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Capítulo 17

Taxas fixas de
câmbio e
intervenção no
câmbio

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Prévia
• Balancetes dos bancos centrais.
• Intervenção cambial e a oferta de moeda.
• Como o banco central fixa a taxa de câmbio.
• Políticas monetária e fiscal sob taxas fixas de câmbio.
• Crises do mercado financeiro e fuga de capitais.
• Tipos de taxa fixa de câmbio: moeda de reserva e padrão
ouro.
• Taxas de juro zero, deflação e armadilhas de liquidez.

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Introdução
• Muitos países tentam fixar ou ‘atrelar’ sua taxa de câmbio a
uma moeda ou um grupo de moedas por meio da intervenção
nos mercados cambiais.
• Na realidade, muitos com uma taxa de câmbio flexível ou
‘flutuante’ praticam uma taxa de câmbio com flutuação
administrada.
– O banco central ‘administra’ a taxa de câmbio de tempos em tempos,
comprando e vendendo moeda e ativos, sobretudo no períodos de
volatildiade cambial.
• Como os bancos centrais intervêm nos mercados cambiais?

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Intervenção do banco central e
a oferta de moeda
• Para estudar os efeitos de uma intervenção do banco central
nos mercados cambiais, é necessário primeiro elaborar seu
balancete.
– Isso registra os ativos e passivos de um banco central.
– Os balancetes utilizam o princípio contábil das partidas dobradas: cada
transação entra duas vezes no balancete.

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Balancete do banco central

• Ativos
– Títulos em moeda estrangeira (reservas internacionais oficiais).
– Ouro (reservas internacionais oficiais).
– Títulos do governo nacional.
– Financiamento a bancos privados nacionais (chamados discount
loans, nos Estados Unidos)

• Passivos
– Depósitos em bancos privados nacionais.
– Moeda em circulação (antigamente os bancos centrais eram
obrigados a lançar mão de ouro, quando os cidadãos traziam
moeda para troca).

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• Ativos = Passivos + Patrimônio líquido
– Se presumirmos um patrimônio líquido constante,
• Um aumento nos ativos leva a um igual aumento nos passivos.
• Uma redução nos ativos leva a uma igual redução nos passivos.

• Mudanças no balancete do banco central levam a


mudanças na moeda em circulação ou mudanças nos
depósitos bancários, os quais resultam em mudanças na
oferta de moeda.
– Se seus depósitos no banco central aumentam, geralmente os
bancos usam esses fundos adicionais para financiamento a
clientes, de modo que a qualidade de moeda em circulação
aumenta.

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Ativos, passivos e a
oferta de moeda
• A compra de qualquer ativo pelo banco central será paga
em moeda ou cheque do banco central,
– Os quais são denominados em moeda doméstica e
– Os quais aumentam a oferta de moeda em circulação.
– A transação resulta em iguais aumentos de ativos e passivos.
• Quando o banco central compra títulos domésticos ou
estrangeiros, a oferta de moeda doméstica aumenta.

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• A venda de qualquer ativo pelo banco central será paga em
moeda ou cheque para o banco central,
– os quais são denominados em moeda doméstica.
– O banco central guarda a moeda em seu cofre-forte ou reduz o
volume de depósitos de bancos,
– levando ao encolhimento da moeda em circulação.
– A transação leva a iguais reduções de ativos e passivos.

• Quando o banco central vende títulos domésticos ou


estrangeiros, a oferta de moeda doméstica diminui.

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Mercados cambiais

• Os bancos centrais comercializam títulos em moeda


estrangeira nos mercados cambiais.
– Depósitos e títulos em moeda estrangeira são em geral substitutos:
ambos são ativos razoavelmente líquidos, denominados em moeda
estrangeira.
– As quantidades comercializadas de depósitos e títulos em moeda
estrangeira influenciam a taxa de câmbio.

