoso,2009, p.10)
Perícias.
Local do Crime (cenário) é onde se
encontram os vestígios do fato
ocorrido (cena).
Deve ser preservado em sua
TOTALIDADE.
CENA DO CRIME: É O PRÓPRIO
EVENTO DELITUOSO, A AÇÃO
COMETIDA. É TEMPORAL E NÃO
PODE SER RESGATADA
Quem realiza as perícias?
Art. 159 do CPP – pode ser realizada
por apenas 1(um) perito oficial,
podendo ser nomeado assistente
técnico. (Alteração do CPP em 2008)

Súmula 361 – no processo penal, é


nulo o exame realizado por um só
perito, considerando-se impedido o
que tiver funcionado, anteriormente,
na diligência e apreensão
Quem realiza as perícias?

Os peritos médico-legais podem ser oficiais


ou nomeados.

1) Oficiais – são os médicos concursados


pela Secretaria de Segurança Pública – ou
órgão correspondente. Não existe, ainda,
obrigatoriedade de que possuam título de
especialista. Tem fé pública.
No Pará e Amapá não estão subordinados
a Secretaria Segurança Pública
Quem realiza as perícias?

Oficiais – funcionários de repartição


pública oficial. São os médicos
concursados pela Secretaria de Segurança
Pública – ou órgão correspondente. Não
existe, ainda, obrigatoriedade de que
possuam título de especialista. Tem fé
pública.
No Pará e Amapá não estão subordinados
a Secretaria Segurança Pública.
Médicos legistas: necropsias, exumações e
exames da pessoa humana.
Quem realiza as perícias?

Oficiais – Médicos legistas:


necropsias, exumações e exames da
pessoa humana.

Peritos criminais: exames


toxicológicos e laboratoriais
Quem realiza as perícias?
Nomeados ou ad hoc – localidades que
não existam o IML, qualquer médico
pode ser designado para realizar uma
perícia médico-legal, desde que idôneo
e sem impedimentos legais para o
exercício da função.
Inexistência de médicos – profissionais
com curso superior na área da saúde
com conhecimento específico para o
caso.
Quem realiza as perícias?
Nomeados ou ad hoc – fundamentos
jurídicos.

Art. 159 do CPP

Art. 464-480 do NCPC


Quem realiza as perícias?
Nomeados ou ad hoc – Quando o perito
for nomeado, devem ser em número
de dois e uma vez nomeado pela
justiça não pode deixar de fazer,
exceto nos casos de impedimento
legal.
A nomeação é para o caso específico –
ad hoc - para isto.
Limites de atuação do perito.
Peritos não julgam, não defendem, nem
acusam, apenas provêm a Justiça com
provas materiais capazes de esclarecer um
fato a partir dos vestígios encontrados.

Apesar de extremamente importante a


atuação do perito deve-se limitar à
realização das análises periciais com
emissão do documento pertinente.
Prova material concreta da ilicitude do fato
Tipos de perícia.
Direta – realizada diretamente sobre os
vestígios deixados pelo fato delituoso
(relação direta entre o profissional (perito)
e o examinado.
Indireta – realizada sobre documentos que
digam respeito à análise dos vestígios
inexistentes ou não alcançáveis. Pode ser
baseada em registros hospitalares, provas,
peças processuais.
Tipos de perícia.
Indireta – Comentar sobre o art. 129, § 1, II
CP – perigo de vida -
Não se confunde com prova testemunhal –
aceita de forma supletiva quando do
desaparecimento dos vestígios e sem
condições de análise de provas
documentais.

As provas indiretas são mais fáceis de


serem contra-argumentadas que as diretas
DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS.

O fornecimento de informação escrita,


por um médico, por qualquer razão, em
que matéria médica de interesse jurídico
é relatada, trata-se de um documento
médico-legal. É evidente que se trata de
profissional habilitado, na forma da
legislação vigente, e que tenha praticado
ato médico específico.
DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS.

Art. 282 do C.P. é vedado exercer, ainda que a


título gratuito, a profissão de médico, de dentista ou
de farmacêutico, sem autorização legal, ou excedendo-
lhe os limites.

