Você está na página 1de 45

Organização e Manutenção

do Prontuário das
Instalações Elétricas.
Montagem e administração.
Eng Glauber Maurin
19/10/2012
- 2° edição -

Este documento traz informações necessárias aos futuros representantes da administração para o
Prontuário das Instalações Elétricas da Empresa. Capacitando-os na organização e administração das
informações a serem disponibilizadas aos funcionários e auditores.
2

APOSTILHA
ORGANIZAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PIE – PRONTUÁRIO DAS INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS – NR10
2° edição

Realização:

Eng Glauber Maurin


eletroAlta serviços elétricos ltda
(16) 3615-3601
maurin@eletroalta.com.br
www.eletroalta.com.br

out/2012.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


3

CONTEÚDO:

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................................. 5
OBJETIVO ......................................................................................................................................................................................... 6
CONCEITOS SOBRE A NR10 ................................................................................................................................................... 7
SENSIBILIZAÇÃO DA DIRETORIA ........................................................................................................................................ 9
DEFINIÇÕES .................................................................................................................................................................................. 10
EMENTA ........................................................................................................................................................................................... 13
CUMPRIMENTO REQUISITOS LEGAIS, CONFORME NR10.................................................................................... 13
ADIÇÃO DE COMPONENTES IMPORTANTES ............................................................................................................... 14
SISTEMA DE ARQUIVAMENTO E MANUTENÇÃO DO PIE....................................................................................... 15
DISPONIBILIDADE DOS DOCUMENTOS AOS ENVOLVIDOS ................................................................................ 17
DOCUMENTAÇÕES QUE COMPÕEM O PIE - PRONTUÁRIO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ........... 18
DIAGRAMA UNIFILAR ............................................................................................................................................................... 19
CONJUNTO DE PROCEDIMENTOS E INSTRUÇÕES TÉCNICAS E ADMINISTRATIVAS DE
SEGURANÇA E SAÚDE, IMPLANTADAS E RELACIONADAS A ESTA NR E DESCRIÇÃO DAS
MEDIDAS DE CONTROLE EXISTENTES......................................................................................................................... 19
DOCUMENTAÇÃO DAS INSPEÇÕES E MEDIÇÕES DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA
DESCARGAS ATMOSFÉRICAS E ATERRAMENTOS ELÉTRICOS ...................................................................... 20
ESPECIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL E O
FERRAMENTAL ............................................................................................................................................................................ 23
DESENERGIZAÇÃO ................................................................................................................................................................... 24
EXTRA BAIXA TENSÃO............................................................................................................................................................. 24
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA ................................................................................................................ 25
ESPECIFICAÇÃO DE EPC, EPI E FERRAMENTAL ....................................................................................................... 26
DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA DA QUALIFICAÇÃO, HABILITAÇÃO, CAPACITAÇÃO,
AUTORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES E DOS TREINAMENTOS REALIZADOS. ................................... 28
RESULTADOS DOS TESTES DE ISOLAÇÃO ELÉTRICA REALIZADOS EM EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA ............................................................................................................................. 29
CERTIFICAÇÕES DOS EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS EM ÁREAS CLASSIFICADAS ... 29
RELATÓRIO TÉCNICO DAS INSPEÇÕES ATUALIZADAS COM RECOMENDAÇÕES, CRONOGRAMAS
DE ADEQUAÇÕES ...................................................................................................................................................................... 30
DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PARA EMERGÊNCIAS ............................................................................... 32
CERTIFICAÇÕES DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E
INDIVIDUAL ................................................................................................................................................................................... 33
VESTIMENTA ................................................................................................................................................................................. 34
RESPONSABILIDADES PELO PIE ....................................................................................................................................... 37
PRAZOS E REVISÕES ............................................................................................................................................................... 38
A REVISÃO DOS ELEMENTOS CONSTANTES DO PIE ............................................................................................. 38
COMO SE COMPORTAR EM UM AUDITORIA ................................................................................................................ 40
RESPONSABILIDADES............................................................................................................................................................. 43

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


4

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


5

INTRODUÇÃO:

Com a revisão da Norma Regulamentadora número 10 do Ministério do Trabalho


e Emprego, muito se têm dito e muito mais ainda dúvidas foram criadas neste assunto.
Este trabalho tenta esclarecer algumas destas dúvidas, de uma maneira mais
prática em que um profissional da área elétrica possa realizar sua árdua tarefa de
“ORGANIZAR E MANTER O PRONTUÁRIO DAS INSTALAÇÕES ELÈTRICAS” de sua
empresa.
A partir da portaria do MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO n º 598 de
07.12.2004, a Norma Regulamentadora NR10 foi revisada e os trabalhadores que
interagem, direta ou indiretamente, em instalações elétricas e serviços com eletricidade
passaram a ter estabelecido os requisitos e condições mínimas para medidas de controle e
sistemas preventivos, de forma a garantir sua segurança e a sua saúde.
Na grande maioria das instalações elétricas que encontramos em nosso país, o
conhecimento técnico dos profissionais envolvidos vem sendo o fator determinante nas
condições de segurança. Verificamos nitidamente que onde os profissionais que interagem
ou executam os serviços relacionados possuem uma qualificação adequada (nível técnico
apropriado) para a função, às instalações elétricas são executadas e mantidas dentro das
mínimas condições de segurança. O fator econômico vem em segundo plano, pois mesmo
os poucos recursos de investimento devem ser empregados com qualidade.

Figura 1 - Trabalho seguro.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


6

OBJETIVO:

O conjunto de informações desta apostila serve como base para o profissional


na elaboração do PIE - “Prontuário das Instalações Elétricas” da empresa.
Lembrando-se que cada empresa possui suas particularidades. Não existe uma
“receita de bolo” a seguir, mas sim o repasse de nossa experiência no assunto para que o
profissional possa dentro das características das suas instalações, seus recursos
disponíveis e dos demais profissionais envolvidos, elaborar e manter o conjunto de
documentos, desenhos e planilhas que compõem seu prontuário.
Para o processo de implantação, outros conhecimentos da NR10 e normas
técnicas da ABNT são necessários.

Figura 2 - Risco de choque elétrico.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


7

CONCEITOS SOBRE A NR10

A NR10 é uma norma trabalhista com o objetivo de garantir a segurança e a


saúde de todos os trabalhadores, tanto os que trabalham diretamente nas manutenções e
operações com energia elétrica, quanto os que a usam para suas atividades no trabalho.
A NR10 abrange a segurança em instalações elétricas nos locais de trabalho e a
segurança em serviços em eletricidade.
As primas leis da segurança do trabalho são:
1° - Eliminar o perigo, caso não consiga;
2° - Medidas para redução ou controle do risco no âmbito coletivo, caso isso
não seja suficiente;
3° - O controle com o uso de EPI - Equipamentos de Proteção Individual.
Quando o assunto é eletricidade, dificilmente imaginamos a eliminação do
perigo, isto é, como seria não possuir a eletricidade em nossas vidas?
Neste mundo moderno, cada vez mais somos dependente dela. Cada vez mais
utilizamos a corrente elétrica para mover a nossa economia e conforto. Então, nos cabe a
adoção das medidas de controle para minimizar o seu risco.
O choque elétrico é o efeito que mais ajuizamos, mas a eletricidade também
pode causar queimaduras devido ao arco elétrico, radiações eletromagnéticas e outros
riscos adicionais ligados ao trabalho, entre eles, quedas, ferimentos, picadas de animais
peçonhentos, etc.
As instalações elétricas nos locais de trabalho deverão ser adequadas às
características do local, as atividades exercidas e os equipamentos utilizados. Em particular,
as medidas de proteção e componentes da instalação devem ser selecionadas de acordo
com as influências externas, tais como:
 As competências das pessoas que usam a instalação: pessoas inadvertidas,
crianças, incapacitados, advertidos, qualificados;
 Contato das pessoas com a potencial referência “terra” local: locais
condutivos ou não condutivos, contato provável, contato permanente, etc;
 Influências ambientais: a presença de água (umidade, vapores, chuvas, etc),
a presença de corpos sólidos (poeira, fagulhas, etc);
 Natureza das matérias processadas ou armazenadas: áreas classificadas
(inflamáveis ou explosivas);
 Resistência elétrica do corpo humano: seca, úmida, molhada, imersa;
 E, qualquer outro fator que possa incrementar significativamente o risco
elétrico ou outros riscos adicionais;
A NR10 estabelece os princípios gerais de segurança, deixando para as NORMAS
TÉCNICAS as regras específicas das instalações elétricas.
No Brasil, o órgão oficial das normas técnicas brasileiras é a ABNT – Associação
Brasileira de Normas Técnicas. As principais normas relativas às instalações elétricas no
nosso país são:
a) NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão;

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


8

b) NBR 14039 - Instalações elétricas de média tensão de 1,0 KV a 36,2 KV;


c) NBR 5418 - Instalações elétricas em atmosferas explosivas;
d) NBR 13534 - Instalações elétricas em estabelecimentos assistenciais de saúde -
Requisitos para segurança;
e) NBR 13570 - Instalações elétricas em locais de afluência de público - Requisitos
específicos;
f) NBR 14639 - Posto de serviço - Instalações elétricas.
g) NBR 5419 – Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas
No caso de nenhuma norma técnica oficial brasileira cumprir este papel, deve-se
remeter às normas técnica internacionais.

Figura 3 - Zona de Risco e Zona de Controle.

O entendimento sobre o conceito de Zona de Controle e Zona de Risco é um dos


fundamentos para a elaboração de medidas de controle.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


9

SENSIBILIZAÇÃO DA DIRETORIA:

O comprometimento da alta direção é fundamental para o sucesso do trabalho.


“O segredo da existência humana consiste não somente em viver, mas
ainda encontrar o motivo para viver” - Dostoievski.
A motivação, ainda é um grande desafio para as empresas, e cada vez mais
deve ser preocupação, pois é o combustível que nos faz funcionar.

Figura 4 - Motivação depende do ponto de vista.