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Esterilização

• Como a compra e a venda de títulos em moeda estrangeira


nos mercados de câmbio afetam a oferta de moeda
doméstica, um banco central pode desejar anular esse
efeito.
• Esse efeito de anulação é denominado esterilização.
• Se o banco central vende títulos em moeda estrangeira nos
mercados cambiais, ele pode comprar títulos do governo
nacional nos mercados acionários – na expectativa de
manter inalterada a quantidade de dinheiro em circulação.

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Taxas fixas de câmbio

• Para fixar a taxa de câmbio, um banco central influencia as


quantidades ofertadas e demandadas de moeda,
comercializando ativos domésticos e estrangeiros, de
modo que a taxa de câmbio (o preço da moeda estrangeira
em termos da moeda doméstica) permaneça constante.
• Os mercados cambiais estão em equilíbrio quando:
R = R* + (Ee – E)/E (17-1)
• Quando a taxa de câmbio é fixa em um nível E0 e a
expectativa do mercado é de que ela permaneça fixa nesse
nível, R = R*.

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• Para fixar a taxa de câmbio, o banco central deve
comercializar ativos estrangeiros e domésticos no mercado
cambial até R = R*.
• Alternativamente, podemos dizer que ele ajusta a quantidade
de ativos monetários no mercado monetário até que a taxa de
juros doméstica seja igual à taxa de câmbio estrangeira, dado
o nível de preços médios e a produção real:
Mo/P = L(R*,Y)

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• Suponhamos que o banco central fixe a taxa de câmbio em E0,
mas o nível da produção sobe, elevando a demanda por ativos
monetários reais.
• Presume-se que isso pressione para cima as taxas de juros e o
valor da moeda doméstica.
• Como o banco central deverá responder, se quiser fixar as
taxas de câmbio?

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• O banco central deverá comprar ativos estrangeiros nos
mercados cambiais,
– dessa forma aumentando a oferta de moeda doméstica e
– reduzindo as taxas de juros no curto prazo.
– Alternativamente, com a demanda por (compra de) ativos
denominados em moeda estrangeira e a oferta (venda) de moeda
doméstica, o preço/valor da moeda estrangeira aumenta e o
preço/valor da moeda doméstica diminui.

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Política monetária com taxas
fixas de câmbio

• Quando o banco central compra e vende ativos estrangeiros


para manter fixa a taxa de câmbio e manter as taxas de juros
domésticas iguais às estrangeiras, ele não é capaz de ajustar
as taxas de juros domésticas para atingir outras metas.
– Em particular, a política monetária é ineficaz em influenciar a
produção e o emprego.

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Política fiscal e taxas fixas de
câmbio no curto prazo
• Mudanças temporárias na política fiscal são mais eficazes em
influenciar a produção e o emprego, no curto prazo:
– A elevação na demanda agregada e na produção devido a uma política
fiscal expansionária eleva a demanda por ativos monetários reais,
pressionando para cima as taxas de juros e o valor da moeda
doméstica.
– Para evitar uma apreciação da moeda doméstica, o banco central deve
comprar ativos estrangeiros, aumentando dessa forma a oferta de
moeda e reduzindo as taxas de juros.

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Política fiscal e taxas fixas de
câmbio no longo prazo
• Quando a taxa de câmbio é fixa, não há apreciação real do
valor dos produtos domésticos no curto prazo.
• Entretanto, quando a produção está acima de seu nível
potencial, salários e preços tendem a subir no longo prazo.
• Um nível de preços em alta encarece os produtos domésticos:
uma apreciação real (EP*/P cai).
– Demanda agregada e produção diminuem quando os preços sobem: a
curva DD desloca-se para a esquerda.
– Os preços tendem a subir até que emprego, demanda agregada e
produção baixem a seus níveis (potenciais ou naturais) normais.

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• Prevê-se que os preços variam proporcionalmente à variação
na oferta de moeda, quando o banco central intervém nos
mercados cambiais.
– A curva AA desloca-se para baixo (à esquerda) quando os preços
sobem.
– As taxas nominais de juros serão constantes (contanto que a taxa fixa
de câmbio seja mantida), mas a taxa real de câmbio será mais baixa
(uma apreciação real).

