Você está na página 1de 13

Palma (azeite de dendê) - Palmeira dendê

Nome Cientifico: Elaeis guineensis


Família: Palmae

Sinônimos: palma-de-guiné, dendê (Angola), palmeira dendê, coqueiro-de-dendê


e seu fruto como dendê.
Ocorrência natural na África. O dendezeiro é uma palmeira originária da Costa
Ocidental da África que foi trazida no século XVII pelos escravos ao Brasil e
adaptou-se bem ao clima tropical úmido do litoral baiano.
Descrição: Altura máxima do caule em torno de 20 m.
Espécie com caule espesso quando jovem, tornando-se mais fino e marcado por
cicatrizes com o passar do tempo.
Apresenta frutificação abundante quase o ano inteiro, com frutos ovalados, pretos
e avermelhados na base.

O dendezeiro (Elaeis guineensis), também conhecido como palmeira-de-óleo-


africana, aabora1 aavora, palma-de-guiné,palma, dendém (em Angola), palmeira-dendém ou c
oqueiro-de-dendê, é uma palmeira originária da Costa Ocidental da África(Golfo da Guiné). Seu
fruto é conhecido como dendê, e seu óleo como azeite de dendê ou óleo de palma.

O dendezeiro é encontrado em povoamentos sub-espontâneos desde o Senegal até Angola, foi


levado ao Brasil no século XVII, e adaptou-se bem ao clima tropical úmido do litoral baiano.

Dela extrai-se o azeite-de-dendê.

A palmeira chega a 15m de altura. Seus frutos são de cor alaranjada, e a semente ocupa


totalmente o fruto. Seu rendimento é muito grande, produz 10 vezes mais óleo que a soja, 4 vezes
mais que o amendoim e 2 vezes mais que o coco.

Da amêndoa do fruto se extrai também um óleo usado em cosmética e na fabricação de chocolate.


Fruto do dendezeiro.

A região Sudeste da Bahia possui uma diversidade edafo-climática excepcional para o cultivo do


dendezeiro, com uma disponibilidade de área da ordem de 752.625 hectares, aliada à existência
do país de uma demanda insatisfeita da ordem de 500 000 toneladas de óleo de dendê; de
importações que se situam entre 100 e 150 mil toneladas, além do aspecto ambiental-ecológico
possibilitando a recomposição de espaço florestal em processo adiantado de degradação, por
"florestas de cultivo"; econômico-social, proporcionando aumento da renda regional e criação de
novos empregos, além de funcionar como vetor de sustentação da própria cacauicultura e
finalmente estratégico, buscando através da agricultura integrada, o caminho
de desenvolvimento harmonizando os recursos da terra com os valores humanos.

