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Despensa Vazia?

Deus é provedor
Texto Bíblico
Já fui jovem e agora sou velho, mas nunca vi o justo desamparado, nem seus filhos
mendigando o pão.
(Sl 37:25)

Verdade Prática
Mesmo em meio à escassez, cremos que o Senhor é poderoso para suprir, em glória, todas
as nossas necessidades.

1.1 O mover de Deus e a provisão


1.1.1 A provisão no Antigo Testamento
Quando os israelitas viram aquilo, começaram a perguntar uns aos outros: "Que é
isso? ", pois não sabiam do que se tratava. Disse-lhes Moisés: "Este é o pão que o
Senhor lhes deu para comer.
(Ex 16:15)
1.1.2 O Deus que multiplica
Vinte pães e algumas espigas alimentam cem homens. (2Rs 4.42-44);
Cinco pães e dois peixes alimentam 5.000 homens. (Jo 6.5-13).
1.1.3 O Deus da provisão
Uma viúva alimenta o profeta Elias. (1Rs 17.8-16).
A multiplicação do azeite da viúva. (2Rs 4.1-7).
1.1.4 A provisão no Novo Testamento
Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava
unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham.
(At 4:32)
Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as
vendiam, traziam o dinheiro da venda
e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de
cada um. (At 4:34,35)
1.1.5 A provisão na Igreja do primeiro século
No presente momento, a fartura de vocês suprirá a necessidade deles, para que, por
sua vez, a fartura deles supra a necessidade de vocês. Então haverá igualdade,
(2Co 8:14)
O que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil com as mãos, para
que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade. (Ef 4:28)
1.1.6 Amor ao próximo. Amor de ação, obras
Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se
compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus?
Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.
(1Jo 3:17,18)
Interação
Deus é fiel e tem cuidado de nós. Muitas vezes somos provados pela escassez, como a viúva
que foi até o profeta Eliseu, mas nesses momentos podemos também ver o agir do Pai
Celeste. Ele nos surpreende com o milagre da provisão. Ninguém deseja sofrer privações,
todavia as intempéries da vida são sempre uma boa oportunidade para o nosso crescimento
espiritual. É o que nos ensina a Palavra de Deus: “E sabemos que todas as coisas contribuem
juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu
decreto” (Rm 8.28). Basta-nos confiar na suficiente graça de Deus. Ela, e somente ela, nos
basta!

Orientação Pedagógica
Conversemos a respeito das atitudes do crente diante de uma situação de escassez. Os
israelitas, durante a jornada pelo deserto, por várias vezes, foram provados com a escassez
de água e alimento. Porém, eles sempre murmuravam contra o Senhor. A murmuração
demonstrava a falta de fé deles. As atitudes relacionadas a seguir devem marcar a vida dos
que creem no Senhor.

Introdução
Precisamos aprender acerca do cuidado do Senhor para conosco e a disposição que
devemos ter em cuidar e socorrer os necessitados. Ele multiplica nossos recursos, fazendo
com que haja o bastante para todas as nossas carências básicas. Sim, Deus utiliza o que
temos para alimentar os famintos (2 Rs 4.42-44). No Novo Testamento, o apóstolo João
exorta-nos à prática do amor verdadeiro; um sentimento que nos constrange a ser solícitos
uns com os outros e a buscar o bem dos necessitados (1 Jo 3.17,18).
2 Lutando contra o imprevisto
2.1 A viuvez
Sem dinheiro e uma grande dívida. Eis a “herança” de uma pobre mulher, que fora
surpreendida pela repentina morte do esposo, cuja atividade era servir aos profetas do Deus
Altíssimo (2 Rs 4.1). Apesar de fiel, o homem deixou a família em uma situação calamitosa,
pois não havia comida em casa nem meios de subsistência para a viúva e os dois filhos. A
forma como a mulher dirige-se ao homem de Deus demonstra a sua situação desesperadora,
pois provavelmente ela não tinha nenhum familiar para auxiliá-la.
Não obstante, ela não poderia, passivamente, ver os filhos padecerem de fome e, ainda,
correndo o risco de serem levados como escravos como pagamento da dívida do pai. Por
isso, for buscar ajuda, recorrendo ao profeta Eliseu, pois sabia que, como homem de Deus,
poderia interceder por toda a família. E você, o que faz quando o imprevisto bate à sua
porta? Desespera-se ou vai ao Senhor? Ir a Deus significa conversar com Ele e crer em sua
provisão (Sl 147.7-9; At 17.25).

