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Patrimônio Cultural, Direito e Meio Ambiente um Debate sobre a Globalização, Cidadania e

Sustentabilidade

CAMPOS, Juliano Bitencourt; PREVE, Daniel Ribeiro; SOUZA, Ismael Francisco de.
(Organizadores). Patrimônio cultural, direito e meio ambiente um debate sobre a globalização,
cidadania e sustentabilidade.
PATRIMÔNIO CULTURAL, DIREITO E MEIO AMBIENTE

A obra aponta diretrizes para a compreensão das definições de Patrimônio Cultural, a forma como a
Globalização interfere diretamente nas interfaces de cidadania e sustentabilidade, e que, por sua vez, leva a
transformações culturais.

O objetivo é proporcionar uma visão panorâmica da atuação do Estado brasileiro, tomando por base a política
de preservação federal, a partir da exposição sucinta das principais normas, instrumentos e de bens, que
permitirá vislumbrar as diferentes formas de promoção e proteção manejadas pelo Estado. Além disso,
permitirá refletir sobre sua importância para as presentes e futuras gerações.
[...] Este volume congrega reflexões críticas sobre estes temas, tão atuais e pertinentes. Os capítulos abordam
questões relativas à globalização, à cidadania, ao multiculturalismo, à sustentabilidade, ao turismo, ao
licenciamento, às comunidades tradicionais, entre outros, sempre em uma perspectiva que faz pensar. O leitor
sairá enriquecido, prenhe de dúvidas, mas certo de que nada é mais recompensador do que poder refletir,
livre deconstrangimentos: esta a grande conquista do Estado de Direito.
FUNARI, Pedro Paulo A. Prefácio. In: CAMPOS, Juliano Bitencourt; PREVE, Daniel Ribeiro; SOUZA,
Ismael Francisco de. (Organizadores). Patrimônio cultural, direito e meio ambiente um debate sobre a
globalização, cidadania e sustentabilidade.

Os autores buscam demonstrar que o meio ambiente e a cultura são bens de grande relevância, que estão
interligados, que são entendidos como parte do mínimo existencial e, consequentemente, considerados como
direitos fundamentais previstos constitucionalmente.

O texto, por fim, analisa o direito humano ao meio ambiente sob uma perspectiva transnacional, levando-se
em consideração a diversidade de culturas existentes no planeta.
Caminhos da Reportagem: Nosso Patrimônio, Nossa Identidade

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Caminhos da Reportagem | Nosso patrimônio, nossa identidade

Nas ruas de pedra de Ouro Preto, nas fachadas coloridas do Pelourinho, em igrejas e também em terreiros,
no batuque do samba, no ofício dos sineiros de Minas Gerais e das baianas de Acarajé, há muita história.
História que cabe ao Estado preservar.
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O Canal TvBrasil possui um quadro chamado Caminhos da Reportagem. Nele, jornalistas viajam pelo país
e pelo mundo atrás de grandes histórias, que podem ser os efeitos da publicidade ou de uma reflexão.
O desafio é sempre trazer aos telespectadores uma visão diferente, instigante e complexa de cada um dos
assuntos escolhidos.

Nessa edição, intitulada “nosso patrimônio, nossa identidade”, são abordadas as definições de Patrimônio
Cultural e, para exemplificar, a equipe percorre algumas cidades brasileiras para registrar exemplos de
monumentos, tradições, culturas e saberes preservados e salvaguardados no Brasil.

Contendo entrevistas, com antropólogos , historiadores, arquitetos urbanistas, representantes do Instituto do


Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), entre outros, demonstra a importância da valorização
e preservação cultural e da sua modificação conforme os anos.

Diálogo Brasil: Patrimônio e Desenvolvimento

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Diálogo Brasil - Patrimônio e Desenvolvimento

Uma cidade histórica não é um presépio, uma Disneylândia, um cenário de Hollywood". A frase é da
historiadora e presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa,
convidada deste Diálogo Brasil.