Art. 284 do C.P. - prática ilícita exercer o


curandeirismo; prescrição ou aplicação, habitual, de
qualquer substância, seja usando gestos, palavras, ou
qualquer outro meio, ou ainda fazendo diagnósticos.
Classificação e Características dos
Documentos Médico-legais

Três tipos: atestado


relatórios (auto e laudo)
pareceres.
Cada um possui características diferentes,
tanto do ponto de vista médico como
jurídico, e serve à finalidade também
diversificada.
Atestados

O atestado é uma afirmação simples e


por escrito de um fato médico e suas
consequências.
O auto é o relatório ditado ao escrivão.
Laudo é o relatório redigido pelo
próprio perito. Ex.:exame cadavérico,
conjunção carnal, lesões corporais
Atestado Clínico
Solicitado pelo interessado ao profissional em
exercício regular da profissão.

Deve conter: preferência papel timbrado, com


o nome do médico, seu endereço profissional,
número de registro no Conselho; qualificação do
atestante, elementos identificadores da pessoa,
registro sucinto a matéria médica, excluindo o
diagnóstico, por motivo de sigilo profissional; as
consequências práticas e legais decorrentes da
matéria médica; data e assinatura do
profissional atestante.
Atestado Clínico

A colocação do diagnóstico implica na


concordância do paciente de que seu problema
venha a público.

Doenças infecto-contagiosas – notificação


compulsória – exceção à regra – Devem ser
comunicada autoridade pública (vigilância
sanitária).

OMISSÃO DE NOTIFICAÇÃO DE DOENÇA –


ART. 269 C.P. - Deixar o médico de denunciar -
trata-se de Lei Penal em branco.
Atestado de Óbito.
Também conhecido como Declaração de óbito.
Disciplinado pelo CRM.

1) Médico só atesta o óbito após


verificar pessoalmente.

2) É obrigação do médico fornecê-


lo, salvo em caso de morte
violenta.
Atestado de Óbito.

4) Óbito no hospital – médico assistente ou de


plantão.
5) Morte violenta ou suspeita – vedado ao médico
o fornecimento. Fornecido pelo IML.
Morte violenta: resultante de ação externa e
lesiva.
Morte suspeita: ocorre de forma inesperada e
sem causa aparente ou evidente.
6) É vedado a cobrança pelo fornecimento do
atestado/declaração de óbito.
FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO

ART. 302 C.P.

Dar o médico, no exercício da sua


profissão, atestado falso.

Pena: detenção de um mês a um ano.


Parágrafo único – se o crime é
cometido cm o fim de lucro, aplica-se
também multa.
RELATÓRIOS MÉDICO-LEGAIS
Registros minuciosos do que foi
encontrado na perícia.

Dois tipos básicos:


Auto pericial : ditado diretamente ao
escrivão na presença de testemunhas.
Laudo pericial: redigido pelo próprio
legista, após investigação, consulta,
análises, discussões e conclusões.
RELATÓRIOS MÉDICO-LEGAIS
Partes que compõe um relatório médico
legal (laudo pericial)
a) Preâmbulo
b) Quesitos
c) Histórico
d) Descrição
e) Discussão
f) Conclusão
g) Respostas aos quesitos
RELATÓRIOS MÉDICO-LEGAIS
Partes que compõe um relatório
médico legal (laudo pericial)

a) Preâmbulo – anotações do IML,


subordinação dos peritos, titulação,
autoridade que requereu a perícia,
dados do examinado, do local, hora e
data do exame, finalidade.
RELATÓRIOS MÉDICO-LEGAIS
Partes que compõe um relatório
médico legal (laudo pericial)

b) Quesitos.
Penal: formulação prévia - (quesitos
oficiais)
É possível a formulação de quesitos
complementares.
RELATÓRIOS MÉDICO-LEGAIS
Partes que compõe um relatório
médico legal (laudo pericial)

C) HISTÓRICO.
Relato fiel dos fatos.
Entrevista com a vítima ou terceiros relacionados ao
evento delituoso. Não pode conter suposições ou
opiniões do declarante ou do entrevistador. A redação
deve conter os fatos narrados e sem alterações que
possam prejudicar futuras análises.
RELATÓRIOS MÉDICO-LEGAIS
Partes que compõe um relatório
médico legal (laudo pericial)

d) DESCRIÇÃO.
Relato de tudo que foi encontrado no
exame físico da vítima,
procedimentos e técnicas
empregados, esquemas gráficos,
desenhos, filmagens, fotos, etc.
RELATÓRIOS MÉDICO-LEGAIS
Partes que compõe um relatório
médico legal (laudo pericial)

e) DISCUSSÃO.
Exteriorização da opinião dos peritos.
Diagnóstico lógico, racionalmente
fundamentado, livre de hipóteses.
RELATÓRIOS MÉDICO-LEGAIS
Partes que compõe um relatório
médico legal (laudo pericial)

f) CONCLUSÃO.
Resultado da descrição e da discussão
– forma objetiva e clara.
RELATÓRIOS MÉDICO-LEGAIS
Partes que compõe um relatório
médico legal (laudo pericial)

g) RESPOSTAS AOS QUESITOS.


