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Todo documento que envolve um conhecimento médico, é um conhecimento

médico. Portanto, documento médico legal é quando tem interesse da justiça. O


médico perito ou perito a doc faz analise daqueles documentos para que possa
informar ao juiz uma determinada situação médica que ele entenda.
Às vezes é um atestado médico, por exemplo, em que o médico legista vai emitir
um parecer daquele atestado dizendo se o paciente realmente faz jus aquele
atestado por conta de uma enfermidade que possui.
Então tem:
➢ Certificado ou atestado médico
➢ Notificações compulsórias
➢ Relatórios médico-legais → são os mais importantes que irão ser
analisados!
➢ Pareceres ou consultas médico-legais
➢ Depoimentos orais
Histórico

Histórico

• O que é o ATESTADO MÉDICO?


É um documento onde vai informar uma situação médica enquadrada
na Classificação Internacional de Doenças (CID) para informar a
paciente/periciando ou para a justiça.
• O atestado pode ser:
▪ Clínico:
✓ Oficioso: informa uma situação médica que o paciente tem, que
assim ele exige para comprovar terminar a falta num emprego ou
aula, por exemplo. Não tem um lastro de oficialidade, é só para
informar a situação médica e quanto tempo ficará afastado. Não
tem caráter de oficialidade, não tem administração pública nem
justiça envolvida.
Ex: “Atesto para os devidos fins de afastamento médico que ABC
necessita de 4 (quatro) dias de afastamento das atividades
habituais a partir do dia 18/08/2021” → lembrar que colocar o
CID da patologia que a pessoa tem.

No final, o professor coloca “autorizado pelo paciente”. Por que?


Porque existiam casos em que o paciente não queria que outras
pessoas soubessem qual doença ele tinha (por exemplo, o
paciente tinha AIDS e o companheiros de trabalho descobriram).
Médicos estavam sendo processados por isso. A solução do CFM
foi inocentar os médicos e instalou uma resolução em que tem
que colocar “autorizado pelo paciente” no final do atestado
porque assim já se sabe que ele está autorizando citar a doença e
sua classificação internacional. Se o paciente não quiser, o
médico tem que explicar que o atestado precisa ser enquadrado
na doença para justificar sua emissão.
✓ Administrativo: é quando é levado para uma junta médica
especial.
Ex: o paciente quebrou a perna e o médico vai afastar por 3-4
meses.
Então, principalmente quando é funcionário público, é
necessário passar por uma junta médica para fazer a avaliação do
indivíduo e essa junta vai avaliar se está ou não apto para a
atividade. Nesse caso a administração pública está envolvida. São
três médicos avaliando.

✓ Judicial: é quando a própria justiça pede um atestado. Tem que


emitir o atestado já que o juiz está pedindo.

O que se considera atestado médico legal, ou seja, que tem interesse para a justiça é
o JUDICIAL E O ADMINISTRATIVO.

Observação:
“Um novo médico pode anular o atestado anterior?”
Um médico não vai anular o atestado do outro. Ele vai emitir o dele e este pode
ser ou não contraditório ao primeiro atestado.
Se os dois atestados pararem na justiça por alguma razão para fazer a prova de
algo, aí vai ser emitido um parecer de um médico chamado pelo juiz (perito a
doc). Emite um parecer para saber qual dos dois atestados foi gracioso ou se os
dois foram graciosos.
*Atestado gracioso = atestado para beneficiar alguém.
▪ Previdenciário: quem faz o atestado previdenciário é o pessoal
do INSS, o médico do INSS. Ele vai enquadrar o paciente, o usuário
do serviço do INSS a uma situação de uma doença que dá direito a
determinado benefício. Então, atestado médico para justamente
dizer que ele faz jus ao benefício X porque tem uma patologia A, que
está elencado lá na lei. É o atestado previdenciário – é o médico
previdenciário, médico do INSS que faz esse atestado que é
justamente para ele (o paciente) receber esse benefício.
▪ De óbito: vai ser visto em uma aula específica. O nome é Atestado
de óbito ou Declaração de óbito, é a mesma coisa, são sinônimos.

