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As receitas originárias são auferidas com base na exploração do patrimônio

do Estado, por meio de aluguéis ou mesmo por empresas estatais, que


não se confundem com o próprio Estado, por possuírem personalidade
jurídica própria. São as chamadas empresas públicas e sociedades de
economia mista.
Por outro lado, as receitas derivadas têm origem no patrimônio do particular e
entram nos cofres públicos por meio de coação ao indivíduo. Por estarem
sujeitas ao regime jurídico de direito público, o Estado pode exigi-las com base
no poder de império que lhe é conferido pelo próprio povo, tendo em vista os
interesses da coletividade.
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O conceito de tributo está definido no art. 3º do Código Tributário Nacional
(CTN), abaixo citado:
“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
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Exceto a contribuição de melhoria, todas as demais contribuições são
majoritariamente classificadas na categoria contribuições especiais!
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O cotejo entre a base de cálculo e o fato gerador é uma forma de descobrir a
natureza jurídica do tributo.
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ESPÉCIES DE TRIBUTOS
O art. 146, III, a, da CF/88, afirma que as espécies de tributos são definidas
por lei complementar. Tais espécies estão expressas no art. 5º do CTN.
Contudo, conforme eu já disse, o entendimento predominante hoje é o de que
existem cinco espécies tributárias, a saber: impostos, taxas, contribuições de
melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais (teoria
pentapartida).

Impostos
Impostos são tributos não vinculados por excelência, por estarem relacionados
com uma manifestação de riqueza do contribuinte.

As pessoas em geral costumam se referir a impostos como se fossem


sinônimos de tributos. A partir de agora, não admito que você os trate assim.
Os Impostos são apenas uma espécie dos tributos!

Os impostos são também denominados tributos não contraprestacionais e


contributivos, por não exigirem uma retribuição por parte do Estado.

Além disso, a CF/88 ainda determina em seu art. 146, III, a, que todos os
impostos nela discriminados tenham os respectivos fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes definidos em lei complementar (LC).
Trata-se de uma exigência feita apenas aos impostos, não alcançando os
demais tributos.
Taxas
O fato gerador das taxas é uma atividade que o poder público realiza para o
contribuinte. Para custear tais atividades, são instituídas as taxas.

Mas quais seriam os fatos geradores das taxas? Vamos observar o que
diz o art. 77 do CTN:
“Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal
ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm
como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização,
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.”

Taxas de serviços
As taxas de serviço são criadas para custear serviços públicos prestados pelo
poder público à população em geral.
Cabe observar, como é do conceito dos tributos, que o contribuinte não
poderá fazer opção por não receber determinada prestação de serviço
estatal.

Em primeiro lugar, devemos ter em mente que as taxas só podem custear


serviços específicos e divisíveis, que também podem ser chamados de uti
singuli. Os serviços gerais (uti universi), por outro lado, não podem ser
custeados por taxas, pela ausência da especificidade e divisibilidade.
Estes devem ser financiados com a arrecadação de impostos. Esta é a regra
geral e o que você deve guardar.

Serviços específicos: nos dizeres do CTN, significa que podem ser


destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de
necessidades públicas. Segundo a doutrina, são aqueles serviços prestados
singularmente a determinado usuário, permitindo, assim, identificá-lo. São
serviços direcionados a determinadas pessoas.

Serviços divisíveis: pela redação do CTN, são divisíveis quando suscetíveis


de utilização, separadamente, por cada um de seus usuários. Podemos
dizer que tais serviços trazem benefícios individuais a cada usuário.

Por último, devemos destacar que as custas judiciais e os emolumentos


concernentes aos serviços notariais e registrais são considerados taxas
de serviço, de acordo com o entendimento do STF. O motivo é bastante
simples: são serviços específicos e divisíveis.

Taxas e Preços Públicos


Primeiramente, a diferença entre os dois institutos situa-se no regime
jurídico a que estão submetidos. As taxas, por serem tributos, estão sujeitas
ao direito público e seus princípios. Já as tarifas, seguem os princípios do
direito privado. Como consequência, as taxas só podem ser cobradas por
pessoa jurídica de direito público, ao passo que as tarifas podem ser cobradas
por pessoa jurídica de direito público ou privado.

