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Procura-se uma igreja servidora

Texto Bíblico
Quando terminou de lavar-lhes os pés, Jesus tornou a vestir sua capa e voltou ao seu lugar.
Então lhes perguntou: "Vocês entendem o que lhes fiz?
(João 13.12 NVI)

Introdução
Associamos a última noite do Senhor às instruções sobre a celebração da Ceia do Senhor, para
comermos em sua memória. Mas muita coisa mais aconteceu durante aquela refeição. Ensinos
preciosos que são a base de quem quer ser verdadeiro(a) discípulo(a) do Senhor.

1. O maior amor do mundo


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Um pouco antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que havia chegado o tempo em
que deixaria este mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo,
amou-os até o fim.

O Senhor Jesus sempre esteve consciente da sua missão, propósito e vontade de Deus: “sabendo
Jesus que...”. E mais, ele possui um constante e paciente amor por seu povo: “tendo amado os
seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”.
Mesmo sabendo que seus discípulos estavam para abandoná-lo, de maneira vergonhosa, em
seguida, mesmo sabendo da fraqueza e imperfeição da parte deles, nosso bendito Senhor não
nutriu pensamentos amáveis a respeito deles. Jesus não se cansou deles e os amou até ao fim.
O amor de Cristo para com os pecadores é a essência do evangelho. Ele nos amou e se
preocupou conosco, antes mesmo de o conhecermos. Por amor ele veio ao mundo para salvar-
nos, assumir a natureza humana, viver como um de nós, levar sobre si os nossos pecados e
morrer em nosso favor, na cruz. Que mistério, que amor!
Jesus é fonte inesgotável de amor, misericórdia que refletem o amor de Deus. Jesus é Deus, ele
é, portanto, amor. Amor que excede o entendimento, maior que qualquer outro e de qualquer
pessoa. É um amor que acolhe: “Ainda que me abandonem pai e mãe, o Senhor me acolherá.”
(Sl 27.10).

Toda pessoa, que quer salvação, pode e deve vir a Cristo. O pior dos pecadores pode vir a Jesus
e confiar nele para obter perdão. Este amável Salvador se deleita em receber os pecadores. Por
isso “[...] os fariseus e os mestres da lei o criticavam: "Este homem recebe pecadores e come
com eles". (Lc 15.2).

E nós, que já viemos a Ele e cremos, continuemos andando com ele, sem medo. Como que fez
com os discípulos, amando-os até o fim, Jesus nunca o abandonará por causa de suas falhas. Os
que são dele são preservados por Ele, serão amados até o fim. Sua promessa jamais falhará:
“Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. [de modo nenhum
o lançarei fora]” (Jo 6.37).

2. Não basta conhecer Jesus


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Estava sendo servido o jantar, e o diabo já havia induzido Judas Iscariotes, filho de
Simão, a trair Jesus.

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Judas era um dos doze apóstolos. Foi escolhido pelo próprio Senhor Jesus, como foram os
demais. Durante três anos em que andou com Cristo, contemplou os milagres, ouviu as
mensagens e viu muitas provas da misericórdia, da bondade e da divindade de nosso Senhor.
Apesar disso, ele é possuído por Satanás e caminha para a destruição.
Judas serve de alerta a todos os crentes. Alguém pode declarar uma profunda experiência
religiosa e, apesar disso, mostrar, ao final, que nunca se converteu. Como é inútil possuir
elevados privilégios, ser chamado por Cristo, andar com ele e comer à mesa com ele sem
valorizar isso, sem tomar posse da graça que é Cristo e utilizar para o seu próprio bem.
Ter privilégios sem se apossar da graça divina pela fé (Ef 2.8) não salva ninguém; poderá sim
tornar maior e mais pesada a condenação.
Judas nos mostra como é inútil apenas o conhecimento intelectual. Saber quem é Jesus, falar de
Jesus sem verdadeiramente entregar o coração para ele, para que ele seja nosso Senhor e
Salvador de nada nos valerá. Estas são lições terríveis, mas são verdadeiras.

3. O ensino pelo exemplo


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Jesus sabia que o Pai havia colocado todas as coisas debaixo do seu poder, e que viera
de Deus e estava voltando para Deus;
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assim, levantou-se da mesa, tirou sua capa e colocou uma toalha em volta da cintura.
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Depois disso, derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos seus discípulos,
enxugando-os com a toalha que estava em sua cintura.

