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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. Conceito de Tributo ................................................................................................ 2
2. Classificações dos tributos...................................................................................... 7
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Direito Tributário – Tributos em espécie
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1. Conceito de Tributo
O fenômeno tributário se justifica pela necessidade do Estado em consumir riquezas
da sociedade, para implementar as atividades públicas.
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O tributo é a grande forma de receita derivada. O conceito deste artigo deve ser
atualizado. Onde o artigo diz “instituída pelas entidades de direito público”, hoje podemos
dizer que é, na verdade, instituído pelos entes políticos. Além disto, o artigo adota uma
classificação tripartite de tributo (impostos, taxas e contribuições), que se encontra
ultrapassada.
Todo tributo é uma forma de receita.
O FGTS não tem natureza tributária, pois não é receita pública. Não se encaixa no
conceito de tributo. É encargo do empregador pago ou trabalhador. Assim, não obedece ao
Código Tributário Nacional.
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O tributo é forma de receita derivada, com regime de imperatividade. Mas nem toda
forma de receita derivada é tributo. Há, ainda, as reparações de guerra, as multas, o
confisco.
A compulsoriedade é uma marca do tributo, mas não é suficiente para identificá-lo.
CTN, Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
O judiciário entende que este artigo é de eficácia limitada, cabendo a cada ente
político a sua regulamentação. No plano federal ainda não há esta regulamentação, não
sendo praticada a dação em pagamento no âmbito da União.
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Fora isto, não se aceita tributos “in natura” (exemplo: entrega de material escolar ou
alimentar) e tributos “in labore”(exemplo: um dia de serviço).
Quando o artigo 3º do CTN estabelece que tributo não é sanção de ato ilícito, busca o
diferenciar da multa. A multa também é uma receita derivada.
Nem todo tributo precisa ter apenas a pretensão de coleta de recursos. Todo tributo
arrecada, mas é possível que ele tenha outras funções. É a chamada extrafiscalidade, que
tem essência principalmente econômica.
O ITR, por exemplo, busca desestimular as propriedades improdutivas, em sua
progressividade. É uma extrafiscalidade com características sociais.
É importante diferenciar o disposto no artigo 3º do CTN do disposto no artigo 118, I
do mesmo Código.
CTN, Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes,
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
Se o ilícito não estiver presente no fato gerador do tributo, este será devido
independentemente do tipo de atividade que é realizada pelo contribuinte. Trata-se da
aplicação do Princípio do pecunia non olet.
É possível a incidência de tributação sobre valores arrecadados em virtude de atividade
ilícita, consoante o art. 118 do CTN. (...) sustentava a atipicidade de sua conduta, porque
inexistiria obrigação tributária derivada da contravenção penal do jogo do bicho. O Min.
Dias Toffoli, relator, assinalou que a definição legal do fato gerador deveria ser
interpretada com abstração da validade jurídica da atividade efetivamente praticada,
bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Ressaltou que a possibilidade
de tributação da renda obtida em razão de conduta ilícita consubstanciar-se-ia no
princípio do non olet.
Assim, concluiu que o réu praticara sonegação fiscal, porquanto não declarara suas
receitas, mesmo que resultantes de ato contravencional. O Min. Luiz Fux aludiu ao
caráter sui generis da teoria geral do direito tributário. Acrescentou que seria
contraditório o não pagamento do imposto proveniente de ato ilegal, pois haveria
locupletamento da própria torpeza em detrimento do interesse público da satisfação
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das necessidades coletivas, a qual se daria por meio da exação tributária. STF HC
94240/SP, rel. Min. Dias Toffoli, 23.8.2011, Informativo 637
A ilicitude que é possível de ser ignorada está na origem do fato. O fato gerador deve
ser válido. O que se abstrai são as práticas anteriores ao fato gerador. A ilicitude não pode
estar na essência do fato gerador. Não é possível cobrar ICMS pela circulação de drogas, por
exemplo. No caso do IR, por exemplo, tributa-se o fato de ganhar dinheiro, não importando
de que forma esse dinheiro foi obtido.
Este princípio se aplica, também, no caso de ilícitos civis. No caso de uma doação
inoficiosa, por exemplo, é possível a cobrança de ITBI.
Como o tributo é compulsório, deve ser instituído por lei. Esta necessidade está
prevista no artigo 3º do CTN. Decorre da ideia de Estado Democrático de Direito.
Em regra, o tributo é instituído por lei ordinária. Em alguns casos, a Constituição
Federal estabelece a necessidade de lei complementar.
Admite-se a utilização de Medidas Provisórias para a instituição ou majoração de
tributos.
"Legitimidade, ao primeiro exame, da instituição de tributos por Medida Provisória com
força de lei, e, ainda, do cometimento da fiscalização de contribuições previdenciárias à
Secretaria da Receita Federal." (STF, ADI 1417-MC, Rel. Min. Octavio Gallotti, j. em 7-3-
96, DJ de 24-5-96). No mesmo sentido: RE 479.134-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j.
em 26-6-07, DJ de 17-8- 07.
CF. Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos
compulsórios:
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I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que
sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;
Observe-se que o §4º do artigo 195 da CF/88 nos remete ao artigo 154, I da CF/88.
Quando o artigo 3º do CTN fala que o tributo deve ser cobrado por atividade
administrativa plenamente vinculada, faz referência ao lançamento.
Observação: o STF entendeu, em 2014, que o pedágio não tem natureza tributária,
pois não se enquadra na definição do artigo 3º do CTN.
O pedágio é tarifa (espécie de preço público) em razão de não ser cobrado
compulsoriamente de quem não utilizar a rodovia; ou seja, é uma retribuição facultativa
paga apenas mediante o uso voluntário do serviço.
Assim, o pedágio não é cobrado indistintamente das pessoas, mas somente daquelas
que desejam trafegar pelas vias e somente naquelas em que é exigido esse valor a título
de conservação.
STF. Plenário. ADI 800/RS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 11/6/2014 (Info 750).
b) Classificação tripartida
Distingue os tributos em impostos, taxas e contribuições de melhoria ou
contribuições. É adotada pelo Código Tributário Nacional/1966.
A clássica divisão tripartida não foi abandonada pelo texto da Constituição Federal
de 1988. A CF/88 trouxe a previsão de outros tributos, mas não prejudicou a essência do que
dispõe o CTN.
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c) Classificação quadripartida
Neste caso, seriam identificados como formas específicas impostos, taxas,
contribuições e empréstimos compulsórios. Há uma junção, portanto, das contribuições de
melhoria e com finalidades especiais em um só gênero.
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d) Classificação pentapartida
Neste caso, seriam distinguidos impostos, taxas, contribuições de melhoria,
empréstimos compulsórios e contribuições parafiscais ou especiais.
As contribuições de melhoria são muito diferentes das contribuições especiais.
Esta classificação acaba sendo mais utilizada atualmente.
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O ITR, atualmente, tem essência de extrafiscalidade. Quase não se arrecada com este
tributo. Ele busca principalmente fazer cumprir a função social da propriedade.
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Sumário
1. Classificação dos tributos (continuação) ................................................................ 2
1.1 Impostos ................................................................................................................ 3
1.2 Contribuição de Melhoria ..................................................................................... 3
1.3 Taxas...................................................................................................................... 5
1.4 Outras espécies tributárias ................................................................................. 11
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1.1 Impostos
Os impostos são tributos de cobrança geral e sem contraprestação. São tributos não
vinculados.