Fornecimento de Energia Elétrica e Água e Tratamento de Esgoto = Tarifa


Contribuições de Melhoria
CTN: Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados,
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de
que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar
para cada imóvel beneficiado.

Eu negritei, de preto, a parte do artigo que menciona o fato gerador que


justifica a cobrança da contribuição de melhoria. Veja que se a obra pública
não gerar valorização imobiliária, não há justificativa para cobrança do tributo.
Portanto, devemos gravar que o fato gerador é a valorização imobiliária, e não
a obra pública em si.

A CF/88 é omissa quanto aos limites individuais e totais da contribuição de


melhoria. Guarde isso!

Empréstimos Compulsórios
Os empréstimos compulsórios constituem uma espécie distinta de tributos,
que não se confunde com as demais. Você se lembra que falamos da
corrente pentapartida? Lá, estudamos que uma das espécies eram os
empréstimos compulsórios, certo? Portanto, podemos dizer que eles são uma
espécie autônoma de tributos, conforme a doutrina majoritária e jurisprudência.

Guarde isto: empréstimos compulsórios não podem ser instituídos por lei
ordinária ou medida provisória!
NUNCA!
Devem ser instituídos por lei complementar.

Contribuições Especiais
“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais
ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto
no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.”
Veja que cabe somente à União instituir tais contribuições, e que elas se
dividem basicamente em três tipos, conforme eu negritei acima. Contudo, há
uma exceção, que permite aos Estados, DF e Municípios instituírem
contribuições especiais, no § 1º do art. 149, a saber:
“§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição,
cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do
regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será
inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da
União.”
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Não confunda! O fato de se dizer “contribuição” para o FGTS não significa que
se trata de contribuições especiais. Afinal de contas, essa contribuição não
é tributo e não faria sentido incluí-la em uma espécie tributária. Ok?
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Um detalhe que deve ser guardado pelo candidato é que o entendimento
do STF é que os Impostos Residuais devem ter fato gerador e base de
cálculo diferentes dos outros impostos previstos na lei, e não das contribuições
sociais. Podemos dizer o mesmo a respeito das contribuições residuais, ou
seja, elas podem ter fato gerador e base de cálculo próprios de outro
imposto, mas não idênticos às contribuições já existentes na CF/88.

Contribuições Sociais Gerais


Vamos estudar agora a última das modalidades de contribuições sociais que
podem ser criadas pela União. As contribuições sociais gerais são aquelas
destinadas a custear atividades do poder público na área social, mas que não
estejam destinadas à seguridade social.
Como exemplo, podemos citar o salário-educação, que foi instituído com base
no art. 212, § 5º da CF/88 e também as contribuições ao Sistema “S”, previstas
no art. 240 da CF.
Estas últimas destinam-se ao custeio dos Serviços Sociais Autônomos
(SESC, SENAI etc.). A classificação delas como contribuições sociais
gerais deriva-se do próprio entendimento do STF.
Estas entidades são pessoas jurídicas de direito privado, não pertencendo
à administração pública direta ou indireta, mas realizam atividades de interesse
público, e por isso podem receber recursos públicos.
Vejam que se trata de um caso em que os recursos são destinados a
outras entidades, que não o Estado. Por esse motivo, podemos afirmar
que tais contribuições são exemplos de tributos parafiscais.

Contribuições de Intervenção no domínio econômico


Tal contribuição é de competência apenas da União. Pela própria
nomenclatura que lhe foi dada pelo constituinte, percebemos que a CIDE
não se trata de um imposto, cuja finalidade principal é arrecadar recursos para
os cofres públicos. A sua denominação nos remete a uma intervenção estatal
na economia, no mercado. Portanto, como veremos ainda nessa aula, é
um tributo extrafiscal, pois a finalidade é intervir no funcionamento da
economia do país.

Note ainda que, diferentemente dos impostos – cuja arrecadação, via de regra,
não pode ser vinculada –, as CIDEs são tributos de arrecadação
vinculada, e é o próprio destino da arrecadação que faz com que ela
intervenha na economia, direcionando recursos para setores específicos.
Com efeito, se o Governo quiser estimular um setor da economia, ele pode
instituir uma CIDE, e utilizar os recursos arrecadados para fomentar tal setor.