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O Canal TvBrasil possui um quadro chamado “Diálogo Brasil”, que tem um modelo de entrevista clássico,
no qual é chamado um convidado (ou mais) para debater sobre o tema em pauta.

Nesse vídeo, o tema foi Patrimônio e Desenvolvimento e o canal recebeu a entrevistada Kátia Bogéa,
historiadora e presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e Diana
Meirelles, arquiteta e diretora do Ministério das Cidades. Ambas debatendo a respeito dos desafios para
conciliar a preservação do patrimônio histórico e cultural, com o desenvolvimento urbano.

O Diálogo Brasil ainda ouve o arquiteto e professor de projetos da Universidade de Brasília (UnB) Cláudio
Villar de Queiroz e exibe pequenas reportagens sobre o tema e a situação de casarões antigos, que estão
desabando em Salvador, a capital da Bahia.

Iphan discute avanços e desafios das políticas de valorização do patrimônio cultural

A entrevista concedida por Kátia Borgéa, presidente do IPHAN, à TV NBR trata dos avanços e desafios da
política de proteção e valorização do patrimônio cultural brasileiro e do papel desse órgão preservacionista
em seus 80 anos de atuação.

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Iphan discute avanços e desafios das políticas de valorização do patrimônio cultural


NBR ENTREVISTA - 03.02.17: Brasil é rico em manifestações culturais, feiras populares, música e arte. Os
avanços e desafios das políticas de valorização do patrimônio cultural são discutidos por Kátia Bogéa,
presidente do Instituto do Patrimônio do Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
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Kátia Borgéa ressalta a riqueza e a diversidade cultural brasileira representada pelo seu vasto patrimônio
artístico e cultural de natureza material e imaterial reconhecidos pelo IPHAN, que tem a incumbência de
proteger e fiscalizar esses bens para que sejam preservados e valorizados pela sociedade. A presidente do
IPHAN destaca o teatro Amazonas, em Manaus, os Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, e o conjunto
arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, como patrimônios materiais de grande relevância artística e
cultural.

Entre os patrimônios imateriais, Kátia Borgéa destaca o frevo, a capoeira e as festas populares que ocorrem
em todo o país, como o Círio de Nazaré, em Belém, e a festa do Bonfim, em Salvador. Ambas as festividades
fazem parte de um patrimônio cultural religioso altamente expressivo.

Na entrevista, Kátia Borgéa também trata da trajetória do IPHAN ao longo dos seus 80 anos de existência,
ressaltando que, em sua “fase heroica”, dos anos 1930 aos 1970, a preocupação inicial desse órgão
preservacionista era a construção da noção de identidade nacional do Brasil a partir do reconhecimento e
valorização do seu patrimônio cultural. Nesse período, houve um predomínio do tombamento de conjuntos
urbanos, igrejas, palacetes e centros históricos representativos do passado colonial brasileiro. A partir dos
anos 1980, o IPHAN passou a reconhecer e valorizar a pluralidade cultural do país expressa em todas as
regiões pelo seu patrimônio material e imaterial, esses últimos representados por festejos, gastronomia e
religiosidade, entre outros.

Kátia Borgéa ressaltou que um dos principais desafios do IPHAN na atualidade é continuar exercendo seu
papel de proteção e valorização do patrimônio cultural brasileiro diante de um quadro técnico tão reduzido,
composto, em 2017, por apenas 696 profissionais que atuam em todo o país. Diante dessa realidade, outro
desafio comentado pela entrevistada é o de reforçar o papel da sociedade civil enquanto guardiã do
patrimônio visando à sua proteção e à valorização da história, da memória e das raízes culturais do povo
brasileiro. Isso se dá pelo desenvolvimento constante de programas de educação patrimonial para que se
possa conhecer o que se pretende proteger.
O Museu Nacional e a memória material: por que é tão importante preservar?
O artigo “O Museu Nacional e a memória material: por que é tão importante preservar?” escrito por Bruna
Toni, publicado no jornal Estado de São Paulo, traz uma reflexão sobre as consequências resultantes do
trágico incêndio ocorrido no Museu Nacional, no dia 2 de setembro de 2018, que resultou em uma perda
irreparável para o nosso passado. No incêndio, foram dizimados 90% do seu acervo composto por mais de
20 milhões de itens, entre objetos, documentos, coleções, pesquisas, mobiliários de época, entre outros bens
materiais que retratam a história, a memória e a cultura do povo brasileiro e de outros povos e civilizações.
O museu também possuía um rico acervo da área de zoologia, botânica, paleontologia e geologia.

