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Medicina Legal A

Luiz Antonio Lacerda do Amaral

Prova 13/06. Questões de V/F.


Trabalho: Um ​paper 3 ou 4 folhas como se fosse uma redação. Máximo 3
folhas digitadas. Trabalho Individual. Tema: “Considerações sobre a relação da
eficiência da justiça com a polícia científica”.
Premissa: A Justiça tem um grau de dependência da policia cientifica. Tão
eficiente será a justiça quanto for a policia cientifica não só na questão da
presteza de realização dos exames como também na qualidade no espectro de
tipos de perícia que a polícia científica pode realizar.

Medicina Legal

Como é que se quantifica um dano? Uma lesão, um dano, observado


sob a ótica médico-legal é distinta da que tem um médico, voltado à solucionar
aquele dano. Como o ramo se apropria (para-medicos) ela é muito mais do que
uma especialidade, mas uma disciplina.

MEDICINA LEGAL

A medicina legal é considerada uma disciplina que se utiliza de todo o


conhecimento médico. O perito deve ter conhecimento de todas as áreas da
medicina. Ela se serve de conhecimento de ciências para-médicas (biologia,
farmácia, toxicologia), que prestam seu auxílio.
A medicina legal existe única e exclusivamente para servir o direito​.
Na elaboração, interpretação e cumprimento das leis. ​Ela serve muito ao
penalista, mas existem outras áreas do direito em que ela tem serventia: no
âmbito cível, no que diz respeito às indenizações (erro médico), na esfera do
direito do trabalho. É um erro dizer que é só pra criminalística.

1. Medicina Legal. GENIVAL VELOZO DE FRANÇA.


2. HELIO GOMES. Medicina Legal.
3. HERMES RODRIGUES DE ALCANTARA.
4. ELTON KROSS
5. FLAMINIO FLAVIO.
6. HILARIO VEIGA DE CARVALHO. Compêndio de Med Legal

Avaliação objetiva V/F


Trabalho individual

Peritos e Perícias

Traumatologia
Avaliaremos os instrumentos que causam lesões
A...logia
Quantificação do dano
Origens.
Egito antigo. Mulher gravida não poderia ser executada. Alugém tinha que
certificar-se de sua gravidez. Informação que alguém dava à justiça antes de
aplicar a sentença de morte.
Roma Antiga. Lesões que mataram Julio Cesar, relatos sobre as lesões que
causaram sua morte.
Idade Media. Medicina legal. às econdidas, investigavam-se as lesões que
causavam a morte do individuo até +/- século XVI para XVII Paulo Saque e
Ambrosio Carret.sistematizaram a Medicina Legal dando origem a uma
aplicação ao desenvolvimento até os dias atuais.
Joana D’Arc 1420, França dominada pela Ingçaterra (Guerra 100 anos), D’Arc
duas perícias medico-legais: D’Arc tinha visões (alguém falava com ela) e até
ela alcançar a chefia dos exércitos franceses foi muito contestada. Havia uma
profecia na França dizendo que uma virgem salvaria a França. Ela se colocou
neste papel e os adversários queriam derrubá-la. Uma das provas era verificar
se ela era virgem. Anfiteatro. Entra uma mulher para examinar o hímem para
confirmar. Primeira perícia. A segunda, psiquiátrica, por conta de suas ​visões​.

Perícia médica
Se medicina legal é conjunto de conhecimento smedicos e paramedicos que
objetiva servir a justiça, a aplicação deste conhecimento é um ato pericial.
Portanto a perícia é a aplicação de todo este conhecimento com objetivo de
servir a justiça.
Servir a justiça naquilo que ela venha a ser solicitada a esclarecer. A Medicina
legal não pode agir de ofício. Tem que ser provocada por uma autoridade
policial ou judiciária. O perito não pode sair por aí fazendo perícia em quem ele
bem entendender sem ser efetivamente provocado pela autoridade.
É um ​ato médico assim como a neurocirurgia, a cardíaca, qualquer consulta
medica. Está, portanto, normatizada e sob os efeitos legais dos códigos de
ética médica. Tudo aquilo que se aplica à prática médica, a medicina legal está
também sujeita.
Temos, entretanto, no ato pericial uma salvaguarda: a ​divulgação do segredo
médico. A perícia médica torna-se pública, ao contrário das demais práticas
médicas aonde há uma das pedras fundamentais da prática médica que é o
sigilo médico o perito ao redigir seu lado a torna pública. Estaria contrariando a
norma ética geral.
Natureza da perícia médica é indissociável. Não tem como manter sigilo disso.
O ato pericial materializa uma lesão, um evento. Quando examinamos algo,
materializamos através da confecção do laudo pericial. Tudo aquilo que o perito
vê ele deve descrever de modo técnico, objetivo e sucinto, mas extremamente
minucioso. Tudo o que é visto deve ser descrito no laudo pericial.
A perícia médica se materializa no laudo pericial. Diretamente, evidentemente,
aquele dano, a lesão, aquele evento objeto da perícia fica ali materializado ​ad
aeternum​. O laudo pericial deve ser confeccionado para ser entendido em
qualquer lugar e qualquer época e possa visualizar aquilo que o perito viu na
época da confecção do laudo. Quanto mais próximo do evento for realizada a
perícia médica, mais próximo da verdade ela estará porque a perícia médica se
baseia em dados objetivos.
Dado objetivo é aquilo que pode ser constatado por um dos sentidos: visão,
audição, tato, olfato, paladar.
Transportar isso para a clínica médica, dados objetivos são ​sinais​. (Sinais e
sintomas). O que podemos constatar como objetivo, sob o ponto de vista
clínico são sinais. O que não puder ser constatado, dado ​subjetivo​, dizemos ser
sintomas​.
Exemplo: eu estou com dor de cabeça.
Prova? Existe um dorímetro? Auferir o grau de dor?
Toda a perícia médica tem que ser embasada na observação de dados
objetivos (​sinais​). Tudo o que estiver contido no laudo pericial tem que ter
embasamento técnico-científico. O laudo pericial não é um tratado de medicina
onde vou dizer “eu acho”. Não é documento onde se lançam hipóteses. Ou é
ou não é. Uma vez inseridas no laudo, não mais podem ser retiradas. O perito,
quando falamos que todas as afirmações devem ser embasadas técnica e
cientificamente, significa que o perito não deve dar a cara para bater. Assim,
qualquer afirmação dele sem esse embasamento é dar cara para bater e sua
perícia pode ser desmontada como um castelo de cartas. A perícia perde
sustentação. Qualquer débil mental pode ler aquilo e demolí-la.

