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Ser mãe é uma caixinha de surpresas. Toda mulher está preparada, mas não sabe. Quando
chega a hora está lá, como item de fábrica.
Ser mãe é ver a barriga crescer fazendo planos. E esses são os únicos 9 meses (em alguns
casos 7) em que você vai ter tempo para isso.
Porque ser mãe é viver um dia de cada vez, uma fralda de cada vez, uma mamada, uma
soneca, manha, beicinho. Tudo de cada vez.
Ser mãe é saber que é hora de quê, sem olhar no relógio. É não ver o dia passar. É saber
que o mês passou só quando perguntam quanto tempo o seu filho tem.
É escolher com o quê ter paciência. É descobrir uma nova mulher em si a cada dia.
É não se importar com o resto do mundo, mas chorar ao pensar em que mundo seu filho
vai crescer.
Ser mãe é não pensar tanto no futuro. É ter vontade de olhar fotos antigas para ver com
quem ele realmente se parece.
Ser mãe, aliás, é achar que um dia ele é a sua cara, mas no outro de seu só tem o pé.
Ser mãe é achar tudo lindo, tudo engraçado, tudo novo. É estar atenta as descobertas sem
interferir muito. É aplaudir o acerto e ser firme no erro.
Ser mãe é não ter sono. Ou ter e fingir que ele não existe. É deixar de lado a vaidade, mas
se achar linda com olheiras e tudo.
Ser mãe, para a maioria, é esquecer (pelo menos um pouco) que existe estria, celulite, salto
alto, bijuteria.
Ser mãe é ser polvo. É ter quantos braços forem necessários para carregar o carrinho, a
bolsa, a chupeta, o paninho, o brinquedo e o filho. Ufa...
Ser mãe é conseguir. Conseguir amamentar, deixar na escola, com a babá, deixar crescer. É
conseguir entender o choro e deixar chorar.
Ser mãe é ficar parada na beira do berço. É dizer “Deus te abençoe”. É entender que o amor
existe em diversas formas, inclusive nessa, tão pura e transparente.
É sentir dor nas costas, nas pernas, nos braços. E não sentir mais nada quando um sorriso
se abre, quando um choro começa ou a tosse dispara.
Ser mãe é discutir com o pediatra, é questionar o medicamento, é acreditar nas dicas da
avó.
Ser mãe é ter e ouvir os instintos. É ser leoa, ave de rapina. É ser desconfiada como a
raposa e ágil como a lebre.
Ser mãe é ser filha também. É mais aprender do que ensinar e mais ensinar do que
aprender.
Ser mãe é conviver. É deixar que convivam. É aproveitar cada fase do filho e de ser mãe.
É correr pro abraço, esquecer o cansaço e trocar a fralda, preparar o banho, a mamadeira e
escolher a roupa, tudo ao mesmo tempo.
É ter o coração quente, os olhos cheios de lágrimas, os braços cheios de força e a cabeça
repleta de idéias e preocupações.
É, desde o exame positivo, nunca mais estar sozinha, e mesmo sozinha, ter em quem
pensar. É estar perto mesmo longe.
É não deixar que o tempo pare e é achar que passa rápido demais.