Existem 3 situações que é possível quebrar o SIGILO PROFISSIONAL:


é o dever legal, a justa causa e o consentimento por escrito do paciente.
 Dever legal: é uma situação que está na lei e que tem que se
quebrar o sigilo profissional. Mas esse sigilo não é quebrado para
todo mundo, é só para as autoridades sanitárias.
Exemplo: doença de notificação compulsória (sarampo, rubéola,
tuberculose, ...) → tem uma lista com mais de 40 doenças. Nesse
caso pode quebrar o sigilo profissional fazendo uma notificação
compulsória (tem modelo próprio) e mandar para as autoridades
sanitárias. A autoridade sanitária vai saber nome, onde mora,
quantas pessoas moram, essas coisas servem para ajudar no
bloqueio epidemiológico da contaminação. Outro exemplo é
médico do detran que quando faz o exame do paciente tem que
quebrar o sigilo dizendo que ele não é apto a dirigir.

 Justa causa: é uma situação imperiosa. Se o médico não revelar o


segredo/quebrar o sigilo, a pessoa pode ir a óbito.
Exemplo: ideação suicida → se chegar um paciente no consultório
e começa a falar “a vida está muito ruim, eu não quero mais viver,
sair daqui vou me matar”, o médico é obrigado a quebrar o sigilo
profissional, chamar alguém da família e relatar a ideação suicida.
Se o paciente for policial, por exemplo, pode ligar para o
comandante da PM ou alguém da família para tirar a arma dele.

 Autorização por escrito: quando tem autorização do paciente,


por escrita. Ele permite que revele as conversas do consultório.
Tendo a autorização por escrito, o médico escolhe se revela ou não.

• E o RELATÓRIO MÉDICO?
✓ Existem 2 documentos importantes que vocês vão fazer o uso direto,
que é o relatório médico. O relatório médico é o auto e o laudo.
✓ Qual a diferença de auto e laudo?
o O auto era um laudo que era digitado pelo escrivão, o médico
ditava e o escrivão digitava, isso aqui é só para feito histórico pois
ele não existe mais, o auto médico.
o Agora existe o laudo médico, que quem digita o exame, quem vai
fazer o laudo é o próprio médico, não é mais o escrivão.
o Antigamente, o médico ditava e o escrivão digitava tudo. Hoje, por
conta da tecnologia, das novas ferramentas tecnológicas, não tem
mais a presença do escrivão para escrever o laudo, quem faz o
laudo é o próprio médico.
o Então, o auto é só para efeito histórico. Hoje, só temos o laudo
mesmo.

Quais são as partes do laudo? Preâmbulo e quesitações, histórico,


descrição, discussão, conclusão e resposta aos quesitos.
✓ É o seguinte: todo exame médico legal você tem que fazer um laudo.
✓ Todo exame médico legal tem um nome, eu falei: exame de corpo de delito
– lesão corporal, exame de corpo de delito – cadavérico, exame de corpo
de delito – sexológico, exame de corpo de delito – embriaguez, etc.
✓ Ai a gente não bota mais, por exemplo, como exame de corpo de delito –
lesão corporal, não bota mais o corpo de delito porque a gente que é de
corpo de delito (essa regra serve para todos os exames) → já se coloca
“exame de lesão corporal, exame de embriaguez, exame cadavérico”.
✓ Então, cada exame tem os quesitos próprios, mas todo exame nós vamos
fazer o laudo e tem que ter essas partes.

Preâmbulo do exame
 É dizer o nome da pessoa que vai ser feito o exame, endereço,
identidade, a qualificação do periciando(a). É a qualificação.
 E também botando no preâmbulo, os quesitos que se quer responder,
p.ex, se é exame de lesão corporal, no preâmbulo a gente coloca os
quesitos de lesão corporal.
 “Joaquim, quais são os quesitos de lesão corporal?” Desde 1940, todo
exame já tem os quesitos oficiais – lesão corporal: quesito 1 (houve
ofensa a integridade física do paciente?); quesito 2 (qual foi o
instrumento ou meio que ele produziu?); quesito 3 (foi produzido por
veneno, fogo, asfixia ou outro meio insidioso ou cruel?); quesito 4
(houve capacidade ou preocupações habituais?); etc.
 Então são 7 quesitos, aí ele já coloca ctrl C/ctrl V na qualificação, o
paciente/o periciando – coloca o nome, data de nascimento, CPF,
identidade, residente e domiciliar de rua X, veio fazer exame de lesão
corporal cujo as quesitações são essas (aí a gente bota as quesitações).
 Então, o preâmbulo são as qualificações e os quesitos que se quer
responder naquele exame.
 Se for exame cadavérico, os quesitos só são 4.
 Exame sexológico, são 11 quesitos.
 Então cada exame tem seus quesitos próprios e a gente coloca esses
quesitos no preâmbulo, tá bom? Então, nome e quesitações (é o que
vai ser respondido a medida que vai fazendo o laudo).

