EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO TRABALHO DA XXª VARA
DO TRABALHO DE XXXX - UF
Processo nº: XXXX
Protocolo Geral nº: XXXX XXXX, já qualificado nos autos da Reclamató ria Trabalhista nº XXXX, movida contra XXXX S/A, também qualificada, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, apresentar: RÉPLICA A CONTESTAÇÃO nos termos dos fatos e fundamentos a seguir aduzidos, com os quais se impugna a contestaçã o e documentos juntados, em conformidade com o artigo 884, da CLT, artigo 100, do CPC. I – DOS FATOS 1. Com relaçã o à impugnaçã o realizada pela Reclamada sobre a pretensã o contida na alínea a de fls. XX, da inicial, necessá rio dizer que desprovida de fundamento. 2. Demonstrado de forma incessante na inicial que o Reclamante era obrigado a desempenhar funçã o alheia a sua. 3. Efetivamente o Reclamante sempre foi vendedor, porém, por determinaçã o da Reclamada, desenvolvia funçõ es de assistente técnico, desempenhando, sim, um misto entre as duas ocupaçõ es. 4. Isto reflete a verdade, tanto que basta analisar o documento de fls. XX e confrontá -lo com as tarefas desenvolvidas pelo Reclamante relatadas na inicial para se comprovar que realmente havia acú mulo de funçã o. II – DO DIREITO 5. Portanto nada mais justo que a Reclamada pagar ao Reclamante parcela a título da funçã o de assistente técnico que este sempre desenvolveu. 6. Os documentos juntados a fls. XX, no qual constam pareceres emitidos pelo Reclamante, demonstram claramente que desempenhava a funçã o de assistente técnico. 7. Nã o bastasse somente a necessidade de analisar os produtos elaborados pela Reclamada quando lhe faziam alguma reclamaçã o, era obrigado a proferir palestras a profissionais mecâ nicos e associaçõ es de mecâ nicos, pú blico alvo da Reclamada, a fim de lhes informar sobre a natureza, qualidade e formas de utilizaçã o dos produtos. 8. Além das palestras, ainda era obrigado a participar de feiras industriais, festas comerciais, festas de caminhoneiros, entre outros eventos, nos quais nã o podia desenvolver sua atividade de venda, apenas recepcionar as pessoas e proferir explicaçõ es sobre os produtos da Reclamada, ou seja, verdadeira funçã o do assistente técnico. 9. Realmente o Reclamante desenvolvia atividade externa, o que nã o se opõ e a tal assertiva, apenas reclama o período em que era obrigado a estender sua jornada de trabalho sem a devida contraprestaçã o pecuniá ria por parte da Reclamada. 10. Na peça portal desenvolve-se as situaçõ es em que o Reclamante era exposto à jornada extraordiná ria, por verdadeira imposiçã o da Reclamada, sem contudo nunca haver percebido valores a título de horas extras. 11. Situaçã o que nã o pode prosperar, pois estaríamos privilegiando uma parte em detrimento da outra, muito mais fraca e dependente ú nica e exclusivamente do salá rio que percebia para o sustento seu e de sua família. 12. Assim, nada mais correto e justo que se reconhecer a exaustiva jornada de trabalho a que era submetido o Reclamante, condenando a Reclamada a lhe reembolsar as horas extras devidas e nã o pagas durante a contratualidade. 13. Necessá rio dizer que o Reclamante participou de todos os eventos citados na peça inicial, unicamente, por imposiçã o da Reclamada. 14. Verdadeiro absurdo ainda, é a afirmaçã o na peça contestacional, onde a Reclamada afirma que o Reclamante sempre presenciou palestras no horá rio normal de expediente, tampouco lhe foi exigido viajar em horá rio nã o compatível com a execuçã o de suas tarefas, muito menos, de que a empresa lhe exigia metas de vendas. 15. Ora, Excelência., sabemos que nã o funciona desta maneira, muito pelo contrá rio, o Reclamante sempre foi obrigado a participar e a ministrar palestras em horá rio diferente do horá rio normal de expediente, a uma por que seu gerente lhe obrigava a, durante o dia, se ocupar de sua atividade principal, qual seja, vender; a duas, por que o pú blico alvo das palestras somente comparecia a tais eventos quando realizados à noite. 16. E, admitir que um vendedor de uma empresa que, segundo ela pró pria, é líder de mercado, nã o possui metas a serem atingidas, seria verdadeiramente um absurdo. 17. Necessá rio dizer que a Reclamada nunca obedeceu as escalas de participaçã o juntadas, aliá s, tratam-se de documentos produzidos de forma unilateral, que nã o merecem sequer aná lise. Impugna-se de forma veemente os documentos de fls. XX. 18. Impugna-se, também o documento juntado a fls. ___, por nã o refletir a verdade. Necessá rio dizer que a regiã o atendida pelo Reclamante nã o se resumia as cidades citadas neste documento. 19. Outra barbá rie perpetrada pela Reclamada foi a supressã o do salá rio do Reclamante da parcela a título de comissã o. 20. Refere que tal parcela possui o percentual de 0,12 % (zero vírgula doze por cento) o que nã o é verdade. O percentual de comissã o contratado sempre foi 0,27% (zero vírgula vinte e sete por cento). 