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Direcção Geral de Formação Vocacional

ANEFA – Agência Nacional de Educação e Formação de Adultos – Unidade Regional do Norte

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Utilitários B2A
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Índice
1- Descrever........................................................................................................................................................................................ 3
2- Adjectivos ...................................................................................................................................................................................... 8
3- Literatura Popular.......................................................................................................................................................................... 9
4- Níveis de língua.............................................................................................................................................................................. 13
5- Preparar-se para uma entrevista de emprego............................................................................................................................ 18
6- Fazer um resumo............................................................................................................................................................................ 20
7- Medidas de grandeza...................................................................................................................................................................... 22
8- Direitos Sociais................................................................................................................................................................................ 24
9- Repartição de poderes..................................................................................................................................................................... 26

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Documento 1 – Descrever

Descrever é representar, através das palavras: pessoas, animais, objectos, paisagens, ambientes, etc.

Uma boa descrição pressupõe as seguintes etapas:

• observar atentamente;
• escolher os aspectos mais significativos;
• organizar os dados recolhidos.

Para além disto, devemos ter sempre em consideração os seguintes aspectos:

• partir do geral para o particular;


• ordenar os elementos (do mais próximo para o mais distante, do mais alto para o mais baixo, ou vice-versa).

Para preparar um exercício de descrição fazemos-lhe, de seguida, uma série de propostas que o poderão ajudar.

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Exercício 1.1:
Tente agora começar por caracterizar cada uma destas personagens de acordo com o exemplo apresentado:
(se necessitar consulte o Documento 5 deste caderno – Adjectivos)

Um homem ¾ honesto Uma mulher ¾ inteligente


emotivo ___________________
moreno ___________________
simpático ___________________

Um aluno ¾ ___________________ Um professor ¾ ___________________


___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________

___________________ ___________________
Um rapaz ¾ Uma rapariga ¾
___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________

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Um funcionário ¾ ___________________
___________________
Um presidente ¾ autoritário
___________________
___________________
___________________
___________________
___________________

¾ ¾
Preocupada ___________________
Uma mãe Um amigo
___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________

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Exercício 1.2:
Apelando agora aos nossos sentidos, vamos tentar descrever particularidades com eles relacionadas:

2Audição: o bater da chuva


Ex.: Começou lentamente. Os chuviscos mal se ouviam, na suavidade com que tocavam os vidros da janela e o chão da rua. Finos e leves como
algodão atingiam a superfície das coisas, silenciosamente. Mas, de repente, redobraram de intensidade, mais e mais fortes transformaram-se em
grossas bátegas. Chove agora a cântaros, ouve-se o barulho forte e rouco da chuva ecoando pelos ares, como uma musica desafinada e triste.

In Jogos de Língua Portuguesa (resumido e adaptado), Porto Editora

1Visão: as tonalidades de uma paisagem


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Tacto:

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Cheiro:

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Paladar:
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Documento 2 – Adjectivos

ADJECTIVO – é uma palavra que caracteriza pessoas, O livro grande.


animais, objectos ou acções. Uma clara manhã de Primavera.
Um grande homem.
Exemplo:
Uma planta rara e exótica. Substantivos:
O caderno novo é azul.
Dois pássaros velozes. palavras que referem
As casas brancas são raras. pessoas, animais,
Uma pessoa simples. plantas, objectos ou
Este rapaz é inteligente.
Uma casa arruinada. acções.

Exercícios: Tente agora imaginar dois adjectivos para cada um dos


Nas expressões seguintes, sublinhe os adjectivos: substantivos:
A água ______________________________________
Um jornal diário. A casa ______________________________________
Um trabalho cansativo. A noite ______________________________________
Um professor criativo. A árvore ______________________________________
Uma mulher bonita.

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Documento 3 – Literatura Popular

A Literatura popular é a que circula entre o «povo» e à qual ele está ligado.

Quando nasce, a literatura popular tem um autor, mas, depois, de boca em boca,
sem um registo escrito, em pouco tempo se torna anónima, passando a ser pertença da
comunidade.

Este tipo de literatura é muito importante pois permite-nos contactar com os


costumes, tradições, dizeres de outros tempos, que sobrevivem nos contos, cantigas,
provérbios, etc.

Poderá contactar, de seguida, com alguns exemplos desta literatura popular que
são, na sua maioria, recolhas de registos orais (que correm de boca em boca) e que, por
isso, têm características próprias.

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Textos do património literário oral:


Os textos de que vamos falar de seguida são provenientes do povo, da tradição da nossa terra. Há muitos anos atrás, eram
contados à lareira. Alguém os inventou (não sabemos quem) os séculos passaram e eles andaram por aí.
Foram passando de boca em boca... e alguns chegaram até nós. Esses textos são:

ADIVINHAS · Do trabalho e PROVÉRBIOS


Quem é que não experiência aprendeu o
resolve nada mas “Há milhares de anos que homem a ciência. “Provérbios, sentenças, os
vive a tomar existem adivinhas, que têm saberes do povo têm um
medidas? feito pensar e rir muitas enorme interesse. Trata-se de
gerações de adultos e uma forma de cultura
crianças. Já se perdeu a popular que se transmite de
memória de quem as geração em geração,
inventou e são hoje um mostrando-nos o que os
tesouro da nossa cultura que antigos já pensavam e, deste
não pára de crescer porque modo, constatamos que se
há sempre gente imaginativa mantém igual ao pensamento
que o vai acrescentando.” dos nossos dias..”