CTN, Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
CTN, Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é
instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
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A contribuição de melhoria não tem como fato gerador a obra, mas sim a valorização
imobiliária. Não basta que haja a obra pública.
Busca-se evitar o enriquecimento sem causa. O poder público, com as contribuições
de melhoria, não vai arrecadar mais do que ele gastou com a obra. E o particular não vai
pagar mais do que auferiu em benefício com a valorização. Este tributo, portanto, não
sustenta as vias orçamentárias. Ele é quase retributivo.
É um tributo comutativo, em que há uma equivalência de prestações.
É um tributo vinculado. A Constituição Federal não detalha a competência para sua
instituição. É um tributo de competência comum, ou seja, todos os entes políticos podem
instituí-lo, na medida de suas obras. Se o Estado fez a obra, apenas ele pode cobrar a
contribuição de melhoria.
Em uma PPP (parceria público-privada) cabe contribuição de melhoria?
Depende. Há PPP patrocinada e não-patrocinada. Na não-patrocinada, o poder público não
contribui financeiramente. Não há custo para o Estado. Na patrocinada, o poder público tem
custo, cabendo contribuição de melhoria. Na não-patrocinada, não cabe contribuição de
melhoria.
E nas obras feitas em consórcio público, quem tem legitimidade para instituir
contribuição de melhoria?
DIREITO TRIBUTÁRIO. REQUISITOS PARA A INSTITUIÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO DE
MELHORIA. A instituição de contribuição de melhoria depende de lei prévia e específica,
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1.3 Taxas
Trata-se de um tributo vinculado. É comutativo, tendo atividade prévia do poder
público: poder de polícia ou prestação de serviços públicos. É de competência comum,
podendo ser instituído por todos os entes políticos.
CTN, Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. (Vide
Ato Complementar nº 34, de 1967)
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando
ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou
ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo
Ato Complementar nº 31, de 1966)
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do
processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem
abuso ou desvio de poder.
Para ser regular, não pode ter havido desvio de finalidade ou abuso de poder.
Na instalação de atividade empresarial, quando um particular quer abrir um
restaurante, por exemplo, há um típico exercício de poder de polícia na autorização. Cabe
nova taxa na renovação do alvará de funcionamento? Inicialmente, o STJ entendeu que não
cabia, pois não haveria novo exercício do poder de polícia, chegando a fazer uma Súmula
neste sentido. Mas se é exercido novo poder de polícia neste momento, não seria possível a
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É difícil estabelecer um conceito de serviço público. Ele tem que ser realizado pela
própria administração, não pode ser concedido a um particular.
É necessário fazer a distinção entre taxa e preço público (tarifa). Para ser taxa, o
serviço tem que estar sendo executado de forma compulsória. Se for apenas uma oferta,
sem compulsoriedade, trata-se de preço público. O preço público é contratual, enquanto a
taxa é legal. A taxa não permite outras alternativas ao particular.
A taxa é tributo, sendo receita derivada. O preço público não é tributo, sendo receita
originária.
Súmula 545, STF. Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas,
diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia
autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.
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Súmula 412, STJ. A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se
ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil.
Assim, concluiu o STF que, por não haver compulsoriedade, não seria taxa. O
fornecimento de energia elétrica, portanto, é preço público.
Se estiver nas mãos de uma concessionária, não tem nem como se pensar em tributo.
Passa a ser receita privada, uma tarifa privada.
A coleta de lixo, no entanto, é serviço público. Não há opções ao particular, que é
obrigado a utilizar este serviço.
Outra questão importante é a do pedágio. Não se trata de um serviço público em sua
essência. É um serviço relacionado à conservação das vias. Há compulsoriedade em sua
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cobrança? Se ele é cobrado por uma concessionária, não há dúvida: trata-se de tarifa
privada. Mas há pedágios públicos administrados pelo poder público.
Nos anos 1980, havia um Selo Pedágio, que era necessário para que o veículo
transitasse em qualquer rodovia federal. O STF declarou sua inconstitucionalidade, pois
havia compulsoriedade, configurando-se como tributo, e não havia sido criado por lei.
Mas este Selo Pedágio é diferente do pedágio que existe hoje.
Informativo 750, junho 2014, STF - O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias
não tem natureza tributária, mas de preço público, consequentemente, não está sujeito
ao princípio da legalidade estrita. Com base nesse entendimento, o Plenário julgou
improcedente pedido formulado em ação direta ajuizada contra o Decreto 34.417/1992,
do Estado do Rio Grande do Sul, que autoriza a cobrança de pedágio em rodovia
estadual. (...)
Súmula Vinculante 19. A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos
de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de
imóveis, não viola o artigo 145, II, da constituição federal.
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A taxa de lixo, por exemplo, é calculada por boa parte dos municípios sobre a área do
imóvel, que é elemento da base de cálculo do IPTU.
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É importante comentar acerca das custas judiciais. Elas são cobradas sobre o valor da
causa, que releva a capacidade contributiva. Para os necessitados, a Lei 1.060/50 acaba
trazendo uma isenção tributária.
A jurisprudência do STF firmou orientação no sentido de que as custas judiciais e os
emolumentos concernentes aos serviços notariais e registrais possuem natureza
tributária, qualificando-se como taxas remuneratórias de serviços públicos, sujeitando-
se, em consequência, quer no que concerne à sua instituição e majoração, quer no que
se refere à sua exigibilidade, ao regime jurídico-constitucional pertinente a essa especial
modalidade de tributo vinculado, notadamente aos princípios fundamentais que
proclamam, dentre outras, as garantias essenciais (a) da reserva de competência
impositiva, (b) da legalidade, (c) da isonomia e (d) da anterioridade.” (ADI 1378-MC Rel.
Min. Celso de Mello, j. 30-11-1995, DJ 30- 5-1997.) No mesmo sentido: ADI 3826, Rel.
Min. Eros Grau, j. 12-5-2010, Pleno
Súmula 667, STF. Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária
calculada sem limite sobre o valor da causa.
Não é possível a cobrança dessas taxas para habeas corpus ou para habeas data. Eles
possuem imunidade. Também há imunidade para a ação popular.
As custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem espécie tributária, são taxas,
segundo a jurisprudência iterativa do Supremo Tribunal Federal. (...) Impossibilidade da
destinação do produto da arrecadação, ou de parte deste, a instituições privadas,
entidades de classe e Caixa de Assistência dos Advogados. Permiti-lo, importaria ofensa
ao princípio da igualdade. Precedentes do STF. (STF, ADI 1145, Min. Carlos Velloso, j. em
3-10-2002, Pleno, DJ 8-11-2002).
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É um tributo de competência da União, que deve ser instituído por lei complementar.
Possui recursos vinculados.
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Há três subespécies:
no interesse social ou da seguridade social (sociais);
de intervenção no domínio econômico – (interventiva ou CIDE);
para interesse de categorias profissionais ou econômicas – (profissionais ou
corporativas).