Por meio da motivação, há melhoria nos processos internos, dos produtos,


envolvimento e comprometimento.
Quando a empresa realiza pesquisa de satisfação, é visível que a produtividade
aumenta, quando as pessoas são motivadas de forma particular, através do
desenvolvimento de suas capacidades, do reconhecimento dos objetivos, das tarefas e de
seu valor, tanto por parte da chefia como pelo grupo que pertence. Não se esquecendo da
recompensa através do seu salário, premiações, entre outras coisas etc.
Hoje, o valor do trabalho está passando por transformações e sofrendo uma
quebra de seus paradigmas.
Quando há o envolvimento da alta direção, dando importância ao trabalho,
cobrando prazos e metas, nos faz “girar a roda”, nos mantém motivados.
Nada mais básico para criar o envolvimento da alta direção do que mostrar os
números (dinheiro) e a responsabilidade que a ausência deste trabalho pode causar. Multas,
acidentes de trabalho, etc. Além do gasto monetário direto, causam outras perdas que
chegam a ser desmesuradas, como: custas advocatícias, perícias, multiplicação de ações
trabalhistas pelo mesmo fator causador, baixa produtividade, perda de capacidade de
produção, marca da empresa atrelada as más notícias, perda de valor de ações da
empresa, publicidade negativa, etc.
Os números, a PORTARIA Nº 126, DE 3 DE JUNHO DE 2005, publicada no
DOU de 06.06.2005, inclui no Anexo II da NR-28 os códigos de ementa e as respectivas
infrações para os subitens da NR10. Se uma empresa for auditada e não possuir nenhum
dos elementos que formam o PIE, isto é, não cumprir os itens: 10.2.1 a 10.2.7, 10.8.1 a
10.8.8.1, pode receber multas em torno de R$ 32.764,00 (março/2009). Com prazo para a
regularização e novas auditorias posteriormente. Se a auditoria for motivada por um
acidente ocorrido, a mão ficará ainda mais pesada.
A empresa sofrerá um processo civil e/ou criminal. Como a empresa não vai
para a cadeia, são seus representantes que serão intimados. Tem maior fator motivacional
para a alta direção.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


10

Seu papel é levar a informação e gerar a necessidade, você deverá cumpri-lo e


se resguardar de uma corresponsabilidade, registrando tudo, afinal quem não sabe do dito
popular: “A corda sempre quebra no lugar mais fraco”!
Item da
NR 10 REQUISITO MULTA
Ministério do Trabalho
(Infração) e Emprego (M.T.E.)

10.2.4 FALTA de Prontuário de Instalações Elétricas UFIR = de 2.252 a 6.304


de R$4.362,57 a
(I4) (para carga instalada superior a 75 KW) R$12.212,11

10.2.4.b Prontuário SEM Laudo SPDA UFIR = de 1.129 a 3.284


de R$2.187,10 a
(I2) R$6.361,76

10.2.4.d FALTA de documentação comprobatória dos treinamentos UFIR = de 1.129 a 3.284


realizados sobre a NR-10 de R$2.187,10 a
(I2) R$6.361,76
10.6.1.1 FALTA de Treinamento para trabalhos com instalações elétricas UFIR = de 2.252 a 6.304
energizadas de R$4.362,57 a
(I4) R$12.212,11

10.7.2 FALTA de Treinamento, específico em segurança no Sistema UFIR = de 2.252 a 6.304


Elétrico de Potência (SEP). de R$ 4.362,57 a
(I4) R$12.212,11
10.8.8 FALTA de treinamento específico sobre os riscos decorrentes do UFIR = de 2.252 a 6.304
emprego da energia elétrica de R$ 4.362,57 a
(I4) R$12.212,11

10.8.8.2 FALTA de treinamento de RECICLAGEM bienal, ou seja, a cada 2 UFIR = de 1.129 a 3.284
anos. de R$2.187,10 a
(I2) R$6.361,76
10.8.8.2.a UFIR = de 1.129 a 3.284
FALTA de treinamento por troca de função ou mudança de empresa de R$2.187,10 a
(I2) R$6.361,76

10.8.8.2.b FALTA de treinamento por retorno de afastamento ao trabalho ou UFIR = de 1.129 a 3.284
inatividade (>3meses) de R$2.187,10 a
(I2) R$6.361,76

FALTA de treinamento por modificações significativas nas


10.8.8.2.c instalações elétricas ou trocam de métodos, processos e UFIR = de 1.129 a 3.284
organização do trabalho. de R$2.187,10 a
(I2) R$6.361,76

10.2.4.g UFIR = 1.691 a 4.929


FALTA de Laudo de Instalações Elétricas
de R$3.275,81 a
(I3) R$9.548,46
Tabela 1 - Multas falta do PIE

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


11

DEFINIÇÕES E ABREVIATURAS:

Acidente de Trabalho: é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da


empresa ou exercício do trabalho dos referidos segurados no inciso VII, art. 11 desta Lei,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução,
permanente ou temporária da capacidade para o trabalho.1
Área Classificada - local com potencialidade de ocorrência de atmosfera
explosiva.
AVCB - Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiro.
CA - Certificado de Aprovação de EPI e EPC, emitido pelo MTE.
Carga Instalada: é o somatório das potências nominais, medida em KW, dos
equipamentos elétricos de uma unidade consumidora que após a conclusão dos trabalhos
de instalação estão em condições de entrar em funcionamento, ou seja, a quantidade em
KW (kilowatts) referente à carga elétrica total da instalação elétrica.
EPC - Equipamento de Proteção Coletiva.
EPI - Equipamento de Proteção Individual.

Esquema UNIFILAR - Representação gráfica normatizada dos componentes


elétricos e as suas relações funcionais, contendo os componentes principais dos circuitos,
representados por uma linha.
Instalações Elétricas - Conjunto das partes elétricas e não elétricas associadas
e com características coordenadas entre si, que são necessárias ao funcionamento de uma
parte de um sistema.
IO - Instruções da Organização.
IP - Instrução de Pessoal.

1
Lei 8.213/91
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do
trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas VII - como segurado
especial: o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro, o pescador artesanal e o assemelhado,
que exerçam suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual
de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de 14 (quatorze) anos ou a eles
equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo familiar respectivo.
(O garimpeiro está excluído por força da Lei nº 8.398, de 7.1.92, que alterou a redação do inciso VII do art. 12 da
Lei
nº 8.212 de 24.7.91).
§ 1º Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é
indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização
de empregados.
§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de
Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas.
§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer
atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às
contribuições de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade Social.
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.032, de 28.4.95)
§ 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo, o mesmo enquadramento no Regime
Geral de Previdência Social-RGPS de antes da investidura. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97).

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


12

IST - Instrução de Segurança do Trabalho - Instrução de caráter específico,


técnico ou normativo, elaborada pela RH ou SESMT, responsável pela implementação da
Política de Segurança do Trabalho, e que deve ser adotada como padrão corporativo.
IT - Instrução de Trabalho - Instrução de caráter gerencial elaborada pela
SESMT, responsável pela implementação da Política de Segurança do Trabalho, e que deve
ser adotada como padrão corporativo.
Matriz - Relação dos documentos componentes do Prontuário, no formato de
lista-mestra.
Medidas de Controle - Medidas aplicadas, preferencialmente na fonte geradora,
na trajetória e em ultimo caso no indivíduo exposto, para eliminar ou reduzir a limites
mínimos aceitáveis, a exposição dos trabalhadores aos agentes de risco.
NRs - Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho
aprovadas a partir da Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nº 3.214, de 08
de junho de 1978, regulamentando a Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1977.
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego.
NR10 - Norma Regulamentadora nº 10 do MTE - Segurança em Instalações e
Serviços em Eletricidade.
PE - Procedimentos Específicos.
POP - Procedimento Operacional Padrão.
Profissional legalmente habilitado - Trabalhador que comprovar conclusão de
curso específico na área elétrica, reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino, com registro
no conselho de classe, em conformidade com as atividades atribuídas por esse conselho.
PIE - Prontuário de Instalações Elétricas, ou simplesmente PRONTUÁRIO -
Sistema organizado de forma a conter uma memória dinâmica de informações, referentes a
Segurança e Saúde pertinentes às instalações elétricas e aos trabalhadores em serviços em
eletricidade, conforme a NR10.
RTI - Relatório Técnico de Inspeções - É o relatório de inspeções
contemplando a conformidade aos requisitos da NR-10, item 10.2.4, alíneas de “a” a “f”.
Para empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do SEP, também,
deve contemplar o item 10.2.5.
Responsável Técnico - Profissional legalmente habilitado, com as atribuições
de responsabilidade técnica de instalações e equipes de trabalho.
Riscos adicionais - Todos os demais grupos ou fatores de risco, além dos de
choque elétrico por contato direto, especialmente quanto a altura, confinamento, campos
elétricos e magnéticos, explosividade, umidade, poeira, fauna e flora e outros agravantes.
SEP - Sistema Elétrico de Potência.
SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho, representado pelos Engenheiros de Segurança, Médicos, Enfermeira e Técnicos
de Enfermagem do Trabalho e Assistentes Sociais e pelos Técnicos de Segurança do
Trabalho.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


13

ELEMENTOS DO PIE:

O PIE pode ser mantido organizado e arquivado por meio eletrônico e/ou físico,
isto é, impresso e deverá estar à disposição de funcionários e fiscalizações.
Quando a empresa já possui um sistema de Gestão de Documentos, atrelado a
um programa de Gestão da Qualidade é eficaz cultivarmos a organização do PIE junto a
este sistema na empresa, facilitando e muito a sua vida.
Devemos ter em mente que o PIE não deve ser formado apenas para cumprir
exigências legais, eximindo-nos de responsabilidades em possíveis auditorias da DRT
(delegacia regional do trabalho). Carecemos sempre pensar que o PIE deve cumprir, sim, o
papel de melhorar a segurança dos trabalhadores envolvidos e a confiabilidade das
instalações elétricas, contribuindo como valor agregado e não só a custos.
O alvo final é a “CERTIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS”, conforme
a NBR5410 recomenda.