VIAGEM
O Museu Nacional e a memória material: por que é tão importante preservar?

Eram 20 milhões de itens, entre eles Luzia, o mais antigo fóssil encontrado nas Américas. É a instituição
científica mais antiga do País, ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi residência de D.
João VI e de seus descendentes imperiais. Sediou a assembleia constituinte republicana no fim do século 19.
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Além do acervo, o incêndio também danificou de forma significativa o edifício onde se encontrava o museu,
localizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Ligado à UFRJ, o edifício é um exemplar arquitetônico
de mais de 200 anos que possui uma alta relevância histórica por ter sido residência de Dom João VI e seus
descendentes, e por ter sediado a Assembleia Constituinte Republicana no final do século XIX. Também era
um centro de pesquisa e ensino com trabalhos junto à comunidade escolar, complementando o conhecimento
adquirido em sala de aula.
No artigo, também são citados os efeitos resultantes dos danos provocados pelo incêndio, fato que perpassa
pela relevância dos museus na atualidade, por sua função ligada à preservação da memória, à conservação
de seu acervo e aos estudos e pesquisas destinadas à produção e divulgação do conhecimento. Elas resultam
na possibilidade de múltiplas leituras e formas de interpretação do passado para que nós, no período presente,
e as gerações futuras possamos conhecer melhor as pessoas, os lugares e as referências culturais do passado
e do presente.

O Museu Nacional, como tantos outros espaços antigos, são patrimônios culturais que representam traços da
nossa história e da nossa cultura. A proteção desse patrimônio envolve o aumento do repasse de verba para
assegurar a manutenção adequada de seu acervo e da estrutura de seus edifícios dotados de grande relevância
histórica e cultural para que continuem exercendo o seu papel de espaço coletivo e público valorizado pela
sociedade que fomenta o debate, a troca de ideias e a aquisição do conhecimento.

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Políticas Imigratórias

Políticas Imigratórias
Políticas Imigratórias em 5 Países: Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha e Rússia

Compreender a realidade mundial, tal qual se apresenta neste século, torna-se indispensável para qualquer
estudante, especialmente de Nível Superior, pois não basta demonstrar que você domina os conhecimentos
específicos de sua profissão (por meio dos conhecimentos adquiridos em seu Curso Superior), é necessário
demonstrar que você, como cidadão(ã), está atento(a) aos movimentos das Sociedades e antenado(a) com os
acontecimentos que podem interferir direta ou indiretamente na execução de seu trabalho (profissional).

Assim, o texto apresentado tem como objetivo conduzir você a uma reflexão sobre um dos temas mais
polêmicos e importantes deste século: as políticas imigratórias.

O texto apresenta a questão da migração em cinco países: Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha e
Rússia.

Antes de iniciar a apresentação de como a questão da migração é tratada em cada um desses países, há uma
discussão sobre os fatores que levam os países a facilitar ou a dificultar a entrada de imigrantes.

Nos Estados Unidos, os dois últimos presidentes (Barack Obama e Donald Trump, o presidente atual)
trataram de forma distinta a questão da imigração.

A política de proteção de fronteiras inclui, em muitos casos, construção de barreiras físicas, como muros para
impedir a migração.

O Canadá, por sua vez tem uma política favorável à entrada de imigrantes, e o Japão é um dos países que
menos recebe imigrantes. Historicamente, foi um país muito fechado à imigração, mas que começa a abrir
mais suas portas.