Súmula 353, STJ. As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às
contribuições para o FGTS. (Publ. DJU 19/06/2008)
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A contribuição do SEBRAE – Lei 8.029/90, art. 8º, § 3º, redação das Leis 8.154/90 e
10.668/2003 – é contribuição de intervenção no domínio econômico, não obstante a lei
a ela se referir como adicional às alíquotas das contribuições sociais gerais relativas às
entidades de que trata o art. 1º do DL 2.318/1986, Sesi, Senai, Sesc, Senac. Não se inclui,
portanto, a contribuição do Sebrae, no rol do art. 240, CF. Constitucionalidade da
contribuição do Sebrae.” STF, re 396.266. Rel. Min. Carlos Velloso, j. em 26-11-2003,
Plenário, DJ de 27-2-2004.
de interesse
geral
Contribuições
Sociais Seguridade
Social (art. 194,
CRFB/88)
CF, Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
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RGPS (Regime
Geral)
Previdências
Sociais
RPPS (servidor
Público)
(...) Entendeu-se que a COSIP constitui um novo tipo de contribuição que refoge aos
padrões estabelecidos nos artigos 149 e 195 da CF, ou seja, é uma exação subordinada a
disciplina própria (CF, art. 149- A), sujeita, contudo, aos princípios constitucionais
tributários, haja vista enquadrar-se inequivocamente no gênero tributo. Ressaltou-se
que, de fato, como a COSIP ostenta características comuns a várias espécies de tributos,
(...) (STF RE 573675-SC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. em 25-3-2009, Informativo
540)
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Sumário
1. Competência Tributária .......................................................................................... 2
1.1 Características ....................................................................................................... 3
1.2 Tipos de Competência ........................................................................................... 5
1.3 Competência Tributária da União ......................................................................... 7
1.4 Competência Tributária dos Estados .................................................................... 8
1.5 Competência Tributária dos Municípios ............................................................... 8
1.6 Dupla incidência .................................................................................................... 8
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1. Competência Tributária
A competência tributária é bem distinta da competência elencada pela Constituição
Federal em outros ramos do direito. Em regra, por exemplo, a competência residual é
atribuída aos Estados, o que não acontecerá no âmbito do Direito Tributário.
Se tributo é instituído por lei, o ente competente é aquele que tem o poder de
instituir o tributo. Mas esta leitura é simplificada. Primeiro porque, por trás de tudo isso, é
importante observar que a grande razão tributária é meio de possibilitar que o poder público
execute suas atividades.
Além disso, é importante analisar que se adota um modelo federativo, com entes
dotados de autonomia política, administrativa e financeira.
Assim, a distribuição das competências tributária tem relação com a organização do
Estado, sendo um assunto materialmente constitucional. Uma eventual modificação neste
tema deve ser feita através de Emenda Constitucional. É possível que sejam feitas mudanças
através do poder constituinte reformador ou originário. Nestas alterações, devem ser
respeitadas as restrições contidas da própria Carta Política.
Em atenção ao princípio da vedação do confisco, pode um Estado criar uma
limitação, em sua Constituição Estadual, para que os Municípios não aumentem muito os
seus tributos? Não, pois se estaria retirando uma autonomia dos Municípios, que foi dada
pela Constituição Federal.
Súmula 69, STF. A Constituição estadual não pode estabelecer limite para o aumento de
tributos municipais.
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1.1 Características
a) Privatividade: a competência provém diretamente da Constituição.
b) Indelegabilidade: não se admite transferência da competência, exceto quando
expressamente disposto pela Constituição. No seu silêncio, entende-se que a competência é
indelegável.
c) Inalterabilidade: a parcela de poder tributário não é ampliável pelo ente.
Exemplo: a locação de bens móveis pode ser tributada por que ente? Em um
momento, começaram a tributar a locação de bens móveis por ISS, mas o STF declarou a
inconstitucionalidade, pois não é possível ampliar a parcela de poder em nome da
semelhança dos casos.
Súmula Vinculante 31, STF. É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de
qualquer natureza - ISS sobre operações de locação de bens móveis.
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O Distrito Federal, por sua vez, terá competência para os impostos estaduais e
municipais.
d) Comum: todos os entes podem instituir.
Taxa (art. 145, II, CF);
Contribuições de melhoria (art. 145, III, CF);
Contribuição previdenciária dos servidores (art. 149, §1º CF)
CF, Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os
seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou
postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
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I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que
sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;
Esta competência residual para instituição de impostos é sempre da União, por meio
de lei complementar.
O ICMS é um exemplo de tributo não-cumulativo, em que o imposto pago
anteriormente é compensando na nova operação. O IPI também é não-cumulativo. Busca-se
proteger o consumidor final.
Um novo imposto residual deverá ser não cumulativo.
CF, Art. 195. § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção
ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
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Sumário
1. Impostos em espécie .............................................................................................. 2
1.1 Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU ....................... 2
1.2 Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor – IPVA ............................... 7
1.3 Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCMD, ITCD ou ITD ... 11
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1. Impostos em espécie
Todo imposto tem base constitucional, onde são previstos os conteúdos mínimos. A
Constituição Federal já estabelece a fonte de riqueza a ser tributada.
CF, Art. 146. Cabe à lei complementar:
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades
cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e
da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)
A Constituição Federal traz o conteúdo mínimo, mas a lei complementar deve trazer
os pontos específicos.
A Constituição Federal brasileira é prolixa, dispondo extensivamente acerca de
diversos temas. Ela é prolixa na parte dos impostos, quando dispõe sobre o Sistema
Tributário Nacional.
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O domínio útil, por sua vez, é um dos elementos de gozo jurídico da propriedade
plena. A posse abrange a situações em que o possuidor age como se fosse titular do domínio
útil, portanto, é a posse caracterizada como ad usucapionem.
CC, Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.
O bem imóvel pode ser imóvel por natureza ou por acessão física:
a) Imóvel por natureza: é o solo nu e seus agregados da própria natureza (vegetação,
árvores etc.), sem considerar o cultivo ou construções, compreendendo as árvores e
frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo.
b) Imóvel por acessão física: representa tudo que se une ou adere ao imóvel por
acessão, como o caso de formação de ilhas, de aluvião, de avulsão, de abandono de
álveo, de construção e edificação.
O Código Tributário estabeleceu que cabe ao Município definir a zona urbana.
CTN, Art. 32.
§1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei
municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em
pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros
do imóvel considerado.
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Súmula 399, STJ. Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU.
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República, assume uma nítida qualificação extrafiscal. (STF - RE 590.360 AgR, rel. Min.
Celso de Mello, j. em 31.05.2011)
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CF, Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 3, de 1993)
O judiciário começou a derrubar isso, já que o imposto era pago para o ano inteiro e
não haveria mais o veículo durante alguns meses. Assim, a lei foi posteriormente modificada:
NR pela Lei 6570/2013 – nova redação
Art. 13. Na perda total por sinistro, roubo ou furto, apropriação indébita, estelionato, ou
qualquer outro delito que resulte a privação do direito de propriedade, quando o
contribuinte não houver pago o IPVA, o imposto é devido por duodécimo ou fração,
contado até à data da ocorrência.
Art. 13-A Na perda total por sinistro, roubo ou furto, apropriação indébita, estelionato,
ou qualquer outro delito que resulte a privação do direito de propriedade, o imposto
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Observe-se que o CTB fala em “residência”, o que é uma cerca impropriedade, já que
a pessoa pode ter várias residências.