Respostas devem ser objetivas: sim,
não, prejudicado(regra)
Há possibilidade de respostas
amplas, que não podem ser
respondidas de forma abstrata.
PARECER MÉDICO-LEGAL

Resposta por escrito à consulta - pode ser


considerado como “a consulta médico-
legal”.

Tem valor de simples prova técnica a ser


considerada pelo juiz. Valem pelo seu
conteúdo científico, pelos argumentos bem
postos e fundamentados, pela clareza de
raciocínio e pelo seu espírito jurídico.
PARECER MÉDICO-LEGAL

Nos relatórios médico-legais a ênfase


recai sobre a DESCRIÇAO e no
parecer na “DISCUSSÃO”

Pareceiristas deverão ter idoneidade e


competência reconhecidas na área de
convocação.
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

Exame de corpo de delito não é apenas


o exame realizado na pessoa, mas todo
exame relacionado com o fato
criminoso, inclusive aquele feito no
local e os exames laboratoriais
subsequentes. (DEL-CAMPO, p.20)
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

O Exame de Corpo de delito registra


no laudo a existência e a realidade do
delito, o Corpo de Delito é o próprio
crime na sua tipicidade – RTJ 45:625
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

Corpo de Delito – sinônimo de fato


típico – tipicidade

“conjunto de elementos sensíveis do


fato criminoso” (Mendes, João de
Almeida Junior, Direito Judiciário
Brasileiro, vol.2,p.07)
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO
“Somente o exame de corpo de delito
poderá comprovar a materialidade do
crime de lesões corporais” – RT 457:445

Logo, na falta do exame de corpo de


delito, o juiz não pode condenar por lesão
corporal; pode desclassificar para “vias de
fato” – art. 21 L.C.P.
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

A ficha clínica é documento


particular; portanto, não tem
presunção de validade, ao
contrário, o documento público,
exame de corpo de delito, tem
presunção relativa.
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

Quesitos oficiais (Croce, p. 16)


Lesão Corporal:
1 – se há ofensa à integridade corporal ou a saúde do
paciente.
2 – Qual o instrumento ou meio que produziu a
ofensa;
3 – Se foi produzida por meio de veneno, fogo,
explosivo, asfixia ou tortura, ou ainda por meio
insidioso ou cruel
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

Quesitos oficiais (Croce, p. 16)


Lesão Corporal:
4 – se resultou incapacidade para as ocupações
habituais por mais de 30 dias (Lesão simples x lesão
grave)
5 – se resultou perigo de vida (perigo para a vida ou
perigo de morte)
6 – Se resultou debilidade permanente ou perda ou
ainda inutilização de membro, sentido ou função
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

Quesitos oficiais (Croce, p. 16)


Lesão Corporal:
7 – se resultou aceleração do parto ou aborto (sexo
feminino)
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

Quesitos oficiais (Croce, p. 16)


Exame de corpo de delito (infanticídio)

1) Se houve morte.
2) Se a morte foi causada durante o
parto ou logo após
3) Qual a causa da morte
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

Quesitos oficiais (Croce, p. 16)


Exame de corpo de delito (infanticídio)

4)Qual o instrumento ou meio que


produziu a morte.

5) Sefoi produzida por meio de veneno,


fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou
outro meio insidioso e cruel.
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

Quesitos oficiais (Croce, p. 16)


Exame de corpo de delito (aborto)

1) Se há vestígios de provocação de
aborto.

2) Qual o meio empregado.


CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

Quesitos oficiais (Croce, p. 16)


Exame de corpo de delito (aborto)

3) Se, em consequencia de aborto ou de meio


empregado para provocá-lo, sofreu a gestante
incapacidade para ocupações habituais por mais
de 30 dias, ou perigo de vida (perigo de morte) ou
debilidade permanente ou perda ou inutilização
de membro, sentido, ou função, ou incapacidade
permanente para o trabalho, ou enfermidade
incurável ou deformidade permanente
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

Quesitos oficiais (Croce, p. 16)


Exame de corpo de delito (aborto)

4) Se não havia outro meio de salvar a vida


da gestante (no caso de aborto
praticado por médico)
5) Se a gestante é alienada ou débil mental.
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

Quesitos oficiais (Croce, p. 16)


Exame de corpo de delito (conjunção carnal)

1) Se a paciente é virgem.
2) Se há vestigios de desvirginamento
recente
3) Se há outros vestígios de conjunção
carnal recente
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

Quesitos oficiais (Croce, p. 16)


Exame de corpo de delito (conjunção carnal)
4) Se há vestígios de violência, e no caso afirmativo,
qual o meio empregado.
5) Se a vítima é alienada ou débil mental.
6) Se houve outra causa, diversa da idade, alienação ou
debilidade mental que a impossibilitasse de
oferecer resistência.
CORPO DE DELITO E
EXAME DE CORPO DE DELITO

Quesitos oficiais (Croce, p. 16)


Exame de corpo de delito (conjunção carnal)
7)Se da violência resultou para a vítima incapacidade
para ocupações habituais por mais de 30 dias, ou
perigo de vida (perigo de morte) ou debilidade
permanente ou perda ou inutilização de membro,
sentido, ou função, ou incapacidade permanente
para o trabalho, ou enfermidade incurável ou
deformidade permanente, aceleração do parto ou
aborto.
Quesitos no foro cível

Não existe quesitos oficiais – a autoridade judicial e as


partes podem formulá-los livremente.

“o LAUDO MÉDICO é o cartão de visita


profissional do legista, a sua ficha de identidade
técnica, o repertório de sua sabedoria, o estojo de
sua experiência, a chave de seu prestígio, o
passaporte para a sua glória, Mas como punhal
traiçoeiro e bicortante, poderá ser também o óbito
de sua fama e o epitáfio de sua reputação” Alves
Mendes
ANTROPOLOGIA
FORENSE

Ramo da medicina legal que estuda a


identificação e a identidade dos seres
humanos, individualizando-os com
características e sinais próprios. Estuda-se
os conceitos de identidade, identificação
antropologia e identificação policial ou
judicial.
ANTROPOLOGIA FORENSE
IDENTIDADE

É o conjunto de características que


individualizam a pessoa ou coisa.
É formalizado documentalmente por
registros como CNH, RG, Passaporte,
certidões casamento, nascimento, etc.
CPF – não identifica por falta da fotografia
ANTROPOLOGIA FORENSE

Entende-se por IDENTIFICAÇÃO


ANTROPOLÓGICA o processo pelo qual
se determina a identidade da pessoa/coisa.

PRINCÍPIOS: o método de identificação


para ser aceito deve conter todos os 5
princípios
ANTROPOLOGIA FORENSE

Entende-se por IDENTIFICAÇÃO


ANTROPOLÓGICA o processo pelo qual
se determina a identidade da pessoa/coisa.

PRINCÍPIOS: o método de identificação


para ser aceito deve conter todos os 5
princípios
ANTROPOLOGIA FORENSE
PRINCÍPIOS DA IDENTIFICAÇÃO
ANTROPÓLICA

Unicidade.
Imutabilidade.
Perenidade.
Praticidade.
Classificabilidade
ANTROPOLOGIA FORENSE
PRINCÍPIOS DA IDENTIFICAÇÃO
ANTROPÓLICA

Unicidade: caracteres único da pessoa –


PESSOA SE TORNA DIFERENTE DE
TODAS
ANTROPOLOGIA FORENSE
PRINCÍPIOS DA IDENTIFICAÇÃO
ANTROPÓLICA

Imutabilidade e Perenidade: caracteres


devem permanecer intactos na pessoa
durante a vida toda e após a morte.
Resistência ao tempo.
ANTROPOLOGIA FORENSE
PRINCÍPIOS DA IDENTIFICAÇÃO
ANTROPÓLICA

Praticidade: manuseável quando preciso.


