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Capítulo 14

Moeda, taxas de
juros e taxas de
câmbio

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• O que é moeda?
• Controle da oferta de moeda.
• A predisposição em manter ativos monetários.
• Um modelo de ativos monetários reais e taxas de juros.
• Um modelo de ativos monetários reais, taxas de juros e taxas
de câmbio.
• Efeitos de longo prazo das variações monetárias em preços,
taxas de juros e taxas de câmbio.

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O que é moeda?

• Moeda é um ativo amplamente utilizado como meio


de pagamento.
– Diversos grupos de ativos podem ser classificados como
moeda.
• A definição de moeda pode ser estrita ou ampla.
• Moeda em circulação, depósito em conta corrente e conta de
cartão de débito compõem uma definição estrita de moeda.
• Depósitos em moeda não fazem parte dessa definição estrita,
embora possam servir como substitutos de moeda em uma
definição mais ampla.

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• Moeda é um ativo líquido: pode ser facilmente usado para
pagar por bens e serviços ou pagar dívida sem substanciais
custos de transação.
– Mas os ativos monetários ou líquidos rendem pouco ou nenhum juro.
• Os ativos menos líquidos demandam substanciais custos de
transação em termos de tempo, esforço ou taxas para sua
conversão em fundos de pagamento.
– Mas geralmente rendem uma taxa de juros ou uma taxa de retorno
maior do que os ativos monetários.

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• Vamos agrupar os ativos em monetários (ou líquidos) e em
não monetários (ou menos líquidos).
• A demarcação entre esses dois grupos é arbitrária,
– mas moeda em circulação, depósito em conta corrente, conta de
cartão de débito, depósito em poupança, depósito a prazo são
geralmente mais líquidos do que obrigações, empréstimos, depósitos
em moeda nos mercados de câmbio, ações, imóveis e outros ativos.

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Oferta de moeda

• O banco central controla com rigor a quantidade de moeda


que circula na economia, a oferta de moeda.
– Nos Estados Unidos, o sistema bancário central é o Federal Reserve
System.
• O Federal Reserve System regula diretamente a quantidade de moeda em
circulação.
• E influencia de forma indireta a quantidade de depósitos em conta
corrente, contas de cartão débito e outros ativos monetários.

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Demanda por moeda

• A demanda por moeda representa a quantidade de ativos


monetários que as pessoas estão dispostas a manter (em vez
de ativos menos líquidos).
– O que influencia a predisposição em manter ativos monetários?
– Levamos em consideração a demanda individual por moeda e a
demanda agregada por moeda.

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O que influencia a demanda
por moeda para indivíduos e
instituições?
1. Taxas de juros/taxas de retorno esperadas de ativos
monetários em relação às taxas de retorno esperadas de
ativos não monetários.
2. Risco: o risco de manter ativos monetários advém
sobretudo de uma inflação inesperada, que reduz o
poder de compra da moeda.
– Mas muitos outros ativos também incorporam esse risco, de
modo que ele não é fundamental na definição da demanda por
ativos monetários versus ativos não monetários.
3. Liquidez: a necessidade de maior liquidez ocorre quando
o preço das transações aumenta ou a quantidade de
bens adquiridos nas transações aumenta.

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O que influencia a demanda
agregada por moeda?
1. Taxas de juros/taxas de retorno esperadas: ativos
monetários pagam pouco ou nenhum juro, de modo que a
taxa de juros sobre ativos não monetários, como obrigações,
empréstimos e depósitos é o custo de oportunidade de se
manterem ativos monetários.
– Uma taxa de juro mais elevada significa maior custo de oportunidade
para manter ativos monetários  menor demanda por moeda.
2. Preços: os preços de bens e serviços adquiridos em
transações afetarão a predisposição em se manter moeda
para realização dessas transações.
– Um nível de preços médios mais elevado significa maior necessidade
de liquidez para comprar a mesma quantidade de bens e serviços 
maior demanda por moeda.
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3. Renda: maior renda implica mais bens e serviços que
podem ser comprados, de modo que mais moeda é
necessária para realizar transações.
– Uma renda real nacional (PNB) mais alta significa que mais bens
e serviços estão sendo produzidos e comprados em transações,
aumentando a necessidade de liquidez  maior demanda por
moeda.

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Um modelo de demanda
agregada por moeda
A demanda agregada por moeda pode ser expressa como:

Md = P x L(R,Y)
onde:
P é o nível de preços
Y é a renda real nacional
R é a taxa de juros dos ativos não monetários
L(R,Y) é a demanda agregada por ativos monetários reais
Alternativamente:
Md/P = L(R,Y)
A demanda agregada de ativos monetários reais é uma função da
renda nacional e das taxas de juros.