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Desvalorização e valorização
• Depreciação e apreciação referem-se a mudanças no valor
de uma moeda devido a mudanças do mercado.
• Desvalorização e valorização referem-se a mudanças em
uma taxa fixa de câmbio causadas pelo banco central.
– Com a desvalorização, uma unidade de moeda doméstica perde
valor, de modo que mais unidades devem ser trocadas por uma
unidade de moeda estrangeira.
– Com a valorização, uma unidade de moeda doméstica ganha valor,
de modo que menos unidades precisam ser trocadas por uma
unidade de moeda estrangeira.

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Desvalorização

• Para que a desvalorização ocorra, o banco central compra


ativos domésticos, de modo que os ativos monetários
domésticos aumentam e as taxas de juros domésticas caem,
provocando uma queda na taxa de retorno sobre os depósitos
em moeda doméstica.
– Os produtos domésticos tornam-se menos onerosos em relação aos
estrangeiros, de modo que a demanda agregada e a produção
aumentam.
– As reservas internacionais oficiais (títulos estrangeiros) aumentam.

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Crises financeiras e fuga
de capitais

• Quando um banco central não possui reservas internacionais


oficiais suficientes para manter uma taxa fixa de câmbio,
ocorre uma crise do balanço de pagamentos.
– Para sustentar uma taxa fixa de câmbio, o banco central deve ter
ativos estrangeiros suficientes para vender e assim atender à demanda
por eles à taxa fixa de câmbio.

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• Os investidores podem esperar que a moeda
doméstica seja desvalorizada, fazendo com que
desejem ativos estrangeiros em vez de domésticos,
cujo valor espera-se que caia em breve.
1. Essa expectativa ou temor só faz piorar a crise do
balanço de pagamentos:
– Os investidores apressam-se em trocar seus ativos domésticos
por estrangeiros, esgotando mais rapidamente o estoque oficial
de reservas internacionais.

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2. Como resultado, o capital financeiro é rapidamente transferido
dos ativos domésticos para os estrangeiros: fuga de capitais.
– A economia nacional passa por uma escassez de capital financeiro para
investimento e apresenta baixa demanda agregada.
3. Para evitar esse resultado, os ativos domésticos devem oferecer
altas taxas de juros para atrair investidores.
– O banco central pode empurrar as taxas de juros mais para cima,
reduzindo a oferta de moeda (com a venda de ativos estrangeiros e
domésticos).
4. Por decorrência, a economia nacional pode enfrentar altas taxas
de juros, oferta de moeda reduzida, baixa demanda agregada,
baixa produção e baixo nível de emprego.

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• Expectativas de uma crise do balanço de pagamentos só
piora a crise e acelera a desvalorização.
– O que faz as expectativas mudarem?
• Expectativas quanto à habilidade e à predisposição do banco central
de manter a taxa fixa de câmbio.
• Expectativas quanto à economia: demanda reduzida de produtos
domésticos em relação aos estrangeiros significa que a moeda deve
perder valor.
• Na realidade, as expectativas de desvalorização podem
causar uma real desvalorização: uma crise autorrealizável.

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• O que acontece se o banco central esgotar suas reservas
internacionais oficiais (ativos estrangeiros)?
• Ele deve desvalorizar a moeda doméstica de modo que se
requer mais moeda doméstica (ativos) para trocar por uma
unidade de moeda estrangeira (ativos).
– Isso permitirá ao banco central repor seus ativos estrangeiros,
recomprando-os a uma taxa desvalorizada,
– aumentando a oferta de moeda,
– reduzindo as taxas de juros,
– reduzindo o valor dos produtos domésticos e
– aumentando demanda agregada, produção e emprego no decorrer
do tempo.

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• Em uma crise do balanço de pagamentos,
– o banco central pode comprar títulos domésticos e vender moeda
doméstica (para aumentar a oferta de moeda), de modo a evitar altas
taxas de juros, mas isso somente deprecia ainda mais a moeda
doméstica.
– Em geral, o banco central não consegue atender simultaneamente as
metas de baixas taxas de juros domésticas (em relação às estrangeiras)
e taxas fixas de câmbio.