Como o IPVA no Paraná, por exemplo, era mais barato, muitas pessoas começaram a
registrar seus veículos lá, com o intuito de pagar um valor menor. Assim, o Estado de São
Paulo lançou a Operação Olho na Placa, buscando identificar essas pessoas. O crime
cometido seria a falsidade ideológica ou a sonegação fiscal? O STJ julgou esta questão:
STJ - CC 96888 / PR, 3. seção, j. 5.12.2008
1. O propósito do fato investigado é a frustração do recolhimento do tributo (IPVA). Para
a consecução do fim almejado, imprescindível o crime de falso, uma vez que só por ele é
possível o registro do veículo no órgão de policiamento de trânsito de Unidade da
Federação diferente daquela em que o investigado tem domicílio.
2. Diante desse quadro, fica absorvido a falso pelo fato praticado em detrimento da
ordem tributária.
3. Para a apuração de eventual delito fiscal (art. 1o. da Lei 8.137/90), a orientação
jurisprudencial deste Tribunal Superior é quanto a competir ao Juízo do local onde
verificado o prejuízo fiscal, haja vista ser crime material a exigir resultado previsto na
norma para a consumação, de acordo, ainda, com o lançamento administrativo
concluído nessa mesma localidade.
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O Supremo Tribunal Federal (STF) irá analisar processo que discute em que unidade da
federação deve ser recolhido o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículo
Automotor), caso o registro do veículo tenha sido efetuado em um estado diferente do
local de domicílio ou sede da empresa proprietária do bem. No Recurso Extraordinário
com Agravo (ARE) 784682, sobre esse assunto, o contribuinte é uma empresa sediada
em Minas Gerais que pleiteia o direito de recolher o tributo no Estado de Goiás, onde
realizou o registro e licenciamento de seu veículo. O Plenário Virtual da Corte, por
maioria, reconheceu a repercussão geral do tema. (...)
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CF, Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer
diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua
procedência ou destino.
1.3 Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCMD, ITCD ou ITD
É de competência dos Estados e do Distrito Federal.
ESTADOS MUNICÍPIOS
Incide sobre qualquer bem ou direito Incide sobre o bem imóvel e direitos reais
(exceto os de garantia)
Base constitucional: art. 155, I, CF/88. Base Constitucional: art. 156, II, CF/88.
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Quanto ao aspecto temporal, transmissão causa mortis , segundo o art. 1784 do CC, e
considerando que com a morte não há solução de continuidade, o patrimônio se transmite
imediatamente aos herdeiros, ainda que seja necessária identificação individualizada
posterior.
De acordo com a saisine, a transmissão acontece na data do óbito, sendo este o fato
gerador.
Súmula 112, STF. O Imposto de Transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente
ao tempo da abertura da sucessão.
Súmula 114, STF. O Imposto de Transmissão causa mortis não é exigível antes da
homologação do cálculo.
Assim, o imposto não é exigível imediatamente, mas o fato gerador acontece na data
do óbito.
Sempre é bom lembrar que, pelo Código Civil, “considera-se doação o contrato em
que uma pessoa, por liberalidade, transfere de seu patrimônio bens ou vantagens para o de
outra”.
Havendo esta alienação graciosa de patrimônio, também ocorre o fato imponível do
imposto de transmissão estadual.
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jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. ITD (OU ITCMD) .............................................................................................. 2
1.1 ASPECTO QUANTITATIVO ................................................................................. 2
1.1.1 BASE DE CÁLCULO........................................................................................ 2
1.1.2 ALÍQUOTA .................................................................................................... 3
1.2 SUJEITO PASSIVO .............................................................................................. 5
1.3 SUJEITO ATIVO E COMPETÊNCIA ...................................................................... 5
2. ITBI ................................................................................................................. 6
2.1 FATO GERADOR................................................................................................. 7
2.1.1 POSIÇÕES – STF .......................................................................................... 11
2.2 ASPECTO TEMPORAL ...................................................................................... 12
2.3 ASPECTO QUANTITATIVO ............................................................................... 14
2.3.1 BASE DE CÁLCULO...................................................................................... 14
2.3.2 ALÍQUOTA .................................................................................................. 16
2.4 SUJEITO PASSIVO ............................................................................................ 16
2.5 IMUNIDADES ................................................................................................... 16
2.5.1 Artigo 156, § 2°, I, CRFB88 ......................................................................... 17
2.5.2 Artigo 184, § 5°, CRFB88 ............................................................................ 18
2.6 ESPECIFICIDADES............................................................................................. 19
3. ISS (ou ISSQN) ............................................................................................... 19
3.1 FATO GERADOR............................................................................................... 20
3.1.1 POSIÇÕES DO TRIBUNAIS........................................................................... 21
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jurisprudência dos Tribunais.
O problema ocorre no caso da doação, que é um ato gracioso, sem nenhum tipo de
mensuração. Tanto o doador quanto o donatário não estão preocupados em identificar qual
seria o valor da coisa doada, mas o Estado precisa cobrar. E aí começa a briga, porque as
partes tendem a procurar convencionar este valor e é obvio que o valor venal não pode ser o
estabelecido pelas partes.
No caso de doação, o valor venal pode não ser o preço estabelecido pelas partes
livremente. De acordo com a doutrina dominante será o preço de venda à vista, em
condições normais de mercado. Essa é a grande dificuldade que o imposto de transmissão,
especialmente por doação, enfrenta.
O imposto de transmissão não é incidente exclusivamente sobre imóveis, incide
sobre todo e qualquer bem, como, por exemplo, um carro. Isso dificulta a tributação e o
estudo, pois nem todos os bens podem ter seu valor venal facilmente identificado. Acaba
que o Estado define o valor e a maior parte das pessoas acaba, por algum critério de
aceitabilidade, suportando aquele valor atribuído. Isso não significa que os Estados estão
certos, mas significa que há um problema em relação ao imposto de transmissão.
Os Tribunais tentam trazer respostas.
Súmula 113 STF. O Imposto de Transmissão causa mortis é calculado sobre o valor dos
bens na data da avaliação.
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Exemplo: Mévio morreu, havia uma promessa de compra e venda com financiamento
em curso. O pagamento se deu somente sobre uma parte. O imposto de transmissão deve se
dar com base no valor do saldo credor, no momento da abertura da sucessão. Pensa-se em
quanto sobrou de patrimônio na mão de alguém, pouco importa se é o promitente
comprador ou o promitente comprador que está morrendo.
O fato é que deve ser apurado o valor venal dos direitos transmitidos, e chegar a este
valor é o problema.
1.1.2 ALÍQUOTA
O imposto de transmissão é mais do que instantâneo, é um imposto de caráter não
repetitivo. Por motivos óbvios, as pessoas só morrem uma vez, e o patrimônio
individualmente considerado só vai existir uma única vez.
Exemplo: Mévio morre, a sucessória de Mévio só existirá uma única vez, ainda que
depois caia nas mãos de Mévio Júnior e este venha a falecer (outro fato e outra apuração).
A incidência é muito especial. E exatamente por isso diferencia-se do IPTU e do IPVA,
que têm uma incidência repetitiva. Por isso os elementos de incidência devem ser
diferenciados. No imposto sobre a transmissão há uma incidência única e não repetitiva.
A alíquota virá por cada Estado, mas sempre teve certa aceitabilidade de que seja
uma alíquota superior a do IPTU (que é arrecadado todo ano).
É certo que houve muitos abusos por parte dos Estados. Encontrou-se a solução de
que lei estadual fixaria a alíquota aplicável e caberia ao Senado Federal fixar as alíquotas
máximas (art. 155, § 1°, IV, CRFB).