Propriedades: É cultivado para obtenção de óleo destinado à indústria e à


culinária. Seu principal produto, o óleo extraído industrialmente da polpa de seu
fruto possui amplo uso dentro da área alimentícia, fazendo parte direta ou
indiretamente de margarinas, gorduras, pó para sorvete, óleo de cozinha, entre
outros; ainda é substituto para a manteiga de cacau e fornece vitamina E, e, beta-
caroteno.
O óleo de palma entra também na composição de sabões, condicionador para
cabelos, xampus, velas, etc.
                Como outros óleos e gorduras comestíveis, o óleo de palma e seus
derivados são facilmente absorvidos e utilizados normalmente no processo
metabólico. Cada grama do óleo concentrado tem uma densidade de energia
equivalente a nove calorias e é então fonte alimentícia útil que satisfaz nossas
exigências de energias diárias. O óleo de palma tem uma composição de ácidos
graxos que é de aproximadamente 51% insaturadas e 49% saturada.
Considerando que é um óleo comestível dietético de origem vegetal está
essencialmente livre de colesterol. Testes clínicos em humanos mostraram que o
óleo de palma enriquecido em dietas não eleva o nível de colesterol no sangue e
sim nivela os níveis em humanos comparados com dietas enriquecidas em
saturados ou óleos comestíveis insaturados. Pelo contrário, foram notadas dietas
de óleo de palma aumentando o colesterol de alta densidade (HDL-C), que é
protetor contra doenças coronárias e diminuição do de baixa densidade (LDL),
prejudicial. Tradicionalmente foi pensado que todos os ácidos graxos saturados
eram igualmente elevadores do nível colesterol. Porém, controlados estudos em
animais e humanos deixou evidente que o colesterol prejudicial é elevado pelo
consumo de ácido mirístico que está presente em gorduras de leite, óleo de coco e
óleo de palmiste. O óleo de palma contém desprezível quantidade (< 1%) deste
ácido graxo, devido a isso, nenhum dos ácidos graxos no óleo de palma eleva o
colesterol. Basicamente, o óleo de palma e seus derivados se comportam como
"gorduras neutras" na resposta colesterolêmica. Adicionalmente, o óleo de palma
quando utilizado em muitas formulações alimentícias não requer nenhuma
hidrogenação e, portanto, é livre de ácidos graxos trans. Estes ácidos graxos trans
foram recentemente reportados por elevar o LDL - colesterol aterogênico e por
reduzir o HDL - colesterol benéfico, além de causarem danos sérios às membranas
celulares, favorecendo a incidência de vários tipos de câncer. Sabe-se também que
uma dieta rica em óleo de palma reduz o risco de trombose e possui, devido às
suas propriedades antioxidantes, papel protetor para células humanas, prevenindo
doenças cardíacas e câncer.
                 Por possui um alto teor de carotenóides (provitamina A), auxilia no
tratamento da cegueira noturna, um mal que atinge milhões de crianças ao redor
do mundo, principalmente na África, onde a Malásia mantém um programa de
combate à deficiência de vitamina A no organismo através do consumo de óleo de
palma vermelho na forma de biscoitos. O óleo de palma bruto é a fonte mais rica
da natureza em carotenóides com concentrações na ordem de 700-1000 ppm. Por
exemplo, isto é aproximadamente 15 vezes mais que aquele presente em
cenouras. O principal carotenóide em óleo de palma é o beta-caroteno (55%),
alfa-caroteno (35%), e porcentagens menores de licopeno, fitoeno e zeocarotenos.
Estes carotenóides de palma naturais têm propriedades antioxidantes e
anticancerígenas como foram demonstrados em vários modelos animais.

                O óleo possui também um alto teor de vitamina E (tocoferol e


tocotrienóis). Foi reportado que a vitamina E da palma age como um antioxidante
biológico que protege contra a oxidação acentuada e o processo de
arteriosclerose. Os tocotrienóis agem como reguladores de colesterol no sangue e
devido a isso poderiam ajudar a explicar a neutralidade do óleo de palma no
enriquecimento das dietas e seu efeito no aumento do colesterol benéfico. Os
tocotrienóis também estão sendo investigados ativamente, especialmente pelas
suas propriedades anticancerígenas observadas no combate ao câncer de mama.

Esta Palmeira isoladamente ou em grupos participa na ornamentação de praças e


parques.
Locais onde pode ser encontrada: lago da Ilha do Frade,
Monumento do Imigrante Italiano, Av. Desembargador Santos Neves, Praça dos Desejos e Parque
Municipal Horto de Maruípe.
 
Propriedades Energéticas:
Candomblé
Orixá: Nana.
É considerada uma das árvores dedicadas as Iyá Mi.
Usado nos cultos aos antepassados. Óleo indispensável à maioria dos alimentos
litúrgicos. As folhas (mònrìwó) ornamentam as entradas dos terreiros e usadas por
Ogum.
Chamado em Iorubá de Igí Òpé ou Iji Ope.

Coco de Dendê - É conhecido entre os Yorubás como Adin. Sua semente,


desprovida da polpa, fornece um óleo branco, sólido, e serve para substituir a
manteiga. É a chamada manteiga de karité.
Este coco é muito prestigiado pela medicina caseira, pois debela cefaléias, anginas,
fraqueza dos órgãos visuais e cólicas abdominais.

