Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
IDANA` `
PREFÁCIO
Estou, nesta obra, apenas lhes dando algumas receitas e os sentidos dos
elementos usados no culto, os efeitos vibracionais de cada um, que muitas
gerações já utilizavam e conheciam bem, e que, por consequência dos tempos
mais modernos, acabaram se perdendo. É uma dádiva poder usar a culinária e
usufruir dessas vibrações tão positivas.
Todo tipo de receita descrita neste livro deve ser utilizada de forma a agregar
o culto. O uso da culinária com os elementos certos podem lhes trazer
resultados positivos diate dos deuses, pode produzir resultados muito
expressivos.
Proporciono a vocês uma das chaves que abre todas as portas, na verdade são
algumas chaves e culinária é uma delas.
E estou considerando que você pode obter através deste livro, suas próprias
ideias de como agradar seu Òrìsà uma vez conhecendo dos elementos,
principalmente sabendo distinguir a trindade Pupá, Dundun e Funfun.
1
Em seis mil anos de história, o culto sobrevive mas se adequando
simplesmente, as regras e leis naturais do ambiente onde se encontra, por
tanto, sabores e cores da culinária se modifica de local em local. Isso é muito
impressionante.
Nos próximos capítulos nós iremos falar de todos eles, para poder entender o
que é a cozinha de Òrìsà é preciso entender como que
tudo começou há muito tempo atrás.
2
EKÓ (ACAÇA)
MODO DE PREPARO
Dissolva a farinha ou maizena em água fria, leve ao fogo alto e mecha até que comece a
tomar consistência, abaixe o fogo e vá mexendo devagar até que fique como um mingau
consistente.
3
ÀKARÀ
MODO DE PREPARO
Coloque os feijões inteiros num processador de alimentos e bata por alguns segundos para
quebrar os grãos. Cuidado para não esmigalhar. Coloque os feijòes num recipiente e cubra
com água. Deixe de molho por no mínimo 12 horas. Agite os feijões com uma colher e com
uma peneirinha vá retirando todas as cascas que se desprendem dos feijões. Depois de
retirar bastante as cascas, lave os feijões sob a água corrente e continue retirando os
"olhinhos" e o restante das cascas.
Coloque os bolinhos no óleo bem quente e frite por 3 minutos de um lado. Com uma
escumadeira, vire os bolinhos e deixe fritar até que fiquem dourados. Regule a temperatura
do óleo. Se for necessário, abaixe a chama do fogo para que o óleo não queime. Retire os
bolinhos com uma escumadeira e coloque sobre papel absorvente.
Podendo ser oferecido a Ìyámi sendo sua principal oferenda elaborada, também a todas as
divindades femininas.
5
EKÚRU
MODO DE PREPARO
Prepara a massa de feijão idêntica a do akarajé, acrescente atàré debulhada, cebola ralada,
peixe desfiado e dendê.
Cozinhe em vapor.
7
ABARÀ
MODO DE PREPARO
Prepara a massa de feijão idêntica a do akarajé, acrescente atàré debulhada, cebola ralada,
camarão e dendê. Coloque um pouco na folha de bananeira, embrulhando em forma de
trouxinhas. Cozinhe em vapor.
9
MANJAR
300 gr de maizena.
1 lt de leite.
200 gr de açúcar.
200 gr de coco ralado.
Mel.
1 coco seco.
Búzios.
Flores de Kalanchoe
MODO DE PREPARO
Junte o leite a maizena o açúcar e também o coco ralado. Mexa em fogo baixo devagar até adquirir
consistência. Coloque em um recipiente para desenformar de acordo ao formato que deseja.
Deixe esfriar. Desenforme, coloque um pedaço do coco seco, búzios e regue com mel ou melado
de cana. Este adun (doce) pode ser oferecido a Orí, Ìyemoja, Ajè, ibeji, Esù Odará e Nana.
11
CANJICA BRANCA
MODO DE PREPARO
Lave a canjica antes de cozinhar, deixe por 40 minutos em presão. Retire e escorra em água
corrente.
Coloque em uma refratária. Quebre os côcos, coloque por cima regado com leite de coco e
óleo. Também as flores de kalachoe.
O ebo de Osálá assim conhecido, é uma receita que pode ser oferecida a todos os Òrìsà(s)
sem distinção.
Vale ressaltar que o milho é elemento de multiplicidade e não apaziguador como acreditam.
Parem de jogar canjica branca cozida no telhado achando que estão acalmando alguém ou
o ambiente.
13
CANJICA BRANCA
PARA AJÈ
MODO DE PREPARO
Lave a canjica antes de cozinhar, deixe por 40 minutos em presão. Retire e escorra em água
corrente.
15
CANJICA BRANCA
MODO DE PREPARO
Lave a canjica antes de cozinhar, deixe por 40 minutos em presão.
17
CANJICA BRANCA COM ALPISTE
MODO DE PREPARO
Lave a canjica antes de cozinhar, deixe por 40 minutos em presão. Retire e escorra em água
corrente. Misture a canjica e o alpiste. Coloque em uma refratária. Coloque as folhas de
brilhantina, as conchas e as bolas de algodão. Lamparina (Otumpá) Coloque uma pedrinha
para firmar o pavio de algodão e molhe com óleo de côco, acenda. Regue com mel.
Ofereça a Ajè em uma segunda-feira.
19
CANJICA BRANCA.
MODO DE PREPARO
Lave a canjica antes de cozinhar, deixe por 40 minutos em presão.
todos Òrìsàs
21
CANJICA BRANCA.
MODO DE PREPARO
A mesma receita de canjica branca cozida para Osálá, porém com folhas da fortuna e casas
de igbin.
23
OMOLOKUN ÀJÉ
1 kg de feijão fradinho.
4 cebolas grandes raladas.
Agua fervente.
16 ovos caipiras crus.
50g de noz-moscada ralada
500g de camarão.
Oleo de coco
Mel.
uma concha.
MODO DE PREPARO
Coloque 1 litro de água de poço ou mina fria no feijão e deixe descansar de um dia para o
outro.