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;
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Lembre-se que no caso do IPVA o Senado Federal estabelece alíquotas mínimas, a fim
de combater a guerra fiscal. Já no caso do ITCMD, o Senado fixa alíquota máxima, a fim de
combater excessos.
Muitos dizem que essa atribuição do Senado seria dispensável por conta do princípio
do não confisco. Ocorre que tal princípio consiste em norma aberta que deve ser construída
caso a caso.
O Senado estabeleceu a alíquota máxima de 8%1. E mais, estabeleceu que poderia ser
progressiva até 8%. Os Estados começaram a separar os eventos tributários, construindo
alíquotas progressivas.
Por se tratar de um tributo real, e não pessoal, começou-se a questionar se era
possível haver esta progressividade e, em 2003, o STF, a partir de muitos julgados, pacificou
que o ITBI (imposto municipal) não poderia ser progressivo, por se tratar de um tributo real
e porque progressividade fiscal pressuporia previsão expressa no texto constitucional. Este
entendimento foi consolidado na Súmula 656:
Súmula 656 STF. É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o
imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI com base no valor venal.
Fez-se o seguinte questionamento: se o ITBI não pode ser progressivo, porque o ITC
ou ITCMD poderia?
O STF recebeu um caso para apreciação em 2013 e entendeu pela
constitucionalidade do sistema de alíquotas progressivas, entendendo que não se exige
previsão expressa constitucional.
Em conclusão, o Plenário, por maioria, deu provimento a recurso extraordinário,
interposto pelo Estado do Rio Grande do Sul, para assentar a constitucionalidade do art.
18 da Lei gaúcha 8.821/89, que prevê o sistema progressivo de alíquotas para o imposto
sobre a transmissão causa mortis de doação –ITCD – v. Informativos 510, 520 e 634.
Salientou-se, inicialmente, que o entendimento de que a progressividade das alíquotas
do ITCD seria inconstitucional decorreria da suposição de que o § 1° do art. 145 da CF a
admitiria exclusivamente para os impostos de caráter pessoal. Afirmou-se, entretanto,
que todos os impostos estariam sujeitos ao princípio da capacidade contributiva, mesmo
os que não tivessem caráter pessoal. Esse dispositivo estabeleceria que os impostos,
sempre que possível, deveriam ter caráter pessoal (...).
Assim, todos os impostos, independentemente de sua classificação como de caráter real
ou pessoal, poderia e deveria guardar relação com a capacidade contributiva do sujeito
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Nota do monitor: Resolução do Senado n° 9/1992
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Neste caso, poderá ser tanto o doador como o donatário, na forma da lei de cada
Estado e do Distrito Federal. A maior parte dos Estados coloca como sujeito passivo o
doador, mas isso não significa dizer que o donatário está sendo esquecido. Evidentemente,
no caso da sucessão causa mortis somente poderá ser o adquirente dos bens em
transmissão.
O artigo 42 foi recepcionado pela Constituição de 1988.
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Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do
bem, ou ao Distrito Federal
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar
o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário
processado no exterior;
2. ITBI
Imposto de Transmissão de Bens Imóveis, por ato oneroso inter vivos.
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Originalmente era um imposto estadual2. O artigo 156, II, identifica este imposto de
transmissão em favor dos municípios.
Art. 156 CRFB88. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos a sua aquisição;
Os critérios de identificação são: ato oneroso inter vivos de bens imóveis, com a
diferença de que é possível atingir os direitos reais. Além da propriedade plenamente
transmitida, também atinge a transmissão dos direitos reais, elencados no art. 1.225 do
Código Civil.
Art. 1.225. CC/02. São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de
2007)
XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
É raro alguém fazer uma transmissão onerosa de direito real de uso, mas é possível.
Todos os direitos reais serão, a princípio, tributáveis.
2
Nota do monitor: Na Constituição passada, era da competência dos Estados o imposto sobre a
transmissão em geral de bens imóveis. A Constituição de 1988 trouxe um novo sistema tributário e aos Estados
foi dada a competência para tributar a transmissão por sucessão causa mortis e por doação de quaisquer bens
ou direitos, atribuindo-se aos municípios a competência para tributar as transmissões onerosas de bens
imóveis a eles relativos.
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elementos são fundamentais. Por exemplo, qualquer transmissão por sucessão estará fora
da incidência do ITBI.
Art. 35 CTN. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens
imóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gerador:
I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis
por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil;
II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos
reais de garantia;
III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II.
Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores
distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários.
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Art. 150 CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função
por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos
ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de
vias conservadas pelo Poder Público;
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por
artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os
contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a
laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I,
II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos
arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos
previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio,
à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas
pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação
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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na
jurisprudência dos Tribunais.
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Nota do monitor: Não incide ITBI sobre usucapião (STF, RE n° 94580) nem sobre a arrematação em
hasta pública (entendimento majoritário), por ambos terem natureza de aquisição originária de propriedade.
Não incide ITBI na promessa de compra e venda, pois esta não exterioriza transmissão da propriedade (STJ,
REsp n° 57641; STF, AI-AgR n° 603309). Não incide ITBI na promessa de cessão de direito à aquisição de imóvel
(STJ, AgRg no Resp n° 327188).
Cessão de direito à herança ou legado sofre incidência de ITBI, pois o artigo 80, II, do Código Civil
considera o direito à sucessão bem imóvel, para efeitos legais. Entretanto, não incide na desistência ou
renuncia à herança ou legado, quando feita sem ressalva em favor do monte e desde que não tenha havido
prévia intenção de aceitar a herança ou legado, pois não ocorre, neste caso, transmissão.
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jurisprudência dos Tribunais.
Pois se trata de um direito real. Por mais que não se transmita a propriedade deve
ser pago o ITBI.
Súmula 329. O Imposto de Transmissão inter vivos não incide sobre a transferência de
ações de sociedade imobiliária.
Essa súmula traz a mesma preocupação trazida pela súmula 110 do STF. Não há
tributação sobre as construções feitas após a transmissão.
4
Nota do monitor: O professor menciona o termo “tredestinação”, que é a mudança de finalidade de
uma desapropriação, podendo ser lícita (quando a destinação do bem é alterada, mas continua atendendo ao
interesse público) ou ilícita. A súmula se refere, na verdade, à “retrocessão”, que é a restituição do bem ao seu
proprietário anterior. Ou seja, a retrocessão é o efeito da tredestinação ilícita; não são termos sinônimos.
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jurisprudência dos Tribunais.
Para se ter a certeza do fato gerador, deve ser ter a certeza do momento do registro.
Neste caso concreto, foi feita uma promessa de compra e venda e não ouve o pagamento do
imposto. Houve uma briga na justiça e foi rescindida a promessa de compra e venda. O
município cobra o ITBI e o STJ julga no sentido que este imposto nunca existiu, porque o que
foi feito foi tão somente uma promessa de compra e venda. O contrato de compra e venda,
independente de quitação ou qualquer outra coisa, ainda é um contrato preliminar,
dependerá de contratos futuros.
A promessa de compr e venda como um contrato preliminar à escritura (não
assinada) de compra e alienação (contrato principal), não é alvo de incidência de ITBI, uma
vez que é negócio não concluído.
