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RELATÓRIO FINAL
Instituição de apoio:
Núcleo de Arqueologia da Universidade Braz Cubas (NAUBC)
Av. Francisco Rodrigues Filho, 1233
CXEP: 08773-380 – Mogi das Cruzes, SP
Tel.: (11) 4791 8288
Coordenadora: Dra. Margarida Davina Andreatta
E-mail: naubc@brazcubas.br
__________________________________________________________________
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................... 2
Parte 1: ARQUEOLOGIA ......................................................................................................................... 4
Introdução............................................................................................................................................. 4
Caracterização ..................................................................................................................................... 5
Localização........................................................................................................................................... 6
Entorno ................................................................................................................................................ 9
Contextualização ................................................................................................................................ 14
Metodologia ........................................................................................................................................ 26
Descrição............................................................................................................................................ 33
Salvamento Arqueológico .................................................................................................................. 53
Análise e Curadoria dos Materiais ..................................................................................................... 64
Consolidação dos Resultados ............................................................................................................ 73
Parte 2 - PROGRAMA De EDUCAÇÃO PATRIMONIAL ....................................................................... 79
Considerações iniciais ........................................................................................................................ 79
As atividades ...................................................................................................................................... 79
Avaliação das atividades .................................................................................................................... 84
Resultados observados ...................................................................................................................... 84
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................... 87
EQUIPE TÉCNICA ................................................................................................................................. 92
BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................................... 93
ANEXOS ................................................................................................................................................. 97
Anexo 1 - Relação de equipamentos utilizados. ................................................................................ 98
Anexo 2 - Levantamento GPR para Estudo Arqueológico. .............................................................. 100
Anexo 3 - Relação de Sondagens. ................................................................................................. 121
Anexo 4 - Livreto “O que é patrimônio arqueológico?” .................................................................... 127
Anexo 5 - Material de apoio ou sugestões de atividades para sala de aula. ................................... 140
Anexo 6 - E. E. Pe. Bernardo Murphy (Recibos de entrega de livretos para bibliotecas, folhas
de presença, avaliações dos docentes) ........................................................................ 149
Anexo 7 - E. M. Prof. Etelvina Caffaro Salustiano (Recibos de entrega de livretos para
bibliotecas, folhas de presença, avaliações dos docentes) .......................................... 161
Anexo 8 - Apresentação de Slides. .................................................................................................. 181
Anexo 9 - Ficha Cadastral do Sítio no IPHAN. ................................................................................ 186
APRESENTAÇÃO
1
- Este parecer do IPHAN refere-se à análise do Relatório Técnico: Levantamento Arqueológico na Área do
Gasoduto de Transferência de Gás de Refinaria entre a REVAP e a RECAP, municípios de São José dos Campos,
Jacareí, Santa Branca, Guararema, Biritiba Mirim, Mogi das Cruzes, Suzano, Ferraz de Vasconcelos, São Paulo e
Mauá/SP (Scientia, 2007b), realizado pela Scientia Consultoria para integrar o licenciamento ambiental deste
empreendimento, cuja responsabilidade era, na ocasião, da Norfolk Distribuidora Ltda. - atual Quattor Química
S.A.
Introdução
Os resultados do resgate arqueológico serão aqui relatados sistematicamente de
forma a compreender todas as fases e tarefas realizadas tanto em campo, quanto em
laboratório. Iniciaremos com esta pequena introdução, seguida por uma caracterização
introdutória do sítio, descrevendo suas características principais.
Apresentaremos a localização do sítio em termos geográficos seguida da descrição de
seu entorno paisagístico - no âmbito de uma arqueologia da paisagem onde
descreveremos sucintamente as características ambientais e as transformações ali
ocorridas, entendidas por colaborarem na compreensão das condições em que se
encontra, atualmente, o sítio arqueológico. Notadamente, pontuaremos aspectos
relativos à degradação ambiental, que potencializaram a dinâmica de
descaracterização ou descontextualização dos artefatos e estruturas presentes nos
sítios.
O quarto item será uma contextualização, onde discorreremos sobre aspectos
históricos, que auxiliem no entendimento da antiga propriedade, como integrante de
um sistema social local e sua possível participação e influência no mesmo. Na
seqüência serão apresentadas algumas considerações acerca da metodologia
adotada e suas justificativas. Passaremos então para a descrição do sítio,
contemplando todas as estruturas remanescentes e seu entorno imediato, bem como
a inter-relação entre ambos. Este item visa descrever as estruturas não como se
encontram atualmente, mas principalmente como eram originalmente e quais
transformações que sofreram.
Uma vez descrito, faremos a apresentação de todos os aspectos relativos ao resgate
arqueológico, onde discorreremos acerca de cada critério metodológico adotado e
seus resultados. A parte técnica do relatório será finalizada com a descrição e análise
dos materiais, atividade executada em laboratório após o salvamento arqueológico e
que contemplou a avaliação de cada artefato coletado.
Finalizando, apresentaremos a consolidação dos resultados, onde procuraremos
correlacionar os aspectos do salvamento arqueológico entre si e, também, com as
informações apresentadas nos demais itens, procurando assim responder e justificar
aspectos identificados com o trabalho, bem como apresentar novas questões que
surgiram. Finalizaremos com nossas considerações finais, onde discorreremos que a
proteção do sítio arqueológico não se encerra com o presente trabalho, mas o tem
como uma de suas ferramentas de ação e entendimento.
2
- No registro no 1° Cartório e Registro de Imóveis de Mogi das Cruzes - SP. A área da propriedade é 221.958,17m²
A região é entrecortada por uma hidrografia meandrosa, fluindo por várzeas que
formam áreas brejosas, de relevo baixo e plano, cujas águas tributam na bacia do rio
Tietê, no seu terço superior denominado Alto Tietê. Trata-se de uma região drenada
por diversos cursos d’água e cujo volume permitiu a construção de barragens, como:
Taiaçupeba, Ponte Nova, Remédios e Salesópolis; que garantem parte do
abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo. Notadamente, a bacia também
3
- Todos dados relativos ao meio ambiente (relevo, clima, hidrografia e flora) foram obtidos a partir de consultas ao
site e publicações do IBGE, conforme citações bibliográficas.
Relatório Final: Gestão do Patrimônio Arqueológico – Sítio Arqueológico Mogi 1
Município de Mogi das Cruzes, SP. São Paulo, SCIENTIA CONSULTORIA CIENTÍFICA,
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é o destino de grande parte dos efluentes residenciais e industriais da região,
contribuindo para sua degradação ambiental e entorno.
A característica meandrosa denota a longevidade geológica dos cursos d’água,
criando solos sedimentares, ocasionados pelo transbordamento das calhas fluviais,
nos períodos mais chuvosos. Isso acarreta na formação de planícies aluviais,
constituídas por sedimentos arenosos e argilosos, sobrepondo-se a antigos depósitos
de turfa.
A turfa local não se apresenta inflamável4, fato
corroborado pela pesquisa de Castro (2009:03), ao
concluir que a mesma não apresenta componentes
graxos, acarretando sua inadequação como
combustível ou como insumo agrícola de forma direta,
ou seja, para que tal solo se torne fértil é necessário
adicionar-lhe outros componentes, visando melhorar Foto 4: Turfa – amostra da região.
sua fertilidade.
O clima é subtropical úmido, com baixa incidência de meses secos, favorecendo uma
formação vegetal típica da floresta Atlântica de encosta, como: a Ombrófila6 Densa, a
Estacional Semidecidual7. Nos campos de várzeas formam-se matas ciliares, com
espécies adaptadas a longos períodos de inundações e, também, aos meses de seca,
4
- Conforme teste empírico, in sito, feito pela equipe de resgate arqueológico (todavia, tal teste foi executado com apenas uma
amostra e visava atender apenas a curiosidade dos mesmos, do que propriamente ser uma avaliação).
5
- Argilossolo vermelho-amarelado PVA – conforme RADAMBRASIL, apud IBGE, 2001.
6 - Ombrófilo: (adj. (ombro+filo) Que gosta de chuva (Michaelis).
7 - Caracterizada por dupla estacionalidade climática, uma tropical sujeita a intensas chuvas de verão e outra subtropical seca e
fria, no inverno.
Relatório Final: Gestão do Patrimônio Arqueológico – Sítio Arqueológico Mogi 1
10 Município de Mogi das Cruzes, SP. São Paulo, SCIENTIA CONSULTORIA CIENTÍFICA,
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1
formando “verdadeiras zonas de transição entre os ecossistemas terrestres e
aquáticos” (LEITE, 2007:119). A vegetação original integrava do bioma Mata Atlântica,
associado à Serra do Mar, todavia ela não domina mais na paisagem, sendo
praticamente ausente sua ocorrência na forma primária. Isso decorre da intensa
antropização extrativista e predatória do território, que suprimiu as florestas
primordiais, substituindo-as, paulatinamente, por áreas destinadas às atividades
agrícolas de fruticultura, horticultura e silvicultura, e, em menor escala, à pecuária.
Ainda assim é possível identificar alguns fragmentos naturais das pretéritas matas,
mas com baixa diversidade; correspondentes a uma vegetação secundária; em
estágio médio de regeneração e distintas de suas características originais, pois a
presença de tipos vegetais exóticos, como eucaliptos e pinus, permeiam as matas,
denunciando as drásticas transformações da paisagem natural.
Tais transformações também podem ser identificadas por outros indícios na paisagem
regional. Nas poucas matas remanescentes é possível identificar a presença de
árvores, que indicam a condição secundária da vegetação, além de seu estado de
regeneração. É o caso das embaúbas (Cecropias), que se manifestam originariamente
isoladas em matas primárias, mas nas secundárias, ocorrem próximas umas das
outras. Já, árvores do gênero Tibouchina, como: o jacatirão (T. trichopoda), o manacá-
da-serra (T. mutabilis) e a quaresmeira (T. granulosa); ao ocorrem no interior da
matas, indicam seus estágios iniciais ou intermediários de regeneração, pois vivem
cerca de 20 anos e posteriormente são vencidas por árvores de maior porte e mais
longevas, passando a se manifestar somente nas margens das florestas.
Excetuando-se as poucas ilhas de matas secundárias, a paisagem vegetal
predominante são as extensas várzeas cobertas por hortas e pomares, que
associadas às granjas avícolas, formam o trinômio econômico dos hortifrutigranjeiros,
produtos estes que, após a chegada de imigrantes japoneses, passaram a ser
produzidos em escala comercial, visando o abastecimento urbano da Grande São
Paulo e compondo o cinturão verde região metropolitana paulista.
Foto 6: Entorno próximo – Conjunto Jefferson de Souza; em segundo, plano mata ao sul do sítio São João (seta).
8
- Saliente-se, de antemão, que esta não era sua denominação primordial.
Em posição privilegiada, o sítio São João localiza-se voltado para a serra do Itapeti
(apesar dela não ser vista da sede), numa distância de aproximadamente 5
quilômetros. Em relação aos dois rios, dista aproximadamente 4 quilômetros do Tietê e
15 quilômetros do Paraíba do Sul. Tal localização, além do mais, próxima do
movimentado caminho entre o Rio de Janeiro e a cidade de São Paulo, colocava a
propriedade em posição impar perante os acontecimentos regionais, e muito
provavelmente pesou na escolha do local onde a casa-sede e demais instalações
foram implantadas. Por extensão, seus moradores e demais habitantes regionais,
também passavam à condição de espectadores e, por que não dizer, atores
privilegiados, num palco dos acontecimentos históricos que se processaram durante
todos os momentos da história do Brasil.
Contudo sua importância não pode ser tomada somente em relação a acontecimentos
históricos. A propriedade também se apresenta como testemunho do processo
colonizador português, que amalgamou elementos culturais indígenas, africanos e
europeus sob o domínio e permanência portuguesa na colônia, consolidando aqui um
modo de vida híbrido, composto pelas três matrizes étnicas e suas respectivas
culturas.
[...] não podíamos mais alcançar a vila de Mogy das Cruzes. Nesta região
notamos diversas famílias dos chamados cafusos, que são bastardos de
negros e índios. O seu aspecto é dos mais estranhos que um Europeu possa
encontrar. São homens de estatura alta, corpulenta, e de forte musculatura
(SPIX e MARTIUS, 1823: 215).