CUMPRIMENTO REQUISITOS LEGAIS, CONFORME NR10:


A NR10 definiu o conteúdo mínimo para a composição do PIE, mas isso
depende de cada empresa, em função de sua complexidade e das características das suas
instalações elétricas, e também do nível de exigências de seu sistema de gestão da
qualidade.
Cada elemento tem seu papel para que uma empresa possa programar com
sucesso e eficácia um sistema de gerenciamento em segurança e saúde no trabalho bem
sucedido.
A empresa deve tomar as providências necessárias para garantir que os
elementos do PIE sejam mantidos atualizados e aplicáveis aos fins para os quais foram
criados. Ainda, para garantir a eficácia necessária o PIE deve ter suas informações
repassadas aos trabalhadores envolvidos e estar disponível para consultas.
O mínimo que o prontuário deverá conter, para atender aos requisitos legais, em
particular a NR10, está apontado nos seus itens 10.2.3 e 10.2.4 da NR10, que são:
 Diagrama unifilar – “esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos
seus estabelecimentos com as especificações do sistema de aterramento e demais
equipamentos e dispositivos de proteção”.
 Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e
saúde, implantadas e descrição das medidas de controle existentes;
 Documentação das inspeções e medições do SPDA - Sistema de Proteção Contra
Descargas Atmosféricas e aterramentos elétricos;
 Especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental
usado nas atividades em instalações elétricas;
 Resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de proteção
individual e coletiva;
 Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização
dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;
 Certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas;

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


14

 RTI’s – Relatórios Técnicos das Inspeções, atualizados com as recomendações para


regularização;
 Cronogramas de Adequações;
Para empresas que possuem instalações no SEP – Sistema Elétrico De Potência
deverá ainda, incluir:
 A descrição dos procedimentos para emergências;
 Certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual;

ADIÇÃO DE COMPONENTES IMPORTANTES:


Além do cumprimento dos quesitos legais, o PIE deverá exercer, também o
papel de melhoria da segurança das pessoas que interagem direta ou indiretamente com as
instalações elétricas e da confiabilidade dos sistemas elétricos.
Partindo do seguinte princípio: em uma situação de manutenção corretiva de
emergência, é comum a pressão sobre os trabalhadores envolvidos para redução do tempo
de parada e retorno à produção. Nesta coação, os procedimentos podem ser “by passados”,
o uso correto de EPI e EPC é deixado de lado, a calma é substituída pela adrenalina. Os
erros são mais comuns durante estes momentos.
Então, estes momentos de agitação devem ser diminuídos com uma maior
participação de uma manutenção preventiva e preditiva. Tendo este foco estamos admitindo
mais uma medida de controle de risco. É bem melhor trabalhar com uma prévia e precisa
programação de tarefas, com tempo e planejamento das atividades, com recursos
suficientes (desenergizações, material, ferramental, EPI e EPC).
Ex.: “Encontrar um ponto de aquecimento em uma conexão de um contator e
regularizá-lo em uma parada programada com as demais áreas é bem mais seguro do que
aquela “correria” para a substituição do contator danificado durante aquele dia que temos de
cumprir a meta de produção e com toda a chefia olhando o que você está fazendo. A
pressão é grande!”
Então, orintamos que se incluam os seguintes componentes ao PIE, como
medidas de controle de risco:
 Plano de manutenção preventiva ou preditiva dos equipamentos elétricos:
o Relatório de inspeção termográfica das instalações elétricas, com plano de
regularização;
o Relatório(s) de Análise(s) de óleo mineral isolante;
o Registro de inspeção visual de rotina em ambientes elétricos;
o Relatório de manutenção preventiva de subestações;
 Esquemas atualizados de quadros elétricos;
 Planilha com relação de cargas instaladas, regulagem e valores de dispositivos de
proteção, por CCM ou Subestação;
 Relatório de estudo de nível de curto circuito, coordenação e seletividade das
instalações;
 Laudo de emissões eletromagnéticas e/ou eletricidade estáticas;
 Entre outros.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


15

SISTEMA DE ARQUIVAMENTO E MANUTENÇÃO DO PIE:

O prontuário poderá ser mantido com impressões em papel, armazenado em


arquivos ou pastas ou em arquivos em mídia digital no computador, ou o que é mais
comum, mantido em ambos.
O que não vale é se perder em meio a tantos documentos. Meios físicos
(impressos) são facilmente manuseáveis para uma empresa de pequeno e médio porte, que
não tenha tanta alteração de processo ou instalações.
Agora, imagine uma empresa como a CSN – Companhia Siderúrgica Nacional.
Um entra e sai de funcionários no setor de manutenção, vencimentos diferentes de uma
gama enorme de certificados de conclusão de curso, emissão de certificados de testes de
isolação de equipamentos isolantes, alteração de esquemas elétricos constantes, etc, etc.
Nestes casos, haverá a necessidade de um software completo de controle de
documentos, delegando responsabilidades para várias pessoas na função de mantenedor
do PIE por áreas ou processos de produção.
Seu trabalho ficará mais fácil se o PIE fizer parte integrante de um SGI - Sistema
de Gestão da empresa.

Figura 5 - Arquivamento do PIE.

Exemplos: Uma rotina automática para controle de funcionários: ao entrar um


novo funcionário, o departamento de pessoal, providenciará as suas documentações em
conformidade com os parâmetros que você informou no procedimento e disponibilizará
cópias digitalizadas no banco de dados do servidor. Assim qualquer alteração no registro da
relação dos funcionários ficará automática.
Normalmente as empresas possuem um departamento incumbido de fazer e/ou
manter a calibração dos Instrumentos de Medição e Controle, já em funcionamento e com
os recursos mínimos necessários a um controle de documentos. Nada mais prático de que
delegar a eles o monitoramento dos certificados de testes de isolação de ferramentas, EPC
ou EPI.
Ordens de serviços, APR’s, Cartão de Bloqueios, etc. São registros de
procedimentos implementados. Estes são evidências do cumprimento de procedimentos do
PIE. São produzidos automaticamente, pelos colaboradores, suporte dos técnicos de
segurança do trabalho, responsáveis pelos equipamentos ou áreas, etc. Não

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


16

necessariamente mantido no PIE, mas sim, no sistema de gerenciamento da manutenção,


na formação de relatório de histórico de equipamentos, por exemplo.
A elaboração, revisão e manutenção dos diagramas unifilares e demais
esquemas poderão estar sob a responsabilidade do setor de manutenção elétrica ou
engenharia, esta responsabilidade deverá ser formalizada em procedimento.
Como podemos ver, a maior parte do penoso trabalho é o da elaboração dos
planos e procedimentos para a manutenção do PIE em funcionamento. O envolvimento e
participação das demais áreas são fundamentais para obter o sucesso do objetivo.

Figura 6 - PIE - conjunto de documentos.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


17

DISPONIBILIDADE DOS DOCUMENTOS AOS ENVOLVIDOS:

A documentação de projeto atualizada deve ficar a disposição dos trabalhadores


autorizados, segundo o item 10.14.4, respeitadas as abrangências, limitações e
interferências nas tarefas.
Esta exigência da NR10, que estabelece a permanente disponibilidade da
documentação de projeto aos trabalhadores autorizados. É de fundamental importância para
que uma tarefa possa ser realizada com segurança, uma vez que baseia em uma
documentação desatualizada o trabalhador pode realizar manobras indesejadas nas
instalações elétricas, comprometendo com isto a sua segurança e a de outras pessoas.
Desta forma podemos dizer que os esquemas unifilares, trifilares, etc, deverão
estar ao alcance dos olhos, isto é, das mãos dos profissionais autorizados. Como estes
profissionais estão sempre em movimento passando por diversas áreas da empresa, deve-
se pensar em uma maneira destes documentos estarem próximo aos locais suficiente perto
para que antes da tarefa o autorizado busque estas informações, mas sem estar tão perto,
como dentro de quadros elétricos. Não podemos manter desenhos dentro de quadros
elétricos, uma vez que só o fato de abrir a porta para colher estas informações podemos
expor a riscos desnecessários, além disso, é considerado um objeto, que no item 10.4.4.1
proíbe a guarda.
Procedimentos devem estar à disposição para consultas sempre que necessário.
Comumente os mantemos em uma pasta técnica no setor de manutenção. Tendo o cuidado
para não deixar um documento obsoleto ou fora da revisão perdido. E, sobre procedimentos,
vale lembrar que toda a emissão ou revisão deverá ser precedida de um treinamento aos
envolvidos, formalizado com um registro (assinatura).
Os demais documentos, não há necessidade de estar à disposição direta aos
empregados, mas a disposição para consultas rápidas de supervisores, SESMT,
representante do PIE e principalmente se mostrarem organizados durante uma auditoria.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


18

Documentações que compõem o PIE - Prontuário das Instalações elétricas:

Todos os estabelecimentos estão obrigados a manter esquemas unifilares


atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do
sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção.
Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 KW devem constituir e
manter o PIE - Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do esquema unifilar
atualizado, no mínimo:
a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de
segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas
de controle existentes;
b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção
contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;
c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o
ferramental, aplicáveis;
d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,
autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;
e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos
de proteção individual e coletiva;
f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas
classificadas;
g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações,
cronogramas de adequações, contemplando os itens de "a" a "f".
O “Prontuário de Instalações Elétricas” deve ser organizado e mantido atualizado
pelo empregador e a disposição dos trabalhadores para consulta.
Devem ser elaborados periodicamente com intervalos definidos pelo SESMT,
quando houver, CIPA ou Segurança do Trabalho, uma vez que as instalações elétricas
estão em constantes mudanças, sofrendo alterações e intervenções.
Conforme parágrafo 7.1.1 da NBR 5410, “Toda a instalação, extensão ou
alteração de instalação existente deve ser visualmente inspecionada e ensaiada,
durante e/ou quando concluída a instalação, antes de ser posta em serviço pelo
usuário, de forma a se verificar, tanto quanto possível, a conformidade com as
prescrições desta Norma”. Este procedimento é o ideal, principalmente pela questão
custo.
A eletricidade é silenciosa, invisível e inodora, por isso apresenta um grande
potencial de acidentes e, infelizmente, conforme demonstram as estatísticas, o acidente
elétrico quase sempre deixa grandes seqüelas e pode causar até a morte.
Basicamente, o resultado da falta de prevenção envolvendo eletricidade resulta
na exposição aos dois agentes físicos de risco: Choque e Arco Elétrico.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


19

DIAGRAMA UNIFILAR:

Figura 7 - Exemplo de um diagrama unifilar.

Quando a comissão tripartite que elaborou a revisão da NR10 disse diagrama


unifilar, muito provavelmente estava pensando nos serviços executados no SEP – Sistema
Elétrico de Potência, da geração, transmissão e distribuição de energia elétrica nas cidades.
Um emaranhado de circuitos de chaves seccionadoras, reversoras, circuitos paralelos, etc.
Que atualmente, as concessionárias mantêm os CO’s - centros de operações monitorados
constantemente. O mais comum nas empresas era manter os desenhos e esquemas de
quadros elétricos ou quadro de distribuição (CCM, QGBT, QDLF, etc), normalmente
composto por esquemas trifilares e esquemas de comando.
Em pequenas empresas, isto parece um exagero. Mas é frequente a confusão
entre qual disjuntor ou fusível devemos seccionar antes da manutenção, ou ainda pior, qual
chave seccionadora devamos abrir durante um princípio de incêndio, onde estamos sendo
atacados pela adrenalina. É muito, mas muitíssimo comum encontrarmos instalações onde
nem uma identificação correta do componente de seccionamento está presente.
Desta forma, para se elaborar um diagrama unifilar, cada componente nas
instalações físicas deverão estar devidamente identificado e em conformidade com o
desenho.
Os bons diagramas unifilares devem conter ainda as informações de nível de
corrente de curto circuito, carga total e demanda por circuito, bitola e comprimento dos
condutores, e principalmente deverão conter identificado o ponto de inserção previsto para o
aterramento temporário.