Coloque as cebolas raladas na panela e mexa até secar, coloque o oleo de coco (deixe dar
uma refogada) e coloque todo o feijão ferventado (ao dente) acrescente a noz-moscada
ralada, abra a fava de atare (é importante não deixar cair no chão, é tabu pisar em atare) o
camarão e uma pitada de sal.
Mexa até que fique bem seco e temperado. Em uma vasilha de louça coloque o feijão e os 16
ovos crus, como na ilustração acima. Regue tudo com mel, melado de cana, em troca do
seu sucesso financeiro. Deposito aos pés de uma árvore frondosa e verdejante.
25
AMÁLÁ DE AÍRA
1 kl de inhame.
Bastante folhas de cabaça.
Óleo de coco.
2 cebolas.
Efun.
16 acaça pequenos.
Sal.
1 gamela.
MODO DE PREPARO
Cozinhe o inhame e quebre-o em um pilão até formar uma pasta. Pique as folhas de cabaça
bem finas e refogue em cebola com óleo de coco, tempere com sal. Esparrame o inhame
pilado em uma gamela. Coloque o refogado de folhas de cabaça por cima e os 16 acaças.
27
INHAME DE ÒSÓÒGUIAN
Pode ser oferecido cru afim de que os brotos que vão se formar
indique crescimento na vida.
29
CLARAS PARA ÒSÓÒGUIAN
8 ovos.
Dendê
Índigo.
MODO DE PREPARO
Separe as claras da gema.
Bata as claras em neve enquanto faz seus pedidos, salpique índigo e ofereça.
31
AS GEMAS DE ÌYÁMMÌ
BATATA DOCE
PARA ÒSÚNMARÉ
MODO DE PREPARO
Cozinhe a batata doce, amasse com mel.
Òrìsà Òsúnmaré
34
DA DIETA DOS CAÇADORES;
GRÃOS E FRUTAS
Os hábitos alimentares dos nossos antepassados no período paleolítico, entre 2,5 milhões e
10.000 anos atrás.
Amendoim, lentilha, feijões, ervilhas e outras leguminosas estão dente do menu, nozes,
carne é consumida em grandes quantidades, muitas vezes cozidas em gordura animal de
qualquer espécie; os nossos ancestrais às vezes comiam frutas e muitas vezes devoravam
vegetais e mel.
A dieta tem sido uma parte importante da nossa evolução, como é para todas as espécies, e
nós herdamos muitas adaptações de nossos ancestrais.
Entender a nossa história evolutiva, insistindo que são biologicamente idênticos aos seres
humanos da idade de pedra, nos trás hoje o significado da culinária usada dentro das casas
de culto.
Em seu site, Sisson escreve que “enquanto o mundo mudou de inúmeras maneiras nos
últimos 10.000 anos (para melhor ou pior), o genoma humano mudou muito pouco e,
portanto, só se desenvolve em condições semelhantes.” Isso simplesmente não é verdade.
36
Na verdade, esse raciocínio desconhece como a evolução funciona. Se os seres humanos e
outros organismos só poderiam prosperar em circunstâncias semelhantes às de seus
antecessores, a vida não teria durado muito tempo.
Não podemos viajar no tempo e reunir os nossos ancestrais em volta da fogueira, enquanto
se preparam para comer, contudo, cacos de cerâmica antiga e dentes fossilizados podem
nos dizer muita coisa.
Nossa espécie não foi projetada para subsistir com uma dieta única, ideal. O que é notável
sobre os seres humanos é a extraordinária variedade do que comemos, e consecutivamente
oferecemos aos nossos ancestrais.
Por tanto trago a vocês receitas baseadas em carmes, frutas, cereais, folhas e outros para
oferecer o que de melhor temos disponíveis hoje para ofertar aos nossos ancestrais Òrìsà(s)
37
AMÁLÁ DE SÀNGÓ
1 kl de inhame.
Dendê.
Cebola.
Mel.
Nós moscada.
Gengibre.
Sal.
Frutas de diversas qualidades.
Carnes bovina; maçã de peito, cupim, costela, rabada
MODO DE PREPARO
Cozinhe o inhame, descasque e amasse. Unte a gamela ou casca de ajapá com o inhame
cozinho e amassado. Refogue a cebola batida com gengibre e noz-moscada. Cozinhe a
carne até o ponto de desfia-lá. Se a carne tiver ossos, eles devem ser separados e rezados
para Egungun. No refogado acrescente a carne desfiada, deixe cozinhar até secar a água.
Coloque o preparado na gamela untada com inhame e sirva. No caso de um Oro de galo a
Sàngó ou bode por exemplo o processo deve ser feito com os animais usados na ritualística.
O inhame neste caso pode ser também substituído por acaça.
Coloque as frutas em volta, osun, efun, índigo podem ser colocados, porém lembrem-se que
o índigo não pode ser consumido. Uma vez que se sabe que para essa oferenda devemos
“provala” antes de ofertar a esta divindade em específico.
Orogbo(s) também são oferecidos a Sàngó, porém não é tabu, mas Sàngó prefere orogbo ao
invés de obi.
39
Sabemos que Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos
ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização dos órgãos
competentes é crime.
Um dos animais preferidos deste Òrìsà é o cágado ou tartaruga, também conhecido como
Ajapá (iorubá) entretanto no caso da devida permissão pelos órgãos competentes, após o
Oro (sacrifício) se procede como na ilustração acima.
Oferecendo os ossos a Egungun em cima da parte inferior do animal, untado com acaça
41
PIPOCA OU DEBURÚ
Milho de pipoca.
Dendê.
1 coco seco.
Sal
MODO DE PREPARO
Muitos são os mitos envolvidos em relação a pipoca (milho aquecido) oferecido no culto.
Porém precisamos observar que o acaça é feito de milho, aquecido, os grãos torrados,
aquecidos. Portanto o milho está presente também na oferenda de todos os Òrìsà(s) e a
pipoca não é uma oferenda exclusiva de Obàlúwàiyé ou “””Omolu”””” como bem
entenderem.
Existe uma forma específica de se fazer o deburú (pipoca) onde se acrescenta areia
colocasse dentro de uma quartinha e expõe-se ao sol.