Para compreender tal importância, necessitamos recuar alguns séculos, pois antes
mesmo da presença portuguesa, os indígenas dominavam o território e nele
delinearam rotas (cujo conjunto dos falantes das línguas tupi denominavam peabiru),
que ao longo de séculos, serviram de referencial para suas migrações. Principalmente
os Tupi, povo vocacionado para o movimento e ocupantes da faixa costeira brasileira,
na região do sítio, quando os primeiros conquistadores aqui ancoraram.
É notório que diversos povos indígenas se sucederam, ao longo dos séculos, na
ocupação do território brasileiro. No momento do contato com os portugueses as
regiões dos vales dos rios Tietê e Paraíba do Sul eram uma espécie de fronteira entre
povos de culturas distintas, os Jê e os Tupi. Assim, as várzeas e encostas do Tietê
eram habitadas por índios guaianá (jê), guarulhos (jê) e tupiniquim (tupi); já o Paraíba
do Sul era terra dos puri (jê) e tupinambá (tupi).
9
- utilizamos genericamente o termo “matas” para nos referirmos basicamente ao bioma Mata Atlântica.
10
- utilizamos genericamente o termo “sertões” para nos referirmos basicamente ao bioma Cerrado.
Relatório Final: Gestão do Patrimônio Arqueológico – Sítio Arqueológico Mogi 1
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Segundo Grinberg (1992:13-14), os indígenas que habitavam a região de Mogi das
Cruzes eram ferozes defensores de seu território. O autor não cita qual a etnia de tais
povos, denominando-os como índios de Mogi, ou como eram conhecidos no período
do contato “índios pés-largos”, que segundo Monteiro (2009:51) provavelmente eram
Guaianá. Salientam estes autores que, no final do século XVI, os paulistas
implementaram incursões no território visando atacar tais indígenas, pois eles
constantemente colocavam em risco a vila de São Paulo e as sesmarias próximas. A
primeira incursão deu-se em 1590, chefiada por Domingos Luis Grou, e foi dizimada
pelos indígenas. Organizou-se uma segunda empreitada, em 1594, chefiada pelo
capitão Jorge Correia, que logrou sucesso, matando e escravizando os nativos. Estava
assim livre o território para a implantação de novos assentamentos e sua interligação
com o vale do Paraíba, onde já se iniciara a colonização.
Das vilas de São Paulo e São Vicente partiam as incursões em direção aos sertões
bravios e para elas convergiam meses ou até anos depois, sem as cobiçadas riquezas
minerais, mas lotadas de cativo. Formavam-se assim rotas de comunicação e trânsito
que, como tempo, passaram a configurarem-se como caminhos. Assim, na segunda
metade do século XVI, já se pretendia construir estradas ligando São Paulo às vilas
próximas. Como nos conta Taunay, “cinco ou seis caminhos dos que a S. Paulo
vinham ter estavam por fazer, a 23 de maio de 1583” (1920:182). Também, Antonil
(1967:258) cita que os caminhos de maior importância irradiando da povoação, em fins
do século dezesseis, eram apenas cinco, sendo um deles seguindo “mais ao sul, via
11
- CÓDICE Costa Matoso. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1999 p. 678.
12
- Idem, p.395.
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Figura 8: Mapa Histórico da Capitania de São Paulo, onde se destaca a vila de Mogi das Cruzes (seta) (Fonte: Major Umbelino Alberto de Campo Limpo em 1869, é em tinta colorida,
nanquim e aquarela, sobre papel canson com 60,5 x 48cm, com a notas explicativas).
Neste contexto é curioso notar, que, em Mogi, a própria ausência de grandes fazendas
rurais e suntuosos sobrados urbanos, como ocorreu no vale do Paraíba, podem ser
tomados como indicativos das dificuldades econômicas locais. Isso, inclusive, deve ter
colaborado para a manutenção de moradias de concepção ultrapassada e edificadas
com matéria prima local, como o caso da casa-sede do sítio São João, feita em taipa
de pilão e pau-a-pique.
Também, deve ter sido difícil suportar a prosperidade no vale ao lado, cuja riqueza
gerada pelo café propiciou a formação de uma elite econômica, que se abastecia de
produtos requintados e caros, na maioria das vezes importados da Europa. Produtos
que deveriam ser transportados pela região, visto que tanto a estrada de terra quanto,
posteriormente, a ferrovia, cortavam o município, unindo os vales do Tietê e do
Paraíba do Sul e trazendo fazendeiros abastados, indo e vindo para São Paulo. Tal
pujança econômica contrastava com a precariedade local, cujas
[...] terras, em geral pobres, nunca possibilitaram um desenvolvimento
franco e seguro para Mogi das Cruzes. O único produto de exportação nos
meados do século XIX era o algodão, colhido em apoucada escala. Na
maioria, os habitantes, paupérrimos, dedicavam-se à feitura de esteiras e
cestas, famosa pela vivacidade e pela facilidade com que desbotavam.
(BATALHA, 1958, p. 70).
É curioso constatar, pelas quatro últimas citações (de Santos, Sant Hilaire, Zaluar e
Batalha), dispostas cronologicamente, um processo de empobrecimento local, fato que
se fez notar inclusive no tamanho da população local, que, de acordo com os estudos
de Santos (2004:5), aumentou e diminuiu conforme o fluxo econômico do Município.
Estes nomes começam a figurar nos registros da cidade em meados do século XVIII
tanto na atual cidade de Salesópolis, quanto de Mogi das Cruzes. Sendo que a
13
- Fonte: Acervo pessoal de Paulo Sérgio Meira Mello (atual proprietário do sítio). Reprodução Lia Mayumi, 2008.
14
- A denominação “Mello” e Melo se alternam na genealogia da família.
A partir desta informação, foi possível levantar uma pequena genealogia da família 15.
Camilo José Martins foi casado com Florisbela Franco Martins, filha de Donado José
Martins e (?) Franco; Donado José Martins era filho de Antônio Joze Martins com
Manoela Maria de Jezus; e Antônio Joze Martins era filho de Bernardo Joze Martins
com Anna Maria.
Apesar de no documento Camilo José Martins aparecer como proprietário da fazenda,
ele na verdade só a recebeu de
herança em 1915, com a morte
de sua esposa Florisbela
Franco Martins, que o havia
recebido também de herança
em 1875 de seu pai, o Alferes e
Juiz de Paz em Mogi das
Cruzes, Donato Joze Martins,
nascido em 1821.
15
- Fonte: https://new.familysearch.org/pt/action/unsec/welcome (consultado em 09/2010).
Ao final dessa fase preparatória foram executadas, nos meses de abril e maio de
2010, as atividades de resgate arqueológico do sítio arqueológico Mogi 1. Tais
atividades compreenderam: execução de sondagens manuais, rastreamento do
subsolo com aparelho GPR16, escavação ampliada, registro fotográfico, levantamento
topográfico, execução de desenhos e levantamento de informações orais.
A execução dos trabalhos visou levantar dados que possibilitassem a compreensão do
sítio, enquanto portador de elementos da cultura material associados aos antigos
moradores da propriedade. Os trabalhos tiveram como foco o levantamento de
características da moradia, das estruturas adjacentes (olaria, demais edificações e
estruturas em subsuperfície) e na tentativa de se identificar bolsões de descarte
contendo a artefatos associados à tralha doméstica e a materiais de uso em geral.
O estudo estrutural teve como objetivo identificar características construtivas
empregadas nas diversas edificações, seus estilos e funcionalidades, bem como
singularidades subjacentes, que, por ventura, as diferenciam dos modelos
arquitetônicos e técnicos elencados nas literaturas; possibilitando, assim, identificar
algumas habilidades técnicas e intelectuais de seus construtores, no sentido de
adaptar as edificações as condições impostas pelo ambiente, tais como:
disponibilidade de matéria-prima e conformação espacial do entorno.
Objetivou-se também identificar as transformações ocorridas nas edificações, que
denotassem manutenções e adaptações a novas necessidades de seus usuários. Tais
transformações são de fundamental importância para a arqueologia, enquanto ciência
social, pois ilustram usos e costumes dos moradores, bem como as mudanças que
tais hábitos sofreram ao longo do tempo em que a moradia esteve em uso.
Por fim, o estudo estrutural teve também como premissa identificar os motivos pelos
quais a moradia e edificações adjacentes deixaram de ser utilizadas, culminando em
16
- GPR - Ground Penetrating Radar – Radar de penetração do solo.
Foto 8: Equipe – roçado com foice. Foto 9: Equipe – uso de roçadeira. Foto 10: Medições preliminares.
17
- GPS – Global Positioning System- Sistema de Posicionamento Global
Foto 11: Equipe – execução de sondagens. Foto 12: Equipe – execução de sondagens.
Para a execução do rastreamento por GPR foi contratada a empresa GPR Geoscience
Geofísica LTDA, que efetuou as medições conforme definições previamente
planejadas pela equipe de arqueologia. A metodologia adotada consistiu em rastrear
faixas orientadas em sentido Norte e Sul, eqüidistantes 10,0 m, em toda a área, no
entorno imediato da edificação-sede. Ao todo foram executados cerca de 700 metros
18
- CAD – Computer-aided Design - Desenho assistido (orientado) por computador.
19
- GPR - Ground Penetrating Radar – Radar de penetração do solo.
20
- Descrito tecnicamente em anexo.
Foto 13: Equipe – Sondagem com GPR. Foto 14: Equipe – Sondagem com GPR.
Foto 15: Equipe – Sondagem com GPR. Foto 16: Equipe – Leitura gráfica do GPR.
Foto 17: Equipe – Escavação ampliada. Foto 18: Equipe – Escavação de trincheira.
Foto 23: Equipe – Execução de topografia. Foto 22: Equipe – Execução de topografia.
Foto 24: Artefatos – análise dos materiais. Foto 25: Equipe – análise dos materiais.
Casa-sede
A antiga sede da propriedade era uma edificação remanescente da arquitetura rural
paulista, cujas características construtivas remontavam o final do século XVIII e
meados do século XIX. Seu estilo arquitetônico era destacado por elementos
decorativos de acepções coloniais, com prováveis influências da arquitetura
bandeirista e mineira. Seu estado de conservação, seu entorno imediato e os
elementos construtivos presentes, indicavam ter sofrido diversas intervenções ao
longo do período em que esteve em uso, fato que a descaracterizou em muitos
aspectos.
21
- Lanço: Uma porção ou extensão de muro, de parede, de fachada etc. ger. compreendida entre dois elementos de referência
como, p.ex., pilastras e patamares (Houaiss, 2010).
22
- O termo “pau-a-pique” não é o melhor para se designar este tipo de parede/vedação, todavia é o mais utilizado.
Melhor seria o uso de taipa de sabe, e seus correlatos: taipa de mão ou taipa de sopapo, todavia cada um
destes corresponde a uma técnica diferente (WEIMER, 2005: 88, 236 e 261-265).
23
- Também conhecido com “quadrela”.
Essas estruturas de taipa de pilão foram feitas de acordo com a técnica construtiva
básica empregada em edificações daquele tipo. Constatou-se que foram apiloadas em
camadas laminares, com cerca de 10 cm de espessura. Foi curioso observar que,
mesmo após mais de um século, tais lâminas de barro não se aderiram
completamente, pois, com o desmoronamento de algumas das paredes, foi possível
verificar que elas ainda se desprendiam umas das outras; mas não facilmente (foto 29).
Rebocos
Pintura
Foto 30: taipa – rebocos. Foto 28: Taipa – detalhe de cunhal onde se observa pintura e reboco.
Foto 31: Janela frontal – Foto 32: Janela frontal – Foto 33: Janela da cozinha Foto 34: Janela da capela
vista externa. vista interna. ensutado plano. ensutado sem simetria.
As folhas das portas e janelas eram feitas com tábuas de madeira justapostas e
travadas com pinos de madeira, em ripas transversais. Já os caixilhos apresentavam-
se travados com cravos; todavia, verificou-se o uso de pregos em alguns locais
Foto 35: Janela frontal – Foto 36: Janela frontal – Foto 37: Janela frontal – Foto 38: Janela da capela
trava de madeira. cravos. cravos e prego (saliente). treliça / rótula.