CONJUNTO DE PROCEDIMENTOS E INSTRUÇÕES TÉCNICAS E ADMINISTRATIVAS DE


SEGURANÇA E SAÚDE, IMPLANTADAS E RELACIONADAS A ESTA NR E DESCRIÇÃO DAS
MEDIDAS DE CONTROLE EXISTENTES:
Este parece o item de maior dificuldade na elaboração do PIE. Muitas são as
atividades e rotinas que o pessoal de manutenção executa que só de pensar em relatar
passo a passo num papel já é um motivo desanimador.
Pois bem, nada é mais difícil do que começar. Depois do início esta tarefa
passará a ser uma rotina, na empresa.
A ideia é começar pelos procedimentos de gestão do PIE. Descrever como
funcionará a aquisição dos documentos do pessoal, como será o arquivamento, quando e
quem revisará os procedimentos, quando testar os EPIs ou EPC, etc.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


20

Depois se pode descrever procedimento para ingresso na zona de controle, isto


é, trabalho dentro de quadros elétricos, o ingresso em subestações, etc.
Atenção a procedimentos especiais em áreas classificadas. Trabalho
desenergizado, por trabalhador treinado, com eliminação do risco de incêndio ou explosão.

Figura 8 - Fluxograma APR

Não deve esquecer-se de registrar nos procedimentos entre outras:


 A proibição do uso de adornos em trabalhos com instalações elétricas;
 A recomendação de restrições e advertências contra o acesso de
pessoas;
 Proibição da guarda de objetos dentro de invólucros elétricos;
Uma APR com campos para descrição das atividades pode ser usada para
atender ao item 10.11, isto é, pode antever e controlar os riscos, identificar e autorizar o
trabalho e também descrever a atividade passo a passo. Este documento deverá possuir a
identificação do supervisor responsável
pela condução do serviço.
Esta é a etapa de planejamento
dos trabalhos, conferindo os recursos
necessários com os disponíveis e atender
aos princípios básicos de segurança
aplicáveis ao serviço.
Quando esta tarefa torna-se
rotina então criamos uma instrução de
trabalho para facilitar.

Figura 9 – Modelo de APR

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


21

DOCUMENTAÇÃO DAS INSPEÇÕES E MEDIÇÕES DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA


DESCARGAS ATMOSFÉRICAS E ATERRAMENTOS ELÉTRICOS:
A NBR5419 é a norma técnica oficial brasileira que trata de Proteção de
Estruturas Contra Descargas Atmosféricas e a NBR5410 e a NBR14039 trata do
aterramento dos sistemas elétricos.
Os documentos que a empresa deve possuir, segundo a NBR5419:2005, estão
dispostos em seu item 6.4, são assim descritos:
a) relatório de verificação de necessidade do SPDA e de seleção do
respectivo nível de proteção, elaborado conforme anexo B. A não necessidade de
instalação do SPDA deverá ser documentada através dos cálculos constantes no
anexo B;
b) desenhos em escala mostrando as dimensões, os materiais e as
posições de todos os componentes do SPDA, inclusive eletrodos de aterramento;
c) os dados sobre a natureza e a resistividade do solo; constando
obrigatoriamente detalhes relativos às estratificações do solo, ou seja, o número de
camadas, a espessura e o valor da resistividade de cada uma, se for aplicado 6.1-c.
d) um registro de valores medidos de resistência de aterramento a ser
atualizado nas inspeções periódicas ou quaisquer modificações ou reparos SPDA. A
medição de resistência de aterramento pode ser realizada pelo método de queda de
potencial usando o medidor da resistência de aterramento, voltímetro/amperímetro
ou outro equivalente. Não é admissível a utilização de multímetro.
NOTAS
1 Na impossibilidade de execução das alíneas c e d, devido a interferências externas,
deverão ser emitidas uma justificativa técnica.
2 As alíneas c e d não se aplicam quando se utilizam as fundações como eletrodos de
aterramento.

Importante! Um projeto deve ser elaborado por um profissional habilitado, por


tanto, deve ser exigido uma ART – Anotação de Responsabilidade Técnica.
O item “a” trata-se da verificação inicial das edificações, dimensões, tipo
de uso, localização, análise do risco e, então, a determinação da necessidade ou não do
SPDA implantado, além do respectivo nível de proteção a ser adotado. Isto é baseado em
cálculo matemático de ponderação dos fatores de risco. Está é uma necessidade do pré-
projeto.
Importante! Quando uma edificação não necessitar de SPDA, deverá ser
emitido um registro formal pelo profissional habilitado responsável.
O Item “b”, este é o projeto propriamente dito. Desenhos representando
a instalação e localização dos componentes, materiais empregados, notas e
recomendações técnicas de execução e detalhes de execução da instalação.
A resistividade do solo (item “c”) é também um item de pré-projeto, é a
determinação do valor de resistividade do solo por metro [Ω/m]. É um dado admirável para o
projeto das malhas de aterramentos. Podemos determinar a quantidade de cabos e/ou
hastes necessárias para obter uma resistência máxima esperada de 10 ohms. Considero um
item mais importante no caso de malhas de subestações onde é fundamental o estudo dos
efeitos de tensão de toque e tensão de passo durante um evento fuga a terra. Para
instalações de SPDA este quesito pode ser suprimido. Observo que na nova revisão da
NBR5419 a necessidade de uma resistência máxima de 10 Ω não será mais exigida.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


22

O registro dos valores de medições de resistência de aterramento é a mais


requisitada tarefa dos auditores leigos. Vem de décadas esta prioridade, faltando outras
informações cruciais. A malha de aterramento abaixo de 10 Ω não resolve se alguma
estrutura estiver acima da malha de captação ou se algum condutor de descida estiver
rompido.
Conforme bem explícito no item 6 da NBR5419:2005, é exigido que seja
realizado uma inspeção periódica no SPDA instalado, com o objetivo de assegurar que o
SPDA está conforme o projeto, que todos os componentes estão em bom estado de
conservação, as conexões e fixações estão firmes e livres de corrosão, o valor da
resistência de aterramento seja compatível com o arranjo e com as dimensões do
subsistema de aterramento, e com a resistividade do solo. Que todas as construções
acrescentadas à estrutura posteriormente à instalação original estão integradas no volume a
proteger, mediante ligação ao SPDA ou ampliação deste.
As sequências das inspeções prescritas no item 6.1 devem ser efetuadas na
seguinte ordem cronológica:
a) durante a construção da estrutura, para verificar a correta instalação
dos eletrodos de aterramento e das condições para utilização das armaduras como
integrantes da gaiola de Faraday;
b) após o término da instalação do SPDA;
c) periodicamente e respectiva manutenção, em intervalos não superiores
aos estabelecidos em 6.3 da NBR5419;
d) após qualquer modificação ou reparo no SPDA, para inspeções
completas conforme 6.1;
e) quando for constatado que o SPDA foi atingido por uma descarga
atmosférica.
A inspeção não se aplica aos subsistemas do SPDA que tenham seus acessos
impossibilitados por estarem embutidos no concreto armado (ferragens estruturais) ou
reboco.
A periodicidade das inspeções:
Uma inspeção visual do SPDA deve ser efetuada anualmente. Deve-se atentar
para o registro da realização desta inspeção visual.
Inspeções completas devem ser efetuadas periodicamente, em intervalos de:
a) 5 anos, para estruturas destinadas a fins residenciais, comerciais,
administrativos, agrícolas ou industriais, excetuando-se áreas classificadas com risco de
incêndio ou explosão;
b) 3 anos, para estruturas destinadas a grandes concentrações públicas (por
exemplo: hospitais, escolas, teatros, cinemas, estádios de esporte, centros comerciais e
pavilhões), indústrias contendo áreas com risco de explosão, conforme a ABNT NBR 9518,
e depósitos de material inflamável;
c) 1 ano, para estruturas contendo munição ou explosivos, ou em locais
expostos à corrosão atmosférica severa (regiões litorâneas, ambientes industriais com
atmosfera agressiva etc.).
Toda esta documentação deverá ser formalizada ou aprovada por um
profissional habilitado da empresa ou terceiro.
Importante! Para o AVCB do Corpo de Bombeiros, o laudo de inspeção de SPDA
é exigido anualmente.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


23

O SAE - Sistema de Aterramento Elétrico deverá ser inspecionado visando garantir a


proteção das instalações e principalmente das pessoas que nela interagem.
A Lei Nº 11.337, DE 26 DE JULHO DE 2006, “determina a obrigatoriedade de as
edificações possuírem sistema de aterramento e instalações elétricas compatíveis com a
utilização de condutor-terra de proteção, bem como torna obrigatória a existência de
condutor-terra de proteção nos aparelhos elétricos que especifica”.
Quer dizer, que agora é lei a proteção de todas as partes condutoras próximas a
partes energizadas devem estar aterradas. Proteção básica contra choques elétricos por
contato acidental. Pode ocorrer um acidente onde, por exemplo, uma carcaça de um quadro
elétrico entra em contato com uma das fases elétricas. Se esta massa não estiver aterrada,
permanecerá no mesmo potencial da fase, uma pessoa pode tocar nesta estrutura metálica,
tornando-se uma parte do circuito fase-terra, levando um choque elétrico.
Durante um surto elétrico, seja pela rede de energia ou por uma descarga
atmosférica, pode-se elevar o potencial no aterramento, se esta malha não estiver bem
dimensionada, pode ocorrer uma “tensão de passo” em uma pessoa caminhando em sua
proximidade.

Figura 10 - inspeção de aterramento.

O item 7 da NBR5410 nos dá maiores informações sobre a realização de


inspeções em instalações elétricas de baixa tensão.

ESPECIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL E O


FERRAMENTAL:
Lembramos que a prioridade sempre é a desenergização completa das
instalações elétricas antes das intervenções.
Caso a desenergização não for possível, deve-se adorar a tensão de segurança
como segundo plano.
E, sendo a adoção das duas medidas acima for inviável, adotamos
equipamentos de proteção coletiva.
E, se esta proteção coletiva ainda for insuficiente, adotam-se equipamentos de
proteção individuais.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


24

DESENERGIZAÇÃO:
A desenergização é um conjunto de ações coordenadas, seqüenciadas e
controladas. Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas
para trabalho, mediante os procedimentos apropriados e obedecida a seqüência a seguir:
Seccionamento – ABRIR - É o ato de promover a descontinuidade elétrica total,
obtida mediante o acionamento de dispositivo apropriado.
Impedimento de reenergização – BLOQUEIO- É o estabelecimento de condições
que impedem a reenergização do circuito ou equipamento desenergizado, assegurando ao
trabalhador o controle do seccionamento.
Constatação da ausência de tensão – MEDIR - É a verificação da efetiva ausência
de tensão nos condutores do circuito elétrico.
Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores
dos circuitos - ATERRAR - Constatada a inexistência de tensão, os condutores deverão
ser ligados à haste terra do conjunto de aterramento temporário e realizado a
equipotencialização das fases.
Proteção dos elementos energizados existentes na zona de controle –
BARREIRAS - Define-se zona de controle como, área em torno da parte condutora
energizada, segregada, acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com nível de
tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados, como disposto no
anexo II da Norma Regulamentadora Nº10. Podendo ser feito com anteparos, dupla isolação
invólucros, etc.
Instalação da sinalização de impedimento de reenergização – SINALIZAR-
Destinada à advertência e à identificação da razão de desenergização e informações do
responsável.
Salientamos que para a desenergização o trabalhador poderá estar exposto a riscos.
Como é somente considerado desenergizada a instalação após a execução completa
do processo, durante a etapa de constatação da ausência de tensão, por exemplo, o
trabalhador adentra a zona de controle de uma instalação desligada, mas com a
possibilidade de reenergização, por tanto, as medidas de controle devem ser adotadas
como instalação energizada.

