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A redação em concursos e vestibulares.

Em concursos e vestibulares, o teste de redação é um texto dissertativo-


argumentativo, isto é, o candidato escolhe um ponto de vista (uma tese) sobre
um tema frequentemente apresentado sob forma de pergunta. Todos sabem
que o texto precisa ter a introdução (em que se apresenta o tema), o
desenvolvimento (quando se argumenta para sustentar um ponto de vista) e a
conclusão (em que se retoma a tese e, se possível, acrescenta uma ideia nova
(a cereja do bolo), obviamente sobre o assunto discutido.

INTRODUÇÃO

Uma forma bem simples de introduzir o tema que vai ser discutido é
começar com uma concessão, isto é, arrolar algumas frases com argumentos
contrários à nossa tese, para depois estabelecer a antítese. Vamos
exemplificar. Suponhamos que o assunto da redação é a importância da
beleza. Após alguns textos ilustrativos, propõe-se o tema sob forma de
pergunta, como é muito frequente: Vinícius de Morais estava certo quando
afirmou que beleza é fundamental?
Sem dúvida, é muito mais fácil argumentar que beleza não é
fundamental. Então, nossa introdução poderia ser assim:

A sociedade moderna valoriza muito a aparência física. Garotas bonitas


escolhem seus namorados, jovens de aparência física privilegiada empregam-
se, às vezes, como modelos, alguns ficam ricos e famosos. Sem dúvida, beleza
ajuda muito. Mas não é fundamental, o poeta estava enganado.

Agora vem o desenvolvimento, que é a fase dos argumentos:

Um dos projetos permanentes da maioria dos jovens é ser bem-sucedido


na profissão que escolhe quando estudante e vai exercer depois de formado.
Ora, ninguém precisa ser bonito para se tornar um profissional exitoso. Quem
adoece procura um bom médico, quem se meteu num “rolo” vai contratar um
advogado competente, quem precisa consertar o carro, cortar o cabelo, renovar
a pintura da casa ou consertar a goteira do telhado vai recorrer a pessoas que
prestam bons serviços nessas áreas de atividade. Ninguém contrata
profissionais pela fotografia. Mesmo em trabalhos que podem ser ajudados por
uma boa “estampa”, como apresentadores de televisão, atores, cantores, não
precisamos de qualquer esforço para apontar profissionais que se tornaram
ídolos sem serem bonitos, impondo-se pelo talento e pela dedicação.
Outro objetivo da maioria das pessoas é construir uma relação afetiva
feliz. Ora, todos nós temos amigos ou conhecidos em quem não votaríamos se
fossem candidatos a um concurso de beleza e que, não obstante, conseguiram
criar e consolidar uniões bem-sucedidas, porque se conduziram com doçura e
lealdade. E também conhecemos pessoas bonitas e glamorosas que, por
incontáveis razões, não conseguem se relacionar de forma estável, vivem
infelizes e terminam, muitas vezes, sozinhas. A beleza não pode, por si só,
transfigurar a monotonia do cotidiano em felicidade e grandes amores. Isso se
torna possível apenas quando conseguimos compreender que amor verdadeiro
não é posse: é doação.

Você percebeu que o desenvolvimento se fez, aqui, em dois parágrafos.


Observe que eles possuem unidade semântica, isso é, cada um aborda um
aspecto importante de nossas vidas: no primeiro deles, revela-se que beleza
não é essencial ao sucesso profissional (uma de nossas principais aspirações)
e, no segundo, que beleza não é indispensável à construção de uma relação
afetiva feliz (outro de nossos ideais de vida).

Chegou o momento da conclusão. Agora é só retomar a tese, de


preferência com palavras diferentes das que usamos na introdução:

Os antigos já diziam que “beleza não põe mesa”. Quem quiser realizar-
se em suas atividades profissionais precisa de talento, ou de disciplina e
dedicação; quem quiser ser feliz em suas relações afetivas trate de ser
companheiro, de substituir o egoísmo pela solidariedade. Beleza só é essencial
mesmo num concurso de beleza.

E aí? Achou fácil? Então venha estudar conosco. Depois de um ano, em


turmas de quinze alunos, redações corrigidas de forma artesanal e
acompanhamento individualizado, você vai escrever um belo texto. Pode crer.

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