Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NO PARQUE
FONTE MISSIONEIRA
SÃO MIGUEL DAS MISSÕES - RS
PROGRAMA DE PROSPECÇÕES ARQUEOLÓGICAS
PARQUE FONTE MISSIONEIRA
RELATÓRIO FINAL
SÃO MIGUEL DAS MISSÕES - RS
CRÉDITOS
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Cultura
João Luiz Silva Ferreira (Juca Ferreira)
EXECUÇÃO:
ZANETTINI ARQUEOLOGIA S/S LTDA
Rua Gaspar Moreira, 15, Butantã, CEP 05505-000, São Paulo – SP, CEP 05.505-000
Fone/Fax (11) 3034-1446, 3034-1946
E-Mail: paulo@zanettini.com.br
Responsabilidade Científica: Prof. Dr. Paulo Eduardo Zanettini e Prof. Dr. Paulo
Fernando Bava de Camargo
ENDOSSO INSTITUCIONAL:
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN
Escritório Técnico Missões/ RS
Responsável: Arq. Vladimir Stello
3
EQUIPE ENVOLVIDA
Coordenação
Paulo Eduardo Zanettini, Dr. – arqueólogo
Paulo Fernando Bava de Camargo, Dr. – arqueólogo
Consultoria
Vera Lucia Trommer Thaddeu, mestre em arqueologia
Luís Fernando Erig Lima, geólogo, doutorando em arqueologia
Rubens Matuck, arquiteto e artista plástico
Júlio César Wincher Soares, engenheiro florestal
4
EQUIPE ENVOLVIDA (cont.)
Ação educativa
Camila de Azevedo Moraes, mestre em arqueologia, doutoranda em museologia
Andressa Domanski, graduanda em história
Natália Thielke, graduanda em história
5
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 8
6
IV. INTERPRETANDO OS CONTEXTOS ARQUEOLÓGICOS DO PARQUE DA
FONTE MISSIONEIRA .................................................................................................. 91
ANEXOS
1. Planilha de Controle do Acervo
2. Coordenadas UTM
3. Descrição dos tipos de solo
4. Laudo do engenheiro florestal
5. Tabelas de cotas de nível
7
INTRODUÇÃO
Na terceira parte são descritas as atividades realizadas na Etapa 2. De modo geral foi
executado o levantamento planialtimétrico do Parque e foram realizadas prospecções
intensivas nas áreas denominadas Terraço Sul da Fonte, Tanque, Contexto G4 e
Contexto D18. Estas áreas foram submetidas à escavação controlada (abertura de
superfícies amplas) com o intuito de evidenciar pisos de ocupação. Foram também
realizadas prospecções extensivas no sul da nascente da Fonte e ao redor da
tradagem C4, com o intuito de contextualizar elementos construtivos do açude
localizado na etapa anterior. No último tópico são apresentados os resultados obtidos
na curadoria do acervo.
A quarta parte se dedica à discussão dos resultados a partir das premissas teórico-
metodológicas adotadas e de uma ampla contextualização das formas, funções e
significados que o sistema hídrico do Parque da Fonte Missioneira assumiu durante
sua existência.
8
Ao fim do relatório são delineadas propostas de Zoneamento Arqueológico do Parque
levando em conta os usos futuros pretendidos pela comunidade e órgãos gestores do
patrimônio cultural e ambiental. São igualmente expostas as linhas de trabalho para
uma eventual continuidade dos trabalhos.
9
I. PREMISSAS PARA O ESTUDO DO PARQUE DA FONTE MISSIONEIRA
10
Concretamente, e tendo em vista as limitações expostas acima é impossível adotar
uma ou outra postura taxativamente. Há que se ter um equilíbrio de escala dado não
pela escavação arqueológica, mas pelo exame das fontes históricas, um processo de
construção do conhecimento que hoje soa óbvio, mas que enquanto predominou uma
visão arqueológica espacial processualista, não o foi. Segundo Barcelos (2000), essa
preocupação com as fontes históricas (primárias e secundárias) e todas as evidências
geográficas estaria presente na arqueologia da paisagem, de vertente francesa, e seria
retomada na arqueologia extensiva, a versão espanhola da arqueologia da paisagem
desenvolvida a partir da arqueologia social.
Evidentemente a água era necessária para a manutenção física das pessoas, mas há
uma outra dimensão dela como matéria-prima e fonte de energia para sustentar uma
série de outras atividades no contexto missioneiro, o que vai povoar de construções e
edificações esse espaço. E levando-se em conta que o ambiente natural dessa região
é suscetível a longos períodos de seca e que as principais fontes de água estão
concentradas em fundos de vale, pode-se deduzir que esses equipamentos hídricos/
hidráulicos estariam concentrados em conjuntos harmoniosos, planejados de uma vez,
executados possivelmente em etapas e mantidos de acordo com as possibilidades e
necessidades. Assim, a Fonte seria apenas mais um componente do sistema. Onde
estariam e quais seriam as outras estruturas desse sistema hídrico?
11
Uma primeira pista é fornecida pelos relatos orais amplamente difundidos entre a
população atual que ali vive. Em 1982 a prefeitura de Santo Ângelo resolveu
desassorear um açude cujo fundo era pavimentado com pedras, o qual muitos dos
habitantes do distrito haviam conhecido. Durante as obras, uma escavadeira caiu num
buraco onde se localiza a fonte que hoje conhecemos. Esse fato motivou a chamada
da arqueóloga Cristina Sá, do antigo SPHAN-Fundação Pró-Memória, para avaliar a
estrutura localizada de forma acidental (Pranchas 1 e 2). Embora bastante danificada,
percebeu-se a grande importância do achado que, no entanto, não era a primeira vez
que surgia para o público: nas décadas de 1930 e 1960 já haviam ocorrido
intervenções no local. Infelizmente a documentação sobre elas não é de fácil
localização, estando possivelmente no arquivo central do IPHAN, no Rio de Janeiro.
Essas ações e o interesse pela área da Fonte suscitados nas décadas de 1980-1990
são, entretanto, fruto não das grandes qualidades estéticas da mesma, pois ela estava
soterrada, mas sim das lembranças da população relativas ao açude.
12
É interessante notar que, apesar de conhecida, a fonte por duas vezes foi desenterrada
e acabou por ser novamente coberta pelos sedimentos, o que fez com que ela fosse
esquecida. Ela só foi definitivamente exposta quando se foi buscar o açude. A partir
dos anos 1980 a Fonte ganha destaque, fazendo com que o açude, o motivador inicial
das escavações se tornasse personagem secundário. Com o restauro da Fonte, ela se
tornou a atração principal e a idéia de se evidenciar o açude foi ficando cada vez mais
distante. E à medida que o tempo passou, a fonte se cristalizou na paisagem, enquanto
que o açude passou a ser um componente quase mítico do imaginário local. Os papéis
haviam se invertido.
13
As intervenções no Parque da Fonte Missioneira: 1982 (Fundação Pró-Memória)
Aspecto geral da Fonte após ter sido desenterrada em 82 (Acervo do ETec de São Miguel).
As intervenções no Parque da Fonte Missioneira: 1993 (ETec)
Levantamento dos perfis dos muros N e S da Fonte (acervo ETec São Miguel).
1
São Borja, por exemplo, outra antiga redução, está na mesoregião do Sudoeste.
17
Hoje, a região apresenta extrema rigidez de uma matriz técnico-produtiva apoiada no
desempenho de commodities agrícolas ou de atividades com escasso nível de
dinamismo.
Dentro desse quadro está inserido o município de São Miguel das Missões, a antiga
redução de São Miguel Arcanjo. Tem área de 1.229,84 km² e altitude da sede em torno
de 305 m, distando 483 km da capital. Segundo dados do IBGE (censo 2008), a
população total do município é de 7.632 habitantes, sendo 3.088 na zona urbana e
4.594 na porção rural. A densidade populacional do município é de 6,1 hab./km².
18
2.1. Descrição da área de intervenção
19
3. Objetivos
20
Uma vez que estes objetivos se desenvolvem a partir de uma abordagem extensiva da
arqueologia voltada para contextos missioneiros, mas que, ao mesmo tempo, procuram
embasar ações de reabilitação e readequação de uma paisagem que não foi de uso
exclusivo da redução de São Miguel Arcanjo, é necessário determinar precisamente
qual é o substrato teórico-metodológico do trabalho.
21
4. Bases teórico-metodológicas
A perspectiva básica desta pesquisa considera a Arqueologia como uma Ciência Social
voltada para o estudo da estrutura, funcionamento e processos de continuidade e
mudança das sociedades do passado e presente. Tem como referência o estudo dos
vestígios materiais, culturais e biológicos por elas deixados, aqui entendidos desde
pequenas lascas feitas em pedra até estruturas urbanas ou mesmo paisagens naturais
modificadas pela ação humana.
22
Por outro lado, a própria paisagem pode ser vista como uma rede ligada a lugares,
experiência de vida e tudo que a ela é inerente. No mundo ocidental, convencionou-se
considerar a paisagem pelo prisma da visão, como algo exterior a nós. Contudo, outras
conotações etnográficas têm surgido e atentado para a representação de lugares. O
uso contínuo de lugares chama a atenção para as conexões históricas dos membros
de uma comunidade. Os traços das atividades humanas na paisagem podem
representar uma fonte de informações valiosas (THOMAS, 2002: 175).
“O estudo interpretativo da cultura material (...) tem oportunizado a reconstituição dos processos
de transculturação que se desenvolveram quando dos contatos e dos impactos das sociedades
indígenas entre si e destas com a sociedade colonial ibérica. Estas complexas relações travadas
entre as sociedades em presença, se encontram em grande parte materializadas nos vestígios
arqueológicos. Sua análise permite identificar as relações que se estabeleceram entre as
diversas etnias em presenças, especialmente no nível da tecnotipologia, e buscar as referências
que permitam identificar as especificidades contextuais da sociedade missioneira resultante deste
processo” (KERN, 1998: 26).
23
A avaliação desse fluxo de bens e informações dentro do espaço missioneiro implica
necessariamente na adoção de uma abordagem calcada nas Arqueologias Espacial, da
Paisagem e Extensiva, a exemplo do que é preconizado por Barcelos (2000), num
esforço de difundir um tipo de arqueologia aplicado desde a década de 1950 na região
missioneira e regiões correlatas. Embora divergentes em alguns aspectos,
principalmente no que diz respeito à escala do foco da análise (paisagens dos sítios
arqueológicos ou paisagem das regiões), o uso desse arranjo teórico-metodológico
permite a incorporação de traços da paisagem e estruturas não necessariamente
arruinadas à interpretação arqueológica. Assim, o sítio arqueológico se torna a região
de São Miguel e não mais somente as estruturas destruídas e os jazimentos de
vestígios materiais.
Não podemos ignorar o fato de que o Parque da Fonte Missioneira está inserido numa
posição peculiar da região de São Miguel, a saber, o limite da zona urbana, numa
interface entre a urbe e o rural. Dessa maneira, nosso cabedal teórico-metodológico
demanda necessariamente subsídios da Arqueologia Urbana.
O uso intensivo do solo urbano se reflete diretamente com grande vigor em complexas
estratigrafias e altas densidades de artefatos. Do mesmo modo, o zoneamento dos
espaços urbanos, tanto o formal como aquele informal, geram sucessivas modificações
nos processos de consumo e descarte.
24
Nesse sentido, a arqueologia deve ser entendida a um só tempo como arqueologia no
meio urbano e como arqueologia do meio urbano (STASKI, 2008, com referências
anteriores), promovendo o estudo e a salvaguarda de zonas arqueologicamente
sensíveis no ambiente construído e ocupado, bem como a salvaguarda das estruturas
e coleções exumadas durante as intervenções arqueológicas. Pesquisas em
arqueologia urbana, portanto, apresentam necessariamente um caráter integrativo e
multifacetado, espelho da própria matriz urbana, envolvendo uma visão estratégica e
globalizante na perspectiva aventada por Charles Orser e outros autores.
Assim não precisamos de uma arqueologia da cidade ou na cidade, mas sim de uma
arqueologia de um tipo específico de cidade e em uma determinada cidade.
25
Por último, vale destacar que, do ponto de vista metodológico, mas também técnico, o
Parque da Fonte Missioneira pode ser entendido também através da Arqueologia
Marítima, muito embora a região esteja bastante afastada do mar. Na verdade a
arqueologia marítima, de início possuía um objeto de estudo bastante reduzido,
relacionado exclusivamente a processos ocorridos no meio marítimo ou no entorno
imediato. Com a evolução da disciplina, em consonância com o progresso do
pensamento arqueológico dos últimos 30-40 anos, o objeto de pesquisa desse campo
da arqueologia se ampliou, abrangendo contextos afastados do mar, situados à beira
de cursos d’água ou relacionados a processos de ocupação que se espalham desde o
oceano até o interior (estradas reais das Minas, ferrovias do café, charqueadas). E vale
destacar que a arqueologia marítima não trata somente de naufrágios de embarcações
– esse é apenas um tipo de sítio dentro outros existentes (para maiores detalhes ver
BAVA de CAMARGO, 2009).
26
II. ETAPA 1 – PROSPECÇÃO ARQUEOLÓGICA NO PARQUE DA FONTE
Entre os dias 6 e 7 de outubro de 2008 foi realizada uma primeira Visita Técnica da
equipe de arqueologia ao Parque da Fonte Missioneira de São Miguel das Missões.
Nesta ocasião os coordenadores de arqueologia puderam tomar contato com o
ambiente, bem como estabelecer as linhas de atuação em consonância com as
condições de logística da área/ região e com as diretrizes dos gestores deste
Programa.
27
Dentre essas evidências de superfície havia grande quantidade de rochas trabalhadas,
encontradas em praticamente todos os locais do Parque. Muito embora várias delas
possam ter sido transportadas de outros lugares para o Parque, há uma boa
probabilidade de que algumas tivessem sido movidas de seus locais originais de
deposição apenas alguns metros, sendo peças importantes para a remontagem de
contextos arqueológicos.
28
2. Prospecção extensiva de subsuperfície
29
Tradagens que apresentaram somente telhas e/ ou rochas contextualizadas
Foram encontrados vestígios de telhas e rochas articulados entre si, ou seja, que de
acordo com sua quantidade e estruturação, apresentavam uma estruturação
relacionada à feição original, caracterizando uma área de ocupação, as tradagens: C4,
D1 e F3.
30
3. Prospecção intensiva de subsuperfície
O primeiro conjunto envolveu a abertura de novas tradagens junto aos furos da fase de
prospecção extensiva que haviam acusado a presença de material de interesse
arqueológico (tradagens positivas). O segundo conjunto de ações voltou-se à abertura
de Unidades de Escavação (UEs) nos compartimentos topográficos denominados
Terraço Sul e Terraço Norte da Fonte Missioneira, área onde estão evidentes vestígios
construtivos parcialmente escavados em 2007 e 2008.
31
Contextos onde predominavam estruturas construtivas
Tradagens C4, D1 e F4: ao serem submetidas a uma primeira bateria de tradagens
intensivas, as duas primeiras revelaram contextos construtivos tênues, os quais
demandariam a abertura de novas tradagens de detalhe ou a abertura de sondagens e
trincheiras na Etapa 2.
2
Comunicação pessoal da arqueóloga Vera Thaddeu (2009).
32
Tradagem D18: Estava associada à concentração de fragmentos (40) de utensílios
cerâmicos no sul do Parque, mas não foram localizados vestígios de estruturas
construtivas. Procedeu-se a coleta de superfície com o registro da posição de cada um
dos fragmentos em GPS antes da abertura da tradagem extensiva e das de detalhe.
