Você está na página 1de 13

RESUMO Comércio Internacional – Beatriz

Cap. 5 – Modelo Geral do Comércio

Modelo Ricardiano: as possibilidades de produção são determinadas pela alocação de um


único recurso de mão-de-obra, entre setores. Esse modelo apresenta a ideia essencial das vantagens
comparativas, mas não nos permite discutir a distribuição de renda.
Modelo dos fatores específicos: embora a mão de obra possa se mover livremente – possível
apenas teoricamente e pouco efetiva no plano prático devido a especialização e divisão do trabalho
– entre os setores, há outros fatores específicos a industrias particulares. Ideal para entender a
distribuição de renda, mas inadequado para discutir os padrões de comércio.
Modelo de Hecksher-Ohlin: os múltiplos fatores de produção podem se mover entre setores.
Esse modelo apresenta um entendimento mais profundo de como os recursos podem levar a
diferentes padrões de comercio.

Esses modelos apesar de suas diferenças especificas possuem varias características em


comum, e por causa delas esses modelos podem ser vistos como casos especiais de um modelo mais
geral de uma economia mundial de trocas. Essas semelhanças são: a capacidade produtiva de uma
economia pode ser resumida por sua fronteira de possibilidades de produção, e as diferenças nessas
fronteiras aumentam o comércio; as possibilidades de produção determinam a curva de oferta
relativa de um país; o equilíbrio mundial é determinado pela demanda relativa mundial e por uma
oferta relativa mundial que se situa entre as curvas de oferta relativa nacionais.

O Modelo Geral do Comércio é construído com base em quatro relações:


1. relação entre a fronteira de possibilidades de produção e a curva de oferta relativa
2. a relação entre os preços relativos e a demanda
3. a determinação do equilíbrio mundial pela oferta relativa mundial e pela demanda relativa
mundial
4. o efeito dos termos de troca – preço das exportações de um país dividido pelo preço de suas
importações – sobre o bem estar de uma nação

POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO E OFERTA RELATIVA


Assume-se que cada país produz dois bens, alimentos e tecidos – agricultura e indústria –, e
que cada fronteira de possibilidade de produção é uma curva suave.

DC
,1

1 ) A1

DC
/ 2 ,
Linhas de isovalor, formada pela relação dos preços das demandas, indicam que onde a
linhas tangenciam a curva é o lugar em que o valor do numero total de produtos produzidos é o
mesmo, o que muda é a quantidade de cada um deles. O valor de mercado da produção é dado pelo
numero de linhas de isovalor. A linha 3 é o valor mais alto de produção possível, pois tangencia a
curva em um só ponto. As linhas de isovalor mais distantes da origem correspondem a valores mais
altos da produção. Falhas: essa linha se baseia pelos preços de mercado, o qual não é fixo, ou seja
não dá para ter um planejamento estável, assim, não têm como definir as melhores quantidades de
cada produto para serem produzidos, por que a economia capitalista não é planificada.
Fronteira de possibilidade de produção são diferentes combinações que o país pode
adotar nas produções dos produtos – curva do gráfico; a curva é a capacidade máxima de produção.
O custo de oportunidade é o que você deixa de ganhar. Abaixo do limite da curva o custo de
oportunidade é 0, pois não se está usando toda a capacidade de produção então não se perde nada.
O ponto sobre a fronteira de possibilidades de produção no qual a economia realmente
produz depende do preço de tecidos relativo ao preço de alimentos Pt/Pa. Se a relação entre Pt/Pa
aumentar, a linha de isovalor se torna mais íngreme. Quando se torna mais íngreme a linha de
isovalor mais elevada que a economia poderia atingir, passa de VV1 para VV2, ponto em que a
produção econômica se desloca de Q1 para Q2. Assim, o aumento no preço relativo de tecidos leva
a economia a produzir mais tecidos e menos alimentos.

