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Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais


Pastor Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO 01 – TABERNÁCULO – UM LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS


2º TRIMESTRE DE 2019 (Êx 25.1-9)
INTRODUÇÃO
Neste segundo trimestre de 2019, estudaremos o tema: “O Tabernáculo – Símbolos da Obra Redentora de
Cristo”. Nesta primeira lição, definiremos a palavra tabernáculo; faremos algumas considerações sobre este templo móvel;
quais os propósitos de Deus ao ordenar a Moisés que erguesse essa tenda; e, por fim, abordaremos que o tabernáculo e seus
utensílios prefiguram a pessoa do Messias Jesus e Sua obra na cruz do Calvário em favor do mundo.
I – DEFININDO O TABERNÁCULO
O tabernáculo era uma tenda portátil que os israelitas carregaram nos 40 anos de vagueações no deserto e durante
seus anos na Terra Prometida até que Salomão construiu o primeiro templo. Geralmente chamava-se “tenda” ou
“tabernáculo” por sua cobertura exterior que o assemelhava a uma tenda (Êx 26.1; Lv 8.10; Nm 1.50; Js 22.19). Também
se denominava “tenda da congregação” porque ali Deus se reunia com o seu povo (Êx 29.42-44). Visto como continha a
arca e as tábuas da lei, chamava-se “tabernáculo do testemunho” (Êx 38.21). Chamava-se, além disso, “santuário”
porque era uma habitação santa para o Senhor (Êx 25.8). No hebraico os dois termos principais para tabernáculo são
“Bayith”, “casa”, e, “Miqdash”, “sagrada” (CHAMPLIN, 2004, p. 124).
II – CONSIDERAÇÕES ACERCA DO TABERNÁCULO
Depois de haver resgatado o povo de Israel da escravidão, Deus lhes deu um código de Leis (Êx 20-23); orientou-
lhes também sobre um tabernáculo, como um lugar específico de adoração (Êx 25.1-8); os ministros do culto (Êx 28.1-43);
as ofertas para o culto (Lv 1-4); e, as festas que deveriam anualmente ser celebradas como culto (Lv 23.1-44). Vejamos
algumas considerações sobre o tabernáculo:
2.1 Idealizado por Deus. O livro de Gênesis nos mostra que os patriarcas costumavam construir altares em diversos locais
de acordo com a sua peregrinação, não havendo portanto, um lugar fixo para adoração a Deus (Gn 8.20; 12.8; 13.18; 26.25;
35.7). No entanto, na ocasião em que Deus redimiu o povo de Israel da escravidão no Egito, o conduziu ao deserto, o
Senhor ordenou-lhes que construíssem um lugar pudesse estar no meio do Seu povo. A ideia da construção do tabernáculo
foi divina, não humana: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êx 25.8). O tabernáculo que era um
templo móvel, que com o passar do tempo foi substituído por um templo fixo, arquitetado por Davi e construído por seu
filho Salomão (1 Cr 28.6). A afirmação de que no NT não se faz necessário um templo é um equívoco, pois Jesus
frequentava o templo (Mt 21.14; 26.55; Lc 19.47); e, os discípulos da igreja primitiva também (At 2.46; 5.25; 5.42).
2.2 Foi construído com as contribuições do povo. Para a edificação deste lugar de adoração, Deus ordenou que Moisés
recolhesse do povo as contribuições, que fossem dadas voluntariamente: “Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma
oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada” (Êx
25.2). O relato de Moisés nos diz que Deus especificou os materiais necessários para a construção dessa casa sagrada (Êx
25.3-7). Estas ofertas foram custosas, pois se calcula que por si sós equivaleriam hoje a mais de um milhão de dólares”
(HOFF, 1995, p. 71). Interessante que a Bíblia não somente registra as contribuições para a edificação desta casa, como
também fala de que era responsabilidade do povo a manutenção dela, e dos ministros que vivem exclusivamente para o
trabalho do Senhor (Nm 18.19-21). Esta manutenção se dá por meio entrega dos dízimos e das ofertas: “Trazei todos os
dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa [...]” (Ml 3.10). Este mesmo princípio é válido no
NT para os obreiros que vivem exclusivamente para a obra (Lc 10.7; 1 Co 9.9-14; 1 Tm 5.17,18).