Com os resultados positivos, resolveu-se escavar sondagens diagnósticas na Etapa 2.
33
4. A prospecção de detalhamento nos Terraços Norte e Sul da Fonte Missioneira
Apesar das grandes alterações ocorridas nesses terraços, tanto nos anos 1980, quanto
na década de 90, o conjunto das UEs permite afirmar que a Fonte é a estrutura de
maior suntuosidade de um conjunto de estruturas bastante complexo.
O Terraço Norte da fonte foi pouco explorado nessa Etapa 1, uma vez que
intervenções anteriores (1982 e 1993) haviam identificado muros de pedra associados
à canalização da água de nascente próxima. Nessa etapa de prospecções algumas
dessas estruturas foram novamente evidenciadas, ficando exposto um segmento de
aproximadamente 3 m do muro, evidenciado pela arqueóloga Cristina Sá em 1982.
Além disso, identificou-se uma estrutura de pedra – muro com rochas de grandes
dimensões (matacões) – que parte da extremidade leste do muro norte da fonte e
segue na direção norte, estrutura que até aquele momento não era conhecida.
35
Foi dada maior atenção às estruturas no Terraço Sul da Fonte. Evidenciou-se a
continuação do Muro Sul 2, a intersecção do Muro Sul 4 com a Fonte, a conjunção do
Muro Sul 1 com as estruturas principais da Fonte e a intersecção do Muro Sul 2 com o
3, bem como se tentou definir algumas outras características desse terraço, ou seja,
descobrir qual teria sido a sua função – simples arrimo ou suporte para uma estrutura
mais complexa.
Antes de mais nada é necessário reforçar que o termo ‘muro’ assume diversas formas
nessa porção da Fonte. Apesar da estrutura principal possuir rochas regulares e
lavradas de grandes dimensões, a continuidade do Muro Sul 2, por exemplo, quanto
mais nos aproximamos do sul, mais tênues são seus vestígios, constituídos de rochas
irregulares e terra socada. É possível que, na maior parte dos casos, tenham restado
apenas essas evidências tênues, em verdade as fundações dos muros. E as pedras
esculpidas, as partes visíveis e bem acabadas, podem ter sido deslocadas ou
subtraídas.
De forma geral foram identificadas essas tênues evidências de muros que, no entanto,
permitem afirmar que as estruturas construtivas ligadas à Fonte eram bem maiores e
complexas. Embora fossem necessárias escavações de superfície ampla, as UEs das
cotas mais elevadas do Terraço Sul da Fonte revelaram que o mesmo não era um
simples afeiçoamento de terreno, mas uma estrutura composta principalmente por terra
compactada e argila cinza – assentada ao longo da porção oeste do Muro Sul 2 – a
qual tinha a finalidade de captar e conduzir as águas da chuva para o Açude.
36
Captar a água da chuva nesse local envolveria três etapas distintas: a primeira delas
era conduzir a maior quantidade de água possível em direção ao Açude. A segunda
seria a de permitir a decantação dos sedimentos em suspensão, visando à melhora da
água e a garantia de não assorear tão rapidamente o açude. E, finalmente, tanto o
Terraço Sul, quanto o Terraço Norte precisavam isolar a estrutura da Fonte dessas
mesmas águas pluviais, barrentas, mas tão necessárias, garantindo a limpidez da água
canalizada da nascente. Esses dois terraços atuariam em conjunto com uma provável
cobertura sobre a Fonte – telhado –, a qual impediria a contaminação das águas
correntes pelo barro, dentre outras funções.
37
5. A prospecção de detalhamento na área do Tanque
No local do conhecido “tanque” de pedras, situado por volta de 200 m ao sul da Fonte,
foi efetuada a supressão vegetal visando o entendimento da paisagem de implantação
da estrutura. Essa ação foi decisiva também para a compreensão da função do bem:
em verdade o conhecido “tanque” poderia ser mais propriamente uma estrutura de
comporta, tendo eventualmente servido como plataforma para uma máquina composta,
hipótese que seria investigada na Etapa 2.
Por ora podemos afirmar que a estrutura, uma construção retangular com 6,50-7,50 m
de comprimento, 3,80 m de largura e 1,15 m de profundidade servia de canal de
escoamento de um reservatório, cujas paredes eram compostas de uma argamassa de
terra batida com rochas e restos de telhas, localmente conhecido como “taipa”
(Prancha 6).
39
De forma geral – com base nos outros sistemas hídricos conhecidos das reduções
jesuíticas e em razão das informações levantadas em campo – a Fonte, o Açude, o
Reservatório e o Tanque deveriam funcionar de forma articulada. Os vestígios
materiais que pareciam reincidentes em todas as partes desse sistema não eram as
estruturas de terra ou rochas, mas os pisos de impermeabilização, regularização e
facilitação do fluxo das águas, compostos de rochas localmente conhecidas como
itacuru, fragmentos de telhas e, principalmente, um tipo de argila cinza naturalmente
encontrado em cursos d’água da região.
40
6. Diretrizes para as intervenções da Etapa 2
Levantamento cadastral
Estruturas da Fonte e dos Terraços Norte e Sul; Tanque e muros envoltórios de terra.
42
III. ETAPA 2 – ESCAVAÇÃO DE CONTEXTOS ARQUEOLÓGICOS NO PARQUE DA
FONTE MISSIONEIRA E DIFUSÃO DE RESULTADOS
1. As intervenções
3
O resultado dessas prospecções extensivas serão apresentados no relatório final.
43
As Unidades de Escavação (UEs) abertas na etapa anterior, explicitamente voltadas
para a rápida localização de estruturas construtivas, cederam espaço a uma malha de
sondagens de 2 X 2m que partia da face S da Fonte e se estendia por 16 m (quadras
de 1 a 8) no rumo 240º e 12 m no rumo 150º (quadras A, B, C e D). O P0 da linha
mestra foi posicionado 5 m a W da extremidade E do muro S da Fonte. Na extremidade
S do Terraço, já nas cotas mais baixas e alagadiças, foram materializadas e escavadas
apenas duas quadras, nas linhas D9 e E9 (Pranchas 7 a 10).
De forma geral essas quadras foram escavadas por níveis naturais. A primeira camada,
cuja espessura variava entre 30 e 40 cm a partir da superfície, correspondia ao solo
depositado nas últimas décadas, em decorrência da atividade agrícola no entorno e
das escavações realizadas para evidenciar os vestígios da Fonte e do Açude. Possuía
muitas rochas e telhas principalmente nas quadras próximas à Fonte, indicando grande
perturbação do estrato. Nas quadras mais afastadas da Fonte havia pouca quantidade
de vestígios nessa primeira camada.
A segunda camada variava bastante de espessura, sendo muito fina nas quadras com
cota elevada e muito mais espessa nas quadras próximas ao banhado, seguindo a
pendente natural do relevo. Essa camada, estabelecida entre a primeira camada e o
contato com os vestígios das estruturas construtivas foi escavada por níveis artificiais –
por volta de 10 cm – nas quadras cuja espessura do depósito era muito grande (entre
60 e 70 cm), isso pelo fato dela apresentar poucos fragmentos em relação ao volume
de terra retirado. Apesar dessa opção pela escavação por níveis artificiais dentro dessa
espessa camada, quando contextos de deposição eram localizados, cessava-se a
escavação por níveis artificiais e eram retomadas as escavações por níveis naturais,
seguindo o piso de ocupação formado pelos vestígios. Esse foi o caso do contexto
localizado nas quadras C4 e C5, caracterizado por uma lente de carvão, vestígios de
utensílios cerâmicos e estruturas de pedra conformando o calço de um esteio.
44
Parque da Fonte Missioneira: Terraço Sul
1 2
3 4
1 2
5 6
Trabalhos desenvolvidos durante a Etapa 2:
1 a 4. Escavação e evidenciação das estruturas no Terraço Sul da Fonte Missioneira.
5 e 6. Vista geral das quadras e estruturas presentes no Terraço Sul da Fonte Missioneira.
A seguir, apresentamos algumas considerações sobre as quadras cujas estruturas e
vestígios materiais puderam ser evidenciados.
Quadra A4:
Nesta quadra evidenciou-se, também, a camada de solo argiloso de coloração cinza
(Gley 1, 4/10Y dark greenish gray, segundo a escala de Munsell) com presença de uma
lente de carvão entre os 30 e 35 cm de profundidade. Coletou-se uma amostra para
análise juntamente com alguns fragmentos de telha e material lítico bruto.
Quadra B2:
Escavada anteriormente (2007) e nessa etapa somente submetida à limpeza e nova
documentação.
Quadra B3:
Esta quadra foi escavada até os 50 cm de profundidade, expondo, na camada entre 30
e 40 cm, uma lente de solo argiloso de coloração cinza e um aglomerado irregular de
rochas de basalto alterado. Também foram encontrados fragmentos de telhas e
materiais líticos construtivos.
Quadra B4:
Apresentou as mesmas características observadas na quadra A4. Contudo, a
ocorrência de uma lente de carvão é notada entre os 15 e 20 cm de profundidade. Da
mesma forma, coletou-se material para análise juntamente com alguns fragmentos de
telha.
49
Quadra B5:
Escavada até os 70 cm de profundidade, esta quadra apresentou, entre os níveis 50-60
cm e 60-70 cm, alinhamentos rochosos de basalto, conformando, assim, as primeiras
evidências estruturais dos patamares encontrados ao longo de toda a escavação do
Terraço Sul. Não podemos deixar de notar a presença da camada de solo argiloso de
coloração cinza entre os alinhamentos.
Além dos fragmentos de telhas, líticos brutos e ossos encontrados, uma mancha de
solo avermelhado pode ser notada ao lado de um pequeno círculo de carvão no nível
40-50 cm (Prancha 11).
Quadra B6:
Escavada até os 80 cm. Aos 60 cm foram encontrados novos alinhamentos de pedras
que seguem a direção dos alinhamentos evidenciados anteriormente. Próximo ao perfil
W foi evidenciado solo cinza mesclado (4/10Y) com amarelo, evidência de basalto
alterado já desaparecido.
Quadra B7:
Aos 60 cm de profundidade, seu nível final, encontramos os alinhamentos rochosos
melhor preservados dentro da malha implantada no Terraço Sul (Prancha 12).
Quadra B8:
Nesta quadra, em seu nível final, 90-100 cm, foram recolhidos fragmentos cerâmicos
próximos a um tronco caído junto ao Perfil E da escavação.
Quadra C1:
Foi escavada até os 50 cm, próxima do Muro Sul 2. Predominou o latossolo basáltico
vermelho e não houve ocorrência de vestígios de interesse arqueológico.
50
Constatou-se que a principal rocha do muro possuía a face externa bastante regular e
a interna formava uma cunha que dava sustentação extra à estrutura por estar
encaixada no sedimento, mostrando inclusive que aquele era o piso original de
circulação.
Quadra C2:
Escavada anteriormente (2007) e nessa etapa somente submetida à limpeza e nova
documentação.
Quadra C3:
Escavada até os 70 cm de profundidade, apresentou grande quantidade de fragmentos
de telha, especialmente entre os níveis 30-40 cm e 60-70 cm. Esta quadra forneceu
algumas amostras de telha para análise arqueomagnética.
Quadra C4:
Evidenciou-se, a partir do nível 40-50 cm, a camada argilosa de coloração cinza. A
partir desse nível até os 70 cm de profundidade encontramos novos alinhamentos
rochosos e outros aglomerados dispersos.
Quadra C5:
Com poucos vestígios, esta quadra mostrou uma pequena lente argilosa próxima à
superfície, entre os 5 e 10 cm que, mais tarde, caracterizou-se como um evento
isolado.
51
Quadra C6:
Escavada até os 90 cm de profundidade, destacamos a presença de fragmentos
cerâmicos nos níveis 40-50 cm e 60-70 cm. Em seu Perfil N, junto à quadra C5,
evidenciamos, a partir dos 30 cm, uma camada de solo mais escuro, proveniente de
combustão natural.
Quadra C7:
Escavada até os 50 cm, não apresentou estruturas ou fragmentos de interesse
arqueológico àquela profundidade. Em razão da pendente do terreno, seu nível de
ocupação deve estar por volta de 90-100 cm.
Quadra C8:
Após a evidenciação de blocos tombados de itacuru, próximos ao muro original junto
ao açude, foi possível notar, em sua porção W, a presença de um tronco caído. Ainda
não sabemos se colocado ali para barrar o fluxo de água ou para sustentar os blocos
de pedra contíguos.
Quadra D8:
Escavada até o nível 60-70 cm, onde se alcançou a camada argilosa de coloração
cinza que acompanhava o alinhamento de blocos.
Quadra D9:
Da mesma forma mencionada acima, a quadra foi escavada até os 60 cm apenas para
encontrar a camada argilosa que acompanha o alinhamento de blocos.
Quadra E9:
Escavada até os 40 cm de profundidade, foi encontrada, em sua porção N, a camada
de solo argiloso de coloração cinza. Em sua porção SW pode ser identificado o vértice
do muro que conforma o patamar mais baixo do Terraço Sul. Contíguo ao mesmo,
sobre o alinhamento de blocos, encontrou-se uma pedra, de desenho triangular que,
por suas dimensões, poderia ter servido como arremate da quina do muro.
52
Os vestígios construtivos que surgiram com a escavação do Terraço Sul da Fonte em
parte contradisseram a visão inicial de que as estruturas evidenciadas na Etapa 1 eram
vestígios de muros, mas confirmaram que o local visava à captação da água da chuva.
Em verdade as estruturas conformavam as margens do Açude, o qual se iniciava muito
próximo da fonte. A margem do Açude, neste local, era um pouco diferente daquela
detectada nas tradagens C4 e F4: ela era composta também por rochas basálticas,
mas dispostas em patamares, formando uma pequena escada, o que permitia a
diminuição da velocidade das águas da chuva e, conseqüentemente, menos
turbulência na água já armazenada, fato que favorecia o repouso dos sedimentos no
fundo do açude e a integridade do piso de rochas.
53
Parque da Fonte Missioneira: Terraço Sul
Visão E-W.
56
Parque da Fonte Missioneira: Tanque
1 2
5
1 e 2. Condições do Tanque ao início da Etapa 2.
3 e 4. Barragem de jusante e medições iniciais.
5 e 6. Esgotamento e limpeza do Tanque.
Parque da Fonte Missioneira: Tanque
3 4
6
1 a 3. Limpeza e remoção das rochas colapsadas no interior da estrutura.
4 e 5. Escavação e registro da UE 1.
6. Levantamento do perfil SW.
Finalmente, apresentando a área uma visibilidade arqueológica, iniciou-se a atividade
de levantamento métrico-arquitetônico das estruturas, que consistiu no desenho em
escala dos perfis e da planta baixa da estrutura, bem como da estruturação interna do
aterro que envolve o Tanque (Prancha 16). Ao final dos trabalhos de campo foi
realizada a reconstituição digital tridimensional da estrutura escavada em três
dimensões das paredes do Tanque (Pranchas 18 a 20).
59
contrária, da massa de água. Essas rochas estão bastante enterradas no talude,
cumprindo a função dos tirantes que são utilizados nas construções contemporâneas.
Ainda tratando das patologias da estrutura, a construção do Tanque pode ter sido
problemática, pois o terreno mole no qual ele foi implantado, associado às tensões
materiais, gerou o colapso das paredes SW e NE para o exterior, fato que motivou
parte das intervenções que caracterizam o segundo momento construtivo. No topo
dessas paredes foram depositadas grandes quantidades de entulho e terra com vistas
a conter o colapso das estruturas, formando monturos.