O STF possui o mesmo entendimento do STJ:
(...) A celebração de contrato de compromisso de compra e venda não gera obrigação
ao pagamento do ITBI. Agravo Regimental a que se nega provimento (STF – 2° Turma, AI
603.309, AgR, rel. Min Eros Grau, j. em 18.12.2006, DJe 23.02.2007).
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jurisprudência dos Tribunais.
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor
ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante
processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não
mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos
expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso
de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.
5
Nota do monitor: “Nos termos da jurisprudência desta Corte, o Fisco não está obrigado a utilizar o
mesmo valor apurado pelo Município quando da apuração do valor venal do imóvel para o cálculo do IPTU,
podendo arbitrar o seu valor nos termos do art. 148 do CTN. In casu, não há modificação na base de cálculo do
ITBI ou do IPTU, pois ambos têm como base de cálculo o valor venal do imóvel, o que difere é a forma de
apuração desse valor, possibilitando a diferença numérica”. AgRg n° AREsp 36740/RS, 2° Turma, Min.
Humberto Martins, 2011.
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jurisprudência dos Tribunais.
2.3.2 ALÍQUOTA
A alíquota será a estabelecida pela lei municipal. O Senado não mexe nos impostos
municipais6.
Neste contexto novamente deve ser dada atenção à súmula 656 do STF (que na
prática não vale mais, mas ainda se encontra válida, não foi cancelada formalmente pelo
Supremo).
Súmula 656 STF. É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o
imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI com base no valor venal.
2.5 IMUNIDADES
Incidem as imunidades genéricas (artigo 150, VI, CRFB88), direitos reais de garantia,
atos de realização societária (em geral) e a reforma agrária.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por
6
Nota do monitor: No ordenamento constitucional anterior, cabia ao Senado fixar as alíquotas
máximas para o imposto sobre a transmissão de bens. A CF88 não reproduziu esta regra. O art. 39 do CTN se
encontra superado.
7
Nota do monitor: Não raro também são responsabilizados os tabeliães e demais serventuários de
ofício, quando deixem de exigir do contribuinte a prova de quitação do imposto, por ocasião da celebração
formal do negócio.
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jurisprudência dos Tribunais.
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Nota do monitor: No caso da transferência de bens imóveis e direitos sobre imóveis em caso de
extinção da sociedade, com desincorporação de seu patrimônio e distribuição aos sócios, de acordo com o
artigo 36, parágrafo único, do CTN, a imunidade fica restrita à transferência dos bens e direitos aos sócios que
os titularizavam originalmente.
Há corrente doutrinária no sentido de que a transmissão do bem ao sócio que o incorporou à empresa
(desincorporação) também é imune mesmo no caso de extinção parcial da empresa.
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jurisprudência dos Tribunais.
Exemplo: Duas empresas resolvem se juntar e o patrimônio das duas formará um só.
Nestas operações não incide ITBI.
A regra é a imunidade. Mas há uma exceção. Se o adquirente possuir atividade
preponderantemente imobiliária, não haverá o benefício da imunidade. Trata-se, portanto,
de uma imunidade condicionada, limitada.
O que é ter atividade preponderantemente imobiliária? Como se dá a apuração no
caso concreto?
Não depende do objeto social da empresa, porque se assim fosse o objeto social teria
o condão de gerar ou não a imunidade. Este dispositivo (artigo 156, parágrafo 2°, I)
acaba sendo regulamentado pelo artigo 37 do CTN, que traz como critério a
identificação da receita operacional do sujeito. Se mais da metade da receita
operacional vier de atividade imobiliária, não haverá imunidade.
Art. 37 CTN. O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica
adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou locação de propriedade
imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição.
§ 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo quando
mais de 50% (cinqüenta por cento) da receita operacional da pessoa jurídica adquirente,
nos 2 (dois) anos anteriores e nos 2 (dois) anos subseqüentes à aquisição, decorrer de
transações mencionadas neste artigo.
§ 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a aquisição, ou menos
de 2 (dois) anos antes dela, apurar-se-á a preponderância referida no parágrafo anterior
levando em conta os 3 (três) primeiros anos seguintes à data da aquisição.
§ 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido o imposto, nos
termos da lei vigente à data da aquisição, sobre o valor do bem ou direito nessa data.
§ 4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de bens ou direitos, quando
realizada em conjunto com a da totalidade do patrimônio da pessoa jurídica alienante.
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jurisprudência dos Tribunais.
2.6 ESPECIFICIDADES
Submete-se integralmente ao princípio da anterioridade e da noventena
(anterioridade máxima). Atenção: a redefinição da base de cálculo do IPTU não precisa
respeitar a noventena. O ITBI tem que cumprir a noventena.
Compete sempre ao município (DF) da situação do bem (artigo 156, § 2°, II, da CRFB)
Artigo 156. CRFB88. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
II – transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos a sua aquisição.
§ 2°. O imposto previsto no inciso II:
II – Compete ao Município da situação do bem.
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Nota do monitor: E mais, segundo a doutrina majoritária, a desapropriação é modo originário da
aquisição de propriedade, não podendo se falar em transmissão para fins de ITBI.
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Súmula 558 STF. O imposto sobre serviços não incide sobre os depósitos, as comissões e
taxas de desconto, cobrados pelos estabelecimentos bancários.
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Uma coisa é locação, outra é arrendamento mercantil, que tem um serviço embutido.
Muitas vezes a dificuldade é diferenciar o que é serviço do que é atividade industrial.
Súmula 156 STJ. A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob
encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita apenas ao
ISS.
O ISS possui toda essa problemática, por vezes está muito próximo do IPI, por vezes
muito perto do ICMS.
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Sumário
Continuação – ISS ........................................................................................................... 2
1.1 Sujeito Passivo – aula de hoje ........................................................................... 2
1.2 Aspecto quantitativo do ISS .............................................................................. 2
1.3 Guerra fiscal ...................................................................................................... 3
1.4 Especificações do ISS ........................................................................................ 4
ICMS ................................................................................................................................ 4
Posições do STF e STJ .................................................................................................. 5
Transportes ................................................................................................................. 6
Comunicação ............................................................................................................... 6
Base de cálculo do ICMS ............................................................................................. 7
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Continuação – ISS
Na aula passada foi abordada uma leitura inicial sobre o imposto sobre serviços,
principalmente acerca das súmulas do STJ.
Observação: esse deve ser o conceito adotado, ainda que os Municípios e DF,
mediante lei atribuam de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira
pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação. Isto porque, na prática
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Esse artigo 88 continua vigente até os dias atuais, logo, o patamar mínimo
constitucional no que tange a fixação de alíquotas mínimas de ISS é de 2%. O que importa
notar é que o poder constituinte reformador preocupou-se com a fixação de uma alíquota
mínima de ISS para compor o aspecto quantitativo do ISS para que fosse possível a incidência
do ISS sem ensejar a guerra fiscal entre os diversos Municípios do Brasil.
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ICMS
Origem – Emenda Constitucional nº 18/65
Alterações – art. 52 da Lei nº 5.172/66
CF/1967 – recepcionou
Revogação do CTN e muita disciplina na CF/88.
No primeiro semestre de 2015 foi adotada a EC nº 87 que alterou regras sobre as
transações comerciais entre os estados-membros.
