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Universidade Presbiteriana

Mackenzie

PÓS-GRADUAÇÃO EM

Gestão Estratégica de Negócios


Finanças Corporativas
Universidade Presbiteriana

Mackenzie

TRILHA DE APRENDIZAGEM 3

Indicadores de viabilidade
de investimentos
Objetivo: aplicar e analisar os indicadores para
tomada de decisão de investimento.
Trilha 3 | Indicadores de viabilidade de investimentos Universidade Presbiteriana

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1.1 Indicadores econômicos e


financeiros – Introdução
Os índices financeiros são utilizados em análises das mais variadas. Essas
análises envolvem métodos de cálculo e interpretação e objetivam acompa-
nhar e avaliar o desempenho de uma empresa. São, portanto, ferramentas
importantes na medição relativa da eficiência operacional empresarial.

Existem índices que visam a demonstrar a liquidez, a taxa de atividade, o ní-


vel de endividamento, a rentabilidade e o valor de mercado de uma empresa.

Grupo Índice Sigla Fórmula

Participação de
CT/PL = ((Passivo Circulante + Passivo não
capital de terceiros CT/PL
Circulante)/Patrimônio Líquido) x 100
(Endividamento)

Composição do PC/CT = (Passivo Circulante/(Passivo


PC/CT
endividamento Circulante + Passivo não Circulante)) x 100
Estrutura de
Capital Imobilização do AP/PL = (Ativo Permanente/Patrimônio
AP/PL
Patrimônio Líquido Líquido) x 100

Imobilização dos AP/(PL+ELP) = (Ativo Permanente/


Recursos não AP/(PL+ELP) (Patrimônio Líquido + Exigível a Longo
Correntes Prazo)) x 100

LG = (Ativo Circulante + Realizável em


Liquidez Geral LG Longo Prazo) / (Passivo Circulante + Exigível
a Longo Prazo)

Liquidez Imediata LI LI= Disponível / Passivo Circulante


Liquidez

Liquidez Corrente LC LC = Ativo Circulante/Passivo Circulante

LS = (Ativo Circulante – Estoques) / Passivo


Liquidez Seca LS
Circulante

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Giro do Ativo V/AT V/AT = Vendas Líquidas/Ativo

Margem Líquida LL/V LL/V = (Lucro Líquido/Vendas Líquidas) x 100


Rentabilidade
(ou Rentabilidade do
Resultados) LL/AT LL/AT = (Lucro Líquido/Ativo) x 100
Ativo

Rentabilidade do LL/PL = (Lucro Líquido/Patrimônio Líquido


LL/PL
Patrimônio Líquido Médio) x 100

Quadro 3.1: Indicadores financeiros utilizados para acompanhar o desempenho de


empresas em funcionamento
Fonte: Elaborado pela autora (2018). Fórmulas adaptadas de MATARAZZO (2003, p. 152)

Onde:

Ativo: conjunto de bens e direitos da organização.

Ativo Permanente: conjunto de bens e direitos de natureza duradoura para


garantir o funcionamento da empresa, tais como: móveis, equipamentos
etc.

Disponível: considera-se somente caixa, saldos bancários e aplicações fi-


nanceiras de liquidez imediata.

Liquidez Seca: é um índice de liquidez; saiba mais em nosso material com-


plementar.

Passivo Circulante: representa o passivo (obrigações) de curto prazo, ou


seja, o que será cumprido em até um ano.

Patrimônio Líquido Médio: é o mesmo que Patrimônio Líquido antes da


soma do lucro obtido no período.

Existem índices específicos para determinar a viabilidade econômico-fi-


nanceira de um projeto antes que ele saia do papel, e esses índices nos
auxiliam e permitem saber se o projeto:

• possui fontes de financiamento disponíveis e acessíveis;


• disponibiliza recursos financeiros próprios suficientes para manter
o produto/serviço operando após sua implementação;

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• provê a rentabilidade esperada e compatível com o volume do in-


vestimento realizado em tal projeto.