60
Essas paredes apresentam peculiaridades que reforçam a hipótese da materialização
de momentos construtivos distintos. A parede SE, reforçada por essa parede de tijolos,
possui uma abertura em sua extremidade S, a qual se comunica com um canal de
escoamento das águas. Apesar da perturbação na estrutura, causada pelo colapso das
rochas da extremidade do tanque, é possível perceber uma peça lavrada com canaleta
que apresenta encaixes para comportas deslizantes.
Na parede NW, a abertura atual para a passagem d’água foi escavada no muro de
terra que fecha o sistema, ou seja, ela não é o alimentador original da estrutura. É um
arranjo posterior, executado para servir a um uso diferente da estrutura. Entretanto,
logo abaixo dela há um orifício quadrangular, formado propositalmente pelo espaço
deixado entre o encaixe de quatro rochas. Este buraco foi inutilizado há muito tempo,
pois foi embrechado com argamassa e restos de telhas. Esta abertura não é uma
patologia na confecção do Tanque, pois a rocha superior do orifício é uma laje que
indica a possibilidade da existência de uma canalização que traria a água dos
reservatórios para o Tanque (Prancha 16, perfil face NW).
61
Foto de detalhe do orifício de admissão de água embrechado.
62
Apenas uma Unidade de Escavação foi aberta na porção E da estrutura, notadamente
nas proximidades da abertura que regularia o fluxo e a vazão d’água. Essa UE revelou
a qualidade e os tipos de materiais empregados na construção do aterro envoltório
para contenção do Tanque, constituído ele principalmente de terra e rochas. Foram
localizados e recuperados fragmentos de uma garrafa de vidro quadrangular (case
bottle), cuja produção se inicia no século XVIII e se encerra no século XIX, justamente
no ponto de contato entre a camada superficial de sedimentos, composta
principalmente por terra estéril e a segunda camada, composta por entulho que
conforma o aterro original envoltório da estrutura. Essa evidência, somada a outras
localizadas durante a limpeza e o levantamento do Tanque, sugeriram que na estrutura
estavam materializados pelos menos dois momentos construtivos bastante distintos,
possivelmente ocorridos em épocas distintas (Pranchas 21 e 22).
63
A exemplo do que ocorreu com o Açude, que foi reapropriado para atividades
relacionadas à criação e abate de gado, é possível que o Tanque e a área envoltória
também o tenham. Note-se que a planialtimetria da área mostrou que há um terraço
amplo no S do Tanque.
64
1.3. Contexto G4
Tal como no Terraço Sul da Fonte, estabeleceu-se uma malha de escavação cujas
quadrículas – orientadas pelo plano de tradagens da Etapa 1 – possuíam 2 X 2 m.
Foram abertas integralmente três sondagens (M13, N13 e O13) e parcialmente outras
duas (P13 e O14), até profundidades em torno de 40 cm, com o objetivo de evidenciar
o piso de ocupação do que se imaginava ser uma antiga edificação (Pranchas 23 a
25).
73
Em razão da extensão da área, que a rigor é delimitada pelo polígono formado pelas
tradagens H4-F4-F3-F5-H5 a metodologia de escavação por superfícies amplas
revelou apenas um segmento dessa edificação, talvez um dos vértices de encontro de
paredes. Vale ressaltar que as primeiras camadas do contexto arqueológico (10-20 cm)
parecem perturbadas pela ação de maquinário agrícola e a bioturbação provocada por
raízes: nas quadras O13 e O14 foi evidenciada uma grande raiz de árvore.
Aparentemente essa raiz ocasionou também parte da perturbação verificada na
deposição dos tijolos.
Quanto ao tipo de edificação que deu origem ao contexto G4, não é possível afirmar
que ela fosse fechada com paredes: os tijolos encontrados estão todos partidos, o que
pode indicar uma reutilização deles para constituir uma estrutura do tipo pouso ou
galpão.
74
Outras evidências reforçam o caráter não domiciliar da edificação. Alguns fragmentos
localizados durante a escavação são bastante distintos do acervo recuperado com os
trabalhos de prospecção. Há dois fragmentos de rocha laminares: um deles (gres, foto
1, prancha 26) apresenta uma paleta de cores onde são notadas faixas de tinta
branca, tinta amarela e, novamente, tinta amarela, à semelhança de um teste de cores.
O segundo (arenito, foto 2, prancha 26) possui marcas que o caracterizam como um
gabarito. Essas linhas sulcadas na rocha, quando combinadas, formariam diversos
ângulos que poderiam ser transferidos para compassos de carpinteiro ou de pedreiro,
permitindo a confecção de peças com ângulos diferentes de 90º. Na prancha 27 temos
exemplos de rochas que foram esculpidas e sulcadas.
75
Parque da Fonte Missioneira: Contexto G4
3 4 5
7
6
Aspectos gerais da escavação.
Parque da Fonte Missioneira: Contexto G4
1 2
5
1 e 2. Detalhes da escavação.
3. Área da lixeira/ fogueira.
4 a 6. Acúmulo de tijolos.
Parque da Fonte Missioneira: G4 – Acervo lítico
Placa de arenito com linhas sulcadas, peça que poderia ser um gabarito de ângulos.
Parque da Fonte Missioneira: G4 – Acervo lítico
Partindo para a quadra I21 em sua porção E, temos outros fragmentos cerâmicos
associados a 1 fragmento de tijolo.
81
Na quadra H20, sua porção S foi escavada até os 30 cm de profundidade e apresentou
fragmentos cerâmicos, telha, e 1 dente de mamífero, além de algumas amostras de
concreção relacionadas à estrutura anteriormente mencionada. Seu vértice SW
apresenta apenas um pequeno resquício da concreção já evidenciada.
As quadras N20, R20, D25 e I25 foram as últimas quadras trabalhadas dentro do
Contexto Arqueológico D18. Todas apresentaram material arqueológico (Prancha 29).
82
Parque da Fonte Missioneira: D 18
1 2
85
2. O acervo: procedimentos curatoriais e de análise
2. Numeração das peças: Foi adotado um número de lote para cada conjunto de
peças com a mesma proveniência e nível. Para tanto foram transcritas nas etiquetas
dos lotes as informações de campo. Dentro de cada um dos lotes as seguintes
categorias de peças receberam números individuais: cerâmicas e louças, vidros, metais
(com afixação de etiquetas neutras) e líticos. Os elementos construtivos,
osteodontomalacológicos e peças das categorias supramencionadas com menos de 15
mm não receberam numeração individual, sendo identificados por meio de etiquetas
com número de lote.
86
3. Remontagens: após a numeração foi efetuada a colagem de fragmentos de um
mesmo objeto, sendo utilizada para tal cola branca neutra. Mesmo peças remontadas
recebem números individuais em cada fragmento, evitando perda de informação, caso
alguma peça descole.
• Cerâmicas;
• Louças;
• Vidros;
• Metais;
• Líticos;
• Elementos construtivos;
• Osteodontomalacológico;
• Outros.
87
6. Acondicionamento: Todo o material foi acondicionado em sacos plásticos
apropriados com etiquetas de identificação, sendo que as etiquetas em papel foram
colocadas em saquinhos apropriados que evitam o contato direto com as peças, pois
esse contato poderia acarretar a danificação dos objetos arqueológicos. As peças
foram acondicionadas em caixas de acordo com a categoria de material. Isso porque
contamos com uma quantidade significativa de elementos construtivos, os quais
apresentam dimensões e peso que poderiam acarretar algum dano às outras
categorias de materiais. Ademais, os objetos metálicos, por exemplo, já ficaram
separados para acondicionamento, quando possível, em uma reserva técnica
climatizada.
No tocante ao tombamento das peças tem sido adotada a mesma sigla “SMA” para os
acervos de São Miguel das Missões, mesmo aquelas coletadas fora do perímetro
tombado. Desse modo, foi dada continuidade à numeração efetuada no âmbito da
organização dos acervos do Escritório Técnico (ver ZANETTINI A., 2008). Os lotes
foram iniciados no número 197 e os números individuais no 1694.
88
As etapas acima sumarizadas envolveram a manipulação de 3447 peças conforme
mostra a tabela a seguir:
Categoria Total
Telhas Capa-Canal 2388
Cerâmica Acordelada 767
Ossos - Mamíferos 89
Ladrilho 41
Pedras Decorativas 32
Pedras / Líticos Atípicos 25
Outros 17
Amostras de Carvão 12
Tijolos 12
Itacuru 11
Elementos Construtivos - Fragmentos Não identificados 10
Ossos - Outros 9
Argamassas 9
Vidros - Fragmentos Não Identificados 8
Vidros - Fragmentos de Garrafas 5
Metais - Fragmentos não identificados 4
Cerâmica Torneada 2
Líticos - Lascado 2
Vidros - Planos (Construtivo) 1
Metais - Cravos 1
Líticos - Picoteado 1
Telhas Francesas 1
89
Acima, lavagem das peças e triagem no
laboratório do Escritório Técnico das
Missões. Ao lado, identificação final das
caixas com os acervos. Abaixo, telas do
Catálogo Digital onde serão inseridas as
informações relativas aos acervos ora
resgatados.
IV. INTERPRETANDO OS CONTEXTOS ARQUEOLÓGICOS DO PARQUE DA
FONTE MISSIONEIRA
Nesse trabalho utilizamos o termo sistema hídrico e não hidráulico, pois o primeiro é
mais inclusivo que o segundo. Quando definimos um sistema como hidráulico isso
implica diretamente no aproveitamento da energia da água, principalmente a cinética
gerada pela movimentação do fluído. Embora não possamos atestar que de forma
alguma não existiu um moinho no Parque da Fonte Missioneira, o que se destaca na
paisagem é o aproveitamento dos recursos hídricos em forma de represamento e
armazenamento das águas. Assim optamos por denominar o conjunto de estruturas
existentes no Parque como um sistema hídrico.
91
sudeste do Parque. Os próprios canais, obra humana, transcendem – e muito – os
limites do Parque.
Para, entretanto, chegarmos a hipóteses mais consistentes sobre esse sistema, faz-se
necessário observar como funcionavam outros sistemas e estruturas hídricas.
92
construção também deve ser de fácil acesso e estar próximo do ponto de empréstimo
(extração de terra) usada no aterro.
Sugere-se retirar a terra do local onde será formado o lago, aumentando sua
capacidade, e também aproveitar a terra proveniente da escavação; a bacia de
captação de onde provém a água deve, preferencialmente, ter cobertura vegetal que
minimize a presença de sedimentos em suspensão, para evitar o assoreamento rápido
do lago; deve-se evitar áreas de captação cultivadas com culturas anuais e locais com
presença de sais ou minerais tóxicos e bacias de onde provenham água com poluentes
(dejetos de animais ou esgoto) 4 .
Para melhor aproveitamento da água é necessário um controle eficaz onde esta se faz
abundante ou escassa e, também, ir ao seu encontro e fazê-la chegar de maneira
precisa e regular para fins de abastecimento. É por meio da ciência e técnicas diversas
que o homem elabora obras hidráulicas que lhe permitem o máximo aproveitamento
das águas (PRATA, s.d.).
Para a captação desse recurso há alguns processos fundamentais: acesso direto aos
rios, lagos e áreas inundadas; captação das nascentes e sua condução para as
comunidades (por meio de aquedutos, canalizações superficiais ou subterrâneas); e,
por fim, acesso aos lençóis freáticos por meio de poços. Nem sempre conseguimos
4
Extraído dos sites http://www.dnr.state.wi.us/org/water/wm/dsfm/dams/gallery.html e
www.cca.ufsc.br/~aaap/hidraulica/captacao_e_armazenamento/2_tanques_e_acudes.ppt em 17 de abril de 2009.
93
evidenciar a coexistência desses processos e identificar o grau de desenvolvimento
alcançado em determinada área (PRATA, s.d.).
Os vestígios dessas antigas estruturas podem ser encontrados tanto no Velho Mundo
quanto no Novo Mundo, servindo de marco entre as realizações de povos
desaparecidos há muito tempo. Grande parte do extraordinário trabalho realizado em
sistemas hidráulicos na antiguidade atingiu certo nível de declínio e desuso porque o
conhecimento de seus idealizadores não se preservou entre as gerações seguintes
(JANSEN, s.d.).
94
executada a partir do pisoteio daqueles que transportavam o material. Ainda hoje, em
países onde os custos de trabalho são relativamente baixos, esse procedimento é
usado (JANSEN, s.d.).
A barragem possuía uma crista cuja extensão era de 107 metros. Sua altura era de 11
metros e suas faces eram formadas por paredes com seixos e cascalhos, cada uma
com 24 metros de espessura desde a base até o topo da barragem. O volume total
dessas duas paredes de pedra era de, aproximadamente, 22.900 m3. Em sua base as
paredes eram separadas por uma distância de 36 metros. A barragem não possui a
vantagem de uma trincheira escavada em sua fundação. Seu centro foi preenchido
com 60.000 toneladas de cascalho e outras pedras misturadas com terra. A face
exposta da parede localizada na parte da contra corrente foi disposta em fileiras de
blocos de calcário trabalhados, sem qualquer espécie de argamassa em suas juntas.
As pedras, que possuíam um peso médio de 23 quilos, foram colocadas em degraus de
0,3 metros de altura em uma ladeira formada pela seguinte disposição: 3 pedras
verticais e 4 horizontais. Há evidências de que o topo da barreira inclinava-se,
longitudinalmente, em direção ao centro, inundando nesse determinado ponto
(JANSEN, s.d.).
95
Os romanos construíram muitas barragens de pedra ao longo de seu império,
compostas, basicamente, de blocos de rocha cortados e unidos com cimento de grande
durabilidade e impermeabilidade (JANSEN, s.d.).
Por volta do ano 100 d.C., construíram algumas de suas melhores barragens. Próxima
à cidade de Mérida, na Espanha, encontra-se a barragem de Proserpina, com 19
metros de altura e 427 metros de extensão. Essa barragem é tida como um marco
entre as estruturas desse tipo. Uma seção rio acima é constituída de uma camada
central de concreto entre duas paredes de alvenaria. A espessura original da parede
composta foi estimada em 3,75 metros no topo (JANSEN, s.d.).
Alguns relatos indicam que, em certas porções, esta espessura poderia diminuir para
2,4 ou 2,1 metros. Sua base pode ter alcançado os 5 metros de espessura. A face
localizada rio acima apresenta inclinação, enquanto a face localizada rio abaixo, feita
em alvenaria, mostra-se na posição vertical. A parede se estende por 6 metros em sua
base. Um aterro foi construído diante da parede localizada rio abaixo. Este inclinava-se
a partir da crista da barragem para cruzar com o solo natural a uma distância máxima
de 60 metros. Uma diferença básica entre a barragem de Proserpina e outras
anteriores é que a construção de sustentação foi erigida em sua face localizada rio
acima para proporcionar resistência contra transbordamentos. A ausência dessa
característica foi a responsável pelo colapso de tantas outras barragens (JANSEN,
s.d.).
Durante o reinado de Felipe II, no século XVI, a Espanha apresentou ao mundo uma
das obras de engenharia hidráulica mais notáveis até então. A represa de Ontígola
apresenta uma série de inovações técnicas e uma capacidade de armazenamento de
um enorme volume de água. Não por acaso, a represa é conhecida como “o mar de
Ontígola”. Parte do projeto modernizador, apoiado em novos sistemas de engenharia, e
levado a cabo por Felipe II, a construção da represa teve início em 1552 e a
repercussão de sua técnica construtiva chega até os dias de hoje (TAPIA e BLANCO,
1985).