Luísa Ducla Soares, “Falar Melhor, Escrever


“Adivinha, Adivinha” Melhor”

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LENGALENGAS TRAVA-LÍNGUAS
Era, não era, Esta burra torta
Andava lavrando, “Lengalenga é um texto trota, Trava-línguas é uma
Recebeu carta, com frases curtas (que Trota trota a burra brincadeira com palavras
Do seu tio normalmente rimam) e torta, difíceis de pronunciar
Fernando,... muitas repetições, que nos Trinca a murta, a quando estão juntas, como
ajudam a decorá-lo com murta brota, ... por exemplo: três tristes tigres.
facilidade.
Normalmente às lengalengas Língua Portuguesa 5
estão associados brincadeiras Areal Editores
e jogos muito divertidos
feitos em grupo.”

F. Adolfo Coelho,
“Jogos e rimas infantis”

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CONTOS POPULARES
A Cobra e o Cordão do Frade
“Transmitidos de boca em
Uns frades comeram desalmadamente; um deles boca, de pais para filhos,
precisou alargar a cordão que trazia à cinta, mas não faziam parte integrante de
queria dar parte de fraco. Lembrou-se de uma um legado transmitido de
estrangeirinha, e disse: geração em geração.”
- De uma vez andava ao peditório, e passei por um
campo, onde vi deitada ao sol uma cobra, e que Maria Emíla Traça,
cobra! Era assim (e nisto começa a tirar o cordão) “O Fio da memória: Do
pouco mais que este tamanho (e estendeu o cordão). Conto Popular ao Conto
para Crianças”
Depois tornou a atar o cordão mais largo e
continuou a comer, sem que os outros dessem pela
esperteza.

Teófilo Braga, Contos Tradicionais Portugueses Iniciativas


Editoriais

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Documento 4 – Níveis de Língua


Ao usar a expressão oral ou a expressão escrita, cada falante adapta a língua às diversas situações de acordo com factores como a
realidade social em que está inserido, o grau de cultura, a idade. Assim, a mesma mensagem pode ser produzida de modo
diferente pelo mesmo emissor, que instintivamente opta pela que melhor se ajusta às circunstâncias, ao contexto e ao
destinatário.

Repare, por exemplo, nestes comentários que traduzem apreço pelo jogador de futebol Luís Figo.

- Gosto mesmo de ver jogar o Figo!


- O Figo é um jogador amoroso!
- Considero o Figo um jogador fabuloso! Melhor, fascinante!

No primeiro comentário Gosto mesmo de ver jogar o Figo! - o vocabulário e a construção da frase são usuais,
Nível Corrente e não têm originalidade. No dia-a-dia, as situações de comunicação possuem estas marcas.
(padrão ou norma) “A Língua Corrente (...) permite a todos os sujeitos falantes comunicarem entre si e compreenderem-se
mutuamente, sejam eles de cultura rudimentar (até analfabetos), ou de elevada cultura.” 1
Este uso normal da língua designa-se Nível Corrente.

1- António Borregana, Gramática Universal da Língua Portuguesa, Texto Editora

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Entre amigos ou em família, numa situação de perfeito à-vontade, surgiriam espontaneamente


afirmações do tipo O Figo é um jogador amoroso!
Nível familiar “A Língua Familiar é simples, quer no vocabulário, quer na elaboração sintáctica, não distando
muito da Língua Padrão”.1
O Nível Familiar é mais simples do que o Nível Corrente, empregando-se com frequência
provérbios, diminutivos e vocábulos com conotação afectiva. Quanto às frases, estas são,
normalmente de estrutura simplificada.

Já com esta são três que te escrevo, e ó por hora nem uma nem duas da tua parte. Marido! que fazes tu,
Nível Popular: que não respondes? Ando a futurar que não tens o miolo no seu lugar. Longe da vista, longe do
. As Gírias coração, diz lá o ditado. Ora, queira Deus que não seja por minga de saúde; e, se é, di-Io para cá, que eu
estou aqui estou lá.
. Os Regionalismos
Camilo Castelo Branco, A Queda dum Anjo
Neste excerto de uma carta de Teodora a seu marido Calisto Elói, personagens de uma obra de
Camilo Castelo Branco, podemos notar que as expressões destacadas revelam o baixo nível de
instrução da personagem, que utiliza um Nível de Língua Popular
“A Língua Popular é a língua utilizada pelo povo, quer quando fala, quer quando escreve.
Caracteriza-se este nível de língua pela simplicidade do vocabulário, (...) e pelos desvios à norma.
(...) Como estas características variam com as regiões do País e com determinados grupos sociais,
a Língua Popular pode assumir as formas de regionalismo e de gíria.” 1

