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DIREITO PENAL 1

Pro f. Cr is t ia no Ro dr i gu e s e Ne s t or Tav ora

SEGUNDA FASE DE DIREITO PENAL

DIA D – LFG

1. DIREITO MATERIAL. TESES DE DEFESA.

a) HOMICÍDIO DOLOSO. (alguns casos cabe para lesão corporal).

I. Crime de trânsito. Afastar o dolo eventual e migrar para a


culpa, com fundamento nos arts. 302 e 303, do CTB.

Atenção! Somente haverá dolo eventual quando for o caso de embriaguez pré -
ordenada e racha.

II. Crime consumado. Observar se não é caso de crime tentado (art.


14, II, do CP).

III. Crime tentado. Observar se não é caso de desistência voluntária


(desiste na execução) ou arrependimento eficaz (evita a
consumação). Afastará o homicídio, e o aluno irá trabalhar com
fato atípico ou desclassificação para lesão corporal.

IV. Crime impossível (art. 17, CP).

V. Legítima defesa (art. 25, CP). Requerer a exclusão da ilicitude.

VI. Legítima defesa putativa (art. 20, paragrafo primeiro, CP).


Erro de tipo permissivo (discriminante putativa). Irá excluir
o dolo e a culpa se for inevitável. Se for evitável, excluirá
a culpa.

VII. Erro de tipo incriminador. Ex. Acha que está disparando contra
o animal, mas dispara con tra pessoa (verificar se é evitável
ou inevitável).

VIII. Dosimetria da pena. Normalmente irá afastar o homicídio


qualificado (art. 121, §2º, CP) para o homicídio simples (art.
121, caput, CP). Ex. somente qualificado o veneno se a vítima
não sabe que está sendo envenenada. Ou, ainda, em relação ao
concurso de crimes, foi denunciado pelo crime material (art.
70, CP), requerer o crime continuado (art. 71, paragrafo único,
CP).

IX. Erro acidental. (art. 20, §3º e arts. 73, CP). Ex. mãe, no
estado puerperal, mata fil ho de outrem.

X. Legítima defesa. Erro de execução (aberratio ictus). O sujeito


está em legitima defesa e dispara contra o seu agressor, erra
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o tiro e acerta a pessoa que está atrás, causando -lhe a morte.


Nesse caso, embora tenha acertado outra pessoa, em razão do
erro de execução, o individuo responderá como se tivesse
praticado contra o agressor.

Irá requer absolvição, por exclusão de ilicitu de, em razão do


erro (art. 73, CP).

b) CRIME CONTRA PATRIMONIO. CRIMES NÃO VIOLENTOS (arts. 155, 163, 168 e
171, ambos do Código Penal).

I. Princípio da insignificância (atipicidade material). No caso do


furto, tese subsidiária (art. 155, §2º, CP), e no caso da receptação
(art. 180,§5º, CP).

II. Escusas absolutórias. Isenção de penal. Culpabilidade. (arts.


181/183).

III. Arrependimento posterior. Devolução do bem até o recebimento da


denúncia. (art. 16, CP).

IV. Desistência voluntária ou arrependimento eficaz. Atipicidade.


(art. 15,CP).

V. Crime consumado. Requer a aplicação da tentativa (art. 14, II,


CP). Se não houve a inversão da posse, haverá tentativa. Ex. furtar
no supermercado e o segurança o detêm.

VI. Crime impossível. Atipicidade do fato. (art. 17, CP).

V . F u r t o m e d i a n t e f r a u d e ( a r t . 1 5 5 , § 4 º, II , C P) x e s t e l i o n a t o ( a r t .
171, CP).

 Furto mediante fraude. (Subtrair, a fraude será o meio para obter o


bem, sem que o proprietário/possuidor perceba). Ex. “A” chega perto
da vitima e diz que está passando mal, e quando ela está ajudando
ele pega o celular em sua bolsa.
 Estelionato. (obter vantagem, vítima entrega o bem voluntariamente .
Pela fraude a vítima entrega voluntariamente o bem ). Ex. O sujeito
coloca a roupa de guardador de restaurante e a vítima lhe entrega as
chaves. O malfeitor pego as chaves e vai embora.

c) CRIME PATRIMONIAL COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA A PESSOA. (art. 157,


158 e 159, CP).