2.3 Foi revelado a Moisés. Deus não somente ordenou a Moisés a construção do tabernáculo como, no monte, mostrou-lhe
o modelo “conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo [...]” (Êx 25.9), e, também especificou os
materiais e os móveis que deveria ter, com uma grande riqueza de detalhes (Êx 25-27). Ensina a grande lição de que é o
próprio Deus quem determina os pormenores relacionados com o culto verdadeiro. Ele não aceita as invenções religiosas
humanas nem o culto prestado segundo prescrições de homens. Por isso mais duas vezes no livro de Êxodo o Senhor
exorta a Moisés dizendo: “Atenta, pois, que o faças conforme ao seu modelo, que te foi mostrado no monte” (Êx 25.40);
e, “Então levantarás o tabernáculo conforme ao modelo que te foi mostrado no monte” (Êx 26.30).
2.4 Uma representação das coisas celestes. A palavra de Deus para Moisés sobre o tabernáculo foi: “Atenta, pois, que o
faças conforme ao seu modelo, que te foi mostrado no monte” (Êx 25.40). O escritor da epístola aos hebreus assevera
que existe um tabernáculo celeste e que o tabernáculo terrestre é uma representação dele: “os quais servem de exemplo e
sombra das coisas celestiais” (Hb 8.5-a). O autor usa os termos gregos “hypodeigma” e “skia”, traduzidas aqui como
“exemplo” e “sombra” respectivamente. Portanto, cada detalhe exposto na sombra - tabernáculo terrestre, que era um tipo,
tinha o propósito de aproximar-se da realidade, isto é, do antítipo - tabernáculo celeste” (GONÇALVES, 2017, p. 70 –
acréscimo nosso).
III – O PROPÓSITO DO TABERNÁCULO
Quando Deus ordenou a Moisés que construísse esta casa sagrada, Ele tinha em mente pelo menos três motivos.
Notemos:
3.1 O lugar do encontro de Deus com o Seu povo. Deus desejava habitar com o Seu povo e quando ordenou a construção
do tabernáculo tinha esse objetivo: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êx 25.8).
3.2 O lugar onde o povo ofertaria ao Senhor. Era para este lugar que cada israelita deveria trazer suas ofertas e
apresentá-las ao Senhor, seja para se redimir (Lv 1.1-9), ou ações de graças, voto ou oferta voluntária (Lv 7.11-21).
3.3 O lugar onde o povo se redime com Deus. Além dos sacrifícios diários que os hebreus poderiam apresentar a fim de
redimirem diante de Deus (Lv 1-4); havia também no tabernáculo, anualmente, o Dia da Expiação onde nacionalmente o
povo se redimia com Deus (Êx 30.10; Lv 16.1-34).
IV – O TABERNÁCULO PREFIGURA CRISTO JESUS
A expressão “prefigurar” significa: “representar o que está por vir” (HOUAISS, 2001, p. 2284). Vejamos em que
o tabernáculo revela a pessoa de Cristo Jesus:
4.1 O próprio tabernáculo (Êx 25.8). O corpo humano é chamado na Bíblia de tabernáculo (2 Co 5.1,4; 2 Pd 1.13,14).
Quando o evangelista João falou sobre a encarnação de Cristo, ele afirmou que “[…] o Verbo se fez carne, e habitou entre
nós [...]” (Jo 1.14). A palavra grega “eskenosen” traduzida por “habitou”, neste caso, se deriva do substantivo “skenoõ”
que significa “tenda”; e é bem provável que apesar desse vocábulo ser usado no simples sentido de “habitar”, sem
qualquer referência à sua etimologia, contudo, o autor deste evangelho talvez tenha querido fazer uma definida alusão ao
tabernáculo, armado no deserto (Êx 25.8,9; 40.34) (CHAMPLIN, 2005, p. 272 – acréscimo nosso). O propósito do
tabernáculo cumpre-se literalmente no Messias. Notemos: (a) no tabernáculo Deus se revelava ao seu povo – Cristo é a
maior e mais perfeita revelação de Deus (Jo 14.9; Hb 1.1; Cl 1.15); (b) o tabernáculo comportava a glória de Deus: em
Cristo habita a plenitude da divindade (Cl 2.9); e, (c) o tabernáculo era o lugar onde o povo se redimia com Deus: Cristo é
aquele que reconcilia o homem com Deus e só por Ele o homem pode ir a Deus (Jo 14.6; At 4.12; 2 Co 5.18-20).
4.2 Os móveis do tabernáculo. Tanto o tabernáculo em si quanto os seus utensílios que havia no seu interior prefiguram a
pessoa de Cristo. Notemos:

O TABERNÁCULO E OS MÓVEIS CRISTO JESUS


O tabernáculo (Êx 25.8) A encarnação de Cristo (Jo 1.14; Fp 2.7; 1 Jo 1.1,2)
O altar do holocausto (Êx 27.1-8) O sacrifício de Cristo (Hb 9.12-14; 25-28;10.10-14; 13.10)
A pia de bronze (Êx 30.17-21) A purificação por Cristo (Jo 15.3; Ef 5.26; 1 Co 6.11)
O candelabro (Êx 25. 31-40) A iluminação de Cristo (Jo 8.12; 9.5; 12.46; Ap 1.13,20)
A mesa com os pães da proposição (Êx 25.23-40) A provisão de Cristo (Jo 6.32,48)
O altar do incenso (Êx 30.1-10) A intercessão de Cristo (Rm 8.34; Hb 7.25)
A arca da aliança (Êx 25.10-16) A presença de Cristo (Mt 18.20; 28.20; Jo 14.23)

4.3 Os sacrifícios no tabernáculo. Aos sacerdotes foi dada a responsabilidade de comparecer diante de Deus com ofertas
e sacrifícios (Hb 5.11). Embora estes sacrifícios tenham sido instituídos por Deus, eles não eram plenos, pois: (a) eram
repetitivos (Hb 10.11); (b) não limpavam à consciência (Hb 9.9); e, (c) não purificavam os pecados (Hb 10.4). Isaías
profetizou que um homem faria expiação pelos pecados da humanidade (Is 53.1-12). Igualmente o salmista (Sl 40.6-8). O
escritor aos hebreus cita este texto para mostrar que profeticamente se cumpriu em Jesus, quando este encarnou e vivendo
de forma perfeita entregou o seu corpo como oblação pelo nosso pecado (Hb 10.5-9).
4.4 Os ministros do tabernáculo. O sacerdote, termo que no hebraico é “kohen”, era o ministro divinamente designado,
cuja função principal era representar o homem diante de Deus (Êx 28.38; 30.8). O sacerdócio de Arão prefigurava o de
Cristo (Hb 2.17,18; 4.14-16; 5.1-4; 7.11). No entanto, o sacerdócio de Cristo é superior, quanto a: (a) perfeição moral (Hb
7.26-28); (b) função mediadora (Hb 5.5,6,10; 7.21); (c) consagração permanente (Sl 110.4; Hb 2.17; 7.26-28); (d)
intercessão nos céus (Hb 2.18; 7.25); e, (e) e, a oferta de si mesmo (Hb 9.14; Hb 10.10).
CONCLUSÃO
O tabernáculo foi idealizado por Deus e edificado com as contribuições dos hebreus, com o propósito de que neste
lugar Deus habitasse entre o Seu povo e dele recebessem ofertas. Esta casa sagrada e os seus móveis prefiguram Cristo e a
Sua obra redentora em prol de todos os homens.
REFERÊNCIAS
 CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
 GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé. CPAD.
 HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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