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"(...) ‘Manolo mata no peito e cola na relva, Pauliiinho corta in extrimis e dispara, mas tem Carlão à ilharga, Juca bate no esférico,
rodopia, faz um bonito, éeee lançamento longo... Manecas recebe e progride no terreno, remata do meio da rua... não é gooooolo...
Zezinho sobe e agarra, ripa na rapaqueca e... ‘ Não é chinês, apenas um pedaço seleccionado do dialecto futebolístico. Aqui fica a . As Gírias
tradução: ...a bola bate no peito de Manolo e cai no chão. Paulinho evita o golo mesmo no último minuto e dá um pontapé na bola
com bastante força. Carlão não o larga. Entretanto juca despista O adversário ao mudar a direcção da jogada, mandando o esférico
para longe. Manecas fica com a bola, avança até à baliza do adversário, chuta, mas está demasiado afastado para marcar golo. O
guarda-redes defende, pula, agarra na bola, dá-Ihe uns toques e... “
In Cosmos –nº 28

Este excerto de "dialecto futebolístico" é um bom exemplo do uso da língua restrito a um grupo sócio-
profissional.

“As Gírias são linguagens próprias de certos grupos sociais, de certas profissões, como pedreiros, peixeiras,
. O Calão
pescadores, militares, estudantes, etc, que usam um vocabulário próprio, geralmente com a finalidade de não
serem compreendidos por indivíduos estranhos ao seu grupo. Dentro das Gírias pode incluir-se também o
Calão.” 1

O calão é um linguajar considerado grosseiro e com uma conotação desfavorável sobretudo pelo facto de ser
originário de extractos sociais marginalizados. No entanto, certos vocábulos do calão vão entrando na linguagem
familiar. Assim são já aceitáveis na linguagem familiar termos como: perua, grossura, e pifão (bebedeira); cagaço
(medo); acagaçar (meter medo); massa e pasta (dinheiro); teso, limpo, liso, sem cheta (sem dinheiro); tipo e gajo; chato,
chatice, chatear; giro (bonito); moina (vadiagem ); dar com os pés (despedir); entre outros exemplos.

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Quanto mais não seja por ter ouvido falar na rádio ou na televisão pessoas de regiões ou locais diferentes,
já deve ter reparado em diferenças regionais na utilização da nossa língua. . Regionalismos
São variedades próprias de cada região, que, de modo algum, impedem a comunicação.
Não devem, todavia, confundir-se os regionalismos (sublinhados no texto) com algumas marcas de (Variedades Regionais e
Geográficas)
oralidade (indicados no texto pelo sublinhado) que podem ser registados na escrita.
Leia, por exemplo, esta conversa entre duas mulheres da Nazaré, transcrita por Raul Brandão:
- Olha cá, Mar'da Luz!
- Que queres tu, Mar'Santana.
- O que quero eu? Quero saber em que contos me foste meter coa Lianor na
borda-d'água.
- Eu! Só se estás pardinal!
- Estou sim, vem cá tomar o bafo. Pensas que sou comati que vinhas noutro dia
areada pelo caminho de fora.
- Como sabes que o teu home só vai ao mar quando ele está rojo, por isso é que
falas dessa maneira.
- Então o meu home não é tanto com'ó teu?
Raul Brandão, Os Pescadores
Pode pois verificar, pela leitura do texto, a existência de expressões não usadas no Nível Corrente, por
exemplo:
Pardinal – bêbado;
Caminho de fora – estrada;
Rojo – calmo;
Estes são termos usados em determinados locais ou regiões, são considerados regionalismos ou variedades geográficas, que
constituem uma extraordinária riqueza da língua.
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Em determinadas situações em que não há intimidade, o falante recorreria com certeza a um


Nível Cuidado comentário do género Considero o Figo um jogador fabuloso! Melhor, fascinante! utilizando palavras mais
cuidadas e uma construção frásica mais elaborada.
“ A língua que encontramos nos discursos parlamentares, nas conferências, nos ensaios, nos artigos
de crítica literária, é, geralmente, língua cuidada. Caracteriza-se este nível por um vocabulário mais
seleccionado, menos usual (...).”1

Se um poeta ou um prosador fizessem um comentário escrito ao mesmo jogador, com certeza


Nível Literário imprimiri-lhe-iam, com toda a certeza, um cunho muito pessoal, marcado pelo ritmo, pela
musicalidade e pela força sugestiva das palavras escolhidas.

Para mais facilmente visualizar a correlação dos diferentes níveis de língua observe o diagrama seguinte:

Língua Literária

Língua Cuidada

Língua Corrente
Níveis de Língua (Padrão ou Norma)

Língua Familiar

Língua Popular

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Documento 5 – Preparar-se para uma entrevista de emprego

A entrevista de emprego o que é?

. É uma troca de informações, um diálogo entre o candidato a emprego e o empregador.


. É a ocasião de demonstrar ser o candidato ideal para determinado posto de trabalho.
. É o momento decisivo de todo o processo de procura de emprego.

Como comportar-se numa entrevista?

A PRIMEIRA IMPRESSÃO É DECISIVA.


MOSTRE-SE CONFIANTE COM À VONTADE E SIMPATIA.

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Comportamentos recomendáveis:

. Apresentar-se, saudando quem o recebe.


