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1 – INTRODUÇÃO
oposto. O EPI estará inclinado em relação ao ER, cruzando com este exatamente no centro
de Gravidade (C.G.) do rotor. As duas resultantes terão módulos iguais e direções
defasadas de 180°.
4 – FUNDAMENTOS TEÓRICOS
O tipo de esforço devido ao desbalanceamento ocorre freqüentemente nas máquinas e
merece nossa atenção especial. Os resultados desta espécie de esforço são particularmente
interessantes, porque a magnitude da força depende da velocidade de rotação da máquina. Tal
esforço pode aparecer devido ao fato das peças rotativas giram em torno de um eixo não
coincidente com o centro de massa. O equacionamento do problema de desbalanceamento
rotativo pode ser obtido tendo por base o modelo esquemático apresentado na Fig.5.
Uma massa desbalanceada (m), tendo uma excentricidade (e) está girando com (ω). A
máquina é ligada ao solo por meio de amortecedor e mola, e apresenta uma massa total (M),
que inclui a massa desbalanceada. A magnitude da força é (m.e.ω2), e este vetor força gira
com velocidade angular (ω). Ambas as componentes destas forças, horizontal e vertical, são
importantes, mas aqui, consideraremos um sistema com um grau de liberdade e, devido a esta
premissa, trataremos apenas com a componente vertical. A equação diferencial que descreve o
movimento é dada por:
x (t ) = X . sen(ω .t − φ ) (2)
m.e.ω 2
X= (3)
( k − Mω 2 ) + ( c.ω ) 2
⎛ c.ω ⎞
φ = arctg ⎜ 2 ⎟
(4)
⎝ k − M .ω ⎠
5
5 – BALANCEAMENTO ESTÁTICO
Quando o interesse é a eliminação da força resultante do desbalanceamento é
necessário executar um Balanceamento Estático.
O Balanceamento Estático normalmente é aplicado em rotores estreitos com erro de
massa e/ou centragem, pois quando o rotor é longo, após um Balanceamento Estático, o EPI é
alterado até cruzar com o ER no C.G, deixando então um desbalanceamento dinâmico puro.
Para balancear estaticamente usa-se dispositivos que percebam o efeito da massa
desbalanceadora (pontos pesado) na forma de força gravitacional ou de força centrífuga.
balanceamento estático, que usam a força centrífuga dos pontos pesados, que é muito maior
do que a força gravitacional.
A máquina rotativa aplica rotação no rotor e mede a vibração resultante em módulo e
fase e apresenta uma configuração que é esquematizada na Fig. 7.
6 – BALANCEAMENTO DINÂMICO
Qualquer que seja o tipo de rotor existirão forças e momentos resultante de
desbalanceamento. Assim, o processo de balanceamento dinâmico é usado para corrigir as
forças e momentos resultantes e, neste caso, um rotor balanceado dinamicamente também
estará balanceado estaticamente.
O balanceamento dinâmico consiste em medir as duas forças resultantes, nos dois
planos, e proceder sua anulação pela colocação de duas massas corretoras, uma em cada
plano.
7 – BALANCEAMENTO DE CAMPO
A melhor qualidade de balanceamento é conseguida com a balanceadora dinâmica.
Com ela pode-se garantir a vida útil especificada para rolamentos e outras partes. Todos os
rotores novos ou recém concertados devem passar por uma balanceadora.
Na montagem das máquinas, o rotor é conectado a acoplamentos, polias, etc, que
mesmo balanceados podem introduzir desbalanceamento no conjunto pela não
concentricidade. Isto exige um balanceamento para corrigir o erro introduzido. Por outro lado,
durante o serviço do rotor sempre ocorrem em maior ou menor grau: acomodamento plástico,
incrustações, abrasões, corrosão e outras coisas que destroem a perfeição da distribuição de
massa, gerando desbalanceamento.
Para corrigir os problemas de montagem, os técnicos dispões dos procedimentos de
balanceamento de campo, que permite que a máquina seja balanceada sem necessidade de
transporte, demora, etc. Pela simplicidade, o balanceamento de campo é aplicado aos próprios
rotores corrigindo os efeitos de serviço, mesmo sabendo-se que não se alcançará a qualidade
dada pela balanceadora.