96
A técnica de “núcleo de recheio” entre dois muros resistentes e o emprego de
contrafortes em represas correspondem a sistemas estruturais que por sua
racionalidade construtiva são empregados, atualmente, na construção de barragens.
Este tipo de represa representa uma economia considerável de material se comparada
às represas que utilizam a força da gravidade (TAPIA e BLANCO, 1985).
Atualmente, são poucas as missões que apresentam todo o seu sistema hídrico
íntegro, sendo que, em algumas, marcadas por um longo período de desuso,
conseguimos verificar alguns de seus elementos componentes.
97
São João Batista, RS, Brasil
Em São João Batista são conhecidas 6 fontes de água ao redor do núcleo urbano,
todas associadas a um mesmo arroio. Aqui trataremos de apenas duas. Próxima à
Fonte 02 se encontra uma estrutura de represamento de água, com aproximadamente
600 m2, de forma retangular, formada por muros/ barreiras de terra (taipa). Esses
muros/ barreiras possuem formas arredondadas e medem aproximadamente 70 cm de
altura por 1,5 m de largura (BARCELOS, 2000).
Há, também, a Fonte 03, muito semelhante à Fonte 02. Contudo, ao contrário desta,
que parece ter funcionado através de um sistema onde a água era desviada de um
córrego para o interior da área de represamento, a Fonte 03 parece ser resultado do
aproveitamento do relevo local. A água chegaria até a área de represamento apenas
por gravidade (BARCELOS, 2000).
98
possível que estes açudes fossem mantidos com a captação de águas pluviais e a sua
constante manutenção garantisse a permanência de taludes de contenção
(BARCELOS, 2000).
Nessa missão, Barcelos (2000) informa sobre a existência de um chafariz que levava
água de uma fonte até o núcleo urbano por um sistema de aproveitamento da
inclinação do terreno. La Salvia (1992), destaca em a existência de um sistema de
latrinas, cuja a descarga era feita pela água da chuva e os dejetos encaminhados para
um banhado por canais de pedra.
99
A análise histórica permitiu definir que os desenhos das barragens dos tajamares (muro
para contenção de águas) das estâncias de Santa Catalina e Alta Gracia (Prancha 31)
possuem pontos de contato com a barragem de Tha·lba (século VII); as de Caroya
(Prancha 31) e La Candelaria correspondem ao tipo de barragem de Ternavaso (ano
de 1600).
Abaixo são destacadas algumas das características específicas dos sistemas hídricos/
hidráulicos.
- Obra de captação: constituída por açudes, ligados a cursos de rios e um canal derivador,
regulado por comporta. Esses diques eram levantados com pedras assentadas com cal e
constituíam autênticas represas ou açudes de derivação.
100
- Sistema de acequias 5 : esse sistema de canalização percorria vários quilômetros e
ligava-se a canais de meia ladeira, de terra, alguns sem revestimento, e outros
subterrâneos com revestimento. Também se ligava a sifões e chaminés, para
distribuição dos acidentes do terreno.
Obra de captação:
Santa Catalina: recebe água do rio Simpis, controlada por uma comporta retangular.
Sobre o curso do rio foram construídos dois muros em forma de “L”.
Alta Gracia: recebe água do arroio Chicamtoltina, da união dos arroios do Valle de
Buena Esperanza e de Los Paredones. Atualmente não apresenta vestígios.
5
São canais de condução de águas para irrigação, escavados no solo ou rocha, geralmente com uma pequena inclinação. Há duas classificações,
de acordo com a sua função e forma: acequias de riego, cujo objetivo é conduzir a água desde o leito fluvial até as áreas a serem irrigadas. São
várias acequias escalonadas em uma ladeira e apresentam leve declividade. O segundo tipo é de acequias de careo, conduzem a água desde leitos
naturais até zonas relativamente planas, com substrato permeável, para a sua infiltração.
101
Sistemas de acequias:
Santa Catalina: condução da água por meio de uma acequia de meia ladeira por alguns
metros, dividindo-se, mais a frente, em dois. Possui um conduto subterrâneo
abobadado e uma extensa trama de ramificações subterrâneas e a céu aberto (com
soleiras revestidas em alvenaria de rochas locais ou com ladrilhos e com laterais e
muro superior em alvenaria ou escavados na própria rocha.
Alta Gracia: o muro de barramento corre na direção norte-sul, com uma altura de 5
metros na zona de maior profundidade e 176 metros de longitude. Em sua forma
original, assim como o de Santa Catalina, o muro era duplo, com solo compactado
entre ambos, construído em alvenaria, interligando-se, possivelmente, com outra obra.
Obra de descarga:
Santa Catalina e Alta Gracia: a saída de água é regulada por uma comporta ligada ao
paramento molhado. A descarga se produz através de um conduto abobadado de
ladrilho, com 60 cm de altura.
Obra de captação:
Caroya: não se observam vestígios ou dados que permitam defini-la de forma precisa.
102
Sistemas de acequias:
Caroya: restam poucos vestígios e é possível que não correspondam ao traçado
original.
103
A obra de descarga:
Caroya: no pé de encontro dos muros observa-se uma abertura retangular de 30 cm de
comprimento, utilizada como descarregador de fundo, que permitia a condução da
água até o moinho hidráulico, através de um canal de seção retangular cujas
dimensões são de 25 cm metros de comprimento por 30 cm de altura, revestidos com
pedra. Este descarregador de fundo era controlado por uma comporta. Sobre a ala
direita do muro há uma abertura, de forma retangular, que cumpriria com a função de
respiradouro para o excedente de água.
104
Parque da Fonte Missioneira: Sistemas hídricos missioneiros: exemplos
de estruturas e seus funcionamentos
Esquema e dimensões do muro de vedação do tajamar da estância Caroya (REYNA et al., 2008).
Santa Ana, Candelária, Misiones, Argentina
Califórnia, EUA
106
Missão de Santa Ana, Argentina: sistema hídrico
Fotos do sistema hídrico da missão de Santa Ana, Argentina (Autoria de Candice Ballester, 2008).
2. O sistema hídrico do Parque da Fonte Missioneira: resultados e hipóteses a
serem investigadas
Não podemos tratar a Fonte Missioneira como uma simples fornecedora de água. Suas
múltiplas dimensões e significados práticos e simbólicos eram bastante específicos.
Separa-los, entretanto, não levará a compreensão daquilo que é apenas mais um dos
componentes do sistema hídrico.
Em primeiro lugar é importante destacar sua implantação no terreno (Prancha 33). Ela
está encaixada na vertente de uma colina suave, abaixo da superfície, o que a definiria
como uma fonte de mergulho. Essas características são restritivas ao acesso à fonte
de água, ou seja, o caminho até ela tem que ser criado. Assim, esse caminho dará uma
indicação de quem a utilizava: somente seres humanos. Os animais (bovinos, eqüinos
e muares), portanto, estavam excluídos de acesso ao local. É possível que o
alinhamento de pedras que parte num ângulo de 80º do muro N da Fonte servisse de
acesso às pessoas ao interior do equipamento, bem como de base para os animais
chegarem até o nível da água que escorria para o Açude (Prancha 34, 1). Maiores
informações sobre esse sistema de acesso só poderão ser conseguidos com uma
escavação de ampla superfície do Terraço Norte da Fonte, revelando assim o piso de
caminhamento original, enterrado sob um mínimo de 50 cm de sedimento (máximo de
1,5-2 m) (Prancha 34, 2).
108
A Fonte Missioneira: detalhes
2
3
4 4
4
4
1
4 5
4
3
4
2
Da mesma forma que a Fonte não servia para nutrir animais, ela também não se
prestava ao banho dos humanos ou à lavagem de roupas, uso que parece ter se
difundido, segundo informações orais, no século XX. Isso é reforçado pela ausência de
um reservatório elevado diante dos anjos vertedouros, a exemplo do que pode ser
identificado em inúmeras fontes em diversas localidades brasileiras e européias
(Prancha 35 e 36).
Na mesma linha, o relato do padre Sepp sobre as agruras passadas na viagem de ida
da Espanha para Buenos Aires é bastante elucidativo da necessidade sentida pelos
padres da Companhia em ter água pura para o consumo: “despejou chuva copiosa
sobre nós, para dar que beber aos sedentos, porque nossa água começava a ter gosto
muito ruim e, o que era pior, tinha até que ser racionada” (SEPP, 1972: 20).
Mais do que mero consolo psicológico, muitos desses padres devem ter passado por
provações semelhantes, conformando um imaginário de que o que estava por vir
poderia ser igual ou pior.
111
Exemplos de fontes e tanques
3
1. Chafariz do Lagarto (final do s. XVIII);
2. Bebedouro na estrada Velha da Tijuca (meados do s. XIX);
3. Chafariz da Glória (segunda metade do s. XVIII);
4. Bica dos Chineses. Fonte: Prefeitura Municipal do Rio de 4
Janeiro/ Secretaria Extraordinária de Promoção, Defesa,
Desenvolvimento e Revitalização do Patrimônio e da Memória
Histórico-Cultural/ Coordenadoria de Projetos Especiais
A forma como essa água era captada e armazenada pela população da missão é
bastante significativa. Na maior parte das fontes mostrada nas pranchas 35 e 36 há
duas formas de se pegar água: pelos canos e torneiras que se projetam de um
reservatório ou num segundo reservatório alteado que facilitava o enchimento de jarros,
mas que não era a forma mais higiênica disso ser realizado, pois esse reservatório
serviria também para o uso por animais, ou para que as pessoas se lavassem. Na
Fonte Missioneira também havia duas maneiras de se pegar o líquido, mas com
alguma variação: colocando os recipientes abaixo das bocas dos anjinhos ou
submergindo os vasilhames no último reservatório, próximo ao solo, o que novamente
não seria a atitude mais desejável. De qualquer forma, para ambas havia a
necessidade de se ajoelhar ou acocorar-se, mantendo-se a trindade angelical acima
das cabeças das pessoas, sinal claro de reverência, pelo menos por alguns momentos.
Podemos imaginar que, nos dias de tórrido calor do Noroeste sul-riograndense, as
pessoas colocassem as cabeças debaixo do fluxo que vertia pelos anjos, submetendo-
se ao ritual do sacramento do batismo. Embora especulativo, é possível imaginar que,
uma vez situada no limite sul da zona urbana de São Miguel Arcanjo, à beira do
caminho para as estâncias do sul da região de influência de São Miguel, a Fonte
servisse como ponta de lança da evangelização de grupos que não se submetiam tão
facilmente à redução. Assim, teria ela um papel pedagógico e doutrinador, iniciando os
indígenas arredios nos ritos do catolicismo ou confirmando sua influência perante os
indígenas reduzidos.
É importante ressaltar que, nos primórdios da igreja cristã o batismo ocorria quando os
indivíduos já eram adultos, tendo sido substituído posteriormente pelo batismo na tenra
idade (RAMOS NETO, 2009). E no caso dos indígenas, o batismo de adultos seria algo
não raro, embora não mais em uso em meio a populações onde o cristianismo estava
já consolidado havia séculos. Lembremos que o batismo não era um ponto pacífico
dentro do cristianismo, uma vez que católicos passaram a ser batizados logo após o
nascimento, enquanto que algumas denominações evangélicas surgidas no século XVI
– anabatistas – só aceitavam o sacramento na idade adulta. E uma vez que os
inacianos surgiram como um dos movimentos de contra-reforma, o batismo surgia
114
como uma questão que precisava ser bem resolvida tendo em vista o contexto europeu
e as necessidades americanas, situação de equilíbrio bastante delicada.
Acima temos um desenho do reservatório do anjos da Fonte. Abaixo, desenhos de pias existentes no museu da ruína da
igreja de São Miguel. Desenhos de Rubens Matuck.
Esse arranjo de reservatórios pode também não ter sido proposital, uma vez que, entre
o primeiro reservatório e o dos anjinhos há um nicho vazio, destituído de função na
atualidade (Prancha 34, 3). Conteria ele alguma estrutura desaparecida, seria erro de
projeto ou é uma condição estrutural inevitável tendo em vista o arranjo pretendido e os
propósitos a serem alcançados? Essas talvez sejam perguntas impossíveis de serem
respondidas.
115
A sociabilidade também poderia ser uma função das estruturas da Fonte. A seqüência
de bancos de pedra no interior dela, encostados ao longo dos muros N e S, reforçam
essa constatação. Muito embora possamos imputar sua função a um arranjo
construtivo para reforçar as bases dos respectivos muros, sua existência faculta ambas
as funções. O reforço fornecido pelos ‘bancos’ atuaria em conjunto com as colunas
situadas em ambos os flancos dos reservatórios, as quais não estão exatamente em
paralelo aos muros de contenção da Fonte, mas ligeiramente torcidas, com um dos
vértices apontando para esses muros e gerando um maior travamento da estrutura
(Prancha 34, 4). Por outro lado, é fato que, no verão, o nicho da Fonte é um lugar
bastante agradável de se estar em razão das temperaturas mais amenas, ainda mais
se imaginarmos que havia uma cobertura – telhado – sobre a mesma.
Esse telhado também teria uma dupla função: fornecer sombra e proteger a água que
chegava à Fonte dos sedimentos e folhas carreados pelas chuvas, bem como da
agitação que os pingos d’água causariam nos reservatórios destinados a decantar os
sedimentos. Observando a Fonte durante chuvas fortes percebemos que seu interior
fica bastante barrento e prejudica a qualidade da água fornecida, muito embora as
chuvas sejam absolutamente necessárias para alimentar a nascente e o sistema
inteiro.
Se por um lado essa cobertura da Fonte seria bastante funcional, por outro ela fugiria
do padrão das outras fontes. São poucos – ou praticamente inexistentes – os registros
de fontes com coberturas, seja pelo fato da sombra manter o ambiente extremamente
úmido, o que facilitaria a proliferação de limo, o abrigo de animais e a permanência de
pessoas por um período mais longo do que o desejado. Obras hidráulicas onde são
comuns os telhados são os tanques de lavagem de roupas, pois nesses locais as
pessoas obrigatoriamente permaneceriam um maior período de tempo (Prancha 37).
116
Contra os efeitos da águas barrentas ainda temos as calhas laterais entre os ‘bancos’ e
os muros. Em verdade só temos a calha, a do muro N, que está bem demarcada,
enquanto a do muro S é apenas uma tênue faixa. Isso pode se explicar em razão do
volume de água que escorreria por esse muro, para o interior da estrutura, durante as
chuvas (Prancha 34, 5).
O Açude tinha originalmente por volta de 90-100 m de diâmetro e estima-se que sua
lâmina d’água tivesse por volta de 1 m de espessura, embora sua profundidade fosse
maior, dependendo da porção observada. Em razão da alteração do padrão das curvas
de nível a medida em que elas se aproximam do Açude, é possível aventar a hipótese
de que parte dele tenha sido escavada para atingir a forma e a profundidade
necessária, bem como para desobstruir o caminho das águas. Em todas as tradagens
e sondagens efetuadas na área do Açude foram encontradas rochas basálticas muito
alteradas, as quais formavam o fundo do corpo d’água. As rochas dispostas no fundo
do Açude são laminares em sua maioria, tendo por vezes fragmentos de telhas
entremeando essas rochas, fato constatado nas tradagens C4, D4, E4.2 e F4, esta
última apresentando as melhores evidências. Sem dúvida essa disposição de rochas e
telhas é obra humana, mas o que resta saber é se há locais no Açude onde esse fundo
de pedras é natural (Prancha 39).