No ambiente posterior havia outra porta que se comunicava com a lateral sudoeste e
também apresentava indicações de se tratar de uma intervenção posterior ou de uma
adaptação em uma porta anteriormente existente no local, pois as folhas de madeira
apresentavam-se nitidamente adaptadas para o local, o que podia ser constatado, por
exemplo, pelo fato de uma de suas ombreiras possuir fragmentos metálicos de
dobradiças, denunciando que fora utilizada anteriormente em outra porta e, também,
pelo acabamento tosco feito no arremate da envasadura da porta, na parede de taipa
(Fotos 41 e 42).
Da mesma forma, a porta posterior, por onde se acessava os fundos da habitação,
apresentava-se adulterada em suas características originais. Nesse caso, a
envasadura foi ampliada para cima, visando à instalação de uma porta mais alta. Com
isso, a padieira original que se integrava ao sistema de amarração de madeira,
embebido na taipa, foi cortada e em seu lugar implantada uma verga de concreto
armado (Foto 43). Finalmente, outras duas portas ocorriam nos lanços internos,
próximas à lateral nordeste e alinhadas entre si.
Foto 39: Porta Lateral – Foto 40: Porta Lateral – Foto 41: Foto 42: Foto 43: Copa – porta
adaptação sobre janela. adaptação sobre janela. Porta da Detalhe posterior adaptada.
copa. dobradiças.
Quanto às janelas, havia total predominância nas laterais nordeste e noroeste, que
tinham cinco e quatro unidades respectivamente, indicando a importância da recepção
Foto 44: Vedação em pau-a-pique. Foto 45: Empena - lado da cozinha. Foto 46: Empena – lado da sala.
Figura 13: Situação registrada em 1973-76 (CONDEPHAAT, 1997) e 2008 (MAYUMI, 2008).
Pousado sobre as quinas dos respaldos das paredes de taipa, corriam dois
alinhamentos de frechais, travados por ensambladuras nas extremidades. A função de
tais armações era sustentar a carga do telhado distribuindo seu peso por toda a
estrutura, direcionando-o verticalmente sobre as paredes.
A cobertura, em estilo clássico, era estruturada em quatro águas: duas mestras e duas
tacaniças, estas voltadas para os lados: frontal e posterior da moradia, e aquelas para
as laterais. Seu madeiramento apresentava-se estruturado de forma singular, uma vez
que não foi possível enquadrá-lo em um único modelo de amarração, pois fazia o uso
combinado de vários modelos. Assim identificou-se, para o suporte a opção pelo uso
de cumeeira entalada em empenas entrecruzadas, conformando uma tesoura tipo
cangalha (ou canga-de-porco); todavia, tais empenas não acompanhavam a inclinação
do telhado de forma a sustentar as terças, como é o usual; mas sim, se apoiavam em
duas vigas, donde partiam escoras de sustentação para as terças. As vigas eram
robustas toras de madeira talhadas, que se estendiam longitudinalmente por toda
edificação apoiadas sobres os frechais.
Foto 47: Cobertura – estrutura de Foto 48: Cobertura – empenas e terça (note-se que ela são se apóiam)
madeira e telhas.
Foto 51: Detalhe – incisões de dedos. Foto 52: Detalhe – incisão. Foto 53: Detalhe – lado interno.
Capelas
A capela externa situava-se, afastada 2,7m, e media cerca de 3,0m x 4,0m, e foi
erigida em 1983 (conforme inscrição visível sobre a empena da porta e relato do
caseiro sr. José Luiz Santana). Nela também havia um altar em alvenaria, onde se
24
Foto 55: Capela interna – altar. Foto 56: Capela externa. Foto 57: Capela externa antiga .
Nas proximidades da casa do caseiro identificou-se uma cisterna, que passou a ser
utilizada em substituição à água do açude. É provável que uma das causas de seu
abandono tenha sido a escassez de água na ravina, uma vez que foi possível
constatar a ausência de água nela durante o período em que se realizou o salvamento
arqueológico. Contudo, verificou-se que no açude ainda existe uma pequena
quantidade de água empoçada, entremeio a uma vegetação ciliar abundante, mas
insuficiente até mesmo para vencer a evaporação e a infiltração no solo, e assim
enchê-lo para transbordar ou fluir pelo canal.
24
- Fonte: Hirata. Andrade, 1977 - Acervo CONDEPHAAT.
Foto 58: Terreiro – lírio. Foto 59: Terreiro – orquídea. Foto 60: Terreiro – bromélia.
Foto 61: Terreiro – avage. Foto 62: Terreiro – hortência. Foto 63: Terreiro – drácena.
Foto 66: Terreiro – agave americana. Foto 67: Terreiro – pinheiro velho.
Atualmente, o caseiro mantém uma pequena plantação de copos-de-leite
(Zantedeschia aethiopica) na região brejosa do sítio, localizada na lateral norte e na
área posterior da casa-sede. A finalidade deste cultivo é a venda das flores na cidade
de Mogi das Cruzes, complementando assim sua renda.
Foto 68: Terreiro – copo-de-leite. Foto 69: Terreiro – copo-de-leite. Foto 70: Terreiro – taioba.
O quintal era composto por uma área de pomar e outra de horta. A horta não existe
mais, sendo sua área atualmente utilizada para o cultivo dos copos-de-leite do caseiro.
Todavia, segundo ele, no local havia diversos tipos de hortaliças, que eram cultivadas
para o consumo doméstico. Da antiga horta ainda era possível identificar alguns pés
de taioba (Xanthosoma sagittifolium L.), notadamente na região mais encharcada do
terreno, pois é o local onde elas são mais adaptadas. O fato de ainda haver tal espécie
não significa que elas ainda fossem cultivadas, mas sim que ali se mantiveram por que
são mais resistentes que as demais hortaliças de um modo geral.
Atualmente, identificam-se algumas espécies cana-de-açúcar e um cafeeiro que, no
contexto do sítio, sugerem terem sido introduzidas para consumo doméstico, sendo
esta uma prática recorrente em propriedades rurais. Havia também uma touceira de
Foto 71: Terreiro – cafeeiro. Foto 72: Terreiro – cana- Foto 73: Terreiro – capim-limão.
de-açúcar.
O pomar ocupava preferencialmente as laterais: sudeste, leste e nordeste da sede,
todavia era possível identificar plantas frutíferas em todo o entorno imediato da sede,
compondo assim um pomar disperso. Foram identificadas dezenas de plantas
frutíferas, algumas delas com aspecto de serem centenárias, como o caso de algumas
pereiras (Pyrus communis L.), que aparentavam nem mesmos produzirem mais frutos,
devido à sua longevidade. Foram identificadas plantas frutíferas, como: laranjeiras
(Citrus sinensis L.), limoeiros (limão capeta) (Citrus Limonium L.), mexerica (Citrus
reticulata L.), caquizeiros (Diospyros kaki L.), mangueiras (Mangifera indica L.),
bananeiras (Musa X paradisíaca L.) (Foto , goiabeiras (Psidium guajava L.), ameixeira
(tipo nêspera) (Eriobotrya japônica L.), jabuticatuba (Myrciaria grandifolia Mattos), etc.
Foto 74: Pomar – pereiras velhas. Foto 75: Pomar – mangueiras mortas.
25
- Também conhecido como: Capim santo ou Capim cidreira.
Foto 81: Pomar - caquizeiro. Foto 82: Pomar – Jabuticaba. Foto 83: Pomar - goiabeira.
Além destas plantas, são identificadas no sítio alguns outros exemplares compostos
por plantas exóticas correspondendo a cultivos diversos, não propriamente tradicionais
na região.
Foto 84: Entorno - eucalipto. Foto 85: Quintal – coqueiro. Foto 86: Quintal - pinheiro.
2
3 1
2
1 1
Foto 88: Mata secundária – embaúbas (1), pinheiros (2) e araucárias (3).
Olaria
As pesquisas arqueológicas realizadas no sítio localizaram estruturas remanescentes
de uma olaria, cujos relatos orais afirmavam ter existido na propriedade. Tratava-se de
uma pequena unidade produtiva, voltada à fabricação de tijolos, cujas características
indicam ter funcionado na primeira metade do século XX. O que também confere com
a informação do caseiro sr. Luiz, 68 anos, residente na propriedade há mais de 50
anos, que nos relatou não tê-la visto funcionando, mas tão somente em ruínas.
A olaria situa-se dentro da mata secundária descrita acima, a cerca de 30 m da
margem direita da ravina, e antigo curso d’água, na porção posterior da casa-sede. No
local foi identificada somente a estrutura remanescente do forno de para tijolos, mas
certamente havia outras instalações, como: pátio para secagem e preparo dos tijolos;
local para preparação e modelagem da massa e estrada de acesso ao local. Todavia,
o entorno já se encontrava totalmente tomado por mata, o que deve ter acarretado na
deformação superficial do pátio de secagem.
Próximo ao local havia uma clareira, onde, segundo o caseiro era o local de preparo
dos tijolos. Ele chegou até mesmo a indicar um local onde o barro era amassado,
todavia, ao avaliarmos constatamos que tal informação não procedia, pois a superfície
da clareira era inclinada e o local indicado por ele tratava-se de uma laje de concreto
armado, que não correspondia aos equipamentos em questão e também não seria
contemporânea à olaria.
Próximo ao forno (no seu lado posterior) havia uma área aproximada de 300 m²
contendo uma malha de regos oriundas de uma antiga horta no local. Tal local,
segundo o caseiro era uma horta da propriedade, que existia ali antes da mata
secundária se formar. Esta área apresentava-se mais plana e com características mais
propícias para a localização das demais estruturas da olaria, o que justificaria sua
descaracterização.
Outra questão identificada em relação à olaria foi a não identificação de uma jazida de
argila para a confecção dos tijolos. Em instalações deste tipo, o comum é tal fonte
situar-se próxima à unidade produtora, pois o transporte da matéria-prima para ser
processada em local distante torna-se demasiadamente trabalhoso e injustificável,
pois é mais fácil instalar o forno e demais dependência próximos à fonte. Contudo,
O forno era uma estrutura de queima do tipo forno-aberto. Era assentado diretamente
no solo, possuía em formato quadrangular e edificado com tijolos maciços. Possuía
base de 4,9 m por 6,1 m e altura de 4,0 m. Suas dimensões denotavam uma pequena
unidade produtiva, talvez destinada a um consumo local, ou associada a alguma outra
olaria na região. Possuía duas bocas para o abastecimento de lenha e duas portas de
acesso para que se pudesse entrar dentro dele e colocar os tijolos conforme o padrão
produtivo.
Foto 96: Forno – vista de topo – antes. Foto 97: Forno – vista de topo – depois.
Foto 98: Forno – vista em perspectiva. Foto 99: Forno – vista interna da boca.
Foto 100: Forno para tijolos – antes. Foto 101: Forno para tijolos – depois.
Inspeção visual
A observação superficial do terreno e do tipo de vegetação no entorno do sítio,
possibilitou averiguar a presença de acessos e caminhos antigos, bem como identificar
locais com potencial arqueológico, tais como: estruturas soterradas e materiais em
superfície.
Através desta tarefa constatou-se que grande parte do material arqueológico
identificado superficialmente durante a fase de prospecção26, não se encontrava mais
presente. Isto provavelmente decorreu devido às constantes chuvas torrenciais,
ocorridas no final de 2009, e à limpeza do quintal, por parte do caseiro. O mesmo foi
consultado sobre isso, mas informou não saber o que havia acontecido. Durante a
inspeção visual, todos os artefatos arqueológicos ainda presentes em superfície
identificados foram recolhidos para posterior análise.
26
- Levantamento arqueológico para a regularização do OLEODUTO OSRIO e do GASODUTO GASPAL, entre os
municípios de Taubaté e Mauá, SP. São Paulo, de 2007.
Foto 102: Sondagem GPR – raia orientada com barbante. Foto 103: GPR – raia de orientação.
A figura abaixo ilustra o plano de sondagem com o georadar. Como pode ser
observado, o primeiro alinhamento (1b) foi executado em desacordo com o plano
original (pois ele faz uma curva), isso se deu devido a obstáculos presentes no local e
à necessidade, identificada pela equipe de arqueologia, para se verificar prováveis
estruturas no local. Também, a segunda linha (2) de rastreamento foi desviada de seu
curso original, pois interceptaria o passeio de cimento da casa-sede, optando-se por
contorná-lo.
27
- Os gráficos originais constam no relatório técnico da Geoscience, em anexo.