Histórico
 A 2ª parte do laudo é o histórico.
 O que é o histórico? É a queixa principal.
 Eu estou colocando lesão corporal (como exemplo), porque 70% dos
exames são in vivos lá no IML. A gente pensa que só trabalha com
morto, né? Não, morto é exceção. 70% são pessoas vivas.
 Então, qual o exame mais comum? Lesão corporal – é o homem que
apanha da mulher, mulher que apanha do homem, é uma briga que
aconteceu que o cara jogou uma garrafa na cabeça do outro, uma
pedrada, uma mulher que puxou o cabelo da outra, etc. Então são esses
exames que a gente vai fazer lá, a maioria é de lesão corporal.
 No histórico, se for no exame de lesão corporal – uma moça chega para
mim e diz assim, “Dr. Apanhei do meu marido”, aí eu pergunto que dia
foi, que horas foi, se foi na casa ou em via pública, etc. Aí ela vai me
informar, vai me contar o motivo.
 Então, eu boto lá no histórico, bem resumido: Pericianda informa que
foi agredida pelo marido, ocorrido às 10h do dia 18.08.21, na própria
residência da vítima localizada no bairro Santa Maria da Codipe em
Teresina-PI.
 “Mas Joaquim, você não vai botar o motivo?” → O motivo é só quando
tiver conotação sexual que eu gosto de colocar. O motivo eu gosto de
saber, mas não precisa saber o motivo até porque o motivo vai ser bem
apurado pelo delegado, e o médico legista tem que fazer é o exame.
 Agora, se tiver conotação sexual, eu coloco o motivo, alguma coisa
sexual, quando é criança, eu coloco o motivo para o delegado ficar mais
atento.
 Então, histórico é queixa principal, eu coloco com as minhas palavras
o que eu ouvi do relato.
 “Joaquim, eu posso colocar com as palavras da periciando(a)?” Pode,
você coloca entre aspas. Mas assim, a boa pratica médico-legal diz que
você resume, bota com suas palavras, com terminologia mais técnica e
fica até melhor para quem vai ler o histórico.

Descrição
 É a parte mais importante do laudo.
 A parte mais importante do laudo é visu et repete (ver e repetir).
 O que você está vendo, você vai descrever, só descreve o que você está
vendo.
 Vamos supor que uma mulher está com olho roxo, com edema no olho
esquerdo, está com escoriações na região da bochecha, está com corte
pequeno por dentro da boca, mas não tem mais nada, o cara só deu 3
tapas.
 Então, na descrição, eu vou descrever o que estou vendo, eu coloco
assim, que ela está bem, não está bêbada, boto assim: Pericianda alo e
auto psiquicamente orientada, apresentando as seguintes lesões: 1.
Equimose periorbitária violácea esquerda com formação de edema
traumático que impossibilita a abertura ocular esquerda; 2.
Escoriações ungueais paralelas entre si com 3cm em sua maior
extensão em região esquerda; 3. Feridas de bordas irregulares de 5 mm
em face interna de lábio superior. → Pronto, eu descrevi o que tem!
 Então, descrição é ver o que está observando e botar bem detalhado,
com localização, coloração das lesões.

Discussão
 Vocês vão ver quando tiver pagando traumatologia forense.
 É fazer o enquadramento do tipo de lesão com o instrumento que
produziu e saber se tem um nexo causal e nexo temporal.
 O que é o nexo causal?
✓ É saber se aquela lesão que ela disse que foi um tapa, se foi um
tapa mesmo – então, vou fazer relação daquela lesão com a causa.
 O que é nexo temporal?
✓ É saber se aquela lesão está no tempo compatível que ela está
dizendo, ela disse que levou um tapa hoje de manhã. Então é saber
se aquela lesão está compatível com essa história
 Então, a gente vai dizer o tipo de instrumento, o tipo de lesão, o nexo
causal e o nexo temporal.
 Toda vez tem que fazer o nexo causal e o nexo temporal.
 O nexo causal é saber se a lesão foi provocada por aquele determinado
tipo de instrumento e o nexo temporal é saber se é compatível o tempo
que ela está contando, com o tempo que acontecem os fenômenos
cadavéricos, no caso aqui seria lesão corporal, os fenômenos da
equimose, o espectro equimótico (fala uma coisa em francês).
 Então, discussão é importante porque ela debate o que você descreveu,
mas a parte mais importante do laudo é o que você descreveu.