Porém, entretanto isto não é uma oferenda e sim um ebó para retirar doenças de pele de
um sujeito que está ou tem este problema.
Mas como sabemos que os papagaios imitam os piratas sem indagar, isto se replicou e
tornou-se no Brasil uma oferenda de “””Omolu”””
43
OMOLOKUN
MODO DE PREPARO
Coloque 1 litro de água fria no feijão e deixe descansar de um dia para o outro.
Leve ao fogo até ferver, dessa vez deixe cozinhar “ao dente”, e escorra.
Coloque as cebolas raladas na panela e mexa até secar, coloque o azeite de dendê (deixe
dar uma refogada) e coloque todo o feijão, acrescente a noz-moscada ralada o camarão e
sal.
Em uma vasilha coloque o feijão preparado e os ovos com a tampa da casca retirada.
Coloque um pouco de dendê dentro de cada ovo, também osun, efun e índigo.
45
OMOLOKUN
1 kg de feijão fradinho.
4 cebolas grandes raladas.
Água fervente.
16 ovos caipiras.
50g de noz-moscada ralada.
500g de camarão.
dendê.
Mel.
Melado de cana.
1 ou mais conchas do mar.
-Muitos búzios abertos
MODO DE PREPARO
Coloque dois litros de água de rio fria no feijão e deixe descansar de um dia para o outro.
Coloque as cebolas raladas na panela e mexa até secar, coloque o dendê (deixe dar uma
refogada) e coloque todo o feijão ferventado (ao dente) acrescente a noz-moscada ralada o
camarão e sal.
Òrìsà Òsún
47
IPETÉ
1 kg de inhame.
100 ml de azeite de dendê.
Sal a gosto.
1 pimenta vermelha sem semente.
500 g de camarão seco dessalgado.
1 cebola média picada.
MODO DE PREPARO
Coloque o inhame para cozinhar na panela de pressão.
Em outra panela frite a cebola no azeite até dourar, acrescente a pimenta vermelha picada
e o purê de inhame e metade do camarão seco.
Òrìsà Òsún.
49
ADO
PAMONHA
MODO DE PREPARO
Retire os grãos das espigas e bata em liquidificador;
Cozinhe ao vapor.
Òrìsà Òsún.
51
OGEDÈ
2 Banana
200g de Açúcar
Canela a gosto
MODO DE PREPARO
Corte duas bananas na horizontal.
Òrìsà Iyewá.
53
ILÁ
Farinha de milho.
Quiabos.
Dendê.
Cebola.
Sal.
MODO DE PREPARO
Farinha de milho e quiabos, pisados em um pilão até obter uma pasta viscosa.
Adicione a pasta.
Òrìsà Oba.
55
ASÒSÒ
Milho.
Amendoim.
2 côcos secos.
Mel.
MODO DE PREPARO
Cozinhe o milho vermelho e o amendoim somente em água e deixe esfriar.
57
ABADO
Feijão fradinho.
Milho seco.
Camarão seco.
Cebola.
Coco seco.
MODO DE PREPARO
Torrar o feijão fradinho.
Cozinhar o milho e o feijão fradinho, e refoga-los com cebola, dendê e camarão seco.
Faz-se cones de folha de bananeira e sirva dentro, com fatias de coco seco.
59
MILHO ASSADO
61
EJÁ
PEIXE ASSADO
1 corvina.
Gengibre.
Alecrim.
Dendê.
Sal.
Camarão fresco.
MODO DE PREPARO
O peixe deve estar limpo, sem escamas e sem vísceras.
Enrole o peixe na folha de bananeira e leve-o a grelha. Deixe assando por uns 10 minutos,
virando o lado na metade do tempo.
Certifique-se que as brasas estejam com chamas baixas, mas com um bom calor.
Após esse período, retire a folha de bananeira e deixe grelando por mais uns 10 minutos.
63
ÌGBÌN
Cascas de caramujo.
Folhas da fortuna (abamodá.)
Gin.
Mel.
MODO DE PREPARO
Com o uso de um socador ou pilão, quebre as folhas até ficar
homogênea, junte o mel e o gin.
Òrìsà Ossain.
65
ISÚ
2 inhame.
Mel.
Dendê
MODO DE PREPARO
Asse os inhames, corte-os na horizontal.
Òrìsà Ògún.
67
OGUEDÈ
3 pencas de banana.
Mel.
8 ovos.
Dendê.
Osun.
Pimenta da Costa.
Ierosun.
MODO DE PREPARO
Tire a casca das bananas. Amasse com todos os ingredientes.
Òrìsà Èsú
69
EWÁ FUNFUN
1 kl de feijão branco.
Óleo de coco.
Búzios abertos.
MODO DE PREPARO
Cozinhe o feijão, faça uma pasta com óleo de coco, enrole, enfeite com búzios.
Òrìsà Okò
71
OGUEDÈ
Umbigo de bananeira.
Cebola.
Dendê.
Sal.
MODO DE PREPARO
Pegue o umbigo e tire as primeiras folhas, jogue fora pois são duras.
Corte o umbigo em rodelas bem finas.
Coloque tudo que cortou em uma panel com água e coloque no fogo para ferver.
Repita o procedimento anterior 1 vez, trocando a água para tirar o amargo, depois coloque
para escorrer.
Em seguida em uma panela coloque o dendê e quando fritar coloque o umbigo escorrido,
mexa e coloque o sal.
Tampe a panela e deixe cozinhar por uns 20 minutos.
Acrescente a cebola.
Deve cozinhar até ficar molinho.
Orisá Ibeji.
73
COCO SECO
500 gr de Camarâo.
Cebola.
Leite de coco.
Manjericão.
Sal.
MODO DE PREPARO
Refogue o camarão na cebola ralada, tempere com sal, as folhas de manjericão.
Sirva no coco.
Òrìsà Logun-Edé.
75
ABUKÓ
MODO DE PREPARO
Tempere a costela com a cebola ralada o gengibre e sal.
Todos os Òrìsà(s) comem Eran (carne) de cabrito. Quando for um Òrìsà Funfun, substitua o
dendê por óleo de coco.