Dendezeiro (MÀRÌWÓ ou IGI ÒPÈ)


Orixás: Ogum e Oxalá
Elementos: ar/masculino/gùn
Terapêutica: azeite: externamente, contra angina, erisipela e filariose. Internamente, contra dores
de cabeça e cólicas abdominais (quantidades mínimas).

Nas religiões tradicionais africanas, no candomblé, no Culto de Ifá é uma árvore sagrada chamada
de Iji opé ou dendezeiro, o coco do dendê é usado em um dos oráculos de Ifá chamado Ikin. O
Povo do Santo denominam suas folhas de Mariwô.

O azeite-de-dendê extraído das suas sementes é utilizado largamente na culinária baiana,


indispensável na confecção do acarajé

Que outro vegetal pode ser mais importante para nosso contexto religioso
que o dendezeiro?

Creio que podem existir outros tão importantes quanto ele mas nenhum
mais importante do que ele.

Das suas folhas faz-se as franjas do mariwo, cortinas sagradas que têm por
finalidade resguardar e separar o sagrado do profano.
De seus frutos extrai-se o óleo de palma, conhecido no Brasil como “azeite
de dendê”, no Caribe como “manteca de corojo”, entre os nagô como “epo
pupa” e entre todos os iniciados como "sangue vegetal".

Retirada a polpa de seus frutos, de onde se obtém o azeite, resta uma


semente, pequeno caroço no interior do qual encontra-se um coquinho do
qual se extrai um óleo finíssimo denominado “óleo de palmiche”, conhecido
em yorubá pelo nome de “adi”. Este óleo seria a maior interdição de Exu e
sua grande “kisila”.

Não bastassem os diferentes produtos que nos é fornecido por esta árvore,
devemos nos reportar aos seus significados mais profundos.

O dendezeiro é a árvore sagrada de Ifá e é de seus frutos que se obtém os


negros caroços que, depois de ritualisticamente consagrados, irão
representar Orunmilá em seus assentamentos, além de servirem para as
consultas ao oráculo de Ifá onde o próprio Orunmilá é contatado por seus
sacerdotes, os babalaôs. Aos caroços assim consagrados dá-se o nome de
“ikin”.

Somente os “coquinhos” que possuam quatro “olhos” ou mais servem para


esta finalidade, sendo que aqueles que possuem apenas três olhos não
devem ser usados para este fim.

Sabemos da existência de escolas que utilizam indiscriminadamente os


caroços, independentemente da quantidade de olhos que possuam, mas
não é meu objetivo questionar a validade deste fato na presente
mensagem.

O que importa é deixar claro que, classificado cientificamente como "Elaeis


Guineensis", pertencente a familia das "palmáceas", este vegetal possui
ainda duas variações que são a "communis" e a "idolatrica".
A primeira, “comum”, é a mais utilizada na cultura deste vegetal, por
produzir, em maior quantidade, frutos maiores e que atendem melhor ao
objetivo da produção de mais óleo.

A variedade “idolátrica” produz frutos menores e, por este motivo não é


cultivada como sua irmã “comum”, mas é ela que produz as sementes de
quatro ou mais olhos o que não ocorre em relação à espécie comum, que
pode, ocasional e muito raramente oferecer-nos um caroço de quatro olhos
entre milhares de três, e isto é uma exceção dificílima de ocorrer.
Esta diferença sempre foi conhecida pelos africanos que dão, ás duas
espécies, nomes diferentes.
Segundo Verger, a variedade “communis” é conhecida pelos nagô pelos
seguintes nomes:
Opè pánkóró; ìpánkóró; Opè arùnfó; Opè érúwa; Opè alárùn; Opè eléran;
Opè òrùwá, etc.