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Diferenciais da taxa de juros
• Em muitos países, as taxas de retorno esperadas não são
as mesmas: R > R*+(Ee – E)/E . Por quê?
• Risco de inadimplência:
O risco de inadimplência dos devedores de um país em
relação ao pagamento de empréstimos. Os credores,
portanto, exigem uma taxa de juros mais alta para
compensar esse risco.
• Risco da taxa de câmbio:
Se há risco de que a moeda de um país seja depreciada ou
desvalorizada, os devedores domésticos devem pagar uma
taxa de juros mais elevada como forma de compensar os
credores estrangeiros.
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• Devido a esses riscos, os ativos domésticos e estrangeiros
não são tratados da mesma forma.
– Antigamente presumíamos que os depósitos em moeda
estrangeira e doméstica eram substitutos perfeitos: depósitos em
toda parte eram tratados como o mesmo tipo de investimento,
porque o risco e a liquidez dos ativos eram considerados como a
mesma coisa.
– Em geral, os ativos estrangeiros e domésticos podem diferir na
quantidade de risco que carregam: podem ser substitutos
imperfeitos.
– Os investidores consideram esses riscos, bem como as taxas de
retorno dos ativos, ao tomar a decisão de investimento.

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• A diferença no risco de ativos domésticos e estrangeiros
constitui um motivo por que as taxas de retorno esperadas
não são iguais entre os países:
R = R*+(Ee – E)/E +  (17-2)
onde  é denominado prêmio pelo risco, uma quantia
adicional necessária para compensar os investidores pelo
investimento em ativos domésticos de risco.
• O risco pode ser causado pela inadimplência ou pela taxa
de câmbio.

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Taxa de R1 R2 Um aumento no risco
câmbio, E percebido de investir em ativos
domésticos torna os ativos
E2 estrangeiros mais atrativos e
leva a uma depreciação ou
desvalorização da moeda
doméstica.
E1
R* + (Ee – E)/E + ρ
R* + (Ee – E)/E Taxas de juros
domésticas, R

M1/P Mo1/P Ou, a taxas fixas de


câmbio, o banco central
M0/P Mo0/P necessitará vender ativos
estrangeiros, aumentando
a taxa de retorno dos
Quantidade ativos domésticos (taxas
de ativos de juros domésticas) e
monetários L(R, Y) reduzindo a oferta de
moeda doméstica.
reais
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Estudo de caso: a crise do
peso mexicano (1994–1995)

• No final de 1994, o banco central mexicano desvalorizou o


peso em relação ao dólar americano.
• Essa ação foi acompanhada por altas taxas de juros, fuga de
capitais, baixo investimento, baixa produção e alto
desemprego.
• O que aconteceu?

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Estudo de caso: a crise do
peso mexicano (1994–1995)

8,5
Peso mexicano por dólar

7,5
6,5
americano

5,5
4,5
3,5
2,5
1-Jul- 1-Aug- 1-Sep- 1-Oct- 1-Nov- 1-Dec- 1-Jan- 1-Feb- 1-Mar- 1-Apr- 1-May-
1994 1994 1994 1994 1994 1994 1995 1995 1995 1995 1995

Fonte: Saint Louis Federal Reserve

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Estudo de caso: a crise do
peso mexicano (1994–1995)
• No início da década de 1990, o México era um local atrativo
para o investimento estrangeiro, sobretudo dos parceiros do
NAFTA.
• No decorrer de 1994, desdobramentos políticos causaram um
aumento no prêmio pelo risco do México () devido a
aumentos no risco de inadimplência e da taxa de câmbio:
– rebeliões e turbulência política em Chiapas e
– assassinato do candidato líder à presidência do PRI.

• Além disso, o Federal Reserve dos Estados Unidos elevou suas


taxas de juros em 1994, para combater a inflação norte-
americana. (Portanto, R* ↑ )

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Estudo de caso: a crise do
peso mexicano (1994–1995)

• Esses acontecimentos pressionaram para baixo o valor do


peso.
• O banco central do México havia se comprometido a
manter uma taxa fixa de câmbio.
• Para isso, vendeu ativos denominados em dólar, reduzindo
a oferta de moeda e elevando as taxas de juros.
• Para isso, necessitava ter reservas adequadas de ativos
denominados em dólar. Ele as tinha?