Conclusão
 A conclusão você tem que fazer, quando é lesão corporal, o
enquadramento do artigo 129 do código penal, que vocês vão ver na
sequência.

Resposta aos quesitos


 São aquelas respostas as quesitações que tem no preâmbulo.

• E o que é o PARECER MÉDICO?


✓ “Joaquim, qual a diferença do parecer?” O parecer é justamente um
documento médico legal que vem depois do exame, ou seja, depois do
laudo.
✓ Eu só vou emitir um parecer de alguma coisa: de um documento
médico, pode ser do laudo, pode ser um parecer um atestado médico,
✓ Então, parecer eu vou fazer de algum documento, de algum exame que
já foi feito, que alguém já fez e eu quero saber se aquilo ali é verdade,
se é compatível, se não é.
✓ Então, parecer aparece depois do laudo ou de um atestado médico.
Quais são as partes do parecer? Preâmbulo e quesitações, histórico,
discussão, conclusão e resposta aos quesitos.

Preâmbulo e as quesitações
 Eu recebi um atestado médico de um neurologista e a quesitação do
delegado, ele queria saber se aquele CID que foi emitido pelo
neurologista, era mesmo sobre aquela situação do cara que tinha
determinada debilidade, se aquela debilidade que ele tinha intelectual,
se ele era apto a receber uma pena, se era apto a fazer um contrato com
aquele CID. O cara tinha um problema na saúde mental, então ele
queria saber se ele podia assinar um contrato, p.ex. – isso são as
quesitações.
✓ Então, eu vou ter o preâmbulo com nome, idade, etc e as quesitações
do delegado.
Observação:
No slide tem descrição em partes do parecer, mas no parecer não tem descrição.
No lugar da descrição é histórico!!!!!
Não tem descrição, tem é histórico → Porque você não vai mais descrever nada,
você vai discorrer sobre a possibilidade ou não de um nexo causal, de um nexo
temporal, de uma patologia. Você vai fazer as interpretações dentro da
propedêutica médica, então não tem mais descrição, tem histórico que é a queixa
principal. Então, parecer não tem descrição.
A parte mais importante de um parecer é a discussão.
A parte mais importante de um laudo é a descrição.
As partes do parecer: preâmbulo, histórico, discussão, conclusão e resposta aos
quesitos.
Pergunta:
“Quando a gente sabe se vai precisar do laudo ou do parecer?”
o O laudo é o primeiro documento que você pede quando vai fazer o exame
médico legal!
o P.ex.: você está lá no seu postinho, aí chega um delegado e pede um laudo
de uma pessoa que sofreu uma agressão física, aí você vai fazer o exame e
vai emitir um documento que é o laudo.
o Então, o primeiro exame que se faz quando solicitado por uma autoridade
pública, é o laudo.
o Agora, quando você já tem um laudo e você tem um documento médico
legal para você fazer uma avaliação do que já foi avaliado, aí você vai fazer
um parecer.
o Se já tiver algo avaliado, você vai emitir um parecer, você não vai mais fazer
um exame, a pessoa não está nem lá, só tem o documento – então, você vai
emitir um parecer.
o Vamos supor que eu fiz um laudo lá no IML e botei todas as características
da discussão que foi um suicídio, mas só que a família discorda, diz que
não foi um suicídio, que foi um homicídio, aí família pode contratar um
perito que é o assistente técnico, esse assistente técnico não vai mais fazer
o laudo, porque ele não fez o exame, ele vai fazer um parecer encima
daquele laudo que eu fiz.
o Então, o assistente técnico faz um parecer, ele não faz laudo.