A variedade “idolátrica” é conhecida como: Opè, Opè Ifá, Opè olífà, Opè
kin; Opè ikin; Opè yáaàyàla; Opè peku pe ye; Opè kannakánná e Opè
téméré erékè adó.

A questão é a que se segue:


será que existem, no Brasil, pés da variedade idolátrica?

Será que se consegue mudas da mesma?

Qualquer informação será de grande utilidade para todos pois é nossa


obrigação conservarmos a palmeira sagrada do dendezeiro.

MÀRÌWÒ/ IGI ÒPÈ- Dendezeiro


(Elaeis guineensis)
Quem é do Candomblé segue uma série de costumes, que foram (re)criados pelos antigos, e
que chamamos de Tradição. Diziam os antigos que a tarefa de apanhar e desfiar as folhas do
dendezeiro se restringe unicamente aos homens.. Em algumas casas, essa função é tarefa
dos ogans, podendo também ser exercida por outro elemento do sexo masculino e iniciado.
Desfiar o mariwo exige paciência, concentração e muito respeito. Não é uma tarefa corriqueira
e feita de qualquer maneira. Dizem que mariwo de verdade sai do miolo da copa, aquela folha
bem novinha, verde claro, que ainda nem se abriu. Alguns a chamam de espada ou lança de
Ogun. Só após ser desfiada passa a ser chamada de mariwo.
Ela servirá como roupa de Ogum e de outros orixás, como Oyá. Uma das cantigas de Ogun
nos explica:

E mònriwò l’aso e mònriwò


E mònriwò l’aso e mònriwò.
“Ogum usa roupas feitas de mariwò. O senhor que tem roupas e se veste
Com folhas novas de palmeiras. Essa é a roupa de Ogum.”
Outra cantiga nos adverte que Ogun é muito violento e que pode ser muito perigoso encontra-
lo no caminho:

Ògún àjò e mònriwò, alákòró àjò e mònriwò 


Ògún pa lè pa lóònòn ògún àjò e mònriwò 
Elé ki fí èjè wè.
“Ogun o senhor que viaja coberto de folhas novas de palmeira,
Ogun mata e pode matar no caminho, ogun viaja coberto por
Folhas novas de palmeira, é o senhor que toma banho de sangue.”
 

Na seguinte cantiga observamos que o mariwo também serve para que Ogun afaste as coisas
ruins, como as guerras, confusões e negatividades (eguns), e nos traga a tranquilidade dos
caminhos abertos:

Ògún ní kòtò gbálé mònriwò, àwúre 


Ògún ní kòtò gbálé mònriwò, àwúre.
“Ogun é o senhor da arena (briga) que varre a casa 
Com folhas novas de palmeira, nos dê boa sorte.”

Alguns dizem ainda que a principal função do mariwo na entrada das casas de Candomblé e
quartos de santo é garantir que Ogun reconheça o espaço como sagrado e proteja a todos os
que lá se encontram, jamais deixando que sua ira recaia sobre o Egbé (Comunidade do
Terreiro). O mariwo acalma Ogun e abranda a sua cólera.

O mariwo está ligado a Ogun assim como Ogun está ligado ao culto das árvores. Entretanto a
árvore do qual se extrai o mariwo, o dendezeiro (Elaeis guineensis) pertence aos orixás da
Criação, chamados Funfun, pois a cor branca é uma de suas principais insígnias. O Igi òpè,
nome iorubano do dendezeiro, é uma árvore primordial. Já existia quando Obatalá e Oduduwa
iniciaram a missão de criar o Aye (Terra), na verdade o igi òpè guarda consigo a essência
desses orixás. Por isso era vetado a Obatalá beber do seu sumo, pois estaria bebendo o
próprio sangue.
Existe um ditado que aprendi com Pai Flávio de Oguian que diz: “Ògbèri nko mo màrìwò”. Ou
seja, aquele que não é iniciado nunca saberá o mistério do mariwo. Por mais que alguém que
não seja iniciado possa ler, escutar e até ter acesso a determinadas informações sobre o culto
dos orixás jamais conseguirá realmente ter acesso ao awo, ao mistério verdadeiro. Às vezes
penso que muitos iniciados também estão deixando de entender o mistério por detrás do
mariwo.. enfim.
Também cantamos para essa folha:

Biribiri bí ti màrìwò
Jé Òsányìn wálè màrìwò
Biribiri bí ti màrìwò
Ba wá t’órò wa şe màrìwò
 
“Na escuridão. Màrìwò traz luz
Màrìwò deixe Òsányìn ir para casa
Na escuridão. Màrìwò traz luz
Màrìwò ajude-nos com nossos projetos.”
 

Dizem que o mariwo se desfia bem fininho, sentado no banquinho ou na eni:

Tínrín tínrín tínrín


Màrìwò
Jókó sán yà Le
Màrìwò
 

“Bem fininho, mariwo. Sentado, cortamos e separamos, mariwo.”


 

E ainda uma cantiga que relembra um embate entre o orixá das lutas e o das folhas:

Tintin ni tintin màrìwò Òsányìn


Ìto ni t’obe iwale
Tintin ni tintin màrìwò Òsányìn

“Pequeno, pequeno, mariwo de Ossaim. / Pontiaguda é a faca que cava o chão.”


Dizem que até hoje Ossaim pergunta:

Kíni l’o fònse


Màrìwò
“O que estão fazendo? É mariwo.”
Mas tem quem cante:

Kí l’o fon ise


Màrìwò
Ilò fon ise
Màrìwò
“Por que desfiar o mariwo assim? O costume manda fazer assim o mariwo.”
 
E assim aprendemos com a Tradição.. Por que será que tanta gente teima em fazer diferente
do que aprendeu então? Talvez porque ainda não descobriram o verdadeiro segredo que se
esconde por detrás do mariwo..

Fontes: http://www.aromalandia1.hpg.ig.com.br/palma.htm
Site da Prefeitura de Vitória.
Tradição Afro-brasileira.

Dendezeiro

O dendezeiro (Elaeis guineensis), também conhecido como palmeira-


de-óleo-africana, aabora aavora, palma-de-
guiné, palma, dendém (em Angola), palmeira-
dendém ou coqueiro-de-dendê, é uma palmeira originária da Costa
Ocidental da África (Golfo da Guiné). Seu fruto é conhecido
como dendê, e seu óleo como azeite de dendê ou óleo de palma. 

O dendezeiro é encontrado em povoamentos subespontâneos desde


o Senegal até Angola, foi levado ao Brasil no século XVII, e adaptou-se
bem ao clima tropical úmido do litoral baiano.

Dela extrai-se o azeite-de-dendê.

A palmeira chega a 15m de altura. Seus frutos são de cor alaranjada, e


a semente ocupa totalmente o fruto. Seu rendimento é muito grande,
produz 10 vezes mais óleo que a soja, 4 vezes mais que o amendoim e
2 vezes mais que o coco.

Da amêndoa do fruto se extrai também um óleo usado em cosmética e


na fabricação de chocolate.
Fruto do dendezeiro.

A região Sudeste da Bahia possui uma


diversidade edafoclimática excepcional para o cultivo do dendezeiro,
com uma disponibilidade de área da ordem de 752.625 hectares, aliada
à existência do país de uma demanda insatisfeita da ordem de 500 000
toneladas de óleo de dendê; de importações que se situam entre 100 e
150 mil toneladas, além do aspecto ambiental-ecológico possibilitando a
recomposição de espaço florestal em processo adiantado de degradação,
por "florestas de cultivo"; econômico-social, proporcionando aumento da
renda regional e criação de novos empregos, além de funcionar como
vetor de sustentação da própria cacauicultora e finalmente estratégico,
buscando através da agricultura integrada, o caminho
de desenvolvimento harmonizando os recursos da terra com os valores
humanos.