21. O que a Reclamada cita como integraçã o ao salá rio de parcela de comissã o na realidade foi apenas um aumento concedido por ela ao Reclamante. 22. Ainda que houvesse a integralizaçã o ao salá rio de parcela a título de comissã o, isso aconteceu sem a concordâ ncia do Reclamante, o que é vedado em nosso Direito Pá trio. 23. Revelasse, assim, em verdadeira alteraçã o unilateral de contrato de trabalho, impondo que a Reclamada pague ao Reclamante, neste momento, o percentual de 0,27 % (zero vírgula vinte e sete por cento) de comissã o devido na regiã o de exclusividade deste, como forma de restituir o equilíbrio ao contrato de trabalho havido entre as partes. 24. Outra parcela sonegada do Reclamante trata-se de participaçã o nos resultados da empresa no ano calendá rio de XXXX, o qual lhe foi pago somente parcela referente ao primeiro semestre restando ser pago a cota referente ao segundo semestre, verdadeira obrigaçã o da Reclamada nos termos do documento juntado a fls. XX. 25. A Reclamada, também, nã o se desincumbiu da obrigaçã o de pagamento do salá rio utilidade que percebia o Reclamante, situaçã o, aliá s, confessada por esta através dos documentos juntados a fls. XX. III – DOS PEDIDOS Diante do inabalá vel direito postulado pelo Reclamante, que restou intacto, em que pese a contestaçã o e documentos juntados que sã o irrelevantes ao caso e nada trazem em prejuízo, outra decisã o nã o se impõ e senã o o julgamento totalmente procedente da presente reclamató ria com o reconhecimento, nos seus exatos termos, dos pedidos a fls. XXX. DIANTE DO EXPOSTO, reitera-se todos os argumentos deduzidos na inicial fundamentados nos documentos trazidos, REQUERENDO o julgamento totalmente procedente da presente demanda, condenando-se a Reclamada a pagar ao Reclamante as verbas trabalhistas reclamadas, quais sejam: a) o reconhecimento do acú mulo de funçã o, e a consequente condenaçã o da Reclamada do pagamento do salá rio do assistente técnico, nos termos do seu quadro de salá rios, e a incidência deste em todas as verbas devidas ao Reclamante, tais como: férias mais 1/3, 13º salá rio, FGTS, aviso prévio, multa de 40% de FGTS, horas extras mais repouso remunerado; b) ou, caso nã o seja este o entendimento de V. Exª. seja, por vó s, arbitrado um percentual a título de acú mulo de funçã o, devendo refletir nas demais verbas reclamadas tais como: férias mais 1/3, 13º salá rio, FGTS, aviso prévio, a multa de 40% de FGTS, horas extras mais repouso remunerado; c) o reconhecimento e a condenaçã o da reclamada ao pagamento de, no mínimo, 1884 (Um mil, oitocentos e oitenta e quatro) horas extras ao Reclamante na proporçã o de 100% de sua remuneraçã o, e sua respectiva incidência em todas as verbas devidas tais como: férias mais 1/3, 13º salá rio, FGTS, aviso prévio e a multa de 40% de FGTS; d) o pagamento de adicional noturno devido ao Reclamante pelas horas trabalhadas no horá rio noturno; e) a consideraçã o da hora reduzida para as horas laboradas à noite, bem como a incidência deste adicional em todas as verbas devidas ao reclamante, tais como: férias mais 1/3, 13º salá rio, FGTS, aviso prévio, a multa dos 40% do FGTS, mais a parcela referente ao repouso remunerado; f) a integraçã o ao salá rio e o pagamento da remuneraçã o prevista no artigo 8º, da Lei nº 3.207/57, mais as verbas daí decorrentes, tais como: 13º salá rio, férias mais 1/3, FGTS, aviso prévio, mais a multa de 40%; g) o reconhecimento e o pagamento das utilidades percebidas como salá rio, condenando-se a Reclamada ao pagamento de: com relaçã o ao ú ltimo automó vel que era um XXXX, ano XXXX, em valores correspondentes ao preço médio de tabela de locaçã o deste veículo com quilometragem livre, obtidos no comércio local; com relaçã o aos telefones fixo e mó vel, pelas contas que deverã o ser juntadas pela Reclamada; mais os aparelhos de fac-símile e microcomputador (notebook) que deverã o ser arbitrados por Vossa Excelência., sua integralizaçã o a remuneraçã o do Reclamante e sua incidência sobre as demais verbas tais como: férias mais 1/3, 13º salá rio, aviso prévio, FGTS mais a multa de 40% sobre o FGTS; h) a condenaçã o da reclamada ao pagamento de 0,27% de comissõ es sonegadas do Reclamante a partir de janeiro de XXXX até o término do contrato de trabalho dentro de sua regiã o original, qual seja, todo nordeste e noroeste do Estado do XXXX mais todo o Estado de XXXX, excluído apenas o litoral sul até a cidade de XXXX, integrando-a ao salá rio, mais as verbas daí decorrentes, tais como: 13º salá rio, férias mais 1/3, FGTS, aviso prévio, mais a multa de 40%; i) o pagamento da integralidade a participaçã o nos lucros referente ao exercício de XXXX. Nestes termos, Pede deferimento. XXXX, XX de XXXX de XXXX. ____________ Advogado OAB/UF – Nº XXX