As autoridades judiciárias podem solicitar oitiva do perito:


- Para esclarecer o laudo
- Prévia quesitações
- 10 dias antes da audiência

✓ A questão das autoridades públicas, elas podem pedir a presença do perito,


mas tem que ser de acordo com o ART. 159, § 5°, I, CPP.
✓ Elas podem chamar o perito para participar de uma audiência 10 dias
antes dessa audiência e tem que dizer o porquê que ele tem que participar,
tem que fazer as quesitações prévias para justamente eu já fazer um
parecer já formulado.

Exemplo:
Aconteceu um caso assim que eu passei no concurso: eu disse que o
cara tinha 5 tiros de entrada (5 perfurações de arma de fogo de
entrada) e 5 perfurações de arma de fogo de saída, pois o advogado
querendo protelar as audiências, mandou chamar o perito e o juiz
acatou, ai eu mandei uma mensagem para o juiz “eu gostaria de saber
qual é a quesitação porque você está pedindo para eu ir, mas para
explicar o laudo todo, eu tenho certeza que o laudo todo não está
obscuro, tem alguma parte do laudo que o senhor que saber?”, ai o Juiz
“ah, realmente, de acordo com o art. 59, § 5*, I, CPP, tem que fazer as
quesitações”. Aí o juiz pediu as quesitações para o advogado e o
advogado fez a quesitação, saber qual era a pergunta que o advogado
queria saber? Quantos tiros o cara levou. Ele tinha 5 perfurações de
entrada e 5 perfurações de saída, ou seja, ele levou 5 tiros, é porque ele
disse que tinham 10 furos e ele não acreditava que o cara tinha 10 furos
e só tinha levado 5 tiros, mas é porque foram tiros transfixantes, aí eu
tinha que botar e o juiz nem mais me chamou. Aí eu fiz o parecer,
dizendo na discussão que ele tinha 10 furos, mas que 5 eram de entrada
e 5 eram de saída, então são pelo menos 5 tiros que ele levou, talvez ele
tenha levado mais tiro que não acertaram.
✓ Então, ele tem que dizer 10 dias antes qual é a quesitação para justamente
eu ir para a audiência e eu não ser pego de surpresa, ele ia me jogar um
monte de coisa do laudo que eu não ia estar preparado para fazer um
parecer.
 Nós já comentamos sobre essas situações, o que é um relatório médico, o
que é um parecer e qual a legislação da perícia que nos ajuda.
 Na Constituição Federal diz que tem que ter ampla defesa e o
contraditório. Nesse contraditório é necessário fazer as perícias, que a
gente vive em um estado democrático, direito…
 No direito penal, quem acusa é quem tem que provar. Se a polícia está
acusando alguém de ter cometido um crime, ela tem que provar que
alguém cometeu um crime, não é a pessoa quem tem que provar que que
ela é inocente não, ele pode ficar calado e a polícia tem que provar que ele
cometeu o crime, o ônus da prova cabe a quem acusa, no processo penal.
 Então, é isso, essas situações que me dar um nojo danado porque o cara
fica mentindo na frente de todo mundo e é a polícia quem tem que provar
que ele está mentindo, é complicado, mas é assim mesmo.
 Eu coloquei aqui alguns artigos que do código processo penal (CPP)
importantes que vocês têm que saber.
 Por exemplo: o Art. 158 - Quando a infração deixar vestígios é necessário
exame de corpo de delito e não pode ser suprido pela confissão do acusado.
 Art. 160: O tempo para a gente elabora o laudo é de 10 dias, se eu faço o
exame, eu tenho 10 dias para elaborar o laudo, salvo se tiveram
complexidade maior que eu posso pedir para o juiz, por exemplo mais 30-
40 dias porque é muito complexo e eu não posso fazer esse laudo rápido.
✓ Então, a partir do exame eu tenho 10 dias para emitir o laudo. Eu faço
o exame e depois eu tenho que fazer o documento 10 dias depois do
exame.
 Então, tem algumas nuances dos artigos que vocês vão ter que dar uma
lida. Por exemplo, Art. 167 - Não sendo possível o exame de corpo de delito,
por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá supri-
lhe a falta → Existem alguns crimes que não deixam vestígios, então vai
ser feito pela prova testemunhal.
 Eu gostaria que vocês dessem uma olhada no Código de Ética Médica
que fala na auditoria e perícia, no Código de Processo Civil que fala
que, na esfera civil (uma intervenção de direito), não existe um perito
oficial não, o juiz pode nomear um perito na causa.