A Alemanha foi o segundo país de acolhida de imigrantes, em 2016, especialmente refugiados de guerras.

A Rússia foi o terceiro país a mais receber imigrantes em 2016, somente atrás dos Estados Unidos e da
Alemanha, mas o número de refugiados na Rússia é muito baixo, somando apenas 600 pessoas ao final de
2016.

Buscando garantir os direitos a imigrantes e a refugiados em todo o mundo, a ONU e seus Estados-membros
elaboraram um Pacto Global abrangente, que gerenciaria melhor a migração internacional. Depois de mais
de um ano de negociações, o texto do Pacto Global por uma Migração Ordenada, Regular e Segura foi
finalizado, em julho de 2018.
Leia atentamente o texto indicado a seguir e assista ao vídeo: Especial: um mundo de muros – México e
Estados Unidos, que consta no texto.

POLITIZE!

Políticas Migratórias em 5 países

Em um contexto de crise humanitária, vários países vêem milhares de pessoas adentrando seus territórios e
buscam alterar suas políticas migratórias: algumas vezes em pró dos refugiados e migrantes em geral, já
outras buscando evitar a chegada dessas pessoas. Que tal saber mais sobre ações de 5 países sobre migração?
LEIA MAIS POLITIZE!
A Questão de Brexit e a Irlanda do Norte
No texto indicado a seguir, você conhecerá um pouco mais sobre a Irlanda do Norte, seu surgimento, suas
relações com a Inglaterra e os conflitos que lá ocorreram, especialmente, nos anos 1970, envolvendo questões
religiosas e de domínio político.

O texto apresenta a questão do Brexit, que é a saída do Reino Unido da União Europeia e de que forma a
Irlanda do Norte será afetada nesse processo.

A questão das fronteiras é um tema relevante neste século, especialmente, pois envolve mais do que simples
linhas que separam países. Envolve relações econômicas, políticas e sociais, principalmente no caso da
imigração.

Por anos, a Irlanda e a Irlanda do Norte não mantêm uma fronteira física que as divida, mas, com a proposta
do Brexit, essa questão vem à tona e a busca de uma solução para isso parece ser bastante complicada.

Imagine que você pode circular livremente entre dois lugares distintos e num dado momento será impedido
de passar livremente, devendo para isso portar documentos e passar por um trâmite burocrático de fronteira
(como alfândega, por exemplo), que pode atrasar sua viagem.

No caso da Irlanda do Norte, do qual estamos tratando, a primeira-ministra Theresa May está numa das
maiores “sinucas de bico” da história britânica.

A reinstalação de uma fronteira entre as duas Irlanda é impraticável – e pode ser perigosa, ao ressuscitar o
espírito separatista dos católicos do Norte. Dessa forma, a questão desta fronteira é um fato delicado em
termos de imigração e ainda não se tem ideia de como será resolvido.
Leia atentamente o texto indicado a seguir e, se desejar, aprofunde-se no assunto realizando suas próprias
pesquisas. Irlanda do Norte: entenda o calcanhar de Aquiles do Brexit.

RFI
Irlanda do Norte: entenda o calcanhar de Aquiles do Brexit

Quando a ilha da Irlanda se tornou independente do Reino Unido em 1922, formando a República da Irlanda,
o extremo norte da ilha, habitado maioritariamente por protestantes de ascendência inglesa, permaneceu sob
o controle do Reino Unido, com o nome de Irlanda do Norte.
LEIA MAIS RFI
EUA/Venezuela e Reino Unido

ESTADO DE MINAS
Venezuelanos já são maior grupo a pedir asilo nos EUA

Um era oficial do Exército venezuelano que havia desertado e se juntado à oposição. O outro, um ativista
político que fugiu depois que forças pró-governo atacaram sua casa. Os dois acabaram nos Estados Unidos,
entre milhares de compatriotas em busca de asilo naquele que parecia ser o lugar óbvio para fazê-lo.
LEIA MAIS ESTADO DE MINAS
O Refúgio
Muito embora na América Latina com muita frequência ouçamos falar em “asilo”, na verdade, em Direito
Internacional a forma de proteção jurídica dada a pessoas como as mencionadas no artigo é o “refúgio”.
Refúgio e asilo, ainda que guardem algumas características comuns, não são institutos que se

equivalem, sendo incorreto utilizar um termo pelo outro.