117
A dificuldade em se distinguir os ecofatos dos artefatos no Parque da Fonte Missioneira
é decorrência das obras humanas serem ou afeiçoamentos das características do meio
natural ou estruturas que copiam certos atributos observáveis na natureza. Essa ação é
derivada essencialmente de uma das primeiras formas de aprendizado humano e, de
tão primordial, pode não explicar absolutamente nada sobre o sistema hídrico e sobre a
sociedade jesuítico-missioneira. Entretanto, é um excelente ponto de partida para
entender o processo de interação social existentes nas Missões. Evidentemente todo o
saber jesuítico era decorrência do renascimento europeu e do período iluminista, nos
quais as tradições clássicas de pensamento foram resgatadas e reelaboradas. Só para
se tomar um exemplo pulsante, uma das fontes de inspiração e investigação de
Leonardo Da Vinci eram os processos naturais que se desenrolavam ao seu redor, o
que em parte explica a capacidade dos jesuítas em analisar a natureza e exacerbar
suas qualidades positivas para suas intenções. Assim, parte da explicação sobre as
características materiais do sistema hídrico está dada.
Por outro lado, essa forma de construção e modificação do meio, se fosse somente
uma característica da ideologia jesuítica, como um punhado de europeus conseguiria
manipular milhares de indígenas para uma empreitada gigantesca? A resposta é que,
evidentemente, os indígenas também possuíam essa estratégia de modificação da
natureza e que eles eram os habitantes autóctones, partes daquele meio. Logo, as
intervenções mais eficientes naquele meio só poderiam ser executadas – e porque não,
planejadas – pelos guaranis. Essa trivialidade agrega significado ao termo jesuítico-
guarani, fazendo justiça ao grande contingente que tornou uma realidade as Missões.
118
Tanques de lavar roupa: exemplos de coberturas
3
Parque Fonte Missioneira: o Açude lajeado de pedras
Na topografia percebemos as feições circulares do Açude e o contorno da taipa, indicada pelas setas.
O fundo do Açude: revestimento em pedra
Fotos do perfil e do fundo da tradagem F4, depois ampliada para sondagem. Note-se a disposição das pedras, sempre
laminares e acomodadas sobre o solo, entremeadas por fragmentos de telhas.
O fundo do Açude é constituído pela mesma argila cinza (Gley 1, 4/10Y, dark greenish
gray) localizada em diversas construções e contextos do Parque. Entretanto, lá ela está
em seu local original. Assim, as rochas basálticas estão assentadas sobre uma camada
natural, mas esse arranjo, repetido em outras áreas, com rochas e argila levadas para
esse fim específico, mostra um grande conhecimento sobre a natureza da região,
conhecimento esse que, nas palavras de Arno Kern, “só os indígenas possuíam” (apud
BARCELOS, 2000: 246).
Essa forração de rochas no Açude é bastante interessante, pois, em tese, não teria a
função de impermeabilização do reservatório, pois o local do Açude é, em verdade, um
banhado onde as águas brotam e para o qual as águas da chuva são naturalmente
encaminhadas em razão da topografia da região. Assim, tentar uma impermeabilização
seria atitude contraproducente, pois excluiria a captação das águas que migrariam do
subsolo argiloso para a superfície.
Podemos levantar duas hipóteses para a existência dessa forração. A primeira indica
que ela poderia facilitar a limpeza, uma vez que a água das chuvas viria carregada de
sedimentos que se depositariam sistematicamente no fundo do lago. A segunda, que
não exclui a primeira, é mais instigante, pois propõe novos elementos para a
compreensão dessa complexa sociedade. Sem dúvida ela girava em torno da criação
de gado, fonte de mercadoria de troca, mas também de subsistência para o
contingente indígena. Numa das maiores aglomerações urbanas do território
missioneiro, havia um verdadeiro pesadelo logístico para alimentar toda aquela
população com carne, pois isto demandava transportar o gado das estâncias,
concentra-lo nos arredores de São Miguel, distribuí-lo também para atividades de
transporte e propulsão de máquinas (arados, por exemplo), abater os que seriam
consumidos e distribuir a sua carne entre a população. Para retirar o gado das
estâncias e concentrar parte dele nos arredores eram necessárias pastagens, currais,
áreas de abate 6 e açudes. A existência do Açude seria então explicada pela
necessidade de armazenar água para o gado, tal como também constatado na redução
6
Segundo Barcelos, o abate e carneação vai, a partir da segunda metade do século XVII, gradativamente se afastando do centro do núcleo urbano
missioneiro e dos arredores das dependências dos padres, para as oficinas e, no caso de São Miguel, para áreas específicas mais afastadas
(BARCELOS, 2000: 261).
122
de São João Batista, mas e o revestimento de rochas, que aparentemente não possuía
função alguma para manter a água ali? A resposta, um tanto quanto jocosa, vem do
exame de dois elementos já extensamente difundidos na cultura brasileira: o ditado “a
vaca foi pro brejo” e o prato vaca atolada (mandioca bem cozida com costela bovina). A
preocupação de afastar o gado de lamaçais, constante no ideário da vida rural das
áreas agropastoris, dentro da organização jesuítico-guarani, e tendo como base as
condições ambientais da região, gerou uma resposta a esse problema, ou seja,
empedrar o fundo de um banhado.
As margens do Açude não possuiriam revestimento do topo até a base, pelo menos
não nas proximidades das tradagens C4 e F4, as quais representariam seções típicas
das margens. Entretanto, uma vez que o talude das margens não é uniforme e que o
Açude se destinaria principalmente a nutrir o gado, outros arranjos para a consolidação
das bordas seriam esperados, caso das tradagens 1 a 7, das margens artificiais
construídas com taipa e do Terraço Sul da Fonte.
123
A extremidade S do Açude é fechada por um muro de terra denominado localmente
como taipa. Esse muro é bastante evidente a partir de G4, entre 30-40 m metros mais
para o S do referido Contexto (ponto 26 da Etapa 1 – Anexo 2). Apesar dos montes de
sedimentos gerados pelas escavações dos anos 80 e da vegetação atual, ainda é
possível perceber que se está caminhando na crista de uma pequena elevação,
enxergando declividade tanto para E quanto para W, denunciando dois corpos d’água
separados (Prancha 40). Um deles é o Açude (W) e o outro é o Reservatório do
Tanque (E).
Essa taipa é uma referência a um muro construído com terra socada, mas ela
apresenta diferenças quanto à taipa a modo dos paulistas, por exemplo. Nessa última
temos exclusivamente terra compactada, enquanto que na taipa do Açude há lajes de
rocha que acompanham o contorno do muro (Prancha 40). De acordo com o
levantamento apresentado na Prancha 40, estimamos que a taipa exista somente na
porção S do Açude, numa extensão de por volta de 95 metros lineares de
comprimento. Essa constatação foi possível através do levantamento topográfico
conjugado com uma análise mais detalhada das tradagens C5, C7, D7, E7 e E8. Ficou
claro que, em razão de terem surgido rochas e sedimento extremamente compactado
durante a escavação das mesmas, a taipa está distribuída numa faixa de terrenos mais
ampla do que anteriormente se esperava.
124
Detalhe da estrutura de taipa do Açude
Detalhes da sondagem aberta pela arqueóloga Vera Thaddeu em 2007-2008 e continuada pela equipe de 2009 (ponto 26,
Anexo 2). Note-se o escalonamento das pedras, assentadas em meio a uma camada de aterro, mas sobreposta à camada de
argila cinza. Podemos imaginar que a taipa seja constituída primeiro por camada de argila cinza, fixada por rochas sobre elas
e, no final, era acrescentada uma camada de aterro na qual predominava o latossolo vermelho.
No Terraço Sul da Fonte foram encontradas evidências dessas margens pavimentadas
do Açude que, entretanto, seriam um pouco diferentes, formando uma espécie de
escada para diminuir a velocidade das águas, pois aquela vertente é, sem dúvida, a
mais íngreme do Açude.
Apesar de ser difícil definir o acesso original do gado ao Açude, ou seja, por onde ele
descia até a fonte de água, podemos afirmar que isso não se dava pelo Terraço Sul
quando o sistema estava na sua plenitude, pois as estruturas lá existentes e a
declividade do talude não permitiriam isso sem acidentes tais como uma pata
quebrada. Podemos até aventar a hipótese de que houvesse uma cerca no local para
impedir uma eventual rês desgarrada de descer por ali. Contudo, o piso evidenciado
pelas escavações do Terraço apresenta perturbação condizente justamente com o
trânsito de animais de grande porte por aquele local, ficando apenas umas poucas
áreas parcialmente a salvo do pisoteamento, tais como os vestígios das quadras B5,
B6 e, principalmente, B7. Somada essa evidência à constatação de que o terraço
formado pelos alinhamentos Sul 1 e Sul 3 (ver Prancha 10) é posterior à formação do
Açude, acreditamos que aquela porção do sistema hídrico, cuja função original não
admitia o trânsito de animais, foi redefinida a partir do momento em que o sistema
perdeu o sentido de uso original, possivelmente com a expulsão dos jesuítas ou a
extinção da missão de São Miguel, já na década de 1820. Com a perda da organização
jesuítico-guarani, o local ficou abandonado ou foi reapropriado para a carneação do
gado – informação oral presente até hoje no discurso da população local e visível nos
amoladores de faca existentes nas rochas dos alinhamentos.
126
Foto com o detalhe do arenito desgastado pela amolação de facas.
E por que desenvolver esse tipo de atividade naquele local específico? Por que não
mais distante da Fonte? São várias as razões. Com o despovoamento da região em
decorrência da saída dos jesuítas e dos guaranis, a manutenção de um sistema hídrico
desse porte seria impossível, apesar da continuidade de sua importância para os novos
ocupantes ou para aqueles poucos que permaneceram. Isso levaria a uma tomada de
decisão – reduzir a manutenção do sistema a uma fração da área original dele,
utilizando assim uma porção menor. Dessa forma, uma série de atividades que antes
127
eram rigorosamente apartadas por razão de higiene, com o colapso da missão elas não
mais se justificavam.
128
3. A Ruína, os contextos e o Parque: a arqueologia de São Miguel
129
Também não foi localizada qualquer evidência arqueológica, dentro do Parque,
relacionada à ocorrência lítica (5), a qual foi indicada por Carle no laudo de
demarcação (Prancha 42).
Esse primeiro exame sobre o período pós-missioneiro indicou que, até bem pouco
tempo atrás, o povoado se resumia a uma tênue ocupação de parte do espaço da
antiga missão. A expansão urbana para as proximidades da área do Parque da Fonte é
recente, remontando à emancipação do município, ocorrida na década de 1980.
130
De forma geral, parece que a oferta de água da região do parque está ligada à
disponibilidade de recursos para o gado e a lavoura de arroz, caracterizando uma
ocupação pós-missioneira tipicamente rural nos arredores da Fonte.
O antigo povoado de São Miguel foi erguido sobre as ruínas das casas dos índios,
aproveitando as fundações e as vias urbanas missioneiras. Essas edificações
privilegiaram a ocupação da porção nordeste da antiga missão, próxima ao eixo da
atual avenida Borges do Canto, a qual foi implantada no eixo de um caminho antigo
que demandava outras localidades. Assim, podemos aventar a hipótese de que a
ocupação urbana missioneira foi em parte preterida pela construção de edificações no
eixo do caminho principal, abandonando o plano urbano reticulado e adotando uma
forma linear. Com essa configuração urbana, acredita-se que as fontes de água
privilegiadas para o abastecimento do povoado seriam aquelas situadas ao norte e a
nordeste da área tombada (Prancha 42).
Em parte essa resposta pode ser fornecida pelo exame dos contextos arqueológicos e
o sistema hídrico do Parque.
131
O sistema hídrico criado por guaranis e jesuítas, após a expulsão destes foi mantido e
readequado às necessidades da nova população e daqueles poucos indígenas que
permaneceram. A Fonte, o Açude e o Tanque continuaram a ser utilizados para manter
atividades pastoris, pois estavam às margens do caminho do gado. Isso equivale a
dizer que o gado continuou a ser abatido e, principalmente, transportado para fora do
território missioneiro como mercadoria, agora com mais intensidade. Assim, a São
Miguel pós-missioneira ter-se desenvolvido a leste do núcleo da redução e ao longo do
caminho seria conseqüência da matriz produtiva estabelecida a partir da década de
1760, hipótese esta que poderia indicar um caminho a ser seguido em pesquisas
futuras.
132
Contextos históricos e arqueológicos urbanos
1 2
3 4
5
1. Igreja Católica;
2. Edificação 1, na av. Gomes Freire de Andrade;
3. Edificação 2, situada na área do Iphan;
4. Edificação 3, na av. Borges do Canto;
5 e 6) Vista S e N de antigo caminho, indicado pela topografia.
4. Zoneamento Arqueológico
Como resultado das pesquisas foram definidas preliminarmente duas zonas levando
em conta a intensidade de vestígios arqueológicos no interior do Parque da Fonte: a
primeira, definida como zona de alta intensidade de vestígios, estruturas e/ou ecofatos;
a outra como de baixa densidade.
135
V. BIBLIOGRAFIA
AZARA, Felix. (1990). Descripición General Del Paraguay. Madrid: Alianza Editorial.
BARCELÓ, Miquel. (1988). La arqueología extensiva y el estúdio de la creación del espacio rural.
In: Miquel Barceló. (Org.). Arqueología medieval en las afueras del medievalismo. Editorial
Crítica, p. 195-274.
BARCELOS, Artur H. (2000). Espaço e arqueologia nas missões Jesuíticas: o caso de São João
Batista. Porto Alegre: EDIPUCRS.
BARCELOS, Artur H. (2000). Os jesuítas e a ocupação do espaço platino nos séculos XVII e XVIII.
Revista Complutense de Historia de América, 26: 93-116.
BIESEK, Ana S. (2004). Turismo e interpretação do patrimônio cultural: São Miguel das Missões,
Rio Grande do Sul, Brasil. Caxias do Sul. Dissertação (Mestrado em Turismo) – Universidade
de Caxias do Sul.
BOTELHO, Manoel H. (1998). Águas de chuva: engenharia das águas pluviais nas cidades. São
Paulo: Editora Blucher.
CAMELINO, Maria N.; SALAS, Maria. (2008). Los pueblos jesuíticos vistos por viajeros de fines del
siglo XIX y princípios del siglo XX. CONSEJO Nacional de Investigaciones Científicas y
Técnicas. Missiones Jesuíticas: XII Jornadas Internacionales: interacciones y sentidos de la
conversión. Buenos Aires: CONICET. CD-Rom.
COIMBRA, José I. (1877). Notícias sobre a província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Rio de
Janeiro: Imprimerie Imperiale de S.A. Sisson.
COMAS, Carlos E. (org.) (2007). Lucio Costa e as missões: um museu em São Miguel. Porto
Alegre: PROPAR/ UFRGS; IPHAN/ 12ª SR.
COSTA, Lúcio. (1978). A arquitetura jesuítica no Brasil. CARVALHO, Ayrton; FILHO, Godofredo;
COSTA, Lúcio et alli. Arquitetura religiosa: textos escolhidos da Revista do IPHAN. Rio de
Janeiro/ São Paulo: MEC-IPHAN/ FAU-USP, Vol. 6, p. 9 a 98.