. Aguardar que o convidem a sentar-se.
. Sentar-se e manter uma postura correcta. DÊ UMA IMAGEM DE
. Mostrar-se atento e interessado. PESSOA EMPENHADA
. Olhar de frente o entrevistador. EM TUDO QUANTO FAZ.
. Responder com determinação às perguntas postas.
. Pedir esclarecimento, delicadamente, sempre que uma questão não lhe pareça DEMONSTRE VONTADE
clara. DE APRENDER E
. Ser prudente e mostrar alguma reserva, se se abordarem aspectos da sua vida DESEJO DE
pessoal.
PROGREDIR.
Comportamentos a evitar MOSTRE CURIOSIDADE
EM SABER MAIS.
. Cortar a palavra ao entrevistador.
. Mexer-se continuamente na cadeira.
. Mendigar trabalho.
. Mostrar arrogância.
. Auto-elogiar-se.
. Mastigar pastilha elástica.
. Insistir muito na remuneração.

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Documento 6 – Fazer um Resumo


Características de um Resumo:

 Brevidade - Só contém as ideias principais. Os pormenores não são incluídos.


 Rigor e clareza - Exprime as ideias fundamentais de um discurso (oral ou escrito) de uma forma coerente e clara e que
respeite o pensamento do autor.
 Linguagem pessoal - As .ideias principais devem ser expressas por palavras nossas, não se copiando frases do texto.
- Quando há necessidade de usar expressões do texto, estas devem colocar-se entre aspas.

Processo de execução de um Resumo:


1 Tente compreender bem o que está a ler ou ouvir.

Identifique as ideias principais.


Se estiver a ler, deve identificar as ideias principais parágrafo a parágrafo.
 Pode sublinhá-las durante a leitura.
 Pode anotar na margem do texto os aspectos mais relevantes
 Pode fazer um esquema, no fim da leitura, para organizar o texto e os parágrafos.
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2 Comece a escrever o seu resumo, respeitando sempre as ideias do autor.

 Procure não incluir pormenores desnecessários.


 Substitua ideias repetidas ou semelhantes por uma que as englobe.
 Utilize termos genéricos em vez de listas.
 Utilize uma linguagem pessoal.

3 Leia o seu resumo e avalie-o, corrigindo os aspectos que achar necessário.

 Contém as ideias principais?


 A ideia do autor está respeitada?
 O texto percebe-se bem?
 Não há pormenores nem repetições?

4 Faça outra leitura do seu resumo e aperfeiçoe a linguagem do texto (ortografia, construção de frases, etc.), se for

necessário.

In, Ensinar a estudar aprender a estudar, Porto Editora

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Documento 7 – Medidas de Grandeza

Para que servem?

São utilizadas para medir.

Para relembrar, apresentamos-lhe aqui:

1. Unidades de comprimento do sistema métrico

Múltiplos Unidade Submúltiplos


Principal
Quilómetro Hectómetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Km Hm dam M Dm cm mm
1 km 1 hm 1 dam 1m 1 dm 1 cm 1 mm

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2. Unidades de Tempo

. 1 milénio - 1000 anos


. 1 século - 100 anos
. 1 ano - 12 meses
. 1 mês – 30; 31; 28 ou 29 dias
. 1 dia - 24 horas
. 1 hora - 60 minutos
. 1 minuto - 60 segundos

3. Unidades de massa

Múltiplos Unidade Submúltiplos


Principal
Tonelada Quintal Quilograma Hectograma Decagrama Grama
kg hg dag g
1000 kg 100 kg I kg 0,1 kg 0,01 kg 0,001 kg

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Documento 8 – Direitos Sociais

Todo o indivíduo tem direitos que devem ser reconhecidos através de leis próprias, para
assegurar a sua dignidade, qualquer que seja a idade, sexo, etnia e situação económica.

Para além dos direitos inerentes à pessoa e ao cidadão, tais como o direito à paz, à liberdade, à justiça,
à alimentação, à habitação e à educação, têm-se vindo a reconhecer outros, como por exemplo, o
direito a um ambiente sadio, o direito dos consumidores à qualidade dos produtos e dos serviços, o
direito ao património cultural.

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A Carta Social Europeia

Assinada em 18 de Outubro de 1961, entrou em vigor a 26 de Fevereiro de 1965, e visa proteger e desenvolver os direitos sociais.

Art. 1º - Direito ao trabalho Art. 11º - Direito à protecção da saúde


Art. 2º - Direito às condições de trabalho Art. 12º - Direito à segurança social
Art. 3º - Segurança e higiene no trabalho Art. 13º - Direito à assistência social e médica
Art. 4º - Direito a uma remuneração adequada Art. 14º - Serviços Sociais
Art. 5º - Liberdade de criar a aderir a sindicatos Art. 15º - Deficientes
Art. 6º - Direito de negociação colectiva Art. 16º - Protecção social, jurídica e económica da família
Art. 7º - Direito de protecção às crianças e adolescentes Art. 17º - Protecção social e económica das mães
Art. 8º - Direito de protecção aos trabalhadores Art. 18º - Trabalho num outro estado
Art. 9º - Direito à orientação profissional Art. 19º - Direitos dos trabalhadores emigrantes.
Art. 10º - Direito à formação profissional

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Documento 9 – Repartição dos poderes


Repartição dos Poderes
PODER POLÍTICO

ÓRGÃOS DE PODER
SOBERANIA DESCENTRALIZADO

Presidente da Assembleia Governo Tribunais Regiões Poder Local


República da República Autónomas

ELEITORES (Sufrágio Universal)

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Quem chefia o Estado?


