Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
OBJECTIVOS.................................................................................................................................................2
INTRODUCAO..............................................................................................................................................3
RELACIONAMENTO COM A GEOGRAFIA......................................................................................................4
RELACIONAMENTO COM A ANTROPOLOGIA SOCIAL...................................................................................4
RELACIONAMENTO COM A ECONOMIA.......................................................................................................5
RELACIONAMENTO COM AS CIENCIAS POLITICAS.......................................................................................5
RELACIONAMENTO COM A DEMOGRAFIA...................................................................................................6
RELACIONAMENTO COM A SOCIOLOGIA.....................................................................................................6
RELACIONAMENTO COM O DIREITO............................................................................................................6
CONCLUSÃO...............................................................................................................................................10
REFENCIA BIBLIOGRAFICA.........................................................................................................................11
OBJECTIVO GERAL
OBJECTIVOS ESPECIFICOS
Geografia
Antropologia
Economia
Ciências Politicas
Demografia sociologia
Direito
A História não é apenas o conhecimento do passado. É uma ciência que interpreta e localiza no
tempo os acontecimentos importantes da vida dos povos, dos homens e das ideias. Para atingir
esse fim, interpreta fontes históricas, julga sobre sua autenticidade e liga-se a outras ciências que,
em posição paralela, também estudam o homem nos seus mais diversos aspectos.
Entre as ciências que mais contribuem para que a História atinja seus objetivos científicos
destacam-se: a. A Geografia, a Sociologia, a Economia, a Demografia, o Direito, Ciencias
Politicas e a Antropologia Social.
Dizia com razão De Martonne que “toda ciência, ao abordar o problema da extensão de um
fenómeno, se aproxima da Geografia”. No caso particular da História, essa aproximação faz-se
sobretudo pelo fato de ambas as ciências terem um denominador comum que é o homem no
tempo e no espaço. As primeiras informações geográficas, por exemplo, chegaram-nos através
dos primeiros historiadores como Heródoto, Políbio e Estrabão.
Hoje, possuímos atlas históricos que são cartas geográficas especialmente destinadas ao estudo
de determinados povos e civilizações e que constituem indispensável material de estudo para os
que se dedicam à História. Bastaria lembrar, para a compreensão das relações entre a Geografia e
a História, que as paisagens montanhosas da Grécia contribuíram para a formação de cidades-
estado e que a situação geográfica do Egipto foi responsável pelos aspectos mais importantes de
sua civilização.
Nas últimas décadas do século passado, sobretudo nos anos de 1970 e 1980, a historiografia
passou por um processo de renovação. Esse novo e fértil momento da produção historiográfica
ficou conhecido como “virada antropológica”. É sobre essa relação entre história e antropologia,
a aproximação entre essas duas áreas do conhecimento - que alguns já denominam de história
antropológica -, que pretendemos discutir e analisar.
Dentre as ciências sociais, podemos afirmar que a história é uma das que mais se desenvolveram
nas últimas décadas e essa evolução se deu, sem dúvida, por conta do caráter interdisciplinar
imprimido pela produção historiográfica contemporânea. Os horizontes dos historiadores se
expandiram, novas temáticas, novos objetos e novos métodos foram adotados.Tudo isso, graças à
aproximação da história com a antropologia.
Mas essa perspectiva cultural é realmente tão nova assim? Será que essa abordagem nasce com a
Escola dos Annales, ou melhor, com o Movimento dos Annales? Não, já nos séculos XVIII e
XIX, historiadores como Legrand d’Aussy e Michelet se ocupam do campo desprezado pela
história factual, dos acontecimentos, ou seja, se preocupam em estudar uma história social dos
A história importa? Essa é uma pergunta cuja resposta de cientistas políticos, na trilha de
economistas e sociólogos da política, tem sido, nas últimas duas décadas, crescentemente
incisiva e insistentemente positiva, ainda que longe de unânime. Tanto o substantivo "história",
como o adjectivo "histórico", passaram a frequentar mais o vocabulário corrente da disciplina,
ainda que se saiba que a história esteve mais presente na formação e nos caminhos das ciências
sociais (Abrams, 1982; Reis, 1998). É no campo disciplinar da sociologia que esse diálogo tem
sido mais constante e persistente, de onde derivam a expressão "virada histórica das ciências
sociais" (McDonald, 1996), a constatação de que vivemos uma "era de ouro da sociologia macro-
histórica" (Collins, 1999) ou estamos em uma "segunda ou terceira onda" da sociologia histórica
(Adams et al., 2005). Parte dessa reflexão tem produzido fortes intersecções com a análise
histórica comparada e com as análises de políticas públicas (Ashford, 1992; Mahoney e
Rueschemeyer, 2003).