Conforme pode ser observado na Figura 16, com os dados do georadar, foram
indicadas nove anomalias passíveis de serem arqueológicas. À elas somamos mais 12
unidades. Assim, todas as áreas contendo anomalias, que julgamos serem possíveis
manifestações arqueológicas, foram sondadas. É importante salientar que nem todos
os locais pontuados como anômalos eram arqueológicos, pois como o próprio relatório
salientou, “as anomalias encontradas, podem ser artefatos arqueológicos, rochas ou
mesmo uma diferença nas propriedades do solo, como bolsões de argila ou areia”
(GEOSCIENCE, 2010:10). Como resultado constatou-se que cinco interferências eram
positivas (Figura 16).
Sondagens manuais
Foram executados dois tipos de sondagens manuais: as quadrangulares
(denominadas ordinárias), correspondentes a uma malha previamente planejada; e as
circulares, que visavam investigações pontuais em locais onde se suspeitava haver
algo em subsuperfície ou também nos locais onde o georadar acusou algum tipo de
interferência, conforme descrito acima.
As sondagens ordinárias possuíam o tamanho de 50 cm x 50 cm e profundidade
finalizada ao se atingir a camada de solo arqueologiacamente estéril, o que ocorreu
em média a 50 cm. Em alguns casos, quando se atingia o nível estéril optou-se ainda
por perfurar uma segunda sondagem circular, com cerca de 20 cm de diâmetro, ao
centro da sondagem quadrangular, visando constatar em níveis mais profundos o
comportamento do solo e principalmente se ele se mantinha estéril28.
Planejou-se a execução de sondagens distribuídas em eqüidistância pelo entorno,
todavia, nos locais onde ocorreu maior quantidade de materiais foram executadas em
28
- A relação completas e dados das sondagens encontram-se dispostas no Anexo 3.
Escavações Ampliadas
Foram executadas escavações ampliadas no entorno do sítio, em locais onde as
sondagens identificaram estruturas enterradas.
Três trincheiras foram abertas na parte frontal da sede para evidenciar dois
alinhamentos de muro, cujas primeiras fiadas remanescentes estavam enterradas. Um
destes muros posicionava-se em paralelo ao alinhamento da fachada da sede e foi
interrompido pela estrada de acesso à casa, sugerindo que no local houvesse um
portão. O outro se localizava alinhado ortogonalmente ao anterior, entre ele e a sede.
Esta escavação revelou que as estruturas deveriam ser muros baixos, utilizados para
delimitar um jardim frontal. Eram estruturados com tijolos dispostos diretamente no
solo, sendo seu alicerce também feito de tijolos, todavia assentados com largura de 35
cm, um pouco espesso que a parede do muro, que possuía largura aproximada de 20
cm. Ambas as estruturas eram assentadas com argamassa de barro (sem cal), em
ajuste inglês ou gótico. Aparentemente eram em tijolos aparentes, pois não foi
constatada a presença de reboco junto aos mesmos.
Alguns detalhes dignos de nota se fizeram notar, todos em relação às terminações dos
muros. Na lateral noroeste ele finalizava sem que houvesse outro muro fechando com
alguma parte da casa-sede. Já na extremidade oposta do alinhamento ele finalizava
sem nenhum tipo de arremate, indicando que originariamente prosseguia mais alguns
metros, sendo tal continuação completamente suprimida do local, como se a superfície
tivesse sido raspada. Um último detalhe foi não existência de contato entre os dois
alinhamentos de muro, ou seja, o muro ortogonal finalizava cerca de 40 cm antes de
se encostar com o muro disposto em paralelo à sede. Chegou-se a pensar que tal
trecho tivesse sido destruído, mas foi minuciosamente investigado e constatou-se que
tanto a extremidade do primeiro encontrava-se arrematada como a do segundo não
apresentava pontos de amarração com o anterior, ou seja, eles não se interceptavam.
Foto 119: Muro Frontal – vista longitudinal. Foto 120: Muro frontal – trecho desmoronado.
Foram coletadas 146 amostras, registradas com referência ao ponto de coleta e nível
estratigráfico em que foram encontrados ou escavados em campo. Estas amostras
desmembravam-se em 625 artefatos que em laboratório passaram pelo processo de
curadoria e análise. Assim, cada qual foi numerada e posteriormente agrupada por
peça, procedendo-se à remontagem ou identificação dos fragmentos que
correspondiam a uma mesma peça. Isso visou definir o número mínimo de artefatos,
que passaram a ser trabalhados como o conjunto de referência a ser analisado.
Foram realizadas também algumas coletas seletivas principalmente no que se refere
ao material construtivo presente na área do sítio arqueológico, cujo critério para
seleção foi tanto a presença de atributos diagnósticos, como a necessidade de se
obter amostras para análises específicas:
fragmento da taipa da parede desmoronada da casa-sede;
telhas provenientes da casa-sede, quatro unidades, sendo uma normal, duas
contendo incisões e uma terceira correspondente a um fragmento, que
também continha incisões;
tijolos - seis unidades provenientes da olaria; um exemplar de cada tipo
identificado no muro frontal da casa-sede; e mais um exemplar utilizado para a
manutenção mais recente da casa-sede.
Este material proveniente da coleta seletiva não foi contemplando na análise
estatística, mas reservado para análise qualitativa e montagem de acervo.
Foto 121: Telha meia-cana – face externa. Foto 122: Telha meia-cana – face interna.
Obviamente, tais parâmetros nem sempre são identificáveis, pois muitos dos artefatos
normalmente não apresentam elementos distintivos capazes de fornecer tais
informações. Entretanto, tomamos tal abordagem como modelo, em termos de meta,
para assim orientar os trabalhos, classificando os materiais através de atributos que
fossem de encontro a tais objetivos.
Fabricação
Foto 125: Fragmento de faiança fina – base de xícara. Foto 126: Fragmento de faiança – borda de malga.
Cerâmica
Foram identificados somente quatro fragmentos de recipientes cerâmicos. Trata-se de
uma asa de recipiente e três fragmentos de parede de recipientes. Um dos artefatos
era um fragmento apresentando decoração incisa, em barras, na face externa. As
demais unidades do conjunto consistiam em pequenos fragmentos de parede sem
decoração aparente.
Foto 127: Cerâmica construtiva (fragmentos de telha). Foto 128: Cerâmica (fragmentos de recipientes).
Plástico
A única pela plástica coletada era um fragmento de suporte de filtro de água. Não
aparentando ser muito antigo. Este material, em outras condições nem seria coletado,
todavia foi identificado a 20cm de profundidade na sondagem J4, o que era um
indicativo de solo perturbado recentemente
Metal
Alguns dos metais correspondiam aos materiais mais antigos coletados. Na sua
maioria correspondiam a peças de uso construtivo, como parafuso, para fixação de
madeirame de telhado, e dobradiça. Identificou-se também uma alça baú, feita em
ferro fundido, e alguns fragmentos de recipientes metálicos. A maior parte dos
materiais correspondeu a fragmentos de pregos em avançado estágio de oxidação.
Um destaque do conjunto era um prendedor de cabo de bateria, feito em aço
anodizado, característico de veículos da metade do século XX. Esta peça continha
ainda dois parafusos de para a fixação ao pino da bateria e o outro ao cabo elétrico.
Vidro
Os poucos fragmentos de vidro identificados correspondiam basicamente a partes de
garrafas. Do conjunto, todavia, destacavam-se duas bolinhas de gude, uma ampola de
remédio e um frasco, também de remédio. Em termos de técnica fabril todos eles
correspondiam a produtos industrializados, cuja fabricação não remonta há mais de 50
anos.
A presença de um muro frontal feito com tijolos contendo mossas sugere que tenha
sido uma implementação feita na primeira metade do século XX, visando delimitar um
jardim na entrada da propriedade. Por seu turno, as pedras dispostas na lateral
nordeste, sugerem que eram originariamente parte de uma calçada existente no
entorno da edificação. Todavia, é importante salientar que em fotos datadas de 1975,
bem como no croqui de 1977, não se identifica nenhum tipo de passeio ou sarjeta
contornando a edificação.
Tal constatação nos remete a uma segunda questão, que foi a não identificação de
artefatos remanescentes de momentos mais recuados da ocupação do imóvel nas
áreas escavadas e sondadas.
Para Saia, uma casa bandeirista configura-se como uma solução a um esquema
construtivo organicamente estruturado por três idéias preliminares: “planta
desenvolvida em retângulo, paredes de taipa e telhado de quatro águas” (2005:80).
Acrescenta ainda que “as pequenas variantes do programa e as diferenças de ordem
construtiva, não foram de molde a romper a integridade desta aliança” (2005:80).
Todavia, apresenta um divisor de águas temporal no qual somente edificações
seiscentistas receberiam tal denominação, e seriam tratadas como tipos “puros”, em
contraposição às outras que seriam tipos corrompidos. Salienta ainda, que tal
corrupção seria uma degeneração ao modelo original, onde as soluções e materiais
empregados seriam sempre inferiores aos do modelo dito “puro”.
Para melhor distinguir esta clivagem conceitual, Saia elenca ainda algumas constantes
que seriam manifestas nas casas de ambos os períodos: as seiscentistas e as
posteriores (como é o caso do Sítio São João). Entretanto, considera que as últimas
seriam sempre exemplares corrompidos, em relação àquelas consideradas modelos
“puros”, pois, segundo ele, apresentavam soluções construtivas mal resolvidas ou
apresentavam o uso de técnicas construtivas precárias, uma vez que os novos
construtores não sabiam executá-las de forma adequada. São estas as semelhanças:
estar sempre situada a meia encosta; voltada para o Norte ou o Noroeste; assentada
sobre plataforma artificial; planta desenvolvida em retângulos; maleabilidade interna
para se alterar a disposição dos cômodos; presença de sobrado e com isso pé direito
elevado, e, finalmente, os três elementos cruciais, a faixa fronteira contendo o
alpendre, a capela e o quarto de hóspedes.
Diante de tal base conceitual, a primeira constatação em relação à casa-sede do sítio
São João é que ela apresenta todas as semelhanças propostas acima, menos o
alpendre. O que, sob certos aspectos, é o parâmetro visual mais imediato para se
definir tal modelo construtivo. No caso, a moradia do sítio não só é desprovida do
alpendre, como, em seu lugar, apresenta um corredor, cumprindo função oposta ao
alpendre, que é a de manter estranhos abrigados, mas fora dos ambientes privados da
habitação.
Verificando sua distribuição espacial interna, há ambientes divididos em lanços e
subdivididos em cômodos, explicitando três ambientes funcionalmente distintos. Dois
deles contendo elementos nitidamente associados ao modo bandeirista, ou seja: o
espaço frontal destinado ao universo público - contendo a capela e o quarto de
hospedes - e um ambiente central, amplo, donde se acessa os quartos de mais
Olhado sobre este prisma, alterações como a da porta para a capela seria entendidas
como uma simplificação, que possibilitava o deslocamento até a capela, sem o
inconveniente de se ter que adentrar no espaço público - num caso original o caso o
alpendre - para entrar na capela. Também, outra solução positiva a nosso ver é a
presença de copa e cozinha no corpo principal da moradia, o que pode indicar duas
questões: a primeira seria o abandono das práticas indígenas (arrolados por Saia) de
se cozinhar em ambientes abertos; a outra seria uma provável influência mineira, onde
o cozinhar é um ato comunitário, e, muitas vezes, familiar, onde o espaço da cozinha
tem um caráter recreativo e laboral, mas acima de tudo de coesão social.
Por outro lado, a presença de indústrias cerâmicas na região desde o início do século
XX e a implantação da via férrea no final do século XIX sugerem que grandes volumes
de lenha tenham sido consumidos em seus fornos e caldeiras, o que ocorreu até o
momento em que tais equipamentos passaram a ser operados com outro tipo de
energia, como elétrica ou o gás. Constatou-se também na literatura consultada para o
presente trabalho, que a turfa da região também foi utilizada como combustível nas
locomotivas e fornos cerâmicos, atividade esta que é verificada até o presente, sendo
inclusive ofertado o produto para venda via internet.
Outra atividade que foi demasiadamente deletéria ao ambiente foi a cafeicultura. Ela
ocorreu na região da Serra do Itapeti, onde deve ter sido implementada a monocultura
nos mesmos moldes que o restante do Vale do Paraíba, onde registros fotográficos da
época registraram a total supressão das florestas nativas, desde o topo dos morros até
as margens dos córregos e rios.