Em democracia, o povo é o detentor do poder político. A definição do poder político é uma componente tradicional e necessária das
constituições e está naturalmente enformada pelos princípios constitucionais. O Presidente da República é o primeiro órgão de soberania
previsto na Constituição da República portuguesa (CRP).

O Presidente da República é directamente eleito, por maioria absoluta, sob candidatura directa O Presidente da República
de cidadãos (e não de partidos); o seu mandato é de cinco anos (art. 128º) e são elegíveis os Representa a República
cidadãos eleitores, portugueses de origem, maiores de 35 anos (art. 122º). Portuguesa, garante a
independência nacional, a unidade
Entre outras atribuições o Presidente da República tem direito de veto, de dissolução da Assembleia do Estado e o regular
da República e de demissão do Governo. É Comandante Supremo das Forças Armadas e Grão- funcionamento das instituições
democráticas, sendo portanto,
Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas. defensor da Constituição.
Representa perante os outros
Estados, o Estado Português na
Como decisor sua totalidade, cabendo-lhe, por
isso, defender a independência do
Ao Presidente são-lhe cometidas competências que exerce com total independência, agindo de
Estado contra a agressão,
acordo com o que entenda mais conveniente na defesa dos supremos interesses do Estado e das ocupação ou anexação por outro
Estado, sendo por inerência do
instituições democráticas. As suas vastas competências são, por via de regra, exercidas em estreita e
cargo, Comandante Supremo das
obrigatória conexão com outros órgãos ou titulares de cargos políticos e de acordo com preceitos Forças Armadas (art. 120º).
normativos constitucionais e da lei ordinária

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São exemplo das competências do Presidente da República quanto a outros órgãos:


art. 133º b) - marcar, de harmonia com a lei eleitoral, o dia das eleições e dos referendos;
art. 133º e) - dissolver a Assembleia da República observando o disposto no art. 172º, ouvidos os partidos nela representados e o
Conselho de Estado;
art. 133º i) - presidir ao Conselho de Ministros quando o Primeiro-Ministro lho solicitar;
art. 133º n) - nomear cinco membros do Conselho de Estado e dois vogais do Conselho Superior da Magistratura.

São exemplos de competências na prática de actos próprios:


art. 134º b) - Promulgar e mandar promulgar leis, decretos-Ieis e decretos regulamentares.
art. 134º d) - declarar o estado de sítio ou o estado de emergência (observados o art.19º nº 2,3. art. 134º d) e art. 138º).
art. 134º e) - pronunciar-se sobre todas as emergências graves para a vida nacional.

São exemplos de competências do Presidente da República nas relações internacionais:


art. 135º c) declarar a guerra em caso de agressão efectiva ou eminente e fazer a paz, conforme as disposições constitucionais na
matéria.
No prazo de vinte dias contados da recepção de qualquer decreto da Assembleia da República para ser promulgado como lei, ou da
publicação da decisão do Tribunal Constitucional que não se pronuncie pela inconstitucionalidade de norma dele constante, deve o
Presidente da República promulgá-lo ou exercer o direito de veto, solicitando nova apreciação do diploma em mensagem fundamentada.
As decisões presidenciais são influenciadas:

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• pelos pareceres solicitados ao Conselho de Estado (art. 145º f);


• pela audição das entidades que a Constituição lhe impõe que o faça (art. 133º, j), l) e p);
• pelo que ele entenda que são, em cada momento, os superiores interesses da República Portuguesa.

O Conselho de Estado é presidido pelo Presidente da República, podendo este solicitar conselho sempre que, no exercício das suas
funções, entender conveniente, de acordo com o que estipula a alínea f) do art. 145º.
O Presidente da República tem ainda como órgãos de apoio a Casa Civil, a Casa Militar e o Gabinete da Presidência da República.

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Quem representa os cidadãos?


Por definição constitucional a Assembleia da república é a assembleia representativa de todos os portugueses (art. 147º). É o órgão
legislativo por excelência e o principal fórum de debate político e de fiscalização da actividade governamental.
É composta pelo mínimo de 180 e pelo máximo de 230 deputados (art. 148º). Os Deputados representam todo o país e não os círculos
eleitorais onde foram eleitos (art. 152º). O mandato dos deputados tem a duração de 4 anos (uma legislatura). Cada legislatura tem quatro
sessões e o período normal de funcionamento é de 15 de Setembro a 15 de Julho (art. 174º).
Na Assembleia da República debatem-se as questões essenciais da vida nacional e elaboram-se as leis que as regulam. Assim, o art. 161º
determina que são competências políticas e legislativas da Assembleia a revisão da Constituição, nos termos dos arts. 284º a 289º;
aprovação e alteração dos Estatutos político-administrativos das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira; fazer leis; conceder
amnistias e perdões genéricos; aprovar o Orçamento do Estado e o Plano; conceder autorização legislativa ao Governo e às Assembleias
Legislativas Regionais dos Açores e da Madeira; autorizar empréstimos; etc.