137
CUERVA, Miguel A. (2008). Las misiones jesuíticas de Baja Califórnia (México). Un modelo
territorial y arquitectónico (1697-1767). CONSEJO Nacional de Investigaciones Científicas y
Técnicas. Missiones Jesuíticas: XII Jornadas Internacionales: interacciones y sentidos de la
conversión. Buenos Aires: CONICET, CD-Rom.
CUSTÓDIO, Luiz A. (2000). A arquitetura e o urbanismo das missões jesuíticas dos guaranis.
Urbanismo, 3. Extraído do site http://www.pucrs.br/fau/08_nivel/arq_missoes_jesuitica.pdf em
05/01/2009.
CUSTÓDIO, Luiz A. (2000). Missões jesuíticas: arquitetura e urbanismo. Cadernos de História, 21.
Extraído do site http://www.memorial.rs.gov.br/projetos-cadernos.htm em 05/01/2009.
DARONCO, Leandro J. (2006). À sombra da cruz: trabalho e resistência servil no noroeste do Rio
Grande do Sul, segundo os processos criminais (1840-1888). Passo Fundo: UPF. Col.
Malungo, 12.
DELSON, Roberta M. (1998). Novas vilas para o Brasil colônia. Brasília: Alva.
FENDRICH, Roberto. (2002). Coleta, armazenamento, utilização e infiltração das águas pluviais na
drenagem urbana. Curitiba: s.n.
FLORES, Moacyr. (1996). Colonialismo e missões jesuíticas. Porto Alegre: Edições Est, 3ª. Ed.
GOMES, Roselene M.; QUEVEDO, Júlio. (2003). São Nicolau: primeira querência do Rio Grande.
Porto Alegre: Martins Livreiro. Col. Sete Povos.
GUARNIERI, Waldisa R. (1990). Conceito de cultura e sua inter-relação com o patrimônio cultural e
a preservação. Cadernos Museológicos, nº 3.
HARTMANN, Gelvam A.; AFONSO, Marisa C.; TRINDADE, Ricardo I. F. da. (2007).
Arqueomagnetismo e datação arqueomagnética: princípios e métodos. Revista do Museu de
Arqueologia e Etnologia, v. 17, p. 445-459.
HORTA, Maria de L. et al. (1999). Guia Básico de Educação Patrimonial. Brasília: Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Museu Imperial.
138
JANSEN, Robert B. (1980). Dams from the beginning. Extraído do site
http://ussdams.com/ussdeducation/Media/damsfrombegin.doc em 17 de abril de 2009.
KERN, Arno A. (1992). Missões: uma utopia política. Porto Alegre, Mercado Aberto.
KERN, Arno A. (1994). Aspectos teóricos e metodológicos da Arqueologia Histórica do Rio da Prata.
Artigo apresentado no 8 Congresso Nacional de Arqueologia Uruguaia, Maldonado, Policopiado.
KERN, Arno A et alli. (s.d). Missões jesuítico-guaranis: fontes bibliográficas. S.l.: MinC/ SPHAN-Pró-
memória/ Governo do RS.
LA SALVIA, Fernando. (1992). O Sítio Urbano da Missão de São Nicolau. In: Weimer, Günter.
Urbanismo no Rio Grande do Sul, Porto Alegre: EDUFRGS, p. 9-33.
MAESTRI, Mário. (2006). Uma breve história do Rio Grande do Sul da pré-história aos dias atuais: a
ocupação do território. Passo Fundo: UPF.
MARTÍ, Ramón. (1988). Hacia uma arqueología hidráulica: la gênesis del molino feudal em
Cataluña. In: Miquel Barceló. (Org.). Arqueología medieval en las afueras del medievalismo.
Editorial Crítica, p. 165-194.
MELIÁ, Bartolomeu.; SAUL, Marcos.; MURARO, Valmir. (1987). O guarani: uma bibliografia
etnológica. Santo Ângelo: Fundames.
MENESES, Ulpiano T. B. de. (1987). Identidade Cultural e Arqueologia IN: Cultura Brasileira,
Temas e Situações, Série Fundamentos, São Paulo: Ática.
MENZ, Maximiliano M. (2008). As ruínas do sonho jesuíta. História Viva, ano V, nº. 59, p.60-65,
2008.
MERILLAS, Olaia. (2003). La educación patrimonial : teoría y práctica para el aula, el museo e
Internet. Gijón, Asturias : Ediciones Trea.
MORETTI, Luiz R. (2001). Avaliação da erosão superficial em pequenas bacias hidrográficas rurais.
São Paulo.
139
NÓBILE, Juan.; DE LA PENNA, Juan.; BRIZIO, Victoria. (2002). Arqueología de la estância San
Miguel del Carcarañal. Actas del Primer Congreso Nacional de Arqueología Histórica
(Schávelzon, D y M, Silveira, eds), pp: 565-568. Editorial: Corregidor. Buenos Aires, Argentina.
NOGUEIRA, Carmen. (2007). O turismo, o reencontro e a redescoberta da região das missões. São
Paulo, Tese (Doutorado em Geografia) - FFLCH, USP.
PEARCE, S. M. (1996). Archaeological curatorship. London; New York : Leicester University Press.
PEREIRA, Ione; KERN, Arno A. (2008). Missões jesuíticas coloniais: um estudo dos planos
urbanos. Revista história em reflexão, vol. 2, n°. 4, Dourados, jul.-dez.
PEREIRA, Ione. (2008). Missão Jesuítica Colonial na Amazônia Meridional: Santa Rosa de Mojos
uma missão no espaço de fronteira (1743-1769). Tese (Mestrado em Arqueologia) – PUC RS.
PESAVENTO, Sandra; GOELZER, Ana. (orgs.). (2007). Fronteiras do mundo ibérico: patrimônio,
território e memória das Missões. Porto Alegre: Editora da UFRGS.
PONTE, Jorge.; FIGUEROA, Paola.; ZEFERINO, Carlos. (2002). “Donde Hubo Canales... Molinos
Quedan” Estudios Preliminares de um Molino Hidráulico en el Departamento de Luján,
Mendoza, Argentina. Actas del Primer Congreso Nacional de Arqueología Histórica
(Schávelzon, D y M, Silveira, eds), pp: 259-271. Editorial: Corregidor. Buenos Aires, Argentina.
POUJADE, Ruth. (2002). Problemática de la administracíon y gestión em Misiones. Actas del Primer
Congreso Nacional de Arqueología Histórica (Schávelzon, D y M, Silveira, eds), pp: 569-580.
Editorial: Corregidor. Buenos Aires, Argentina.
POUJADE, Ruth.; POUJADE, Carlos.; AUSTRAL, Antonio et alli. (2008). La política de las Misiones:
el Coty – Guazú de Santa Ana. CONSEJO Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas.
Missiones Jesuíticas: XII Jornadas Internacionales: interacciones y sentidos de la conversión.
Buenos Aires: CONICET, CD-Rom.
PRATA, Cristina. (2008). Arquitectura da água: fontes, chafarizes e tanques para o inventário do
patrimônio histórico edificado do Concelho de Palmela; Separata do boletim do Museu Municipal
de Palmela nº 8. Extraído do site http://www.cm-palmela.pt/NR/rdonlyres/630C2FD4-9566-452F-
8B6D-E9B548D32959/0/museus_suplemento.pdf.
PRODANOV, Cleber C. (2002). Cultura e sociedade mineradora: Potosi, 1569-1670. São Paulo:
Annablume.
RAMOS NETO, João O. Imersão ou aspersão? Uma história comparada do ritual batismal no
cristianismo. Extraído do site www.historiaehistoria.com.br no dia 20/02/2009.
REYNA, Santiago.; REYNA, Teresa.; LÁBAQUE, Maria et alli. (2008). Las obras hidráulicas
jesuíticas de Córdoba: base del desarollo económico de las estâncias. CONSEJO Nacional de
Investigaciones Científicas y Técnicas. Missiones Jesuíticas: XII Jornadas Internacionales:
interacciones y sentidos de la conversión. Buenos Aires: CONICET, CD-Rom.
140
REYNA, Santiago.; REYNA, Teresa.; LÁBAQUE, Maria et alli. (2008). Recuperación del
funcionamiento de tajamar jesuítico de la estancia colonia Caroya. Córdoba, Argentina.
CONSEJO Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas. Missiones Jesuíticas: XII
Jornadas Internacionales: interacciones y sentidos de la conversión. Buenos Aires: CONICET,
CD-Rom.
SÁ, Cristina C. (1982). Relatório da prospecção arqueológica realizada em São Miguel, RS, de 9 a
12 de março de 1982. Rio de Janeiro: s.c.e. Relatório técnico.
SANTOS, Júlio R. (1998). Aspectos das missões no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Martins
Livreiro. 4ª. Ed.
SAINT-HILAIRE, Auguste. (1974). Viagem ao Rio Grande do Sul. São Paulo/ Belo Horizonte:
Edusp/ Itatiaia.
SCHMIDT, Marcus V.; SILVA, Luis C.; MACHADO, Paulo F. dos S. et alli. (1995). Laudo ambiental
e estudos arqueológicos referentes à área destinada à implantação do “Parque Arqueológico da
Fonte Missioneira”, São Miguel das Missões, RS. São Miguel das Missões: s.c.e. Relatório
técnico.
SCHNITTER, Nicholas.; SMITH, Norman A.; MARTA, Manuel D. (1986). Comentários al artículo “La
presa de Ontígola y Felipe II”. REVISTA DE OBRAS PÚBLICAS, p. 527-541, Julio.
SEPP, Antônio. (1958). Algumas instruções relativas ao Governo Temporal das Reduções em suas
Fábricas, Sementeiras, Estâncias e outras fainas. Pesquisas, São Leopoldo, Inst. Anchietiano,
n. 2.
SEPP, Antônio. (1972). Viagem às missões jesuíticas e trabalhos apostólicos. São Paulo: Martins
Edusp.
SHA. (1993). The Society for Historical Archaeology. Standarts and Guidelines for the Curation of
Archaeological Collections. The Society for Historical Arcaheology Newsletter, vol.26, no.4.
SILVA, Fábio C. (2003). Estabilidade de taludes: o papel da proteção superficial. São Paulo,
Dissertação (Mestrado).
STASKI, Edward (ed.). (1987). Living in cities: current research in urban archaeology. S.l.: Society
for Historical Archaeology. Special Publication Series, nº. 5.
STASKI, Edward. (2002). Urban archaeology. ORSER, Charles O. Jr. (org.). Encyclopedia of
historical archaeology. Londres/ N. York: Routledge, p.546-549. Verbete.
STELLO, Vladimir. (2007). Intervenções nos sítios arqueológicos missioneiros de São João Batista
e São Lourenço Mártir. PESAVENTO, Sandra J.; GOELZER, Ana L. (orgs.). Fronteiras do
mundo ibérico: patrimônio, território e memória das Missões. Porto Alegre: Editora da UFRGS.
STASKI, Edward. (2008). Living in cities today. Historical Archaeology, v.42, nº. 1, p. 5-10.
TAPIA, Nicolas; BLANCO, Javier. (1985). La presa de Ontígola y Felipe II. REVISTA DE OBRAS
PÚBLICAS, p. 477-490, Mayo – Junio.
141
THADDEU, Vera. (2007). Projeto de prospecções arqueológicas na área do “Parque da Fonte”,
redução de São Miguel Arcanjo, São Miguel das Missões, RS. Porto Alegre: s.c.e. Relatório
Técnico.
THOMAS, Julian. (2002). Archaeologies of place and landscape. In: HODER, Ian. Archaeology
theory today. Cambridge: Blackwell Publishers.
TOMAZ, Plínio. (2003). Aproveitamento de água de chuva: para áreas urbanas e fins não potáveis.
São Paulo: Navegar.
ZANETTINI Arqueologia. (2008b). Organização da Reserva Técnica de São Miguel das Missões,
RS. Projeto de Catalogação e Armazenamento. São Paulo: s.c.e. Relatório técnico.
ZANETTINI Arqueologia. (2009). Monitoramento Arqueológico. Projeto São Francisco. Vila Bela da
Santíssima Trindade, Mato Grosso. São Paulo: s.c.e. Relatório técnico.