DC
,1

DC
/ 2 ,
PREÇOS RELATIVOS E DEMANDA

O valor do consumo da economia é igual ao valor de sua produção, ou seja ambos


permanecem na mesma linha de isovalor. A opção da economia por um ponto na linha de isovalor
depende das preferencias dos consumidores. As preferências de um indivíduo podem ser
representadas graficamente por uma serie de curvas de indiferença.
Uma curva de indiferença traça um conjunto de combinações de consumo de tecidos e de
alimentos que mantém o indivíduo igualmente em boa situação, e possuem três propriedades: são
inclinadas para baixo se o indivíduo recebe menos de A, e para compensar deve receber mais de T;
quanto mais pra cima e para a direita maior o nível de bem estar, pois receberá mais de ambos os
bens; cada curva de indiferença fica mais retilínea conforme nos movemos para a direita, pois
quanto mais de T e menos de A, mais valiosa se torna uma unidade de A na margem comparada com
uma unidade T, de modo que mais de T terá que ser fornecido para compensar qualquer redução
posterior de A.

DC
,1
A1
) D1

) 1DC

1 ) A1
X

DC
( 1DC / 2 / 2 ,

A economia produz no ponto Q, em que a fronteira de possibilidade de produção tangencia a


curva de indiferença mais alta possível. O consumo situa-se no ponto D, em que a linha de isovalor
tangencia a curva de indiferença mais alta possível. A economia produz mais tecido que o consumo,
portanto exporta tecido; da mesma forma, produz mais alimentos que produz, portanto importa
alimento. “X” é a quantidade de tecnologia (tecido) que o país tem que exportar para pagar a
importação de alimentos. Problema: esse padrão de consumo está acima da capacidade de
produção, assim ele se torna insustentável, a não ser que seja possível o comercio internacional.
A economia opta pelo ponto na linha de isovalor que reúne as 3 propriedades: consumir no
ponto sobre linha de isovalor que permita maior bem estar, tangente à curva de indiferença mais alta
possível (D). Neste ponto, a economia exporta tecidos e importa alimentos.
Supondo que se eleve a relação Pt/Pa, a economia produzira mais T e menos A, deslocando
a a produção de Q1 para Q2, o que desloca a linha de isovalor sobre a qual o consumo deve estar,
assim a opção de consumo de desloca, também, de D1 para D2. Esse movimento reflete que a
economia moveu-se para uma curva de indiferença mais alta: está em melhor situação, já que é
exportadora de tecidos. Quando preço relativo de tecidos aumenta, economia pode importar mais
alimentos para qualquer volume dado de exportações; mudança nos preços relativos leva a um
deslocamento da curva de indiferença, aumentando mais em direção alimentos e distanciando-se de
tecido,
A melhoria do bem-esta é um efeito renda – tende a aumentar o consumo de ambos os
bens–; o deslocamento do consumo para qualquer nível dado de bem-estar é um efeito substituição
– substitui-se tecidos por alimentos.

DC
,1

1
Z
1
,

DC / 2
,

Ponto D1 – a sociedade demanda muito mais alimento do que tecnologia – característico de


países pobres. “Z” representa o déficit de alimento. D2 representa a economia de países mais
desenvolvidos. Q2 mostra como que os tecidos estão mais valorizados em relação aos alimentos,
uma vez que a pequena quantidade produzida de tecnologia paga a grande quantidade demandada
de alimentos.
EFEITO SOBRE O BEM-ESTAR DAS MUDANÇAS NOS TERMOS DE TROCA

Quanto Pt/Pa aumentam o país que exporta T fica em melhor situação – D1 para D2. Por
outro lado, se Pt/Pa declinasse, o país estaria em pior situação – D2 para D1, diminuição do
consumo. Definimos or termos de troca com o preço do bem que o país exporta inicialmente
dividido pelo preço do bem que importa inicialmente. Então, um aumento nos termos de troca
aumenta o bem-estar do país, enquanto um declínio reduz seu bem-estar.

DETERMINAÇÃO DOS PREÇOS RELATIVOS


Suponhamos que a economia mundial consista de dois países, Local (tecidos) e Estrangeiro
(alimentos). Os termos de troca do pais local são são medidos por Pt/Pa, enquanto os do estrangeiro
são medidos por Pa/Pt. Qt e Qa são as quantidades de tecidos e alimentos produzidas pela economia
Local e Qt* e Qa* as quantidades produzidas pelo estrangeiro.
Para determinar Pt/Pa, encontramos a interseção da oferta relativa mundial de tecidos e sua
demanda relativa mundial. Interseção entre curvas de oferta e demanda determina o preço de
equilíbrio relativo Pt/Pa. A curva de oferta é inclinada para cima e a de demanda para baixo. Quanto
maior Pt/Pa, maior a oferta mundial de tecidos relativa à de alimentos e menor é a demanda mundial
de tecidos relativa à de alimentos.