Por seu turno, as atividades hortifrutigranjeiras nas margens do Tietê e demais
várzeas, principalmente com a entrada dos colonos japoneses, proporcionaram
consideráveis alterações na paisagem e certamente contribuíram para a introdução de
compostos químicos utilizados como defensivos agrícolas e corretivos para o solo,
sendo notório o impacto que tais atividades imprimem ao meio ambiente e à paisagem
natural.
O fato é que todas as atividades acarretaram alterações paisagísticas irreversíveis,
que muito provavelmente ainda se manifestarão na região por muito mais tempo, o
que será sentido inclusive no sítio São João e seu conjunto edificado, já que as
estruturas remanescentes da fazenda consistem parte integrante da paisagem local.
Em termos de paisagem no entorno imediato da sede, procurou-se identificar plantas
remanescentes dos primeiros momentos da ocupação. Neste caminho, nossas
observações deram conta de que os exemplares mais antigos, não remontam mais de
100 anos, se é que chegam a tanto.
As atividades
As atividades previstas no Projeto incluíam elaboração e apresentação de palestras,
com utilização de PowerPoint; elaboração de folhetos explicativos, em linguagem
acessível, e atividades com a população escolar; além disso, instrumentos de
avaliação das ações realizadas. O suporte teórico das ações educativas embasou-se
na construção do conhecimento – isto é, a partir dos conhecimentos existentes nos
grupos focais, a respeito de seu patrimônio natural e cultural, inserem-se,
progressivamente, as noções desejadas e as informações científicas geradas pelas
pesquisas arqueológicas efetuadas na região; e, ainda, promove-se a reflexão e a
conscientização acerca da identificação e da preservação do patrimônio cultural.
Os contatos iniciais com a realidade local, entretanto, mostraram a necessidade de
algumas alterações no plano inicial, com relação ao material e a grupos focais. O
30
- Nesse aspecto, é importante salientar que a escola municipal conta com o apoio do Departamento de
Patrimônio Histórico e Conhecimento, da Secretaria Municipal de Cultura, que realiza trabalho conjunto com as
unidades escolares municipais – de fato, durante os contatos iniciais, observou-se um dinamismo nas atividades e
uma predisposição favorável à inclusão de novos conteúdos e de novas ações em seu cotidiano escolar, por parte
da direção e de alguns professores. Já na escola estadual, a maior parte dos professores não demonstrou as
mesmas reações.
31
- Ver Anexo1.
32
- Anexo 2.
33
- Anexo 3.
34
- Ver Anexo 6.
Trata-se de um concurso fotográfico e, a partir das fotos será elaborado um livro, a ser
lançado em setembro, durante as comemorações pelo aniversário da cidade. Os
professores da E. M. Etelvina organizaram um trabalho que incluiu pesquisa sobre os
bens edificados de Mogi das Cruzes, visita com os alunos aos locais elencados;
registro fotográfico; confecção de cartões postais dos locais escolhidos, feitos pelos
próprios alunos de 1ª a 4ª séries.
Foto 133: Apresentação dos bens patrimoniais de Foto 134: Apresentação do sítio arqueológico Mogi 1,
Mogi das Cruzes, com utilização de multimídia. com utilização de multimídia.
Fotos 137, 138 e 139: Aspectos da palestra (apresentação de bens patrimoniais de Mogi das Cruzes e pesquisa
arqueológica no sítio Mogi 1) e da leitura das sugestões de atividades para sala de aula, Escola Estadual Padre
Bernardo Murphy,
Fotos 140, 141 e 142: Docentes da Escola Estadual Padre Bernardo Murphy na ação de responder ao instrumento
de avaliação/satisfação da ação educativa.
Resultados observados
A aplicação das atividades propostas neste Programa de Educação Patrimonial
atendeu ao projeto proposto de inserção do conhecimento arqueológico e patrimonial
dentro da comunidade mais próxima ao sítio arqueológico Mogi 1, ou seja, na rede
pública municipal e estadual do distrito César de Sousa.
Em 2007, a Scientia Consultoria foi contratada pela Norfolk Distribuidora Ltda. - atual
Quattor Química S.A. para implantar o programa de prospecções intensivas, indicado em
2005, para o Duto REVAP-RECAP, na mesma faixa de servidão da TRANSPETRO, só
que restrito ao trecho entre os municípios paulistas de São José dos Campos e Mauá.
Como se tratava programa de levantamento intensivo a ser implantado na faixa da
TRANSPETRO, onde já estão instalados os sistemas GASPAL e OSRIO, e para a qual já
havia sido publicada a permissão de pesquisa, o IPHAN endossou a autorização de
pesquisa (Ofício 9ªSR/IPHAN/SP nº225/2007, baseado no Parecer Técnico
9ªSR/IPHAN/SP 090/2007) para que fossem executadas as pesquisas arqueológicas no
duto REVAP-RECAP (Scientia, 2007b). Como parte de tal processo também acordou-se a
realização de um estudo arquitetônico e histórico contemplando o sítio, visando subsidiar
os trabalhos arqueológicos (RODRIGUES e MAYUMI, 2008).
Entende-se o trabalho de resgate arqueológico como uma soma de diversas tarefas, onde
se procura unir teoria e técnica, na busca do melhor entendimento do sítio; e, também, que
a aquisição de tal conhecimento nos leva à inevitável destruição de elementos que
compunham o sítio, impedindo que se possa escavar o mesmo lugar novamente. Desta
forma, adotou-se um rigor metodológico, cuja técnica tratasse o sítio como um patrimônio
cultural, enquanto portador de atributos que o destacavam como ilustrativo de uma
arquitetura menor ou vernacular (CHOAY, 2001:12). Como tal, o salvamento arqueológico
visou à aquisição da maior quantidade de dados possíveis. Tal metodologia compreendeu
a execução de sondagens manuais, o uso de varredura do solo com radar do tipo GPR e
subsequente escavação ampliada das estruturas identificadas, além de registros
complementares com: fotos, topografia, descrições e desenhos. Assim, estes dados
colhidos em campo foram processados em laboratório, estruturando o presente relatório e
subsidiando os trabalhos de educação patrimonial.
Tal cuidado se torna mais importante quanto constatamos a singularidade do sítio. Por se
tratar de uma edificação em taipa, a casa-sede coloca-se à frente das demais estruturas e
elementos paisagísticos do conjunto, pois são raras as oportunidades que se tem para
estudar tal tipo de edificação, e mais raro ainda pelo fato de ser ela uma construção civil,
visto que os exemplares públicos ou eclesiásticos feitos de taipa, como: prédios públicos,
igrejas e conventos, são notadamente melhor preservados e estudados. Todavia, a própria
dificuldade (burocrática e executória) e o custo em se preservar tais edificações civis,
fazem com que sejam preteridas em detrimento de moradias mais modernas, ou
adaptadas para novos usos, como aparentemente foi o caso no sítio São João, onde a
propriedade, parcelada por heranças, deixou de ser uma fazenda, para se tornar uma casa
de campo de finais de semana. Entretanto, o sítio não se apresenta somente pela casa-
sede, junto a ela somam-se a olaria, o sistema de abastecimento de água, os caminhos e
todo o entorno paisagístico, que, embora muito degradados, ainda se apresentaram como
abundantes fontes de informações aos olhos da arqueologia.
Cumpre ainda registrar que esforços neste sentido vêm sendo implementados (antes
mesmo da sede ruir) por órgãos municipais, a Divisão de Patrimônio Histórico e
Conhecimento (DPHC) e o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico,
Cultural, Artístico e Paisagístico de Mogi das Cruzes (COMPHAP), que atuam no sentido
de obter recursos, junto à iniciativa privada e ao poder público, para proteger o bem
cultural através da cobertura da edificação e, eventualmente, o seu restauro e
reconstrução. Todavia, tais iniciativas esbarram no fato do sítio São João ser uma
propriedade privada, o que dificulta a formulação de projetos para este fim, fato que pode
ser observado na própria dificuldade em se tombar o sítio, visto que o processo ainda se
encontra em andamento. Saliente-se, todavia, que a edificação se desintegra em uma
velocidade tal, que talvez não alcance tais definições, pois sendo uma construção de taipa
de pilão, apresenta-se em estado de risco elevado devido à sua fragilidade na presença de
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Relatórios Técnicos
Documentos
CARTA DE ATENAS. The Athens Charter for the Restoration of Historic Monuments,
First International Congress of Architects and Technicians of Historic
Monuments. ICOMOS, Athens 1931.
CÓDICE Costa Matoso. Coleção das notícias dos primeiros descobrimentos das
minas: Na América que fez o doutro Caetano da Costa Matoso sendo ouvidor
geral das do Ouro Preto, de que tomou posse em fevereiro de 1749 & vários
papéis. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1999.
Sites na Internet
Relação de equipamentos
utilizados.
• Trenas de 5 metros, com fita de aço, conforme norma NBR 10123 – fabricante
Lufkin.
• Trenas de 50 metros, com fita em fibra de vidro, conforme norma NBR 10124 -
fabricante Lufkin.
• Esquadro de 30cm, metálico – fabricante Stanley.
• Paquímetro mitutoyo.
• GPS modelo 63CSx – fabricante Garmin ,
• Equipamento de GPR (Ground Penetrating Radar), Modelo: Remac/GPR, com
antena de 250MHz – fabricante Mäla Geoscience. Operação sob respondabilidade
da empresa: GPR Geoscience Geofísica LTDA, na responsabilidade do geofísico
Odirlei Neumann.
• Estação Total. Topcom modelo GTS266.
• Bússola.
• Máquina Fotográfica, modelo DSC-W120 – Fabricante Sony.
RELATÓRIO:
Solicitante:
- SCIENTIA CONSULTORIA CIENTÍFICA
MAIO de 2010
ÍNDICE
1. Introdução............................................................................Pág 2
2. Metodologia Empregada.......................................................Pág 3
3. Equipamento GPR.................................................................Pág 6
4. Levantamento de Campo.......................................................Pág 7
7. Conclusão.............................................................................Pág 18
8. Referências Bibliográficas....................................................Pág 19
1. Introdução
O método geofísico utilizado nos trabalhos de campo foi o GPR (Ground Penetrating
Radar), conhecido no Brasil por geo-radar ou radar de penetração no solo, o qual
GPR GEOSCIENCE GEOFÍSICA LTDA
Rua Mazel, 174, loja 3. Parque São George, CEP 06708-235. Cotia, SP. Tel: (11) 4072-1065
2
Relatório Final: Gestão do Patrimônio Arqueológico – Sítio Arqueológico Mogi 1
Município de Mogi das Cruzes, SP. São Paulo, SCIENTIA CONSULTORIA CIENTÍFICA, 2010.
103
Relatório Arqueologia
proporciona a detecção de contrastes nas propriedades físicas em subsuperfície, e que
podem ser correlacionadas à variação do material geológico presente (aterro, solo, rocha,
contaminações, etc).
2. Metodologia Empregada
No caso em questão, o método selecionado foi o GPR (Ground Penetrating Radar) que
é um método de investigação geofísica que se fundamenta na emissão e recepção de ondas
eletromagnéticas de alta freqüência (10 a 1000MHz) em subsuperfície.
deslocamento
reflexão
reflexão
reflexão
emissão
emissão
Aterro ( K1)
anomalia interface
Solo ( K2)
σ V
Material K
(mS/m) (m/ns)
Ar 1 0 0,30
Água doce 81 0,5 0,033
Água do mar 81 4000 0,033
Areia seca 3-5 0,01 0,13-0,17
Areia saturada 20 - 30 0,1-1 0,05-0,07
Calcáreo 4-8 0,5-2 0,11-0,15
Folhelho 5 - 15 1-100 0,08-0,13
Siltes 5 - 30 1-100 0,05-0,13
Argilas 5 - 40 2-1000 0,05-0,13
Granito 4-6 0,01-1 0,12-0,15
Arenito (saturado) 6 40 0,12
Gabro 8,5 - 40 1 0,05-0,10
Gnaisse 8,5 0,01 0,10
Solo arenoso seco 2,6 0,14 0,19
Solo arenoso saturado 25 6,9 0,06
Solo argiloso seco 2,4 0,27 0,19
Solo argiloso saturado 15 50 0,08
Ondas de radar com freqüências que variam de 10 a 200 MHz apresentam maior
profundidade de penetração que as freqüências situadas no intervalo de 250 a 1000 MHz,
que apresentam maior resolução (maior detalhamento).