Mais uma vez: “Jesus sabia”. E agora é nos dito que ele recebeu poder, autoridade e uma missão
da qual ele já estava voltando. Nada foi por acaso na vida de Jesus. Deus em sua sabedoria e
soberania planejara tudo de antemão.
O que se segue é muito significativo. Jesus foi admirável realizar um ato tão servil com tanta
facilidade. Jesus, ao lavar os pés de seus servos, causou-lhes surpresa. Mas o ato e o resultado
dessa atitude são muito significativos.
Lavar os pés era uma tarefa de servo, realizada por um empregado quando se chegasse num
encontro. Não havia nenhum empregado com eles e nenhum dos discípulos ofereceu-se para
lavar os pés de todos. Jesus lava durante a refeição e não na chegada como era o costume. Era
parte do ensino. Era uma lição de humildade, serviço desinteressado e que ele mostraria na cruz.
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Chegou-se a Simão Pedro, que lhe disse: "Senhor, vais lavar os meus pés? "
7
Respondeu Jesus: "Você não compreende agora o que estou lhe fazendo; mais tarde,
porém, entenderá".
8
Disse Pedro: "Não; nunca lavarás os meus pés". Jesus respondeu: "Se eu não os lavar,
você não terá parte comigo".
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Respondeu Simão Pedro: "Então, Senhor, não apenas os meus pés, mas também as
minhas mãos e a minha cabeça! "
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Respondeu Jesus: "Quem já se banhou precisa apenas lavar os pés; todo o seu corpo
está limpo. Vocês estão limpos, mas nem todos".
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Pois ele sabia quem iria traí-lo, e por isso disse que nem todos estavam limpos.

Outra vez Pedro com sua precipitação, impetuoso, humildade talvez; parece querer dizer ao
Senhor o que ele deveria fazer, como se comportar. Pedro não estava compreendendo que via.
A coragem, a atitude e a determinação são insuficientes se não tivermos nossa mente e nosso
espírito esclarecidos pelo Senhor. Precisamos admitir que o pecado, desde a Queda, nos roubou

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a clareza e distorce a nossa visão das coisas espirituais. “Você não compreende agora o que
estou lhe fazendo; mais tarde, porém, entenderá”. Ponha a confiança em Jesus, ele sabe o que
faz. Pedro entenderia isso mais tarde.
A resposta de Jesus aponta para ele. Pedro e todos os demais precisavam ser purificados. (v 8).
12
Quando terminou de lavar-lhes os pés, Jesus tornou a vestir sua capa e voltou ao seu
lugar. Então lhes perguntou: "Vocês entendem o que lhes fiz?
13
Vocês me chamam ‘Mestre’ e ‘Senhor’, e com razão, pois eu o sou.
14
Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês também
devem lavar os pés uns dos outros.
15
Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz.".

Eis uma lição prática e muito clara, transmitida pelo Senhor Jesus. “Eu lhes dei o exemplo” (v
14). A humildade é um dos ensinos desta lição. Se o Filho de Deus, o Rei dos reis, realizou o
humilde serviço de escravo, não existe coisa alguma que seus discípulos possam achar ser
menos importante ou digna para que façam. Eis o exemplo do Senhor para a sua igreja.
O orgulho é um pecado ofensivo e prejudicial, mas a humildade é uma virtude altamente
recomendada. “Sejam todos humildes uns para com os outros” (1Pe 5.5). “Pois quem se exalta
será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Lc 18.14).

“5 Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, 6 que, embora sendo Deus, não considerou
que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; 7 mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser
servo, tornando-se semelhante aos homens. 8 E, sendo encontrado em forma humana,
humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!” (Fp 2.5-8).

Conclusão
O ensino de Jesus é muito claro: ele nos amou, amou os seus até o fim. Ele nunca foi pego de
surpresa, ele sabia de tudo: que seria traído, que sua missão incluía morrer, mas que também
ressuscitaria e voltaria para Deus, o Pai.
Jesus sendo mestre e Senhor agiu como servo de todos e quer que os seus façam o mesmo.
O grande ensino prático nessa passagem é sobre humildade. Uma igreja servidora é
principalmente humilde. Essa é a atitude do seu mestre, Jesus o dono da igreja. “quem quiser
tornar-se importante entre vocês deverá ser servo” (Mt 20.26).

Que igreja estamos sendo? Que sejamos essa igreja serva, que está aqui com uma missão servir
como nosso mestre e Senhor serviu. Uma igreja servidora abençoa, ora uns pelos outros, dentro
e fora. Socorre os necessitados, conforta e viabiliza todos os dias nas suas casas, nas escolas, no
trabalho, na sociedade, onde estiverem a implantação do Reino de Deus no coração das pessoas.

Referências
 Bíblia de Estudo NVI, Ed. Vida
 RYLE, J. C. Meditações no Evangelho de João. Editora Fiel: São José dos Campos, 2000

Pregada
 07/11/2021 - OBPC Joanópolis

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