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Não se pode fazer história sem o fato histórico, isto é evidente. Os fatos históricos são
sempre fatos humanos, já que a história é uma ciência do passado humano. Estes fatos,
por sua vez, são dados fragmentados de um determinado evento, pois não se consegue
deparar-se com tudo que se deu durante o acontecimento de um certo momento
histórico (afinal, o homem não vivencia o passado para compreendê-lo). Sendo assim,
os fatos passados são escolhas feitas pelo sujeito do conhecimento (o historiador), o
qual se utiliza deles por considerar estes capazes de explicarem um momento histórico.
Assim, os fatos históricos são acontecimentos escolhidos pelo historiador para explicar
um momento histórico. O historiador volta-se ao passado devido a um problema em que
se depara no presente e não como meio de descrever o passado pura e simplesmente.
Historicismo é o que até aqui denominamos por Escola Metódica, ou seja, um fazer
histórico que vê o historiador como um sujeito que tem a função de resgatar o passado
como ele é. Se contrapondo a isso, temos a Escola dos Annales que defende que isso é
impossível e que, portanto, cabe ao historiador elaborar o passado, isto é, reconstruí-lo
segundo o seu próprio momento histórico e as indagações que este suscita sobre aquele
passado que se visa reconstruir.
Na medida em que se considera a história uma ciência do homem no tempo, nota-se que
o historiador volta ao passado não para resgatá-lo, mas para reconstruí-lo segundo o
presente. Sendo assim, é a partir de um problema presente que nos voltamos ao passado
e este é elaborado levando em consideração o presente. Portanto, o historiador precisa
estar voltando ao passado sem se perder nele, mas tendo consciência que sua volta a ele
é devido a um problema presente e sua elaboração dele é condicionada pelo presente
também. Esse movimento de vaivém do presente ao passado podemos denominar de
movimento reflexivo que o historiador depende para fazer história.