77
ÉLEDÉ FUN ÀJÉ
79
ERAN-ODÉ
1 kl de lagarto.
Cebola.
Gengibre.
Alecrim.
Sal.
MODO DE PREPARO
Tempere o lagarto com cebola ralada, gengibre, alecrim e sal.
Pode ser servido junto a grãos torrados e moídos, feijão fradinho, milho e amendoim.
Òrìsà Òsóòtòkansóò, Óxossi, Akuerà, Ibonà, Odé Ibò não existe, ibo significa floresta, todo
Odé (caçador) é da floresta.
81
COCO
Você pode servi-lo com mel para Òsún, com dendê para Èsú, com óleo de coco
para Obatanlá…..
83
O INÍCIO DA AGRICULTURA NO
MUNDO
Eles comiam melhor, se tornaram mais prósperos, numerosos e, graças a esse sucesso, a
ideia de cultivar o próprio alimento e criar animais para o abate se popularizou.
Mas essa é uma história antiga e cheia de lacunas. Há décadas, arqueólogos se embrenham
nos vestígios deixados por esses povos na tentativa de descobrir como a agricultura se
desenvolveu e se espalhou por aquela região do mundo, e, mais tarde, pelo resto da Ásia e
da Europa. Por anos, vigorou a teoria de que esse avanço no modo de viver fora obra de um
único grupo de pessoas que, à medida que migrava pelo Oriente Médio, levava consigo seus
conhecimentos e seus genes.
Técnicas recentes de análise genética permitiram aos cientistas espiar o DNA desses povos
antigos. E descobrir histórias ligeiramente diferentes e mais complicadas.
Com cerca de 10 mil anos, encontrados no sopé da Cordilheira Zagros, na fronteira com o
Iraque.
Justamente naquela região onde a agricultura começou. Burger analisou o genoma desses
primeiros fazendeiros e decidiu compará-lo ao DNA de um segundo grupo, os anatólios.
Os anatólios são os ancestrais dos fazendeiros europeus. Eles vêm de uma região no sul da
Turquia, a borda oposta do Crescente Fértil.
Se a teoria de que um só grupo criara a agricultura estivesse certa, essas duas populações
seriam geneticamente semelhantes – a população de Zagros, mais antiga, teria migrado até
o sul da Turquia e se estabelecido por lá. Burger se surpreendeu ao descobrir que não:
“Concluímos que os anatolico e as pessoas de Zagros formavam dois grupos distintos que
se separaram um do outro há cerca de 50 mil anos
85
Pangeia (do grego Pan = todo, Gea = Terra), que significa “todas as terras”, ou “terras
unidas”, foi o nome dado ao supercontinente existente durante a Era Paleozóica , quando
todos os continentes existentes atualmente, estavam unidos em um único bloco
continental, cercado por um único oceano, o Pantalassa. Este supercontinente foi se
moldando até o final do Período Permiano (Era Paleozóica , quando teve início a sua
separação, a partir do Período Triássico
PANGÉIA
PANTALASSA
86
ÒGÚN: O PRIMEIRO
Ògún foi o o primeiro ser criado pelas divindades em cima do mariwo (dendezeiro), assim
surgiram os primeiros vertebrados na terra.
Agora, Orí sustentada por um corpo seria capaz de desbravar o mundo que conhecemos e
se realizar.
Ògún foi quem forjou o ferro com ajuda de Òsún e assim criou ferramentas para a
agricultura, Orunmilá-Ifá indicou o ebó é assim ele o fez.
Um cântico dirá o seguinte;
TRADUÇÃO
Orisà bi Ogún onírè kò sí mó. Não existiria mais de uma divindade como Ogún.
Bí kò si Ögún. Sem Ogún não se tira o mato para plantar.
A ko roko.
Sem Ogún não se abre caminho.
A ko yènà.
Ogún lo ni okó. A enxada pertence a Ogún.
Ogún làgbède. Ogún é o ferreiro.
Ogún làgbè, aun naa ni jagun jagun. Ögún é agricultor e guerreiro.
Bi o si Ögún a ko jeun.
Sem Ogún não há COMIDA!!!!
87
A partir deste cântico podemos perceber a importância de Ògún no Ilé Ìdáná, (cozinha) pois
sem a coragem de Ògún em desbravar o mundo antigo conhecido como pangeia,
adentrando a escuridão da antiga savana africana nada do que temos hoje no mundo
moderno existiria.
Imaginem um sujeito a cerca de 12 mil anos atrás, quando éramos apenas 6 mil pessoas no
mundo enfrentando os perigos de um ambiente inóspito, que naquela época atormentavam
o ser humano.
A caça poderia facilmente ser o próprio caçador… A história humana em registros
arqueológicos nos mostram que era quase impossível a sobrevivência da espécie humana
por razões óbvias, mas quando o ser humano encontra a divindade e em uma espécie de
acordo, ela a divindade decide ensinar a forja por exemplo criando assim armas para
sobrevivência da espécie.
Porém em troca, este lhe deveria oferecer parte de sua caça, de sua colheita, de sua
produção, de sua fertilidade, de sua felicidade como diz Èsú, no fim, oferecer sua gratidão.
E assim nasce a oferenda, o ebó como conhecemos hoje.
Ogún é aquele que permite o ser humano caminhar e ser como é, ele permitiu que
pudessemos nos defender e sobrepujar a natureza, ele permitiu que deixassemos de ser
reles nomades a própria sorte e se tornar agricultores, assim permitiu a vida humana se
fixar e prosperar.
Eu poderia tecer textos explicando a origem dos fatos e como nos ligamos a divindade, mas
até aqui eu acredito ter lhes explanado de forma simples o porquê da nossa cozinha de
Òrìsà, e a importancia de Ogún, seja na abertura de caminhos, seja nas ferramentas e
técnicas que permitem o cultivo, o próprio ferro que contem os alimentos e leva oxigenio
em nosso corpo ou mesmo nos utensilios da cozinha de Orisá.
88
FAROFA DE BANANA
1 kl de pancetta suína.
1 kl de banana.
1kl de farinha de mandioca crua lisa.