Quem é perito?
Perito é indivíduo com conhecimento profundo e reconhecido sobre uma
ciência, uma arte ou um assunto. Perícia médica diz respeito a conhecimento
profundo e reconhecido em medicina legal – alguma área médica.

Dois pilares sustentam o perito:


a) Competência
b) Idoneidade

Qualidade que também é fundamental: a humildade. O perito deve ser humilde


ao reconhecer quando eventualmente ele erra ou cometa falha, omissão. Se
não reconhece sua humildade ele acaba comprometendo sua credibilidade
(sua idoneidade).

O perito também deve ser isento de pressões não só externas como internas
(seu ego).

A perícia médica tem limitações. Por ser a medicina uma ciência que não é
exata, é preciso conhecer as limitações que a perícia contém. Diferente de uma
perícia contábil onde a questão é matemática. Na medicina: uma lesão pode ter
uma determinada interpretação diversa daquela de um colega seu. Ambos
podem embasar técnica e cientificamente a interpretação.

Por isso quem esteja envolvido, esteja ciente disso. O cliente, o advogado, o
juiz, promotor e outros peritos precisam estar cientes. O perito se vê enganado
ou na obrigação de ter que resolver o problema e, na verdade, ele não tem que
resolver o problema, mas fornecer ferramentas para que o problema seja
resolvido.
Se o perito se coloca na obrigação de resolver o problema ​custe o que custar
ele se dá mal. As vezes de boa-fé. Ele não tem entendimento das limitações
que ele encontrará pela frente. E isso baliza o que ele pode falar e o que pode
escrever. Da mesma forma um promotor, advogado, juiz tem que considerar
estas limitações. Entender que há limites.

Objetivo principal de uma perícia é esclarecer uma dúvida: seja das partes seja
do juiz ou autoridade policial judiciária trabalhando naquela questão. O objetivo
da perícia a norteá-la é sempre encontrar aquilo que se quer ter
esclarecimento. A dúvida.

Qualquer fase do processo pode ser solicitada uma perícia. O juiz não está
adstrito às conclusões do laudo pericial. Ele é o perito dos peritos. Ele não tem
que acatar as conclusões de um laudo pericial. Pode aceitar um laudo, acatá-lo
parcialmente ou refutá-lo. Raramente refuta. Normalmente o laudo vem no
prefácio da sentença (dos fatos). Raramente aceita os assistentes técnicos
(peritos das partes).

Assistente técnico: médico-legal à margem da perícia oficial, indicado pelas


partes. Ele vai tentar dar sustentação técnico-cientifica para a tese da parte.

Perito do juiz, perito nomeado, perito de confiança: é o mais comum.

As partes podem designar os seus assistentes técnicos.

O perito está sujeito, como autoridades envolvidas com o caso, à


impedimentos. Os mesmos impedimentos legais o perito também está sujeito.
E impedimentos morais também: aceitar o encargo avaliando se ele tem algum
pré-conceito sobre aquilo que de certa forma vá comprometer suas conclusões.

Há uma perícia que só o juiz pode designar: a perícia psiquiátrica. Suas


características inerentes penetrarão as partes mais ocultas da mente da
pessoa. Expõe suas entranhas. A lei entende que este individuo não pode ficar
exposto a uma requisição de um delegado, por exemplo, que vá a qualquer
pretexto encaminhar para o IML para este fim. A lei protegeu esse indivíduo.
Uma das partes que julgar necessário deve fundamentar e requerer ao juiz que
realize essa perícia. O juiz não pode simplesmente dar uma requisição para
submeter-se, ele analisará.

Tipos de perícia e Diferenças na condução

Perícia ​direta​: os elementos objetivos estão na frente do perito.


Já na ​indireta​: porque os elementos objetivos já desapareceram (fugaz),
porque alguém morreu, os elementos objetivos não estão mais ali. Então
teremos que dispor de outros meios (prontuários, laudos, complementares,
raio-x tomografia laboratório) Influencia na condução.

Os princípios variam no direito civil e penal. Assim também na medicina legal


há princípios e formas de se observar (uma lesão) por exemplo. Ela pode ser a
mesma: exemplo amputação do dedo mínimo. O tratamento legal pode variar
na sua interpretação. Foi em uma briga de bar? Vai para o direito penal. É uma
perícia para o direito penal e interpretaremos conforme os critérios do direito
penal. Agora, se for para o direito cível é outra interpretação a partir do mesmo
dano. Lesão por amputação do dedo mínimo agora foi provocado por uma
máquina. Aí para o direito do trabalho.

Direito penal​.
Objeto da perícia chama-se ​corpo de delito​. O direito penal, no que tange a
pessoa, guarda a vida, a integridade, a saúde do indivíduo. Tudo o que a
criminalística irá avaliar. O conjunto de vestígios materiais deixados por um
delito. Parte destes vestígios são examinados pela área médica. Já parte serão
pela criminalística. Sempre que um delito deixa vestígios é obrigatória a
avaliação do corpo de delito sob pena de anulação do processo. Nem mesmo a
confissão do autor elimina a obrigatoriedade da realização do exame de corpo
de delito.

Ex: Uma casa, pela porta dos fundos, vê-se pelo batente da porta sinais de
arrombamento .Pela cozinha, sob a pia uma faca suja de liquido vermelho.
Pingos de liquido vermelho no chão da cozinha nos leva até um corredor e um
quarto. Abrimos a porta e nos deparamos com o corpo de uma mulher com
múltiplas lesões sobre seu corpo em formato de ​casa de botão (formatos
elípticos). Este corpo sob lençol branco com manchas vermelhas e
branco-leitosas.
O que será desta cena objeto da criminalística, o que será para a química legal
e o que será para a medicina legal?

Criminalística: exame do local do delito na busca de vestígios. ​Perinecroscopia


e farão parte do corpo de delito. Sinais de arrombamento, impressões digitais,
faca, no laboratório de química legal queremos saber se o líquido da faca é
sangue ou outra coisa; e se é sangue humano e se é humano se é da mulher
mesmo? Mesma coisa as manchas sob o lençol. As vermelhas e
branco-leitosas (semem).

E o cadáver? ​Não pertence ao corpo de delito! ​Mas suas lesões sim, a


presença de sêmen fará. O cadáver em si não.

Instituto medico legal, através do médico legista fará a investigação do corpo


de delito. Carreira do executivo. Função eminentemente pública (não se
contrata perícia privada). Direito e dever de fazer perícias médicas na área
médico-legal.

CPP prevê isso, mas poucas cidades têm esse corpo. Inúmeros municípios não
têm. Médico determinado pela autoridade policial ​perito ad hoc​. Na falta de
médico, alguém com curso superior na área de saúde pode fazer a perícia.