Deve dispor de elementos de fácil
obtenção e que não lhe dificultem a
maneira de registrar.
ANTROPOLOGIA FORENSE
PRINCÍPIOS DA IDENTIFICAÇÃO
ANTROPÓLICA

Classificabilidade: ser possível distinguir


grupos, classes, espécies, etc.
ANTROPOLOGIA FORENSE
PRINCÍPIOS DA IDENTIFICAÇÃO
ANTROPÓLICA

A identificação só funciona se houver


um banco de dados para pesquisa e
confronto. Caso contrário, torna-se
impossível individualizar a pessoa.
ANTROPOLOGIA FORENSE
CRITÉRIOS E OBJETOS DE
IDENTIFICAÇÃO ANTROPÓLICA
1) Ossos do corpo em geral: idade,
formação, estrutura, etc.
2) Arcada dentária
3) Formação dos ossos do crânio
4) Sexo
5) Cor da pele
6) raça
ANTROPOLOGIA FORENSE
CRITÉRIOS E OBJETOS DE
IDENTIFICAÇÃO ANTROPÓLICA

7) Cicatrizes.
8) Pavilhão auricular
9) Tipo sanguíneo e fatores
10) Papiloscopia
ANTROPOLOGIA FORENSE
CRITÉRIOS E OBJETOS DE
IDENTIFICAÇÃO ANTROPÓLICA

TATUAGEM – é sinal de identificação?

Não é considerada como identificação


antropológica por ser um critério médico-
legal, mas é também utilizada para
identificação.
ANTROPOLOGIA FORENSE
CRITÉRIOS E OBJETOS DE
IDENTIFICAÇÃO ANTROPÓLICA

PALATOSCOPIA

Estudo das pregas labiais – é um sinal de


identificação se no local do crime
encontrar marcas de batom.
ANTROPOLOGIA FORENSE

IDENTIFICAÇÃO POLICIAL OU
JUDICIÁRIA

Processo de identificação empregado sobre


as impressões papiloscópicas
Papiloscopia: ciência que todas as
impressões papiloscópicas: dactiloscopia,
quiroscopia, pedoscopia
ANTROPOLOGIA FORENSE

IDENTIFICAÇÃO POLICIAL OU
JUDICIÁRIA

Pedoscopia – recém-nascido – nos fetos as


papilas dos dedos se formam no 6.º mês de
gestação. No recém-nascido é mais fácil
colher nos pés. (Lei 8069/90 – artigo 10)
ANTROPOLOGIA FORENSE

IDENTIFICAÇÃO POLICIAL OU JUDICIÁRIA


Espécies de impressões papiloscópicas
Latentes: formadas em superfícies solidas
e lisas.
Moldadas: superfícies macias ou
moldáveis
Visíveis: observadas a olho nu
Não visíveis: não perceptíveis a olho nu
ANTROPOLOGIA FORENSE

IDENTIFICAÇÃO POLICIAL OU JUDICIÁRIA


Espécies de impressões papiloscópicas
Latentes: formadas em superfícies solidas
e lisas.
Moldadas: superfícies macias ou
moldáveis
Visíveis: observadas a olho nu
Não visíveis: não perceptíveis a olho nu
ANTROPOLOGIA FORENSE

DACTILOSCOPIA
Ramo da papiloscopia que estuda as
impressões das papilas digitais – dedos

Classificação das impressões


dactiloscópicas: ARCO – PRESILHA
INTERNA - PRESILHA EXTERNA E
VERTICILO (sistema VUCETICH)
ANTROPOLOGIA FORENSE

DACTILOSCOPIA
FORMULA FUNDAMENTAL

Polegar= A , I , E ou V
Indicador = 1, 2, 3, ou 4
Médio = 1, 2, 3, ou 4
Anular = 1, 2, 3, ou 4
Mínimo = 1, 2, 3, ou 4
ANTROPOLOGIA FORENSE

DACTILOSCOPIA
TIPO LETRA NUMERO DELTA
Arco A 1 não há
Presilha Inter. I 2 há à direita do observador
Presilha Exter. E 3 há à esquerda do observador
Verticilo V 4 há dois deltas

X ou 8 = cicratizes

Dica para decorar: VEIA 4321


ANTROPOLOGIA FORENSE
DACTILOSCOPIA

Pessoa tenha na mão direita: A2233

ARCO
PRESILHA INTERNA
PRESILHA INTERNA
PRESILHA EXTERNA
PRESILHA EXTERNA
ANTROPOLOGIA FORENSE
DACTILOSCOPIA

Pessoa tenha na mão esquerda: V3442


VERTICILO
PRESILHA EXTERNA
VERTICILIO
VERTICILIO
PRESILHA INTERNA
BALÍSTICA FORENSE
 O QUE É BALÍSTICA?