3 cebolas grandes.
Dendê.
Melado de cana.
Sal.
MODO DE PREPARO
Refogue a pancetta suína (barriga do porco) no dendê e cebola picada em rodelas.
Òrìsà Èsú.
89
OGÈDÈ AGBAGBA
banana da terra
azeite de dende
MODO DE PREPARO
Corte a banana da terra em rodelas e frite no azeite de dendê é uma das comidas preferidas
de Obàlúwàiyé, Egungun, Iewá e Esù.
91
COCO SECO
2 coco seco.
Dendê.
MODO DE PREPARO
Quebre os côcos, e coloque dendê dentro.
Orunmilá-Ifá e Esù
93
AMÁLÁ ÈSÚ
1 kl de inhame.
Dendê.
Cebola.
Mel.
Nós moscada.
Gengibre.
Sal.
Frutas de diversas qualidades.
Carnes bovina; maçã de peito, cupim, costela, rabada…
MODO DE PREPARO
Cozinhe o inhame, descasque e amasse. Unte a gamela ou casca de ajapá com o inhame
cozinho e amassado. Refogue a cebola batida com gengibre e noz-moscada. Cozinhe a
carne até o ponto de desfia-lá. Se a carne tiver ossos, eles devem ser separados e rezados
para Egungun.
No refogado acrescente a carne desfiada, deixe cozinhar até secar a água. Coloque o
preparado na gamela untada com inhame e sirva. No caso de um Oro de galo a Sàngó ou
bode por exemplo o processo deve ser feito com os animais usados na ritualística. O
inhame neste caso pode ser também substituído por acaça.
Coloque as frutas em volta, osun, efun, índigo podem ser colocados, porém lembrem-se que
o índigo não pode ser consumido. Uma vez que se sabe que para essa oferenda devemos
“provala” antes de ofertar a esta divindade em específico.
Este procedimento é o mesmo que para Sàngó, porém deixo claro aqui que toda oferenda
deve-se retirar a poção (parte) de Èsú, no caso do amá-la de ajapá em específico Esù
receberá também um Oro (sacrifício) onde um amálá será tão bem preparado quanto o de
Sàngó. Este é o caso onde toda regra tem sua exceção.
95
ABERÉM
Canjica branca.
Açúcar e sal.
Folha de Bananeira.
MODO DE PREPARO
De véspera, deixe o milho de molho em água fria. No dia seguinte, cozinhe-o em uma panela
com pouco de água, 1 pitada de sal e outra de açúcar.
Coloque 1 colher de sobremesa do minguau sobre cada tira, enrole e amarre as pontas
Mergulhe-os numa panela com água fervente e cozinhe por alguns minutos.
97
EKÓ
ACAÇA DE FUBÁ (MILHO VERMELHO)
500 gr de fubá.
1 Litro de água.
Folha de bananeira (assada)
MODO DE PREPARO
Dissolva o fubá em água fria, leve ao fogo alto e mecha até que comece a tomar
consistência, abaixe o fogo e vá mexendo devagar até que fique como um mingau
consistente.
99
IPESÉ ÌYÁMIM
MODO DE PREPARO
Proceda com o feijão fradinho moído e a cebola como para o acarajé.
101
IPESÉ ÌYÁMIM
MODO DE PREPARO
Misture a farinha ao dendê, posicione os ovos sem tampa.
103
GARI
MODO DE PREPARO
Refogue a cebola no azeite de dendê, acrescente sal e a farinha de milho.
Orunmilá-Ifá e Esù.
105
GARI
MODO DE PREPARO
Misture o dendê a farinha de mandioca crua lisa.
Ìyámim Òsóòròngà.
107
PÃO DE INHAME
Fermento biológico.
¼ xícara de azeite.
Sal.
MODO DE PREPARO
Adicione água aos poucos até conseguir formar uma massa lisa, uniforme e bem fácil de
modelar.
Cuidado para não adicionar muita água, mas caso isso aconteça adicione mais um pouco de
polvilho para dar o ponto da massa.
Enrole a massa. Pré-aqueça o forno em temperatura média, unte uma assadeira com o óleo
de sua preferência e asse por aproximadamente 30 minutos ou até que esteja dourado.
Como já sabemos, inhame é o preferido de todos os Òrìsà(s) mas que tal oferecer um pão
de inhame a Osálá, Ògún, Òsún e Orunmilá-Ifá.
109
Inhame, banana, milho, cebola, pimenta da Costa e azeite de dendê. Toda a África tem uma
unidade gastronômica. É claro que um toque de especiarias aqui, um gengibre ali trazem
diferenciações locais e nos faz mergulhar em um universo amplo, mas o uso de ervas
frescas, peixes, carnes de diversos sabores é sem dúvida uma abundância que temos em
nosso país que é tão plural em sua cultura e diversidade. Mas unânime mesmo é o azeite de
dendê. Em lugar nenhum do mundo, o azeite é tão saboroso entranhado na identidade e na
cultura africana aqui deixado a nós, a ponto de na mitologia dos Òrìsà(s) estar ligado a
fundamentação de um culto aos deuses. A deusa Oyá venceu a disputa com a morte
oferecendo acarás de dendê em nome de seu amor por Sàngó. A comida antiga também
tinha o poder de fixar o indivíduo a um lugar.
111
DAS ENCANTADAS
112
E das nossas entidades de umbanda, representada por uma mulher sensual, independente e
dominadora, incorporada por um ou uma médium? Essas também recebem oferendas.
A “pombagira” surgiu no início do século 20, simbolizando uma mulher liberada da
submissão e do recato impostos do sexo feminino por uma sociedade machista e patriarcal.
Para mim, a entidade é especialista em amor e relacionamentos por ser encantada e ter a
magia do Trono do Desejo e estímulo. O nome pombagira é uma má interpretação do inkissi
(divindade angolana) Gongobila ou Ungila que por sua vez nascem as pombagiras por terem
esta denominação, parecida com o que seria Esú na nação de Angola. Eu particularmente
prefiro denominar estas entidades brasileiras ou não como encantadas ou guardiãs por
assim dizer, pois nascem na umbanda criada aqui no Brasil.