EXTRA BAIXA TENSÃO:


Uso de uma tensão abaixo de 50 v em corrente alternada ou 100 v em corrente
contínua.
A prioridade de novos projetos é que todos os comandos sejam em 24 v. A nova
revisão da NR12, também obriga a utilização desta medida de controle de risco.
A tensão de segurança não oferece risco de choque elétrico.
Mas, infelizmente convivemos comumente com instalações antigas. Com
condutores com baixa tensão com isolação muitas vezes precária.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


25

EPC – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA:


A NR10 limitou-se a listar as medidas de proteção coletiva:
 Isolação das partes vivas,
 Obstáculos ou barreiras,
 Sinalização,
 Sistema de seccionamento automático de alimentação,
 Bloqueio do religamento automático
Para a adoção de uma medida de controle de proteção coletiva deve-se realizar
uma análise de risco prévio, pois existem prescrições a serem atendidas. A medida somente
pode ser efetiva se garantir a proteção de todos os trabalhadores que estão em um
determinado local ou que estão envolvidos em uma determinada atividade.

Figura 11 - Bloqueio eficaz.

EPI – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL:


As medidas de proteção individual são adotadas quando as demais medidas não
forem suficientes.
Em serviços elétricos nunca é demais usar EPI’s. Somente permite-se liberar
trabalhos sem este recurso quando a instalação não oferecer nenhum risco, isto é,
desenergizada completamente (aterramento temporário, proteção de partes energizadas
dentro da zona de risco).

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


26

Proteção dos membros superiores:

Figura 12 - Luvas isolantes.

As luvas isolantes são o principal EPI disponibilizado aos trabalhadores.


Normalmente uma Classe 00 – 500 v para cada trabalhador e Classe II – 17KV
disponibilizada nas Subestações.
Os demais EPI’s são especificados para demais riscos físicos e que devem
também ter um bom desempenho de proteção contra choques elétricos.

MAPA DE EPI E EPC X CERTIFICAÇÕES

Item Descrição Localização: Fabricante CA N° Certificado Data Validade:

1 Luva Classe 2 - 17KV Subestação 1 Orion 2663 FR 123445 set/11

3 Tapete de borracha Subestação 1 Orion 3443 FR 123447 fev/12

5 Vara de manobra Casa de Força Ritz FR 123449 out/11

6 Detector de tensão 15kV Casa de Força Ritz FR 123450 set/11

7 Aterramento temporário Casa de Força Ritz FR 123451 mar/11

8 Luva Classe 0 - 500v Manutenção Eletrica Orion 2668 FR 123452 set/11

9 Luva Classe 0 - 500v Jose da Silva Orion 2668 FR 123453 jan/13

Figura 13 - MAPA DE CONTROLE EPI E EPC

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


27

ESPECIFICAÇÃO DE EPC, EPI E FERRAMENTAL:


Deve-se constar no PIE a especificação dos equipamentos e ferramentais
utilizados nos trabalhos em instalações elétricas energizadas ou sob o risco de energização.
A especificação é comumente dada nos procedimentos, mas poderá ser dada
em um documento próprio.
Exemplo: Luva isolante. No procedimento de trabalho podemos especificar o EPI
ou EPC usado. No procedimento: Usar luva isolante classe 00 até 500 V.
A especificação de um EPI e EPC deve-se levar em conta as características
necessárias, como: tensão de isolação, confiabilidade, praticidade, etc.
Claro que a tensão de isolação deverá ser sempre maior que a tensão usada no
sistema elétrico onde ele será aplicado. Deve-se pensar também em algo que atenda as
classes de tensão usadas na empresa para não haverem vários equipamentos para o
mesmo fim que dificultem ao mantenedor e possam trazer confusões ao usar. Exemplo:
quando se tem na empresa tensões de 127 v, 220 v e 380 v uma luva com isolação até 500v
atende a esta faixa de aplicação. Para uso em equipamentos nas subestações 13,8 KV,
outra luva com classe de isolação 17 KV poderá ser usada.
Para intervenções nas subestações são comumente especificado os estrados
isolantes, com classe de isolação de 17KV, bastão de manobra isolante classe 17KV.
Para instalações com menor número destes equipamentos, em uma simples
planilha de “Excel” podemos controlá-los. Elencá-los, determinar o local de permanência e
uso, o prazo de validade do certificado, etc.
Vide planilha nos anexos.
Advertimos que, todo o EPI entregue deverá ser registrado na folha de registro
de entrega de EPI na ficha do funcionário e deverá ser dado um treinamento do uso e
conservação dos equipamentos, devidamente formalizado.

Categoria
de Em Resumo Exemplo
Sobretensão
CAT IV Trifásico na Designa a "origem de instalação", ou seja, o ponto de conexão de baixa tensão
conexão com a com a empresa de energia. Medidores de eletricidade, equipamentos primários de
empresa de proteção contra sobrecorrente. Exterior e entrada de serviço, ramal de ligação do
energia, qualquer poste para o prédio, conexão entre o medidor e o painel.
condutor ao ar Linha aérea de transmissão para um prédio isolado, linha subterrânea para uma
livre. Em Resumo bomba de poço.
CAT III Distribuição Equipamento em instalações físicas, como aparelhos de conexão e motores
trifásica, inclusive a polifásicos. Barramento e alimentador em plantas industriais.
iluminação Alimentadores e circuitos ramificados curtos, dispositivos de painel de
comercial de fase distribuição. Sistemas de iluminação em prédios maiores.
única. Saídas de aparelho com conexões curtas à entrada de serviço.
CAT II Cargas de fase Cargas de aparelhos, ferramentas portáteis e outras cargas de aparelhos
única ligadas a domésticos e similares. Circuitos de saída e circuitos ramificados curtos.
conectores. Tomadas a mais de 10 metros (30 pés) da fonte de CAT III.
Tomadas a mais de 10 metros (60 pés) da fonte de CAT IV.
CAT I Eletrônicos. Equipamentos eletrônicos protegidos. Equipamentos conectados a circuitos (de
fonte) nos quais as medições são feitas, para limitar a um nível baixo as sobre
voltagens transitórias. Qualquer fonte de alta tensão e baixa energia derivada de
um transformador de resistência de alto enrolamento, como a parte de alta
tensão de uma copiadora.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


28

DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA DA QUALIFICAÇÃO, HABILITAÇÃO, CAPACITAÇÃO,


AUTORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES E DOS TREINAMENTOS REALIZADOS.
Durante a elaboração da nova NR10, tentaram-se eliminar os profissionais
capacitados como possíveis autorizados a trabalhos em instalações elétricas energizadas.
Num país de dimensões continentais e com a nossa diversidade, fica complexo imaginar
que existam profissionais qualificados para atender toda esta demanda. Com o tempo, a
tendência é que este requisito seja acolhido. Gerou a necessidade de profissionais
receberem pelo menos o treinamento básico, forçosamente os capacitados tiveram que
participar e tomar conhecimento de teorias. A necessidade de estes profissionais
trabalharem sob a responsabilidade de um profissional habilitado também auxilia no
processo de qualificação destes profissionais capacitados.
No prontuário deverão constar cópias dos certificados de conclusão de cursos
reconhecidos pelo MEC na qualificação de engenheiros, eletricistas, eletrotécnicos,
eletromecânicos, etc. Com números de horas aulas suficientes em materias relativas à
eletricidade (nível técnico ou nível graduação). É de responsabilidade da empresa, garantir a
veracidade das informações fornecidas.
A habilitação é dada pelo conselho de classe, no caso dos eletricitários o órgão
é o CREA – Conselho Regional de Engenharia. Então o documento de comprovação é a
carteira do CREA e/ou, melhor ainda o certificado de quitação do CREA.
A capacitação, o problema, é comprovada por um documento formalizado onde
consta que o profissional habilitado se responsabiliza pelo profissional capacitado. Este é
um dos atravanques, assumir esta responsabilidade. Se nós pensarmos sobre a diferença
entre o qualificado e o capacitado é apenas a teoria ministrada em cursos de qualificação,
podemos reduzir esta alteração, realizando uma prova aplicada com esta teoria aos
colaboradores sem curso em sistema oficial de ensino. Isto reduzirá a diferença e
tranquilizará o habilitado responsável. É muito bom a empresa facilitar a participação destes
profissionais em cursos qualificantes, que atualmente estão disponibilizados em todo o
Brasil para atender a esta carência.
A autorização dos trabalhadores em intervenções dentro da zona de controle de
instalações energizadas precisará ser formalizada no registro de empregado ou na ficha de
empregado (pasta do departamento de pessoal).

Figura 14 - Fluxograma de profissional autorizado NR10.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


29

RESULTADOS DOS TESTES DE ISOLAÇÃO ELÉTRICA REALIZADOS EM EQUIPAMENTOS


DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA:
Os EPI e EPC especificados deverão periodicamente receber uma inspeção de
rotina e testes de isolação que certificam a proteção de segurança para a qual ele esta
especificado.
No PIE deve constar estes certificados de teste de isolação emitido pelo
fabricante ou laboratório reconhecido (assinado por profissional habilitado). Este certificado
deverá possuir a mesma identificação constante no equipamento, rastreabilidade. Isto é, se
um auditor encontrar uma luva isolante com um funcionário, poderá anotar estes números
de série que constam no EPI e solicitar ao representante do PIE o certificado de teste de
isolação equivalente.
O mesmo se dá para bastão isolante, detector de tensão, para lençol isolante,
tapete isolante, etc.
A frequência destes testes é um fator complicador. Depende do uso, da
qualidade do material e da sua conservação.
A NR10 não especifica este período. Deixa a cargo de cada empresa. Algumas
empresas adotam periodicidade anual para luvas e a cada três anos para estrados isolantes
e bastões. Estes podem ser ajustados conforme uma avaliação ou inspeção visual rotineira,
normalmente pelo SESMET.

CERTIFICAÇÕES DOS EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS EM ÁREAS


CLASSIFICADAS:
Conforme o item 10.9.2 da NR-10, “os materiais, peças, dispositivos,
equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com
atmosferas potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no
âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação”.

Figura 15 - Classificação de áreas.