Só pode agir provocado por autoridade policial ou judiciária. Requisição para


atuação do perito.
Exceção: quantificação do dano, lesões corporais e conforme sua gravidade
(leves, graves, gravíssimas). 80% das lesões periciadas eram de natureza leve,
de pequena monta e insuficiente gravidade sem sequelas, Lei 9099/95 quis
sanear as atividades do IML e desobrigou a realização do corpo de delito para
as lesões de natureza leve, substituindo esse exame por um documento
médico (atestado médico que atendeu a pessoa, boletim de atendimento
hospitalar ou ambulatorial) suficiente para substituir o exame de corpo de
delito. Mas essa determinação ​não pegou e o IML ainda fica na perícia deste
tipo de lesão.

Quem assina o laudo? O Perito.


Quantos assinam? 1
CPP dizia que dois peritos deveriam fazer a perícia e assina-la. Medicina não é
ciência exata e determinada lesão pode gerar interpretações diferentes. A
atuação de dois peritos no mesmo momento seria importante para dirimir
dúvida dos peritos. Não havendo concordância seria chamada terceira pessoa.
Como nunca cumprido há anos, acabou caducando.

Recente mudança no CPP legitimou a presença do assistente técnico na


perícia criminal. Antes não era permitido. O Assistente técnico é alguém com
conhecimento em medicina legal que trabalha para uma das partes para dar
sustentação técnico-cientifico para a tese do advogado. Seu objetivo é dar essa
sustentação para a tese, auxiliar, sempre baseado em afirmações
técnico-cientificas. Enriquecer.

Morte
Natural ou violenta.

Violenta: homicídio, suicídio ou acidente.

Toda morte violenta deve-se passar pelo IML. Mesmo que o cara tenha
recebido um tiro hoje e faleceu 30 dias depois. O corpo deve ir para o IML.

Já as mortes naturais passam pelo IML se não houver atestado de óbito


fornecido pelo médico.

Princípio fundamental do Direito Penal: igualdade. Já no Direito Civil: desigual.


No Direito Penal, a lesão na cara da fera é igual à lesão na cara da bela. No
direito civil não.

Um dentista envolve-se em uma briga, tem uma lesão e perde a sensibilidade


do seus dedos indicador e polegar. Essa perda, para o direito civil,
impossibilita-o a executar sua função. Ele pode pedir indenização. Mas no
direito público (penal ou previdenciário) ele não pode pedir aposentadoria.
Respostas distintas.

Perícia psiquiátrica: só com determinação judicial.


Diante de um homicídio, suicídio, lesão, a policia civil é acionada. A vitima é
levada ao IML com a devida requisição para realização do exame de corpo de
delito. Essa pessoa que sofre lesão corporal (estará viva) faz boletim de
ocorrência e recebe requisição para ir ao IML.

No IML as perícias têm um padrão procedimental. Os quesitos padronizados. O


que fazer e o que responder. Situação diferente, por exemplo, quando de um
pedido de aposentadoria (previdência) em que a autoridade que pede pela
perícia elabora os quesitos.

No andamento do processo nova perícia pode ser solicitada, junto com


assistentes técnicos, aí sim, formulação de novos quesitos pelas partes.

Aula 04/04
Perícia no Direito Civil.

Interesses patrimoniais e extrapatrimoniais. Busca-se uma indenização. O


parâmetro para que se dê a indenização em caso de dano é por meio da
perícia. Dano corporal. Há padronização na quantificação do dano. E há
personificação do dano. Aqui no Civil os indivíduos não necessariamente são
iguais. Observar interesses e características do indivíduo (como a idade) para
personalizar esse dano. Serve para qualquer perícia.

Qualquer perícia (naõ só a cível):


1. Verificar se houve dano.
2. Nome ao dano: contusão, fratura, perda de uma visão.
3. Estabelecer o nexo de causalidade
4. Estabelecer o agente que causou o dano
Não no sentido de indivíduo, mas se foi uma energia, uma substância, um
objeto.
5. Quantificar o dano
Extensão das consequências a curto, médio e longo prazo.
Deixou sequelas? São temporárias?
Como não há padronização, a perícia será tão melhor quanto possa o
perito avaliar o dano e estabelecer essa relação entre as características
do indivíduo e as consequências que o dano trouxe para estas
características.
Ex> jogador de futebol. Sofreu uma lesão e não pode mais jogar.
Se ele é jogador de futebol a cada 10 anos, isso não é tão relevante.
Se ele é jogador frequente, 3 vezes por semana, isso tem um significado
mais especial.
O perito tem que ser minucioso, tem que ser ​especula​. Perguntar tudo
para o ofendido.
A concluir “esse dano teve tais e quais repercussões a prejudicar mais
ou menos o seu interesse”. O perito, portanto, ​quantifica o dano​.
Não existe uma padronização ​nessa busca, mas o perito deve em seu
laudo pericial dizer quais os critérios objetivos que levou para quantificar
o dano. Pode ser uma tabela X publicada em tal revista científica de tal
país.

Normalmente o juiz é silente. Espera que as partes se manifestem e solicitem


perícia por meio de petição, motivada (em virtude de...). Se o juiz acreditar que
tem capacidade de avaliar sem perícia, pode dispensar a realização da perícia.
O objetivo é informar a justiça.

Determinando a perícia, o juiz fixará os pontos controvertidos. Ele pode


transformar em perguntas a serem respondidas pelo perito. E esse passa a ser
o objetivo da perícia que é para onde o perito caminhará. O principal da perícia
é dirimir as dúvidas do juiz. Cada parte tem os pontos que julga ser necessário
esclarecer e também serão esclarecidos desde que sejam relevantes à
questão. O centro da perícia, objetivo, está naquilo que o juiz quer saber.

Deferida a realização da perícia, dará prazo para as partes indicarem os


assistentes técnicos. E para os advogados também elaborarem os quesitos
que achem ser necessários para resposta pelo perito.

Assistente técnico: preferencialmente na medicina legal, podendo ser


específico no que está se tratando a perícia e o objetivo do assistente técnico é
enriquecer a perícia e não conturbar, nem embolar, no sentido de tentar dar
uma sustentação técnico-científica para a tese da parte interessada.

O perito indica o caminho e o assistente vai colaborar com o perito. O


assistente técnico se dá as vezes antes mesmo de entrar o advogado na ação.
Também pode revelar o grau de dificuldade para entrar com ação judicial ou
não. Pois pode tornar-se tão difícil e tormentoso: perda de tempo e dinheiro.

Deixando de inserir quesitos estará comprometido o trabalho. Agora, colocado


e respondido ​não se tira mais​.