Outros sacerdotes porém, veem-na como mensageira dos orixás (personificações divinas
das forças da natureza), visão errônea ao meu ver, pois nada tem haver com os orixás do
panteão africano, tendo sido, em outras vidas, uma mulher sofrida que retorna para evoluir
ajudando os outros. Quando é incorporada, assume personalidades e nomes como Maria
Padilha, Sete Encruzilhadas, Rosa Caveira etc...
A pombagira é risonha e dá gargalhadas estridentes para afastar o mal e amedrontar os
espíritos obsessores, que buscam vingança. Gosta de beber, fumar e de se vestir bem e está
sempre com a mão na cintura, por vezes segurando a barra da saia ou jogando-a por cima
da perna, o que se confunde com vulgaridade e até mesmo libertinagem.
Os ingredientes da oferenda variam de acordo com a pombagira consultada e com o
objetivo: amoroso, profissional ou de cura. O mais comum é fazer a (farofa de dendê), com
bifes e cebolas. Também podem rolar frutas, bombons, velas, cigarros, rosas,e em alguns
casos, até sacrifício animal, dependendo da preferência da “pombagira.”
E aqui eu não poderia deixar de dá-los algumas receitas a essas entidades tão amadas por
tantos, e não esquecendo também os nossos guardiões, “exu-macho.”
113
FAROFA DOCE PARA
AS ENCANTADAS
MODO DE PREPARO
Misture a farinha ao mel até que fique pastosa.
Leve os corações ao fogo com 100 gr de mel e deixe cozinhar.
Posicione tudo como na ilustração, regue com mel e ofereça a sua encantada predileta.
114
GARI ENCANTADA
MODO DE PREPARO
Misture bastante mel a farinha de mandioca.
Acrescente as sete maçãs vermelhas o cravo a canela em pau, pimenta rosa e a laranja.
Todas as encantadas.
116
GARI ENCANTADA
MODO DE PREPARO
Misture bastante mel a farinha de mandioca.
Todas as encantadas.
118
GARI ENCANTADA
MODO DE PREPARO
Misture bastante mel a farinha de mandioca.
Acrescente as sete maçãs vermelhas o cravo a canela em pau, pimenta rosa e a laranja. As
folhas de zamiokuca e a pimenta dedo de moça.
Todas as encantadas.
120
FAROFA DE DENDÊ PARA
OS GUARDIÕES.
1 kl de farinha de milho em flocos.
1/2 Lt de dendê.
Bifes de porco.
Pimentas.
MODO DE PREPARO
Frite os bifes no dendê temperado com sal, use o mesmo para torrar a farinha.
Coloque em um recipiente e os bifes por cima como na ilustração.
122
PASTA DE FEIJÃO
1 kl de feijão fradinho.
3 cebolas raladas.
Dendê.
Osun (pó vermelho)
7 ovos.
MODO DE PREPARO
Prepare o feijão fradinho como para o acarajé.
Encantadas.
124
FAROFA DE DENDÊ
MODO DE PREPARO
Coloque esse preparado no fundo do alguidar e por cima a farinha de mandioca crua lisa
misturada em dendê.
No centro coloque a vela de mel em volta as maçãs, folhas de louro e cravo a canela e pó de
osun.
Todas as encantadas.
126
MOUSE DE MORANGO
MODO DE PREPARO
Todas as encantadas.
128
Quem nunca ouviu dizer “kosì ewé Kosì Òrìsà.”!? Sem folha não há Òrìsá.
Quando falamos da ação curativa, energética e ritualística das plantas, associamos essas
propriedades ao efeito das composições químicas, aos elementos e compostos que cada
uma contém, e que sem dúvida alguma, atuam sobre a nossa energia interna ou seja em
nosso organismo, exercendo variadas funções e de maneira externa nos processos aos
quais as utilizamos e empenhamos.
Uma das, se não há mais antiga medicina faz uso das folhas para remédios, cura dos males
da alma e do corpo, cientificamente muitos remédios derivam das folhas.
E em nossa cozinha de Òrìsà seu uso também é indispensável, além das propriedades
científicas e medicinais para curar seja o mal estar ou enfermidades, as folhas atuam no
nosso campo energético dinamizando energías espirituais com uso variados, seja para
descarrego, energização ou potencializar algumas situações.
Tanto para os humanos quanto para os Orisas e Irunmoles, elas possuem a capacidade se
doar ou receber energia. Materialmente aportam nutrientes, vitaminas, minerais que
sustentam os processos biológicos do nosso corpo. Bem como energéticamenge as folhas
doam protons (energía positiva de um atomo) e capturam e recebem eletrons (energia
negativa de um atomo), assim nós e eles recebemos e intercambiamos esta energía.
No entanto, o uso das folhas em nossa culinária pode ser apresentada com uma abordagem
totalmente diferente, que exalta o poder oculto das plantas, relacionado às propriedades
vibracionais, ou seja, a energia sutil contida nelas, mais que para ingestão.
Tudo que existe no mundo tem uma vibração energética própria. Tudo que é vivo
básicamente deriva dos mesmos compostos. Nós seres humanos e um monte de folhas
temos a mesma constituição, justamente é a organização destes compostos que conferem
as características e propriedades únicas de cada elemento.
Assim, as folhas terão cada uma sua propriedade e função específica dentro do rituais,
alimentação e também na culinária.
130
Por exemplo, como já expliquei o uso da banana, suas folhas além de serem úteis para
abrigar o alimento também terá correlação com sua energia de continuidade e
multiplicidade, podemos substituí-la por exemplo pela taioba, porém não terá a mesma
força energética da folha de bananeira, assim entendemos que por mais similaridade entre
os compostos, cada ser e/ou energia é única e aporta coisas específicas em acordo a sua
constituição bioenergética.
Estudar essas energias oferecidas em pratos aos deuses requer grande estudo e exigiria de
mim uma obra a parte apenas para falar das plantas sua utilização, propriedades
energéticas e demais funções.
Toda folha emite uma vibração eletromagnética que envolve a matéria, e nos auxilia dentro
do culto em coisas específicas.