A norma que, basicamente, trata do refúgio é a Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos
Refugiados, de 28 de julho de 1951, criada, especificamente, para tratar dos milhões de pessoas que foram
obrigadas a se deslocar para outras regiões em razão dos combates e das perseguições que ocorreram na
Segunda Guerra Mundial.

Essa convenção apresenta uma série de importantes características, e entre elas podemos listar as seguintes:
 Ela teve a função de consolidar diversos outros instrumentos de Direito Internacional anteriormente
existentes relativos aos refugiados, buscando estabelecer, de forma mais compreensível e sistematizada, os
direitos internacionais das pessoas que estão nessa situação de risco;
 Ela estabelece padrões básicos para o tratamento dos refugiados pelos diversos Estados Nacionais, contudo,
não tem o poder de obrigar estes a adotarem, na íntegra, as práticas recomendadas.

Dessa forma, não há como impor a um país que receba refugiados ou que tenha uma determinada forma de
tratamento para as pessoas que solicitam a entrada e permanência em seu território em razão dessas situações
de risco. Em nome de sua soberania, um país tem amplos poderes de regular a entrada e permanência de
estrangeiros em seu território, o que acaba por englobar a questão dos refugiados.

Considerando essas informações e as disposições da Convenção, podemos falar que o refúgio é uma forma
de proteção que um país concede a um estrangeiro que ingressa em seu território, em razão de fundado temor
de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas. Essa proteção
garante que, enquanto estiver em trâmite o processo de refúgio, não pode ocorrer a expulsão ou extradição
do estrangeiro.
Pouco antes da elaboração dessa convenção foi criado um órgão da ONU, o ACNUR - Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Refugiados que, igualmente, deveria ter atuação focada nos refugiados na
mencionada Guerra Mundial. Seu inicial mandato foi de três anos, contudo, com as crises humanitárias nas
décadas seguintes, se verificou a necessidade de que essa organização internacional passasse a ser
permanente, com a ampliação de seu escopo de atuação, não mais limitado à Europa, podendo agir,
obedecidas as regras de Direito Internacional, em qualquer parte no globo onde houver necessidade.

Se por um lado há todo um esforço da ACNUR, da ONU e de outros atores no cenário internacional sobre a
dramática situação dos refugiados nos dias atuais, o que se observa é que há, com maior ou menor
transparência, uma grande resistência de alguns países em receber essas pessoas.

Ao mesmo tempo em que guerras e perseguições de todo tipo causem um crescimento do fluxo de refugiados
em todos os cantos do mundo - tal como na América Latina em razão da crise política e humanitária que vive
a Venezuela - há um latente aumento da pressão de grupos sociais para que as autoridades de seus países
limitem e até mesmo impeçam a entrada de estrangeiros nessas condições.

Em vários países essa questão foi tratada de forma bastante incisiva em diversas campanhas eleitorais
recentes, fazendo com que, em muitos deles, somente candidatos alinhados com esse tipo de restrições
fossem eleitos.

As pressões internas e externas sobre a forma como os refugiados devam ser tratados faz com que haja, em
muitos casos, uma dualidade de discursos. Por um lado, para a comunidade internacional, há demonstrações
de colaboração com essa questão; contudo, internamente, há uma política restritiva que dá grande ênfase ao
controle de entrada de estrangeiros em geral, com especial foco no estabelecimento de severos critérios para
que o refúgio seja concedido.

No final, os perseguidos continuam sendo pouco respeitados em seus direitos humanos. Apesar dos discursos,
nem sempre demonstram a grande tragédia humana que estamos vivendo.