Os equipamentos e componentes usados em área classificada devem possuir


uma cópia dos certificados de conformidade emitidos por OCC – Organismo de Certificação
Credenciado. Esta cópia contida no PIE.
Importante! Na NR10, trabalhos em áreas classificadas, somente podem ser
autorizados a funcionários treinados para trabalhos em áreas classificadas2. Deve-
se realizar o processo de liberação formal do trabalho, nestes locais.

2
10.8.8.4 Os trabalhos em áreas classificadas devem ser precedidos de treinamento especifico de acordo
com risco envolvido.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


30

RELATÓRIO TÉCNICO DAS INSTALAÇOES ATUALIZADAS COM RECOMENDAÇÕES,


CRONOGRAMAS DE ADEQUAÇÕES:
Este deve ser a primeira atividade feita na atividade da empresa no programa de
implantação do PIE – Prontuário das Instalações Elétricas. Também deverá ser realizada
rotineiramente para garantir o funcionamento do sistema de gestão.
O Ministério do Trabalho e Emprego não possui em seus quadros de auditores
profissionais de engenharia e também números de auditores suficientes para realizar uma
auditoria completa em todas as empresas. Desta forma, delegou um novo custo para as
empresas, contratar engenheiros eletricistas para que realizem este trabalho.
O objetivo deste relatório técnico é relatar as não conformidades encontradas,
durante a inspeção visual das instalações elétricas, em referência às prescrições das
normas brasileiras, entre elas, NBR5410, NBR 5419, NBR5418 e NBR 14039 objetivando
orientar os profissionais de segurança e de manutenção para a adequação à NR10.
No item 10.2.4 g, lemos a determinação para que seja realizada uma auditoria
na documentação e uma inspeção nas instalações elétricas da empresa e que se emita um
relatório apresentando as não conformidades encontradas, em termos de medidas de
controle e sistemas preventivos.
O RTI – Relatório Técnico de Inspeção deve contemplar uma auditoria nas
documentações relacionadas na NR10 e também, deve ser realizada uma inspeção nas
instalações elétricas implementados pela empresa, a fim de garantir a segurança e a saúde
dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços
com eletricidade.
Um check-list das documentações baseado nos itens da NR10 servirá para a
reunião e verificação das documentações na auditoria do PIE.
Já para o RTI – Relatório Técnico de Inspeção das instalações elétricas será
necessário um profissional habilitado com grande conhecimento em normas técnicas e
prática deste tipo de inspeção. Normas como a NBR5410 e NBR14039 são fundamentais e
não têm um entendimento fácil.
A periodicidade das inspeções nas instalações elétricas não é fixada pela NR10,
uma vez que depende da complexibilidade e situação atual das instalações e dos serviços
em eletricidade. Deve ser estabelecida, caso a caso, por um SESMT ou pelo responsável
designado pela empresa para organizar e manter o prontuário, mediante orientação de
profissional tecnicamente habilitado.
Para se dar uma maior credibilidade aos relatórios e aos documentos formados,
o ideal é a contratação de uma empresa terceirizada independente. Pelo menos na primeira
emissão.
Após a auditoria e inspeção das instalações elétricas, deverá ser elaborado um
cronograma de adequação (plano de correção das não conformidades) do prontuário
(referente à documentação) e das instalações (referente às medidas de controle
implantadas).
O Cronograma de Adequação tem a função de orientar aos profissionais de
segurança e manutenção elétrica da empresa no processo de adequação e também facilitar
a fiscalização em auditorias externas.
Portanto o cronograma deverá ser atualizado, com maior frequência e cuidado,
refletindo a condição da empresa. A cada tarefa cumprida temos que alterar seu status.
Deve-se tomar o cuidado com atrasos excessivos, se podendo alterar da data prevista para
conclusão da tarefa.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


31

Atenção, somente será possível esta alteração, se o cronograma não foi


encaminhado ao DRT, uma vez a fiscalização tomando ciência dos prazos inseridos no PIE,
isso servirá como base para a fiscalização de seu cumprimento por parte deles. As mesmas
datas devem estar no seu cronograma e nas informações enviadas ao DRT.
Nos anexos, podemos ver o modelo de um cronograma de adequação em
planilha Excel, baseado em PDCA que adotamos. Nele temos o número de identificação da
não conformidade denominada RNC, o mesmo número identificado no RTI, a denominação
da não conformidade, o local, a sua descrição, a recomendação que foi dada pelo
profissional autor do relatório, esta poderá ser alterada pelos responsáveis da empresa
desde que esta nova solução atenda as normas técnicas, o responsável pela execução da
tarefa de regularização. O seu “status” atual, e a data prevista para conclusão.
Outros campos podem ser inseridos na planilha, como prioridade ou importância,
custo previsto para a execução, etc.
A idéia de se revisar o RTI e Cronograma de Inspeção por um profissional
habilitado terceirizado é útil para trazer uma maior credibilidade e independência. Somente o
fato de divulgar uma inspeção externa com anuência da alta direção, é um grande fator
motivador para que os responsáveis das demais áreas se movimentem na solução de suas
pendências.
O RTI das instalações elétricas deve ser elaborado por Engenheiro Eletricista,
segundo o que estabelece a Resolução 218 do CONFEA.
E o diagnóstico dos requisitos da NR10 deve ser elaborado por Engenheiro de
Segurança do Trabalho segundo o que estabelece a Lei 7410 de 27.11.1985 e o Artigo n. 4
da Resolução 359 do CONFEA de 31.07.1991.

Figura 16 – RNC – Relatório de Não Conformidades do RTI.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


32

DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PARA EMERGÊNCIAS:


Como teríamos de agir em caso de um acidente?
Esta é a pergunta que devemos nos fazer para criar o procedimento de
emergência, baseado nas respostas corretas formuladas.
Baseado nos riscos previstos na execução ou operação de instalações elétricas,
principalmente no SEP – Sistema Elétrico de Potência.
Uma análise de riscos baseado na identificação dos perigos deve ser feita e as
medidas de controle anotadas. E se falhar, o que fazer?
Como socorrer, onde transportar a vítima, o que desligar proteção ambiental
(fumaça, vazamentos, etc), socorristas, equipamentos disponibilizados?
O procedimento de emergência deve ser elaborado em conjunto com a área de
segurança e meio ambiente da empresa, estar em conformidade com as atividades e
características de cada empresa.
A mitigação durante o processo deverá levar em conta:
a) Trabalhadores autorizados devem estar aptos a prestar primeiros socorros.
b) Garantir fornecimento da informação, meios de comunicação interna e
coordenação necessária a todas as pessoas em situações de emergência no
local de trabalho – telefones emergenciais, quem deverá ser avisado, qual o
meio de comunicação, etc;
c) Assegurar a informação e a comunicação com as autoridades competentes,
vizinhança e serviços de intervenção em situações de emergência – quem será o
responsável por esta comunicação para não incorrerem falhas, deverá ser a
comunicação oficial da empresa;
d) Oferecer métodos de resgates, serviços de primeiros socorros e assistência
médica, de extinção de incêndios e de evacuação a todas as pessoas que se
encontrem no local de trabalho – plano de evacuação, atuação da brigada de
incêndio, etc.
e) Oferecer informação e formação pertinente a todos os membros da empresa,
em todos os níveis, incluindo exercícios periódicos de prevenção em situações
de emergência, preparação e métodos de resposta – treinamento de evacuação,
treinamento da brigada, etc.
Para a maioria das empresas este processo já faz parte das atribuições do
SESMET, a ênfase pela NR10 é também para se prever a possibilidade de acidentes de
origem elétrica, ou seja, o socorro à suas vítimas e consequências.
Esses procedimentos devem ser integrados aos demais sistemas de gestão da
empresa, no âmbito da preservação da segurança, da saúde e do meio ambiente do
trabalho.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


33

CERTIFICAÇÕES DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL:


Esta é uma obrigação para todos os EPI e EPC da empresa e foi reforçada na
NR10.
O CA - Certificado de Aprovação: é um documento emitido pelo Ministério do
Trabalho e Emprego que tem por finalidade avaliar e manter um padrão nos equipamento de
proteção.
A NR06 que regulariza os equipamentos de proteção individual exige que todo
equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importada, só poderá ser
posto à venda ou utilizado com a marcação do número de CA.
Para se obter um CA, o fabricante ou importador, deve enviar uma amostra do
equipamento para um laboratório autorizado, o laboratório faz testes com esse equipamento
e emite um laudo com as características do produto. Esse laudo é enviado ao MTE para
emissão do CA que garantirá o padrão dos equipamentos que devem obedecer as
especificações presentes no laudo.
A verificação e cópia do CA podem ser obtidas pelo site do Sistema de
Gerenciamento de Certificados de Aprovação CAEPI do Ministério do Trabalho e Emprego.
Lembre-se que o CA – Certificado de Aprovação possui vencimento. Portanto,
devem-se verificar estes prazos e substituir os equipamentos vencidos.
Na planilha de identificação de EPI e EPC, podemos inserir um campo com o
vencimento de cada CA para acompanhamento.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


34

VESTIMENTAS:

Um dos principais itens cobrados nas auditorias externas devido às informações


amplamente divulgadas.
A vestimenta retardante a chama deverá ser especificada baseada em um
cálculo de ATPV a ser elaborado por um engenheiro eletricista habilitado. Como no Brasil
não se tem norma técnica específica para isto, a NR10 nos remete para as normas
internacionais.
A norma americana NFPA 70E define os critérios para a especificação, devendo
ser também analisada a IEEE 1584, norma que apresenta um guia para o cálculo dos
perigos do arco elétrico.
Na prática, existem quatro níveis de proteção para estas vestimentas conforme o
fabricante dos tecidos. Usualmente adotamos nível II para trabalho em baixa tensão e Nível
IV para trabalhos proximidade ao SEP – Sistema Elétrico de Potência.
Então esta especificação é mais um documento a constar no PIE.

Figura 17 - Vestimentas.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


35

TERCEIRIZADAS:

Este tema é importante ser abordado e dado uma ênfase.