142
ANEXO 1
Planilha de Controle do Acervo
143
Programa de Prospecções Arqueológicas ANEXO 1
Parque Fonte Missioneira Sítio: São Miguel Arcanjo
São Miguel das Missões, RS. Sigla: SMA
Amostra de Carvão
Elementos de vestimentas
Elementos numismáticos
Fragmentos de Garrafas
Ferragens de Aberturas
Ossos humanos
Elementos de cozinha
Fragmentos de Potes
Cerâmica Acordelada
Elementos religiosos
Planos (Construtivo)
Cerâmica Torneada
Ornamental/ Lúdico
Elementos bélicos
Cerâmica Vidrada
Madeira
CAIXA
CAIXA
CAIXA
CAIXA
NÍVEL
Faiança Fina
Mamíferos
Porcelana
Picoteado
Toucador
Fármácia
PROVENIÊNCIA
Lascado
Faiança
Cravos
Itacuru
Outros
Outros
Polido
Bruto
Aves
Grés
Col Sup 1 sup 197 1694 1 65
Col Sup 2 sup 198 1695 1 65
Col Sup 3 sup 199 2 65
Col Sup 4 sup 200 1696 1 65
Col Sup 5 sup 201 1697 3 65
Col Sup 6 sup 202 1698 1 65
Col Sup 7 sup 203 1699 1 65
Col Sup 8 sup 204 1 65
Col Sup 9 sup 205 1700 1 65
Col Sup 10 sup 206 1701 1 65
Col Sup 11 sup 207 1702 1 65
Col Sup 12 sup 208 1703 1 65
Col Sup 13 sup 209 1704 1 65
Col Sup 14 sup 210 1705 1 65
Col Sup 15 sup 211 1706 1 65
Col Sup 16 sup 212 1707 1 65
Col Sup 17 sup 213 1708 3 65
Col Sup 18 sup 214 2 65
Col Sup 19 sup 215 1709 1 65
Col Sup 20 sup 216 1710 1 65
Col Sup 21 sup 217 1711 1 65
Col Sup 22 sup 218 1712 1 65
Col Sup 23 sup 219 1713 1 65
Col Sup 24 sup 220 1714 1 65
Col Sup 25 sup 221 1715 1 65
Col Sup 26 sup 222 1716 1 65
Col Sup 27 sup 223 1717 2 65
Col Sup 28 sup 224 1718 1 65
Col Sup 29 sup 225 1719 1 65
Col Sup 30 sup 226 2 65
Col Sup 31 sup 227 1720 1 65
Col Sup 32 sup 228 1721-1722 2 65
Col Sup 33 sup 229 1723 1 65
Col Sup 34 sup 230 1724 1 65
Col Sup 35 sup 231 1725 1 65
Col Sup 36 sup 232 1726 1 65
Col Sup 37 sup 233 1727 1 65
Col Sup 38 sup 234 1728 1 65
Col Sup 39 sup 235 1734 e 1749 2 65
Col Sup 40 sup 236 1730 1 65
Col Sup 41 sup 237 1731 1 65
Col Sup 42 sup 238 1732 1 65
Col Sup 43 sup 239 1733 1 65
Col Sup 44 sup 240 1735 1 65
Col Sup 45 sup 241 1736 1 65
Col Sup 46 sup 242 1737-1738 2 65
Col Sup 47 sup 243 1739-1740 2 65
Col Sup 48 sup 244 1741 1 65
Col Sup 49 sup 245 1742-1744 4 65
Página 1 de 10
Programa de Prospecções Arqueológicas ANEXO 1
Parque Fonte Missioneira Sítio: São Miguel Arcanjo
São Miguel das Missões, RS. Sigla: SMA
Amostra de Carvão
Elementos de vestimentas
Elementos numismáticos
Fragmentos de Garrafas
Ferragens de Aberturas
Ossos humanos
Elementos de cozinha
Fragmentos de Potes
Cerâmica Acordelada
Elementos religiosos
Planos (Construtivo)
Cerâmica Torneada
Ornamental/ Lúdico
Elementos bélicos
Cerâmica Vidrada
Madeira
CAIXA
CAIXA
CAIXA
CAIXA
NÍVEL
Faiança Fina
Mamíferos
Porcelana
Picoteado
Toucador
Fármácia
PROVENIÊNCIA
Lascado
Faiança
Cravos
Itacuru
Outros
Outros
Polido
Bruto
Aves
Grés
Col Sup 50 sup 246 1745-1747 3 65
Col Sup 51 sup 247 1748 1 65
Col Sup 52 sup 248 1729 1 65
Col Sup 53 sup 249 1750-1751 2 65
Col Sup 54 sup 250 1752 1 65
Trad A1 0-100 251 1753 1 65
Trad A1.1 80-90 252 1754 1 65
Trad A1.4 50-90 253
Trad B1 20-30 254
Trad B1 60-70 255
Trad C1 10-20 256
Trad C1.3 sup 257 1
Trad C4.1 0-60 258
Trad C4.2 0-60 259 1 65
Trad C17 30-40 260 1755-1757 4 65
Trad C17.3 20-50 261 1758-1763 9 65
Trad C17.4 sup 262 1764 1 65
Trad D1 10-20 263
Trad D1 60-70 264
Trad D1.1 0-50 265 1765-1766 1 65
Trad D1.2 0-100 266 1767 1 65
Trad D7 0-50 267 1768 1 65
Trad D9 10-20 268 1769 1 65
Trad D9.3 0-20 269
Trad D18 0-20 270 1770-1772 3 65
Trad D18.1 20-40 271 1773-1776 9 65
Trad D18.2 10-20 272 1777 1 65
Trad D18.3 0-10 273 1778-1782 5 65
Trad D18.4 0-10 274 1783-1784 6 65
Trad E4 30-40 275
Trad E5 0-50 276
Trad E5.1 20-30 277
Trad E5.2 10-20 278
Trad E5.3 0-10 279
Trad E5.3 50-60 280 1785 1 65
Trad F3 0-40 281
Trad F3.1 20-40 282
Trad F3.2 30-50 283
Trad F3.3 20-30 284
Trad F3.4 60-80 285 1786 1 65
Trad F4 20-30 286 1787-1788 2 65
Trad F4 50-60 287 1789 1 65
Trad F4 60-70 288 1790 1
Trad F4.1 0-60 289
Trad F4.2 0-60 290
Trad F4.3 0-60 291
Trad F4.5 0-70 292
Trad F4.5 Ampliação 0-70 293
Trad F5 0-40 294
Página 2 de 10
Programa de Prospecções Arqueológicas ANEXO 1
Parque Fonte Missioneira Sítio: São Miguel Arcanjo
São Miguel das Missões, RS. Sigla: SMA
Amostra de Carvão
Elementos de vestimentas
Elementos numismáticos
Fragmentos de Garrafas
Ferragens de Aberturas
Ossos humanos
Elementos de cozinha
Fragmentos de Potes
Cerâmica Acordelada
Elementos religiosos
Planos (Construtivo)
Cerâmica Torneada
Ornamental/ Lúdico
Elementos bélicos
Cerâmica Vidrada
Madeira
CAIXA
CAIXA
CAIXA
CAIXA
NÍVEL
Faiança Fina
Mamíferos
Porcelana
Picoteado
Toucador
Fármácia
PROVENIÊNCIA
Lascado
Faiança
Cravos
Itacuru
Outros
Outros
Polido
Bruto
Aves
Grés
Trad F5.1 40-50 295
Trad F5.4 0-10 296
Trad G2 10-20 297
Trad G2.2 20-30 298 1791 2 65
Trad G2.4 0-10 299
Trad G3 0-20 300 1792-1795 4 65
Trad G3 60-70 301 1796 1 65
Trad G4 0-30 302 1797-1799 3 65
Trad G4.1 0-10 303
Trad G4.2 0-60 304 1800 3 65
Trad G4.3 0-20 305
Trad G4.4 0-20 306
Trad G4.5 0-60 307 1801-1803 3 65
Trad G4.6 0-60 308 1804-1809 5 65
Trad G4.7 0-10 309
Trad G4.8 0-30 310 1810-1813 6 65 1 68
Trad G5 10-20 311 1814 1 65
Trad G5.1 20 312
Trad G5.2 12 313 1815 1 65
Trad G5.4 0-10 314 1816-1818 3 65
Trad G16 0-10 315 1819-1823 5 65
Trad G18 40-50 316
Trad H4 10-20 317
Trad H5 0-30 318 1824 1 65
Trad H5.1 0-10 319
Trad H5.3 0-20 320
Trad I6 60-70 321 1825 1 67
Trad I6 80-90 322
U.E. 1 0-50 323 1826-1827 1 65
U.E. 2 0-54 324 1828 1 67
U.E. 3 0-70 325 1829 1 65
U.E. 4 0-70 326
U.E. 5 0-33 327 1830
U.E. 6 0-63 328
U.E. 6 Ampliação 0-63 329 1831 1 65
U.E. 7 0-70 330 1832 1 65
U.E. 8 0-58 331 1833-1836 1 65
U.E. 9 0-66 332
U.E. 10 0-55 333 1837-1840 2 2 65
U.E. 11 0-54 334 1841 1 65
U.E. 12 0-72 335
U.E. 13 0-40 336
U.E. 14 0-65 337
U.E. 15 0-40 338
U.E. 16 0-70 339 1842-1843 2 65
U.E. 17 0-64 340 1844 1 67
U.E. 19 0-72 341
U.E. 20 0-65 342 1845 1 65
U.E. 22 0-40 343 1846 1 67
Página 3 de 10
Programa de Prospecções Arqueológicas ANEXO 1
Parque Fonte Missioneira Sítio: São Miguel Arcanjo
São Miguel das Missões, RS. Sigla: SMA
Amostra de Carvão
Elementos de vestimentas
Elementos numismáticos
Fragmentos de Garrafas
Ferragens de Aberturas
Ossos humanos
Elementos de cozinha
Fragmentos de Potes
Cerâmica Acordelada
Elementos religiosos
Planos (Construtivo)
Cerâmica Torneada
Ornamental/ Lúdico
Elementos bélicos
Cerâmica Vidrada
Madeira
CAIXA
CAIXA
CAIXA
CAIXA
NÍVEL
Faiança Fina
Mamíferos
Porcelana
Picoteado
Toucador
Fármácia
PROVENIÊNCIA
Lascado
Faiança
Cravos
Itacuru
Outros
Outros
Polido
Bruto
Aves
Grés
U.E. 23 0-80 344
U.E. 24 0-10 345 1847
U.E. 24 0-50 346 1848-1849 1 65
U.E. 25 0-10 347
U.E. 25 10-20 348
U.E. 25 60-80 349 1850-1851 2 65
U.E. 26 0-60 350
U.E. 27 0-30 351
U.E. 27 30-60 352
U.E. 28 0-65 353
Tanque - Coleta Aleatória sup 354 1852 1 65
Trad G4.9 40-60 355 1853-1859 8 65
Trad G4.10 0-30 356 1860-1862 1 65
Trad G4.11 0-10 357
Trad G4.12 10-30 358
Contexto G4 Quadra N13 0-40 359 1863-1960 124 65 4 67 21 4 68
Contexto G4 Quadra O13 0-40 360 1961-2038 88 65 1 67 2 68 5
Contexto G4 Quadra P13 Porção
0-40 361 2039-2103 72 65 1 1 67 3 67 9 4 68
Oeste
Contexto G4 Quadra M13 0-40 362 2104-2128 26 65 3 67 2 68 2
Contexto G4 Quadra M13 Porção
0-20 363 2129-2151 25 65 20 68
Norte
Contexto G4 Quadra M13 Porção
35 364 1 68
Norte
Terraço Sul - Quadra A4 0-30 365
Terraço Sul - Quadra A4 30-40 366 1 68
Terraço Sul - Quadra B3 0-30 367 2152-2155
Terraço Sul - Quadra B3 30-40 368 2156-2159
Terraço Sul - Quadra B4 0-30 369 1 68
Terraço Sul - Quadra B4 20 370 1 68
Terraço Sul - Quadra B5 0-30 371 1 68
Terraço Sul - Quadra B5 30-40 372
Terraço Sul - Quadra B5 40-50 373
Terraço Sul - Quadra B5 60-70 374 2160
Terraço Sul - Quadra C4 0-30 375
Terraço Sul - Quadra C4 30-40 376
Terraço Sul - Quadra C4 50-60 377
Terraço Sul - Quadra C5 0-30 378 2161 3 65
Terraço Sul - Quadra C5 30-40 379
Terraço Sul - Quadra C5 50-60 380
Terraço Sul - Quadra C5 60-70 381 2162-2164 3 66
Terraço Sul - Quadra C6 0-30 382
Terraço Sul - Quadra C6 40-50 383 2165 2 66
Terraço Sul - Quadra C6 50-60 384 2166-2169 4 1 66 1 68
Terraço Sul - Quadra C6 60-70 385 2170-2178 12 66 1 67
Terraço Sul - Quadra C6 70-80 386 1 68
Terraço Sul - Quadra C6 80-90 387 1 68
Contexto G4 Quadra W13 40-45 388 2179-2180 2 66
Página 4 de 10
Programa de Prospecções Arqueológicas ANEXO 1
Parque Fonte Missioneira Sítio: São Miguel Arcanjo
São Miguel das Missões, RS. Sigla: SMA
Amostra de Carvão
Elementos de vestimentas
Elementos numismáticos
Fragmentos de Garrafas
Ferragens de Aberturas
Ossos humanos
Elementos de cozinha
Fragmentos de Potes
Cerâmica Acordelada
Elementos religiosos
Planos (Construtivo)
Cerâmica Torneada
Ornamental/ Lúdico
Elementos bélicos
Cerâmica Vidrada
Madeira
CAIXA
CAIXA
CAIXA
CAIXA
NÍVEL
Faiança Fina
Mamíferos
Porcelana
Picoteado
Toucador
Fármácia
PROVENIÊNCIA
Lascado
Faiança
Cravos
Itacuru
Outros
Outros
Polido
Bruto
Aves
Grés
Contexto G4 Quadra O14 0-40 389 2181-2235 55 66 30 68
Contexto G4 Quadra O14 40-50 390 2236-2244 9 66 2 68
2245-2246 /
Contexto G4 Quadra O13 40-50 391 2 66
2303-2305
Contexto G4 Quadra M13 20-30 392 2247-2302 64 66 68
Contexto D18 Quadra D15 NW 0-60 393 2306-2307 2 66
Contexto D18 Quadra D20 NW 0-60 394 2308-2314 10 66
Contexto D18 Quadra D25 NW 0-60 395 1 66
Contexto D18 Quadra D20 S 0-30 396 2315-2317 3 66 1 68
Contexto D18 Quadra I15 NW 0-60 397 2318-2321 6 66
Contexto D18 Quadra I20 0-30 398 2322-2333 25 66
Contexto D18 Quadra I21 E 0-30 399 2334-2340 12 66 1
Contexto D18 Quadra I25 NW 0-60 400 2341-2342 2 66
Contexto D18 Quadra N15 NW 0-60 401 2343-2344 2 66
Contexto D18 Quadra N20 NW 0-60 402 2345-2347 2 66 1 67
Contexto D18 QuadraN25 NW 0-20 403 2348-2349 2 66
Contexto D18 Quadra R15 SW 0-60 404 2350-2352 5 66 1
Contexto D18 Quadra R20 SW 0-60 405 2353-2355 3 66
Terraço Sul - Quadra B7 30-40 406 2356-2357 2 66
Terraço Sul - Quadra B7 40-50 407 2358 1 66
Terraço Sul - Quadra B7 50-60 408 2359 1 66
Terraço Sul - Quadra C3 30-40 409 2360 1 66
Terraço Sul - Quadra D9 410
Vertente Sudeste da Fonte - Trad 1 411
Página 5 de 10
Programa de Prospecções Arqueológicas ANEXO 1
Parque Fonte Missioneira Sítio: São Miguel Arcanjo
São Miguel das Missões, RS. Sigla: SMA
Elementos Construtivos
NÚMEROS INDIVIDUAIS
NÚMEROS DE LOTE
Cerâmica de Revestimento
Pedras Decorativas
Telhas Capa-Canal
Telhas Francesas
Louças Sanitárias
CAIXA
Outros
NÍVEL
Argamassas
PROVENIÊNCIA Observações
Ladrilho
Outros
Adobe
Tijolos
Col Sup 1 sup 197 1694
Col Sup 2 sup 198 1695
Col Sup 3 sup 199
Col Sup 4 sup 200 1696
Col Sup 5 sup 201 1697
Col Sup 6 sup 202 1698
Col Sup 7 sup 203 1699
Col Sup 8 sup 204
Col Sup 9 sup 205 1700
Col Sup 10 sup 206 1701
Col Sup 11 sup 207 1702
Col Sup 12 sup 208 1703
Col Sup 13 sup 209 1704
Col Sup 14 sup 210 1705
Col Sup 15 sup 211 1706
Col Sup 16 sup 212 1707
Col Sup 17 sup 213 1708
Col Sup 18 sup 214
Col Sup 19 sup 215 1709
Col Sup 20 sup 216 1710
Col Sup 21 sup 217 1711
Col Sup 22 sup 218 1712
Col Sup 23 sup 219 1713
Col Sup 24 sup 220 1714
Col Sup 25 sup 221 1715
Col Sup 26 sup 222 1716
Col Sup 27 sup 223 1717
Col Sup 28 sup 224 1718
Col Sup 29 sup 225 1719
Col Sup 30 sup 226
Col Sup 31 sup 227 1720
Col Sup 32 sup 228 1721-1722
Col Sup 33 sup 229 1723
Col Sup 34 sup 230 1724
Col Sup 35 sup 231 1725
Col Sup 36 sup 232 1726
Col Sup 37 sup 233 1727
Col Sup 38 sup 234 1728
Col Sup 39 sup 235 1734 e 1749
Col Sup 40 sup 236 1730
Col Sup 41 sup 237 1731 1 70
Col Sup 42 sup 238 1732
Col Sup 43 sup 239 1733
Col Sup 44 sup 240 1735
Col Sup 45 sup 241 1736
Col Sup 46 sup 242 1737-1738
Col Sup 47 sup 243 1739-1740
Col Sup 48 sup 244 1741
Col Sup 49 sup 245 1742-1744 2 70
Página 6 de 10
Programa de Prospecções Arqueológicas ANEXO 1
Parque Fonte Missioneira Sítio: São Miguel Arcanjo
São Miguel das Missões, RS. Sigla: SMA
Elementos Construtivos
NÚMEROS INDIVIDUAIS
NÚMEROS DE LOTE
Cerâmica de Revestimento
Pedras Decorativas
Telhas Capa-Canal
Telhas Francesas
Louças Sanitárias
CAIXA
Outros
NÍVEL
Argamassas
PROVENIÊNCIA Observações
Ladrilho
Outros
Adobe
Tijolos
Col Sup 50 sup 246 1745-1747
Col Sup 51 sup 247 1748
Col Sup 52 sup 248 1729
Col Sup 53 sup 249 1750-1751
Col Sup 54 sup 250 1752
Trad A1 0-100 251 1753 3 70
Trad A1.1 80-90 252 1754