 Em sentido amplo, Balística é apenas aquela parte da


Física, compreendida no capítulo da Mecânica, que
estuda o movimento dos projéteis, conceituando-se
como projétil todo o corpo que se desloca livre no
espaço, em virtude de um impulso recebido.
 estuda a estrutura, os mecanismos, o funcionamento
das armas de fogo e a técnica do tiro, bem como os
efeitos da detonação da espoleta e deflagração da
pólvora dos cartuchos, no seu interior, até que o
projétil saia da boca do cano da arma.
 estuda a trajetória do projétil, desde que abandona a
boca do cano da arma até a sua parada final
(condições do movimento, velocidade inicial do
projétil, sua forma, massa, superfície, resistência do
ar, a ação da gravidade e os movimentos intrínsecos
do projétil.
 estuda os efeitos produzidos pelo projétil desde que
abandona a boca do cano até atingir o alvo
(incluem-se: possíveis ricochetes, impactos,
perfurações e lesões externas ou internas, nos corpos
atingidos).
 Basicamente é todo o artefato que funciona
mediante a deflagração de uma carga explosiva que
dá lugar a formação de gases, sob cuja ação é
lançado no ar um projetil.
 Elementos essenciais: aparelho arremessador (arma
propriamente dita); a carga projeção (pólvora) e o
projétil.
 Conceito de arma – qualquer objeto que sirva como
instrumento de ataque ou defesa.

 1 - Armas próprias: objetos concebidos e feitos pelo


homem com o fim específico de serem usados como
armas.

 2 - Armas impróprias: objetos que não foram


concebidos e nem feitos pelo homem visando aumentar
seu potencial de ataque ou defesa, sendo,
eventualmente, usados para este fim.
 a) Lisas: cuja alma (espaço vazio no interior do cano)
não possui raias. Ex:- Espingardas,

 b) Raiadas: cuja alma possui raias, que são sulcos


helicoidais, destinados a imprimir aos projéteis um
movimento giratório em torno do eixo de sua
trajetória, cuja função é a de manter a estabilidade
dos mesmos, ao longo do seu percurso.Ex:- Rifles,
Revólveres. Uma das formas de se classificar uma
arma raiada é pelo número de raias que possui, por
exemplo, revólver de cano com 6 raias. Outra forma
de classificá-las é pela orientação (sentido) das
raias, só podendo ser de dois tipos, a saber:
dextrógiras: giram para a direita e sinistrógiras ou
levógiras: giram para a esquerda.
a) Antecarga: são as armas que recebem a
munição pela parte anterior do cano (boca).
Tal modalidade se encontra em desuso.
Exemplos: espingarda, bacamarte.

b) Retrocarga: são as armas que recebem a


munição pela parte posterior do cano, no
pente ou no tambor, “culatra” (parte
posterior da arma). Pertencem a este tipo
todas as armas modernas. Exemplos:
revólver, pistola.
De repetição: para cada disparo, há a necessidade
de haver a ação muscular do atirador, para o
completamento do ciclo de funcionamento da
arma, e sua ação sobre a tecla do gatilho para um
novo tiro. “Cada disparo depende de uma
operação completa de colocação de munição, de
acionamento do disparo e de retirada da cápsula
para novo municiamento”. Exemplo: garrucha
Semi Automática: para cada disparo, há a
necessidade de haver apenas a ação do
atirador sobre a tecla do gatilho, uma vez
que o ciclo de funcionamento da arma se
faz de forma automática. São as que têm o
funcionamento automático, porém o
disparo é manual.
Exemplos: revólver e pistola semi-automática.
Automática: onde tanto o tiro quanto o ciclo de
funcionamento da arma são feitos de forma
automática, enquanto o atirador mantiver
pressionada a tecla do gatilho. Automáticas são
aquelas que têm o funcionamento e o disparo
automáticos. Só um acionar do gatilho dispara
todo o pente ou carga. Geralmente, são armas de
guerra. Exemplo: metralhadora pesada.
A munição é o que chamamos de “cartucho”,
é constituída por cinco elementos distintos:
projétil; estojo, cápsula ou bainha; espoleta
ou escorva; carga ou pólvora e bucha.