Nas religiões tradicionais africanas, no candomblé, no Culto de Ifá é


uma árvore sagrada, o coco do dendê é usado em um dos oráculos
de Ifá.
O azeite-de-dendê extraído das suas sementes é utilizado largamente
na culinária baiana, indispensável na confecção do acarajé
O azeite-de-dendê, azeite-de-dendém ou óleo de palma é
um azeite popular nas culinárias brasileira e angolana e, também,
no candomblé. É produzido a partir do fruto da palmeira conhecida
como Dendezeiro (Elaeis guineensis).
Indispensável na cozinha afro-brasileira, é utilizado em pratos
como caruru, vatapá, acarajé, bobó-de-camarão, abará, entre outros.
Em Angola, é usado, por exemplo, na preparação da muamba de
galinha. Além do uso culinário, o azeite-de-dendê pode também
substituir o óleo diesel, embora seja muito mais caro, sendo ainda rico
em vitamina A.
É empregado na fabricação de sabão e vela, para proteção de folhas-de-
flandres e chapas de aço, fabricação de graxas e lubrificantes e artigos
vulcanizados.
O processo de extração do azeite pode ser artesanal ou não e pode levar
horas, já que o fruto de cor marrom ou castanha escura é firme.

A IMPORTÃNCIA NO CANDOMBLÉ

É de grande utilidade e importância em todos os setores de uma casa de


candomblé. O óleo de cor avermelhada - epo - é considerado o sangue
vegetal e é axé de realização. mas é interditado o seu uso, pela cor, aos
Orixás brancos.

É usado em comidas rituais, ebós, feituras e cerimoniais hierárquicos,


em ajés, como oferenda, em suma: em inúmeras ocasiões do culto.

O dendê também permite moderar e suavizar situações sendo usado


principalmente para divindades que se caracterizam pela luta como
Xangô, Ogum, Iansã e Exú.O azeite-de-dendê é usado tanto na culinária
com em quase todos os Cultos aos Òrísà, pois se trata do elemento
apaziguador de Èsù.Para as Iyámi, é oferecido como forma de
substituição do èjè. 

Juntamente com o mel e o sal, o dendê é usado como tempero nos ritos
de oferendas. O dendê também entra na relação de coisas proibidas.
Após às 18 horas é denominado de omi pupa, água vermelha.

A FOLHA DO DENDEZEIRO:
Mariô ou Mariwô, chamado de (igi ôpê) pelo povo do santo, é o nome
da folha do dendezeiro, nome científico "Elaeis guineensis", desfiado, utilizado nas
portas e janelas dos terreiros de candomblé. O mariô é consagrado a Ogum, assim, é
muito comum vê-lo nos assentamentos e nas vestes deste Orixá.
Segundo a mitologia do candomblé, a função do mariô é espantar as energias
negativas e espíritos perturbadores, tendo esta função, a Orixá Oyá Igbalé (mais
conhecida como Iansã do Balé), a divindade que preside sobre os Eguns, carrega-o
também sobre as suas vestes.
Todo integrante do culto aos Egungun é chamado de Mariwô.
A palmeira do dendezeiro é conhecida pelos Yorùbá(s) por Igi-òpe, mas em termos
culturais referem a ela como Igi-Àgunlá - Igi-Àgunlá é uma expressão que descreve
a sua importância desde aspecto religioso, social e econômico, pois fornece:
— Emu - vinho de palma, usado nas comemorações dos festivais Religiosos;
— 
— O Mànrìwò – folha tenra é usada como roupa “isolante da força caótica” de Ògún,
Egúngun e Òsányìn;
— As nervuras do mànrìwò desfiado para Ògún faz-se o Sàsàrà de Obàlúwàiyé. Além
disso, representam, Egún (os mortos).
— Mànrìwò desfiado posto no batente da porta do Ilé Àse, significa dizer que, o que
está do outro lado é Sagrado – é um recado;
— Beber suco da folha tenra da palmeira – mànrìwò, cura anemia, pois é ferro puro;  
— As fibras da palma são usadas em artes e artesanatos;
— As fibras retiradas das sementes (para extrair o óleo) são usadas para atear fogo no
fogão a lenha;
— A folha é usada em construções de casas;
— O óleo é amplamente usado em culinária;
— As sementes com 4 (quatro) orifícios – Ikin(s) -, são usadas pelos Bàbálawo para
fazer Divinações;
— As sementes comuns são usadas pelos ferreiros para fazer fogo em suas forjas;
— Das nozes é extraído um óleo chamado de àdí. Esse é usado em magias negativas
(feitiços), na fabricação de cosméticos e de chocolates.
— As cinzas resultantes do fogo do ferreiro são usadas para fazer sabão-da-costa,
tinturas em tecidos e em estatuetas, para fazer magia de proteção e para fazer uma
magia que pode; em nome de Ògún, matar um inimigo.
Seu valor de mercado e religioso é inigualável.