Um macete para elaborar requisitos é: ​contar a história do caso citando as


lesões e direcionando isso para o objetivo do advogado​. Elaborar quesitos
entrelaçados uns aos outros. Para que o perito vá contando a história que
vocês contaram no papel e transformar isso em quesitos. Uma redação. A
partir da redação vêm as perguntas. Com a prática a elaboração já é intuitiva.

Formação dos quesitos


Entrar em contato com o assistente técnico, levando os documentos, dados do
processo, inicial, contestação, documentos médicos relevantes, indicar ao
assistente técnico o objetivo, a tática e o assistente técnico vai elaborar os
quesitos. Envia ao advogado, para debate e ajuste. Muito importante essa fase
da elaboração dos quesitos.

Escrivão irá nomear o perito que passará a ser o ​perito do juiz ​ou ​perito de
confiança​. O perito nomeado avaliará se é competente para fazer ou se não é
impedido moralmente, éticos ou legais. O perito propõe os honorários periciais
(proporcional ao grau de dificuldade e tempo estimado). O perito não está
obrigado a aceitar. Fixar os honorários periciais, começa a fase de pechinchar,
parcelar, baixar valor, etc. através dos autos. O juiz pode intervir e fixar esse
valor. O perito novamente pode recusar-se. Outro perito será nomeado até que
um aceite.

O perito passa a dirigir os trabalhos periciais. Marca dia, hora e local, pede
determinados documentos. Ele determina a realização de diligências que julgar
necessárias. O cliente e o advogado comparecem à realização e podem e
devem realizar todas as perguntas necessárias e que surgirem, com educação.
Não é hora de digladiar-se, mas de trabalhar profissionalmente.

Exame clínico: aqueles que não são médicos retiram-se da sala. Para não
expor os pudores. Examinar e descrever o que vê. Posteriormente retorna-se à
sala de perícia e novos diálogos e questões são dirimidas.

Perito tem prazo para entrega de seu laudo. Da entrega, oportunidade de


exercer o ​contraditório​. O assistente técnico auxiliará a atenuar os resultados.
Não se deve atacar o perito e dificilmente o magistrado substitui o perito. A
estratégia é questionar com outros estudos. As intervenções aqui devem ser
traduzidas na elaboração de novos quesitos – quesitos complementares ou
suplementares. A elaboração também tem a técnica da ​redação interna
convertida para perguntas.

O perito pode e a parte contrária também pode pedir para impugnar os


quesitos, indicando que já respondeu os quesitos e que há tentativa de protelar
as fases aqui. O Juiz identificada essa situação pode encerrar a perícia.

Personalização do dano: cada perito tem seus critérios. Vivência aprimora-os.


O perito pode em seu laudo limitar-se a responder quesitos. Isso é pouco.
Importante conter bibliografia utilizada. Não há padronização. Eis a vivência e a
qualidade.

O professor, para sua perícia, ao quantificar o dano ele gradua numa escala de
0 a 10 porque estamos habituados a esse grau. Ex: Incapacidade permanente,
temporárias (quanto tempo ficou privado de suas atividades), na dependência
de terceiros para se locomover, para se alimentar, para higiene pessoal.
Quanto sofreu – a dor passa a ter preço --. Uma ferida provocada por um
estilete no rosto é menos dolorosa do que outra que teve o pé esmagado por
um pneu no ônibus. Introjeta ao perito, uma avaliação subjetiva de como seria
se ele mesmo tivesse esse dano. E como carregam-se daqui as angustias,
incertezas, falta de perspectiva frente ao dano.

Deformidades permanentes (estéticos). ​A lesão na cara da bela não é igual à


lesão na cara da fera​. Prejuízo das expectativas futuras.
A perícia no direito do trabalho.

Avaliação da capacidade laborativa do indivíduo decorrente de um ​acidente de


trabalho ou ​doença ocupacional​. Provada a ​culpa do empregador, pleiteará
uma indenização.

Acidente de trabalho​: todo evento que venha causar lesão corporal,


perturbação funcional ou a morte do trabalhador com redução da capacidade
laborativa estando ele a serviço do empregador.
Circunstâncias
a. Acidente de trabalho-tipo. – fato súbito, violento, inesperado.
b. Doença ocupacional – é insidiosa, dilui no tempo e espaço, pelas
características do próprio trabalho.
a. Típica – inerente à profissão, nexo causal pela profissão.
Trabalhador de mina de carvão. Poeira vai para o pulmão.
Reação inflamatória fibrose do pulmão, quadro progressivo, perde
gradativamente a capacidade respiratória. ​Pneumoconiose.
MTE mantém uma lista de doenças típicas por portaria.
Atualizado há muito tempo atrás. A ultima para acrescentar a
tendinite, tenosinuvite dos extensores e flexores dos punhos dos
dedos, típica do digitador do computador.

b. Atípica – não é específica de uma atividade, mas incide para uma


gama de atividades profissionais.
Ruído um dos agentes mais frequentes, hostis, do ambiente de
trabalho. Surdez ocupacional pode ocorrer em várias atividades
profissionais.

Toda atividade ocupacional traz riscos. Traz fatores que podem atuar contra a
saúde do trabalhador. Ex: ruído, substâncias químicas, bactérias e fungos.

Tomando-se o ruído. Acima de 80 decibéis com exposição durante várias horas


ao dia, levando meses e anos. Isso lesiona o ouvido e causa a ​surdez
ocupacional​.

Cola de sapateiro. Tem benzeno, chileno, e ele vem inalando. Adquire uma
leucemia. É doença ocupacional.

Nexo de causalidade
Identificar se foi o trabalho o causador da doença ou o acidente.
A)No acidente de trabalho-tipo o nexo está evidente. É o evento violento.
B)O mesmo vale para a doença ocupacional típica. Não precisa correr atrás do
nexo de causalidade. A lei já diz, a profissão já diz.

O problema vem a ser na doença ocupacional atípica. É preciso ir até o local


de trabalho para verificar os riscos a que está exposto para então estabelecer
ou excluir o nexo de causalidade. Aqui o bicho pega! O é também para outras
profissões em que a doença ocupacional parece típica: como é o caso do
secretário. Ele não é o digitador, mas é preciso verificar sua condição de
trabalho. Ou seja, não é porque é típica de uma profissão que será de outra.
Analise qualitativa: tem casos em que não é necessário avaliar a quantidade de
substância. Ex: benzeno. Basta haver benzeno para estabelecer o nexo causal.
Não precisa medir a quantidade.

Analise quantitativa: quanto está exposto. Para o caso de mármore, madeira,


carvão. Há um limite de tolerância admissível. É o caso que diferencia o
trabalhador que corta mármore o dia inteiro ​versus ​o instalador do mármore na
casa do cliente.

Culpa
Gera indenização.