O balanceamento de campo pode ser estático (um plano) ou dinâmico (dois ou mais
planos) e o equipamento necessário é composto de:
quer balancear. Assim, é preciso garantir que a vibração medida seja realmente devido ao
desbalanceamento e, devido a isto, em alguns casos se torna necessário filtrar o sinal de
vibração medido para que se elimine as vibrações de outras origens.
A força resultante dos pontos pesados do rotor cria uma vibração senoidal
predominantemente radial. O sistema mecânico (rotor-eixo-mancais, estruturas ...)
caracterizam a resposta vibratória de forma individual, modulando a amplitude e inserindo um
atraso ou defasagem na resposta.
É preciso aplicar um método de calibração para determinar com exatidão:
Vef = V1 − V0 (5)
lembre-se que a Eq.(5) é uma equação vetorial. Portanto, o módulo de Vef e o ângulo α,
que deverá ser usado para fixar a massa final de balanceamento, podem ser determinados,
respectivamente, através das leis do coseno e do seno aplicadas a um triângulo qualquer,
tendo por base a Fig. 10:
⎛ V ⎞
α = arc sen ⎜⎜ 1 . sen β ⎟⎟ (7)
⎝ Vef ⎠
onde β = F1 – F0.
5. retire a massa de teste (mt) do rotor e fixe a nova massa de correção (mc), cujo valor é
determinado pela equação apresentada abaixo, na nova posição determinada pelo ângulo
α.
V0
mc = m t (8)
Vef
1. Se F0 < F1, posicionar a massa de correção na posição definida pelo giro correspondente
ao ângulo α, com início na posição da massa de teste, no sentido contrário ao de rotação
do rotor.
2. Se F0 > F1, posicionar a massa de correção na posição definida pelo giro correspondente
ao ângulo α, com início na posição da massa de teste, no mesmo sentido de rotação do
rotor.
Para fixação dos conceitos até aqui apresentados vamos realizar o cálculo de
balanceamento estático para o sistema mostrado na Fig. 9. Nesta figura, o rotor a ser
balanceado gira a 1.200 rpm e possui 32 kg de peso distribuídos por uma geometria de 550
mm de diâmetro. O equipamento de medição usado é um vibrômetro com luz estroboscópia.
Após a aplicação do procedimento apresentado no item anterior foram levantados os
seguintes parâmetros:
11
• V0 = 3,8 mm/s / 110° (fase medida pela coincidência da referência fixa com a posição
próxima ao número 4).
• Colocada uma massa de teste (mt) de 50 g a 250 mm do centro do eixo, na face do rotor
(posição 9), o resultado foi V1 = 3,44 mm/s /65° (posição próxima ao número 2).
Cálculo:
⎛ V ⎞
α = arc sen ⎜⎜ 1 . sen β ⎟⎟
⎝ Vef ⎠
⎛ 3,44 ⎞
α = arc sen⎜ . sen (45) ⎟ ∴ α ≅ 60,7 °
⎝ 2,79 ⎠
V0 3,8
mc = m t ∴ m c = 50 × ∴ m c ≅ 68,1g
Vef 2,79
Como F1 < F0 a massa de correção deverá ser colocada a 60,7 ° da posição da massa
de teste, com giro no mesmo sentido de rotação do rotor, e distante 250 mm do centro do
rotor. Na prática retira-se a massa de teste posicionada na posição identificada pelo número 9
e fixa-se a massa de correção na posição identificada com o número 7, o que corresponde a
um ângulo de 60 ° e, portanto, muito próximo do valor calculado. A Fig. 12 mostra a
resolução vetorial do exemplo de cálculo aqui apresentado.
1. Gire o rotor e meça o módulo da vibração devida ao desbalanceamento: este valor é V0.
2. Pare o rotor e marque três posições separadas por um ângulo de 120 °.
3. Coloque a massa de teste na posição 1 e em uma distância radial conveniente para as três
posições.
4. Gire o rotor e meça o módulo da nova vibração: este valor é V1.
5. Retire a massa de teste da posição 1 e a coloque na posição 2, na mesma distância
anterior.
6. Gire o rotor e meça o módulo da nova vibração: este valor é V2.
7. Retire a massa de teste da posição 2 e a coloque na posição 3, na mesma distância radial.
8. Gire o rotor e meça a nova vibração: este valor é V3.
De posse dos valores de V0, V1, V2 e V3, pode-se obter o valor de Vef de modo
gráfico como segue:
1. Escolha uma escala conveniente e desenhe um circulo de raio V0. Marque os pontos 1, 2 e
3 tal como no rotor.