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Reservas internacionais
denominadas em dólar americano
no banco central mexicano

Janeiro 1994 ……………… $27 bilhões


Outubro 1994 …………………$17 bilhões
Novembro 1994 ………..…… $13 bilhões
Dezembro 1994 ………..…… $ 6 bilhões

Durante 1994, o banco central mexicano ocultou o fato de que suas


reservas estavam esgotando-se. Por quê?

Fonte: Banco de México, http://www.banxico.org.mx

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Estudo de caso: a crise do
peso mexicano (1994–1995)
• 20 de dezembro de 1994: o México desvaloriza o peso em
13%. Fixa E em 4,0 pesos/dólar em vez de 3,4 pesos/dólar;
• A expectativa dos investidores é que o banco central tenha
esgotado suas reservas.
•  ↑ mais devido ao risco da taxa de câmbio: os
investidores esperam que o banco central desvalorize
novamente a moeda e vendem ativos mexicanos,
pressionando para baixo o valor do peso.
• 22 de dezembro de 1994: com as reservas praticamente
exauridas, o banco central abandona a taxa fixa.
• Em uma semana, o peso cai outros 30% para cerca de 5,7
pesos/dólar.
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O pacote de resgate:
reduzindo 
• Os Estados Unidos e o FMI constituíram um fundo de $ 50
bilhões para garantir o valor dos empréstimos feitos pelo
governo mexicano,
– reduzindo o risco de inadimplência e
– reduzindo o risco da taxa de câmbio, visto que os empréstimos
estrangeiros poderiam atuar como reservas internacionais oficiais, para
estabilizar a taxa de câmbio, se necessário.
• Após uma recessão em 1995, a economia começou a se
recuperar.
– Os bens mexicanos eram relativamente baratos, permitindo que a
produção aumentasse.
– Maior demanda de produtos mexicanos em relação à demanda de
produtos estrangeiros estabilizou o valor do peso e reduziu o risco da
taxa de câmbio.
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Tipos de sistema de taxa fixa
de câmbio
1. Sistema de moeda de reserva: uma moeda atua como
reserva internacional oficial.
– O dólar americano foi a moeda que serviu como reserva
internacional oficial sob o sistema de taxa fixa de câmbio de 1944 a
1973.
– Todos os países, exceto os Estados Unidos, mantinham dólares
americanos como meio de efetuar pagamentos internacionais
oficiais.
2. Padrão ouro: o ouro atua como reserva internacional oficial
que todos os países usam para efetuar pagamentos
internacionais oficiais.

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Sistema de moeda
de reserva
• De 1944 a 1973, os bancos centrais de todo o mundo
fixaram o valor de suas moedas em relação ao dólar
americano, comprando ou vendendo ativos domésticos em
troca de ativos denominados em dólar.
• A arbitragem garantiu que as taxas de câmbio entre
quaisquer duas moedas permanecessem fixas.
– Suponhamos que o Bank of Japan tenha fixado a taxa de câmbio
em 360¥/US$1 e o Bank of France, em 5 Ffr/US$1.
– A taxa iene/franco é (360¥/US$1)/(5Ffr/US$1) = 72¥/1Ffr
– Se não, os negociadores de moeda poderiam obter lucro fácil
comprando moeda onde estivesse barata e vendendo-a onde
estivesse cara.

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• Como a maioria dos países mantinha taxas fixas de câmbio
comercializando ativos denominados em dólar
(estrangeiros), suas políticas monetárias eram ineficazes.
• Todavia, o Federal Reserve não teve de intervir nos
mercados cambiais e pôde conduzir a política monetária
de modo a influenciar a demanda agregada, a produção e
o emprego.
– Os Estados Unidos estavam em uma posição especial porque
podiam aplicar a política monetária como desejassem.