Essa diferenciação entre história, como disciplina e método distintivo, e histórico, como atributo
de processos e práticas que ocorrem no tempo e no espaço, não é apenas um recurso para
ressaltar dimensões da articulação entre história e política, mas indica diferentes compreensões
sobre a história. Para além da distinção weberiana entre singularidade e generalização, que
diferencia analiticamente a causalidade histórica da sociológica, surgiu um vocabulário que
contaminou certos segmentos da ciência política: por exemplo, tempo, conjuntura, contexto,
evento e seqüência.
As relações da História com a Sociologia são tão íntimas que muitas vezes as duas ciências
foram reunidas e confundidas. Posteriormente foram demarcados os seus campos e bem
delimitados os seus objectos: o fato histórico e o fato social. A História interessa-se sobretudo
pelo invulgar, pelo extraordinário; a Sociologia estuda o vulgar, o comum.
Há mais que simples relações entre a Sociologia e a História. Existe uma interdependência
profunda, se bem que os objectos de ambas sejam perfeitamente definidos.
Rabinovich Berkman (2011) entende que existem duas áreas do saber presentes na História do
Direito, todavia, mesmo sendo um jurista, pelas suas palavras, não desvalorizando o Direito
(logicamente), percebe-se uma exaltação da História. Para ele, quando se diz “História do
Direito”, faz-se referência a duas ciências: a histórica e a jurídica. Dessa forma, assumir-se-ia
como proposta a existência de uma terceira disciplina. Esta teria suas peculiaridades, mas sempre
seria uma ciência histórica. Ainda sobre essa questão, esclarece:
“O fato de tratar-se de uma disciplina histórica significaria que as pessoas que a cultiva buscam
pesquisar, descobrir e recriar o passado humano. O fato de ser “jurídica” implicaria que elas se
interessariam especificamente pelos aspectos do passado vinculados ao direito de modo mediato
ou imediato” (RABINOVICH-BERKMAN, 2011, p. 1).
“é importante destacar que o Direito é a própria História da nossa humanidade. Não há como
separar os dois elementos. Apesar de a História poder ser vista por várias facetas, tais como pelas
artes, pela culinária, pela filosofia, pela medicina, pelo desenvolvimento científico e tecnológico,
é justamente pela noção jurídica dos povos que se tem uma correta interpretação do mundo
pretérito e de cada cultura” (ALBERGARIA, 2012, p. 4).
Dessa forma, percebe-se, portanto, que a História do Direito, tratada como disciplina ou como
segmentação para fins de estudos, é apresentada como a História do próprio mundo jurídico,
como um todo. Nesse sentido, “o objetivo da história do direito é a interpretação dialética do
fenômeno jurídico e seu dimensionamento em função do tempo.” (DINIZ, 2012, p. 249).
“conceituar a História do Direito como parte da História geral que examina o Direito como
fenômeno sociocultural, inserido num contexto fático, produzido dialeticamente pela interação
humana através dos tempos, e materializado evolutivamente por fontes históricas, documentos
jurídicos, agentes operantes e instituições legais reguladoras” (WOLKMER, 2010, p. 5).
Nesse ínterim, pode-se dizer que “a história do direito estuda as instituições jurídicas dos povos
civilizados nas fases sucessivas de seu desenvolvimento. Baseia-se em documentos,
representados por escritos ou por monumentos chegados até nós, como o Código de Hamurabi,
de mais ou menos 2000 a.C.” (KLABIN, 2004, p. 21).
É interessante destacar, ainda, que o “direito não se conserva estático, mas se dinamiza e se
transforma na medida em que as condições sociais assim exigem; não há como desvinculá-lo da
realidade histórica, pois é preciso saber como este direito foi, até ontem, para entendê-lo, hoje, e
melhorá-lo, amanhã” (AZEVEDO, 2005, p. 21).
Assim, com outros termos, mas que se completam em termos de melhor definição,
Sabe-se que, para se fazer História do Direito é preciso se pesquisar as legislações da época.
Mas, só as leis são suficientes como fontes para esse tipo de pesquisa? A resposta vem assim:
“As fontes da história do direito, além dos escritos propriamente jurídicos, tais como leis e obras
dos jurisconsultos, utilizam também documentos de ordem histórica e literária. A ‘história
romana’ de Tito Lívio; os discursos tratados de Cícero, por exemplo, completam o manancial de
documentos nos quais se abebera o historiador do direito romano” (KLABIN, 2004, p. 22).