Saiba mais

Em um estudo de viabilidade econômico-financeira, buscamos avaliar a


aplicabilidade do negócio e obtemos uma projeção do seu comporta-
mento frente ao mercado, dando uma maior segurança a investimen-
tos, seja em novos empreendimentos, seja em empresas consolidadas.
Para saber mais, acesse: <http://fluxoconsultoria.poli.ufrj.br/blog/ges-
tao-empresarial/estudo-viabilidade-economica-financeira/>.

Para embasar a análise de investimento em determinado projeto, utiliza-


mos três indicadores:

• Valor Presente Líquido (VPL);


• Taxa Interna de Retorno (TIR);
• Payback.

No decorrer desta trilha, vamos nos concentrar no VPL, certo?

Devemos ter em mente que, antes mesmo de definirmos o valor atual de


um projeto futuro, precisamos entender como uma empresa capta recursos
financeiros. Isto porque nem sempre a empresa dispõe de todo o dinheiro
de que precisa para realizar suas metas. É assim em nossa vida pessoal,
também, concorda? Por isso, assim como os indivíduos, as empresas tam-
bém buscam fontes de financiamento.

Além disso, endividar-se nem sempre é algo negativo; em muitos casos, é


necessário contrair uma dívida, como um empréstimo, para expandir e,
assim, lucrar ainda mais.

Nesse contexto, existem dois conceitos que devem ser levados em conside-
ração: o custo de oportunidade, que trata do quanto se ganha escolhendo
uma entre várias opções de investimento, e o custo médio ponderado de
capital, que basicamente mostra o retorno que a empresa terá utilizando
seus próprios recursos e os de terceiros.

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Figura 3.1: As empresas devem levar em consideração a relação


custo-benefício na escolha de um investimento
Fonte: Plataforma Deduca (2018).

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1.2 Custo Médio Ponderado de


Capital (CMPC)
Abordaremos agora o Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC), ou
Weighted Average Cost of Capital (WACC). Contudo, para que possamos
compreender com maior assertividade o CMPC, devemos ter em mente que
qualquer organização necessita de recursos para se manter ativa no mercado,
e tais recursos podem partir de duas fontes: a própria, representada pelos
acionistas/sócios (capital próprio) e a de terceiros (capital de terceiros).

Essas fontes são chamadas “componentes de capital”, e a taxa de retorno


esperada desses componentes de capital é chamada de “custo componente”.
O custo de capital utilizado para desenvolver as análises de decisões de
orçamento de capital deverá ser uma média ponderada dos vários custos
componentes. Assim, a mencionada média ponderada é chamada “custo
médio ponderado de capital”. A partir desse breve descritivo, compreen-
demos a utilidade do CMPC, e agora vamos dar sequência à discussão a
respeito desse tema.

Além disso, Ross, Westerfield e Jordan (2001, p. 326) resumem que o


CMPC é

[...] o retorno total que a empresa precisa gerar sobre seus ativos atuais
para manter o valor de suas ações. É também o retorno exigido sobre
qualquer investimento da empresa que tenha basicamente o mesmo
risco de suas operações atuais e, portanto, se tivéssemos analisando
os fluxos de caixa de uma proposta de expansão de nossas operações
existentes, essa seria a taxa de desconto quer iríamos utilizar.

Segundo Gitman (2010), o cálculo do CMPC pode ser facilmente execu-


tado, pois multiplica-se o custo específico de cada modalidade de financia-
mento por sua proporção, que está contida na estrutura de capital da em-
presa, e somam-se os valores ponderados. Para que seja possível visualizar
com maior facilidade toda essa elucidação a respeito do cálculo do CMPC
ou WACC, utiliza-se a seguinte fórmula (ASSAF NETO; LIMA, 2014, p.
336):

WACC = (Ke × W PL) + (Ki × Wp)

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Em que:

Ke: custo de capital próprio

Wpl: participação do capital próprio (patrimônio líquido)

Ki = custo do capital de terceiros (custo da dívida); e

Wp = participação do capital de terceiros (dívidas).

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1.3 Custo de oportunidade


Agora que já compreendemos a fórmula que retorna a média dos custos que
a empresa tem em mãos para investir – o próprio e o de terceiros –, vamos
estudar sobre o custo de oportunidade.