Classificação do ICMS:
Imposto: tributo não-vinculado
Estadual e Distrital: competência
Incidente sobre a produção e circulação econômica (base econômica)
Real (objeto de incidência)
Proporcional (perequação), ou seja, é agregado um percentual em cima do
valor da mercadoria, fazendo com que tenha uma característica real, o ICMS
enxerga a coisa, a mercadoria.
Indireto (forma de percepção), pois repercute sobre a questão que envolve a
repetição do indébito tributário.
Fiscal (finalidade), seu único fim é gerar receita para o estado membro, mas
nada o impede de possuir uma postura extrafiscal.
Deve-se destacar que há três fatos geradores para incidência do ICMS: circulação de
mercadorias, serviço de transporte e serviço de comunicação:
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Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)
Também sobre discussões que chegaram aos tribunais acerca de construção civil e a
utilização de mercadorias.
SÚMULA 432 – STJ
AS EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL NÃO ESTÃO OBRIGADAS A PAGAR ICMS SOBRE
MERCADORIAS ADQUIRIDAS COMO INSUMOS EM OPERAÇÕES INTERESTADUAIS.
E a tributação sobre o software? Depende, a priori, o software vendido nas lojas seria
uma mercadoria, ensejando a incidência de ICMS. Enquanto que a prestação de serviços feita
por um analista para desenvolver um software próprio, caberia a incidência de ISS.
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Filmes e vídeos:
SÚMULA 662 – STF
É LEGÍTIMA A INCIDÊNCIA DO ICMS NA COMERCIALIZAÇÃO DE EXEMPLARES DE OBRAS
CINEMATOGRÁFICAS, GRAVADOS EM FITAS DE VIDEOCASSETE.
Isso não se confunde com a gravação e distribuição, sobre esta última, incide ISS sobre
a atividade desempenhada pelos cinemas.
SÚMULA 135 – STJ
O ICMS NÃO INCIDE NA GRAVAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE FILMES E
VIDEOTEIPES.
Pode-se incidir ICMS sobre a água? Depende, se a água for embalada em garrafas para
a comercialização, incide ICMS, uma vez que trata-se de uma mercadoria. Por outro lado, não
há incidência do ICMS sobre o serviço de tratamento e fornecimento de água.
Observação: cabe aplicação do princípio do pecúnia non olet para ensejar a incidência
do ICMS na venda de mercadorias roubadas (receptação). Isso é diferente da não incidência
de ICMS sobre produtos ilícitos, no caso da maconha.
Transportes
As prestações de serviço de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer
via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores.
Observação: transportar é ato de conduzir, de levar pessoas/coisas/valores de um
lugar para outro; pressupõe dinamismo e movimento, com nítido sentido de
percurso/itinerário realizado pelo transportador.
Frise-se que o contrato de transporte somente se caracteriza como atividade
econômica, ou seja, daquele que presta de maneira onerosa o transporte para alguém.
Comunicação
Pressupõe qualquer meio possível de transmissão e comunicação, não apenas a
telefonia.
Observação: deve-se sempre lembrar que comunicação é qualquer ato de enviar e
receber alguma mensagem, conteúdo de informação. É imperativo que haja um agente
emissor, um agente receptor e uma mensagem. Para a incidência do ICMS sobre os serviços
de comunicação, é necessário que haja viabilidade econômica.
Algumas situações debatidas na comunicação:
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Antigamente, a internet discada incidia ICMS por causa do uso do provedor que
realizava a conexão com a internet através das linhas telefônicas. Após algumas discussões
acerca desse novo conceito de comunicação, o STJ editou a súmula 334:
SÚMULA 334 – STJ
O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à Internet.
No caso a súmula acima já foi tema da prova para AGU pela banca CESPE, frise-se que
a banca não se importou com as discussões dos motivos da incidência ou não do ICMS, mas
apenas a conclusão que o tribunal chegou.
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e na jurisprudência dos Tribunais.
fiscal.
Dessa forma, facilmente conclui-se que uma das maiores dificuldades do ICMS é
aferição do que é a base de cálculo para fins de apuração do aspecto quantitativo desse
imposto estadual. O professor salienta a importância de ler as súmulas sobre o assunto, uma
vez que, justamente por causa de toda a discussão que a base de cálculo possa gerar a ponto
de provocar o posicionamento jurisdicional, acabam sendo mais cobradas nas provas.
Outra dificuldade é o próprio estado-membro apurar essa questão de valor
correspondente a mercadoria ou serviço em jogo. Obviamente isso é muito variável, não só
pela questão de estado para estado, de como que cada comerciante agrega valor e
promoções, alta do dólar, entre outros valores.
Para tentar unificar todos os valores que pudessem ser agregados às mercadorias
elaborou-se a pauta de valores. Seu uso, como determinação prévia de valor não pode ser
utilizada para o STJ:
SÚMULA 431 – STJ
É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria
submetido ao regime de pauta fiscal.
Mas não significa dizer que a pauta de valores não pode ser utilizada em momento
algum, como por exemplo, é permitido a necessidade de se fazer arbitramentos, hipótese na
qual não há nenhuma forma de apurar o valor da mercadoria possibilitando ao fiscal de ICMS
ter uma base mínima para chegar a base de cálculo.
Em regra, o estado deverá apurar caso a caso a base de cálculo do produto.
Ainda sobre a busca de valores para fins de ICMS, quando o consumidor se depara com
os descontos nas lojas, promoções e etc.:
SÚMULA 457 – STJ
Os descontos incondicionais nas operações mercantis não se incluem
na base de cálculo do ICMS.
Nesses casos, não é possível atingir a tributação caso a caso do valor de mercado. Na
vida prática, o desconto concedido incondicionalmente, também chamado de desconto
comercial, é uma redução de preço de preço concedida no ato da venda.
E se alguém compra o produto direto da fábrica? Incide IPI, mas e o ICMS?
Ainda sobre essa circunstância:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
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e na jurisprudência dos Tribunais.
Logo, quando se busca a base de cálculo do ICMS visa fomentar as relações comerciais
e não trazer benefícios ao consumidor.
Repare que o fabricante vende um produto para o intermediário que vendo para o
comerciante esta cadeia econômica termina em um consumidor final. Logo, a grande
característica do ICMS é ser plurifásico.
Esse é o efeito cascata, pois recai completamente o ônus no consumidor final. Para
evita-lo, a constituição determina o princípio da não cumulatividade do ICMS, compensando-
o através de créditos e débitos uma compensação do ICMS a cada operação capaz de ensejar
sua incidência, justamente para evitar uma carga tributária absurda para o consumidor final.
Mas há problemas nessa não cumulatividade, caso um dos sujeitos da cadeia seja
isento de ICMS. O contribuinte isento seria credor do estado? Evidentemente que não, pois
uma isenção no meio da cadeia é capaz de quebrar a não cumulatividade em relação aos
demais contribuintes. A isenção anula o crédito da operação anterior e não gera crédito para
a operação subsequente.
Dessa forma, uma isenção de ICMS poderia afetar as relações de consumo, pois
dificilmente algum comerciante queira fazer negócios com contribuintes intermediários
isentos, pois precisaria arcar com uma carga tributária maior. Assim, talvez a isenção do ICMS
não seja a melhor forma de fomentar as relações comerciais.
A grande característica do ICMS é ser plurifásico conforme previsto pela CF/88.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à
circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas
anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
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Lançamento do ICMS
É feito por homologação.