Competências da Assembleia da República


Enquanto assembleia representativa dos cidadãos portugueses, são atribuídas vastas competências à Assembleia da República, enunciadas
nos artigos 161º (competência política e legislativa) e 162º (competência de fiscalização), 163º (competência quanto a outros órgãos).
Segundo o art. 164º só a AR pode legislar sobre as matérias da sua exclusiva competência; quanto às matérias enunciadas no art. 165º a
Assembleia da República legisla-as ou autoriza o Governo a sobre elas legislar.
O art. 162º da Constituição atribui competências de fiscalização à AR no que se refere a:
• convenções e tratados internacionais;
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• referendos;
• declaração de guerra e de paz;
• matérias pendentes de decisão em órgãos no âmbito da União Europeia;
• cumprimento da Constituição e das Leis;
• actos do Governo e da Administração Pública;
• declaração dos estados de sítio e de emergência;
• contas do Estado e os relatórios de execução dos planos.

- matérias relativamente às quais a Assembleia da República pode autorizar o Governo a legislar. O art. 163º da Constituição da República
Portuguesa considera ainda outras competências da Assembleia da República:
• Presidente da República - Testemunha a posse; autoriza-o a ausentar-se do país; inicia eventuais processos criminais e
toma conhecimento da mensagem de renúncia do seu mandato.
• Governo - Fiscaliza o programa de Governo; vota moções de confiança e de censura ao Governo; acompanha e
aprecia a participação de Portugal no processo de construção da União Europeia.
• Conselhos - Elege cinco membros do Conselho de Estado, cinco membros da Alta Autoridade para a Comunicação
Social, membros do Conselho Superior do Ministério Público e o Presidente do Conselho Económico-Social.
• Magistratura – Elege dez juizes do Tribunal Constitucional, sete Vogais do Conselho Superior da Magistratura. O
Provedor de Justiça ocupa um órgão dependente da Assembleia da República mas não é magistrado.

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• Militares - Acompanha, nos termos da lei e do regimento, o envolvimento de contingentes militares portugueses no
estrangeiro.
• Competência Legislativa - Legisla no âmbito de:
a) reserva absoluta de competência legislativa - domínio reservado de matérias em que só a Assembleia da
República pode legislar;
b) reserva relativa de competência legislativa

Como funciona a Assembleia da República


A Assembleia da República funciona em plenário e em comissões. As votações em plenário realizam-se por maioria simples dos votos dos
deputados presentes ou maioria qualificada, conforme o que, para as matérias em discussão, as respectivas normas constitucionais
preceituam. São exemplos de votações que exigem maioria qualificada as seguintes:
• A revisão da Constituição em qualquer momento (revisão extraordinária) - maioria de 4/5 dos deputados em
efectividade de funções (nº 2 do art. 284º).
• A eleição de dez juizes do Tribunal Constitucional, do Provedor de Justiça, do Presidente do Conselho Económico e
Social - maioria de 2/3 dos deputados presentes, desde que superior à maioria absoluta dos deputados em
efectividade de funções (alínea i) do art. 163º).
• A aprovação das leis orgânicas, na votação global final - maioria absoluta dos deputados em efectividade de funções
(nº5 do art. 168º).

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• A aprovação de leis sobre restrições ao exercício de direitos por militares e agentes militarizados dos quadros
permanentes em serviço efectivo - maioria de 2/3 dos deputados presentes, desde que superior à maioria absoluta
dos deputados em efectividade de funções (nº 6 do artº 168º e al. o) do art 164º).
As comissões parlamentares, através das quais a Assembleia da República também funciona, são as que constam do seu regimento. A
composição das comissões corresponde à representatividade dos partidos na Assembleia da República.
Compete-lhes apreciar as petições dirigidas ao Parlamento, podendo algumas destas ser apreciadas por comissões especialmente
constituídas para o efeito (artº 178º).

Como nasce uma lei


A lei, entendida como norma jurídica, apresenta duas acepções distintas: num sentido estrito, surge como substantivo próprio e é o
diploma legal emanado da Assembleia da República; num sentido amplo, é diploma legal, emanado de outros órgãos com competência
legal, e independentemente da sua designação técnico-jurídica.
Muito esquematicamente, o processo de gestação de uma lei, no sentido estrito, emanada da Assembleia da República, é o seguinte:
• Um deputado apresenta ao Presidente da Assembleia da República um projecto de Lei;
• Tal projecto é agendado nos trabalhos do Parlamento;
• Nas ordens do dia respectivas, o projecto é debatido primeiro, na generalidade e, depois, na especialidade, sendo
objecto de três votações: uma na generalidade, outra na especialidade e outra ainda enquanto votação final global (nº
1 e 2 do art. 168º);

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• Obtida a aprovação, aquele projecto de lei, sob a forma de decreto, é enviado ao Presidente da República, para
promulgação;
• Se o Presidente da República não exercer sobre o decreto o seu direito de veto, promulgá-lo-á como lei no prazo de
vinte dias contados da data da recepção, ordenando a respectiva publicação em Diário da República;
• Publicada que seja a lei, entra em vigor, no prazo geral de cinco dias após a data da sua publicação, se não se deter-
minar um prazo mais longo para o início da sua vigência (nº 1 do art. 136º).