I. ROUBO. Arma desmuniciada, brinquedo, e falta de perícia (ou não


encontrar a arma). O roubo será simples, não haverá causa de aumento.
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Cuidado. Se a arma disparou no assalto, não será possível afastar.

II. NÃO pode usar insignificância, arrepend imento posterior.


III. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO. Se não tiver o especial fim de
agir (obter vantagem), desclassificar para o sequestro simples.

(*) Pressupõe o especial fim de agir, obter vantagem como condição do


sequestro.

IV. ROUBO x EXTORSÃO.

Roubo. O verbo do roubo é subtrair bem do agente. Irá obter o bem


imediatamente “me dá esse celular”.

Extorsão. Na extorsão, por sua vez, o verbo incriminador refere -se ao


“obter vantagem”. A obtenção da vantagem é em outro momento, pode ser
horas, dias depois (pode ser um futuro próximo). A vítima lhe concede a
vantagem em razão da coação.

V. DOSIMETRIA. Se for o caso, requerer a desclassificação do


concurso material para crime continuado. Ex. arrastão.

d) CRIMES TRIBUTÁRIOS (Lei 8.137/90, 334 e 168-A, do Código Penal).

I. Principio da insignificância. Atipicidade. De acordo com o


Supremo Tribunal Federal, o valor será de até R$ 20,000.00 (vinte
mil reais).

II. Súmula Vinculante nº 24 . Atipicidade. A esfera administrativa


n ã o f o i e s g o t a d a p a r a o c r i t é r i o t r i b u t á r i o . A n t e s d o l a n ç a m e n t o do
tributo o Ministério Público oferece a denúncia.

III. Pagamento integral do tributo gera extinção da punibilidade a


qualquer tempo. (Lei 10.684/03).

IV. Parcelamento do tributo. Gera suspensão da punibilidade, somente


poderá ser feito até o recebimento da denúncia.

e) CRIMES SEXUAIS.

I. Ficar atento ao prazo sexual quando a vítima for incapaz. A


prescrição começará a correr quando a vítima completa 18 anos (art. 213,
217-A,CP).

QUADRILHA. Art. 288, CP. Exige apenas três pessoas para a formação da
quadrilha.
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(*) Queixa-crime. Memorial de defesa (do tribunal do Júri). Peça


relacionada à prisão (relaxamento ou liberdade provisória).

Calunia. Mentira.

Difamação. Fofoca.

Injuria. Xingamento.

(*) Crimes contra administração pública .

2. DIREITO PROCESSUAL. TESE DE DEFESA.

I. RESPOSTA À ACUSAÇÃO . (art. 396, 396 – A, CPP). Poderão invocar


preliminares (natureza processual ou mérito).

No Tribunal do Júri (art. 406, C PP).

II. MEMORIAIS (art. 386, CP – tese principal; tese secundária – tese


sobre a dosimetria). Teses de natureza processual e de mérito. No mérito,
a tese principal será o pedido absolutório, com fundamento no art. 386,
CP. Poderá apresentar teses secundári as, podendo discorrer sobre a
dosimetria.

III. Queixa-crime. Poderá ser apresentada em duas situações.

Natureza privada.

Natureza subsidiária.

IV. APELAÇÃO. (art. 593, CPP). Poderá alegar preliminares de


natureza processual e de mérito. Irá pleitear absolvição do cliente,
apresentar teses secundárias (impugna a dosimetria).

Excepcionalmente poderá estar atuando como advogado do querelante ou


assistente de acusação.

V. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (art. 581, CPP).

Tribunal de Júri (decisão de pronuncia e desclassificação).

VI. AGRAVO EM EXECUÇÃO.

VII. RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL . Quando denega o habeas


corpus.
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VIII. EMBARGOS INFRINGENTES OU DE NULIDADE .

AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO .

a) Revisão criminal – art. 621, e ss CPP.


b) Habeas Corpus-

REQUERIMENTOS DE IMPUGNAÇÃO PRISIONAL.

a)Relaxamento de prisão (manifestamente ilegal).

b)Liberdade provisória

c)Revogação da preventiva.

ETAPAS DE RACIOCINIO.

1. Idealizar a estrutura da peça.


2. Visualizar as referencia jurídicas . (crime sexual, crime contra o
patrimônio, tentado, consumado, etc).
3. I (infração).
P (pena). Verificar se é caso de prescrição, sursis do processo.
R (rito)
A (ação penal cabível). Verificar a legitimidade.
M (momento processual).
T (teses). Preliminar. Mérito.
S (situação prisional. Buscar se é preciso impugnar a prisão).
C (competência).