D / 2

, 1 1
/ 2

CRESCIMENTO ECONÔMICO: DESLOCAMENTO DA


CURVA RS
Por um lado, o crescimento econômico no resto do mundo pode ser bom para nossa
economia porque significa mercados maiores para nossas exportações. Por outro lado, o
crescimento das economias de outros países pode significar aumento da concorrência para nossos
exportadores.
O crescimento econômico significa deslocamento para fora da da fronteira de possibilidades
de produção de um país. Esse crescimento pode resultar de aumentos dos recursos de um país ou de
melhorias na eficiência da utilização desses recursos. O crescimento normalmente tem um viés,
assim, o crescimento enviesado ocorre quando a fronteira de possibilidades de produção desloca-se
para fora mais em uma direção do que em outra.

DC
DC

DC / 2 DC / 2

crescimento enviesado em direção a tecidos crescimento enviesado em direção a alimentos


O crescimento pode ser enviesado por dois motivos: 1) o modelo ricardiano mostra que o
processo tecnológico de um setor da economia expandirá as possibilidades de produção da
economia mais na direção da produção daquele setor do que na direção da produção de outro setor;
2) o modelo dos fatores específicos e o das proporções dos fatores mostraram que um aumento na
oferta de um fator de produção de um pais – ex.: aumento no estoque de capital resultante de
poupança e investimento – produzirá um viés na expansão das possibilidades de produção; o viés
será na direção do bem para o qual o fator é especifico ou do bem cuja produção é intensiva no fator
cuja oferta aumentou. Portanto, as mesmas considerações que aumentam o comercio internacional
também levarão o crescimento enviesado de uma economia aberta.
Se o País Local tem crescimento fortemente enviesado em direção a tecidos, de modo que
sua produção de tecidos aumente a qualquer preço relativo de tecidos, sua produção de alimentos
declinará. Então, em todo o mundo, a produção de tecidos relativa à de alimentos aumentará e a
curva de oferta relativa mundial se deslocará para a direita, de RS1 para RS2. Isto provoca
diminuição do preço relativo de tecidos de PT/Pa 1 para PT/Pa 2, uma piora nos termos de troca do
país local e uma melhora nos termos de troca do estrangeiro. Por outro lado, o crescimento
enviesado do país Local ou Estrangeiro em direção a alimentos leva a um deslocamento para a
esquerda da curva RS e, portanto, um aumento no preço relativo de tecidos (de PT/PA1 para PT/
PA2); Isto melhora termos de troca do país Local e piora no Estrangeiro. A consideração
importante aqui não é qual economia cresce, mas o viés do crescimento.
O crescimento que expande as possibilidades de produção de um país desproporcionalmente
na direção do bem que ele exporta é um crescimento voltado para exportações, e o crescimento
enviesado na direção do bem que o país importa é um crescimento voltado para importações.
Assim, o crescimento voltado para a exportação tende a piorar os termos de troca de um país em
crescimento, em beneficio do resto do mundo; o crescimento voltado para importações tende a
melhorar os termos de troca de um país às custas do resto do mundo.Ex.: Industrialização por
substituição de importação: OPEP (exportação). o crescimento do resto do mundo é bom ou mau
para o país local dependendo do viés do crescimento. Caso 1 – desvalorização do produto que você
vende. Caso 2 – diminuição da dependência externa visando o crescimento da produção do produto
que o país importa. para assim o preço do tecido aumentar, assim como o bem-estar da sociedade.