 Exemplo: um cidadão já idoso está dilapidando os bens porque ele
encontrou uma moça de 18 anos que está terrivelmente apaixonada por
ele, ele tem 70 anos e a moça está terrivelmente apaixonada, ele começa
dar um carro, uma Ferrari, um apartamento em detrimento da própria
família dele e os familiares dele começam a passar fome, aí os familiares
dele vão interditar para justamente gerenciar os negócios desse vovôzinho
que está apaixonado também. Então, eles pedem ao juiz a interdição. Mas
para o juiz dar a interdição, ele tem que saber se o vovôzinho estar em
plenas faculdades mentais, então o que é que ele faz?
o Ele vai nomear um perito, um médico psiquiatra de confiança dele.
o Como é esse médico psiquiátrico de confiança? É o médico que, às
vezes, se inscreve no tribunal, fala até com o pessoal do tribunal
“olha, quando aparecer alguma perícia psiquiátrica eu quero fazer”
porque ele sabe que paga, aí o juiz ver que aquele médico é
psiquiatra, tem interesse, se inscreveu no tribunal, então juiz pede
e convoca “rapaz, eu quero que você faça uma perícia sobre essa
situação” e o cara vai cuidar em dizer se o velhinho está em plena
faculdades mentais ou não para o juiz decidir fundamentar, para
fazer a interdição ou não daquele senhor de idade, então é perito do
juiz.
Pergunta:
“Professor, naquele slide de documento médico-legal, a consulta médica e
notificação compulsória também é documento médico-legal?”
✓ É. Notificações compulsórias fazem parte do atestado médico, que a gente
vai ter que fazer notificação compulsória, um documento médico porque
tem a assinatura do médico e o carimbo do médico.
✓ Por exemplo, o cara tem tuberculose, eu faço um documento (eu estou
quebrando o sigilo profissional), dizendo que a pessoa tem tuberculose e
mando lá para a autoridade sanitária, é um documento médico-legal.
✓ Professor, o que é uma CONSULTA MÉDICA?
o Consulta médica é quando eu estou consultando o CRM se aquele
procedimento posso ou não posso fazer, é uma consulta a uma
determinada autoridade ou a uma determinada autarquia sobre o
determinado procedimento médico.
o Muito se foi consultado sobre a questão de sexagem (é a escolha do
sexo).
o Esse pessoal que trabalha com reprodução assistida, eles faziam
consulta ao CRM para saberem se o casal poderia escolher o sexo
do bebê, “olha, o casal que ter sexo feminino, como é que faço? Eu
posso selecionar os embriões do sexo feminino e implementar no
útero da mulher? Como é que faz?”, então eles perguntavam isso aí
para o CRM, era constante essa pergunta e o CRM já até colocou no
código de ética “É proibida a escolha do sexo”, botava na consulta.
o Isso aí é uma consulta médica ao órgão, que é o Conselho de
Medicina ou então ao Conselho Federal de Medicina sobre um
determinado procedimento médico, os médicos que fazem essas
consultas e é um documento.
o Quando o CRM responde o médico sobre um determinado
procedimento médico, ele emite um parecer ou se forem vários
pareceres sobre um determinado tema, ele já emite uma resolução,
ele dá um parecer sobre aquela consulta.
o Consulta é uma pergunta que o médico vai fazer para uma
entidade que pode ser o CRM, que pode ser a Associação Médica
Brasileira, ou seja, as entidades médicas para dar um parecer sobre
determinada situação médica.
o A questão do Covid, foi feito consulta ao CRM para saber se sobre o
tratamento, o que pode ou não pode e aí o CRM disse que fica a
critério do médico, tem médico que vai avaliar a situação do
paciente, o médico fez uma consulta ao CRM porque está tendo uma
polêmica danada. Então, o CRM foi e abriu dizendo que fica a
critério dos médicos, se eles quiserem fazer esse tratamento podem
fazer, fazendo as recomendações para a paciente, dizendo os seus
prós e contras, é a conduta médica. Então, isso é uma consulta
médica.

▪ questões de suspeições e impedimentos


▪ situação de médico-legal
▪ documentos
OBS: vou perguntar os casos de impedimentos, os casos de suspeição, a
questão dos documentos médico-legais → na prova é para vocês saberem
quais são as partes dos documentos médico-legais, por exemplo.

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