Actos legislativos
Do elenco de actos legislativos contidos no art. 166º, que refere ainda outros preceitos constitucionais, destacam-se as várias formas que
aqueles actos podem revestir:
• Lei constitucional, quando se trate de alterações à Constituição (alínea a) do art. 161º).
• Lei orgânica, sempre que as matérias versadas sejam as referidas nas alíneas a) a f), b), j), primeira parte da alínea l), q)
e t) do art. 164º e no art. 255º
• Lei, os actos previstos nas alíneas b ) a h) do art. 161º
• Moção, os actos previstos nas alíneas d) e e) do art. 163º
• Resolução, os demais actos da Assembleia da República, bem como as acções da comissão permanente previstos nas
alíneas e) e f) do nº 3 do artigo 179º
• Os decretos-leis são a forma que revestem os actos praticados pelo Governo no exercício das suas funções
legislativas, como se contém no art.º 198º

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Quem governa?

O Governo é o órgão de soberania responsável pela condução da política geral do país, interna e externa, civil e militar. É nomeado pelo
Presidente da República e é responsável perante a Assembleia da República, que o pode demitir mediante a rejeição do programa do
Governo, aprovação de uma moção de censura ou rejeição de um voto de confiança.

O Governo também é responsável perante o Presidente da República, podendo ser exonerado por este se estiver em risco o normal
funcionamento das instituições democráticas (nº 2 do art. 195º). O Governo é o órgão supremo da Administração Pública e é constituído
pelo Primeiro-Ministro, que dirige e coordena a actividade do Governo, pelos Ministros, Secretários e Subsecretários de Estado.

Aos Ministros cabe gerir os ministérios, em conformidade com o programa do Governo, com as medidas definidas em Conselho de
Ministros e com as orientações do Primeiro-Ministro. Os Ministros representam o Governo perante a Assembleia da República. Os
Secretários de Estado, para além da competência administrativa do seu gabinete, têm a competência que lhes é delegada pelos Ministros.

O Governo inicia as suas funções com a tomada de posse e cessa-as quando um novo Governo toma posse. O Primeiro Ministro é
nomeado pelo Presidente da República, depois de ouvidos os partidos políticos representados na Assembleia da República e tendo em

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conta os resultados eleitorais. Os demais membros do Governo também são nomeados pelo Presidente da República sob proposta do
Primeiro-Ministro.
O Conselho de Ministros é o órgão colegial formado pelo Primeiro-Ministro, pelos Vice-Primeiros-Ministros se os houver e pelos
Ministros, podendo ainda nele participar os Secretários e Subsecretários de Estado, se para tal forem convocados.

Competências políticas (art. 197º)


• Referendar os actos do Presidente da República;
• negociar e ajustar convenções internacionais;
• aprovar acordos internacionais cuja ratificação não seja da competência da Assembleia da República;
• apresentar propostas de lei e de resolução à Assembleia da República;
• pronunciar-se sobre a declaração do estado de sítio e do estado de emergência;
• propor ao Presidente da República a declaração de guerra ou a feitura da paz;
• apresentar à Assembleia da República as contas do Estado;
• apresentar à Assembleia da República informação referente ao processo de construção da União Europeia.

Competência legislativa I (art. 198º)


• Fazer decretos-leis em matéria de competências não reservadas à Assembleia da República;
• fazer decretos-leis, mediante autorização legislativa da Assembleia da República, em matéria da reserva relativa da
competência da Assembleia da República;
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• fazer decretos-leis de desenvolvimento das leis de bases;


• legislar em matéria da competência exclusiva do Governo, ou seja, relativa à sua própria organização e
funcionamento.

Competência administrativa (art. 199º)


• Elaborar e fazer executar os planos, com base nas leis decorrentes das grandes opções;
• fazer executar o Orçamento do Estado;
• exercer o poder regulamentar, fazendo regulamentos necessários à execução das leis;
• dirigir e coordenar a administração directa do Estado, superintender na administração indirecta do Estado e exercer a
tutela sobre a administração indirecta e a administração autónoma;
• praticar todos os actos respeitantes aos funcionários e agentes do Estado; .
• defender a legalidade democrática;
• providenciar pelo desenvolvimento económico-social e pela satisfação das necessidades colectivas do País.

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Quem administra a justiça?

Nos termos do art. 202º da Constituição da República portuguesa, os Tribunais são órgãos de soberania com competência para administrar
a justiça, em nome do povo. Na administração da justiça incumbe aos tribunais assegurar os direitos legalmente protegidos dos cidadãos,
reprimir a violação da legalidade democrática e dirimir os conflitos de interesse, públicos e privados. O art. 203º atribui-lhes independência
entre si e face aos outros órgãos de soberania, estando apenas sujeitos à lei. Os tribunais são independentes nas suas decisões que são
obrigatórias para todas as entidades, públicas ou privadas, e prevalecem sobre as de quaisquer outras entidades. Compete-lhes a fiscalização
da constitucionalidade, não podendo aplicar leis que sejam contrárias à Constituição ou aos princípios fundamentais de direito. O sistema
judicial é constituído por várias categorias de tribunais, cada um com a sua estrutura e regime próprios.