D 1 A / 2 D 1 A
/ 1 / 2 / 1

/
/
/
/

, 1 1 1 A1 / 2
, 1 1 1 A1 / 2

2 ( A 1 1/ 2 2 ( A 1 1
Debate
Imagine a seguinte situação: Um país quer reduzir sua dependência por um determinado
produto, o qual é visto como estratégico e bastante cobiçado no comércio mundial. Resolve, então,
adotar uma política separada em duas ações, de curto e longo prazo. A ação de curto prazo consiste
em controlar a importação do produto; a de longo prazo consiste em começar a produzi-lo
localmente e, deste modo, reduzir gradualmente a demanda de importações do mesmo.
A) Ilustre graficamente as duas ações;
B) B) Quais são os impactos diretos em cada uma delas?
C) C) Quais as principais externalidades destas ações?

Preço relativo do produto

Oferta Relativa 2

Oferta Relativa 1
2
P2

Demanda relativa 2

P1 Demanda Relativa 1
1

Quantidade relativa do produto

A oferta relativa cai e a demanda relativa aumenta.

Ação em curto prazo: aumentar o preço do produto – os termos de troca local melhoram as custas
do estrangeiro. A intensidade do impacto sobre os termos de troca depende do tamanho e influencia
do país que aumentou o preço.

Ação em longo prazo – aumentar a produção do produto – com o aumento da produção, aumenta-se
a oferta do produto no mercado local, e assim o preço do produto diminui, fazendo com que os
termos de troca local diminuam em relação ao mundial.

??????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????

Cap. 8 – Os instrumentos de Política Comercial

O que devera ser a política de comercio de um país? Esse capitulo examina as políticas que
os governos adotam quanto ao comercio internacional, políticas que envolvem diversas atitudes
diferentes. O livre comércio é mais exceção do que regra, assim, os governos intervêm para
proteger o produtor nacional, e esses mecanismos de proteção se denominam política comercial.
Essas ações incluem impostos sobre algumas transações internacionais, subsídios a outras, limites
legais sobre o valor ou o volume de importações especificas e muitas outras medidas.

TARIFAS

Tarifa, mais simples das políticas de comércio, é um imposto cobrado quando um bem é
importado. As tarifas específicas são fixas e cobradas por unidade do bem importado (US$ 3,00
por barril de petróleo); as ad valorem são impostos cobrados como uma fração do valor dos bens
importados (tarifa norte-americana de 25% sobre os caminhões importados). Em ambos os casos, o
efeito da tarifa é elevar o custo dos bens embarcados para um país.
A importância das tarifas diminuiu nos últimos tempos, porque os governos normalmente
preferem proteger as industrias domesticas por meio de barreiras não tarifarias, tais como cotas de
importação e restrições de exportação.

Efeitos sobre a concorrência


Se a proteção é oferecida a um bem num mercado concorrencial, mesmo que as importações
venham a ser excluídas, ainda haverá alguma concorrência entre os produtores domésticos. Se o
mercado é caracterizado por oligopólio ou monopólio, a exclusão dos concorrentes estrangeiros
resulta em pouca disputa no mercado e consequente desestimulo para redução de preços e melhoria
da qualidade.

Efeitos sobre a renda


Se a economia passa por um período de recessão, a tarifa pode ser utilizada para estimular a
renda e o emprego.

SUBSÍDIOS ÀS EXPORTAÇÕES

Um subsídio à exportação é um pagamento a uma empresa ou indivíduo que embarca um


bem para o exterior, feito pelo governo, para encorajar exportações ou desencorajar importações.
Assim como as tarifas, os subsídios podem ser específicos ou ad valorem.
A concessão de subsídios se dá por meio de: pagamentos em dinheiro (raro atualmente),
redução de impostos, financiamento a taxas de juros inferiores às do mercado, e compras direta do
governo para posterior revenda a preço mais baixo aos consumidores.
Os efeitos de um subsídio à exportação sobre os preços são inversos dos da tarifa; o preço
no país exportador aumenta, mas por causa da queda do preço no país importador, o aumento do
preço é menor que o subsídio. No país exportados, os consumidores são prejudicados, os produtores
ganham e o governo perde porque deve gastar dinheiro com o subsidio.
o subsidio à exportação piora os termos de troca, baixando o preço da exportação no
mercado estrangeiro. Assim, um subsídio à exportação leva a custos que excedem os benefícios.