1 - PROJÉTIL
2 - ESTOJO, CÁPSULA OU BAINHA
3 - PROPOLENTE, CARGA OU PÓLVORA
4 - ESPOLETA OU ESCORVA
 1. é a parte da munição
Projétil:
destinada a atingir o alvo. É o
verdadeiro instrumento pérfuro-
contundente. É quase sempre de
chumbo nu ou revestido de
maillechort ou de outra liga metálica
(níquel, estanho, ferro, antimônio,
etc.), que lhes confere maior
resistência.
 2. Estojo, Cápsula ou Bainha:
parte da munição destinada a
receber os demais elementos, e
podem ser confeccionado de metal,
papelão, plástico, etc.
3. Pólvora ou Carga: composto químico destinado
a gerar pressão no interior do estojo e a
impulsionar o projétil à frente. Apresenta-se de
duas formas básicas: pólvora branca (sem
fumaça) e pólvora negra (com fumaça).

4. Espoleta ou Escorva: receptáculo que se localiza


no fundo da munição e que abriga o misto
detonante. 26

5. Bucha: pode ser um pequeno disco de papelão,


pano, papel, ou ainda um corpo plástico, utilizado
nas munições de caça, com a finalidade de
comprimir a carga de pólvora e impulsionar os
projéteis múltiplos de uniformemente, como um
êmbolo, em direção ao local desejado.
Em primeiro lugar é necessário achar o projétil,
que pode estar no corpo da vítima ou fora dele
(no local do crime), sendo mais freqüente o
primeiro caso. Em qualquer das hipóteses, o
perito balístico irá examinar o projétil, verificando
seu peso, formato, comprimento, diâmetro,
composição, calibre, raiamento, estriações laterais
finas e deformações.

Projétil testemunha ou padrão: é aquele obtido


em tiros de prova com a arma suspeita, em alvos
que não provoquem danos.

Projétil ou Estojo incriminador ou suspeito: são


recolhidos no local ou extraídos de
cadáveres/vítimas.
Outra forma de se identificar a arma
utilizada no crime é pelo exame do estojo.
O estojo pode ser encontrado no local do
crime ou no tambor da arma apreendida
como suspeita. Em ambos os casos este
deve ser apreendido e encaminhado para
exame. O perito balístico, ao receber o
estojo, determina o seu material, sua marca,
seu calibre e suas deformações, para assim
determinar que tipo de arma foi usada no
crime.
A pólvora pode apresentar-se queimada ou não.
Sendo encontrada na cápsula, na arma ou no corpo
ou vestes da vítima. O seu exame se faz através do
exame do sarro, que permite verificar se o disparo
foi feito com pólvora negra ou com pólvora
piroxilada (branca). É graças ao exame da pólvora
que os peritos podem determinar a data
aproximada do último disparo da arma.
O Confronto Microbalístico é, portanto, a comparação
das marcas e microestriamentos deixados pelos canos,
percutores e culatras nos projéteis e nas cápsulas
visando identificar a arma de fogo que os tenha
deflagrado. A análise pode ser genérica ou específica. A
genérica permite que se tenha uma identificação do
fabricante da arma, modelo, tipo de munição, etc. Já
uma análise específica pode constatar se um projétil foi
ou não expelido pela arma em questão. Seria como
uma análise de impressão digital, onde cada arma
produz um conjunto de micro-estrias único.
Ao observamos com mais detalhe o
mecanismo de disparo de uma arma de
fogo, o projétil é expelido pelo cano e sai
na direção do alvo. Este projétil, por estar
em contato direto com a superfície interna
do cano, passa a incorporar marcas e
micro-estriamentos em sua superfície.
Parte desses resíduos sólidos permanece
dentro do cano, ao redor do tambor e da
câmara de percussão da própria arma.
Porém, o restante é projetado para fora,
atingindo mãos, braços, cabelos e roupas do
atirador, além de se espalharem pela cena do
crime.

Residuograma: É o resultado da avaliação


dos vestígios metálicos e não metálicos
oriundos de disparos de arma de fogo.
Permite avaliar a distância do tiro, a direção
do tiro e o ângulo de incidência.
O exame residuográfico destina-se a revelar,
dentre outras substâncias, a presença de micro
partículas de chumbo nas mãos das pessoas
que fizeram uso de arma de fogo ou são
suspeitas de tê-lo feito. É utilizado mais
frequentemente pelos Peritos Criminais da
Seção Técnica de Crimes Contra a Pessoa, além
da Seção Técnica de Pericias Especiais. Àquela
relacionada com ocorrências, dentre outras,
envolvendo pessoas vítimas de disparo de
arma de fogo (Suicídio ou Homicídio) e a outra
(Equipe Especial) entre policiais e infratores da
lei.

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