Uma Orin (cântico antigo) diz:


Ogege (refere-se ao frescor e ao verde da palmeira);
Igi-Àgunlá (árvore que não se importa com nada – simplesmente, cresce);
Ogege o
Igi-Àgunlá.
E n’igún ogege o. (ela vive como o abutre, no frescor);
Igi ni olà L’Ògún o. (árvore da fortuna de Ogum).
Mànrìwò tem conotação de uma espada – arma de Ògún; contém ferro – Elemento de
Ògún; serve de roupa para Ògún e isola a força caótica do próprio Òrísà; serve de
roupa para Òsányìn – é remédio; serve de roupa para Egúngun – cobre o corpo do Òje
e não o deixa passar vergonha.
Dessa maneira, rasgando Mànrìwò sabendo qual é o seu significado, diante de Ògún, é
como usar uma espada capaz de limpar o caminho de qualquer pessoa...
Quando fazemos saudações aos Primórdios do Tempo, dizemos:
Ìbà Àkodá to dá tie lorí ewé.
Ìbà Àsedá to dá tie lorí òpe — ou: nilé pé-n-pé.
Àkodá é o Início da Criação, é Obàtálá = o Criador do Homem. 
Aquele que Criou o homem em cima de folha – folha de Mànrìwò.
Àsedá é o Início da Lei, é Ser Criado por Obàtálá em cima da folha tenra da palmeira
do dendezeiro - Mànrìwò.
Podemos perceber claramente que:
— Quem Criou esse Primeiro Ser que ficou de pé em cima do Mundo, foi Egúngun;
— Que Egúngun é a Folha Tenra da Palmeira do dendezeiro - Mànrìwò; 
— Que Ògún que é o primeiro Ser Humano e que aparece para nos garantir a
estabilidade e a instabilidade, pois Ele nada mais é   do que a combinação de folha
versus estrutura humana – Egún, osso. Enquanto que a estabilidade não fala, a
instabilidade por ter movimentos, fala.
Desse modo, é possível praticar o Culto de Òrísà sem fazer referência ao dia da
Criação do Homem em cima da Terra, pois foi a Palmeira do dendezeiro - Mànrìwò, que
cobriu o corpo do primeiro Ser Humano e não o deixou passar vergonha... No dia
que Orúnmìlà envergonhado com a própria nudez abrigou-se num
buraco, Egúngun veio do Céu e lhe construiu uma casa cercada e coberta com as
folhas da palmeira e uma roupa de Mànrìwò – Orúnmìlà admitiu nesse dia
que Egúngun era mais sabido que Ele.
É assim que o conhecimento vale mais que a Fé bestial e cega. Todos os elementos da
Cultura/Religiosa Yorùbá têm por base o saber fazer; sabendo o porquê, sem precisar
ter contato com a coisa.
Dessa maneira,  por sustentar de várias formas as tradições de um povo, que Igi-
òpe é uma Igi-Àgunlá - Árvore Sagrada.

Você também pode gostar