Nossa legislação, portaria 3.214 MTPS observando o artigo 200,CLT,


menciona 34 normas ​NR​, saúde e segurança do trabalho. Negligência,
imperícia, imprudência.

Origem do acidente do trabalho ou doença ocupacional


A) Ato inseguro – o trabalhador transgride uma norma básica de segurança
ou uma ordem de serviço que lhe foi dada. Ele é negligente.
B) Condição insegura – o empregador não fornece as condições
adequadas de saúde e segurança no trabalho para que seja executado.

Indenização
Proporcional à capacidade laborativa. A perícia médica dará esse parâmetro
para o juiz.

Princípios:
1) Não há padronização para se avaliar a redução da capacidade
laborativa; Há tabelas para embasar objetivamente a opinião do perito.
No Brasil usa-se muito a tabela da Susep.

Incapacidade:
A) Temporária: todo e qualquer tipo de trabalho por um período de tempo.
Mas pode retornar ​normalmente a executar uma atividade que estava
exercendo antes. Não há período de tempo. Sem sofrimento, esforço
maior, agravamento de sua saúde ou a terceiros.
B) Permanente
a. Parcial: Algo ficou. O tratamento dado ao indivíduo impede-o a
executar atividades que ele executava antes, mas pode executar
outras atividades. Ex: motorista de carreta, acidente de trabalho,
traumatismo cranioencefálico. UTI 1 semana, estado de coma,
recupera a consciência, mas fica com um quadro convulsivo.
Dirigir ele não poderá, mas ele pode executar outras atividades
que não exijam, por exemplo, trabalho em altura, uso de
máquinas perigosas, manutenção elétrica.
Quem me garante que isso representa 30% como assim quis a
Susep? Por isso o professor não usa tabela.
b. Total: inválido. Não executa mais nenhum tipo de trabalho.
Procedimento​.
Uma das partes requer, juiz avalia pertinência.
Verificada a pertinência, igual ao direito processual civil.
Defere, tempo para assistente técnico, quesitos, juiz nomeia perito. Perito
negocia honorários, verifica eventuais impedimentos, aceita encargo, dirige os
trabalhos. Exibe o laudo. Vem a contestação. Quesitos complementares.

Previdência Social​.
Verifica-se a incapacidade.
a) Temporária
b) Permanente
a. parcial
b. total

Não importa o que causou, o trabalhador vai pleitear esse benefício. Quem tem
carteira assinada, tem desconto de percentual para sua seguridade social.
Benefício social​.

Temporária: pelo tempo


Total: aposentadoria por invalidez.

Sequela: auxílio-acidente.
Solicita administrativamente. Juntas de perícia médica. Não há padronização.
Da decisão administrativa tem direito a três recursos. No terceiro, junta pericial,
composta por um relator, um representante do empregado e outro da
previdência. Relator elabora um laudo e os outros vão acatar ou não a respeito
desta incapacidade.

Contra esta decisão, indeferimento, há uma prévia administrativa nas juntas


previdenciárias federais na Justiça Federal. Um juiz nomeará um perito para
fazer o laudo.

Ainda descontente, cabe ação judicial contra o INSS na JF.

Problema social: perícia porca do INSS diz que ele está apto, médico do
empregador diz que não. A empresa não vai aceita-lo sob pena de agravar seu
quadro. O INSS não vai indenizá-lo, pois acha que está apto para o trabalho.
Tudo indeferido, cabe ao trabalhador entrar contra a empresa.
Aula passada ... tanatologia (?) forense.

Lesão: alteração...
Agente externo de forma violenta.

Classificação dos agentes causadores de dano: energia, substancias, objetos,


microorganismos.

Divide-se: mecânicos, físicos, físico-uwqimico, biológicos,...

Cada agente causador de dano produz uma lesão e pela identificação dessa
lesão, qualificiar o dano, dando nome, estabelece-se o nexo de causalidade
agente e lesão. Isso é feito porque conhecendo a lesão, olhando-a, o perito é
capaz de identificar a natureza do agente que causou o dano. Cada agente
causa uma lesão com determinadas características. Conhecendo as
características, identifica-se a natureza do agente.

Identificar a natureza, não significa identificar o objeto em si, e sim dizer qual a
natureza do agente: mecânico, físico, químico, etc..

Ocuparemos nas próximas aulas em falar destes agentes causadores de dano


e lesões que eles produzem. Importância para três ramos: cível, trabalho,
penal.

Aula 25/04

Instrumentos mecânicos: são os objetos. Agentes mecânicos ou instrumentos


mecânicos. Três instrumentos mecânicos básicos:
a. contundentes
b. perfurantes
c. cortantes

podem misturar entre eles, originando três outros instrumentos:


a. perfuro-cortantes
b. perfuro-contundente
c. corto-contundente

Contundente: pressão, distensão, atrito ou deslizamento, rotação. Os


instrumentos agem por todo tipo mecânico possível. Exemplos: martelo,
cassetete, ripa, volante do automóvel, poste, pedra, piso. Produzem lesões
contusas​. ​Como um olho roxo. Chama-se equimose. Um beliscão, um murro,
um pontapé, cair no chão e ir deslizando, cassetada (cassetete).

Perfurantes: são cilíndrico-conicos, de pequeno diâmetro, pontiagudos. Agem


por pressão. Exemplos: agulha, alfinete. Lesões ​punctória​.
Cortantes: são afiados. Agem por deslizamento e pressão. Ex: navalha e
bisturi, estilete, lesões ​cortantes​.

Perfuro-cortante: ao mesmo tempo perfura e corta, pois é combinação. Tem


gume. Ex: faca, punhal. Lesões ​perfuro-cortantes​.

Perfuro-contundente: têm diâmetro maior e podem ser mais longos. Para


perfurar e contundir. Ex: chave-de-fenda, caneta, prego, projétil de arma de
fogo. Lesões ​perfuro-contusa​.

Corto-contundente: instrumentos não tão afiados. Eles cortam e contundem.


Ex: machado, foice, facão de abrir picada no mato. Lesões ​corto-contusas​.

Quanto às lesões, instrumentos ​contundentes​ podem produzir:

a) rubefação
b) edema
c) escoriação
d) equimose
e) hematoma
f) ferida contusa

Rubefação: agente traumático atinge o tecido vivo e a pressão súbita provoca


no organismo vivo uma reação no local onde houve o contato traumático.
Vasos sanguíneos dilatam-se, aumentam diâmetro, dentro do vaso sangue
(vermelho) então naquela região de contato haverá um acúmulo vermelho. A
lesão será vermelha. Tempo de ocorrência muito pequeno, pois com o passar
dos minutos os vasos contraem. É fugaz, transitória. Não tem maior
importância médico-legal, raramente observado. No mais, baixo poder lesivo,
máximo uma dor local, fenômeno subjetivo pelo qual o perito não poderá
atestar. Só em tecido vivo.