Frequentemente as empresas terceirizam serviços em instalações elétricas.
Manutenção ou construção são envolvidas tarefas de trabalhos em suas instalações. A
empresa contrata uma segunda empresa que por sua vez têm em seu quadro funcionários
para exercer trabalhos em ambiente elétrico.
Sem desdobrar muito sobre a qualidade dos serviços, destaco que as normas
técnicas devem ser seguidas a risca na execução, componentes que devem ser
empregados deverão possuir uma certificação de qualidade. Terminais não podem ter
partes vivas expostas. Quadro elétrico deve ser construído seguindo as normas técnicas.
Componentes para área classificada devem possuir certificação do INMETRO, etc. O
princípio é: “Se vai fazer, faça bem feito de uma vez só”!
As terceirizadas são consideradas contratadas e devem seguir as mesmas
recomendações das NR’s. A contratante é solidária à contratada em caso e acidentes. Em
uma ação na justiça serão todos envolvidos, se a contratada não puder arcar com a
indenização é comum determinar custas à contratante, também.
Cada vez mais é necessária a contratação de empresas prestadoras de
serviços com qualidade e que cumprem as leis e normas regulamentadoras a fim de
minimizar os problemas trabalhistas.
Cabe à contratada verificar e autorizar quem coloca dentro do seu espaço. Então
deve pedir e examinar documentos comprobatórios legais e outras mais exigências para se
resguardar.
A primeira medida é a elaboração de um procedimento ou instrução para a
contratação de terceirizadas, são as “INSTRUÇÕES DE SEGURANÇA DO TRABALHO E
HIGIENE OCUPACIONAL PARA CONTRATADAS”. Estes são os requisitos básicos que
serão especificados e encaminhados para as contratadas, até mesmo antes dos
orçamentos, para que elas saibam o que terão de cumprir caso vençam a concorrência.
Os documentos comprobatórios deverão ser enviados pela contratada antes da
palestra de integração e avaliadas pelo SESMET.
Podemos relacionar alguns destes documentos:
 Contrato de prestação de serviço – contratos enviados pelo
departamento de comprar para assinatura do responsável da empresa
contratada para ser entregue antes dos trabalhos.
 ASO – Atestados de saúde ocupacional. Dos trabalhadores da
contratada. Atenção para as exigências dos exames: glicemia,
eletroencefalograma e ao prazo de validade.
 Cópia autenticada do livro de registro na empresa.
 Cópia da ficha de registro de EPI, conforme NR06.
 ART – Anotação de Responsabilidade Técnica – a disposição para
fiscalização do CREA.
 Cópia Certidão de Regularização de FGTS
 Cópia de comprovante de pagamento GPS e GFIP

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


36

 Cópia da Apólice de Seguro de Vida em Grupo para todos os


empregados.
 Cópia do certificado de conclusão de curso básico e caso aplicável
complementar da NR10, validade de 2 anos ou certificado da do curso de
reciclagem.
 Cópia do LTCAT - Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho.
 Cópia do PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
 Cópia do PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional.
Mais documentos poderão ser requeridos para trabalhos sob outros riscos: curso
para espaço confinado, curso para trabalho em altura, curso de operação de guindautos,
etc.
Acreditem, parece muito, mas infelizmente é necessário em nosso país para nos
resguardar de responsabilidades futuras, é comum empresas prestadoras de serviços
trabalharem com funcionários sem registro, não recolherem FGTS ou INSS, etc.
A vantagem é a segregação da qualidade de empresas prestadoras de serviços,
afastando aquelas de baixa qualidade, que não podem nem cumprir as exigências mínimas
legais. Isto reduz a chamada “dor de cabeça” aos responsáveis pelo projeto. Preço não é
tudo!
Somente poderão ser liberados para a entrada na empresa os funcionários
terceirizados que foram aprovados e participaram do processo de integração.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


37

RESPONSABILIDADE PELO PIE:

O PIE deve ser organizado e mantido pelo empregador.


A empresa poderá determinar um funcionário ou terceiro para esta tarefa. Esta
designação deve ser formalizada.
Um documento de formalização do representante da administração para o PIE
deve ser aprovado pelo representante legal da empresa, nos anexos inserimos um modelo.

Figura 18 - modelo de designação de responsável pelo PIE.

Normalmente esta função compete a um funcionário da manutenção elétrica da


empresa. Este profissional deverá possuir características de forte organização e lidar com
rotinas de trabalho, deverá adquirir um conhecimento sobre as indigências da NR10.
Nem sempre o conhecimento sobre assunto da elétrica é fundamental para a
representante do PIE. Os profissionais da elétrica poderão participar da formação, dos
procedimentos e dos registros, para a organização e manutenção pode qualquer pessoa
com a característica de organização, como técnico de segurança do trabalho, gestão da
qualidade, ou secretária.
Salientamos que a pessoa é responsável pelo PIE, mas as aprovações destes
documentos devem ser por profissional habilitado CREA, para laudos, medições, cálculos, e
Segurança do Trabalho no caso de procedimentos emergências e especificação de EPI e
EPC. O melhor é a participação de todas as áreas envolvidas: engenharia, manutenção,
SESMT, CIPA, Qualidade.
A responsabilidade é de todos!
Acreditamos que uma boa forma é a criação de um grupo tarefa para a NR10.
Composto pelo representante, claro, pelo SESMET, engenharia, supervisor de manutenção
elétrica, CIPA. Com reuniões bimestrais para avaliação de desempenho, revisão de
cronogramas de adequação e aprovação de procedimentos ou instruções de trabalho.
Quando se envolvem os trabalhadores na elaboração dos procedimentos que
eles terão de cumprir fica mais eficiente a implantação.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


38

PRAZOS E REVISÕES:

Os prazos para o cumprimento dos itens da NR10 já se expiraram. Portanto, em


uma auditoria externa do DRT, a empresa já estaria passível de multas ou até mesmo
embargo ou interdição, em caso que se encontre uma situação de risco grave e eminente,
conforme NR-03.
Quanto ao prazo para a adequação das instalações elétricas, não há definição
na NR10. O que acontece é o bom senso. Se as instalações não estão adequadas
demandam cuidados imediatos, muitas vezes dispendiosos gerando custos elevados, então
depende de um cronograma financeiro. Normalmente se disponibiliza uma verba anual para
aplicar na adequação, iniciando-se pelas prioridades.

Figura 19 - "Gambiarras".

Se apontado no RTI um risco eminente de acidentes, a empresa torna-se


informada da situação oferecida e deverá tomar maior cuidado para não incorrerem
acidentes.
Exemplo disso, a falta de uma barreira de proteção sob uma parte energizada
em proximidade a pessoas não advertidas. A empresa deverá afastar os funcionários de sua
proximidade (zona de controle), sinalizar e advertir. Ao trabalhar dentro da zona de controle
o trabalhador deverá ser autorizado, portar EPI, EPC e Ferramental Isolado, mesmo se for
para ligar um disjuntor.

A REVISÃO DOS ELEMENTOS CONSTANTES DO PIE:


Como foi citado anteriormente neste trabalho, não há na NR10 alguma indicação
de prazos e periodicidade de revisão destes elementos. Devem-se verificar as normas
técnicas aplicáveis.
O prazo de revisão depende muito das condições da instalação de cada
empresa, da frequência de alteração do processo produtivo, da qualidade da mão de obra,
dos investimentos e dos recursos disponíveis e aplicados.
Os prazos servem para que o documento seja reavaliado, repensado e alterado
a fim de promover melhoria ou mesmo, caso não necessitar ser novamente revalidado.
A seguir damos uma ideia inicial de prazos que podem ser seguidas e ajustadas
posteriormente.
 Cronograma de Adequação – mensalmente
 RTI – Bienal

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


39

 Procedimentos de emergência – semestralmente e/ou sempre que


ocorrer um acidente.
 Planilha de controle de EPI e EPC – Bimestralmente.
 Certificação de materiais áreas classificadas – inserir sempre que
ocorrerem instalações ou alterações nas instalações áreas classificadas.
 Resultado de testes de isolação – Verificar a planilha de EPC
mensalmente. Os fornecedores comumente indicam um prazo para se
realizar novo teste de isolação. Acontece que, este período é o usuário
que deverá apontar em virtude de fatores como a qualidade do material,
frequência de uso, conservação, condições ambientais, etc.
 Documentações comprobatória de cursos e treinamentos – controlar a
planilha de autorização mensalmente para verificar o vencimento do
treinamento para a reciclagem, necessária a cada 2 anos. E, sempre que
o funcionário se afastar.

“FAZER BEM FEITO DA PRIMEIRA VEZ PARA NÃO TEM DE FAZER DE


NOVO”!
OS PERDEDORES SÃO AQUELES QUE FAZEM AS COISAS NA BASE DO
“MAIS OU MENOS” E DEPOIS FICAM RECLAMANDO DA VIDA, DAS COISAS QUE NÃO
DÃO CERTO, DE TUDO ENFIM.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


40

COMO DE COMPORTAR EM UMA AUDITORIA:

O responsável pelo PIE poderá receber auditorias internas e auditorias externas.

Figura 20 - Auditorias.

Auditorias internas: aquelas realizadas com o objetivo de avaliação do


funcionamento de um sistema de gestão, realizadas normalmente por colegas de trabalho
ou pelo setor SESMT ou Qualidade da empresa. Como colegas de trabalho, há sempre
aquele pensamento de que a auditoria é mais leve, que a relevância é menor, que podemos
ludibriar fácil, etc.
Auditorias externas: aquelas realizadas por entidades externas, com função
fiscalizadora oficial ou função certificadora.
Auditoria de certificação ou recertificação de programa de qualidade: Esta é uma
auditoria contratada que verifica os procedimentos relatados seguindo a orientação da
norma de qualidade em questão. Acontece que a maioria delas remetem ao
cumprimento os quesitos normativos oficiais, onde a NR10 se enquadra. É comum os
auditores cobrarem documentos pertinentes ao PIE durante esta auditoria.
 Organismos certificadores para programa de qualidade (ISO, OHSAS, etc.).
Auditoria de fiscalização: Nestes casos, o objetivo de avaliação do
cumprimento das normas regulamentadoras. Não necessariamente a NR10. Ela poderá
ser motivada por: denúncia, acidentes ou rotina.
 DRT – Delegacia Regional do Trabalho.
 CREA- Conselho regional de engenharia.
 Perícia judicial
Em todas as auditorias haverá cobrança, a alta direção ficará informada do seu
trabalho, isto é do seu sucesso (obrigação), do fracasso (com certeza). Nas duas auditorias
(interna ou externa) o representante do PIE terá de solucionar as providências solicitadas