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• Na realidade, a política monetária dos Estados Unidos
influenciou as economias de outros países.
• Suponhamos que os Estados Unidos aumentassem sua
oferta de moeda.
– Isso reduziria as taxas de juros norte-americanas, pressionando
para baixo o valor do dólar americano.
– Se outros bancos centrais mantivessem suas taxas fixas de câmbio,
necessitariam comprar ativos denominados em dólar
(estrangeiros), aumentando suas ofertas de moeda.
– Com efeito, as políticas monetárias de outros países deviam seguir
a dos Estados Unidos, o que nem sempre era ideal para seus níveis
de produção e emprego.

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Padrão ouro

• Sob o padrão ouro de 1870 a 1914, e após 1918 em alguns


países, cada banco central fixava o valor de sua moeda em
relação a uma quantidade de ouro (em onças ou gramas),
comercializando ativos domésticos em troca de ouro.
– Por exemplo, se o preço do ouro fosse fixado em $35 por onça pelo
Federal Reserve e em £14,58 por onça pelo Bank of England, a taxa de
câmbio $/£ devia ser fixa em $2,40 por libra.
– Por quê?

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• O padrão ouro não dava à política monetária dos Estados
Unidos ou de qualquer outro país um papel privilegiado.
• Se um país perdesse reservas internacionais oficiais (ouro)
de modo que sua oferta de moeda caísse, outro país
ganhava-as de modo que sua oferta de moeda crescesse.
• O padrão ouro também atuava como uma restrição
automática ao aumento rápido demais das ofertas de
moeda, evitando políticas monetárias inflacionárias.

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• Contudo, as restrições à política monetária impedia os
bancos centrais de aumentarem a oferta de moeda para
elevar demanda agregada, produção e emprego.
• E o preço do ouro em relação a outros bens e serviços
variava, dependendo da oferta e da demanda de ouro.
– Uma nova oferta de ouro tornava-o abundante (barato) e os
preços de outros bens e serviços subiam porque o preço
monetário do ouro era fixo.
– Uma forte demanda por joias de ouro levou à sua escassez
(tornou-se caro), e os preços de outros bens e serviços caíram
porque o preço monetário do ouro era fixo.

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• A reinstauração do padrão ouro exigiria novas descobertas de
ouro para aumentar a oferta de moeda à medida que as
economias e as populações crescem.
• A reinstauração do padrão ouro poderia dar à Rússia, à África
do Sul, aos Estados Unidos e a outros produtores de ouro uma
influência extraordinária sobre as condições internacionais
financeiras e macroeconômicas

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O padrão câmbio-ouro

• O padrão câmbio-ouro: um sistema de reservas


internacionais oficiais tanto em um grupo de moedas (com
preços fixos de ouro) quanto no ouro em si.
– Permite mais flexibilidade no crescimento das reservas
internacionais, dependendo das condições macroeconômicas,
porque a quantidade de moedas mantidas como reservas pode
variar.
– Não atrela tanto as economias à oferta e demanda de ouro.
– O sistema de taxa fixa de câmbio de 1944 a 1973 usou o ouro e
assim operou mais como um padrão câmbio-ouro do que como
um sistema de reserva de moeda.

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Padrão ouro e prata
• Padrão bimetálico: o valor da moeda é baseado tanto na
prata quanto no ouro.
• Os Estados Unidos usaram o padrão bimetálico de 1837 a
1861.
• Os bancos cunharam quantidades específicas de ouro ou
prata como parte da unidade monetária nacional.
– 371,25 grãos de prata ou 23,22 grãos de ouro poderiam ser
transformados em um dólar de prata ou em um dólar de ouro.
– Logo, o ouro valia 371,25/23,22 = 16 vezes mais do que a prata.
– Veja em http://www.micheloud.com/FXM/MH/index.htm uma
descrição divertida do padrão bimetálico, do padrão ouro após
1873 e do Mágico de Oz!
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Taxas de juros, taxas de câmbio
e uma armadilha de liquidez

• Uma armadilha de liquidez ocorre quando as taxas


nominais de juros caem a zero e o banco central não pode
incentivar as pessoas a manter mais ativos líquidos
(monetários).
– As taxas nominais de juros não podem cair abaixo de zero, senão
os depositantes teriam de pagar para colocar seu dinheiro nos
bancos.
– Quando as taxas de juros caem a zero, as pessoas ficam
indiferentes quanto a manter ativos monetários ou ativos que
rendem juros, de modo que o banco central não tem como
estimulá-las a gastar ou a tomar emprestada mais moeda.