FOLHA DE S.PAULO
Europeu ou não, Reino Unido priorizará imigrante qualificado após 'brexit'

A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta terça-feira (2) as novas regras em matéria de
imigração no Reino Unido, que entrarão em vigor após o "brexit", e darão prioridade aos trabalhadores
qualificados, com o fim da livre circulação de cidadãos europeus.
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A Cidadania Europeia em cheque

O final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, iniciou uma profunda reflexão que envolveu diversas pessoas
em vários países sobre formas de prevenir a ocorrência de novos conflitos. Essa guerra e a Primeira Guerra
Mundial mostraram que havia uma clara necessidade de estabelecer mecanismos para uma paz duradoura.

Esse esforço global para a prevenção de novos conflitos armados culminou com a criação da Organização
das Nações Unidas (ONU), por meio da Carta das Nações Unidas, que foi firmada por diversos países em
São Francisco, em 26 de junho de 1945, sendo que nesse mesmo documento foi estabelecido o Estatuto da
Corte Internacional de Justiça, órgão jurisdicional ligado à ONU que até hoje busca resolver conflitos entre
países evitando que as tensões evoluam e possam gerar guerras.

Além de participarem da criação da ONU, os países europeus buscaram, pela via da integração regional, a
diminuição das tensões e a prevenção de novos conflitos em seus territórios. Esse esforço se iniciou com a
Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, estabelecida em Paris em 1951, sendo composta por França,
Bélgica, Alemanha Ocidental, Itália, Luxemburgo e Holanda. Essa foi a primeira organização supranacional
europeia, sendo que as bases que a estabeleceram evoluíram e serviram para a criação da União Europeia –
UE, sendo integrados diversos países daquele continente.

Uma das bases jurídicas de formação da União Europeia foi o Tratado de Maastricht, que recebeu o nome da
cidade dos Países Baixos onde foi assinado em 7 de fevereiro de 1992. Este e outros tratados formaram o
conceito de “Cidadania Europeia” que confere a quem a detém uma série de direitos e prerrogativas, em
especial, a de poder livremente circular nos países que fazem parte dessa União, o que inclui o acesso ao
mercado de trabalho. Para ser cidadão europeu basta ter nacionalidade reconhecida por algum dos países que
integram a União Europeia.

Somente em 1973 o Reino Unido ingressou na Comunidade Econômica Europeia (nome que na época era o
utilizado) passando a se integrar na formação do bloco continental. Contudo, sempre houve uma severa
resistência dos britânicos para duas questões que envolviam essa adesão: a diminuição da sua soberania e a
livre circulação de cidadãos europeus em seu território, particularmente, quando estes passaram a se fixar de
forma definitiva e a disputar postos no mercado de trabalho.

O descontentamento de parte da população com essas e outras questões levou o Partidor Conservador a
formular, em 2015, um pedido ao Parlamento do Reino Unido que, depois de aprovado, gerou a convocação
de um plebiscito que consultava os cidadãos sobre a permanência na União Europeia, tendo sido esta consulta
popular realizada em 23 de junho de 2016.

Por apertada margem foi aprovada saída do Reino Unido do Bloco Continental, naquilo que foi batizado de
“Brexit”, uma palavra formada pela junção dos termos, em inglês, “britânico” (British) e “saída” (exit).

Muito embora essa saída não represente um rompimento com várias posturas europeias que buscam preservar
a paz e a prosperidade, é certo que as tensões internas no Reino Unido mostram que a questão dos estrangeiros
em seu território – particularmente no que se refere à inserção no mercado de trabalho – é um dos mais
importantes temas de fundo dessa decisão.
Dessa forma, com a saída do Reino Unido da União Europeia, o governo daquele país já anunciou que serão
estabelecidas novas regras sobre o trato com os estrangeiros, europeus ou não, em uma clara restrição ao
livre trânsito de cidadãos europeus em seu território. Sem dúvida, o conceito de cidadania europeia começa
a perder força.

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