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Um modelo do mercado
monetário

• O mercado monetário é onde os ativos monetários ou


líquidos, informalmente chamados de “dinheiro”, são
tomados ou concedidos como empréstimo.
– Os ativos monetários no mercado monetário geralmente possui
baixas taxas de juros em comparação com as taxas de juros de
obrigações, empréstimos e depósitos em moeda nos mercados de
câmbio.
– As taxas de juros domésticas afetam diretamente as taxas de
retornos dos depósitos em moeda doméstica nos mercados de
câmbio.

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• Quando não existe escassez (demanda em excesso) nem
excedente (oferta em excesso) de ativos monetários, o
modelo atinge o equilíbrio:
Mo = Md
• Alternativamente, quando a quantidade de ativos
monetários reais ofertados equipara-se à quantidade de
ativos monetários reais demandados, o modelo atinge o
equilíbrio:
Mo/P = L(R,Y)

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• Quando há excesso de oferta de ativos monetários, há
excesso de demanda por ativos com rendimento de juros,
como obrigações, empréstimos e depósitos.
– As pessoas com oferta em excesso de ativos monetários estão
dispostas a oferecer ou a aceitar ativos que rendam juros (abrindo
mão de moeda) a taxas de juros mais baixas.
– Outros preferem manter ativos monetários adicionais à medida
que as taxas de juros (o custo de oportunidade de manter ativos
monetários) caem.

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• Quando há excesso de demanda de ativos monetários, há
excesso de oferta de ativos com rendimento de juros,
como obrigações, empréstimos e depósitos.
– As pessoas que buscam ativos monetários, mas não têm acesso a
eles, estão dispostas a vender ativos não monetários em retorno
aos ativos monetários que desejam.
– Aqueles com ativos monetários preferem abrir mão deles em
retorno a ativos que rendam juros à medida que as taxas de juros
(o custo de oportunidade de manter moeda) aumentam.

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Mudanças na oferta de
moeda doméstica
• O aumento na oferta de moeda de um país provoca queda
nas taxas de juros, redução nas taxas de retorno dos depósitos
em moeda doméstica e depreciação da moeda doméstica.
• A redução na oferta de moeda de um país provoca elevação
nas taxas de juros, aumento nas taxas de retorno dos
depósitos em moeda doméstica e apreciação da moeda
doméstica.

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Mudanças na oferta de
moeda estrangeira
• Como uma mudança na oferta de euros afeta o mercado
monetário dos Estados Unidos e os mercados de câmbio?

• Um aumento na oferta de euros causa a depreciação do euro


(apreciação do dólar).
• Uma redução na oferta de euros causa a apreciação do euro
(depreciação do dólar).

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• O aumento na oferta de euros reduz as taxas de juros na UE,
diminuindo a taxa de retorno esperada dos depósitos em
euro.
• Essa redução na taxa de retorno esperada dos depósitos em
euro acarreta a depreciação do euro.
• Não se prevê nenhuma mudança no mercado monetário dos
Estados Unidos devido à mudança na oferta de euros.

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Longo prazo e curto prazo

• No curto prazo, os preços não têm tempo suficiente para


se ajustarem às condições de mercado.
– A análise até aqui foi de curto prazo.
• No longo prazo, os preços dos fatores de produção e da
produção têm tempo suficiente para se ajustarem às
condições de mercado.
– Os salários ajustam-se à demanda e oferta de trabalho.
– A produção e a renda reais são determinadas pela quantidade de
trabalhadores e outros fatores de produção – pela capacidade
produtiva da economia – não pela quantidade de moeda ofertada.
– As taxas de juros (reais) dependem da oferta de fundos poupados
e da demanda de fundos poupados.

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• No longo prazo, a quantidade de moeda ofertada não deve
influenciar a quantidade de produção, taxas de juros (reais) e
demanda agregada de ativos monetários reais L(R,Y).
• Contudo, a quantidade de moeda ofertada deve fazer com
que o nível de preços médios ajuste-se de maneira
proporcional no longo prazo.
– A condição de equilíbrio Mo/P = L(R,Y) indica que P deve ajustar-se de
maneira proporcional, quando Mo se ajusta, porque L(R,Y) não varia.

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• No longo prazo, há uma relação direta entre a taxa de inflação
e as mudanças na oferta de moeda.
– Mo = P x L(R,Y)
– P = Mo/L(R,Y)
– P/P = Mo/Mo – L/L
– Prevê-se que a taxa de inflação equipare-se à taxa de crescimento na
oferta de moeda menos a taxa de crescimento na demanda de moeda.

