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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE GOIÁS

GABINETE DO AUDITOR MARCOS ANTÔNIO BORGES


Processo nº 201500047001320/303

MANIFESTAÇÃO CONCLUSIVA DE AUDITORIA 456/2016

Processo nº: 201500047001320/303


Origem: Tribunal de Contas do Estado de Goiás
Interessado: Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Recursos
Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos
Metropolitanos - Secima
Assunto: AUDITORIA OPERACIONAL

I - RELATÓRIO

1. Trata-se de relatório da Gerência de Fiscalização do


Tribunal de Contas do Estado de Goiás, versando sobre Auditoria
Operacional – AOP realizada no Sistema de Gestão de Recursos
Hídricos, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Recursos Hídricos,
Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos – SECIMA, com
abrangência no período compreendido entre março a junho de 2015.

2. A Auditoria teve como objeto avaliar o processo de


formulação e implementação da política estadual de gestão dos
recursos hídricos, com base nos fundamentos e objetivos estabelecidos
em lei e nos instrumentos técnicos pertinentes.

3. Após a conclusão dos trabalhos de auditoria, a Gerente


de Fiscalização encaminhou os autos ao Conselheiro Relator (fls. TCE
063).

4. Em atenção ao Despacho nº 745/2015, da lavra do


Conselheiro Relator, o órgão auditado encaminhou justificativas e
documentos às fls. TCE 071/144.

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE GOIÁS - PÇA. DR. PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA Nº 332 CENTRO GOIÂNIA GOIÁS - CEP 74.003-010 - FONE 3201- 9000
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5. Instado a se manifestar, o Ministério Público de Contas


solicitou a atuação prévia da Unidade Técnica, acerca das justificativas
apresentadas pela Secretaria auditada (fls. TCE 146/147).

6. Por meio da Instrução Técnica nº 01/2016, a Gerência


de Fiscalização – Supervisão V entendeu que os documentos e
justificavas acostados aos autos não acrescentaram fatos diferentes
aos apresentados anteriormente, no momento destinado aos
Comentários do Gestor, cuja análise se encontra no item VI, do
Relatório, fls. TCE 049/052.

7. Em seguida, o Conselheiro Relator encaminhou os autos


para apreciação desta Auditoria.

8. É o relatório.

II – FUNDAMENTAÇÃO

9. A competência desta Corte para realizar, por iniciativa


própria, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades dos Poderes do
Estado e nas demais entidades mantidas pelo poder público estadual
encontra fundamento na Lei Orgânica desta Corte – Lei Estadual n°
16.168, de 11 de dezembro de 2007 (art. 85) e em seu Regimento
Interno – Resolução n° 22/2008 (arts. 225 e 226).

10. A respeito dessa fiscalização, versa o art. 239, II, do


Regimento Interno desta Corte de Contas:

Art. 239. Auditoria é o instrumento de fiscalização utilizado pelo


Tribunal de Contas do Estado, em cumprimento ao plano de
fiscalização, para:

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I – (...)
II – avaliar o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionados,
assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades
governamentais, quanto aos aspectos de economicidade,
eficiência, eficácia e efetividade dos atos praticados; (grifo nosso)

11. Por sua vez, as normas e procedimentos de Auditoria de


Natureza Operacional – ANOP estão previstas na Resolução Normativa
nº 01/2006 TCE-GO.

12. A Auditoria teve como objetivo avaliar as estratégias,


ações e mecanismos adotados no âmbito da gestão de recursos
hídricos de Goiás, para o gerenciamento e garantia dos mesmos, de
forma eficaz e sustentável.

13. Para o alcance do objetivo da auditoria, a equipe


designada pela Portaria nº 261/2015 (fls. TCE 002), pautou-se nos
seguintes enfoques elencados no bojo do Relatório (fls. TCE 012):

I. planejamento das ações em relação às estratégias e


requisitos técnicos e legais pertinentes;

II. concessão de outorgas, com base nos critérios e normas


técnicas correlatas;

III. disponibilização e aplicação dos recursos financeiros com


base nas normas legais correspondentes, e,

IV. implantação de sistema de informações para a avaliação e


controle do uso dos recursos hídricos.