3. Equipamento GPR
Unidade de
Transmissor
Controle
Receptor
Notebook
Antena
Antena
Disparadores
de Sinal
4. Levantamento de Campo
Como já foi descrito anteriormente, o levantamento GPR foi realizado com a antena
blindada de freqüência central de 250MHz. A seleção desta antena de alta resolução se
refere ao seu emprego em trabalhos de detecção de interferências e estruturas rasas em
subsuperfície, o que proporcionou o detalhamento e a penetração suficientes para os
objetivos propostos, atingindo em torno de 3,0 metros de profundidade.
A antena foi conectada por cabos de fibra ótica à unidade de controle (UC), a qual é
responsável por controlar todos os parâmetros de aquisição e envio dos dados obtidos para
armazenamento em um notebook, sendo todos esses componentes acoplados ao sistema
móvel de levantamento (Figura 5).
Por fim, foram realizadas as interpretações dos mapas gerados, sendo que as
exibições se deram por densidade variável, representada por contrastes de “pixels” ou cores,
de acordo com o valor da amplitude para cada feição identificada.
A seguir, são apresentadas todas as seções GPR realizadas em campo, sendo que
nem todas apresentaram alguma área anômala. Vale salientar que as anomalias
encontradas, podem ser artefatos arqueológicos, rochas, ou mesmo uma diferença nas
propriedades do solo, como bolsões de argila ou areia.
Pode ser observada, no Perfil L2i (Figura 9), a presença de duas anomalias, a
primeira se apresenta como um refletor contínuo forte, porém inclinado, e que possui
contornos de fundo e topo irregulares. Esta anomalia pode estar relacionada a algum objeto
em subsolo.
Também podemos observar uma segunda área anômala, esta menos definida e com
dimensões maiores, o que pode corresponder a uma zona com artefatos arqueológicos.
Pode ser observada, no Perfil L3 (Figura 10), a presença de uma anomalia, a qual se
apresenta como um refletor contínuo forte, porém inclinado, e que possui contornos bem
definidos. Esta anomalia pode estar relacionada a uma antiga fundação, ou objeto de
grande porte.
Pode ser observada, no Perfil L3-cont (Figura 11), a presença de uma anomalia, a
qual se apresenta como um refletor contínuo forte, porém inclinado, e que possui contornos
não muito bem definidos. Esta anomalia pode estar relacionada a uma antiga fundação, ou
objeto de grande porte.
Pode ser observada, no Perfil L4i (Figura 12), a presença de duas anomalias, a
primeira se apresenta como um área de forte amplitude do sinal GPR, porém possui
contornos de fundo e topo irregulares. Esta anomalia pode estar relacionada a algum objeto
em subsolo.
Essa anomalia se posiciona no perfil nas distâncias entre aproximadamente 4,0 a
7,0m e entre as profundidades de 0,20 e 1,0m. Conforme sugerido, recomenda-se uma
investigação neste local para que seja aferida a origem dessa anomalia.
Pode ser observada, no Perfil L4i-cont (Figura 13), a presença de uma anomalia, a
qual se apresenta como um refletor contínuo forte, porém inclinado, e que possui contornos
não muito bem definidos. Esta anomalia pode estar relacionada a uma antiga fundação, ou
objeto de grande porte.
Neste perfil L7i (Figura 16), não observamos nenhuma anomalia de porte e
dimensões de interesse, apenas alterações que devem estar correlacionadas a presença de
pedras e diferenciação litológica.
Pode ser observada, no Perfil L8 (Figura 17), a presença de uma anomalia, a qual se
apresenta como uma pequena área de forte amplitude do sinal GPR. Porém não é de grande
dimensão e possui contornos não muito bem definidos. Esta anomalia pode estar
relacionada a um artefato arqueológico.
7. Conclusão
8. Referências Bibliográficas
ANNAN, A.P. (1992) Use and techniques of GPR in near surface geophysics. Society
of Exploration Geophysicists. Workshop Notes, Sensor & Software Inc.110p.
Cotia-SP, 01/05/2010
___________________________________
Odirlei Neumann – Geofísico
Sondagem A0
I 0-50 Orgânico Marrom-escura
Obs.: Camada única.
Sondagem A5
I 0-10 Orgânico Marrom-escura
II 10-25 Argilossolo Marrom
III 25-55 Argilossolo Marrom
Obs.:
Sondagem A9
I 0-10 Orgânico Marrom-escura
II 10-50 Argilossolo Marrom-escura
Obs.:
Sondagem B1
I 0-50 Orgânico Marrom-escura
Obs.: Camada única.
Sondagem B5
I 0-5 Húmus Negra
Obs.: área alagada.
Sondagem B8
I 0-10 Argilossolo Marrom-escura
II 10-22 Argilossolo Marrom-clara
III 22-40 Argilossolo Marrom-clara
IV 40-50 Argilossolo Marrom-clara
Obs.:
Sondagem C2
I 0-7 Orgânico Marrom
II 7-110 Argilossolo Ocre escuro
III 110-120 Argilossolo creme escuro
Obs.: Presença de água ao fundo da sondagem.
Sondagem C4
I 0-50 Orgânico Marrom-escura
Obs.: local próximo à bananeira.
Sondagem C5
I 0-15 Orgânico Marrom-escura
II 15-35 Argilossolo Marrom
Obs.:
Sondagem C7
I 0-13 Argilossolo Marrom
II 13-20 Argilossolo Marrom
III 20-55 Argilossolo Marrom
Obs.:
Sondagem D3
I 0-15 Orgânico Marrom-escura
II 15-100 Argilossolo Marrom-clara
III 100-105 Argilossolo Ocre (misto)
Obs.:
Sondagem D4
I 0-10 Orgânico Marrom-escura
II 10-40 Argilossolo Marrom
III 40-100 Argilossolo Ocre
Obs.:
Sondagem D5
I 0-19 Argilossolo Marrom
II 19-24 Argilossolo Marrom
III 24-28 Argilossolo Marrom
IV 28-30 Argilossolo Marrom
V 30-35 Argilossolo Ocre
Sondagem E1
I 0-10 Orgânico Marrom-escura
II 10-85 Argilossolo Ocre
Obs.:
Sondagem E2
I 0-50 Argilossolo Marrom
Obs.: Presença de fragmentos de telha (não coletado).
Sondagem E3
I 0-15 Argilossolo Marrom
II 15-26 Argilossolo Marrom
III 26-40 Argilossolo Marrom
Obs.:
Sondagem E4
I 0-10 cascalho (brita) misto
II 10-25 misto com entulho
III 25-35 Argilossolo Ocre
Obs.:
Sondagem E5
I 0-15 Orgânico aterro (entulho)
II 15-40 Argilossolo Marrom-avermelhada
III 40-45 Argilossolo Marrom-avermelhada
Obs.: Presença de fragmentos de ferro, ossos, louça e bolinha de gude no nível II.
Sondagem E6
I 0 - 30 Argilossolo aterro com presença de rochas
II 30 - 50 Argilossolo Marrom
III 50 - 60 Argilossolo Marrom
IV 60 - 70 Argilossolo Marrom
V Argilossolo Ocre
Obs.: Presença de nível com rochas, possivelmente pavimento.
Sondagem E7
I 0-20 Argilossolo Aterro (entulho)
Obs.: aterro. A 0,20m, entulho de material construtivo, com tijolos e telhas da sede.
Sondagem E8
I 0-5 Orgânico Marrom
II 5-60 Argilossolo Marrom
Obs.:
Sondagem E9
I 0-5 Argilossolo Marrom
II 5-35 Argilossolo Marrom
III 35-50 rochas Marrom
Obs.: Possível piso em rocha a partir do nível III.
Sondagem F1
I 0-5 Orgânico Marrom
II 5-105 Argilossolo Marrom
III 105-110 Rochas Marrom
Obs.: Possível piso em rocha a partir do nível III.
Sondagem F3
I 0-5 Orgânico Marrom-escura
II 5-45 Argilossolo Marrom
III 45-50 Argilossolo Ocre
Obs.: Possível piso em rocha a partir do nível III.
Sondagem F6
I 0-5 Orgânico Marrom
II 5-40 Argilossolo Marrom
Obs.:
Sondagem G1
I 0-60 Argilossolo Marrom
Obs.:
Sondagem G2
I 0-10 Orgânico Marrom-escura
II 10-50 Argilossolo Marrom-clara
Obs.: Presença de tronco na lateral da sondagem.
Sondagem G3
I 0-10 Orgânico Marrom-escura
II 10-30 Argilossolo Marrom
III 30-35 piçarra Ocre
Obs.: Finalizado em cascalho de quartzito.
Sondagem G4a
I 0-10 Orgânico Marrom-escura
II 10-30 Argilossolo Marrom
III 30-45 Argilossolo Ocre
IV 45-50 saibro Ocre (mesclado)
Obs.: Presença de mescla avermelhada no nível IV.
Sondagem G4b
I 0-10 Orgânico Marrom-escura
II 10-40 Argilossolo Marrom
III 40-60 saibro Amarelado
Obs.:
Sondagem G5a
I 0-17 Argilossolo Marrom-escura
II 17-35 Saibro Ocre
III 35-55 Saibro Avermelhado
Sondagem G5b
I 0-10 Orgânico Marrom-escura
II 10-40 Argilossolo Marrom
III 40-50 Argilossolo Marrom-avermelhada
IV 50-120 Argilossolo Marrom-avermelhada
Obs.: A partir da sondagem IV abertura com boca de lobo (cilíndrica, no centro da sondagem).
Sondagem G6
I 0-50 Argilossolo Aterro (entulho)
II Argilossolo Marrom
III Argilossolo Marrom-avermelhada
IV Argilossolo Marrom-avermelhada
Obs.: Tubulação que liga o banheiro à caixa d’água à cerca de 1,0 m da sondagem.
Sondagem G7
I 0-25 Orgânico Marrom
II 25-75 Cascalho Ocre
III 75-110 Argilossolo Ocre
Obs.: Presença de fragmentos de louça e vidro no nível I.
Sondagem J4a
I 0-13 Orgânico Marrom-escura
II 13-45 Argilossolo Marrom
Obs.:
Sondagem J4b
I 0-10 Orgânico Marrom-escura
II 10-17 Orgânico Marrom-escura
III 17-110 Argilossolo Marrom-escura
IV 110-120 Gleissolo Creme (caramelo)
Sondagem J5
I 0-20 Orgânico Marrom
II 20-60 Argilossolo Ocre
Obs.: Finalizado em cascalho de quartzito.
Sondagem J6
I 0-15 Orgânico Marrom-escura
II 15-100 Argilossolo Marrom-escura
III 100-110 Argilossolo Ocre
Obs.:
Sondagem J7
Sondagem K4a
I 0-50 Argilossolo Marrom
Obs.: Solo homogêneo.
Sondagem K4b
I 0-15 Orgânico Marrom-escura
II 15-110 Argilossolo Marrom
III 110-120 Gleissolo Ocre
Obs.: Presença de plástico e fragmentos de telha no nível II.
Sondagem K5
I 0-10 Orgânico Marrom-escura
II 10-20 Argilossolo Marrom-escura
III 20-105 Argilossolo Marrom
IV 105-110 Gleissolo Marrom-clara
Obs.: Presença de fragmentos de telha e carvão no nível II (não coletado).
Sondagem K6
I 0-10 Orgânico Marrom-escura
II 10-110 Argilossolo Marrom-escura
III 110-120 Argilossolo Creme
Obs.:
Sondagem K7
I 0-90 Orgânico Marrom-escura
II 90-100 Gleissolo Cinza
Obs.: Presença de fragmentos de telha e carvão no nível II.
Sondagem L3
I 0-10 Orgânico Marrom-escura
II 10-50 Orgânico Marrom-escura
Obs.:
Sondagem L4a
I 0-45 Orgânico Marrom-escura
Obs.:
Sondagem L4b
I 0-15 Orgânico Marrom-escura
II 15-30 Argilossolo Marrom-escura
III 30-50 Gleissolo Cinza
Obs.: Ao fundo do nível III presença de água.