Você provavelmente já ouviu falar da CIDE-Combustíveis, certo? Pois


bem, ela foi instituída pela Lei 10.336/2001 e sobre ela podemos dizer que é a
única CIDE cujo fato gerador e o destino da arrecadação foram
expressamente previstos no corpo da própria CF/88. Senão, vejamos (art.
177, § 4º):
“§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico
relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e
seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá
atender aos seguintes requisitos:
I - a alíquota da contribuição poderá ser:
a) diferenciada por produto ou uso;
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe
aplicando o disposto no art. 150,III, b;
II - os recursos arrecadados serão destinados:
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível,
gás natural e seus derivados e derivados de petróleo;
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do
petróleo e do gás;
c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes.”

Contribuição para o Custeio do serviço de Iluminação Pública


Estudamos durante a aula que, para o STF (Súmula 670), o serviço de
iluminação pública não pode ser custeado por taxas, por não atender aos
requisitos de especificidade e divisibilidade exigidos tanto pela CF/88 (art. 145,
II) quanto pelo CTN (art. 77).
Diante desse impedimento, o correto é que fosse utilizada parte da
arrecadação decorrentes dos impostos. Contudo, os municípios alegavam
que não havia recursos disponíveis para financiar este serviço.
Por esse motivo, o legislador constituinte derivado, por meio da Emenda
Constitucional 39/2002, acrescentou o art. 149-A ao texto constitucional. Tal
dispositivo prevê a criação da Contribuição para o custeio do serviço de
iluminação pública (COSIP).

Três aspectos devem ser levados em conta, na leitura dos dispositivos


supra citados:
- A competência é restrita aos Municípios e ao DF;
- A arrecadação do tributo é vinculada ao custeio do serviço de iluminação
pública;
- É facultado que a cobrança desse tributo seja feita na fatura de consumo
de energia elétrica.

Contribuições Corporativas
As contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas
(contribuições corporativas) são tributos cuja competência é exclusiva da
União. São instituídas para financiar atividades de entidades que representam
determinadas classes profissionais, sendo, por isso mesmo, mais um exemplo
de tributo parafiscal.

As contribuições cobradas pela OAB NÃO são consideradas tributos. No


entanto, as anuidades cobradas pelos demais conselhos de fiscalização
profissionais são consideradas tributos. Guarde isso!

Classificação quanto à hipótese de incidência


As taxas e as contribuições de melhoria são tributos vinculados, pois nos
dois casos o tributo somente surge com alguma atuação do Estado, em
relação aos contribuintes (serviço público específico e divisível ou poder de
polícia no primeiro caso e obra pública da qual decorra valorização imobiliária
no segundo).
Os impostos, por outro lado, são tributos não vinculados por excelência.
Foram criados para custear os serviços gerais prestados pelo poder público, a
exemplo da segurança e da saúde.

Caso uma questão de prova pergunte apenas se o tributo é vinculado ou


não, ela está se referindo ao fato gerador deste.
Os tributos vinculados podem ser chamados também de retributivos,
bilaterais, contraprestacionais ou sin~ealagmáticos. GUARDE ISSO!

Classificação quando ao destino da arrecadação


Se um tributo possui arrecadação vinculada, tudo o que for arrecadado com a
sua cobrança será direcionado para um fim. Por outro lado, caso o tributo seja
de arrecadação não vinculada, o Estado poderá utilizar os recursos para
custear atividades gerais.
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As limitações constitucionais ao poder de tributar são constituídas por
princípios e imunidades. Guarde isso!

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS


Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade (art. 150, I, da CF/88) prevê a necessidade de que
uma lei seja editada para instituir ou aumentar um tributo. Trata-se, na
verdade, de uma forma de representação popular. Afinal de contas, as leis são
editadas pelo Congresso Nacional, onde estão aqueles que representam a
vontade do povo.
De acordo com o art. 5°, II, da CF/88, “ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Como o tributo é uma
prestação pecuniária compulsória (é uma obrigação, portanto), deve ser
instituído em lei, como decorre do seu próprio conceito, estampado no art. 3°
do CTN.
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Súmula STJ 160 – É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto,
em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.