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


41

pelo auditor, dentro de um prazo negociado, isto com sorte, porque no caso de uma
fiscalização do DRT nem sempre teremos este prazo amigável e sem lavrar uma multa.
Esta percepção nos deixa mais apreensivo, neste estado emocional é comum às
confusões, as respostas erradas, passar mais informações do que está sendo pedido e o
pior é comum nós tentarmos justificar repassando ao auditor suas dificuldades e expondo a
empresa a maiores consequências.
O mundo ideal é o que em uma auditoria possamos ficar tranquilos, sem
sobressaltos, sem correrias para regularizar ou buscar documentos, etc.
- Mas como conseguir isso?
- Se um sistema de gestão funciona bem, isso é possível, sim!
Podemos tolerar pequenos desvios, mas com o sistema “rodando” bem, uma
auditoria não deve mudar a rotina da empresa ou de seus colaboradores. Assim também
deve ser um bom programa de gestão do PIE – Prontuário das Instalações Elétricas, os
elementos elaborados, revisados, cronograma de adequação em dia, etc.
A confiança em seu trabalho é fundamental. Lembre-se que uma auditoria
normalmente não há aviso prévio, portanto, a rotina de verificação e cobrança das demais
áreas deve ser sua arma.
Responder apenas aquilo que é perguntado.
Exemplo: Se o auditor pergunta: “- Você faz medição da resistência de
aterramento?”.
Você diz: - Sim. Espera pra ver se ele pede para você mostrar os registros, não
precisa sair pegando na pasta antes dele pedir.
Lembre-se: Eles, como você, vivem em função de tempo, isto é, se eles
prolongarem muito num setor, provavelmente em outro ficarão tempo menor. Então fazer o
tempo a seu favor é bom. Só não vale demorar muito para achar ou buscar um papel em
sua mesa ou gaveta. O auditor tem de sentir que você sabe o “caminho” de onde está o
documento.
Este tal “caminho” de onde está o documento você pode controlar por uma
matriz de documentos conforme colocamos nos anexos. Nela consta o nome do documento,
a revisão atual, onde se encontra no meio físico, onde se encontra no meio virtual. Assim
ficará fácil encontrar algum elemento do PIE.
Lembre-se:
 AUDITOR – NEM SEMPRE POSSUI UMA ESPECIALIZAÇÃO NA ÁREA DE
ENGENHARIA, ISTO É, VOCÊ CONHECE MAIS SOBRE O ASSUNTO DO QUE ELE.
 AUDITOR – ESTA FAZENDO O TRABALHO DELE! NÃO QUER TE PREJUDICAR.
O MELHOR É ENXERGÁ-LO COMO UM PARCEIRO.
 CONFIANÇA NO SEU TRABALHO, NENHUM AUDITOR CAUSARÁ MEDO!
 O BOM É QUE SÓ VOCÊ SABE O QUE FALTA, ONDE EXISTEM PROBLEMAS, O
AUDITOR NÃO!!
 AUDITOR - TEM AGENDA, FAZER O TEMPO A SEU FAVOR! CALMA MAS SEM
“ENROLAÇÃO”.
 AUDITOR – DEVE SENTIR QUE VOCÊ DOMINA A GESTÃO DO SISTEMA. SABE O
CAMINHO PARA ENCONTRAR O QUE ELE PEDE.
 AUDITOR – NÃO SABE DE SEUS PROBLEMAS, RESPONDER SOMENTE O QUE
ELE PERGUNTA, NÃO FALE DE SUAS DIFICULDADES!

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


42

MATRIZ DE DOCUMENTOS DO PIE - PRONTUÁRIO DAS INSTALAÇÕES ELETRICAS


Data MEIO MEIO

DOCUMENTO Revisão ELETRONICO LOCALIZAÇÃO RESPONSÁVEL FISICO LOCALIZAÇÃO RESPONSÁVEL


Esquema unifilares 3 sim Engenharia Engenharia sim Manutenção Eletricistas
Desenhos painéis x sim Engenharia Engenharia sim Pasta CCM Eletricistas
Procedimento de emergência sim SEESMT SEESMT sim PIE Marcos
Mapa de Colaboradores sim c:|pie Marcos não PIE Marcos
Mapa de EPI e EPC sim c:|pie Marcos sim PIE Marcos

Certificados conclusão de curso


oficial ensino não sim PIE Marcos
Conjuntos de procedimentos de
Segurança sim c:\pie SEESMT sim PIE Marcos
Conjunto de Instruções de
Trabalho sim c:\pie Marcos sim PIE Marcos

Descrição das medidas de


controle do PCMSO sim SEESMT SEESMT não
Relatórios de Inspeção SPDA 2010 não sim arquivo\pasta Marcos

Relatórios de Medição malha de


aterramento 2010 não sim arquivo\pasta Marcos
Relatórios de Inspeção
Termográfia 01/06/2010 sim arquivo\pasta Marcos sim arquivo\pasta Marcos
Especificação dos EPI EPC e
Ferramental sim arquivo\pasta SEESMT sim PIE Marcos
Testes de isolação dos EPI e EPC 01/10/2011 não sim arquivo\pasta Marcos

Certificados dos materiais áreas


classificadas não sim arquivo\pasta Marcos
Relatório Tecnico de Inspeção 2011 sim cd\ Marcos sim arquivo\pasta Marcos

LTCAT Laudo técnico das


Condições de Trabalho 2010 sim SEESMT SEESMT não
Certificado dos EPI (CA) sim MTE.COM.BR Marcos não
Especificação Vestimenta de
trabalho sim c:|pie Marcos sim PIE Marcos
etc...
Tabela 2 - Matriz de documentos.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


43

RESPONSABILIDADES:

As responsabilidades pelo cumprimento da NR10 são solidárias entre


empregados e empregadores envolvidos.
É de responsabilidade dos empregadores manterem os trabalhadores
informados sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e
medidas de controle contra os riscos elétricos a serem adotados. Isto pode ser realizado
pela instalação de placas de advertências “PERIGO” em todos os invólucros (quadros
elétricos, portas de subestação, etc). Treinamento de todos os envolvidos, incluir diálogo
sobre as medidas de controle dos perigos elétricos nas palestras de integração da empresa.
Treinamento de reciclagem feito “In Company” voltado para as medidas de controle
adotadas. Treinamento dos procedimentos criados aos envolvidos.
Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações
e serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas. Isto pode ser
feito após a investigação do acidente, verificando a conformidade com o procedimento e em
especial repensando como esta falha poderia ter sido evitada. Caso haja necessidade de
uma nova revisão do procedimento, é o momento para fazê-lo.
Cabe aos trabalhadores:
a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam
ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho;
b) responsabilizar-se junto à empresa pelo cumprimento das disposições
legais e regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança
e saúde, e;
c) comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as
situações que considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras
pessoas.
A norma igualmente definiu responsabilidades para os trabalhadores. São
responsáveis pela sua própria segurança e a segurança de outros, isto é, suas ações ou
omissões que possam resultar num acidente no trabalho, o trabalhador passa a ser
responsabilizado.
O cumprimento das normas regulamentadoras pelo trabalhador fica obrigatório,
então, como a NR10 determina, o trabalhador deve seguir as normas técnicas no
desempenho e seguir os procedimentos e instruções técnicas que a empresa publicou.
Situações de risco devem ser informadas imediatamente. A sua omissão passa a
ser responsabilizada. O conhecimento é fator determinante. O funcionário que consegue
reconhecer um risco deverá ter uma ação imediata preventiva para evitar acidentes e
possuir um canal de comunicação com os responsáveis a fim de facilitar a correção do
problema. Lembramos que é desmotivador se a empresa ou responsáveis não derem a
devida relevância, com o tempo este funcionário passará a não mais relatar pontos
potenciais de risco.
Conforme o item 10.14.3 - “Na ocorrência do não cumprimento das normas
constantes nesta NR, o MTE adotará as providências estabelecidas na NR 3”. Quer dizer
que se o Ministério do Trabalho constatar fato relevante que possa causar risco eminente ao
trabalhador ele tem poder para embargar ou interditar a empresa ou local do trabalho.
No Código de Defesa do Consumidor. - Art. 39. É vedado ao fornecedor de
produtos ou serviços dentre outras práticas abusivas:

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


44

“VIII- colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em


desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas
específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Conmetro)”;
No Código Civil – Art. 186. Temos a dicção que "aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito", sendo que no art. 927 consta que "aquele que, por ato
ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo", e com o seguinte
parágrafo único: "haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem."
Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/7251/a-responsabilidade-objetiva-no-novo-codigo-civil-e-
os-acidentes-do-trabalho#ixzz1xnyorrXh.
No Código Penal:
Agindo com dolo - quando quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo
responderá por lesão corporal ou homicídio simples, de acordo com o caso. Sujeitando-se a
pena de 3 meses a 1 ano de detenção no caso de lesão corporal leve e de 6 a 20 anos de
reclusão no caso de homicídio.
Agindo com culpa - quando dá causa ao resultado por imprudência, negligência
ou imperícia - responderá por crime de lesão corporal culposa ou homicídio culposo, de
acordo com o caso. Sujeitando-se a pena de 2 meses a 1 ano de detenção no caso de lesão
corporal, e de 1 a 3 anos no caso de homicídio culposo.
Reflexo Trabalhista:
ESTABILIDADE PROVISÓRIA: em decorrência do acidente de trabalho, o
empregado terá garantida a manutenção do seu contrato de trabalho pelo prazo mínimo de
doze meses, após a cessação do auxílio doença acidentário, independentemente de ter
restado sequela.
RESCISÃO INDIRETA: Descumprindo a empresa normas de proteção à
segurança e saúde do trabalhador, seus empregados poderão rescindir o contrato de
trabalho por culpa do empregador, com base nas alíneas c, correr perigo de mal
manifesto, e f, o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em
caso de legítima defesa, própria ou de outrem, do artigo 483 da CLT.
Entendemos que no caso de morte em acidente do trabalho decorrente de culpa
da empresa ou seus prepostos, os dependentes ou herdeiros do falecido terão direito às
mesmas verbas trabalhistas que ele teria direito no caso de rescisão indireta do contrato de
emprego, como por exemplo, 40% do FGTS e aviso prévio.
OUTROS PREJUÍZOS PARA A EMPRESA: Havendo grave e iminente risco
para o trabalhador, a empresa, além da multa, ainda poderá ter interditado o
estabelecimento, setor de serviço, máquinas e equipamentos, ou embargada a obra
comprometendo a sua produtividade e o seu cronograma, o que fatalmente resultará em
prejuízos de monta (artigo 161 da CLT). A empresa também fica sujeita à multa
administrativa, na forma do artigo 201 da CLT.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601


45

O ENCARREGADO VIU A PESSOA SEM


CINTO E NÃO ADVERTIU!
Deixou de zelar pela segurança de
outra pessoa (item 10.13.4-a da NR-
10/2004.

Figura 21 - Ato inseguro.

NEGLIGÊNCIA: Os cabos de alta


tensão energizados estão expostos a
esforços mecânicos, podendo causar
curto-circuito e, consequentemente,
um acidente por choque elétrico.
Responsabilidade de todos os que
possuem informação sobre o risco, isto
é, eletricistas, supervisores de
manutenção, gerentes, técnico de
segurança, etc.

Figura 22 - Risco eminente.

NEGLIGÊNCIA IMPRUDÊNCIA: O
armazenamento incorreto pode
danificar o isolamento das varas de
manobras utilizadas em alta tensão,
podendo provocar acidentes.
Caracterizada pela precipitação na
execução de um procedimento e pela
falta de cautela, a imprudência.
Responsabilidade manutenção e
guarda do EPI ou EPC cabe ao
funcionário.

Figura 23 - Negligência.

Eletroalta Serviços elétricos ltda www.eletroalta.com.br (16) 3615-3601

Você também pode gostar