COTAS DE IMPORTAÇÃO
Cotas de importação são restrições direta à quantidade de algum bem que pode ser
importado. A restrição é normalmente executada por meio da emissão de licenças a alguns grupos
de indivíduos ou empresas. Uma cota de importação sempre eleva o preço local do bem importado.
Quando as importações são limitadas, o resultado é que a demanda pelo bem excede a oferta
domestica mais as importações.
A diferença entre uma cota e uma tarifa é que com a cota o governo não recebe receita,
assim, a soma de dinheiro que seria considerada receita do governo com a tarifa é arrecadada por
quem quer que receba as licenças de importação.

Restrições voluntárias às exportações


Também conhecida como AVRE, são cotas de comercio impostas pelo país exportador, em
vez do importador. São geralmente impostas a pedido do importador com o apoio do exportador no
sentido de evitar outras restrições.
Uma restrição desse tipo é sempre mais cara para o importador. Mas, os custos representam
uma transferência de renda em vez de uma perda de eficiência. Do ponto de vista nacional, as
restrições voluntárias são muito mais dispendiosas que as tarifas/

OUTRAS FORMAS DE PROTEÇÃO

- Controles cambiais
depreciação da moeda para baratear os seus produtos perante o mercado internacional
- Proibição de importação
- Monopólio estatal
- leis de compras de produtos nacionais
- depósitos prévios à importação
pagar antes do produto ficar pronto
- barreiras não tarifárias
aspectos morais, de desenvolvimento, ou seja subjetivos – denuncias de trabalho escravo,
desmatamento, etc.

EFEITOS DE UMA POLÍTICA COMERCIAL

As quatro principais políticas comerciais apresentadas beneficiam os produtores e prejudicam os


consumidores. Os efeitos das políticas sobre o bem-estar econômico são ambíguos: duas das
políticas definitivamente prejudicam a nação como um todo, enquanto as tarifas e cotas de
importação são potencialmente benéficas somente para alguns países grandes que possam reduzir os
preços internacionais.
restrições
subsidio às cota de
Tarifa voluntárias às
exportações importação
exportações

excedente do
aumenta aumenta aumenta aumenta
produtor

excedente do
diminui diminui diminui diminuiu
consumidor

não mudam
não mudam
receitas do diminuem (gastos (rendas para
aumentam (rendas para
governo aumentam) detentores de
estrangeiros)
licença)

ambiguo (diminui ambiguo (diminui


bem-estar
para países diminui para países diminui
economico geral
pequenos) pequenos)

Argumentos favoráveis ao protecionismo

- proteção a industria nascente


- Estímulo à substituição de importações
- redução do diferencial de salários – Ao se produzir localmente se tem uma garantia de emprego
- Impedimento ao comércio desleal – dumping, monopólio…
- promoção da segurança nacional – Ex.: restrição brasileira de empresas privadas exercerem
função de correio ou de ter canal aberto na tv
- melhoria da balança de pagamento
- favorecimento das barganhas internacionais

Argumentos contrários ao protecionismo

- formação de cartéis
- elitização de setores da industria
- perda de referencial competitivo
- redução da qualidade de vida da população – produtos piores e mais caros
- perda da competitividade – aumento dos preços dos produtos
Manual de Economia – Cap. 9 – Organização Industrial

ANTECEDENTES

O enfoque microeconômico predominante nos séculos XIX e XX era o marshalliano.


Segundo esse enfoque, uma empresa tinha como único objetivo a maximização de lucro, tendo
pleno conhecimento de suas funções de custo e demanda. Como consequência, considerava-se que a
decisão fundamental da empresa consistia em escolher o nível de operação em que o lucro fosse
máximo, correspondendo a quantidade em que custo marginal e receita marginal se igualassem.
Os estudos que deram origem à organização industrial, entretanto, questionaram esse
principio. Hall & Hitch investigaram diversas firmas industriais, e seus resultados foram críticos à
abordagem prevalecente. Concluíram que a estrutura de mercado predominante era oligopolista e
observaram que as firmas pesquisadas não agiam de forma a maximizar o seus lucros. A
predominância da estrutura de mercado oligopolista colocava em xeque a visão tradicional de que
firmas agem isoladamente, tomando como base as variáveis externas, ao contrário, os empresários
alegavam levar em consideração a interdependência dessas ações e daquelas dos seus concorrentes.
Além disso, a não maximização dos lucros levou os autores a questionar o pressuposto da
informação completa – funções do custo e demanda – e da racionalidade ilimitada – capacidade das
firmas em resolverem o problema da maximização dos lucros.