14. Durante os trabalhos teóricos e de campo, a equipe


técnica constatou irregularidades e deficiências nas áreas pesquisadas,
em síntese:

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“3.1. Ausência de planejamento no âmbito estadual para o


gerenciamento dos recursos hídricos;

3.2. Insuficiência de recursos financeiros para atender a demanda


e não disponibilidade dos recursos da compensação financeira das
hidrelétricas de acordo com a legislação;

4.1. Deficiência na concessão e controle de outorgas de direito de


uso de recursos hídricos;

4.2. Ausência de outorgas para lançamento de efluentes;

4.3. Falta de fiscalização dos empreendimentos outorgados e dos


irregulares ou clandestinos;

5.1. Deficiências do sistema de informação e não disponibilização


dos dados e informações à sociedade;

5.2. Ausência de avaliação e monitoramento da gestão estadual de


recursos hídricos;”

15. Após análise dos comentários do gestor acerca dos


achados de auditoria, sugeriu que o relatório, após deliberação do
Plenário, seja enviado ao Secretário de Meio Ambiente, Recursos
Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos, para a
elaboração do cronograma de adoção de medidas necessárias à
implementação das recomendações elencadas no item VIII do Relatório
(fls. TCE 055/058).

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16. Cabe ressaltar que, de acordo com a Resolução


Normativa nº 001/006, após a conclusão do relatório preliminar, a
equipe de auditoria o encaminhará ao gestor, concedendo-lhe prazo de
15 (quinze) dias para apresentar as considerações que entender
necessárias; concluído o relatório, já com as considerações do gestor, a
Divisão responsável pela auditoria o submeterá à apreciação do
Conselheiro Relator que após ouvir o Ministério Público, o submeterá ao
Plenário para deliberação, no prazo de 30 (trinta) dias; após a
deliberação do Tribunal Pleno, se for o caso, será concedido prazo ao
Gestor para encaminhar ao Tribunal o cronograma de adoção das
medidas necessárias à implementação das recomendações elencadas
no relatório, com o nome dos responsáveis pela implementação das
mesmas (art. 6º, 7º e 8º).

17. Sendo assim, tendo em vista que as fragilidades


constatadas no decorrer da Auditoria comprometem a qualidade e o
uso sustentável dos recursos hídricos no Estado de Goiás e que a
implementação das recomendações elencadas no Relatório poderão
contribuir para o estabelecimento das mudanças necessárias e para a
boa gestão destes recursos, faz-se necessário o prosseguimento do
trâmite estabelecido na Resolução Normativa nº 001/2006, com a
elaboração e implementação, pelo Gestor, do cronograma de adoção
de medidas, para posterior monitoramento.

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III - CONCLUSÃO

18. Pelo exposto, considerando a importância das


auditorias operacionais na atuação dos Tribunais de Contas e a
relevância do trabalho realizado pela Unidade Técnica desta Corte,
opino pelo conhecimento do presente relatório e sugiro ao Conselheiro
Relator que o submeta à apreciação do Tribunal Pleno, concedendo
prazo para que o Gestor da SECIMA encaminhe a esta Corte de Contas
cronograma de adoção das medidas necessárias à implementação das
recomendações elencadas, com o nome de seus responsáveis, em
cumprimento ao art. 8º da Resolução Normativa nº 001/2006 – TCE/GO.

19. E, após a análise do cronograma de adoção de


medidas, se for o caso, seja determinada a inclusão do respectivo
Monitoramento, no Plano de Fiscalização 2017.

20. Ao Conselheiro Relator, para os fins regimentais.

GABINETE DO AUDITOR MARCOS ANTÔNIO BORGES,


Goiânia, 31 de maio de 2016.

Marcos Antônio Borges


Auditor Substituto de Conselheiro

cepm

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Digitally signed by MARCOS ANTONIO BORGES:30934974187
Date: 2016.06.02 11:16:54 -03:00
Reason: Assinado Digitalmente.

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