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Taxas de juros, taxas de câmbio
e uma armadilha de liquidez

• Se as taxas de juros são reduzidas a zero,


R = 0 = R* + (Ee – E)/E
– –ER*= Ee – E
– E(1 – R*) = Ee
– E = Ee/(1 – R*)
• Com expectativas fixas sobre a taxa de câmbio (e a inflação) e
taxas fixas de juros estrangeiras, a taxa de câmbio é fixada.
– Uma aquisição de ativos domésticos pelo banco central não reduz a
taxa de juros, nem altera a taxa de câmbio.

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Taxa de
câmbio, E
DD Se as taxas nominais
de juros forem iguais a
zero, uma expansão
monetária temporária
não reduzirá as taxas
1 de juros nem afetará
Ee
1 – R* as taxas de câmbio ou
a produção: uma
armadilha de liquidez.

AA1 AA2

Y1 Yf Produção, Y

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Uma expansão
Taxa de monetária permanente
câmbio, E elevará as
DD expectativas de
inflação e levará os
mercados à
2
expectativa de uma
E1 depreciação da moeda
1 doméstica: uma
Ee
1 – R* política monetária
inflacionária deprecia
a moeda e aumenta a
produção.

AA1 AA2

Y1 Yf Produção, Y
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Taxa de câmbio, E
DD
Uma desvalorização
E0 da moeda poderá
1 – R* 2 atingir as mesmas
E0 metas, se as
expectativas de
1
Ee mercado não
1 – R* mudarem: uma
desvalorização para
E0 eleva a produção.

AA1 AA2

Y1 Yf Produção, Y

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• Preços e salários caíram (deflação), acarretando uma real
depreciação dos produtos japoneses.
– Baixa produção e baixo nível de emprego aumentam gradualmente
à medida que preços, salário e o valor dos produtos japoneses
caem.

• Além disso, o Japão manteve baixas taxas de juros, elevou


a taxa de crescimento de sua oferta de moeda e tentou
depreciar o iene comprando reservas internacionais.

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Resumo

1. Mudanças no balancete de um banco central resultam


em mudanças na oferta de moeda doméstica.
– Comprar ativos domésticos ou estrangeiros aumenta a oferta de
moeda doméstica.
– Vender ativos domésticos ou estrangeiros diminui a oferta de
moeda doméstica.
2. Quando os mercados esperam que as taxas de câmbio
sejam fixas, os ativos domésticos e estrangeiros terão
retornos esperados iguais, se tratados como substitutos
perfeitos.

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3. A política monetária não serve para influenciar a produção
ou o emprego, sob taxas fixas de câmbio.
4. A política fiscal temporária é mais eficaz em influenciar a
produção e o emprego sob taxas fixas de câmbio do que sob
taxas flexíveis de câmbio.

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5. Uma crise do balanço de pagamentos ocorre quando um
banco central não tem reservas internacionais oficiais
suficientes para manter a taxa fixa de câmbio.
6. A fuga de capitais pode ocorrer, se os investidores
esperarem uma desvalorização, que pode resultar, se eles
esperarem que um banco central não possa mais manter
uma taxa fixa de câmbo: crises autorrealizáveis podem
acontecer.
7. Ativos domésticos e estrangeiros podem não ser substitutos
perfeitos, devido a diferenças em risco de inadimplência ou
em risco de taxa de câmbio.

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8. Sob um sistema de moeda de reserva, todos os bancos
centrais, exceto aquele que controla sua oferta,
comercializam a moeda de reserva para manter taxas fixas
de câmbio.
9. Sob um padrão ouro, todos os bancos centrais
comercializam ouro para manter taxas fixas de câmbio.

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Capítulo 17

Apêndice do capítulo

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