Pensando na finalidade de se estudar História do Direito, Wolkmer (2010) leciona que quanto
aos objetivos da História do Direito, o escopo é fazer compreender como é que o Direito
hodierno se formou e se desenvolveu, bem como de que maneira evoluiu na defluência dos
séculos. Do mesmo modo, o intuito é o exame crítico das legislações passadas com a finalidade
de exposição de suas sucessivas transformações, frisando, com efeito, os modos por que estas
ocorreram, conforme as mudanças da consciência, das condições e necessidades sociais. Em
resumo, a História do Direito tem uma finalidade precípua, que interpretar, criticamente, todos os
caminhos que levam à visão das instituições jurídicas atuais, com alicerce no que aconteceu
alhures e em tempos idos. Tudo isso, em busca de fixação de normas que tornem o Ser Humano
mais social, mais condizente com a sua condição de “humano”, cumpridor das regras de
convívio.
Conhece-se, agora, a importância da História do Direito, o seu conceito, qual o seu objeto e qual
a sua finalidade. Assim, para complementar esse tópico, pretende-se relacionar, de maneira mais
detalhada, a História e o Direito. Nesse sentido, além de serem palavras em que ambas têm
caráter polissêmico e analógico, como já tratado, é “possível perceber que História e Direito têm
[ainda] algo em comum: o Homem. Assim, partindo do Ser Humano, é necessário salientar
alguns pontos primordiais.” (CASTRO, 2009, p. 3).
Dentre todos os seres vivos, o Homem é, por excelência, o que produz cultura, o que manifesta
raciocínio elevado, o que valoriza a memória (história). Para inteirar o tema, é interessante
recordar algumas formulações convencionais de Cultura. Assim, cumpre assinalar que esta pode
expressar: “a totalidade das manifestações e formas de vida que caracterizam um povo.”
(JAEGER, 1979, p. 7); “o conjunto de tudo aquilo que, nos planos material e espiritual, o homem
constrói sobre a base da natureza, quer para modificá-la, quer para modificar-se a si mesmo.”
(REALE, 2011, p. 25); e, ainda, que “cultura é o conjunto das práticas, das técnicas, dos
símbolos e dos valores que se devem transmitir às novas gerações para garantir a reprodução de
um estado de coexistência social.” (BOSI, 1992, p. 16).
Os conceitos de cultura desenvolvidos no parágrafo acima vão, todos, pelo mesmo caminho;
todos têm o mesmo sentido. Dessa forma, há convergências nos conceitos, pois, Jaeger, Reale e
Bosi visualizam a Cultura como “o processo pelo qual o homem acumula as experiências que vai
Pode-se, portanto, perceber que o que se tem como cultura representa um tom temporal,
marcador de um tempo, fixador do momento histórico. A cultura indica, além das características
do indivíduo que a professa, também indica a época, o local e até o grupo social em que está
mais presente quem a manifesta. E, para confirmar isso, tem-se o ditado árabe citado por Bloch,
que diz: “O Homem se parece mais com seu tempo que com seus pais.” (BLOCH, 1976, p. 36).
“Sendo o Direito uma produção humana, ele também é cultura e é produto do tempo histórico no
qual a sociedade que o produziu ou produz está inserida. Plagiando o ditado árabe, poderíamos
afirmar que o direito se parece com a necessidade histórica da sociedade que o produziu; é,
portanto, uma produção cultural e um reflexo das exigências desta sociedade” (CASTRO, 2009,
p. 4).
Compartilhando desse pensamento, Altavila (1963, p. 8) escreve que “os direitos sempre foram
espelhos das épocas.”. Para o mesmo autor,
“os direitos dos povos equivalem precisamente ao seu tempo e explicam no espaço de sua
gestação. Absurdos, dogmáticos, rígidos, lúdicos e liberais, - foram, todavia, os anseios, as
conquistas e os baluartes de milhões de seres que, para eles, levantaram as mãos, em gesto de
súplica ou de enternecido reconhecimento” (ALTAVILA, 1963, p. 12).
Além das ciências propriamente ditas, muitas disciplinas auxiliam a História, tais como: a
Cronologia, a Paleografia, a Epigrafia, a Linguística, a Heráldica, a Diplomática, a Numismática,
a Genealogia e a Sigilografia.
https://almanaqueliterario.com/historia-conceito-e-relacao-com-outras-ciencias
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0003-25732015000400009
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092007000200012
ALBERGARIA, Bruno. Histórias do direito: evolução das leis, fatos e pensamentos. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2012.
ALTAVILA, Jayme de. Origem dos direitos dos povos. 3. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1963.
BLOCH, Marc Léopold Benjamim. Introdução à história. Tradução de Maria Manuel et al.
Mira-Sintra (Portugal): Europa-América, 1976.
BORGES, Vavy Pacheco. O que é história. São Paulo: Brasiliense, 1993.
BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
CASTRO, Flávia Lages de. História do direito: geral e do Brasil. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2009.
DIMOULIS, Dimitri. Manual de introdução ao estudo do direito. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2008