Nos ajudam a manter o equilíbrio de Orí (cabeça) contra sentimentos que ocorrem no corpo
físico e que refletem seus efeitos causando doenças e vice-versa, despertam ou fixam
energías determinadas, por exemplo há folhas frías, quentes, para movimento ou para
apaziguar e etc...
E por falar em Orí (cabeça) também deixarei algumas receitas que devem ser consumidas
para melhoria do nosso estado mental, mas com o intuito de ingestão pois devemos
entender que oferenda a Orí (cabeça) não é apenas ritualísticas exteriores mas também o
que consumimos como alimento diário.
131
PARA ORÍ
CABEÇA
132
ABACATE
Além disso, ele é rico em outras substâncias benéficas, como a luteína, o selênio e as
vitaminas do complexo B.
Sendo assim, você pode comer a sua guacamole ou avocado toast (torradas de abacate)
agradando sua Orí é seu paladar.
133
ESPINAFRE
Esse vegetal tem luteína, que em algumas pesquisas é uma substância associada a uma
mente mais afiada. Além disso, contém ácido fólico, que protege as células do cérebro.
Contudo, se você não gosta muito de espinafre, há outras opções.
Os vegetais verde-escuros em geral — rúcula, couve e brócolis, são ricos em ácido fólico.
Eles ficam ótimos em sucos, mas também refogados ou cozidos no vapor (com o cuidado
de não os esquentar demais, para não perder as propriedades nutritivas).
Algumas panquecas de espinafre e peixe podem fazer bem a sua saúde mental.
135
PEIXES
Um peixinho grelhado deve fazer parte de qualquer dieta balanceada, já que é uma fonte de
proteína bastante saudável.
Porém, além disso, essa carne é rica em ômega-3, que faz bem para a conexão entre os
neurônios. Ela também tem ação anti-inflamatória, o que contribui para a regeneração das
células.
Prefira prepará-las com a pele, que é a parte com mais ômega-3, e sem cozinhar demais.
Recomendo o uso da sardinha por ter um baixo custo e de todos o que mais contém ômega
3.
137
OLEAGINOSAS
Na hora de fazer um lanchinho, no meio do dia, você pode recorrer às oleaginosas, como a
castanha-do-pará, nozes, amêndoas e pistache.
Elas são ricas em selênio, além de ter vitamina e gorduras boas. Essas substâncias
protegem o cérebro e atuam nas ondas cerebrais ligadas ao aprendizado.
Garanto que com o uso destes poucos alimentos mencionados por mim, sua Orí despertará
para uma vida saudável e garantirá o funcionamento de um corpo disposto. Ebó em
demasia faz mau! É necessário sim recorrermos a divindade caro leitor, mas é fundamental
que cuidemos de saúde mental para conduzir um culto onde a probabilidade de sucesso
será garantida.
É hora que despertemos para uma nova era onde os princípios culturais religiosos podem
muito bem conviver com a consciência de que somente fé sem esforço e ação é
disfuncional.
Rituais como o de Eborí onde as comidas são jogadas fora e pouco são consumidas por
quem está no seu processo ritualístico , de nada adiantaram se não forem realizados de
forma que o corpo e alma estejam de comum acordo.
139
QUINDIM
6 gemas
4 colheres (sopa) de leite de coco
1 colher (sopa) de manteiga
150g de coco ralado fresco
200g de açúcar
1 clara em neve
MODO DE PREPARO
Quebre as gemas e passe em uma peneira cuidadosamente sem mexer com a colher. Em
seguida adicione o leite de coco, a manteiga, o açúcar e mexa bem. Feito isso acrescente o
coco ralado e por último a clara em neve, misturando delicadamente até que a mistura
fique homogênea. Leve a massa do quindim a geladeira por 2 horas. Após esse tempo
coloque a massa em forminhas untadas com manteiga e açúcar cristal, e leve para assar
em uma assadeira com água bem quente (banho Maria), em forno médio, pré-aquecido, até
ficarem douradinhos. Tempo no forno: em média 1h. Desenforme os quindins ainda mornos.
Òrìsà Ibeji Òsún
141
OBI
TRADUÇÃO
143
Além de ser conhecido como o fruto da boa sorte, obi é o oráculo original de
ifá e deve ser consultado para tudo, sem exceção. Sempre que uma oferenda é
ofertada o obi deve ser consultado para saber se a oferenda agrada aos
deuses, mas mais que isso, devo me responsabilizar em dizê-los que, além do
obi uma parte de tudo que é ofertado aos Òrìsà(s) primeiro é oferecido a Èsú,
pois sem que o senhor de ikorita meta receba sua parte nenhuma divindade
receberá sua oferenda. Se você realmente deseja agradar aos deuses lembre-
se Èsú é a boca que tudo come.
145
O Odu Oworin Meji, diz sobre o sacrifício que deve sr ingerido e se potencializa
pela boca, ou seja pela alimentação, assim sendo, o simples fato de comer
mais ou menos de alguma coisa pode nos ajudar ou atrapalhar em
determinados aspectos.
Uma vez estudado tais elementos e a influência dos vegetais sobre a cozinha
de Òrìsà buscamos compreender como essa influência pode agir
positivamente em nossas vidas.
146
DOS ELEMENTOS
147
A culinária dentro do culto de Òrìsà no Brasil é fundada e reconhecida nos
ingredientes, nas receitas, e nos processos culturais que chegam de
diferentes povos e culturas do continente africano.
Muitas das nossas comidas do dia a dia e dos festejos populares estão nas
mesas sagradas dos terreiros, com isso muitos dos nossos hábitos
alimentares têm suas base no culto iorubá e nos costumes das comidas que
estão presentes nos mercados da África.
Tudo que chegava da África para o Brasil recebia a designação geral “da
costa”. Desse modo “da costa” passou a determinar os variados produtos que
chegavam da África, e foi também uma maneira, a partir do século XV, de
identificar as regiões que se reúnem no golfo do Benin, e em amplo território
de países como Benin, Nigéria, Togo, Gana; São Tomé e Príncipe; e, ainda, em
locais historicamente conhecidos como: Costa da malagueta, Costa dos
escravos, Costa do marfim, Costa do grão, Costa da Guiné; territórios onde o
inhame é uma espécie nativa.