Sondagem L5
I 0-15 Orgânico Marrom-escura
II 15-100 Argilossolo Marrom-escura
III 100-110 Gleissolo Cinza
Obs.: Presença de louça, cerâmica e vidro no nível II.
Sondagem L6
I 0-5 Orgânico Marrom-escura
II 5-35 Argilossolo Marrom-escura
III 35-85 Argilossolo Marrom-escura
IV 85-90 Gleissolo Cinza
0123145 467869 8
26
726041
5
26146
41823
26
26 23
66
23
674
618
660
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1 8
1
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PROJETO:
Gestão do Patrimônio Arqueológico Sítio Arqueológico Mogi 1
(Sítio São João), Mogi das Cruzes, SP
(Google, 2010)
Agosto de 2010
‐Observe as fotos a seguir ‐Observe as fotos a seguir
Rio Tietê –
Mogi das
Cruzes
(http://www.willyvi
rtual.com.br/notici
a.php?id=2527)
Igreja do Carmo
(htt //
(http://www.comphap.pmmc.com.br)
h b)
Ipê ‐ Tabebuia heptaphylla
(http://eptv.globo.com )
Combate de índios
botocudos com
bandeirantes de Mogi
das Cruzes
(aquarela de Debret –
1829) (GRINBERG, 1961)
‐Continue a observar ‐Continue a observar
Festa do Divino Pico do Urubu
(http://wikimapia.org/621639/pt/
(http://www.mogidascruzes.sp.gov.br/Cida
de/album_fotos.php#) Pico‐do‐Urubu)
Jaguatirica ‐Leopardus Jacarandá Paulista ‐ Jacaranda
pardalis mimosifolia
( p
(http://www.treknature.com/gallery/
g y ((http://www.flickr.com/photos/mauroguan
p p g
photo23882.htm andi/3057270590/)
Bandeira do Divino
(http://festadodivinodemogi.blogspot.com )
Aquarela de Miguel
Arcanjo Benício Dutra
(GRINBERG, 2001, p. 21.)
“Cafezal” – de Nerival Rodrigues
(http//ajursp.wordpress.com)
Cinturão Verde Festa das Flores
(http://www.mogidascruzes.sp.gov.br/Cidade/album (http://nikkeyweb.com.br/sites/caquieflores/galeria_f Jatobá ‐ Hymenaea courbaril
_fotos.php#) otos.php?cat=2&galeria=70599&foto=57&pag=2 A frente da morada do Sítio São (http://www.sitiovitoriaregia.com.br/Jato
João, c.1975 . ANDRADE, 1977. ba.html )
‐Continue a observar ‐Continue a observar
Vestígios arqueológicos do Sítio Capela Aparecidinha
indicam ao menos duas ocupações:
Recipientes cerâmicos do Sítio Taboão, Mogi
1) pré‐colonial: artefatos líticos lascados 2) histórica: material cerâmico e faiança. das Cruzes.
(tipos de artefatos associados a povos Datação da cerâmica indicou ocupações durante os Datação do material cerâmico escavado:
caçadores/coletores). séculos XVIII e XIX. meados do século XVII
(NAUBC, 2002, p. 42) Escavação do sítio arqueológico,
A – estilhas
(folheto NAUBC)
B – lascas
C – pontas de projétil
D ‐ raspadores
(NAUBC, 2002, p. 33)
(NAUBC, 2002, p. 46)
Vasilhame Cerâmico com superfície brunido,
Vasilhame Cerâmico com decoração incisa e modelada, século XVII (NAUBC, 1998)
(NAUBC, 2002, p. 45)
(NAUBC, 2002, p. 37) (NAUBC, 1998)
Sítios arqueológicos em Mogi das Cruzes
Sítio Arqueológico Mogi 1
Sítios arqueológicos em Mogi das Cruzes (ZANETTINI, 2005; SCIENTIA, 2007 a e 2007b).
Arqueólogos
Denominação e localização Tipo de sítio e de vestígios responsáveis/ época Localização dos acervos
da pesquisa
Sítio General Motors ‐ Rodovia Pedro Sítio arqueológico histórico; provavelmente do século Lúcia Juliani e Maria C. dos
sem referência
Eroles (Mogi‐Dutra) XVII; predomínio de vestígios cerâmicos. Santos/1997
Sítio arqueológico histórico; provavelmente do século
Sítio Taboão ‐ Taboão Erika González/2001 Fundação Cultural de Jacarehy
XVII; vestígios de cerâmica, vidro, louça e líticos.
Sítio Capela Aparecidinha ‐ Estrada Taboão Sítio arqueológico histórico; séculos XVIII e XIX; Universidade de Braz Cubas‐
Margarida Andreatta/2001
do Parateí‐Distrito Industrial do Taboão vestígios de cerâmica, vidro, faiança e líticos. Núcleo de Arqueologia
Sítio São José ‐ Estrada Taboão do Parateí‐
Sítio São José Estrada Taboão do Parateí Universidade de Braz Cubas‐
Universidade de Braz Cubas
Margarida Andreatta/2001
Distrito Industrial do Taboão Núcleo de Arqueologia
Sítio Santa Rita ‐ Estrada Taboão do Universidade de Braz Cubas‐
Margarida Andreatta/2001
Parateí‐Distrito Industrial do Taboão Núcleo de Arqueologia
Sítio Lago do Parque ‐ Pq. Municipal da
Universidade de Braz Cubas‐
A sede e outros
Serra do Itapety, na estrada municipal da Margarida Andreatta/1994 equipamentos
Núcleo de Arqueologia
Cruz do Século, km 4‐Bairro Rodeio
[Croquis Lia
Sítio Mogi 01 (Sítio São João) – distrito de Sítio arqueológico histórico: estrutura de casa, seus SCIENTIA (em análise). A Mayumi, abril 2008]
Maria do Carmo M. M.
César de Souza, próximo ao Conjunto anexos e ruínas de olaria; Material construtivo, louça, guarda definitiva do material
Santos/2007 a 2010 (Memórias, 2008, p. 34.)
Habitacional Vereador Jefferson da Silva vidro, metal e cerâmica. será no NAUBC
Sítio arqueológico pré‐colonial e histórico: estrutura
de casa, seus anexos (granja de patos). Na plantação SCIENTIA (em análise). A
Mogi 02 – próximo ao distrito César de Maria do Carmo M. M.
de mandioca, mancha cinza com cerâmica pré‐colonial guarda definitiva do material
Souza Santos/2007
Cerâmica possivelmente pré‐colonial; material será no NAUBC
construtivo do período histórico.
(SCIENTIA, 2010, p. 5.)
Inserção do sítio na paisagem
(SCIENTIA, 2010, p. 7.)
Em 1875, a inauguração da estação Mogi da Estrada de Ferro do Norte
(ou E. F. São Paulo – Rio, constituída por fazendeiros do Vale do
Paraíba) transformou essa paisagem. Em 1893 – já no contexto da E. F.
Central do Brasil – foi inaugurada a estação Cesar de Souza, nome que
homenageia João Augusto César de Souza, engenheiro‐chefe da
ferrovia. Aos poucos, foi se adensando o povoamento em torno da
estação; no antigo bairro rural, em meio a antigas pequenas Sede – foto de 1975 : J. Hirata
Andrade (SCIENTIA, 2010, p. 9.)
propriedades, instalaram‐se indústrias. O prédio atual da estação,
hoje desativado, possivelmente data de 1921, e dali saía um ramal para Sede do sitio São João em foto
a fábrica de cimento da Villares. Nos meados do século XX, de 2008 (SCIENTIA, 2010, p. 9.)
estabeleceram‐se inúmeras outras empresas, como a Fábrica de
Teares HOWA S.A., aproveitando‐se do transporte ferroviário. No Estação de César de Souza, 2000.
contexto da ferrovia e das indústrias, permaneceu uma propriedade http://www.estacoesferroviarias.com.br/c/cessouza.htm
rural: o Sítio São João. Sede – vista lateral após desabamento do
telhado e parede (SCIENTIA, 2010, p. 9.)
O bairro transformou‐se em distrito; atualmente é área única com
potencial de desenvolvimento em todo o território mogiano e com
crescente valorização imobiliária. Trata‐se, também, de local com rico
passado cultural e histórico, e potencial arqueológico. No entanto, a
população que hoje vive e trabalha no Conjunto Habitacional Vereador
Jefferson da Silva, hoje um bairro, convive com problemas provocadas
por carências de atendimento de saúde e saneamento, de limpeza
pública, de transporte coletivo.
Conhecer as ocupações locais e regionais anteriores e apropriar‐se do
patrimônio cultural poderia ser um meio dessa população recuperar a
Estação de César de Souza, por Gledson O. R. identidade e fortalecer sua busca por direitos de cidadania. Corte transversal mostrando a altura do salão central (Desenho T. Cipoli 2008)
– ANPF ‐ http://www.anpf.com.br/roteiro.htm) (SCIENTIA,2010, p. 8.)
Sítio Arqueológico Mogi 1: levantamento arquitetônico
Sítio Arqueológico Mogi 1: aspectos da escavação arqueológica no entorno
Salão posterior (copa e
Telhado com grande banheiro) [Foto L.
viga mestra [Foto L. Mayumi, abril 2008]
Mayumi, abril 2008] (Memórias, 2008, p. 36.)
(Memórias, 2008, p. 36.)
Trincheira
Escavação ampliada (SCIENTIA, 2010, p. 14)
(SCIENTIA, 2010, p. 13)
Olaria –
Janelas e portas em vista das
madeira, com bocas
Capela Interna parede de taipa (SCIENTIA,
Planta atual da casa (Desenho: T. Cipoli, abril 2008 ‐ [Foto L. Mayumi,
(SCIENTIA, 2008) Olaria – após limpeza 2010, p. 14)
adaptado) (SCIENTIA, 2010, p. 8.) abril 2008]
(Memórias, 2008, p. 38.) (SCIENTIA, 2010, p. 14)
Sítio Arqueológico Mogi 1: resultados dos estudos arqueológicos
Os trabalhos arqueológicos no entorno da sede identificaram tanto restos de edificações O que isso tem a ver comigo?
não mais visíveis superficialmente, como também diversos objetos relacionados
aos usos e costumes dos antigos moradores. • Podemos não perceber, mas nosso modo de vida atual mantém
O uso do GPR e de métodos específicos de escavação arqueológica, evidenciaram: muitas influências dos grupos que, no passado, viveram no
• ‐ um muro de tijolos que delimitava um jardim frontal da sede; suas características mesmo local em que moramos – mesmo dos povos que
construtivas sugerem ter sido edificado na primeira metade do século XX; habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses.
• ‐ na lateral leste da sede, grande quantidade de pedras espalhadas e soterradas • Os bens arqueológicos são únicos testemunhos que nos
indica que houve um primeiro passeio externo, depois substituído por outro, de sobraram das populações que viveram no Brasil antes da
tijolos e concreto; colonização. E, mesmo para o período histórico, muitas vezes,
• ‐ artefatos fragmentados de vidro; de metal (restos de peças do mobiliário e da é a pesquisa arqueológica que nos conta detalhes da vida
própria moradia, tais como: puxadores, dobradiças, cravos e pregos) e de cerâmica daquelas pessoas – como é o caso dos sítios arqueológicos já
construtiva (telhas, tijolos, manilhas); de cerâmica utilitária (provavelmente estudados em Mogi das Cruzes. Nosso passado, nossa cultura,
vasilhas, moringas, etc); de louças (fragmentos de copos, pratos, xícaras, potes e nos marcam, nos identificam, dizem quem somos.
g , p ç
tigelas, de porcelana e de faiança fina).
• É i
É importante, também, que saibamos sobre nossa história para
t t t bé ib b hi tó i
Os vestígios de metal e de cerâmica construtiva nos informam sobre técnicas de informá‐la às futuras gerações e assim, garantir a preservação
construção e de produção, sobre usos e formas das peças e ferragens de outros do patrimônio cultural que temos, que continuamente
períodos. Os vestígios de louça nos trazem dados sobre utensílios associados a construímos e por cuja proteção somos responsáveis.
determinados hábitos alimentares, sobre transações comerciais, e outros. Por
• É importante que se divulguem nas comunidades os
exemplo, os carimbos e marcas de fabricantes indicaram uma louça oriunda da
própria região, a Santa Carolina (que já encerrou suas atividades), além de outras do
conhecimentos sobre o nosso passado que podemos obter por
Estado de São Paulo, e um fragmento de louça importada (Societé Céramique –
meio da pesquisa arqueológica.