Organização dos Tribunais


O art. 209º identifica, para além do Tribunal Constitucional, as seguintes categorias de tribunais:
• O Supremo Tribunal de Justiça e os tribunais judiciais de primeira e de segunda instância;
• O Supremo Tribunal Administrativo e os demais tribunais administrativos e fiscais;
• O Tribunal de Contas.
Está constitucionalmente prevista a possibilidade da existência de tribunais marítimos, tribunais arbitrais e julgados de paz. A respectiva
criação está sujeita a regulamentação legislativa.
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Ao Tribunal Constitucional, segundo o art. 221º, compete especificamente administrar a justiça em matéria de natureza jurídico-
constitucional. É constituído por treze juizes, dez designados pela Assembleia da República e três cooptados por estes, cujo mandato é de
nove anos não renovável, sendo o Presidente eleito pelos respectivos juizes.
O território português divide-se em quatro distritos judiciais: Lisboa, Porto, Coimbra e Évora. Os distritos judiciais dividem-se em círculos
judiciais e estes em Comarcas. De acordo com a Lei Orgânica dos Tribunais Judiciais, existem as seguintes categorias:
• Supremo Tribunal de Justiça, com jurisdição sobre todo o território nacional e sede em Lisboa. Os juizes deste
tribunal têm o título de juizes conselheiros ;
• Tribunais de Segunda Instância ou Tribunais da Relação, que têm jurisdição dentro dos respectivos distritos judiciais.
Os juizes da relação designam-se juizes desembargadores;
• Tribunais de Primeira Instância, que consoante a área territorial em que exercem a sua competência, são tribunais de
comarca, tribunais de círculo e tribunais de distrito. Os juizes destes tribunais chamam-se juizes de direito.

Os Tribunais Judiciais encontram-se hierarquizados para efeitos de revisão das suas decisões. A necessidade de vários níveis de instância
judiciária decorre dos limites de competência a observar pela autoridade judicial, consoante a gravidade, a natureza da ilicitude e o valor da
causa.
Em regra, das decisões proferidas em causas cujo valor exceda a alçada Tribunais de Primeira Instância, cabe recurso para o Tribunal da
Relação de Segunda Instância; e das decisões proferidas em causas cujo valor exceda a alçada da Relação, cabe recurso para o Supremo
Tribunal de Justiça.

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Ao Supremo Tribunal Administrativo e demais tribunais administrativos e fiscais compete, em geral, conhecer dos recursos de anulação de
actos administrativos de órgãos da Administração Pública bem como declarar com força obrigatória geral a ilegalidade de normas
regulatares. A estes tribunais compete, ainda, conhecer das acções sobre contratos administrativos, sobre a responsabilidade civil do Estado
e demais entes públicos por actos de gestão pública, bem como das acções para o reconhecimento de um dierito ou inetresse legalmente
protegido.
O Tribunal de Contas funciona como órgão supremo de fiscalização da legalidade das despesas públicas e de julgamento das contas que a
lei mandar submeter-lhe, competindo-lhe: dar parecer sobre a Conta Geral do Estado e sobre as contas das Regiões Autónomas dos
Açores e da Madeira; efectivar a responsabilidade por infracções financeiras e exercer as demais competências que lhe forem atribuídas por
lei. O mandato do Presidente do Tribunal de Contas tem a duração de quatro anos (nº 2 do art. 214º).
Ao Ministério Público compete representar o Estado e defender os interesses que a lei determinar, bem como participar na execução da
política criminal definida pelos órgãos de soberania, exercer a acção penal orientada pelo princípio da legalidade e defender a legalidade
democrática (nº 1 do art. 219º).
A Procuradoria Geral da República é o órgão supremo do Ministério Público (nº1 do art. 220º). É presidida pelo Procurador-Geral da
República e compreende o Conselho Supremo do Ministério Público, composto por membros eleitos pela Assembleia da República e
membros eleitos entre si pelos magistrados do Ministério Público. O mandato do Procurador-Geral da República tem a duração de seis
anos (nº 3 do art. 220º).

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Em resumo:

Quem chefia o Estado?


O chefe do Estado é o Presidente da República, directamente eleito por cinco anos, por maioria absoluta, sob candidatura directa de
cidadãos. Como órgão de soberania, garante a unidade do Estado, a independência nacional e o normal funcionamento das instituições
democráticas (art. 120º).

Quem representa os cidadãos?


Compete à Assembleia da República, representar todos os cidadãos, como órgão legislativo por excelência e principal fórum de debate
político e de fiscalização da actividade governamental (art. 147º).

Quem governa?
A tarefa de governar compete ao Governo, o órgão de soberania responsável pela condução da política geral do país, interna e externa
e o órgão superior da Administração Pública. O Governo é politicamente responsável perante a Assembleia e o Presidente da
República, o que significa que estes o podem demitir (arts. 163º e) e 133º g).

Quem administra a justiça?


Fazer justiça é competência dos Tribunais. Os Tribunais são independentes, estando sujeitos apenas à lei. Como órgãos de soberania,
incumbe-lhes assegurar os direitos dos cidadãos, reprimir a violação da legalidade democrática e dirimir os conflitos de interesses
públicos e privados (art. 202º).

In, Educação para a Cidadania, Plátano editora (adaptado)


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