PRINCÍPIO DO CUSTO TOTAL

Hall & Hitch propuseram um novo modo de representação da decisão empresarial, que ficou
conhecido como principio do custo total. Segundo esse princípio, as firmas tinham como decisão
principal a determinação do preço, e não da quantidade. Esse preço era determinado por meio da
margem fixa (mark up) – custo da marca – que incidia sobe o custo variável médio.
Os preços seriam relativamente estáveis, uma vez que o aumento da demanda poderia
ocasionar elevação na quantidade vendida sem que isso tivesse o impacto na elevação do preço.
Para eles, se o empresário procurasse elevar os preços de seus produtos, teria de amargar uma queda
substancial na quantidade vendida; e se sua ação fosse a redução de preços, o aumento da
quantidade vendida seria irrisório, provocando queda da receita.
Para justificar o porque de a curva da demanda apresentar essas características, recorre-se à
interdependência das ações no mercado oligopolístico. Se a empresa elevar seu preço, seus
concorrentes aproveitarão a oportunidade para ampliar sua participação no mercado mantendo os
preços mais baixos. Se a empresa optar promover a redução de preços, seus concorrentes vão reagir,
reduzindo também seus preços para não perder participação no mercado, assim, a quantidade
vendida não aumentará consideravelmente.
As criticas que recaíram sobre esses autores é que eles não explicavam o nível da margem
fixa. Embora eles não apresentassem uma teoria de determinação do preço, os autores contribuíram
para o nascimento da organização industrial ao colocarem em xeque os pressupostos de
maximização de lucro, informação completa, racionalidade plena e concorrência perfeita.

A FIRMA ATIVA

Mason, ao contrário de Hall & Hitch, que centraram suas criticas no modelo marginalista
(Marshall), lançou as bases do paradigma de estrutura-conduta-desempenho, assim como sugeriu
um método de analise, baseado em estudos de caso, como meio de captar as estratégias
empresariais.
Mason definiu como objeto as firmas ologopolistas. Uma consideração importante obtida
era a interdependência das ações da firma e de suas concorrentes. Ao contrário da concorrência
perfeita, em mercados oligopolizados a ação de uma empresa afetava o retorno esperado pelas
demais.
Ao centrar sua analise nas grandes firmas, Mason introduziu a ideia de Firma ativa, que
agia no sentido de modificar o ambiente em que está inserida. Preços por exemplo, não eram mais
um dado para as firmas, mas sim uma variável de escolha. Ao revelar que as firmas agiam
ativamente sobre o mercado, Mason abriu espaço para o Estudo de diversas estratégias empresariais
– pesquisas e desenvolvimento, marketing, diferenciação de produto…
Mason também rejeita a ideia de maximização dos lucros como único objetivo das
empresas. As grandes firmas são organizações complexas em que, frequentemente, a propriedade
está afastada da gerencia. Além disso, o modo como a empresa é gerida a torna vulnerável a
diversas pressões dos grupos com quem ela se relaciona. Assim, o comportamento das firmas é
igualmente complexo.
O autor procurou classificar as firmas segundo tipos de estrutura de mercado, observando o
grau de concentração do mercado, as estruturas dos mercados fornecedores e as características do
produto. Dado um tipo de estrutura de mercado, as firmas poderiam optar por um leque de possíveis
estratégias (condutas) conforme seu objetivo. A escolha da estratégia, juntamente com a estrutura
de mercado determinaria o resultado do sistema econômico (desempenho). Desenhava-se, portanto,
a cadeia causal que caracterizaria o paradigma de estrutura-conduta-desempenho: um tipo de
estrutura de mercado limitaria e condicionaria a conduta das firmas, o que teria efeitos sobre o
desempenho econômico.

Você também pode gostar