Seletividade
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;
Esta seletividade não é uma novidade no ICMS e também é prevista no IPI. Entretanto,
a CF/88 permite aos estados que o legislador implemente a seletividade ou não na aplicação
do ICMS.
Destaque-se que ICMS e IPI são não cumulativos, porém a seletividade poderá ser
aplicada ao ICMS, enquanto que no caso do IPI será seletivo em caráter obrigatório.
Observação: atualmente há uma grande discussão com decisões nos tribunais
superiores em sentidos contra e a favor a obrigatoriedade da seletividade do ICMS, por
exemplo, a energia elétrica não poderia ser abordada como serviço essencial para quem tem
uma loja de eletrodomésticos ou um salão de beleza? O professor aponta que esse é o maior
debate atual e ainda sem um posicionamento pacífico apontado pelos nossos tribunais. Ele
salienta que não há dúvidas quanto a essencialidade da energia elétrica para a vida moderna
em diversos aspectos, entretanto, essa acepção de essencialidade para fins de apuração de
ICMS ainda não se tornou pacifica a aplicação obrigatória do princípio da seletividade do ICMS
pelo legislador estadual.
Na próxima aula será estudado o § 2º do ICMS, cabendo a observação de que este foi
objeto de alterações pela Emenda Constitucional nº 87.
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. ICMS (Continuação) ................................................................................................ 2
1.1 Alíquota ................................................................................................................. 2
1.2 Incidência especial ................................................................................................ 5
1.3 Imunidades específicas ......................................................................................... 6
1.4 Papel da Lei Complementar .................................................................................. 9
1.5 Benefícios fiscais ................................................................................................. 10
1.6 Aspectos Pessoais ............................................................................................... 11
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1. ICMS (Continuação)
1.1 Alíquota
Como é de competência dos Estados, surgiu a necessidade de se definir um padrão
de alíquotas, evitando-se que o legislador estadual utilizasse o imposto com finalidades não
tão legítimas.
A solução foi a adoção de dois patamares de alíquotas:
alíquotas para as operações interestaduais: estabelecidas pelo Senado
Federal (inc. IV), que somente será aplicada nas operações entre
contribuintes estabelecidos em Estados diferentes;
alíquotas internas: estabelecidas pela lei de cada um dos Estados e pelo
Distrito Federal, mas observando os limites fixados pelo Senado Federal (inc.
V) , que será, via de regra, maior que a outra (inc. VI).
Qual das duas será maior? Se os bens de produção estão concentrados em poucos
estados, é necessário que haja um estímulo para circulação entre os estados. O contribuinte
do imposto é quem está fazendo a venda. Ele deve ter um incentivo para querer vender para
outros estados. Assim, a alíquota interna é maior.
CF, Art. 155.
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um
terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as
alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação;
Quanto à exportação isto não tem mais aplicabilidade, pois ela tem imunidade.
Mas as alíquotas interestaduais serão controladas pelo Senado Federal. No caso das
alíquotas internas, o Senado Federal define a máxima e a mínima. No caso das interestaduais
ele define a própria alíquota.
Para estas alíquotas interestaduais, a Constituição Federal estabeleceu a iniciativa do
Presidente da República ou de 1/3 dos Senadores. Este quórum é diferente das alíquotas
internas. Apenas nas alíquotas interestaduais a iniciativa também pode ser do Presidente da
República.
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de
iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que
envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e
aprovada por dois terços de seus membros;
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Não há mais diferença pelo destinatário. Não importa se ele é contribuinte ou não.
Atualmente, adota-se sempre a alíquota interestadual. Para não prejudicar o estado do
destinatário, ele terá direito à diferença do imposto. É a figura do diferencial de alíquota.
Exemplo: o vendedor está no Rio de Janeiro (alíquota interna 18%) e venda para a
Bahia (alíquota interna 12%). A alíquota interestadual é de 9%. Esses 9% serão pagos ao
Estado do Rio de Janeiro. Quando chega à Bahia, há a diferença entre a alíquota interna e a
interestadual. O comerciante da Bahia terá que pagar mais 3% ao Estado da Bahia.
A justificativa é não quebrar a produção interna dos estados, ao se estimular o
comércio interestadual.
O inciso VIII, também alterado pela EC n. 87/2015, dispõe sobre a responsabilidade
pelo recolhimento do imposto:
VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença
entre a alíquota interna e a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída:
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto;
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto;
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Súmula 198, STJ. Na importação de veículo por pessoa física, destinado a uso próprio,
incide ICMS.
Esta questão do ICMS importação foi levada ao STF, que editou a Súmula 660:
Súmula 660, STF. Não incide ICMS na importação de bens por pessoa física ou jurídica
que não contribuinte do imposto.
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Exemplo: em uma operação com valor total de R$ 500,00, em que R$ 300,00 são do
valor da mercadoria e R$ 200,00 de serviços. Normalmente, separam-se os valores, exigindo-
se ICMS sobre o valor da mercadoria e ISS sobre o valor dos serviços.
A dificuldade acontece quando o serviço está fora do campo do ISS por falta de
previsão do Município. Nestes casos, começaram a declarar que o valor da mercadoria era
super baixo e o valor do serviço atingindo quase o valor total.
Desta forma, a CF passou a estabelecer que quando o serviço não é tributo por ISS, o
ICMS incidirá sobre o valor total.
Súmula 163, STJ. O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de
serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do
ICMS a incidir sobre o valor total da operação.
Não se exporta imposto. Na redação original da CF/88 havia uma exceção para os
chamados semi-elaborados. Esta figura sumiu. Atualmente, qualquer mercadoria destinada
ao exterior é imune.
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Além do ICMS e dos impostos aduaneiros (II e IE), nenhum outro imposto poderá
incidir sobre operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados
de petróleo, combustíveis e minerais do país. Afasta-se a cobrança do IPI.
O ICMS, neste caso, só existirá nas operações internas, pois recebeu imunidade nas
operações interestaduais.
Neste §3º, a redação original da CF/88 falava em “tributos”. A EC n. 33/2001 o
alterou, falando em “impostos”. Assim, abriu-se espaço para a cobrança da CIDE-
combustível.
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
XII - cabe à lei complementar:
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única
vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no
inciso X, b;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (Vide Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
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do Senado Federal, mas sim por convênio dos Estados e do Distrito Federal. É uma exceção À
legalidade estrita.
A modificação desta alíquota não precisa seguir a anterioridade anual.
Além disso, as alíquotas podem ser diferenciadas por produtos.
O benefício fiscal será concedido pelos Estados, mediante deliberação. Esta alínea
acabou sendo a mais discutida, pois estabelece que a lei complementar discipline os
mecanismos e as formas de incentivo.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única
vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no
inciso X, b;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (Vide Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na
importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
Enquanto não foi editada esta lei complementar, utilizava-se o Decreto-Lei n. 406,
que foi recepcionado com status de lei complementar.
Em 1996, foi editada a Lei complementar n. 87, que tratou de algumas dessas
matérias.
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Esses benefícios serão concedidos por convênios dos Estados e do Distrito Federal,
escapando aos rigores da necessidade de lei específica do art. 150, § 6º da Constituição
Federal.
CF, Art. 150.
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito
presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá
ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
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A base de cálculo do ICMS é o valor da mercadoria. Se for feita uma redução da base
de cálculo, o STF entende que é uma isenção parcial. Assim, é necessário prévio convênio no
âmbito do CONFAZ.
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