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Moeda e preços no
longo prazo
• Como uma mudança na oferta de moeda acarreta
variação nos preços de produção e insumos?
1. Excesso de demanda por bens e serviços: uma
quantidade maior de moeda ofertada implica que as
pessoas têm mais fundos disponíveis para pagar por bens
e serviços.
– Para atender à alta demanda, os produtores contratam mais
trabalhadores, gerando uma forte demanda de trabalho, ou
fazem com que os funcionários existentes trabalhem mais.
– Os salários aumentam para atrair mais trabalhadores ou
remunerar os trabalhadores pelas horas extras.
– Os preços de produção acabarão subindo, para compensar os
custos mais elevados.

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– Alternativamente, por uma quantidade fixa de produção e
insumos, os produtores podem cobrar preços mais altos e ainda
vender toda a sua produção devido à alta demanda.

2. Expectativas inflacionárias:
– Se os trabalhadores esperarem que os preços no futuro
aumentem devido à expectativa de aumento na oferta de
moeda, eles desejarão ser recompensados.
– E, se os produtores esperarem o mesmo, eles estarão mais
dispostos a elevar salários.
– Os produtores poderão fazer frente aos custos mais altos, se
tiverem a expectativa de elevar os preços.
– Resultado: as expectativas inflacionárias causadas por uma
expectativa de aumento na oferta de moeda provocam inflação
real.
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Moeda, preços, taxas de
câmbio e expectativas

• Quando pensamos nas variações de preço no longo prazo, as


expectativas inflacionárias exercerão um impacto nos
mercados de câmbio.

• Suponhamos que as expectativas de inflação mudem à


medida que as pessoas mudam de ideia, mas o efetivo ajuste
de preços ocorra depois.

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• Um aumento permanente na oferta de moeda de um país
causa depreciação de longo prazo proporcional de sua moeda.
– Entretanto, a dinâmica do modelo prevê uma grande depreciação
primeiro e uma menor apreciação subsequente.

• Uma redução permanente na oferta de moeda de um país


causa apreciação de longo prazo proporcional de sua moeda.
– Entretanto, a dinâmica do modelo prevê uma grande apreciação
primeiro e uma menor depreciação subsequente.

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Ultrapassagem da taxa
de câmbio
• Diz-se que a taxa de câmbio ‘ultrapassou’ quando sua
resposta imediata a uma perturbação é maior que sua
resposta de longo prazo. (overshooting cambial)
• Prevê-se que a ultrapassagem ocorra quando a política
monetária exerce efeito imediato sobre as taxas de juros,
mas não sobre os preços e a inflação (esperada).
• A ultrapassagem ajuda a explicar por que as taxas de
câmbio são tão voláteis.

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Resumo

1. A demanda por moeda de indivíduos e de instituições é


principalmente determinada pelas taxas de juros e pela
necessidade de liquidez, sendo esta influenciada por
preços e renda.
2. A demanda agregada por moeda é principalmente
determinada pelas taxas de juros, pelo nível de preços
médios e pela renda nacional.
– A demanda agregada de ativos monetários reais depende
negativamente da taxa de juros e positivamente da renda real
nacional.

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3. Quando o mercado monetário está em equilíbrio, não há
excesso nem escassez de ativos monetários: a quantidade de
ativos monetários reais ofertados equipara-se à quantidade
de ativos monetários reais demandados.
4. Cenário de curto prazo: mudanças na oferta de moeda
afetam as taxas de juros domésticas, bem como a taxa de
câmbio.
– Um aumento na oferta de moeda doméstica
1. reduz as taxas de juros domésticas,
2. diminuindo a taxa de retorno dos depósitos de moeda doméstica e
3. acarretando a depreciação da moeda doméstica.

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5. Cenário de longo prazo: mudanças na quantidade de
moeda ofertada são compensadas por uma mudança
propocional nos preços e não afetam a renda real nem a
taxa real de juros.

– Um aumento na oferta de moeda


1. leva ao ajuste das expectativas de inflação,
2. acarretando mais depreciação da moeda doméstica,
3. e leva ao ajuste proporcional dos preços, no longo prazo,
4. provocando o retorno das taxas de juros a seus valores de longo
prazo,
5. e leva a uma depreciação proporcional no longo prazo da moeda
doméstica.

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• As taxas de juros ajustam-se imediatamente às
mudanças na política monetária, mas os preços e a
inflação (esperada) devem ajustar-se somente no longo
prazo, o que resulta na ultrapassagem da taxa de
câmbio.
– A ultrapassagem ocorre quando a resposta imediata da taxa de
câmbio devido a uma mudança é maior do que sua resposta de
longo prazo.
– A ultrapassagem ajuda a explicar por que as taxas de câmbio são
tão voláteis.

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