O princípio da capacidade contributiva


Primeiramente, devemos ressaltar que o princípio da capacidade contributiva
não se limita a um parâmetro de isonomia tributária. Na verdade, ele existe
para a busca da justiça na tributação, que pode ser considerada, a grosso
modo, sinônimo de equidade.
Nesse contexto, surgem duas acepções para a equidade na tributação, quais
sejam:
• Equidade Vertical: contribuintes que possuem capacidade contributiva
diferente devem contribuir de forma desigual.
• Equidade Horizontal: contribuintes que possuem igual capacidade
contributiva devem ser tributados de maneira igual.

A progressividade ocorre quando a incidência tributária é mais gravosa sobre


aqueles que possuem maior capacidade contributiva. É o que ocorre com o
Imposto de Renda, em que as pessoas que auferem maiores rendas
contribuem com alíquotas maiores.
Para facilitar o seu entendimento, note a diferença entre a proporcionalidade e
a progressividade. Alíquotas progressivas ocorrem quando o percentual a ser
aplicado sobre a renda aumenta, à medida que a renda aumenta. Já a
proporcionalidade está presente quando a mesma alíquota é aplicada sobre
qualquer renda.

Impostos reais: São impostos incidentes sobre o patrimônio, desconsiderando


as características pessoais dos contribuintes.
Impostos pessoais: São os impostos que estabelecem diferenças tributárias
em função das condições pessoais de cada contribuinte.

Princípio da Capacidade Contributiva e o Sigilo Bancário


Na segunda parte do § 1°, do art. 145, da CF/88, ao tratar do princípio da
capacidade contributiva, foi dito que é “facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar,
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.”

Princípio do Não Confisco


Dando continuidade ao estudo dos princípios constitucionais tributários,
veremos agora o Princípio do Não Confisco, previsto no art. 150, IV, da CF/88
(acompanhe na sua Constituição Federal). Na realidade, embora
majoritariamente conhecido por princípio do não confisco, o que a Constituição
quis proteger foi a tributação com efeito confiscatório, que é diferente do
confisco em si.

Então, o que seria a tributação com efeito confiscatório? Ora, seria uma
sobrecarga de tributos de tal forma que se assemelhe a uma punição, pois o
Estado estaria absorvendo boa parte da riqueza gerada pelos
contribuintes.

Para o Supremo Tribunal Federal, a caracterização do efeito confiscatório deve


ser obtida, analisando a totalidade de tributos a que um contribuinte
está submetido, dentro de determinado período, em relação à mesma
pessoa política. Ou seja, se o objetivo é descobrir se determinado imposto
federal está sendo utilizado com efeito de confisco, há que se verificar
todo o ônus tributário com que certo contribuinte arca em relação à
União.

Por último, fique atento ao fato de que a aplicação do princípio do


não confisco deve ser atenuada, quando se trata de tributos
extrafiscais. Tais tributos são utilizados como forma de controle, e por
isso mesmo a doutrina e a jurisprudência aceitam que se estipule
alíquotas elevadas nesses tributos.
Nesse contexto, as alíquotas do IPI em relação aos cigarros, por exemplo,
chegam a 300%, não sendo caracterizado confisco, haja vista que o interesse
do Estado é o de que as pessoas evitem fumar. Portanto, a sobrecarga
tem intuito extrafiscal, qual seja o de inibir certo comportamento das
pessoas.
Princípio da não surpresa
O princípio da não surpresa é representado, na CF/88, pelos princípios da
anterioridade, noventena e até mesmo o da irretroatividade.

Princípio da Anterioridade
De acordo com o que foi previsto no art. 150, III, b, da CF/88, é vedado a
qualquer dos entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) cobrar
tributos “no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou”.

Princípio da Noventena (Anterioridade Nonagesimal)


O princípio da noventena (também denominado anterioridade nonagesimal)
prega que a cobrança de tributos deve ocorrer apenas 90 dias após a
publicação de uma lei que institua ou majore tributos.