148
INHAME
Festas religiosas, como o pilão de Osálá, onde o inhame simboliza temas como
fertilidade, agricultura, alimentação, da história da criação do homem e do
mundo; trazem as muitas referências e significados desta raiz africana que
está integrada aos nossos paladares e a nossa cultura de matriz africana.
149
MILHO
151
Assim, os povos oprimidos e escravizados puderam, em sua cultura,
reverenciar seus “santos”. Nos dias de oferenda, o grão de milho e a pipoca
sempre foram os protagonistas de cerimônias como a Sabejé, consagrada a
Obaluaiê e Omolu, onde existe o MITO destes orixás serem protagonistas de
enfermidades contagiosas e de pele, onde o milho atua como potência de
força, paz e cura. Esse milho, segundo o antropólogo Vagner Gonçalves da
Silva, exposto ao fogo para ser ingerido, transforma-se em uma pipoca macia,
semelhante a uma flor. Preparada para os Òrìsà(s)Omolu e Obaluaiê, ela é
chamada de “a flor do santo”. (Fonte;Bori Performance-Art e Buruburu, do
artista brasileiro Ayrson Heráclito)
Porém aqui vamos desmistificar essa crença de que o milho ou a pipoca sejam
elementos específicos desses Òrìsà(s) erroneamente elaborados no Brasil e
compreender que todo Òrìsà come milho, principalmente quando se tem a
compreensão de que a matéria prima do acaça que reuniu todas as divindades
é proveniente do milho.
152
FEIJÃO FRADINHO
154
DENDÊ
O seu perfume exalado durante sua fervura enaltece as divindades por isso
dizemos o seguinte; "O Orixá também
vem pelo cheiro do dendê."
Também conhecido como epo-pupa (óleo vermelho) na língua iorubá.
156
MEL
158
PIMENTA DA COSTA
160
MELADO DE CANA
162
QUIABO
Sua chegada às Américas tem íntima relação com o triste período do tráfico
negreiro.
164
BANANA
166
A energia da espiritualidade é associada com o ciclo de vida da banana.
Quando a planta cresce e desenvolve os seus frutos, ela morre para oferecer
os seus próprios nutrientes para os descendentes, por tanto nos liga a
ancestralidade.
167
SAL
A palavra sal vem do grego “hals” e “halos”, que tanto significa sal como
mar. Da mesma raiz se deriva a palavra “halita”, dada ao Cloreto de Sódio
encontrado em depósitos naturais, que é o sal gema. Platão falava que “o sal
era uma substância cara aos deuses”.
169
No Havaí, a pessoa que volta de um funeral joga sal sobre ela mesma, para
afastar maus espíritos não venham com ela do enterro. Os japoneses têm o
costume de deitar sal na soleira da porta de suas casas depois de alguém
não desejado ou negativo ter saído.
O sal é um potente elemento no culto iorubá por trazer vários aspectos a ele
relacionados, mas para melhor compreensão basta entender que o sal é um
elemento que conserva, ativa o sabor do alimento, por tanto à de se ter a
consciência do seu uso pois se diz; se está bem, ponha bastante sal para
conservar, mas se tudo vai mau, tire o sal…
Tendo essa ciência, sabemos agora que se, a casa está prospera e todos
estão bem, use bastante sal e tempere bem seus alimentos, se não, é melhor
suspendê-lo.
Por este motivo que muitos devotos tomam banho de sal grosso e
continuam estagnados, pois o sal irá conservar aquilo que já existe.
170
ÒSUN
172
ÌNDIGO
174
EFUN
O efun simboliza a criação, o dia, por isso, quando em pó, seja soprado ou
friccionado seco é utilizado com o objetivo de expandir, vitalizar, iluminar,
clarear, despertar, avivar e também acalmar.
176
OVO
178
GYN
A base de seu apoio político estava, entre outros, nos agricultores que
produziam principalmente grãos, e viam o preço da saca despencar com o
excesso de oferta do produto. Em busca de uma solução para fomentar o
consumo de grãos e ampliar a margem de lucro dos produtores, o novo rei
edita um ato para o encorajamento da produção de destilados a partir dessa
matéria prima. Mas porquê fazemos uso do gin em rituais?
180
A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA
Ela pode ser de mina, poço, rio, cachoeira, lago e chuva, porém é necessário
estar atento as fazes da lua em seu reconhecimento.
As águas colhidas das fases da lua são de extrema importância nos rituais
por sua capacidade de auxiliar e potencializar as forças ali manipuladas.
182
NOTAS FINAIS
O ilè Ìdáná foi apoiado no fato de que a culinária possui uma vibração sutil que
pode ser utilizada como uma fonte poderosa de energia que, por sua vez, atua
diretamente na alma dos seres. Também utiliza a força do pensamento e
intenção para potencializar essa energia sutil contida no alimento. Essa
constatação reforça a ideia de que os elementos usados armazenam, em
forma de energia, a intenção dos pensamentos, emoções e sentimentos que
estão envolvidos, podendo ser positivos e negativos.
Um grande estudo foi realizado para a publicação do ilè Ìdáná. A base dessa
pesquisa foi a utilização de elementos potencializados, principalmente, pelo
poder da intenção positiva dirigida na preparação dos compostos. Mas a
pergunta que fica é: o que aconteceria com uma simples oferenda que foi
submetida a uma atmosfera de pensamentos, sentimentos e emoções?
183
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
184
IYÁ LINDA T'ÒSÚN
É Ìyáloorisa, terapeuta
comportamental, professora de
neurolinguística e escritora do
culto a Òrìsà. Seu sacerdócio se
deu início em 1997 em Uberlândia
Minas Gerais. Sua dedicação ao
estudo do mundo místico, oculto,
energético e sua aplicação na
vida prática se dá no Centro
Cultural Òsúngbemi onde preside
sua função sacerdotal.
@iyalinda_oxun
+55 34 9653-6286
contato@lindadavila.com
lkt.bio/iyalindatosun