Cuidado com o procedimento do júri .

QUESTÕES DISSERTATIVAS.

a) Principio da proibição da reformatio in pejus. Aplica-se também


no tribunal do júri. Observado em dois anglos:

1. A situação do réu não pode ser piorada (proibição direta)


2. Tribunal anulou e devolveu os autos para que o juízo venha
proferira outra decisão. O juiz não poderá proferir uma nova
decisão para pior a situação do réu (proibição indireta).
b) Principio da correlação entre a inicial acusatória e a respectiva
sentença.
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(*) Erro de enquadramento da lei. Somente poderá realizar no momento da


decisão. Trata-se de emendatio libelli.

Emendatio libelli (art. 383, CPP). O fato foi narrado de forma correta,
porém o crime imputado está errado.

Mutatio libelli (art. 384, CP). Durante a instrução, as provas revelam que
o fato ocorrido é diferente daquele que foi narrado, deverá existir o
aditamento. Ex. narra que a subtração foi sem ameaça, mas durante a
instrução descobriu que houve ameaça. Nesse caso, deverá abrir vista ao
promotor para que ele se manifeste e realiza o aditamento.

Somente será cabível mutatio libelli na ação penal pública e subsidiária


da pública. Ela não se aplica na fase recursal, para que não aconteça
supressão de instância.

c) Prova ilícita. Previsão normativa (art. 5º, IVI, CF; art. 157,
CPP). Teoria dos frutos da arvore envenenada.

Ilícita. Viola o direito material

Ilegítima. Viola o direito processual.

d) Interrogatório por vídeo conferência (art. 185, CPP). Caso


excepcional. Somente poderá ser autorizado pelo juiz.

e) I n t e r c e p t a ç ã o telefônica. Captação de uma conversa que está


acontecendo, feita a captação por um terceiro. Ela está
regulamentada na Lei nº 9296. Ela pressupõe ordem judicial
m o t i v a d a . Somente será admite nos crimes de reclusão. Poderá ser autorizada
para fazer prova no inquérito ou no processo criminal (somente na esfera
penal).

f) Prisão temporária. (Lei nº 7960/84). Não é admita em qualquer


c r i m e , s o m e n t e n o s c r i m e s a r r o l a d o s n a l e i . S o m e n t e é c a b í v e l na
fase inquisitiva, não cabe na fase judicial.

Prazos.
1. C r i m e c o m u m : 5 dias, prorrogáveis por mais 5.
2. Crime hediondo ou assemelhado (30 dias, prorrogável por igual período).

g) Competência.
1. Foro por prerrogativa de função. Acabou o mandato/cargo
a c a b a r á o f o r o d e p r e r r o g a t i v a . A s s i m , s e o p r o c e s s o q u e e s tá
tramitando, e a prerrogativa acabou, será remetido a foro
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comum, salvo situação excepcional (marcou o julgamento e o


sujeito renuncia o mandato).

2. Ação de improbidade administrativa. Não há foro de


prerrogativa de função (inconstitucional art. 84, §§ 1º, 2ªº,
CPP).

3. Prerrogativa de função x tribunal do júri . Somente prevalecerá


a competência do júri quando a pre rrogativa estiver prevista
na Constituição Federal (Sumula 721, STF).

4. Investigação policial. Os autos do inquérito podem ser acesso


pelo advogado. Aquilo que foi instruído e documentado, o
a d v o g a d o t e m o d i r e i t o d e t e r a c e s s o . S o m e n t e n ã o t e r á a c e s so
quando as investigações estiverem em andamento. (art. 7º,
XIV, EAOAB; Súmula vinculante nº 14). Sendo negado, poderá
ser impetrado mandado de segurança e reclamação constitucional
ao STF (sempre quando houver violação a sumula vinculante).

5. Inquérito policial arquivado (Súmula nº524, STF). Não é apto


a coisa julgada material, tanto que se houver novas provas o
MP poderá instaura-lo novamente, salvo quando houver
prescrição.

Cuidado! Porém, não poderá se instaurado se o arquivamento for


fundado na atipicidade do fato (faz coisa julgada material).
Entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal.

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