Edema: inchaço. Mecanismo similar à rubefação. Agente traumático atinge o


tecido vivo e há vasodilatação, mas sairá líquido do vaso sanguíneo. Esse
liquido infiltra as proximidades do contato com agente traumático. Aumento de
volume causado pelo liquido extravasado. Um galo, distender o pé. O gelo aqui
ajuda, a baixa temperatura contrai e minimiza extravasamento do líquido,
edema menor. Pé de broa. Com o passar dos dias o líquido é absorvido pelo
organismo e o tecido volta ao volume normal. Só se dá em tecido vivo e não
deixa sequelas quanto isolada (a menos que haja fratura).

Escoriação: Temos uma camada mais profunda, a derme, e uma superficial a


epiderme. A escoriação é lesão produzida por atrito, em que agente traumático,
por atrito, remove a epiderme e expõe a derme. Escalavrada, cai e sai
deslizando no chão. Carne nua. Tecido vivo. Forma-se na sua superfície um
pontilhado ou de sangue ou de secreção sanguinolenta e pode associar-se
gotas amareladas. Solidifica-se e vira uma casca: uma crosta hemática. Não
deixa sequela. Por um tempo pode-se ver uma lesão esbranquiçada. Em área
exposta não recomenda-se tomar sol ali, pois poderá ficar uma mancha. A
escoriação pode ser extensa (arrasto de veículo) ou pode ser pequena
(unhada). Comparação de vínculo genético.

Veja que a medicina legal está tentando identificar elementos objetivos na


busca de corpo de delito, para importe do direito.

Fica pra próxima aula: equimose, hematoma e ferida contusa.

Dia 02/05

Fratura de osso decorrente de atropelamento ou precipitação gera lesão


contusa. Fratura exposta também.

Equimose​: Lesão arroxeada. Agente traumático atinge tecido. Sangue no


interior do vaso arrebenta-se, sangue sai e infiltra-se no tecido vizinho como se
fosse uma esponja.

Por conta dos agentes externos como a luz e o ar atmosférico verifica-se


mudança na coloração deste sangue que saiu do vaso:

1. Do vermelho do sangue, passa para uma cor violeta.


2. Dois-três dias essa violeta vai virar azul.
3. Dois-três dias o violeta vai para verde.
4. Dois-três dias verde vai para amarelo.

O perito não se coloca em posição de confronto com o examinando (“você está


mentindo”). Exemplo: alega ter sido agredido ontem, mas a coloração está
esverdeada. Apenas coloca no relatório: vítima disse que a lesão foi provocada
por conta de tal. E o perito acrescenta na conclusão do laudo que a cor está
esverdeada. Espectro-equimótico: variação da coloração. “Nos permite avaliar
que a lesão tem uma data antiga ao evento, portanto não existe ​nexo de
causalidade​”.

Equimose se verifica na superfície de qualquer órgão interno. Pode ocorrer por


desaceleração súbita e nas vísceras maciças como fígado, rim, baço. Não nas
ocas como intestino. Assim, num veículo a 120 km/h. Uma desaceleração
súbita. Uma equimose diferente, pois não há ação luminosa.

Pequeno agrupamento ovalar, um “punhadinho de areia”, chama-se ​sugilação​.


Chupão. Configura prova para um ​ato libidinoso​. Manifestação da sexualidade
diferente da conjunção carnal é ato libidinoso. Libido: apetite sexual. Este tipo
de lesão é encontrado na região do pescoço, das mamas, entre as coxas.

Víbice: uma equimose que reproduz o formato do objeto que a causou. Cinta.
Maus-tratos encontra-se esse tipo de lesão. Couro, cordas, fio elétrico, veículo
passando pelo corpo do atropelado (os sulcos dos pneus).
Hematoma​: ação traumática, vaso rompe-se, sangue sai do vaso. Ao invés de
se infiltrar no tecido, ele faz um caminho. E aglomera-se. Volume variável. O
baço, como tem um tecido sanguíneo bem fino, rompe-se face a uma
desaceleração. Vasa muito sangue (hemorragia). Sangue se acumula.
Posteriormente será absorvido pelo organismo sem deixar sinais, mas
ocasionalmente este hematoma pode se organizar (coagula, forma fibroses) e
fica endurecido como se fosse uma bola de borracha, caso em que não será
absorvido senão cirurgicamente. Seria uma deformidade permanente, um dano
estético. Teria que tirar aquilo e dar um ponto, ficando uma cicatriz. A primeira
lesão que eventualmente deixará consequência.

Ferida contusa​: Agente traumático vence a resistência do tecido e o tecido se


esgarça, como um pano. Normalmente uma ferida irregular, pois o agente não
estará tão afiado quanto um bisturi. Exigem-se pontos de sutura. Ficará uma
cicatriz. Dano estético, deformidade permanente.

Ofensa à integridade física do individuo? Se houve lesão: SIM.


Meio ou objeto que veio causar a lesão? A natureza do agente nós somos
capazes de responder. Foi um agente mecânico, um instrumento contundente.
Pode ser tanto um instrumento contundente quanto uma ação contusa. O perito
indica que foi uma ação, quando não foi um instrumento o causador (ex:
atropelamento com múltiplas lesões, precipitação (caiu da janela)) não é por
instrumento, e sim, ação.

Aula 09/05

Instrumentos mecânicos: contundentes, perfurantes, cortantes, os principais.

Perfurantes: cilíndrico-cônicos de pequeno diâmetro. Agem por pressão. Ferida


punctória. Não lesionam: abrem caminho no tecido. Importância médico-legal,
na esfera trabalhista: acidente biológico-perfurante. Enfermeiros, auxiliares,
coletores de material, e a agulha está contaminada, instrumento foi perfurante
(no caso a agulha contaminada). Vítimas: pessoas da limpeza. Outra
importância, na esfera cível, o acidente de punção: no ato de punção de uma
veia para administrar medicamento, falta de prática para acertar a veia pode
provocar uma lesão de nervo ou de vaso sanguíneo. Sendo de nervo, pode
resultar numa lesão permanente ou transitória, perda da sensibilidade.. no vaso
sanguíneo pode causar uma flebite ou uma tromboflebite (um coágulo
obstruindo uma veia, a absorção) e gera indenização.