2.2 A dívida
A Bíblia não revela o valor da dívida deixada pelo falecido, mas o certo é que era uma alta
soma, pois seria necessário dar os dois filhos do casal como escravos para quitar o débito (2
Rs 4.1). De acordo com a lei, o devedor que não pudesse pagar o seu débito era obrigado a
servir ao credor até ao ano do Jubileu (Lv 25.39,40).
O credor estava amparado pela lei; ninguém podia repreendê-lo. Não era incomum um
israelita vender-se como escravo ou dar algum membro de sua família para saldar dívidas
(Êx 21.7; Ne 5.5). Tal situação ensina-nos que é preciso pensar no futuro de nossa família
bem como sermos zelosos com as nossas finanças, pois caso sobrevenha-nos um imprevisto,
os nossos não sofrerão determinados constrangimentos.

2.3 A solução
A mulher foi ao encontro de Eliseu, ciente de que, através dele, o Todo-Poderoso interviria.
A viúva fez algo incomum, pois raramente as mulheres conversavam com os homens sem
serem convidadas. Contudo, aquela pobre viúva não poderia intimidar-se com as
convenções humanas. A família dependia dela para sobreviver e ela, igualmente, precisava
de ajuda. Foi então que a pobre mulher decidiu aproximar-se de Eliseu e relatou a sua triste
história, levando o profeta a encher-se de compaixão. Eliseu realiza o milagre da
multiplicação do azeite e, com a venda deste, a viúva liquida o débito do esposo e tem para
si uma reserva financeira (2 Rs 4.1-7). Ainda que não consigamos enxergar, Deus sempre
tem uma solução nos momentos de angústia (Sl 50.15).

3 O Deus que age com o que você tem


3.1 A botija de azeite
Quando Eliseu perguntou à viúva sobre o que ela tinha em casa, a resposta imediata da
mulher foi que não havia nada além de uma botija de azeite (2 Rs 4.2). Essa pequena
quantidade de azeite era insignificante, mas nas mãos do Senhor tornou-se muito. Note, o
profeta usou o que a mulher tinha em casa.
Eliseu orientou-a a pedir vasos emprestados aos vizinhos, todos quantos pudesse pegar. E
depois que estivesse com as vasilhas em casa, ela deveria fechar a porta e despejar o azeite
nelas. O azeite cessou de jorrar da pequena botija quando não havia mais vasilhas. O Deus
que servimos é um Deus de milagres. Ele multiplica o pouco que temos (1 Rs 17.14).
3.2 A farinha na panela
Após dizer que haveria seca em Israel (1 Rs 17.1), o profeta Elias recebeu a ordem divina de
ir à Sarepta, porque ali residia uma viúva que o sustentaria (1 Rs 17.8,9). É paradoxal
imaginar Elias sendo sustentado por uma mulher viúva. Entretanto, o Senhor não se esquece
dos seus filhos e desejava usar essa situação para amparar aquela mulher necessitada, pois
Ele trabalha com o pouco que temos. Mesmo sem condições, a viúva preparou uma refeição
para o profeta e este disse que o Senhor Deus não deixaria faltar farinha na panela e nem
azeite na botija (1 Rs 17.16).

3.3 Cinco pães e dois peixes


Cinco pães de cevada e dois peixinhos (Jo 6.9) foram suficientes para Jesus alimentar uma
grande multidão (Jo 6.10). Para o Senhor Jesus o lanche oferecido pelo rapaz era o suficiente,
pois ainda sobraram doze cestos cheios de pedaços de pães (Jo 6.13). Mais uma vez vemos
Deus multiplicando o pouco que temos. Ele jamais despede os seus filhos de mãos vazias.

4 A Providência Divina
4.1 No Antigo Testamento
Encontramos a provisão divina para alimentar Israel (Êx 16.15). Assim, vemos Deus agindo
na natureza e em sua criação (Êx 16.13-21; 1 Rs 17.4-6), operando grandes milagres de
multiplicação (2 Rs 4.1-7). A ocorrência desses sinais ensina-nos a depender do Senhor dia
após dia.

4.2 No Novo Testamento


Além dos milagres para a provisão de alimentos, o Novo Testamento apresenta também a
disposição de homens e mulheres em ajudar uns aos outros, repartindo tudo o quanto
possuíam (At 4.32-37). Esses irmãos desfrutavam de um sentimento de unidade, que os
levava a vender seus bens trazendo-os para a igreja, a fim de que o valor fosse dividido
conforme as necessidades dos santos (At 4.36,37). O que os movia era o amor fraternal que
Cristo tanto ensinou (Jo 15.9-17). Aprendamos, pois, com a Igreja do século I e pratiquemos
a generosidade e a verdadeira comunhão.