2. Pelo ponto 1 trace um arco de círculo com raio V1.
3. Repita o procedimento do item anterior nos pontos 2 e 3 com os raios V2 e V3,
respectivamente.
4. Localize uma pequena região limitada pelos três arcos de círculos.
5. Una o centro do círculo com o centro da região fechada (linha R).
6. Meça o tamanho do segmento desta linha, o qual corresponde ao módulo de .
7. Finalmente, determine o valor da massa de correção pela Eq. (8) e, para efetivar o
balanceamento, retire a massa de teste e fixe a massa de correção na posição em que a
linha R corta o círculo.
V0 15
mc = m t ∴ m c = 40 × ∴ m c ≅ 30 g
Vef 20,3
rc
m*c = m c (9)
rc*
* *
onde rc é a nova distância radial em que deverá ser fixada a massa corrigida m c .
Para o Plano 1
2 2
Vef = V10 + V11 − 2V10 V11cos β
Vef = (20) 2 + (24,5) 2 − 2x20x24,5xcos(23) ∴ Vef = 9,9 μm
⎛V ⎞
α1 = arc sen⎜⎜ 11 . sen β ⎟⎟
⎝ Vef ⎠
⎛ 24,5 ⎞
α1 = arc sen ⎜ . sen (23) ⎟ ∴ α1 ≅ 75,23 ° ou 104,8 °
⎝ 9,9 ⎠
V10 20
m c1 = m t1 ∴ m c1 = 30 × ∴ m c1 ≅ 60,6 g
Vef 9,9
Como F11 > F10 a massa deve ser girada aumentando o número de sua posição.
Para o Plano 2
2 2
Vef = V20 + V22 − 2V22 V20 cos β
Vef = (22) 2 + (27,2) 2 − 2x22x27,2xcos(36) ∴ Vef ≅ 16 μm
15
⎛V ⎞
α = arc sen ⎜⎜ 22 . sen β ⎟⎟
⎝ Vef ⎠
⎛ 27,2 ⎞
α = arc sen ⎜ . sen (36) ⎟ ∴ α ≅ 87,7 ° ou 92,3 °
⎝ 16 ⎠
V20 22
m c2 = m t2 ∴ m c2 = 40 × ∴ m c2 ≅ 55 g
Vef 16
Como F22 > F20 a massa deve ser girada aumentando o número de sua posição.
A solução gráfica para este exercício pode ser visualizada na Fig. 14.
A notação usada a seguir representa o vetor completo, ou seja, módulo e fase, bem
como o plano no qual as medidas de vibração foram efetuadas e o plano em que a massa de
teste foi fixada. Assim, V1,0 representa um nível de vibração (módulo e fase) medido no plano
1, sem massa de teste fixada no rotor (índice 0). V1,2 representa um nível de vibração no
plano 1 com a massa de teste fixada no plano 2, e assim por diante.
A Fig. 15 mostra o rotor a ser balanceado, bem como os planos de correção já com as
marcas dos ângulos de 0 a 360 °. O procedimento de balanceamento segue as seguintes
etapas:
Leitura no Plano 1
Pela Fig. 16 é evidente que o equilíbrio não aconteceu. Assim, para que o a condição
de equilíbrio seja atendida é necessário mudar os valores de mt1 e mt2, bem como suas
respectivas posições. Dessa maneira os efeitos (V1,1 - V1,0) e (V1,2 - V1,0) deverão variar de
tal maneira que a soma deles seja igual a - V1,0.
Para impor essa condição utilizam-se dois operadores vetoriais Q1 e Q2, de tal forma
que:
Pela Fig. 17 é evidente que o equilíbrio não aconteceu. Assim, para que o a condição
de equilíbrio seja atendida é necessário mudar os valores de mt1 e mt2, bem como suas
respectivas posições. Dessa maneira os efeitos (V2,1 - V2,0) e (V2,2 - V2,0) deverão variar de
tal maneira que a soma deles seja igual a - V2,0.
Para impor essa condição utilizam-se dois operadores vetoriais Q1 e Q2, de tal forma
que:
Deve ficar claro que os valores de Q1 e Q2 nas Eq. (10) e (11) são os mesmos, uma
vez que a massa de teste colocada em um dos planos afeta, evidentemente, as medições nos
dois planos, ou seja, existe o efeito cruzado. Assim, estamos de frente de um sistema de
equações vetoriais com duas incógnitas. Estas equações podem ser resolvidas, obedecendo-se
as regras de operações com números complexos, para Q1 e Q2.