Maastricht , dos Países Baixos). • Também é importante que se divulguem os cuidados que se
Em linhas gerais, os materiais identificados correspondem aos meados do século XX (aproximadamente entre 1940 e 1970). deve ter para preservar os sítios arqueológicos dos impactos
Provavelmente o material mais antigo perdeu‐se durante as grandes intervenções feitas na propriedade, visando adaptá‐la que quaisquer obras possam causar. Quando se destrói um bem
às novas necessidades cotidianas. arqueológico, perde‐se uma informação única, que jamais
Todas as informações colhidas pelo resgate arqueológico possibilitaram compreender melhor as características poderá ser recuperada.
socioeconômicas e o cotidiano dos moradores do sítio São João, bem como as transformações impostas à antiga
propriedade rural.
Coordenação: Ms. Maria do Carmo M. M.
Santos
• Ou, aqui em Mogi das Cruzes, comunique‐se com o Núcleo de Arqueologia Universidade
Braz Cubas, pelo telefone 4791 ‐8288, ou pelo endereço eletrônico naubc@brazcubas.br. Consultoria: Ms. Eneida Malerbi
Elaboração: Bel. Simone Naves
Arq. Carla Verônica Pequini
Ilustração: Fernando Carvalho e Tunico de Paula
(CAMPOS, 1978) Arq. Anderson B. A. Pereira
Ms. Eneida Malerbi
• Você pode dirigir‐se, ainda, ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio
Histórico, Cultural, Artístico e Paisagístico de Mogi das Cruzes (COMPHAP), pelo Apoio: Sérgio da Silveira
endereço eletrônico comphap@gmail.com, e à Divisão de Patrimônio Histórico e
Conhecimento (DPHC) da Prefeitura de Mogi das Cruzes, pelo telefone 4799‐ 4281.
Referências bibliográficas
ANDRADE, A.L.D.; PASSAGLIA, L..A..P.; ALMEIDA, O. Levantamento das técnicas e sistemas construtivos da região do Vale do Paraíba. V.10.
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CAMPOS, Jurandyr Ferraz de. Santa Anna das cruzes de Mogi: huma villa de serra aSima, São Paulo, Global Editora e Universidade de Mogi das
Cruzes, 1978, 192p.
GRINBERG, Isaac. História de Mogi das Cruzes. São Paulo: (s. n.], 1961. 377 p., il.
GRINBERG, Isaac. Memória fotográfica de Mogi das Cruzes. São Paulo: Ex Libris, 2001.
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SCIENTIA CONSULTORIA CIENTÍFICA. SCIENTIA CONSULTORIA CIENTÍFICA ‐ Relatório Final: Levantamento arqueológico para a
regularização do OLEODUTO OSRIO e do GASODUTO GASPAL, entre os municípios de Taubaté e Mauá, SP. São Paulo, 2007a.
_________________________________ ‐ Relatório Técnico: Levantamento arqueológico na área do gasoduto de transferência de gás de refinaria entre a REVAP e a
RECAP, SP. São Paulo, Scientia Consultoria, 2007b.
_________________________________ ‐ . Relatório parcial: finalização dos trabalhos de campo: Projeto: Gestão do Patrimônio Arqueológico Mogi 1, Mogi das
Cruzes, SP. São Paulo, 2010.
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Ipê ‐Tabebuia heptaphylla. Disponível em: <http://eptv.globo.com>.
Jacarandá Paulista ‐ Jacaranda mimosifolia. Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/mauroguanandi/3057270590>.
Jaguatirica ‐Leopardus pardalis. Disponível em: <http://www.treknature.com/gallery/photo23882.htm>.
Jatobá ‐ Hymenaea courbaril Disponível em: <http://www.sitiovitoriaregia.com.br/Jatoba.html>.
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RODRIGUES, Nerival. [Fotografias diversas]. Disponível em: <http://ajursp.wordpress.com/?s=nerival>.
Acesso ao sítio: Estrada de Mogi das Cruzes ao centro de Zoonoze do município, no distrito de Cezar de Souza.
Comprimento: m
Largura: m Altura máxima: m (a partir do nível do solo)
Área: 16000 m² Medição: Estimada Passo Mapa Instrumento
Nome e sigla do documento cartográfico: Mogi das Cruzes SF-23-Y-D-IV-2
Ano de edição: 1984 Órgão: IBGE DSG Outro Escala: 1:50.000
Delimitação da área / Coordenadas UTM:
Unidade geomorfológica Planalto
Ponto central: Zona: 23 E:385308 N: 7398872
Compartimento topográfico Meia encosta
Perímetro: Zona: E: N:
Zona: E: N: Altitude: m (com relação ao nível do mar)
Zona: E: N: Água mais próxima: Córrego dos Crovos
Zona: E: N:
Distância: 1000 m
GPS DATUM: SAD 69 Rio: Tietê
Em mapa Margem de erro: m Bacia: Tiete
Outras referências de localização: REVAP-RECAP Km 53+450 = Km da faixa: pesquisa de campo = Km 52 + 500m
Km da faixa GASPAL: 281,3
Km da faixa OSRIO: --------
Vegetação atual: Uso atual do terreno:
Floresta ombrófila Savana (cerrado) Atividade urbana Pasto
Floresta estaciona Savana-estépica Via pública Plantio
Campinarana (caatinga)
Estrutura de fazenda Área não utilizada
Capoeira Estepe
Outra: Outro: Uso para lazer em finais de semana.
Propriedade da terra: Área pública Área privada Área militar Área indígena
Outra:
Proteção legal: Unid. de conservação ambiental
Em área tombada: Municipal Estadual Federal Patrim. da humanidade
Categoria:
Pré-colonial Tipo de sítio: Habitação (duração indeterminada)
Unicomponencial
Multicomponencial De contato Forma: Irregular
Histórico Tipo de solo:
Estruturas: Artefatos:
Áreas de refugo Canais tipo trincheiras,
Lítico lascado Cerâmico
De Lascamento valetas
Lítico polido Sobre concha
De Combustão Círculos de pedra
Sobre material orgânic
(fogueira, forno, fogão) Estacas, buracos de
Funerárias Fossas Outros vestígios líticos:
Vestígios de edificação Muros de terra, linhas de
Vestígios de mineração argila
Alinhamento de pedras Palafitas
Manchas pretas Paliçadas
FILIAÇÃO CULTURAL:
Artefatos líticos: Tradições:
Fases:
Complementos:
Outras atribuições:
Artefatos cerâmicos: Tradições:
Fases:
Complementos:
Outras atribuições:
Arte rupestre: Tradições:
Estilos:
Complementos:
Outras atribuições:
Datações absolutas:
Datações relativas:
Grau de integridade mais de 75% entre 25 e 75% menos de 25%
Fatores de destruição: Erosão eólica Erosão fluvial Vandalismo
Erosão pluvial Atividades agrícolas
Construção de estradas Construção de moradias
Outros fatores naturais:
Outros fatores antrópicos: falta de conservação do imóvel
Possibilidades de destruição: Implantação do Gasoduto REVAP-RECAP na faixa situada a 65m da área do sítio
arqueológico. Obras de manutenção na faixa de servidão da TRANSPETRO
Medidas para preservação: Avaliação detalhada do sítio arqueológico
Relevância do sítio: Alta Média Baixa
Data do registro: 01.12.2006 Ano do registro: (para quando a data completa não puder ser informada)
Documentação produzida (quantidade) Mapa com sítio plotado: 1 Foto preto e branco:
Croqui: 2 Reprografia de imagem:
Planta baixa do sítio: 1 Imagem de satélite:
Planta baixa dos locais afetados: Cópia total de arte rupestre:
Planta baixa de estruturas: 2 Cópia parcial de arte rupestre:
Perfil estratigráfico: Ilustração do material:
Perfil topográfico: Caderneta de campo: 3
Foto aérea: Vídeo / filme:
1E+03
Foto colorida: Outra:
Bibliografia
SCIENTIA CONSULTORIA CIENTÍFICA. Relatório Final: Levantamento arqueológico para a regularização do OLEODUTO
OSRIO e do GASODUTO GASPAL, entre os municípios de Taubaté e Mauá, SP. São Paulo, 2007a.
SCIENTIA CONSULTORIA CIENTÍFICA. Relatório Técnico: Levantamento arqueológico na área do gasoduto de
transferência de gás de refinaria entre a REVAP e a RECAP, SP. São Paulo, Scientia Consultoria, 2007b.
SCIENTIA CONSULTORIA CIENTÍFICA. Relatório Final: Gestão do Patrimônio Arqueológico Sítio Arqueológico Mogi 1 -
Mogi das Cruzes, SP. São Paulo, Scientia Consultoria, 2010.
Observações: Sítio arqueológico histórico localizado no Km 53 + 450 da faixa de servidão, a 100 metros dela. Identificado a
partir do complexo arquitetônico de uma fazenda cuja a instalação foi provavelmente iniciada no século XVIII,
cuja sede foi construída com técnica de taipa de pilão. A sala principal é em estilo bandeirista, com jirau.
Segundo informações orais da caseira Sra. Shirlei dos Santos, a fazenda possuía senzala, troncos para
açoite de escravos e correntes. Contém, ainda, ruínas de uma antiga olaria mais recente que a sede da
fazenda. Em toda a área é possível verificar material de descarte, cerâmica, tijolos, louça, etc; contudo, a
vegetação muito alta em diversos locais impossibilitou uma melhor visualização da superfície. Na lateral
esquerda da sede principal, existe uma pequena capela, com a data da última reforma de 1983, que segundo
a caseira, era um antigo mausoléu. O proprietário possui documentos que comprovam a data da construção
da fazenda, bem como, objetos, cartas, livros - caixa, fotos e recortes de jornais. A sede principal, bem como
todas as estruturas adjacentes, está em péssimo estado de conservação, necessitando de uma intervenção
urgente de restauração para que a estrutura consiga se manter íntegra. Parte do telhado da casa já não existe
mais e, suas paredes já se encontram abaladas pelo tempo, fatores climáticos e abandono.
Documentos cartográficos:
Planta de Macrolocalização escala 1:75.000, GPR-8AN-9Z-0001 DE-4300.07-6522-940-PEN-001,
29/04/2004, PETROBRAS S.A.
Base planimétrica Preliminar, na escala 1:250.000, folha 3/3, FEV/2006, Biodinâmica.
Responsável pelo preenchimento da ficha: Rafael Pedott
Data: 23.03.2007 Localização dos dados: 9ª SR
Atualizações: 25.09.2010 - por Anderson Barbosa Alves Pereira e Carla Verônica Pequini
Resgate arqueológico (atividades de campo e de laboratório) e educação patrimonial, realizados para o sítio
arqueológico Mogi 1 (situado no sítio São João, em Mogi das Cruzes - São Paulo), no período compreendido
entre abril e agosto de 2010.
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20/08/07 por Carla Verônica Pequini. Osítio foi delimitado no projeto "Levantamento arqueológico na área do
gasoduto de transpferência de gás de refinaria entre a REVAP e a RECAP, SP"
* Em atendimento ao determinado na Lei nº 3.924 de 26 de julho de 1961, que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-histórico 00015
* Em atendimento ao determinado na Lei nº 3.924 de 26 de julho de 1961, que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-histórico 00015
* Em atendimento ao determinado na Lei nº 3.924 de 26 de julho de 1961, que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-histórico 00015
* Em atendimento ao determinado na Lei nº 3.924 de 26 de julho de 1961, que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-histórico 00015
* Em atendimento ao determinado na Lei nº 3.924 de 26 de julho de 1961, que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-histórico 00015
Prospecção:
Fachada da casa - sede. Nota-se a
fragilidade da estrutura e o telhado
protegido por lona plástica.
* Em atendimento ao determinado na Lei nº 3.924 de 26 de julho de 1961, que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-histórico 00015
* Em atendimento ao determinado na Lei nº 3.924 de 26 de julho de 1961, que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-histórico 00015
* Em atendimento ao determinado na Lei nº 3.924 de 26 de julho de 1961, que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-histórico 00015
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* Em atendimento ao determinado na Lei nº 3.924 de 26 de julho de 1961, que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-histórico 00015
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