4.3 Na atualidade
Deus pode prover alimento para os seus filhos da maneira que Ele quiser, porém, convida-
nos a fazer parte dessa gloriosa missão que é socorrer àqueles que passam por privações
(Rm 12.9-21). O apóstolo Paulo exorta-nos a trabalhar para repartir com aqueles que
passam por dificuldades (2 Co 8.14; Ef 4.28), Tiago fala da fé sem obras (Tg 2.14-17), e João
do amor “só de palavras” (1 Jo 3.16-18). Através da nossa vida, Deus deseja sustentar os
necessitados. Não sejamos negligentes com a nossa nobre missão.

Conclusão
A história do povo de Deus é marcada por milagres e provisões, pois o Senhor tem cuidado
do seu povo e o seu zelo é notório. Todavia, não podemos nos esquecer de praticar o amor
que o Senhor Jesus nos ensinou “Ame o seu próximo como a si mesmo”. (Mc 12.31). O apóstolo
Paulo deixou um rico ensinamento: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos”
(Gl 6.10). Deus pode e quer usar a nossa vida no alívio ao sofrimento dos que nos rodeiam.
Assistamos ao nosso próximo como gostaríamos de ser assistidos (1 Jo 3.16-18).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Vida Cristã


“Eliseu deu uma resposta surpreendente à viúva quando ela lhe contou seu problema. ‘Que
te hei de fazer?’ — Eliseu perguntou. Sua reação, com respeito à mulher, parecia de
frustração por ela ter vindo a ele. O que queres que eu faça sobre isso? É o que o profeta
parece ter-lhe respondido. Acredito que ele estava simplesmente fazendo com que ela
confiasse apenas em Deus, e desviasse a atenção dos recursos humanos. Infelizmente, o
Cristianismo atual é muito orientado por celebridades. ‘Se eu pudesse pelo menos falar com
o pastor Fulano’. ‘Se eu pudesse ter o profeta Sicrano para orar por mim, Deus viria ao
encontro de minha necessidade’. Como cristãos, devemos somente tocar a orla das vestes
de Jesus, e de mais ninguém. Eliseu sabia que não poderia ajudar a viúva com seus limitados
recursos. Todavia, ajudou-a a manter a fé na direção certa.
Eliseu estava guiando a viúva necessitada à fonte de seu milagre. A sabedoria e o auxílio de
Deus ultrapassam qualquer outra coisa que alguém possa fazer por você. Desta maneira,
busque-o sempre e ponha sua confiança nEle” (BARNETT, T. Há um milagre em sua casa: A
solução de Deus começo com o que você tem. 9.ed., RJ: CPAD, 2007, pp.30,31).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“A Igreja é também chamada a ser uma comunidade com solicitude e responsabilidade
sociais. Infelizmente, esta vocação tem sido minimizada ou negligenciada entre muitos
evangélicos e pentecostais. É possível que muitos crentes sinceros tenham receio de se
tornar modernistas ou rumar na direção do assim chamado ‘evangelho social’, caso se
envolvam em ministérios que visem o atendimento social. Haveria fundamento para tal
receio se esse tipo de obra fosse levado a extremos malsãos e deixasse de lado verdades
eternas ao oferecer alívio temporário. Por outro lado, o descuido com as necessidades
sociais representa o abandono de um vasto número de admoestações bíblicas dirigidas ao
povo de Deus, no sentido de serem cumpridas essas obrigações. O ministério de Jesus
caracterizava-se pela compaixão amorosa a todos os sofredores e indigentes deste mundo
(Mt 25.31-46). Idêntica solicitude é demonstrada tanto nos escritos proféticos do Antigo
Testamento (Is 1.15-17) quanto nas epístolas neo-testamentárias (Tg 1.27). Expressar o
amor de Cristo de modo tangível pode ser um meio vital de a Igreja cumprir a missão que
lhe foi confiada por Deus. Assim como todos os aspectos da missão (ou propósito) da Igreja,
é essencial que nossos motivos e métodos visem fazer tudo para a glória de Deus” (HORTON,
S. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 1996, pp.555-
56).

Referências
 Lições Bíblicas CPAD, 2012, 3º Trimestre, Lição 6

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