Resolvendo para Q2, temos:
Uma vez obtidos Q1 (Q1 e γ1) e Q2 (Q2 e γ2), as massas de correção são calculadas
por:
Por outro lado, é bom relembrar as regras das operações aritméticas com números
complexos:
SOMA:
(a + j b) + (c + j d) = (a + c) + j (b + d)
SUBTRAÇÃO:
(a + j b) - (c + j d) = (a - c) + j (b - d)
MULTIPLICAÇÃO:
(a + j b).(c + j d) = (a.c – b.d) + j (b.c + a.d)
DIVISÃO:
(a + jb) (a.c + b.d) (b.c − a.d)
= 2 + j
(c + jd) (c + d 2 ) (c 2 + d 2 )
Q = a 2 + b2
b
para a > 0 γ = arc tg -90 ° < γ < 90 °
a
b
para a < 0 γ = 180 + arc tg 90 ° < γ < 270 °
a
Assim, considerando que a mesma massa teste foi usada em cada plano e na mesma
posição de 90 °, as massas de correção e suas respectivas posições são:
que deve ser colocada a 50,4 ° da posição de mt1 no sentido de rotação, portanto em 140,4 °
(90 ° + 50,4 °) contados da referência zero.
que deve ser colocada a 81,9 ° da posição de mt2 no sentido oposto à rotação, portanto em
8,1 ° (90 ° - 81,9 °) contados da referência zero.
As figuras a seguir apresentadas ilustram as posições das massas de teste e correção
para os dois planos.
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8 – AVALIAÇÃO DO DESBALANCEAMENTO
O desbalanceamento de um rotor provoca na máquina tensões mecânicas e vibrações,
cada uma delas com suas conseqüências sempre más. As tensões mecânicas não são vistas ou
sentidas pelo operador, que somente verão seus efeitos quando estes acontecerem. As
vibrações, porém, dão informação imediata do desbalanceamento, permitindo ao usuário com
critério a atitude corretiva. A medida de vibração permite avaliar o grau de desbalanceamento
do rotor.
Infelizmente, existem outras fontes de vibração nas máquinas, o que confunde a
avaliação. Contudo, vários pesquisadores dedicaram muito esforço e estabeleceram vários
critérios válidos para avaliar as vibrações das máquinas, incluindo o desbalanceamento.
Se o balanceamento é feito em máquinas balanceadoras, o desbalanceamento residual
em g x mm é obedecido e a vibração resultante estará sempre baixa.
No balanceamento de campo não é possível quantificar o desbalanceamento residual e
a vibração resultante poderá ser alta, mas terá contribuição de desalinhamento, lubrificação,
etc.
Em novembro de 1939 T. C. Rathbone publicou um dos primeiros artigos sobre
avaliação de vibração, na Revista Power Plant Engineering, que apresenta uma Carta de
Severidade denominada de Carta de Rathbone. Essa carta de severidade pode ser usada para
avaliar vibrações com freqüência de até 6.000 rpm (100 Hz) medidas nos mancais e filtradas.
Isto quer dizer que não se pode usar vibrações de banda larga. Para o desbalanceamento, a
freqüência da vibração corresponde a rotação do rotor. A Fig. 18 reproduz a Carta de
Rathbone.
Outros tipos de Carta de severidade são disponíveis, por exemplo, a Carta de
Severidade da IRD apresentada na Fig. 19, para qual os valores medidos devem ser filtrados e
capturados nos mancais da máquina.
Outra contribuição importante na ajuda do julgamento da vibração e também do
desbalanceamento foi dada por Michael P. Blake, publicada na revista Hydrocarbon
Processing and Petroleum Refinery, em janeiro de 1964. Michael usa um valor chamado de
vibração efetiva que é o produto do valor da vibração medida em pico a pico pelo fator de
serviço também proposto por ele e que considera o tipo da máquina e sua importância no
processo.
A carta de Michael está mostrada na Fig. 20 e é preciso frisar que ela foi feita para
vibrações que tenham a mesma freqüência de rotação, englobando, principalmente,
desbalanceamento e desalinhamento.
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