Trad A1.4 50-90 253 5 70
Trad B1 20-30 254 1 69
Trad B1 60-70 255 1 69
Trad C1 10-20 256 1 69
Trad C1.3 sup 257 69
Trad C4.1 0-60 258 3 70
Trad C4.2 0-60 259 1 70
Trad C17 30-40 260 1755-1757
Trad C17.3 20-50 261 1758-1763
Trad C17.4 sup 262 1764
Trad D1 10-20 263 1 70
Trad D1 60-70 264 1 70
Trad D1.1 0-50 265 1765-1766 19 1 1 1 70
Trad D1.2 0-100 266 1767 6 1 70
Trad D7 0-50 267 1768 1 70
Trad D9 10-20 268 1769 2 70
Trad D9.3 0-20 269 1 70
Trad D18 0-20 270 1770-1772
Trad D18.1 20-40 271 1773-1776
Trad D18.2 10-20 272 1777
Trad D18.3 0-10 273 1778-1782
Trad D18.4 0-10 274 1783-1784
Trad E4 30-40 275 1 70
Trad E5 0-50 276 6 70
Trad E5.1 20-30 277 3 70
Trad E5.2 10-20 278 2 70
Trad E5.3 0-10 279 2 70
Trad E5.3 50-60 280 1785
Trad F3 0-40 281 3 70
Trad F3.1 20-40 282 2 70
Trad F3.2 30-50 283 4 70
Trad F3.3 20-30 284 1 70
Trad F3.4 60-80 285 1786
Trad F4 20-30 286 1787-1788
Trad F4 50-60 287 1789 2 1 70
Trad F4 60-70 288 1790
Trad F4.1 0-60 289 1 70
Trad F4.2 0-60 290 1 70
Trad F4.3 0-60 291 3 70
Trad F4.5 0-70 292 1 70
Trad F4.5 Ampliação 0-70 293 8 1 70
Trad F5 0-40 294 3 1 70
Página 7 de 10
Programa de Prospecções Arqueológicas ANEXO 1
Parque Fonte Missioneira Sítio: São Miguel Arcanjo
São Miguel das Missões, RS. Sigla: SMA
Elementos Construtivos
NÚMEROS INDIVIDUAIS
NÚMEROS DE LOTE
Cerâmica de Revestimento
Pedras Decorativas
Telhas Capa-Canal
Telhas Francesas
Louças Sanitárias
CAIXA
Outros
NÍVEL
Argamassas
PROVENIÊNCIA Observações
Ladrilho
Outros
Adobe
Tijolos
Trad F5.1 40-50 295 2 70
Trad F5.4 0-10 296 1 70
Trad G2 10-20 297 1 70
Trad G2.2 20-30 298 1791
Trad G2.4 0-10 299 3 70
Trad G3 0-20 300 1792-1795 2 70
Trad G3 60-70 301 1796
Trad G4 0-30 302 1797-1799 3 70
Trad G4.1 0-10 303 2 70
Trad G4.2 0-60 304 1800 20 70
Trad G4.3 0-20 305 4 70
Trad G4.4 0-20 306 1 70
Trad G4.5 0-60 307 1801-1803 5 72
Trad G4.6 0-60 308 1804-1809 41 11 1 73
Trad G4.7 0-10 309 4 69
Trad G4.8 0-30 310 1810-1813 4 69 Outros-Osteo: dentes
Trad G5 10-20 311 1814 2 69
Trad G5.1 20 312 20 69
Trad G5.2 12 313 1815 15 69
Trad G5.4 0-10 314 1816-1818 15 69
Trad G16 0-10 315 1819-1823
Trad G18 40-50 316 1 69
Trad H4 10-20 317 3 69
Trad H5 0-30 318 1824 2 69
Trad H5.1 0-10 319 1 69
Trad H5.3 0-20 320 2 69
Trad I6 60-70 321 1825
Trad I6 80-90 322 1 69
U.E. 1 0-50 323 1826-1827 22 1 4 74
U.E. 2 0-54 324 1828 11 74
U.E. 3 0-70 325 1829 25 74
U.E. 4 0-70 326 3 72 1 Outros: Argila
U.E. 5 0-33 327 1830 1 1 69
U.E. 6 0-63 328 2 72
U.E. 6 Ampliação 0-63 329 1831 23 2 74 3 Outros: Argilas
U.E. 7 0-70 330 1832 8 69
U.E. 8 0-58 331 1833-1836 25 1 3 1 71 3 Outros: Argilas
U.E. 9 0-66 332 5 4 1 69
U.E. 10 0-55 333 1837-1840 21 69
U.E. 11 0-54 334 1841 4 69
U.E. 12 0-72 335 3 69
U.E. 13 0-40 336 3 69
U.E. 14 0-65 337 5 1 69
U.E. 15 0-40 338 2 69
U.E. 16 0-70 339 1842-1843
U.E. 17 0-64 340 1844 4 69
U.E. 19 0-72 341 3 69
U.E. 20 0-65 342 1845 5 69
U.E. 22 0-40 343 1846 41 71
Página 8 de 10
Programa de Prospecções Arqueológicas ANEXO 1
Parque Fonte Missioneira Sítio: São Miguel Arcanjo
São Miguel das Missões, RS. Sigla: SMA
Elementos Construtivos
NÚMEROS INDIVIDUAIS
NÚMEROS DE LOTE
Cerâmica de Revestimento
Pedras Decorativas
Telhas Capa-Canal
Telhas Francesas
Louças Sanitárias
CAIXA
Outros
NÍVEL
Argamassas
PROVENIÊNCIA Observações
Ladrilho
Outros
Adobe
Tijolos
U.E. 23 0-80 344 22 74
U.E. 24 0-10 345 1847 1 Parte da fonte
U.E. 24 0-50 346 1848-1849 30 1 1 73
U.E. 25 0-10 347 29 1 72
U.E. 25 10-20 348 21 71 2 Outros: Argilas
U.E. 25 60-80 349 1850-1851 6 69
U.E. 26 0-60 350 12 1 69
U.E. 27 0-30 351 5 69
U.E. 27 30-60 352 3 69
U.E. 28 0-65 353 29 1 71
Tanque - Coleta Aleatória sup 354 1852 4 1 3 70 Pedras: 1 com argamassa
Trad G4.9 40-60 355 1853-1859 4 72
Trad G4.10 0-30 356 1860-1862 26 2 2 81
Trad G4.11 0-10 357 4 72
Trad G4.12 10-30 358 7 72
Contexto G4 Quadra N13 0-40 359 1863-1960 353 2 4 1 76 Outros-Osteo: dente
77
Contexto G4 Quadra O13 0-40 360 1961-2038 515 14 2 2
78
Contexto G4 Quadra P13 Porção
0-40 361 2039-2103 415 2 75 Outros-Osteo: dente
Oeste
Contexto G4 Quadra M13 0-40 362 2104-2128 33 3 74
Contexto G4 Quadra M13 Porção
0-20 363 2129-2151 12 72
Norte
Contexto G4 Quadra M13 Porção
35 364 Estrutura
Norte
Terraço Sul - Quadra A4 0-30 365 9 72
Terraço Sul - Quadra A4 30-40 366
Terraço Sul - Quadra B3 0-30 367 2152-2155 18 4 72
Terraço Sul - Quadra B3 30-40 368 2156-2159 1 4 72
Terraço Sul - Quadra B4 0-30 369 9 72
Terraço Sul - Quadra B4 20 370
Terraço Sul - Quadra B5 0-30 371 28 73
Terraço Sul - Quadra B5 30-40 372 3 1 72
Terraço Sul - Quadra B5 40-50 373 3 72
Terraço Sul - Quadra B5 60-70 374 2160 4 1 72
Terraço Sul - Quadra C4 0-30 375 3 73
Terraço Sul - Quadra C4 30-40 376 2 72
Terraço Sul - Quadra C4 50-60 377 6 73
Terraço Sul - Quadra C5 0-30 378 2161 2 73
Terraço Sul - Quadra C5 30-40 379 2 73
Terraço Sul - Quadra C5 50-60 380 5 81
Terraço Sul - Quadra C5 60-70 381 2162-2164 2 81
Terraço Sul - Quadra C6 0-30 382 5 81
Terraço Sul - Quadra C6 40-50 383 2165 2 81
Terraço Sul - Quadra C6 50-60 384 2166-2169 2 81
Terraço Sul - Quadra C6 60-70 385 2170-2178 1 81 Lascado: ?
Terraço Sul - Quadra C6 70-80 386
Terraço Sul - Quadra C6 80-90 387
Contexto G4 Quadra W13 40-45 388 2179-2180 3 81
Página 9 de 10
Programa de Prospecções Arqueológicas ANEXO 1
Parque Fonte Missioneira Sítio: São Miguel Arcanjo
São Miguel das Missões, RS. Sigla: SMA
Elementos Construtivos
NÚMEROS INDIVIDUAIS
NÚMEROS DE LOTE
Cerâmica de Revestimento
Pedras Decorativas
Telhas Capa-Canal
Telhas Francesas
Louças Sanitárias
CAIXA
Outros
NÍVEL
Argamassas
PROVENIÊNCIA Observações
Ladrilho
Outros
Adobe
Tijolos
79
Contexto G4 Quadra O14 0-40 389 2181-2235 237 5 5
80
Contexto G4 Quadra O14 40-50 390 2236-2244 28 81
2245-2246 /
Contexto G4 Quadra O13 40-50 391 7 1 5 3 81
2303-2305
Contexto G4 Quadra M13 20-30 392 2247-2302 6 1 81 1
Contexto D18 Quadra D15 NW 0-60 393 2306-2307
Contexto D18 Quadra D20 NW 0-60 394 2308-2314
Contexto D18 Quadra D25 NW 0-60 395
Contexto D18 Quadra D20 S 0-30 396 2315-2317 2 81 2 Outros: bolotas
Contexto D18 Quadra I15 NW 0-60 397 2318-2321
Contexto D18 Quadra I20 0-30 398 2322-2333 81 3 Outros: bolotas
Contexto D18 Quadra I21 E 0-30 399 2334-2340 1 81
Contexto D18 Quadra I25 NW 0-60 400 2341-2342
Contexto D18 Quadra N15 NW 0-60 401 2343-2344
Contexto D18 Quadra N20 NW 0-60 402 2345-2347 1 81 Picoteado: Boleadeira
Contexto D18 QuadraN25 NW 0-20 403 2348-2349
Contexto D18 Quadra R15 SW 0-60 404 2350-2352 2 81
Contexto D18 Quadra R20 SW 0-60 405 2353-2355
Terraço Sul - Quadra B7 30-40 406 2356-2357
Terraço Sul - Quadra B7 40-50 407 2358
Terraço Sul - Quadra B7 50-60 408 2359
Terraço Sul - Quadra C3 30-40 409 2360
Terraço Sul - Quadra D9 410 2 81
Vertente Sudeste da Fonte - Trad 1 411 1 81
Página 10 de 10
ANEXO 2
Coordenadas UTM – Etapa 1
Coordenada UTM
Pontos Descrição
(datum SAD 69)
1 21 J 739376 6838919 Acúmulo de rochas
2 21 J 739395 6838965 Acúmulo de rochas
3 21 J 739361 6838956 Coleta de superfície
4 21 J 739451 6838987 Coleta de superfície
5 21 J 739446 6838986 Coleta de superfície
6 21 J 739447 6838984 Coleta de superfície
7 21 J 739435 6838989 Coleta de superfície
8 21 J 739419 6838988 Coleta de superfície
9 21 J 739417 6838994 Coleta de superfície
10 21 J 739400 6838987 Coleta de superfície
11 21 J 739394 6838991 Coleta de superfície
12 21 J 739389 6839060 Sítio 3
13 21 J 739351 6838577 Sítio 2
14 21 J 739592 6838671 Sítio 4
15 21 J 739616 6838651 Amassador de Barro
16 21 J 739309 6838984
Face Norte do Parque da Fonte Missioneira
17 21 J 739487 6838971
Pto 004 07/02 21 J 739479 6838564 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 005 07/02 21 J 739475 6838572 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 006 07/02 21 J 739476 6838569 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 007 07/02 21 J 739479 6838567 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 008 07/02 21 J 739479 6838568 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 009 07/02 21 J 739479 6838567 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 010 07/02 21 J 739478 6838567 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 011 07/02 21 J 739478 6838567 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 012 07/02 21 J 739478 6838569 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 013 07/02 21 J 739475 6838572 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 014 07/02 21 J 739479 6838572 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 015 07/02 21 J 739480 6838572 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 016 07/02 21 J 739483 6838573 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 017 07/02 21 J 739482 6838572 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 018 07/02 21 J 739480 6838573 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 019 07/02 21 J 739481 6838571 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 020 07/02 21 J 739482 6838568 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 021 07/02 21 J 739479 6838570 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 022 07/02 21 J 739478 6838570 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 023 07/02 21 J 739478 6838569 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 024 07/02 21 J 739478 6838567 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 025 07/02 21 J 739482 6838569 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 026 07/02 21 J 739481 6838568 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 027 07/02 21 J 739480 6838567 Coleta de superfície Contexto D18
144
Coordenada UTM
Pontos Descrição
(datum SAD 69)
Pto 028 07/02 21 J 739480 6838569 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 029 07/02 21 J 739476 6838573 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 030 07/02 21 J 739476 6838571 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 031 07/02 21 J 739478 6838569 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 032 07/02 21 J 739480 6838569 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 033 07/02 21 J 739478 6838566 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 034 07/02 21 J 739477 6838568 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 035 07/02 21 J 739475 6838570 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 036 07/02 21 J 739475 6838569 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 037 07/02 21 J 739474 6838569 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 038 07/02 21 J 739474 6838569 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 039 07/02 21 J 739472 6838566 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 040 07/02 21 J 739472 6838565 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 041 07/02 21 J 739473 6838564 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 042 07/02 21 J 739468 6838568 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 043 07/02 21 J 739467 6838570 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 044 07/02 21 J 739470 6838567 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 045 07/02 21 J 739453 6838574 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 046 07/02 21 J 739478 6838572 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 047 07/02 21 J 739465 6838577 Coleta de superfície Contexto D18
Pto 048 07/02 21 J 739466 6838576 Coleta de superfície Contexto D18
145
ANEXO 3
Tipos de solo identificados nas tradagens e nas Unidade de Escavação
146
Amostra de Sedimento UE7
• Ibidem descrição da “Amostra de Sedimento Tipo 1”. Porém, há grãos mais
grossos de argila (1 a 2mm) e presença de raras radículas de vegetação
recentemente abatida.
147
UE18 (entre 65 e 85 cm)
• Ibidem (igual a UE18 até 20 cm).
148
ANEXO 4
Laudo do engenheiro florestal
149
LAUDO TÉCNICO
IDENTIFICAÇÃO
Responsável Técnico
150
Programa de Prospecções Arqueológicas ANEXO 5
Parque Fonte Missioneira
São Miguel das Missões, RS.
CONTEXTO G4 - superfície
(Quadra
Total)
M13 NE 0,85 275 274,15
SW 0,89 275 274,11
SE 0,9 275 274,1
NW 0,85 275 274,15
NE 0,8 275 274,2
N13
(Quadra
Total)
NE 1,26 275 273,74
M13
SW 1,26 275 273,74
SE 1,27 275 273,73
NW 1,26 275 273,74
NE 1,25 275 273,75
N13