O conceito de custo de oportunidade está atrelado à escolha. Isso mesmo!


Trata-se do custo de algo em detrimento de uma oportunidade renunciada.

Para exemplificar, pense que a empresa já possui, entre capital próprio e


capital de terceiros, uma soma de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Agora,
a empresa tem duas escolhas: aplicar esse valor em um investimento de
renda fixa com retorno de 10% a.a. ou comprar um maquinário de última
geração para triplicar a produção.

Quando opta por investir no maquinário, que futuramente será um Ativo


Imobilizado com valor menor em decorrência da depreciação, a empre-
sa está assumindo o custo da oportunidade de produzir mais em vez de
aguardar um ano pelo rendimento desse mesmo valor em investimento.

Mas não pense que essas escolhas são apenas empresariais! Todos os dias,
fazemos escolhas baseadas em custos de oportunidade: quando se escolhe
comprar um carro com aquelas economias guardadas na poupança, você
está abrindo mão do rendimento em razão da oportunidade de ganhar
mais qualidade de vida, por exemplo.

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1.4 Valor Presente Líquido (VPL)


Iniciaremos agora a discussão a respeito do Valor Presente Líquido (VPL),
que considera, de forma explícita, o valor do dinheiro no tempo, além de
ser considerada uma técnica sofisticada de tomada de decisão.

Trata-se de uma das ferramentas mais utilizadas em análise de investimen-


tos, pois, antes de investir, é preciso saber se o ativo ou projeto em questão
atenderá aos objetivos a que se propõe (lucro).

Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2001, p. 214), “[...] o valor presente


líquido é uma medida de quanto valor é criado ou adicionado hoje por
realizar um investimento”. Em outras palavras, é a diferença entre o custo
de se investir em determinado projeto na data atual e o seu valor presente.

Se um projeto retorna um VPL positivo, isso significa que ele vale mais do
que custa e, portanto, será lucrativo. Ao contrário, se um projeto retorna
um VPL negativo, significa que ele custa mais do que realmente vale e,
portanto, trará prejuízos.

Assim, a respectiva medida do VPL é obtida considerando-se a diferen-


ça entre o valor presente dos benefícios líquidos de caixa previstos para
cada período de duração do projeto (investimento) e o valor presente deste
(ASSAF NETO; LIMA, 2014, p. 396).

O resultado do Valor Presente Líquido permite ao administrador fi-


nanceiro conhecer quanto o projeto agregou de valor econômico, ou
seja, quanto valorizou em relação ao capital inicialmente investido,
sendo o VPL considerado a riqueza do projeto.

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A fórmula para o cálculo do VPL é:

VPL: VP – I0

Em que:

• VP: Valor presente;


• I0 : Investimento inicial.

Vamos a um exemplo?

O projeto XYZ foi avaliado por especialistas e custa, no dia de hoje, o


total de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). O seu valor
presente é conhecido e, na data zero, custa R$ 3.000.000,00 (três milhões).
Qual o VPL do projeto?

Resposta:

VPL: 3.000.000,00 – 1.500.000,00 = 1.500.000,00.

O VPL do projeto XYZ é maior do que zero, positivo, e, portanto, trará


lucratividade à empresa.

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PALAVRAS-CHAVE

Índices financeiros; retorno; valor presente; Valor Presente Líquido; custo


de oportunidade; capital de terceiros; capital próprio; custo médio pon-
derado; investimento inicial; viabilidade econômico-financeira; eficiência
operacional.

REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de Administração Financeira.


3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

DUARTE, J. O que é estudo de viabilidade econômica financeira? Flu-


xo Consultoria. Disponível em: <http://fluxoconsultoria.poli.ufrj.br/blog/
gestao-empresarial/estudo-viabilidade-economica-financeira/>. Acesso
em: 07 jan. 2018.

GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. Tradu-


ção de Allan Vidigal Hastings. São Paulo: Pearson/Addison Wesley, 2010.

MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem bási-


ca e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

ROSS, S. A; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de


Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2001.

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