Cortante: são instrumentos afiados. Bisturi, navalha, estilete, gilete. Há leve


pressão mas há mais deslizamento. Ferida leva o mesmo nome: cortante (ou
incisa que é só do bisturi). Podem causar mutilação: deformação estética como
amputação da orelha, amputação parcial de nariz, feridas cortantes na face que
resultam cicatrizes. Importância para o dirfeito penal, uqando estes
instrumentos são usados como ofensa, para o direito do trabalho quando os
funcionários trabalham com esse objeto e no direito civil decorrente de erros
médicos (bisturi). A ferida é em –​​ v​-- , facilmente suturado, mas que deixará um
dano permanente.
Perfuro-cortantes: têm gume, como faca e punhal. Ferida: perfuro-cortante.
Aspecto da lesão: elípticas em formato de casa de botão (parece um pinhão)
ou as vezes triangulares reproduzindo o formato da lâmina do instrumento.
Criminal: armas brancas (faca e punhal) aquela que não é de fogo.
Perfuro-cortantes com laminas até 10 cm não são consideradas armas brancas
(canivete). Importância penal: meio de defesa e ataque (baixo custo do
instrumento, acessibilidade fácil, não requer porte, portabilidade fácil,
eficiência). Direito do trabalho: acidentes de trabalho envolvendo instrumentos
profissionais.

Corto-contundentes: não são afiados, mais grosseiros. Machado, foice, facão.


Ferida: corto-contusa. Instrumento agrícola. Ocorrências policiais (lesão
corporal, tentativa de homicídio, homicídio) instrumentos de trabalho têm
importância relacionadas à acidente de trabalho.

Perfuro-contundente: diâmetro maior e não tão pontiagudo. Chave de fenda,


tesoura fechada, caneta, barras de ferro, prego, picador de gelo e o projétil de
arma de fogo. Ferida perfuro-contusa.

Lesão de defesa: no antebraço e palma da mão pode caracterizar lesão de


defesa. Houve luta, a pessoa não foi pega de surpresa. Pega de surpresa:
insídia ou traição. Insídia ou traição é qualificante de delito “outro meio
insidioso ou cruel” está no tipo penal. Olha a importância da medicina legal no
cumprimento da lei. Elementos à justiça para que possa ser feita.

Mutilação: várias lesões com objetivo de desfiguração.

Lesões especiais​.
Lesões especiais. Certa confusão por conta da terminologia.

Esgorja
Degola
Decapitação
Esquartejamento
Despostejamento

São lesões que ​podem ser causadas por instrumentos corto-contundentes


(facão), cortantes (navalha) e podem ser por instrumentos perfuro-cortantes
(faca).
Esgorja​: lesão atingindo a parte anterior do pescoço. Atingindo traqueia, vasos
sanguíneos, carótida, nervos atrás.
Degola​: na parte posterior (a gola da camisa).

Pela cauda da lesão sabe-se se o cara é destro ou sinistro. É o fim da lesão.


Destro, a cauda estará na parte direita.

Decapitação:​ separação da cabeça do resto do corpo.


Esquartejamento​: separação do corpo em quartos. Cabeça, tronco e
membros. Cortá-los é esquartejamento. Ocultação de cadáver.

Despostejamento​: múltiplos fragmentos. Ocultação de cadáver.


Aula 16/05

Quantificação do dano de lesão corporal

CP 129. Lesão Corporal.


Tem 2 parágrafos e tais trazem os critérios de quantificação da lesão corporal.
A quantificação do dano, dividida entre leves, graves e gravíssimas, embora
nos parágrafos haja critérios do perito na avaliação do dano quem lê à primeira
vista diz: “parece fácil, só enquadrar”. Mas não é assim. Embora os critérios
estejam ali objetivados, a interpretação fica a critério do perito. Ele que,
examinando o dano, verá se de acordo com os próprios critérios de avaliação
se se enquadra ou não. Não que todos os critérios sejam interpretativos.

Lesão leve é a subsidiária: não é nem grave nem gravíssima. 80% das lesões
periciadas pelos IML são dessa natureza.

Com objetivo de diminuir a quantidade de exames nos IML, a lei 9.099/95


Juizados, desobrigada exame corpo delito para lesões leves. “Essa foi uma lei
que não pegou”. Primeiramente, quem que vai dizer que a lesão é leve? E em
segundo lugar não são todos os médicos que estão alinhados com a medicina
legal a ponto de atestar pela lesão leve.

Lesões graves

São as que causam:


a. Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias;
b. Debilidade permanente de membro, sentido, função;
c. Perigo de vida
d. Aceleração de parto

Problematização:
1. O que é ocupação habitual? Pela medicina legal, inerente às
características do próprio individuo: profissão, estado civil, idade,
condição social, etc. A ocupação habitual para uma criança é distinta da
ocupação de um aposentado. Excluem-se as ocupações ​fúteis como ex:
a alegação do ofendido de ter como hábito ir tomar sol e abster-se por
mais de 90 dias por conta de uma lesão extensa. É fútil. ​Ocupações
ilícitas​ também não entram.
2. Aspectos da cura. A. Clínica – está liberado, com uma pequena
restrição, resguardo, não levante peso por 30 dias, não tome sol. B.
Médico-legal – situação em que o indivíduo poderia retornar às suas
ocupações habituais com segurança. O problema é que a cura clínica
pode não coincidir com a médico-legal.
3. Membros: apêndices do corpo. Sentido: visão, audição, tato. Função: o
modo de funcionamento de nossos aparelhos, digestório, unitário,
circulatório, reprodutivo. Debilidade de função: intestino, após uma
lesão, fica lerdo ou muito rápido. Havendo duplicidade, precisa auferir
como ficará o outro. É debilidade. Comprometimento da função de um
deles. Se houver comprometimento total, deixa de ser debilidade e
passa a ser ​perda​. Perda é gravíssima. Perda de um rim: o outro está
bom, então é debilidade. Se o outro já estava mal é perda. Gravíssima.
4. Lesões e posterior passagem por estado crítico de saúde. Recuperação
em tempo e sem sequelas não se enquadraria na lesão grave. Mas
atravessou quadro clínico delicado. Ficou em estado de coma é
indiscutível, ainda que por 1 só dia. Estado de choque, infecções
generalizadas, peritonite, ferimentos abertos no crânio, tórax e abdome,
insuficiência renal são elementos objetivos de perigo de vida e não se
discute desconsiderá-los. ​Tem que passar pela situação ou estar na
situação​, não é situação futura.
5. Aceleração de parto. Instituto médico-legal, não é instituto clínico. Não é
diagnóstico clínico dentro da obstetrícia, da prática médica. É um critério
médico-legal. Mulher grávida em qualquer fase da gestação. Condições:
lesão corporal (com nexo causal), antecipa-se o parto, em face da
mulher grávida e do parto o nascituro ​nasce ​com vida ​e permanece com
vida​. Diferente será se o nascituro nascer ​morto ou morrer em virtude
da prematuridade ou das lesões que sofreu → caso em que será ​aborto
situação gravíssima.