Além disso, perceba a diferença entre esse princípio e os princípios da


anterioridade anual e nonagesimal. Nestes, o marco temporal utilizado para
vedar a cobrança de tributos é a publicação da lei; naquele, trata-se da
vigência da lei.
Repare, então, que o objetivo do princípio da irretroatividade está diretamente
interligado à segurança jurídica, pois o objetivo é proteger as relações
constituídas de novos efeitos tributários. Ou seja, quando se praticou o fato
gerador (uma importação, por exemplo), o contribuinte havia levado em
consideração a legislação em vigor naquela data.
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Imposto de Renda:
Irretroatividade - SIM
Anterioridade Anual - SIM
Anterioridade Nonagesimal - NÃO

Princípio da Liberdade de Tráfego


De acordo com o texto constitucional (art. 150, V), temos que é vedado aos
entes federados “estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por
meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança
de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público”.
Amigo, perceba que o que se quis proteger com esse dispositivo foi a
liberdade de tráfego das pessoas e seus bens dentro do território nacional,
direito individual expressamente previsto no art. 5°, XV, da própria CF.

Princípio da Uniformidade Geográfica da Tributação


O texto constitucional veda, no seu art. 151, I, que a União institua
tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que venha
implicar em distinção em relação a outro ente federativo, em detrimento
dos demais.
Contudo, é permitida a concessão de incentivos fiscais para promover o
desenvolvimento socioeconômico de determinadas regiões do país.
Ressalte-se que tal princípio encontra respaldo no art. 3° da CF/88, segundo o
qual é objetivo da República Federativa do Brasil erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. Então, entenda
que se a União majorar as alíquotas de tributos federais, tal aumento deverá
ser uniforme em todo o território nacional.

Princípio da Vedação às Isenções Heterônomas


Primeiramente, precisamos entender que as isenções são concedidas pelos
entes políticos. Ou seja, o ente é capaz de tributar, mas opta por conceder
esse benefício fiscal, que deve ser criado exclusivamente por lei.

Quando um ente federado competente para instituir determinado tributo


concede isenção sobre tal exação, este benefício é denominado isenção
autônoma.

Art. 151. É vedado à União:


III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios.
Esse dispositivo consagra o Princípio da Vedação às Isenções
Heterônomas. O que se veda com o princípio em análise é que um ente
político conceda isenção sobre tributo instituído por outro. Tal benefício é
chamado de isenção heterônoma. Assim sendo, não obstante tenha sido
vedado apenas à União, a lógica jurídica deve prevalecer, isto é, também
é vedado aos Estados instituir isenções de tributos municipais.

IMUNIDADES
Quando uma lei institui determinado tributo, ela prevê os elementos essenciais
para que seja possível sua cobrança (hipótese de incidência, sujeitos ativo e
passivo, base de cálculo e alíquota).

A imunidade pode ser considerada uma incompetência tributária.

Classificação das Imunidades Segundo a Doutrina


A Constituição Federal, ao instituir as imunidades, pode adotar como parâmetro
tanto as pessoas (imunidade subjetiva) quanto as coisas (imunidade objetiva).
Podemos ter ainda imunidades que consideram as coisas e as pessoas ao
mesmo tempo, sendo estas denominadas imunidades mistas.
As imunidades subjetivas podem ser exemplificadas pela imunidade
recíproca. De acordo com o art. 150, VI, a, da CF/88, é vedado à União, aos
Estados, ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre o patrimônio, a renda
ou serviços, uns dos outros. Observe que a imunidade é direcionada a pessoas
políticas, mas não o é às empresas privadas, por exemplo. Com isso, fica
clara a importância que tem a “pessoa” para se definir se haverá ou não
imunidade.

No que se refere às imunidades objetivas, o exemplo amplamente utilizado


é o da imunidade cultural. De acordo com o art. 150, VI, d, da CF/88, é vedado
a todos os entes federativos instituir impostos sobre os livros, jornais,
periódicos e o papel destinado a sua impressão. Desta forma, não importa
qual pessoa esteja vendendo um jornal, por exemplo. O que é relevante
para a aplicação da imunidade é o bem que está sendo objeto de
comercialização.
Por último, as imunidades mistas podem ser ilustradas pela imunidade que
impede a incidência do Imposto sobre Propriedade Territorial Rural sobre as
pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que
não possua outro imóvel. Atente para o fato de que as glebas rurais
constituem o aspecto objetivo, e o fato de seu proprietário não poder possuir
outro imóvel revela o aspecto subjetivo da referida imunidade.

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- O ITBI não incidirá sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a
transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou
extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil (art. 156,
§2°,I);

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