Aborto: interrupção da gravidez com morte do produto da concepção em


qualquer fase que a gestação esteja. Este conceito se aplica para
tipificar a Lesão Corporal Gravíssima e também para tipificar o aborto.
Dependendo da circunstância, se houver lesão caracteriza o artigo 129 e
se não houver lesão é 124,CP.

Lesões gravíssimas

Aula 06/06
Asfixias mecânicas

Agente físico-químico causador de dano.


Diagnóstico de asfixia não é assim tão fácil de ser feito. Diz com a respiração.
Processo vital, reposição constante de oxigênio, nossas células para manter
organismo funcionando consomem grande quantidade de oxigênio. Assim,
nosso organismo é mantido às custas de oxigênio. Respiraçao é um processo
e vqrios sistemas devem estar funcionando: vias respiratórias permeáveis à
passagem de ar. Impedimento da passagem de arm problema. Qualidade do
sangue. Oxigeniuo no meio ambiente em concentr adequada 20%.

Células entram em falência pela carência de oxigênio. Até um ponto que se


torna irreversível o dano. ​Ponto de não-retorno.

Diminuição: hipóxia ou anoxia e provoca a concentração de CO2. O que vai dar


o sofrimento da célula e levar à falência do organismo. As células que mais
snetem falta de oxigênio são as do SNC.

Classificacao das asfixias conforme fisiologia:


De Thaimoz.
1. Asfixia mecânica por obstrução de vias aéreas externas (sufocação);
2. Asfixia mecânica por obstrução de vias aéreas internas;
3. Asfixia mecânica por impedimento de movimentos respiratórios;
4. Asfixia mecânica por constrição do pescoço (esganadura)
5. Asfixia mecânica por mudança do meio
a. Soterramento: substância solida.;
b. Afogamento: substancia liquida;
c. Substancia gasosa prejudicial CO em excesso

Modalidades da sufocação:
1. Uso das mãos do agente;
a. Envolve força no ataque do agente
b. Envolve surpresa no ataque, insídia.
2. Aplicação de substância ou objeto moldável (travesseiro, pano);
3. Encapuçamento (saco plástico na cabeça)

Asfixia ​vias internas


Algo obstrui entre boca e alvéolo pulmonar. Mais frequente, engasgadura.
Engolindo, mastigando e falando ao mesmo tempo. Normalmente por acidente.
Aceleração súbita que provoca soltura de próteses dentária a obstruir vias
aéreas internas.

Impedimento movimento respiratório


Fólio torácico. Musculatura torácica: diafragma, tórax, abdomem. Se não puder
expandir o fólio, o ar não será sugado para o pulmão. Colisões por veículos o
tórax projetado contra o volante, múltiplas fraturas de costelas, perde-se
expansão pulmonar. Pânico na multidão. Pessoas comprimidas, pisoteadas,
impedindo que façam o movimento de expansão do tórax. Semi-soterramento:
cabeça de fora, o resto impedido de expandir.

Constrição do pescoço
A) Enforcamento
B) Estrangulamento
C) Esganadura

Enforcamento​: constrição do pescoço por um ​laço e ​o que aciona o laço é o


peso do próprio corpo do indivíduo​.

Estrangulamento​: constrição do pescoço por um ​laço​, mas o que aciona o


laço são ​forças vivas puxando o laço (uma força em movimento como
operadores de máquina ou por outro ser humano);

Esganadura: constrição do pescoço por membro do agressor. Uma


chave-de-braço ou chave-de-perna.

A presença do laço forma um sulco no pescoço. A evidência deste sulco


depende do tipo do material pelo qual é feito o laço. O estudo do sulco, da
marca, fundamental para o diagnóstico. Até para excluir simulação de causa
jurídica de morte. Assim temos:
a. Laços rígidos: arames, fio elétrico;
b. Laços semi-rígidos: gravata, cinto, cordas;
c. Laços moles: toalha, lençol.
- De tão mole, pode ser que nem se encontre sulco;

No laço por enforcamento:


- parte fixa (presa a um teto);
- parte reta (que liga o laço até..);
- alça;
- nó (fechando tudo);
O laço pode, ou não, ter nó.
Nó pode ser fixo ou corrediço.
Não havendo nó, termos duas ou mais laçadas (mais voltas no pescoço).;

Enforcamento:
- completo: corpo totalmente suspenso no ar;
- incompleto: corpo apoiado em alguma superfície;

Ele é:
- simétrico: quando o nó está na direção do queixo ou da nuca.
- assimétrico: em qualquer outra posição o nó.

Morte ocorre por constrição da traqueia, não se deixa passar o ar. Além disso,
não se deixa levar sangue para o cérebro. Morte complexa, a por
enforcamento.

Estrangulamento

Causa mais frequente: Normalmente insídia (traição), surpresa. Onde cruza o


laço indica a posição do agente em relação à vítima.
Acidente de trabalho em segundo lugar
Acidente: Isadora Duncan, atriz, echarpe prendeu na roda da Bugati e a
estrangulou.

Estudo do sulco
● No
enforcamento ● No estrangulamento
Continuidade: há uma área Contínuo: dá a volta completa.
que o laço não atua. Não se Sentido: é reto, horizontal.
vê sulco. É descontínuo. Profundidade: atua em todo o
Sentido: é oblíquo – a cabeça diâmetro do pescoço.
vai para o lado oposto. Uniforme.
Profundidade: vai diminuindo a
medida que se aproxima da
área onde não contata o nó. É
desigual.
Esganadura:
Constrição por membros do agente. Chave-de-braço.
Constrição da traqueia – morte.

Frequente: homicídio.
Verificar: superioridade de força e insídia (surpresa).
Violência sexual – certa frequência a esganadura.

Mudança do meio
A) Particulas sólidas: soterramento (não necessariamente por terra), mas
partículas solidas. Acidentes de trabalho por cereais. Frequente:
acidente de trabalho; Fenômenos da natureza como deslize de
encostas. Tragédia em Mariana soterramento por lama.
B) Partículas líquidas: afogamento. Frequente: acidentes de lazer.
Pescaria, barco, mar, rio; Trabalho: embarcações.
C) Partículas gasosas: outro gás. CO. A medicina legal mais atual está
tratando não como uma asfixia mecânica, mas uma intoxicação. Um
produto químico que provoca a desorganização celular. A ligação da
hemoglobina com CO é muito maior do que com O2. Asfixia por CO o
falecido fica rosa. Gás amônia, extremamente volátil. Evapora e irrita as
veias respiratórias. Causa um edema pulmonar. Amonia em refrigeração
(frigoríficos). Frquente: acidente de trabalho, acidentes domésticos,
suicídio.

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